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Física Experimental para

o Ensino I

Prof. Robson Lourenço Cavalcante

2019
Copyright © UNIASSELVI 2019

Elaboração:
Prof. Robson Lourenço Cavalcante

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

C376f

Cavalcante, Robson Lourenço

Física experimental para o ensino I. / Robson Lourenço Cavalcante.


– Indaial: UNIASSELVI, 2019.

167 p.; il.

ISBN 978-85-515-0252-5

1.Física – Estudo e ensino – Brasil. 2.Física – Experiências – Brasil.


II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 530.07

Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico! Bem-vindo ao nosso curso de FÍSICA
EXPERIMENTAL PARA O ENSINO I. Neste livro, você será desafiado a ter
uma postura que um experimental de qualquer área deve ter. Um estudante
de Física Experimental precisa estar disposto a superar as dificuldades
encontradas quando realiza um experimento, pois nem sempre ele funciona
logo na primeira tentativa, levando-o a refazê-lo diversas vezes. Por isso, ser
um bom físico experimental é bastante desafiador.

Este livro tem como um dos objetivos ajudá-lo na comprovação do


que é visto na teoria e está estruturado em três unidades divididas por temas
que serão vistos na Física teórica: Mecânica – Dinâmica e Estática, Oscilações,
Estática e Dinâmica dos Fluidos, Temperatura e Dilatação, Calor e Leis da
Termodinâmica.

Outro objetivo a ser alcançado nesta disciplina é fazer com que


você possa ter um espírito crítico ao analisar um resultado experimental,
buscando comprovar a relação entre a teoria e prática. Isso fará com que
você tenha mais interesse em desenvolver-se cientificamente. Mas tenha
certeza que encontrará algumas dificuldades que fazem parte da vida de
todo cientista e que irão levá-lo a um profundo momento de reflexão sobre
os erros encontrados, incentivando-o a ter ideias para explicá-los.

Todas as unidades deste livro foram divididas em três tópicos.

Na Unidade 1, você vai encontrar experiências que tratam de:


Movimento em uma e duas dimensões, Dinâmica da partícula, Trabalho e
energia, Momento linear, Rotações e equilíbrio dos corpos rígidos.

Na Unidade 2, você vai encontrar experiências que tratam de: Oscilações,


Estática e Dinâmica dos fluidos, Termometria e Dilatação dos sólidos.

Na Unidade 3, você vai encontrar experiências que tratam de:


Calorimetria, Estudo dos Gases e Termodinâmica.

Meu desejo é que você tenha uma jornada muito brilhante no


desenvolvimento desta disciplina e que de alguma maneira nós tenhamos
conseguido apresentar a Física como uma ciência que vale a pena estudar e
se aprofundar. Que tanto os meus quanto os seus objetivos sejam alcançados.

Dedique-se e nunca desista! Bons estudos!

Prof. Robson Lourenço Cavalcante

III
NOTA

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto


para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é


o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.

Bons estudos!

UNI

Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos


materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais
que possuem o código QR Code, que é um código
que permite que você acesse um conteúdo interativo
relacionado ao tema que você está estudando. Para
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!

IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO.......................................................... 1

TÓPICO 1 - INSTRUMENTOS DE MEDIDA; MOVIMENTO EM UMA E


DUAS DIMENSÕES; DINÂMICA DA PARTÍCULA................................................. 3
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 3
2 EXPERIMENTO: MEDIDAS COM RÉGUA MILIMETRADA.................................................... 4
2.1 PARTE TEÓRICA.............................................................................................................................. 4
2.2 PARTE EXPERIMENTAL................................................................................................................ 6
2.3 QUESTIONÁRIO.............................................................................................................................. 10
3 EXPERIMENTO: MEDIDAS COM O PAQUÍMETRO.................................................................. 12
3.1 PARTE TEÓRICA.............................................................................................................................. 12
3.1.1 Usos do paquímetro................................................................................................................ 13
3.2 PARTE EXPERIMENTAL................................................................................................................ 15
3.3 QUESTIONÁRIO.............................................................................................................................. 17
4 EXPERIMENTO – QUEDA LIVRE..................................................................................................... 17
4.1 PARTE TEÓRICA.............................................................................................................................. 18
4.2 PARTE EXPERIMENTAL................................................................................................................ 18
4.3 QUESTIONÁRIO.............................................................................................................................. 20
5 EXPERIMENTO: DETERMINAÇÃO DA ACELERAÇÃO DE UM ANEL................................ 21
5.1 PARTE TEÓRICA.............................................................................................................................. 21
5.2 PARTE EXPERIMENTAL................................................................................................................ 22
5.3 QUESTIONÁRIO.............................................................................................................................. 23
6 EXPERIMENTO – LANÇAMENTO HORIZONTAL..................................................................... 24
6.1 PARTE TEÓRICA.............................................................................................................................. 24
6.2 PARTE EXPERIMENTAL................................................................................................................ 25
6.3 QUESTIONÁRIO.............................................................................................................................. 27
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 28
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 29

TÓPICO 2 – CONSERVAÇÃO DE ENERGIA; MOMENTO LINEAR (COLISÕES).................. 31


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 31
2 EXPERIMENTO: CONSERVAÇÃO DE ENERGIA........................................................................ 31
2.1 PARTE TEÓRICA.............................................................................................................................. 32
2.1.1 Conservação da energia mecânica........................................................................................ 32
2.1.2 Energia cinética........................................................................................................................ 32
2.1.3 Energia potencial..................................................................................................................... 32
2.2 PARTE EXPERIMENTAL................................................................................................................ 33
2.3 QUESTIONÁRIO.............................................................................................................................. 34
3 EXPERIMENTO: COLISÕES ELÁSTICAS EM PÊNDULOS....................................................... 36
3.1 PARTE TEÓRICA.............................................................................................................................. 36
3.2 PARTE EXPERIMENTAL................................................................................................................ 37
3.3 QUESTIONÁRIO.............................................................................................................................. 40
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 42
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 43

VII
TÓPICO 3 – CINEMÁTICA E DINÂMICA DE ROTAÇÕES. EQUILÍBRIO
DE CORPOS RÍGIDOS.................................................................................................. 45
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 45
2 EXPERIMENTO: EQUILÍBRIO DOS CORPOS RÍGIDOS......................................................... 45
2.1 PARTE TEÓRICA .......................................................................................................................... 46
2.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 49
2.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 53
3 EXPERIMENTO: MÁQUINA DE ATWOOD................................................................................. 53
3.1 PARTE TEÓRICA .......................................................................................................................... 53
3.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 55
3.2 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 58
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................... 59
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 60

UNIDADE 2 – FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO........................................................ 61

TÓPICO 1 – OSCILAÇÕES.................................................................................................................. 63
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 63
2 EXPERIMENTO: PÊNDULO SIMPLES.......................................................................................... 64
2.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 64
2.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 65
2.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 68
3 EXPERIMENTO: PÊNDULO FÍSICO.............................................................................................. 68
3.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 69
3.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 70
3.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 73
4 EXPERIMENTO: CONSTANTE ELÁSTICA DE MOLAS........................................................... 73
4.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 73
4.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 75
4.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 79
RESUMO DO TÓPICO 1...................................................................................................................... 80
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 81

TÓPICO 2 – ESTÁTICA E DINÂMICA DE FLUIDOS .................................................................. 83


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 83
2 EXPERIMENTO: PRESSÃO DO AR E DENSIDADE DE LÍQUIDO........................................ 83
2.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 83
2.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 85
2.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 88
3 EXPERIMENTO: EMPUXO............................................................................................................... 88
3.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 89
3.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 90
3.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 92
4 EXPERIMENTO: DEMONSTRAÇÃO DA EQUAÇÃO DE BERNOULLI............................... 93
4.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 93
4.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 93
5 EXPERIMENTO: EQUAÇÃO DE BERNOULLI: VELOCIDADE DO FLUXO DE AR ......... 95
5.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 95
5.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 96
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 100
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 101

VIII
TÓPICO 3 – TERMOMETRIA E DILATAÇÃO TÉRMICA........................................................... 103
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 103
2 EXPERIMENTO: CONSTRUÇÃO DE UM TERMOSCÓPIO E TERMÔMETRO................. 103
2.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 103
2.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 104
2.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 108
3 EXPERIMENTO: DILATAÇÃO ....................................................................................................... 108
3.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 108
3.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 109
3.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 114
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................... 115
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 116

UNIDADE 3 – FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO........................................................ 117

TÓPICO 1 – CALORIMETRIA............................................................................................................ 119


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 119
2 EXPERIMENTO: DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA DE EQUILÍBRIO...................... 119
2.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 120
2.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 120
2.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 121
3 EXPERIMENTO: CALOR ESPECÍFICO DA ÁGUA.................................................................... 121
3.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 121
3.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 122
3.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 125
4 EXPERIMENTO: CALOR ESPECÍFICO DOS SÓLIDOS............................................................ 126
4.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 126
4.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 127
4.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 128
5 EXPERIMENTO: TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONDUÇÃO.................................... 129
5.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 129
5.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 130
5.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 131
6 EXPERIMENTO: TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO.................................. 131
6.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 131
6.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 132
6.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 135
RESUMO DO TÓPICO 1...................................................................................................................... 136
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 137

TÓPICO 2 – ESTUDO DOS GASES................................................................................................... 141


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 141
2 EXPERIMENTO: BALÃO À PROVA DE FOGO........................................................................... 142
2.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 142
2.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 142
2.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 145
3 EXPERIMENTO: PRESSÃO ATMOSFÉRICA – COMPRESSÃO DE UMA LATA................ 145
3.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 145
3.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 146
3.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 147
4 EXPERIMENTO: QUAL VELA SE APAGA PRIMEIRO?............................................................ 147
4.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 147

IX
4.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 148
4.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 149
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 150
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 151

TÓPICO 3 – TERMODINÂMICA....................................................................................................... 153


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 153
2 EXPERIMENTO: 1a LEI DA TERMODINÂMICA........................................................................ 154
2.1 PARTE TEÓRICA .......................................................................................................................... 154
2.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 154
2.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 156
3 EXPERIMENTO: 2ª LEI DA TERMODINÂMICA........................................................................ 157
3.1 PARTE TEÓRICA .......................................................................................................................... 157
3.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 158
3.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 159
4 EXPERIMENTO: MOTOR CASEIRO A VAPOR.......................................................................... 159
4.1 PARTE TEÓRICA............................................................................................................................ 159
4.2 PARTE EXPERIMENTAL.............................................................................................................. 160
4.3 QUESTIONÁRIO............................................................................................................................ 162
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................... 163
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 164

REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 167

X
UNIDADE 1

FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O


ENSINO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:

• comprovar experimentalmente os fenômenos ensinados na teoria;

• identificar de maneira correta os algarismos significativos de uma medida


obtidos por vários instrumentos, dando a eles extrema importância na
apresentação dos resultados;

• possibilitar a montagem de experimentos simples para estudantes de nível


básico;

• calcular a aceleração da gravidade;

• compreender os processos de transformação de energia potencial


gravitacional e energia cinética;

• compreender a dinâmica de rotação de um corpo.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles, você
encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.

TÓPICO 1 – INSTRUMENTOS DE MEDIDA; MOVIMENTO EM UMA E


DUAS DIMENSÕES; DINÂMICA DA PARTÍCULA

TÓPICO 2 – CONSERVAÇÃO DE ENERGIA; MOMENTO LINEAR


(COLISÕES)

TÓPICO 3 – CINEMÁTICA E DINÂMICA DE ROTAÇÕES; EQUILÍBRIO


DE CORPOS RÍGIDOS

1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1

INSTRUMENTOS DE MEDIDA; MOVIMENTO


EM UMA E DUAS DIMENSÕES; DINÂMICA DA
PARTÍCULA

1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Você já parou para pensar por que estudar Física? Por que
é extremamente importante compreender bem os conceitos estudados na teoria?
Por que muitos acham que a Física é uma disciplina muito complicada? Reflita!

A Física é uma disciplina tratada por muitos como algo impossível de


ser aprendida, mas garanto que não é. Em muitas áreas, tais como, engenharias,
metrologia, áreas da saúde etc., ela fornece a base para o entendimento de muitos
fenômenos, e isso requer que você tenha uma atenção especial. E para que esses
conceitos se tornem sólidos em sua mente, torna-se necessária a prática. A prática
abre a nossa mente na compreensão de muitos conceitos.

Para fazermos medidas de grandezas físicas, necessitamos de instrumentos


que nos deem a possibilidade de obtê-las. Nesta unidade, você terá a possibilidade
de, antes de tudo, aprender como manusear corretamente uma régua milimetrada
e centimetrada e um paquímetro. Muitas pessoas pensam que devemos usar
estes instrumentos de qualquer maneira, talvez seja por falta de conhecimento,
mas aqui você vai aprender sobre eles, pois existem regras para usá-los e para
apresentarmos as medidas das dimensões de um objeto. Elas devem sempre ser
obedecidas. Não se esqueça disso.

Estaremos também abordando práticas relacionadas à obtenção de


uma grandeza extremamente importante no estudo da Física, a aceleração da
gravidade no movimento de lançamento de objetos.

Então aproveite esta primeira parte e mãos à obra.

