Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Para cobrir a lentes dos meus óculos eu usei papel de seda e canetinha
própria para vidros da Crayola, pois é lavável.
Eu senti um baita desconforto! Foi notável eu fazendo movimentos com a
cabeça para buscar o ângulo que me permitisse ver melhor por trás das
“manchas”. E a experiência com o papel de seda sobre as lentes foi de
certa forma angustiante. Perdi a qualidade do que vi, tudo ficou sem
contraste e ofuscado.
Claro que com os óculos eu não tive total bloqueio do meu campo de
visão periférico, mas ainda assim valeu!
Para você ter uma ideia, de acordo com o perfil de resposta visual, a
criança com baixa visão pode ver sem nitidez, uma imagem estreita e/ou
com manchas que criam pontos cegos. Foi isso que vivenciei com os
óculos acima.
Agora observe no quadro a seguir como esta imagem seria vista por
crianças com diferentes diagnósticos indicativos de baixa visão.
Fonte – Sampaio, MW; Haddad [et al.] Baixa visão e cegueira: os caminhos para a
reabilitação, a educação e a inclusão. Rio de Janeiro: Cultura Médica, Guanabara
Koogan, 2010
Por isso, a maioria das crianças com baixa visão precisa lançar mão
da tecnologia assistiva em seu dia a dia dentro e fora da escola.
O que é isso? É todo tipo de dispositivo, auxílio, adaptação… que
elimine as barreiras para a locomoção, as tarefas rotineiras e a
aprendizagem das pessoas com deficiência, incapacidades ou
mobilidade reduzida.
Tem uma frase que para quem já estudou sobre inclusão é até bem
batidinha… mas acho que ela diz muito e sempre faz refletir:
Para as pessoas sem deficiência, a tecnologia torna as coisas
mais fáceis.
Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas
possíveis.
Mary Pat Radabaugh
Antiga diretora do Centro Nacional de Apoio para Pessoas com Deficiência da IBM,
nos EUA.