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Material Teórico
Objetivo da unidade
Introdução
Os seres humanos e alguns animais possuem visão binocular. Isso signi ca que somos
capazes de usar ambos os olhos simultaneamente para experimentar um nível bastante
re nado de visão, que, quando bem desenvolvido, provê percepção de profundidade (visão
“tridimensional”).
Figura 1 – Por termos um par de olhos, nós, humanos,
possuímos inúmeras vantagens sensoriais ao
experimentarmos uma visão binocular simples
Fonte: Getty Images
Várias são as vantagens de se ter visão binocular simples, que é a experiência de, a partir das
imagens sicamente produzidas por cada um dos olhos e projetadas em cada uma de suas
retinas, perceber uma única cena visual.
Binocularidade é um termo amplo que se refere ao uso dos dois olhos ao mesmo tempo, em
diferentes níveis. Uma visão binocular normal resulta na apreensão da visão de cada um dos
olhos, que são convertidas, ao nível do córtex visual, no fenômeno sensorial de visão
tridimensional confortável. Este é, como veremos, o mais elevado grau da visão binocular.
O fenômeno da visão binocular única é tão natural para os seres humanos que, em geral,
passa desapercebido. A maior surpresa ocorre se, por uma razão qualquer, esse indivíduo
passa a enxergar duplo.
A visão binocular única de duas imagens distintas da retina, apesar de parecer trivial, é um
fenômeno notável que requer uma explicação. São os mecanismos por trás dessa experiência
singular que veremos a seguir.
Os olhos humanos são dotados de seis pares de músculos que se inserem em sua superfície
mais anterior e, a partir de suas ações, realizam movimentos de rotação do globo ocular em
uma série de posições.
5 Oblíquo Superior Direito e Esquerdo (OS: OSD e OSE) – também chamado Grande
Oblíquo;
6 Oblíquo Inferior Direito e Esquerdo (OI: OID e OIE) – também chamado Pequeno
Oblíquo.
Cada obliquo superior se estende, desde sua origem, na direção medial superior de sua órbita,
até trespassar a tróclea, estrutura que funciona como polia, presente na parte nasal superior
da órbita, para então sofrer uma in exão.
As inserções desses músculos se dão na superfície do globo ocular, em uma porção mais
posterior da esclera, mas ainda no hemisfério anterior do olho, nas posições que lhes dão
nomes.
Quatro dos seis pares de músculos extrínsecos oculares são inervados pelo III par de nervos
cranianos (oculomotor), cada músculo, pelo nervo ipsilateral:
O VI par de nervos cranianos (abducente) inerva um par de músculos cada músculo pelo nervo
ipsilateral:
Duções Oculares
Graças a essa musculatura extrínseca, cada olho humano é capaz de executar movimentos de
rotação em torno de seu centro de gravidade (aproximadamente o centro geométrico do globo
ocular) em uma variedade de direções.
Fick utilizou um referencial cartesiano tridimensional com eixos (x, y, e z), que têm sua
origem no centro de gravidade do olho. O eixo x é um eixo transverso, atravessando o globo
ocular da direita para a esquerda. O eixo y é o eixo anteroposterior, que atravessa a pupila e vai
do polo anterior ao polo posterior do globo ocular. O eixo z é um eixo vertical, trespassando os
ápices do polo superior e inferior do globo ocular.
Figura 5 – Eixos de rotação segundo o referencial de Fick
Fonte: Elaborada pelo conteudista
Supradução
Infradução
Abdução
Ação terciária dos músculos oblíquo superior e oblíquo inferior (na imagem, em
amarelo).
Adução
Adução – rotação para o lado nasal (medial).
Ação terciária dos músculos reto superior e reto inferior (na imagem, em amarelo).
Inciclodução
Exciclodução
Tabela 1 – Síntese
As paredes laterais de cada uma das órbitas formam um ângulo de 90° entre si. As paredes
mediais de cada uma das órbitas são paralelas. O ângulo entre a parede medial e a parede
medial de uma mesma órbita é de 45°.
Cada olho, quando em posição de repouso (sem in uência da inervação dos músculos
extrínsecos oculares), alinha seu eixo anteroposterior à bissetriz do ângulo das paredes
medial e lateral de sua órbita. Dessa forma, o ângulo entre parede medial da órbita e eixo
anteroposterior do olho nela alojado, bem como o eixo entre a parede lateral dessa mesma
órbita e o eixo anteroposterior desse mesmo olho, é de 45°.
Nessa posição, os olhos estão em posição primária de olhar. Essa também é a posição
assumida pelos olhos ao observar uma cena visual à distância.
Para assumir a posição primária de olhar, partindo da posição de repouso, cada olho faz uma
rotação de 22,5° em torno de seu eixo vertical (eixo z de Fick).
Figura 17 – Posição primária de olhar. Ângulos entre eixo
anteroposterior do olho e a mediatriz da órbita são 22,5°,
para cada olho
Fonte: Elaborada pelo conteudista
Para se olhar para a direita, por exemplo, o olho direito precisa fazer uma abdução, enquanto o
olho esquerdo precisa fazer uma adução. Dessa forma, o músculo responsável pela abdução do
olho direito (reto lateral do olho direito) e o responsável pela adução do olho esquerdo (reto
medial do olho esquerdo) recebem o mesmo estímulo.
A Segunda Lei de Sherrington enuncia: “A quantidade de estímulo que chega ao músculo para
contração é igual e simultânea à que chega ao seu antagonista para relaxamento.”
Isso signi ca que, se para olhar para a direita com ambos os olhos, reto lateral direito e reto
medial esquerdo (a parelha muscular, agonista) precisam se contrair, então seus
antagonistas, reto medial direito e reto lateral esquerdo, respectivamente, precisam relaxar.
Material Complementar
Vídeos
Leis invervacionais de Hering e Sherrington:
SLIDEPLAYER
SCIELO
VEJA EM SCIELO
BVSALUD
VEJA EM BVSALUD
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Referências
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