3
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

2 EXPERIMENTO: MEDIDAS COM RÉGUA MILIMETRADA


OBJETIVO

Ao término desta atividade você será capaz de:

- trabalhar com algarismos significativos;


- conhecer o procedimento de manuseio das réguas centimetradas e milimetradas;
- obter medições diretas de grandezas físicas;
- calcular o volume de um cilindro e área de uma placa retangular.

2.1 PARTE TEÓRICA


Quando um estudante está fazendo um exercício, geralmente após a
resolução, ele fica na dúvida de quantas casas decimais deverá ter o resultado.
É normal também que ele queira usar todas as casas decimais que a calculadora
oferece, pois talvez não tenha o conhecimento de que existem regras que
possibilitam escrever o seu resultado da maneira correta.

A medida experimental de uma grandeza física sempre apresenta um grau


de incerteza devido a vários fatores, tais como: imperfeições que os instrumentos
de medida possuem, variações incontroláveis durante as medidas, dificuldades
encontradas na leitura de valores fracionários menores que a menor divisão da
escala do instrumento, ou pode ser por limitações humanas. Desta forma, um
resultado experimental deve ser apresentado não apenas com um número real,
mas sim com um intervalo.

x = (x0 ± Δx) unidade onde x0 é o valor da quantidade medida; Δx é a


incerteza ou erro absoluto.

Entretanto, quando escrevemos o valor desta medida, como foi escrito


acima, temos que ter o cuidado com a quantidade de algarismos, pois devemos
prestar atenção ao instrumento de medida utilizado.

Chamamos de Algarismos Significativos (A.S.) aqueles algarismos


que conhecemos com exatidão em uma medida, mais um último algarismo
significativo chamado de duvidoso e que está relacionado com a resolução do
instrumento de medida utilizado. A partir do momento em que é detectado o
algarismo duvidoso, qualquer número após será desconsiderado, pois não
fornece informação prática alguma. Esses algarismos nos dão um significado real
e, portanto, fornecem alguma informação.

Suponhamos que você tenha uma placa retangular e queira encontrar as


suas dimensões usando uma régua milimetrada.

4
TÓPICO 1 | INSTRUMENTOS DE MEDIDA; MOVIMENTO EM UMA E DUAS DIMENSÕES; DINÂMICA DA PARTÍCULA

FIGURA 1 - MEDIÇÃO DO COMPRIMENTO COM A RÉGUA MILIMETRADA

FONTE: O autor

Ao mensurar o valor da base, podemos dizer que a medida vale 5,53 cm


ou 5,55 cm ou 5,56 cm. Os algarismos destacados em negrito não temos certeza
do valor correto, gerando dúvidas para definir o valor mais exato. Neste caso,
dizemos que a base tem três algarismos significativos.

Da mesma forma, ao mensurarmos a altura h, podemos propor os possíveis


resultados 1,85 cm ou 1,86 cm ou 1,87 cm. Os algarismos destacados em vermelho
também não temos certeza do valor correto, gerando dúvidas para definir o valor
mais exato. Neste caso, dizemos que a altura tem três algarismos significativos.

FIGURA 2 - MEDIDA DA ALTURA COM A RÉGUA MILIMETRADA

FONTE: O autor

5
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

Agora vamos pegar a placa e colocá-la ao lado de uma régua centimetrada.

FIGURA 3 - MEDIÇÃO DO COMPRIMENTO COM A RÉGUA CENTIMETRADA

O que
você
acha?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

FONTE: O autor

Ao mensurar o valor da base com esta régua, podemos dizer que a medida
vale 5,5 cm ou 5,6 cm. Neste caso, agora temos dúvidas na primeira casa decimal
(destacados em vermelho) para definir o valor mais exato. Desta forma, dizemos
que a base tem dois algarismos significativos. A mesma interpretação teríamos se
fôssemos medir a altura com a régua centimetrada.

Vejamos mais exemplos:

a) 17,4 cm – temos três A.S. sendo os números 1 e 7 valores exatos e o 4 é duvidoso.


b) 8,0 m/s2 – temos dois A.S. sendo o número 8 o valor exato e o 0 é duvidoso.
c) 6 N – temos 1 A.S. sendo ele próprio o duvidoso.
d) 3005,4 km – temos 5 A.S. sendo os números 3, 0, 0, 5 valores exatos e o 4 o
duvidoso.
e) 1,6.10-12 temos dois A.S.

2.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- Régua centimetrada e milimetrada


- Corpo de prova (cilindro)
- Uma peça retangular pequena
- Calculadora

6
TÓPICO 1 | INSTRUMENTOS DE MEDIDA; MOVIMENTO EM UMA E DUAS DIMENSÕES; DINÂMICA DA PARTÍCULA

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Cálculo do volume do cilindro

1- Escolha uma régua para fazer as medidas


2- Após a escolha, posicione a régua firmemente na lateral do cilindro para obter
o valor da sua altura

FIGURA 4 - MEDIDA DA ALTURA DO CILINDRO

FONTE: O autor

3- Posicione a régua firmemente na base do cilindro para obter o valor do seu


diâmetro.

FIGURA 5 - MEDIDA DO DIÂMETRO DO CILINDRO

FONTE: O autor

7
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

OBS.: Lembre-se de posicionar bem em frente à região onde será obtida


a medida.

4 - Anote os resultados no quadro a seguir obedecendo às regras de algarismos


significativos.

QUADRO 1 - DADOS OBTIDOS PARA ALTURA, DIÂMETRO E VOLUME DO CILINDRO

Instrumento Altura h (cm) Diâmetro D (cm) Volume (cm3)

Régua centimetrada

Régua milimetrada

FONTE: O autor

OBS.: O volume será obtido de forma indireta pela seguinte expressão:

 D2
V
4

Cálculo da área de uma placa retangular

1 - Escolha uma régua para fazer as medidas x e y da placa retangular.

FIGURA 6 - PLACA RETANGULAR

FONTE: O autor

2 - Após a escolha, posicione a régua firmemente na base da peça retangular


para obter o valor do comprimento x.

8
TÓPICO 1 | INSTRUMENTOS DE MEDIDA; MOVIMENTO EM UMA E DUAS DIMENSÕES; DINÂMICA DA PARTÍCULA

FIGURA 7 - PLACA RETANGULAR

FONTE: O autor

3 - Posicione a régua firmemente no outro lado da peça retangular para obter o


valor de y.

FIGURA 8 - PLACA RETANGULAR

FONTE: O autor

OBS.: Lembre-se de posicionar bem em frente à região onde será obtida a


medida, para evitar erros de paralaxe.

4 - Anote os resultados no quadro a seguir obedecendo às regras de algarismos


significativos.

9
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

QUADRO 2 - DADOS OBTIDOS PARA ALTURA, DIÂMETRO E VOLUME

Instrumento Altura y (cm) Base x (cm) Área (cm2)

Régua centimetrada

Régua milimetrada

FONTE: O autor

OBS.: A área da placa retangular será obtida de forma indireta pela


seguinte expressão:
A = x.y

2.3 QUESTIONÁRIO
1 - Com as réguas trabalhadas no experimento, qual delas apresenta uma melhor
precisão? Justifique.

2 - Quais são as suas propostas para melhorar a precisão da medida das


dimensões do cilindro?

3 - Determine os valores das medidas a seguir.

a) L = ______________________________

0 1 2 3 4

b) L = ______________________________

0 1 2 3 4

c) L = ______________________________ cm

0 1 2 3 4

10
TÓPICO 1 | INSTRUMENTOS DE MEDIDA; MOVIMENTO EM UMA E DUAS DIMENSÕES; DINÂMICA DA PARTÍCULA

d) L = ______________________________ cm

0 1 2 3 4

e) L = ______________________________ mm

f) L = ______________________________ mm

g) L = ______________________________ mm

h) L = ______________________________ mm

4 - Quais são as fontes de erros nesse experimento? É possível eliminá-las?

11
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

3 EXPERIMENTO: MEDIDAS COM O PAQUÍMETRO


OBJETIVO

Ao término desta atividade você será capaz de:


- conhecer os componentes do paquímetro;
- manusear o paquímetro;
- conhecer a resolução;
- determinar de forma indireta o volume de um cilindro.

3.1 PARTE TEÓRICA


O paquímetro é um dos instrumentos que oferece maior precisão quando
fazemos medidas de pequenos objetos, sendo possível obtermos de décimos a
centésimos de milímetros.

O paquímetro é constituído por uma régua milimetrada (escala fixa) junto


com um dispositivo chamado nônio ou vernier, que desliza sobre ela e que fornece
a melhor precisão no momento em que se está fazendo a medida. A Figura 4 nos
mostra essas escalas e também outros elementos que o constituem.

FIGURA 9 - COMPONENTES DO PAQUÍMETRO

FONTE: <http://ruruhnunes.blogspot.com.br/2015/11/partes-do-paquimetro.html>. Acesso em:


17 jan. 2018.

QUADRO 3 - ELEMENTOS QUE CONSTITUEM O PAQUÍMETRO

1. Orelha fixa 8. Encosto fixo

2. Orelha móvel 9. Encosto móvel

3. Nônio ou vernier em polegadas 10. Bico móvel

4. Parafuso de trava 11. Nônio ou vernier em milímetros

12
TÓPICO 1 | INSTRUMENTOS DE MEDIDA; MOVIMENTO EM UMA E DUAS DIMENSÕES; DINÂMICA DA PARTÍCULA

5. Cursor 12. Impulsor

6. Escala fixa em polegadas 13. Escala fixa em milímetros

7. Bico fixo 14. Haste de profundidade

FONTE: O autor

3.1.1 Usos do paquímetro

FIGURA 10 - INDICAÇÃO DE COMO FAZER MEDIÇÕES NO PAQUÍMETRO

FONTE: O autor

Mas como fazemos a medida da dimensão externa de um objeto? Vejamos


os seguintes passos.

OBS.: os números entre parêntesis se referem ao quadro e figura acima.

1 - Colocar o objeto encostado no encosto fixo (8).


2 - Colocar o encosto móvel (9) do nônio na outra face do objeto.
3 - Verificar com cuidado a posição do traço 0 do nônio em milímetros (11) em
relação à escala fixa para obter a medida da parte inteira.
4 - Para obter a medida decimal ou centesimal, verificar qual será o novo traço
do nônio em milímetros (11), a partir do zero, que se alinha com o traço da
escala fixa milimetrada (13).

OBS.: o procedimento para as medidas internas de uma peça e a


profundidade seguem da mesma maneira conforme a Figura 2.

13
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

A resolução de um instrumento é o menor valor que ele consegue medir.


É uma das primeiras observações que um experimentador deve fazer ao utilizá-lo
e, no paquímetro, é indicada no nônio. Porém, algumas vezes, essa indicação pode
estar apagada ou o fabricante não a forneceu, sendo necessário o experimentador
descobrir. Mas como devemos proceder para obtermos essa resolução?

PASSOS

1- Verificar o número de divisões do nônio, em milímetros ou polegadas.

2- Fazer a divisão da menor divisão da escala fixa pelo valor obtido no passo 1.

Vamos fazer alguns exemplos de medições.

a) Vemos que o zero do nônio está após o primeiro traço da escala fixa, obtendo
assim o valor inteiro 1,00 mm. Após essa medida, percorremos a escala do
nônio e verificamos que o traço correspondente ao número 3 é o primeiro que
está alinhado com o traço da escala fixa. Desta maneira, este valor é a primeira
parte decimal da medida e a medida se apresentará da seguinte forma:

FIGURA 11 – REPRESENTAÇÃO DE UMA MEDIDA COM O NÔNIO

FONTE: O autor

b) Vemos que o zero do nônio está alinhado com o quarto traço da escala fixa,
obtendo assim, o valor inteiro 4,00 mm. Após essa medida, percorremos a escala
do nônio e verificamos que o traço que está entre os números 9 e 10 é o primeiro
que está alinhado com o traço da escala fixa. Desta maneira, este valor é a primeira
parte decimal da medida e a medida se apresentará da seguinte forma:

4,00 mm + 0,95 mm  4,95 mm

14
TÓPICO 1 | INSTRUMENTOS DE MEDIDA; MOVIMENTO EM UMA E DUAS DIMENSÕES; DINÂMICA DA PARTÍCULA

FIGURA 12 – REPRESENTAÇÃO DE UMA MEDIDA COM O NÔNIO

FONTE: O autor

c) Nesse caso, o zero do nônio se encontra um pouco depois do valor inteiro 84,00
mm. Agora vemos que no nônio o traço que se alinha com a escala fixa se
encontra após o número 5 e, assim, ficaremos com 0,55m.

FIGURA 13 - REPRESENTAÇÃO DE UMA MEDIDA COM O NÔNIO

FONTE: O autor

3.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- Paquímetro
- Corpo de prova (cilindro)
- Calculadora

15
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Cálculo do volume de um cilindro

1 - Segure o paquímetro com a mão direita.

2 - Coloque o cilindro entre os bicos fixo e móvel do paquímetro e aperte o


parafuso da trava para medir a altura.

FIGURA 14 - MEDIÇÕES DA ALTURA DO CILINDRO COM O PAQUÍMETRO

FONTE: O autor

3 - Coloque o cilindro entre os bicos fixo e móvel do paquímetro, conforme a


figura a seguir, apertando o parafuso da trava para medir o diâmetro.

FIGURA 15 - MEDIÇÕES DO DIÂMETRO DO CILINDRO COM O PAQUÍMETRO

FONTE: O autor

16
TÓPICO 1 | INSTRUMENTOS DE MEDIDA; MOVIMENTO EM UMA E DUAS DIMENSÕES; DINÂMICA DA PARTÍCULA

4 – Anote os resultados no quadro a seguir.

QUADRO 4 - MEDIDAS DA ALTURA E DIÂMETRO COM O PAQUÍMETRO E VOLUME OBTIDO

Instrumento Altura (h) Diâmetro (D) Volume (V)


Paquímetro

FONTE: O autor

O volume será calculado com a seguinte equação:

 D2
V
4

3.3 QUESTIONÁRIO
1- Qual é a menor fração em milímetros apresentada no paquímetro usado neste
experimento?

2- Quais são as dificuldades encontradas ao fazer medições com o paquímetro?

3- Quais são as diferenças entre as medidas obtidas com uma régua milimetrada
e o paquímetro?

4- Usando o resultado do experimento de medidas com a régua milimetrada,


calcule o erro percentual na obtenção do volume do cilindro com a do
paquímetro. Que resultados você espera obter?

5- Se você tivesse um pedaço de cano, como mediria o valor do diâmetro interno?


Explique.

6- Quais são as fontes de erros nesse experimento? É possível eliminá-las?

7- Explique por que é importante fazer uma medição usando um paquímetro do


que usar uma régua milimetrada.

4 EXPERIMENTO – QUEDA LIVRE


OBJETIVOS

- neste experimento estudaremos o movimento da queda de um corpo e suas


características;
- estimar o valor da aceleração gravitacional local;
- determinar a velocidade de um objeto quando chega no chão.

17
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

4.1 PARTE TEÓRICA


Foi Galileu quem estudou, corretamente, pela primeira vez, a queda de
corpos próximos da superfície terrestre e concluiu que todos os corpos em queda
livre, isto é, sem o efeito da resistência do ar, têm a mesma aceleração, denominada
aceleração da gravidade (g), independentemente das suas massas. O valor da
aceleração da gravidade é característico do campo gravitacional da Terra (ou de
outro planeta, satélite etc.), não dependendo das características do corpo que se
movimenta, e varia com a latitude e a longitude. Ao nível do mar e à latitude de 45°,
este valor na Terra é igual a 980,66 cm/s² (aproximadamente 981 cm/s²).

FIGURA 16 - CORPO EM QUEDA LIVRE


y

h
P

x
FONTE: O autor

Supomos um objeto em queda livre (v0= 0), que cai de uma altura h para o
referencial da Figura 16. O espaço percorrido e a velocidade adquirida pela esfera
no instante t é

gt 2
h= h = (equação horária da altura)
2
v = gt (equação horária da velocidade)

4.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS

01 Tripé de ferro com sapatas niveladoras.


01 Cronômetro digital ou cronômetro do celular.
01 Uma haste de alumínio.
01 Esfera de aço. (Se possível com diâmetros diferentes)
01 Saquinho para contenção das esferas de aço.
01 Cilindro.

18
TÓPICO 1 | INSTRUMENTOS DE MEDIDA; MOVIMENTO EM UMA E DUAS DIMENSÕES; DINÂMICA DA PARTÍCULA

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Alinhe o objeto de modo a que ele possa atingir o centro do saquinho de


contenção.

2- Fixe um valor para a altura inicial h0 (medida em relação à base do tripé). É


a altura máxima de queda do objeto nessa experiência, portanto é um valor
“grande”. Meça a altura através da régua graduada. Coloque o valor medido
no Quadro 5.

3- Deixe o objeto cair da altura h0, e anote no quadro o 1º valor do tempo de queda
t1 registrado pelo cronômetro. Deixe cair o objeto mais duas vezes da mesma
altura, e anote os valores dos tempos t2 e t3. Coloque os valores no quadro a
seguir.

4- Repita o mesmo procedimento do item 3 para sete alturas menores que a


anterior.

QUADRO 5 - MEDIDAS DA ALTURA E DO TEMPO DE QUEDA PARA O OBJETO 1

Altura (cm) t1 t2 t3 t2 t2

Objeto 1: ______________________________________________________________
FONTE: O autor

QUADRO 6 - MEDIDAS DA ALTURA E DO TEMPO DE QUEDA PARA O OBJETO 2

Altura (cm) t1 t2 t3 t2 t2

Objeto 2: ______________________________________________________________
FONTE: O autor

19
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

4.3 QUESTIONÁRIO
1- Com os resultados dos tempos, calcule os valores médios do tempo ( t )2 para
cada altura, e escreva-os no quadro.

2- Calcule os valores dos tempos médios ao quadrado ( t 2 ) para cada altura e


escreva no Quadro 5 e Quadro 6 os resultados obtidos.

3- Faça no computador e no papel milimetrado o gráfico H em função de t.

2
4- Faça no computador e no papel milimetrado o gráfico H em função de t .

2
5- Usando a coluna de H e t para cada quadro, encontre a equação da melhor
reta obtida pela Regressão linear (y = mx + n) e construa o gráfico no papel
milimetrado para os dois objetos usados no experimento.

6- Ao encontrar a melhor reta, retire o coeficiente angular m, faça a igualdade e


obtenha a aceleração da gravidade experimental em cm/s2 para os dois objetos
usados no experimento usando a equação a seguir:

gexp
gexp 1 ____________________
= m= gexp 2 ____________________
2

7- Determine o erro percentual entre a aceleração da gravidade obtida


experimentalmente e o valor padrão 981 cm/s² para cada objeto escolhido.

g exp − g
E% = ⋅100% = ...............% OBJETO 1
g
g exp − g
E% = ⋅100% = ...............% OBJETO 2
g
8- Ao estudar o movimento de queda livre neste experimento, o que você pode
concluir com os resultados encontrados para a aceleração da gravidade?

9- Existe a possibilidade de melhorarmos o resultado encontrado para a


aceleração da gravidade?

10- Qual seria a diferença se tivéssemos usado um cronômetro digital


acompanhado de sensores na largada e chegada do objeto ao chão em relação
ao cronômetro digital usado no celular?

20
TÓPICO 1 | INSTRUMENTOS DE MEDIDA; MOVIMENTO EM UMA E DUAS DIMENSÕES; DINÂMICA DA PARTÍCULA

11- O tempo de queda livre para cada objeto varia em função das suas massas?
Justifique.

12- Quais são as fontes de erros nesse experimento? É possível eliminá-las?

13- No experimento de queda livre, você teve a oportunidade de encontrar a


aceleração da gravidade usando uma pequena esfera. Se você fosse realizar o
mesmo experimento com uma folha de papel não amassada e a soltasse na posição
horizontal, teria condições de determinar a aceleração da gravidade? Justifique.

5 EXPERIMENTO: DETERMINAÇÃO DA ACELERAÇÃO


DE UM ANEL
OBJETIVO: determinar a aceleração do anel.

5.1 PARTE TEÓRICA


A cinemática é o estudo do movimento dos corpos. Só consideramos
os corpos de pequenas dimensões para que eles sempre sejam assimilados aos
pontos chamados de celulares. As quantidades físicas da cinemática são:  tempo,
posição, velocidade e aceleração.

Estudar o movimento de um móvel significa:

• encontrar a relação x(t) entre a posição e o tempo;


• encontrar a relação V(t) entre velocidade e tempo.

Existem classificações de possíveis movimentos para um móvel,


dependendo da direção e os valores (intensidade) de sua aceleração, porém, neste
experimento iremos tratar o caso em que a aceleração de um anel deslizando em
um fio liso é constante em direção e intensidade, o que caracteriza um movimento
retilíneo uniformemente variado (MRUV). Isso significa que o módulo da
velocidade aumenta ou diminui valores iguais em intervalos de tempo iguais.

A função da velocidade em relação ao tempo de um móvel em MRUV é a


expressão matemática que fornece a velocidade v desse móvel em qualquer instante
t. Para obter essa função, é necessário inicialmente estabelecer o referencial adequado.

v0 v

Ela é escrita da seguinte forma:

V(t) = V0 + at

21
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

at 2
E a posição ocupada pelo anel é dada por x( t )  x0  v0 t 
2
Onde x0 é a posição inicial, v0 é a velocidade inicial e a é a aceleração.

5.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAL NECESSÁRIO

• 1 cronômetro digital (disponível em alguns modelos de telefone celular).


• 1 trena ou fita métrica.
• 1 anel.
• 1 fio de náilon fino.
• Fita adesiva.
• Óleo de cozinha ou óleo de máquina.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Amarre o fio de náilon em um local com H = 1 metro de altura (PONTO A) ou


mais em relação ao chão.

FIGURA 17 - MONTAGEM DO FIO DE NÁILON

FONTE: O autor

2- Pegue o óleo e passe-o no fio de náilon para que o mesmo possa oferecer pouca
resistência quando o anel deslizar sobre ele. OBS.: Procure sempre deixar o
ambiente limpo.

3- Passe o óleo no anel para diminuir o atrito no deslizamento ao longo do fio.

4- Passe o fio de náilon pelo orifício do anel.

22
TÓPICO 1 | INSTRUMENTOS DE MEDIDA; MOVIMENTO EM UMA E DUAS DIMENSÕES; DINÂMICA DA PARTÍCULA

5- Amarre a outra extremidade do fio de náilon no solo (PONTO B).

6- Prepare o anel para ser solto no PONTO A; prepare um cronômetro e zere-o;


abandone o anel, acionando simultaneamente o cronômetro.

7- Registre o intervalo de tempo gasto pelo anel para percorrer o comprimento L


= 2,00 m de extensão do fio.

8- Repita os procedimentos 6 e 7 pelo menos quatro vezes e obtenha uma média


para o intervalo de tempo.

5.3 QUESTIONÁRIO
1- Registre os tempos obtidos em cada medida e o respectivo tempo médio no
quadro abaixo.

QUADRO 7 - REGISTRO DOS TEMPOS, DISTÂNCIAS E ACELERAÇÃO

Tempo (s) Distância percorrida (m) Aceleração (m/s2)


Tempo 1 = L= a1=
Tempo 2 = L= a2=
Tempo 3 = L= a3=
Tempo 4 = L= a4=
Tempo médio = L= amédia=

FONTE: O autor

2- Encontre a aceleração para cada instante usando a equação a seguir:

at 2
x( t )  x0  v0 t 
2

OBS.: v0= 0 m/s (o anel é solto do repouso); x0 = 0 (podemos considerar que


o local onde o anel foi solto é a origem) e x será a distância L percorrida no fio. A
aceleração média será obtida por meio da seguinte equação:

a1  a2  a3  a4
amédia 
4

3- Encontre a velocidade com que o anel chegará no ponto B usando a equação

V(t) = V0 + at

OBS.: Use o tempo médio e as informações do item 2.

23
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

4- Será que é possível melhorar a obtenção do tempo de percurso? Forneça


propostas.

5- Será que se diminuirmos os atritos no fio de náilon haverá um aumento na


aceleração? Justifique.

6- Quando realizamos um experimento, não podemos acreditar no resultado de


apenas uma medida. Por que é de suma importância realizarmos o experimento
diversas vezes para obtermos o valor mais provável (média aritmética) a ser
utilizado nos cálculos da medida de uma determinada grandeza?

7- O que aconteceria com o valor da aceleração se você mudasse apenas a posição


do ponto B? Refaça os procedimentos para a comprovação da sua análise.

8- O valor da aceleração encontrado nos dois casos seria o mesmo ou diferente


se você mudasse a massa do anel? Justifique.

9- Quais são as fontes de erros nesse experimento? É possível eliminá-las?

10- Como você explicaria o movimento de descida do anel? Era mesmo para
ele descer?

11- Se o movimento do anel ao descer pela corda é com aceleração constante, por
que foram encontrados valores diferentes para cada medida?

6 EXPERIMENTO – LANÇAMENTO HORIZONTAL


OBJETIVOS

- obter o alcance horizontal e o tempo de queda;


- determinar experimentalmente a aceleração da gravidade.

6.1 PARTE TEÓRICA


O movimento do projétil é o movimento de um objeto lançado ou
projetado no ar, sujeito apenas à aceleração da gravidade. O objeto é chamado
de projétil, e seu caminho é chamado de trajetória. O movimento de objetos
caindo é um tipo de movimento de projétil simples e unidimensional, em que
não há movimento horizontal. Neste experimento, consideramos o movimento
de projétil bidimensional, como o de um futebol ou outro objeto para o qual a
resistência do ar é insignificante. Podemos trabalhar com o arranjo experimental
aqui esquematizado, em que a esfera é lançada horizontalmente em sua saída

24
TÓPICO 1 | INSTRUMENTOS DE MEDIDA; MOVIMENTO EM UMA E DUAS DIMENSÕES; DINÂMICA DA PARTÍCULA

da rampa. Conhecendo os valores da altura H e do alcance x, podemos estudar


a cinemática do movimento do projétil (esfera) e determinar experimentalmente
a velocidade da esfera ao final da rampa. Para tanto, é importante lembrar que,
nesse caso, a componente horizontal da velocidade vx é constante (MRU) e a
componente vertical vy varia uniformemente (MRUV), ou seja, são independentes
e sendo uma das características mais importantes dos movimentos ao longo dos
eixos perpendiculares.

A equação da altura em função do tempo nos possibilitará encontrar o


tempo de queda e se apresenta da seguinte maneira:

gt 2
H=
2

Conhecendo o tempo de queda é possível calcular o módulo da


componente vertical vy no momento em que o projétil toca a folha de papel
usando a seguinte equação:

vy = gt

Com o alcance horizontal e o tempo de queda, é possível determinar o módulo


da componente horizontal da velocidade (vx) do móvel usando a equação abaixo:

x
vx =
t

6.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAL NECESSÁRIO

Para a realização desse experimento é necessário usar os seguintes materiais:

• Régua milimetrada
• Tripé
• Esfera metálica
• Papel carbono: usado para medir o alcance da esfera, marcando os pontos de
onde ela bate
• Papel seda ou papel ofício: usado para marcar o ponto onde a esfera bate na
bancada
• Fita adesiva: utilizada para fixar a folha de ofício na mesa.

25
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

FIGURA 18 - CONJUNTO TRIPÉ, E BOLA METÁLICA. FOLHA DE MARCAÇÃO (OFÍCIO) E O


PAPEL CARBONO

FONTE: O autor

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Coloque o tripé numa mesa junto com a plataforma de lançamento.


2- Coloque uma marcação bem abaixo do ponto onde a esfera irá abandonar
a plataforma (aqui você poderá marcar com uma fita adesiva na linha AB
conforme a Figura 18).

3- Sob a linha AB fixe uma folha de papel branco na mesa onde será registrado o
ponto em que o projétil a tocará.
4 - Sobre a folha em branco fixe uma folha de papel carbono.
5 - Com a trena ou régua, meça a altura h do pé da rampa (plataforma de
lançamento) até a mesa.
6 - Verifique se o tripé está nivelado usando um nivelador para garantir que o
lançamento seja horizontal (componente y da velocidade nula).
7 - Posicione a esfera no ponto de onde partirá (fornecido pelo professor) e a solte.
Registre quatro medidas de tempo para essa altura h obtendo uma média e o
alcance x para cada instante medido (depois tire uma média xm também).

OBS.: o alcance x é a distância entre o ponto x0 e a marca que a esfera fez


no papel (veja a Figura 18).
8 - Varie a altura a cada 10 cm e repita o item 7 para cada uma delas. (OBS.: para
cada altura solte a esfera no mesmo lugar escolhido para o lançamento ao
longo da plataforma).
26
TÓPICO 1 | INSTRUMENTOS DE MEDIDA; MOVIMENTO EM UMA E DUAS DIMENSÕES; DINÂMICA DA PARTÍCULA

6.3 QUESTIONÁRIO
1- Escreva as expressões matemáticas para o lançamento horizontal.

2- Determine a expressão matemática para o cálculo da velocidade, Vexp, quando


o objeto chega no chão.

3- Preencha o quadro a seguir com os dados obtidos no experimento.

QUADRO 8 - REGISTRO DA ALTURA, TEMPO DE QUEDA E ALCANCE OBTIDO

Medida Altura (cm) Tempo (s) Alcance (cm)


1
2
3
4

FONTE: O autor

4- Determine o valor experimental da gravidade para cada altura e depois


obtenha uma média e faça a análise de erros com o valor padrão ao nível do
mar e à latitude de 45°, g = 9,81 m/s2.

5- Com o alcance médio e o tempo médio obtido para cada altura, encontre a
velocidade horizontal de lançamento, com a sua respectiva incerteza, para
cada altura usada no experimento.

6- Usando a conservação de energia mecânica, determine para cada altura a


velocidade com que a esfera chega no chão.

7- Coloque todas essas medidas em um quadro.

8- Se no experimento de lançamento horizontal tivéssemos uma esfera com uma


massa duas vezes maior do que você usou, o seu resultado para a aceleração
da gravidade seria o mesmo? Justifique.

9- Quais são as fontes de erros nesse experimento? É possível eliminá-las?

27
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu a:

• Trabalhar com a régua milimetrada para medir corretamente as dimensões de


um objeto.

• Trabalhar com o paquímetro e sua importância numa medida comparada com


a régua milimetrada.

• Obter a aceleração da gravidade no movimento de queda livre e também no


lançamento horizontal.

• Analisar o movimento uniformemente acelerado no movimento de descida


no anel.

28
AUTOATIVIDADE

1 O paquímetro é um instrumento que fornece medidas das dimensões


de um objeto com muito mais precisão do que uma régua milimetrada.
Mas muitos estudantes não sabem que inicialmente ele foi inventado
pelo matemático português  Pedro Nunes (1502-1578) muito tempo atrás
e depois foi aprimorado pelo matemático francês Pierre Viernier (1584-
1638), fornecendo explicações mais detalhadas para a leitura do nônio,
possibilitando leituras de até centésimos de milímetros. Para fazer estudo
da dilatação, um estudante estava interessado em medir o diâmetro de um
disco pequeno. Com isso, ele foi a um laboratório de Física e utilizou um
paquímetro. Entre as alternativas a seguir, qual delas apresenta a possível
leitura apresentada pelo instrumento utilizado?

a) ( ) 10,96 mm.
b) ( ) 5,9 mm.
c) ( ) 8 mm.
d) ( ) 2,9663 mm.
e) ( ) 4,9 mm.

2 O movimento de queda livre ocorre quando um corpo é solto a partir de uma


certa altura h permitindo que a força da gravidade atue sobre ele, sendo sua
velocidade inicial igual a zero. O seu movimento é uniformemente acelerado
com aceleração igual à da gravidade, caso a resistência do ar não seja levada
em conta, representada pela letra g que aumenta a velocidade do corpo,
sendo então positiva. O valor da aceleração experimentada por qualquer
massa depende de onde eles estão localizados conforme a tabela a seguir.
Se assumirmos que a aceleração em queda livre não varia com a altitude,
então o movimento vertical de um objeto em queda livre é equivalente ao
movimento com aceleração constante, porém, no vácuo, todos os corpos
tendem a cair com a mesma velocidade.

Latitude g (m/s2)
0 9,78030
10 9,78186
20 9,78634
30 9,79321
40 9,80166
50 9,81066
60 9,81914
70 9,82606
80 9,83058
90 9,83216

29
A partir do exposto acerca do movimento de queda livre, avalie as
afirmações a seguir, assinalando a alternativa CORRETA:

a) ( ) O movimento de queda livre é caracterizado pela queda dos corpos


com velocidade inicial diferente de zero.
b) ( ) O movimento de queda livre é caracterizado pela queda dos corpos
com velocidade inicial nula.
c) ( ) O movimento de queda livre é caracterizado pela queda dos corpos
com aceleração diferente da gravidade.
d) ( ) O movimento de queda livre é caracterizado pela queda dos corpos
sujeito a resistência do ar e força peso.

3 O lançamento horizontal de um corpo é um movimento em que a velocidade


de lançamento possui uma direção horizontal no momento em que é lançado
e, logo depois, ele assume uma trajetória parabólica devido à aceleração da
gravidade. Este tipo de movimento é utilizado em muitas situações, tais
como, lançamento de uma bomba por um avião de guerra, água saindo na
lateral de uma garrafa furada etc. Após o lançamento, a velocidade resultante
de um corpo assume duas componentes, uma vertical e outra horizontal,
onde cada uma possui determinadas características importantes para a
descrição do seu movimento. Com isso, qual das alternativas corresponde
ao real comportamento dessas componentes?

a) ( ) Na vertical temos um movimento uniformemente variado e retardado


e na horizontal um movimento uniforme.
b) ( ) Na vertical temos um movimento uniformemente variado e acelerado e
na horizontal um movimento uniforme.
c) ( ) Na vertical temos um movimento uniforme e na horizontal um
movimento variado.
d) ( ) Na vertical e horizontal temos um movimento uniforme.
e) ( ) Na vertical temos um movimento uniforme e na horizontal um
movimento uniformemente variado e acelerado.

30
UNIDADE 1
TÓPICO 2

CONSERVAÇÃO DE ENERGIA; MOMENTO


LINEAR (COLISÕES)

1 INTRODUÇÃO
Energia é um termo muito utilizado pelas pessoas. Necessitamos de
energia para poder sobreviver, realizar alguma atividade etc. Mas você sabe o
que é energia?

Muitos tentam definir como a capacidade que um sistema físico tem de


realizar algum trabalho. Mas essa definição não nos dá a real compreensão do
seu significado. Neste tópico iremos verificar experimentalmente a conversão de
uma forma de energia em uma outra. Essas energias que serão trabalhadas são:
energia cinética e energia potencial gravitacional.

Você verá um dos princípios mais importantes da Física, que é a Conservação


da Energia Mecânica. Esse princípio nos diz que se houver apenas forças conservativas
atuando sobre um objeto, a soma da energia cinética com a energia potencial
gravitacional será constante em qualquer ponto do movimento do objeto.

Um outro princípio muito importante que será abordado é o Princípio da


Conservação do momento linear, que diz que se houver apenas forças internas
atuando em um sistema, o momento linear será constante. O sistema estudado
será dois pêndulos simples constituídos com um corpo de mesma massa cada
que irão se colidir e transferir momento linear de um para o outro corpo.

2 EXPERIMENTO: CONSERVAÇÃO DE ENERGIA


OBJETIVO

- entender experimentalmente o conceito de energia potencial gravitacional e


calculá-lo;
- relacionar as transformações entre as energias potencial gravitacional e cinética;
- comprovar a conservação da energia mecânica.

31
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

2.1 PARTE TEÓRICA


Quando um corpo se move, algumas grandezas, como sua posição e
velocidade, variam no tempo. Mas é interessante e útil considerar coisas que não
mudam. A energia total é uma quantidade que não muda; nós dizemos que é
conservada ou se mantém constante durante o movimento. Existem várias formas
de energia com as quais você pode estar familiarizado, como energia solar, nuclear,
elétrica e térmica. Neste experimento investigaremos dois tipos de energia: energia
cinética e energia potencial gravitacional. Você realizará um experimento que
demonstra a conservação da energia mecânica total de um sistema.

2.1.1 Conservação da energia mecânica


A energia mecânica total E de um sistema é definida como a soma da
energia cinética Ec e energia potencial gravitacional Epot do sistema. Na ausência
de forças não conservativas, como atrito ou resistência do ar, a energia mecânica
total permanece constante e dizemos que ela é conservada. Se Ec1, Epot1, Ec2, Epot2 são
as energias cinética e potencial em dois locais diferentes 1 e 2, respectivamente, a
conservação da energia mecânica leva à seguinte expressão matemática:

Ec1 + Epot1 = Ec2 + Epot2

A conservação da energia mecânica é uma das leis fundamentais da


física, que também é uma ferramenta muito poderosa para resolver problemas
complexos em mecânica.

2.1.2 Energia cinética


A energia cinética Ec é a energia que um corpo tem porque está em
movimento. Quando o trabalho é feito em um objeto, o resultado é uma mudança
na energia cinética do objeto, e essa energia cinética é dada por

mV 2
Ec =
2

2.1.3 Energia potencial


Um objeto pode ter energia em virtude de sua posição por causa do
trabalho feito para colocá-lo lá. O objeto é dito ter energia potencial gravitacional
Epot. A energia potencial gravitacional, com que nos preocuparemos nesta
experiência, depende da massa do objeto, da aceleração devida à gravidade e
da sua localização. É importante lembrar que ela só é definida em relação a uma
localização, que pode ser escolhida arbitrariamente (isto é, por conveniência)
sem afetar o movimento subsequente do corpo. Por exemplo, se um objeto for

32
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO DE ENERGIA; MOMENTO LINEAR (COLISÕES)

mantido a 1/2 metro acima de uma mesa e a mesa estiver a 1 metro acima do chão,
a energia potencial do objeto tem um valor relativo ao topo da mesa e um valor
maior em relação ao chão.

Adotando a superfície da Terra como um nível de referência, a energia


potencial gravitacional de um objeto é dada por

Epot = mgt

onde g é a aceleração da gravidade local, m é a massa do objeto, e h é a


altura acima do nível de referência escolhido.

FIGURA 19 - CORPO EM QUEDA LIVRE MOSTRANDO A TROCA DE ENERGIA POTENCIAL


GRAVITACIONAL EM ENERGIA CINÉTICA
y

h
P

x
FONTE: O autor

2.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAL NECESSÁRIO

- 1 carrinho
- 1 rampa
- Balança
- Cronômetro
- Régua milimetrada

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Meça a massa do carrinho.


2- Meça a distância D percorrida sobre a rampa.
3- Fixe a extremidade da rampa no ponto B e depois incline-a com uma altura h
e a mantenha fixa com um suporte em baixo.
4- Posicione o carrinho deslizante sobre a rampa no ponto A.
5- Zere o cronômetro.
6- Registre o tempo de descida (faça este procedimento no mínimo cinco vezes
para reduzir os erros e obtenha a média dos tempos para cada altura).

33
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

FIGURA 20 - CARRO NO PLANO INCLINADO MOSTRANDO A TROCA DE ENERGIA POTENCIAL


GRAVITACIONAL EM ENERGIA CINÉTICA

FONTE: O autor

2.3 QUESTIONÁRIO
1- Registre as alturas e os respectivos tempos obtidos no quadro a seguir.

QUADRO 9 - DADOS DA ALTURA E TEMPO MÉDIO

Altura (m) Tempo (s) Altura (m) Tempo (s)


t1 = t1 =
t2 = t2 =
t3 = t3 =
t4 = t4 =
h1 =___________ h2 =____________
Tempo médio Tempo médio
tm = tm =

Altura (m) Tempo (s) Altura (m) Tempo (s)


t1 = t1 =
t2 = t2 =
t3 = t3 =
t4 = t4 =
h3 =___________ h4 =____________
Tempo médio Tempo médio
tm = tm =

FONTE: O autor

34
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO DE ENERGIA; MOMENTO LINEAR (COLISÕES)

2- Com os dados obtidos no Quadro 9, determine o valor para a aceleração e a


velocidade quando o carrinho chegar no ponto B.

QUADRO 10 - REGISTROS DE VELOCIDADE


Velocidade (m/s) Aceleração (m/s2) Velocidade (m/s) Aceleração (m/s2)

V1 =_______ a1 = ________ V2 =_______ a2 = ________

Velocidade (m/s) Aceleração (m/s2) Velocidade (m/s) Aceleração (m/s2)

V3 =_______ a3 = ________ V4 =_______ a4 = ________

FONTE: O autor

3- Com os resultados dos itens 1 e 2, complete o quadro a seguir com os


respectivos valores da energia potencial gravitacional e energia cinética. Use
g = 9,81 m/s2

QUADRO 11 - REGISTROS DE ENERGIA POTENCIAL E ENERGIA CINÉTICA

Energia potencial gravitacional (J) Energia Cinética (J)


Ponto A Ponto B
Epg1 = Ec1 =
Epg2 = Ec2 =
Epg3 = Ec3 =
Epg4 = Ec4 =
FONTE: O autor

4- O que você observou nos resultados da energia potencial gravitacional e


energia cinética? Era esperado esse resultado? Justifique.

5- A energia mecânica se conserva?

6- Quais são as fontes de erros nesse experimento? É possível eliminá-las?

7- O que você faria para melhorar as medidas?

8- Como você classificaria o movimento do carrinho no plano inclinado?

9- Se este experimento fosse realizado em um ambiente de gravidade zero, o que


aconteceria?

10- A inclinação do plano inclinado influencia no valor da aceleração?


35
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

3 EXPERIMENTO: COLISÕES ELÁSTICAS EM PÊNDULOS


OBJETIVO

- Determinar a velocidade de uma esfera antes de uma colisão


- Verificar a conservação de energia
- Verificar a conservação do momento linear

3.1 PARTE TEÓRICA


Uma colisão é definida como o choque entre duas ou mais partículas. No
dia a dia podemos encontrar muitos casos de colisão, por exemplo: dois carros se
chocam durante um acidente, um chute numa bola de futebol, bolas de bilhar etc.

No momento da colisão temos forças agindo um contra o outro (forças


internas) e essas forças possuem uma intensidade extremamente alta que atuam
durante um intervalo de tempo pequeno, então pode ser mostrado pela aplicação
das 2ª e 3ª Leis de Newton que o momento linear total do sistema de massas não
será alterado pela colisão. Dizemos que há conservação do momento linear.

O momento linear p1 de um objeto de massa m1 e velocidade v1 é dado por


p1 = m1. v1 enquanto o momento linear p2 de um objeto de massa m2 e velocidade
v2 é dado por p2 = m2. v2. Em um sistema que consiste em dois objetos do momento
p1 e p2, o momento linear total antes da colisão é:

Pantes = m1. v1 + m2. v2

FIGURA 21 - MOVIMENTO DOS OBJETOS ANTES DA COLISÃO

FONTE: O autor

Se duas massas se colidem, em geral, as suas velocidades serão alteradas


para: v1' e v2', respectivamente, e o momento total depois da colisão será dado por:

Pdepois = m1. v’1 + m2. v’2

36
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO DE ENERGIA; MOMENTO LINEAR (COLISÕES)

FIGURA 22 - MOVIMENTO DOS OBJETOS APÓS A COLISÃO

FONTE: O autor

De acordo com o princípio da conservação do momento linear, o momento


linear total não será alterado pela colisão, portanto

Pantes = Pdepois

que é:

m1 v1 + m 2 v 2 = m1 v1′ + m 2 v 2′
Supondo que as massas são iguais e a esfera 2 em repouso imediatamente
antes da colisão temos:

v1 = v’1 + v’2

Usando esta expressão da conservação da energia cinética tanto antes


quanto depois do choque, chegaremos à conclusão de que a esfera 2 começará a
se movimentar e a esfera 1 ficará parada, transferindo toda sua energia cinética
para a esfera 2.

3.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS
- Duas esferas de mesma massa
- Fios
- Régua milimetrada
- Balança

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Amarre uma extremidade dos fios no ponto indicado na figura.

37
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

FIGURA 23 - ESTRUTURA PARA OS PÊNDULOS

FONTE: O autor

2- Amarre as esferas na outra extremidade de cada fio conforme a figura. Não


esqueça de deixar os fios com o mesmo comprimento determinado pelo
professor.

FIGURA 24 - PÊNDULOS COM A MESMA MASSA

FONTE: O autor

3- Meça a altura h1 que as esferas terão em relação à base quando elas estiverem
na posição A.

38
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO DE ENERGIA; MOMENTO LINEAR (COLISÕES)

FIGURA 25 - MEDIDA DA ALTURA h1

FONTE: O autor

4- Levante a esfera 1 de uma altura h (ponto B) em relação à base de acordo com


a figura e meça-a.

FIGURA 26 - MEDIDA DA ALTURA h

FONTE: O autor

1- Solte a esfera 1 e verifique o que acontece.

2- Mude a altura h da esfera 1 e verifique o que acontece.

39
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

3.3 QUESTIONÁRIO
1- Registre as alturas obtidas pela esfera 1 no quadro a seguir.

QUADRO 12 - MEDIDAS DAS ALTURAS


Medida Altura h1 (cm) Altura h (cm)
1
2
3
4
FONTE: O autor

2- Calcule a velocidade da esfera 1 imediatamente antes de colidir com a esfera 2


e registre no quadro a seguir. Use g = 981 cm/s2

QUADRO 13 - MEDIDAS DAS VELOCIDADES DA ESFERA 1 ANTES DA COLISÃO


Medida Velocidade da esfera 1 (cm/s)
1
2
3
4

FONTE: O autor

3- Com o resultado das velocidades, calcule o momento linear das esferas


imediatamente antes da colisão e registre-as no quadro a seguir.

QUADRO 14 - MEDIDAS DOS MOMENTOS LINEARES DAS ESFERAS ANTES DA COLISÃO

Medida Momento linear (kg.cm/s) Momento linear (kg.cm/s)


Esfera 1 Esfera 2
1
2
3
4

FONTE: O autor

4- Após a colisão, registre no quadro a seguir para cada medida, a altura atingida
pela esfera 2.

40
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO DE ENERGIA; MOMENTO LINEAR (COLISÕES)

QUADRO 15 - MEDIDAS DAS ALTURAS DA ESFERA 2 DEPOIS DA COLISÃO

Medida Altura da esfera 2 (cm)


1
2
3
4
FONTE: O autor

5- Com o resultado obtido no item 4, o que você pode afirmar em relação ao tipo
de colisão sofrida pelas esferas?

6- Você acha que houve uma possível conservação de energia?

7- Se houve conservação de energia, registre no quadro a seguir o valor da


velocidade da esfera 2 imediatamente APÓS a colisão para cada medida. Use
g = 981 cm/s2

QUADRO 16 - MEDIDAS DAS VELOCIDADES DA ESFERA 2 APÓS A COLISÃO


Medida Velocidade da esfera 2 (cm/s)
1
2
3
4

FONTE: O autor

8- Considere agora três esferas iguais (volume e massa) presas em um pêndulo


em repouso, conforme o experimento. O que aconteceria se levantássemos
uma das esferas uma certa altura e soltássemos? Justifique a sua resposta.

41
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu a:

• Entender experimentalmente o conceito de energia potencial gravitacional e


como calculá-lo.

• Relacionar as transformações entre as energias potencial gravitacional e


cinética.

• Comprovar a conservação da energia mecânica.

• Determinar a velocidade de uma esfera antes de uma colisão.

• Verificar a conservação de energia.

• Verificar a conservação do momento linear.

42
AUTOATIVIDADE

1 A conservação de energia é um princípio da física segundo o qual a energia


de corpos ou partículas em interação em um sistema fechado permanece
constante, ou seja, não se altera. Uma das primeiras formas de energia que
podemos considerar é a energia cinética. Em certas colisões de partículas,
chamadas elásticas, a soma da energia cinética antes da colisão é igual à soma
da energia cinética após a colisão. Quando a energia cinética de um corpo
está diminuindo enquanto viaja para cima contra a força da gravidade, ela
é convertida em energia potencial gravitacional, ou energia armazenada,
que por sua vez é convertida de volta em energia cinética conforme o corpo
acelera durante seu retorno à Terra. Quando consideramos a energia total
adquirida pelo corpo, entra o conceito de energia mecânica, que é a soma
da energia cinética com a energia potencial gravitacional, que permanece
constante em qualquer ponto da trajetória do corpo quando não há forças
dissipativas.

De acordo com o texto, qual afirmação abaixo é verdadeira?

a) ( ) Em um sistema isolado, livre de forças dissipativas, a energia mecânica


se conserva.
b) ( ) Em um sistema isolado, possuindo forças dissipativas, a energia
mecânica se conserva.
c) ( ) Em um sistema isolado, livre de forças dissipativas, a energia cinética
permanece constante quando um objeto está caindo.
d) ( ) Em um sistema isolado, a energia potencial de um corpo permanece
constante durante a queda.
e) ( ) Em um sistema isolado, a energia cinética aumenta quando o corpo é
lançado para cima.

2 Dentre muitas leis de conservação na natureza, uma das leis mais poderosas
da física é a lei da conservação do momento linear. Esta lei é definida da
seguinte forma: “Para uma colisão que ocorre entre o objeto 1 e o objeto 2
em um sistema isolado, o momento linear total dos dois objetos antes da
colisão é igual ao momento linear total dos dois objetos após a colisão. Ou
seja, o momento linear perdido pelo objeto 1 é igual ao momento linear
ganho pelo objeto 2.” Esta definição nos diz que o momento total de uma
coleção de objetos (um sistema) é conservado – isto é, a quantidade total
de momento é um valor constante ou imutável. Numa colisão temos três
classificações: perfeitamente elástica, parcialmente elástica e a inelástica.
Para estas classificações, quais das alternativas abaixo se referem à colisão
perfeitamente elástica?

43
a) ( ) O momento linear total do sistema de dois objetos livre de forças
externas sempre muda.
b) ( ) A soma das energias cinéticas antes e após a colisão é a mesma.
c) ( ) Não há mudança nas velocidades de cada objeto após a colisão.
d) ( ) Os objetos ficam juntos após a colisão.
e) ( ) O momento linear não se conserva.

44
UNIDADE 1
TÓPICO 3

CINEMÁTICA E DINÂMICA DE ROTAÇÕES.


EQUILÍBRIO DE CORPOS RÍGIDOS

1 INTRODUÇÃO
Caro estudante! Você acaba de chegar a uma das etapas importantes desta
unidade, em que estudará a rotação de um corpo em torno de um eixo.

Em muitas situações do nosso dia a dia encontramos estruturas grandes


que estão em rotação, tais como: roda gigante, turbina em um gerador de energia.
Mas também encontramos estruturas em que a rotação não pode acontecer, tais
como: pontes, estrutura de ferro de um prédio etc. Todas essas situações envolvem
conceitos de equilíbrio rotacional e dinâmica rotacional.

Ao estudar este tema você será capaz de entender as leis de Newton, que
são aplicadas nestas situações, pois dão a compreensão de como as forças atuam
nestas estruturas. Essas forças criam torques, que nos dizem como as forças
afetam o equilíbrio e a taxa de rotação de um objeto.

Outra grandeza de extrema importância que irá estudar é o Momento de


Inércia de um corpo. Esta grandeza está relacionada à inércia de rotação de um
corpo e o seu valor depende da localização do eixo no corpo. Tudo isso você vai
estudar nesta unidade, colocando em prática as leis que determinam o movimento
de um corpo em rotação, e isso fará o conteúdo ficar mais claro em sua mente. Vá
em frente e mãos à obra!

2 EXPERIMENTO: EQUILÍBRIO DOS CORPOS RÍGIDOS


OBJETIVO

- estudar as condições que devem ser satisfeitas para que um objeto rígido esteja
em equilíbrio total.

45
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

2.1 PARTE TEÓRICA


Quando estamos trabalhando na obtenção de grandezas físicas, como
o comprimento, as dimensões de determinados objetos podem ou não afetar a
medição. Quando não afeta ou é desprezível, dizemos que o objeto é um ponto
material, porém, quando as dimensões não podem ser desprezadas, dizemos que
ele é considerado um corpo extenso.

Um corpo rígido é definido como um objeto que tem tamanho e forma


que não se alteram do ponto de vista macroscópico. Ou seja, as posições relativas
das suas partículas constituintes permanecem constantes.

Quando uma força F é aplicada em um corpo rígido, podemos ter rotação
ou não, pois depende do ponto de aplicação da força em relação a um eixo de
rotação.

Definimos momento de uma força como uma grandeza que indica a


capacidade da força de fazer um corpo rotacionar em torno de um eixo de rotação.
Matematicamente é definido como:
  
M=r×F

Em módulo teremos

M = rFsen (θ )
Onde:

r é a distância do ponto de aplicação da força até o eixo de rotação;

θ é a inclinação entre o vetor força F e o vetor posição;
F é a força aplicada.


FIGURA 27 - UMA FORÇA F SENDO APLICADA EM UM CORPO RÍGIDO PARA
COLOCÁ-LO EM ROTAÇÃO

FONTE: O autor

46
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA E DINÂMICA DE ROTAÇÕES. EQUILÍBRIO DE CORPOS RÍGIDOS

Quando várias forças são aplicadas em um corpo, cada uma delas terá
o seu respectivo momento, e o momento resultante será a soma vetorial do
momento de cada força.

Por convenção, quando uma força tende a girar o objeto no sentido anti-
horário, atribuímos um sinal positivo (+) ao seu momento.


FIGURA 28 - UMA FORÇA F SENDO APLICADA EM UM CORPO RÍGIDO: ROTAÇÃO
ANTI-HORÁRIO

FONTE: O autor

Quando o corpo tende a girar ou rotacionar no sentido horário, atribuímos


um sinal negativo (-) ao seu momento.


FIGURA 29 - UMA FORÇA F SENDO APLICADA EM UM CORPO RÍGIDO: ROTAÇÃO HORÁRIO

FONTE: O autor

47
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

A condição de equilíbrio estático de um corpo rígido é um tema muito estudado


tanto experimental quanto teoricamente, pois é muito utilizado na Física e
também na Engenharia Civil. As condições para que um corpo rígido esteja em
equilíbrio são que a soma das forças externas que atuam sobre um corpo rígido
deve ser igual a zero,


F R
0

∑ F = 0; ∑ F = 0 e ∑ F = 0
x y z

e é conhecida como a Primeira Condição de Equilíbrio.

A segunda condição de equilíbrio diz que a soma vetorial dos momentos


ou torques das forças que atuam em um corpo é nula, conforme a equação a seguir.


∑M R
=0

Vejamos como podemos determinar o braço de alavanca:

FIGURA 30 - CORPO RÍGIDO EM EQUILÍBRIO

FONTE: O autor

F 1 . x1 - F 2 . x2 = 0 ⇒ F1 . x1 = F2 . x2

Esta equação possibilitará a determinação do braço de alavanca x1 ou x2

48
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA E DINÂMICA DE ROTAÇÕES. EQUILÍBRIO DE CORPOS RÍGIDOS

2.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- 1 suporte de equilíbrio para a barra


- Barra com vários furos
- Ganchos
- Massas
- 1 massa de metal pequena e desconhecida

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Parte A

Verificação da intensidade do torque com a velocidade angular.

1- Coloque a barra de madeira com o seu centro fixado no suporte conforme a


figura a seguir.

FIGURA 31 - MONTAGEM DA BARRA

FONTE: O autor

2- Escolha um determinado furo perto do eixo de rotação para estudar o efeito de


rotação do corpo suspenso.

3- Coloque, no furo escolhido, o gancho 1 com uma massa. (Nomeie os ganchos


para facilitar o estudo). Aqui temos como exemplo o gancho 1 no segundo furo
do lado direito do eixo de rotação.

49
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

FIGURA 32 - MONTAGEM DA BARRA COM O SUPORTE PERTO DO EIXO DE ROTAÇÃO

FONTE: O autor

4- Sem mudar a posição do gancho 1, adicione gradativamente massa nele,


registrando o que acontece.

5- Agora mude a posição do gancho 1 para ficar mais distante do eixo de rotação
e coloque apenas uma massa nele e verifique o que acontece.

FIGURA 33 - MONTAGEM DA BARRA COM O SUPORTE LONGE DO EIXO DE ROTAÇÃO

FONTE: O autor

6- Nesta nova posição do gancho 1 mais distante do eixo, adicione gradativamente


mais massas nele para verificar o que acontece.

50
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA E DINÂMICA DE ROTAÇÕES. EQUILÍBRIO DE CORPOS RÍGIDOS

Parte B
Determinação do braço de alavanca

1- Coloque a barra de madeira na sua posição de equilíbrio com o seu centro


fixado no suporte conforme a figura.

FIGURA 34 - MONTAGEM DA BARRA COM O SUPORTE

FONTE: O autor

2- Coloque o gancho 1 com uma massa na extremidade esquerda e meça a


distância x até o centro (braço de alavanca).

FIGURA 35 - DETERMINAÇÃO DO BRAÇO DE ALAVANCA X (LADO ESQUERDO)

FONTE: O autor

51
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

3- Coloque o gancho 2 com uma massa na extremidade direita e mesma distância


x usada para o gancho 1 obtida no item anterior, conforme a Figura 36. Neste
caso a barra ficará com os dois ganchos em cada extremidade.

FIGURA 36 - DETERMINAÇÃO DO BRAÇO DE ALAVANCA X (LADO DIREITO)

FONTE: O autor

4- Adicione outra massa no gancho 2 e verifique o que acontece.

FIGURA 37 - DETERMINAÇÃO DA ROTAÇÃO DA BARRA

FONTE: O autor

52
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA E DINÂMICA DE ROTAÇÕES. EQUILÍBRIO DE CORPOS RÍGIDOS

5- Mude o gancho 2 para uma posição qualquer do lado direito da barra para ver
o que acontece.

6- Com o gancho 2 do item 5, encontre uma nova posição para que a barra fique
em equilíbrio. Esta nova posição será o novo braço de alavanca do gancho 2.
(OBS.: Lembrando que aqui o gancho 2 deve estar com mais de uma massa).

2.3 QUESTIONÁRIO
1- Como você definiria um corpo rígido?

2- Quando um corpo extenso está sujeito à ação de forças de resultante não nula,
o que poderá acontecer com ele?

3- Como você definiria o braço de alavanca? Ele é importante? Justifique.

4- Quando aplicamos uma força no eixo de rotação da barra do experimento, ela


vai rotacionar? Justifique o motivo.

5- Quais são as condições para que um corpo rígido fique em equilíbrio?

6- Quais são as fontes de erros nesse experimento? É possível eliminá-las?

3 EXPERIMENTO: MÁQUINA DE ATWOOD


OBJETIVO

Estudar o movimento de rotação da polia e determinar o seu momento


de inércia.

3.1 PARTE TEÓRICA


A máquina Atwood é um dispositivo simples inventado em 1784 pelo
matemático inglês George Atwood, que consiste em dois pesos suspensos, de
massas m1 e m2, em extremidades opostas de uma corda ideal (ou seja, sem massa
e não esticada) passando em torno de uma polia, como esboçado na figura a
seguir. Suponha que a polia tem um momento de inércia I e raio R (no local onde
a corda passa em torno dela), que os rolamentos da polia em seu eixo não têm
atrito e que a corda não escorrega na polia.

53
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

FIGURA 38 - MÁQUINA DE ATWOOD

a T1 T2

T1

a
m1 T2

m2
m1g

h
m2g

FONTE: O autor

A segunda Lei de Newton aplicada para o movimento de translação dos


blocos ficará:

Corpo m1 m1g - T1 = m1a (1)

Corpo m2 T2 - m2g = m2a (2)

Para a polia devemos considerar o movimento de rotação sem deslizamento


do fio. Então, a segunda Lei de Newton para a rotação da polia será dada por:

 R
= la
T1 . R - T2 . R = la

Porém a = aR. Então


a
T1 . R - T2 . R = 1
R

54
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA E DINÂMICA DE ROTAÇÕES. EQUILÍBRIO DE CORPOS RÍGIDOS

a
(3)
T1 - T2 = I
R2
Unindo as equações (1), (2) e (3) teremos que a aceleração será dada por

a
m 1
 m2  g
(4)
 m1  m2   RI2

A aceleração também pode ser obtida mediante a equação da posição em


função do tempo no movimento uniformemente variado.

at 2 (5)
h=
2

a grandeza I é chamada de momento de inércia que está relacionada à


resistência ou à dificuldade em colocar um objeto em rotação em torno de um eixo.

Unidades no Sistema Internacional de Unidades (SI)

• h – altura em metros • g – aceleração da gravidade em m/s2


• t – tempo em segundos • I – momento de inércia em kg.m2
• a – aceleração em m/s2 • R – raio da polia em metros
• m – massa em quilogramas

3.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAL NECESSÁRIO

- 1 roldana (polia) com gancho


- 1 massa de 100 g
- 3 massas de 50 g
- 2 massas de 25 g
- 2 suportes para as massas
- 1 Corda
- 1 Régua milimetrada
- Cronômetro

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Monte a estrutura conforme a figura a seguir, colocando uma massa m1 = 50 g


e m2 = 25 g.

55
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

FIGURA 39 - DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE REFERÊNCIA PARA A ALTURA h

a
m1

h m2

FONTE: O autor

2- Coloque a massa m1 a uma altura de h = 60 cm em relação à base (nível de


referência).

3- Meça quatro medidas de tempo de queda para a massa m1 = 50 g. Registre-as no


quadro abaixo e obtenha uma média. Faça o mesmo procedimento para as outras
massas indicadas. OBS.: Mantenha m2 igual a 25 g para todas as medidas.

QUADRO 17 - DADOS DE MASSA E TEMPO MÉDIO


Tempo medido (s) Tempo medido (s)
Medida 1 Medida 2
t1 = t1 =
t2 = t2 =
m1 = 0,050 kg m1 = 0,100 kg
t3 = t3 =
t4 = t4 =

Tempo médio (s) t= Tempo médio (s) t=

56
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA E DINÂMICA DE ROTAÇÕES. EQUILÍBRIO DE CORPOS RÍGIDOS

Tempo medido (s) Tempo medido (s)


Medida 3 Medida 4
t1 = t1 =
t2 = t2 =
m1 = 0,150 kg m1 = 0,200 kg
t3 = t3 =
t4 = t4 =

Tempo médio (s) t= Tempo médio (s) t=


FONTE: O autor

4- Com o tempo médio obtido para cada medida, calcule a aceleração dos blocos
usando a equação 5 e preencha o quadro a seguir.

QUADRO 18 - DADOS DE ALTURA, TEMPO DE QUEDA E ACELERAÇÃO

Grandeza Física Medida 1 Medida 2 Medida 3 Medida 4


Altura h (m)

Tempo médio t =(s)


Aceleração a (m/s2)

FONTE: O autor

5- Pegue a régua milimetrada e meça o diâmetro D da polia usada no experimento.


D
O raio R será obtido fazendo R = .
2
R= _________________________ (m)

57
UNIDADE 1 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

7- Com os resultados anteriores e reorganizando a equação (4) isolando o


momento de Inércia I, preencha o quadro a seguir com os valores encontrados
usando a equação que segue.

  m1  m2  g 
I  R2    m1  m2  
 a 

QUADRO 19 - MOMENTO DE INÉRCIA CALCULADO PARA CADA MEDIDA

Grandeza Física Medida 1 Medida 2 Medida 3 Medida 4 Valor médio


Momento de I
Inércia (kg. m/s2)
I

FONTE: O autor

8- Meça a massa M da polia e com o raio R obtido no item 5 encontre o Momento


de inércia usando a equação a seguir:

MR 2
I=
2

9- Encontre o erro relativo entre os resultados obtidos para o momento de inércia


dos itens 6 e 7 usando a equação a seguir.

 I - I 
Errorelativo =  x 100%=____________________________
I

3.2 QUESTIONÁRIO
1- Por que dizemos que não pode haver deslizamento do fio na polia?

2- Se você utilizasse outros objetos com diferentes formatos geométricos, mas


com a mesma massa dos objetos usados neste experimento, iria encontrar a
mesma aceleração ou um valor diferente? Justifique.

3- Se você fizesse este experimento com outra polia de raio diferente, o que
aconteceria com a aceleração?

4- Qual é o significado físico do momento de inércia?

5- Se os corpos suspensos com massa m1 = m2, tivessem a mesma massa, o que


aconteceria?

58
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu a:

• Calcular o momento de uma força que é a grandeza responsável pela capacidade


de uma força girar um corpo.

• Medir o braço de alavanca.

• Verificar as condições de equilíbrio de um corpo rígido que diz que a soma


de todas as forças aplicadas em um corpo rígido deve ser nula e a soma dos
momentos das forças com relação a um ponto.

• Calcular o momento de inércia de uma polia pela segunda Lei de Newton para
a rotação.

59
AUTOATIVIDADE

1 O momento de uma força ou torque está relacionado com a “capacidade”


que ela tem de provocar uma rotação de um corpo em torno de um eixo
de rotação. Uma das aplicações mais comuns ocorre na Engenharia Civil,
na análise do equilíbrio de uma estrutura, projetos de pontes etc. Mas para
que o corpo gire em torno de um determinado eixo é necessário que a força
seja aplicada em um ponto fora do eixo e que seja considerada apenas a
componente perpendicular a essa distância, pois a componente tangencial
não provoca a rotação do corpo. Com isso, para termos FACILIDADE para
rotacionar um corpo, devemos aplicar uma força:

a) ( ) Distante do eixo de rotação.


b) ( ) No eixo de rotação.
c) ( ) Próximo do eixo de rotação.
d) ( ) Nula.
e) ( ) Numa direção paralela à distância ao eixo de rotação.

2 A Máquina de Atwood é um dispositivo básico de laboratório de física usado


para demonstrar princípios básicos de dinâmica da rotação. A máquina
utiliza uma polia, uma corda e um sistema de massas m1 e m2. Em muitas
áreas da Engenharia Civil a máquina de Atwood é utilizada para facilitar
no transporte de materiais para locais mais altos. Quando desprezamos as
características da polia. como sua massa e raio. a aceleração dos blocos é
m  m2
dada por a  1 com m1 > m2. Se considerarmos a massa da polia, como
m1  m2
se comportará a aceleração dos blocos?

a) ( ) A aceleração aumentará.
b) ( ) A aceleração diminuirá.
c) ( ) A aceleração não será alterada.
d) ( ) A aceleração se duplicará.
e) ( ) A aceleração será nula.

60
UNIDADE 2

FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O


ENSINO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:

• comprovar experimentalmente os fenômenos ensinados na teoria;

• obter a aceleração da gravidade através do estudo das oscilações do


pêndulo simples;

• obter o momento de inércia de uma barra;

• possibilitar a montagem de experimentos simples para estudantes de


nível básico;

• obter a densidade de um líquido;

• compreender o comportamento dos fluidos em equilíbrio e movimento.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles, você
encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.

TÓPICO 1 – OSCILAÇÕES

TÓPICO 2 – ESTÁTICA E DINÂMICA DE FLUIDOS

TÓPICO 3 – TERMOMETRIA E DILATAÇÃO TÉRMICA

61
62
UNIDADE 2
TÓPICO 1

OSCILAÇÕES

1 INTRODUÇÃO
Olá, caro acadêmico, como foi o trabalho com a Unidade 1? Esperamos
que tenha gostado e aumentado mais ainda o seu desejo de colocar o conteúdo
aprendido em prática.

Nesta Unidade 2, estaremos trabalhando também com assuntos que estão


relacionados com o seu dia a dia. Dentre eles podemos citar: pêndulo simples,
molas, termômetros, dilatação dos objetos.

Nestes experimentos, você vai poder obter a aceleração da gravidade g


por meio do estudo das oscilações. Irá também determinar a constante elástica de
uma mola que permitirá a compreensão dos diferentes tipos de molas que temos,
desde as que são utilizadas nos cadernos até as molas utilizadas nos amortecedores
de carros. Também aprenderá a construir o seu próprio termômetro caseiro.

Tenha em mente que estes experimentos foram preparados para


proporcionar uma visão experimental do conteúdo que é abordado em sala
de aula. Portanto, use-o como um dos guias para ajudar na construção do seu
conhecimento através das atividades experimentais. Esteja à vontade para propor
novas ideias.

Então, vamos trabalhar?

63
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

2 EXPERIMENTO: PÊNDULO SIMPLES


OBJETIVO

Ao término desta atividade, você será capaz de:

- Obter a aceleração da gravidade.


- Analisar a relação entre comprimento L do fio e período T.

2.1 PARTE TEÓRICA


O pêndulo simples é constituído de uma massa M suspensa por um leve
fio inextensível de comprimento L que oscila em um plano vertical, sob a ação da
gravidade (Figura 1). Ele é um dos sistemas muito utilizados para a obtenção da
aceleração da gravidade g afastando-o de uma pequena distância da posição de
equilíbrio e soltando. Uma das dificuldades que podemos encontrar no registro
do tempo de oscilação é oferecida pela resistência do ar, que faz com que, a cada
oscilação, a distância aumente entre o ponto de largada e a nova posição que a
massa M terá quando completar a volta. Isso mostra que o pêndulo nunca vai ficar
oscilando para sempre e tenderá a parar com o tempo. Uma das maneiras para
diminuir essas dificuldades, mas não 100%, é afastá-lo da posição de equilíbrio a
uma distância equivalente a 10% do comprimento L do fio do pêndulo. Com isso,
podemos obter um valor aproximado do período T registrando o tempo de várias
oscilações e obtendo uma média para termos um resultado mais confiável, pois a
resistência do ar tem uma influência muito pequena.

A equação aproximada que relaciona o período T, gravidade g e o


comprimento L do fio é dada por:

FIGURA 1 - (A) PÊNDULO SIMPLES NA SUA POSIÇÃO DE EQUILÍBRIO; (B) MASSA M OSCILANDO
ENTRE AS POSIÇÕES A E B

FONTE: O autor
64
TÓPICO 1 | OSCILAÇÕES

2.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- 1 Barbante
- 2 massas de 50 g
- Suportes
- Régua
- 1 Cronômetro

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Meça 1,0 m de fio.

2- Prenda uma extremidade do fio no suporte e, na outra extremidade, amarre a


massa de 50 g.

OBS.: - Deverá ter 1,0 m entre o suporte e a massa, conforme o desenho


a seguir. - Não amarre a extremidade do fio no suporte. Apenas faça voltas para
ficar firme.

FIGURA 2 - PÊNDULO SIMPLES NA SUA POSIÇÃO DE EQUILÍBRIO

FONTE: O autor

3- Para o comprimento de 1,00 m e massa de 50,0 g, afaste-os 10,0 cm (10% do


comprimento do fio) da posição de equilíbrio, conforme a figura abaixo.

65
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

FIGURA 3 - PÊNDULO SIMPLES OSCILANDO

FONTE: O autor

4- Registre o tempo das 15 oscilações (voltas). Faça duas medidas, obtenha a


média desse tempo e encontre o período T no quadro a seguir.

OBS.: Uma oscilação ocorre quando o pêndulo sai da posição A, vai para
a posição B e retorna para a posição A.

QUADRO 1 - DADOS OBTIDOS PARA TEMPO DE OSCILAÇÃO, PERÍODO E COMPRIMENTO


L = 1,00 m

Massa (kg)

Tempo (15 voltas) t1= t2=

tmédio(s) 15 voltas

Período T (s)

Comprimento L (m)

FONTE: O autor

66
TÓPICO 1 | OSCILAÇÕES

5- Para esta etapa aumente o comprimento do pêndulo a cada 10,0 cm e, para


cada comprimento, registre o tempo das 15 oscilações no quadro a seguir.

QUADRO 2 - MEDIDAS TEMPO MÉDIO, PERÍODO PARA OUTROS COMPRIMENTOS L


Medida L (m) tmédio (s) (N = 15 voltas) Período T (s)

1 1,00
2 1,10
3 1,20
4 1,30
5 1,40

FONTE: O autor

OBS.: O período T será obtido de acordo com a seguinte equação

Tempo das N voltas


T=
Número de voltas (N)

6- Usando a equação do período do pêndulo simples, determine o valor da


aceleração da gravidade para cada medida.

QUADRO 3 - MEDIDAS DE PERÍODO E ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE PARA CADA


COMPRIMENTO L

Medida L (m) Período T (s) g (m/s2)

1 1,00 g1=
2 1,10 g2=
3 1,20 g3=
4 1,30 g4=
5 1,40 g5=
FONTE: O autor

7- Obtenha o valor médio da aceleração da gravidade usando a equação a seguir:

g1 + g 2 + g 3 + g 4 + g 5 _________________ m/s2
g= =
5
8- Com os dados do comprimento L e do período T para cada medida, construa
uma tabela com as variáveis L e T2 e faça o gráfico, no papel milimetrado, de T2
versus L.

67
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

9- Com o gráfico T2 versus L, determine o coeficiente angular b da reta e encontre


a aceleração da gravidade obtida a partir do gráfico usando a equação abaixo.
Iremos chamá-la de ggraf.

4π 2
g graf =
b

10- Calcule a margem de erro para os valores de gravidade encontrados em


relação à gravidade g ao nível do mar e à latitude de 45 igual a 9,81 m/s²
aproximadamente.

g-g
Errorelativo 1 = x 100=______________________
g
g graf -g
Erroreelativo 1 = x 100=______________________
g

2.3 QUESTIONÁRIO
1- O que aconteceria com o período de um pêndulo simples se o mesmo fosse
levado à Lua e lá colocado a oscilar? Justifique.

2- O que aconteceria com o período obtido neste experimento para cada


comprimento se a massa do corpo suspenso mudasse?

3- Por que foi necessário fazer o registro de muitas voltas para obter o período T
do pêndulo simples?

4- Por que o gráfico T2 versus L nos fornece uma reta?

5- Ao calcular os erros relativos, qual deles apresentou um valor menor? Você


esperava este resultado? Justifique.

3 EXPERIMENTO: PÊNDULO FÍSICO


OBJETIVO

- Determinar o momento de inércia de uma barra.


- Verificar o comportamento da oscilação e do momento de inércia do pêndulo
físico quando mudamos o eixo de rotação.

68
TÓPICO 1 | OSCILAÇÕES

3.1 PARTE TEÓRICA


Um pêndulo físico é um sólido rígido de forma arbitrária que pode oscilar
em um plano vertical em torno de um eixo perpendicular a um plano que contém
seu centro de massa.

O ponto de intersecção do eixo com o referido plano é chamado de ponto de


suspensão O. A posição de equilíbrio é aquela em que o centro de massa (CM) está na
mesma vertical e abaixo do ponto de suspensão. A Figura 4 mostra, esquematicamente,
um sólido de pequena espessura usado como um pêndulo físico.

FIGURA 4 - PÊNDULO FÍSICO OSCILANDO

FONTE: O autor

As oscilações ocorrem como resultado de desvios da posição de equilíbrio


e assim o peso do corpo, aplicado em seu centro de massa, produz um momento
em relação ao ponto de suspensão que tende a restaurá-lo para a posição de
equilíbrio. O momento em relação ao ponto de suspensão O é dado por:
  
  d  ( mg )

onde d é a distância entre o centro de massa (CM) e o ponto de suspensão


O e m é a massa do corpo. O módulo deste momento pode ser escrito como:

 = - mgdsen ( )

69
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

O sinal negativo indica que é um momento que faz com que o corpo volte
para a sua posição de equilíbrio, isto é, atuando na direção oposta às variações
angulares. Este momento pode ser relacionado por meio da equação fundamental
da dinâmica de rotação com a aceleração angular α do pêndulo e seu momento
de inércia I em relação ao ponto de suspensão. Em forma escalar a equação que
os relaciona é:

τ = la

A frequência angular deste pêndulo físico é dada por

mgd
ω=
l

que nos leva à seguinte equação do período de oscilação que será utilizada
neste experimento para determinarmos o momento de inércia da barra.

I
T = 2π
mgd

3.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- 1 barra de madeira
- 1 régua milimetrada
- 1 cronômetro
- Lápis

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Pegue uma barra de madeira e faça três furos igualmente espaçados, conforme
a figura a seguir, registrando o comprimento dAB, dBC e L.

FIGURA 5 - ESTRUTURA DA BARRA

FONTE: O autor

70
TÓPICO 1 | OSCILAÇÕES

2- Com um suporte, coloque o ponto A da barra de maneira a ficar pendurada e


que possa oscilar com segurança.

FIGURA 6 - BARRA NO SUPORTE

FONTE: O autor

3- Coloque a barra de madeira para oscilar com amplitude pequena (pequena


inclinação em relação à vertical) e meça o tempo de 10 oscilações.

4- Repita o procedimento 3 mais três vezes para a obtenção do tempo das 10


oscilações e registre-os no quadro a seguir.

QUADRO 4 - MEDIDAS DO TEMPO

Medida Tempo de 10 oscilações no furo A


1 t1 =
2 t2 =
3 t3 =
4 t4 =
FONTE: O autor

5- Obtenha o valor médio dos tempos registrados no procedimento 4.


t1 + t 2 + t3 + t4
t=
4

71
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

6- Com o tempo médio do procedimento 5, determine o período de oscilação da


barra obtido para o furo A, que chamaremos de TA
t
TA = =
10

7- Repita os procedimentos 3, 4, 5 e 6 posicionando o furo B da barra no suporte.


Aqui o período da barra será chamado de TB

QUADRO 5 - MEDIDAS DO TEMPO


Medida Tempo de 10 oscilações no furo B
1 t1 = t
TB = =___________
2 t2 = 10
3 t3 =
4 t4=

FONTE: O autor

8- Com o resultado do procedimento 6 e 7, determine o momento de inércia I da


barra e registre no quadro a seguir.

QUADRO 6 - DADOS PARA O PERÍODO, DISTÂNCIA E MOMENTO DE INÉRCIA PARA


CADA FURO

Período T(s) Distância (m) Momento de Inércia I (kg.m2)


Furo A TA= dAC= IA=
Furo B TB= dBC= IB=

FONTE: O autor

9 Com as distâncias dAC, dBC, m e L, calcule o momento de Inércia I A, e I B, usando


as equações a seguir:

mL2
I A, = 2
+ mdAC = _____________________
12

mL2
I B, = 2
+ mdBC = _____________________
12

10 Calcule o erro relativo para o momento de inércia obtido experimentalmente


no procedimento 8 em relação ao obtido no procedimento 9.

72
TÓPICO 1 | OSCILAÇÕES

lA - lA,
Errorelativo 1 = x 100% = ______________________  furo A 
lA,
lB - lB,
Errorelativo 2 = x 100% = ______________________  furo B 
lB,

3.3 QUESTIONÁRIO
1- Como você define a grandeza física momento de inércia?

2- Quando mudamos o eixo de rotação de uma barra o momento de inércia muda?


Justifique.

3- Em que ponto da barra é mais fácil para oscilar?

4- Quando você colocou a barra presa no furo A neste experimento, pôde


encontrar o seu momento de inércia em relação a esse ponto. Se você pegar
uma outra barra com o mesmo comprimento, furando-a na extremidade (furo
A), porém com uma massa maior, o momento de inércia permanece o mesmo?
Caso contrário, justifique.

4 EXPERIMENTO: CONSTANTE ELÁSTICA DE MOLAS


OBJETIVOS

a) Obter a constante elástica de uma mola.


b) Obter a constante elástica equivalente de molas associadas em série e paralelo
pelo método estático.

4.1 PARTE TEÓRICA


A Lei de Hooke está relacionada com a intensidade da força aplicada
a uma mola ou objeto elástico e a deformação (comprimento de alongamento
ou compressão) provocada por esta força, sendo grandezas diretamente
proporcionais. Quanto maior a força aplicada a um objeto elástico, mais
deformação (estiramento ou compressão) existe. Com menos força aplicada,
haverá menos deformação na mola. A fórmula da Lei de Hooke é F = kx onde
"F" é a força aplicada, "k" é a constante de força da mola, e "x" é a quantidade de
deformação em metros.

73
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

Um elástico se comporta de acordo com a Lei de Hooke. Quando o elástico


é puxado (força aplicada), ele estica e a força é proporcional ao alongamento
do elástico. Quanto mais força houver, mais alongamento. Com menos força, o
elástico não estica tanto. Depois que uma pessoa aplica uma força ao elástico
puxando-a e começa a soltá-la, diminuindo a força aplicada, o alongamento do
elástico torna-se menor. Portanto, a força aplicada é proporcional à quantidade
de deformação no elástico. Na figura 7, quando o corpo é pendurado, a força
peso faz com que a mola seja deformada até uma posição de equilíbrio onde ela
se iguala à força elástica.

P = Felástica

FIGURA 7 - MONTAGEM DA MOLA SUSPENSA COM UM CORPO DE MASSA M

X0
X

FONTE: O autor

Existem basicamente dois tipos de deformação:

Deformação elástica: quando a tensão é removida, o material retorna


à dimensão que tinha antes da aplicação da carga. A deformação é reversível,
não permanente.

Deformação plástica: isso ocorre quando uma grande força é aplicada a


um material. A força é tão grande que, quando removida, o material não retorna
à sua dimensão anterior. Existe uma deformação permanente e irreversível. O
valor mínimo da força que produz deformação plástica é conhecido como o limite
elástico do material. Por isso que você deve ter o cuidado para não pendurar
objetos pesados na mola, para que a ela não seja danificada.

74
TÓPICO 1 | OSCILAÇÕES

FIGURA 8 – GRÁFICO DA LEI DE HOOKE E SUA VALIDAÇÃO


F

Limite elástico onde a


Lei de Hooke é válida

Deformação x

Podemos também fazer associações de molas colocando-as em série e em


paralelo a fim de determinarmos uma constante elástica efetiva, conforme a figura 9.

FIGURA 9 - MOLAS EM SÉRIE E EM PARALELO


Molas em paralelo

K Efetivo
 K1  K 2
paralelo

Molas em série

K1 . K 2
K Efetivo
=
série K1 + K 2
FONTE: O autor

4.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

• 2 molas, cada uma individualmente


• Régua
• Tripé e suportes

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Faça a identificação da mola 1 e mola 2.

2- Faça, então, uma montagem apropriada, isto é, semelhante à da figura a seguir


e determine a posição inicial xo.

75
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

FIGURA 10 - MOLA SEM DEFORMAÇÃO

X0

FONTE: O autor

3- Coloque o primeiro peso no suporte da mola e anote a deformação no quadro.

OBS.: Lembre-se de que P = mg, g = 9,81 m/s2.

4- Repita o procedimento 3 ACRESCENTANDO os demais pesos (5 NO


MÁXIMO) obtendo a respectiva deformação.

ESTE PROCEDIMENTO DEVE SER FEITO PARA CADA


CONFIGURAÇÃO DA MOLA.

QUADRO 7 - MEDIDAS DE DEFORMAÇÃO DA MOLA

Medida Peso (N) Mola 1 (deformação mm) Mola 2 (deformação mm)


1
2
3
4
5

FONTE: O autor

1- Com a força aplicada (peso do bloco) na mola e as suas respectivas deformações,


determine a constante elástica usando a equação abaixo e preenchendo o quadro.

mg
k=
x

76
TÓPICO 1 | OSCILAÇÕES

QUADRO 8 - VALORES DA CONSTANTE ELÁSTICA K

Medida Constante elástica K (N/mm) Constante elástica K (N/mm)


Mola 1 Mola 2
1 k1 = k1 =
2 k2 = k2 =
3 k3 = k3 =
4 k4 = k4 =
5 k5 = k5 =
FONTE: O autor

6- Com os dados do quadro do procedimento 5, determine o valor médio da


constante elástica para cada mola usando a equação a seguir.

k1 + k2 + k3 + k4 + k5
k1 = = ___________________
5
k +k +k +k +k
k2 = 1 2 3 4 5 = ___________________
5

7- De posse dos valores das constantes elásticas de cada mola, vamos agora associá-
las em série e paralelo conforme a figura 11. (UTILIZE AS MESMAS MOLAS)

FIGURA 11 - MOLAS EM SÉRIE E EM PARALELO

FONTE: O autor

77
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

8- Determine as deformações produzidas por cada massa para uma associação


de molas em série e em paralelo, preenchendo o quadro a seguir com os
valores medidos.

QUADRO 9 - DEFORMAÇÃO DAS MOLAS EM SÉRIE E PARALELO


Medida Peso (N) Série (deformação mm) Paralelo (deformação mm)
1
2
3
4
5

FONTE: O autor

Com os valores do procedimento 8, determine a constante elástica efetiva


para cada medida.

QUADRO 10 - VALORES DAS CONSTANTES ELÁSTICAS EFETIVAS

Medida Constante elástica Constante elástica


Kefetiva (N/mm) Kefetiva (N/mm)
Série Paralelo
1 k1 = k1 =
2 k2 = k2 =
3 k3 = k3 =
4 k4 = k4 =
5 k5 = k5 =

FONTE: O autor

9- Com os dados do quadro do procedimento 9, determine o valor médio da


constante elástica efetiva para cada associação usando a equação a seguir.

k1 + k2 + k3 + k4 + k5
k efetivo série = = ________________
5
Experimental

k1 + k2 + k3 + k4 + k5
k efetivo paralelo = = ________________
5
Experimental

78
TÓPICO 1 | OSCILAÇÕES

10- Com os resultados obtidos no procedimento 6, determine a constante elástica


efetiva usando as equações teóricas a seguir.
k efetivo = k + k = ________________
Molas em paralelo k efetivo = k1 +1 k2 =2 ________________
paralelo
paralelo

k .k
k efetivo =k1 .1 k2 2 = ________________
Molas em série k efetivo = k1 + k2= ________________
k1 + k2
série
série

11- Calcule o erro relativo para as constantes elásticas efetivas em série e paralelo
usando a equação a seguir.

k efetivo série
- K Efetivo sério
Experimentaal
Errorelativo1 = x100% = ____________________(mola 1)
K Efetivo
série

k efetivo paralelo - K Efetivo parelelo


Experimental
Errorelativo2 = x100% = ____________________(furo B)
K Efetivo
paralelo

4.3 QUESTIONÁRIO
1- Segundo o conhecimento que você adquiriu neste experimento, como definiria
a constante elástica da mola?

2- O que significa ter um valor alto para a constante elástica?

3- Como é evidenciada, no gráfico da força em função da deformação, a diferença


entre duas molas de constantes elásticas diferentes?

4- Você acha que a Lei de Hooke deveria ser sempre seguida, não importando
quão longo seja o estiramento da mola?

5- Na associação de molas, qual tipo fornece mais facilidade para deformação?

79
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu a:

• Obter a aceleração da gravidade através do pêndulo simples.

• Analisar a relação entre comprimento L do fio e período T do pêndulo simples.

• Determinar o momento de inércia de uma barra.

• Obter a constante elástica de uma mola.

• Obter a constante elástica equivalente de molas associadas em série e paralelo


pelo método estático.

80
AUTOATIVIDADE

1 Um pêndulo simples consiste em um objeto de massa m pendurado por uma


corda de um suporte fixo. Normalmente, ele fica suspenso verticalmente em
sua posição de equilíbrio. Um estudante de Física o construiu com o intuito
de obter o valor experimental da aceleração da gravidade no local onde
ele se encontrava. Para isso, ele deslocou o pêndulo simples da posição de
equilíbrio e então o liberou, começando a vibrar para frente e para trás em
torno de sua posição de equilíbrio fixa. Ele repetiu esse procedimento várias
vezes, obtendo condições de encontrar o período T (tempo de uma volta) e
assim o valor da aceleração da gravidade. Mas se agora ele decidir mudar
o objeto que possui uma massa diferente e está preso no fio mantendo as
mesmas condições anteriores quanto ao comprimento do fio e deslocamento
em relação à posição de equilíbrio, qual alternativa corresponderá com a
conclusão do estudante?

a) ( ) A aceleração da gravidade é a mesma, pois o período não depende da


massa.
b) ( ) A aceleração da gravidade não é a mesma, pois o período depende da
massa.
c) ( ) A aceleração da gravidade mudou.
d) ( ) A aceleração da gravidade é independente do período.
e) ( ) A aceleração da gravidade não existe no local de estudo do estudante.

2 A Lei de Hooke é um princípio da física que afirma que a força necessária


para estender ou comprimir uma mola a certa distância é proporcional a essa
distância. A lei é nomeada em homenagem ao físico britânico do século XVII
Robert Hooke, que procurou demonstrar a relação entre as forças aplicadas
a uma mola e sua elasticidade. Isso pode ser expresso matematicamente
para pequenas deformações como F = -kx, onde F é a força aplicada à mola;
x é o deslocamento da mola com um valor negativo, demonstrando que a
força é restauradora; e k é a constante elástica da mola a qual detalha quão
dura ela é. Sabendo que a Lei de Hooke é válida apenas para pequenas
deformações, o que aconteceria com a mola se uma força externa causasse
uma deformação que ultrapassasse este limite e depois fosse retirada?

a) ( ) A mola teria o mesmo comprimento inicial.


b) ( ) A mola teria um comprimento menor que antes.
c) ( ) A mola teria um comprimento maior que antes.
d) ( ) A mola reduziria seu comprimento pela metade.
e) ( ) O diâmetro da mola aumentaria.

81
82
UNIDADE 2 TÓPICO 2

ESTÁTICA E DINÂMICA DE FLUIDOS

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você terá a oportunidade de entender na prática como se
comportam os fluidos em equilíbrio e as leis que podemos usar nestas situações,
tais como a Lei de Steven. Você poderá também encontrar a densidade de um
líquido mediante a obtenção da força que é aplicada em um corpo quando está
submerso nele, chamada de empuxo. Todos estes tópicos estão relacionados à
estática dos fluidos.

Na hidrodinâmica, você fará experimentos voltados ao movimento dos


fluidos e entenderá como funcionam as asas de um avião.

Está pronto? Mãos à obra!

2 EXPERIMENTO: PRESSÃO DO AR E DENSIDADE DE LÍQUIDO


OBJETIVOS

- Determinar a pressão do ar dentro de um balão.


- Determinar a densidade de um líquido.

2.1 PARTE TEÓRICA


Um fluido é uma substância que flui. Devido a essa capacidade de fluir,
ele toma a forma de seu recipiente ao invés de manter uma forma própria. Você
pode pensar que gases e líquidos são bem diferentes, mas ambos são fluidos e
suas semelhanças costumam ser mais importantes do que suas diferenças.

A pressão é definida como uma força exercida perpendicularmente a


uma superfície por um fluido por unidade de área. Dentro do contexto deste
experimento, vamos falar de pressão exercida apenas por um gás ou um líquido.
Como a pressão é definida como força por unidade de área, ela tem a unidade de
newtons por metro quadrado (N/m2), que é chamada de pascal (Pa). Isso é,
83
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

1 Pa = 1 N/m2

A pressão é uma grandeza escalar, pois está relacionada com a intensidade


da força aplicada. Como você encontra a pressão em um fluido?

Uma superfície sólida pode exercer pressão, mas os fluidos (isto é, líquidos
ou gases) também podem exercer pressão sobre outros corpos. Para entender isso,
imagine-se submergido em alguma profundidade na água. A água acima de você
estaria empurrando-o para baixo por causa da força da gravidade e, portanto,
estaria exercendo pressão sobre você. Se você for mais fundo, haverá mais água
acima de você, então o peso e a pressão da água também aumentariam. Ou seja, o
líquido exerce força em todas as partes de um corpo imerso nele.

FIGURA 12 - FORÇAS ATUANDO EM UM CORPO IMERSO EM UM LÍQUIDO

FONTE: O autor

Mas você pode pensar que somente o peso dos líquidos pode exercer
pressão, mas também o peso dos gases. Por exemplo, o peso do ar em nossa
atmosfera é substancial. A pressão exercida sobre o seu corpo pelo peso da
atmosfera é muito grande. O motivo pela qual você não percebe isso é porque
a pressão atmosférica está sempre lá. Nós só notamos uma mudança na pressão
acima ou abaixo da pressão atmosférica normal quando estamos em locais onde
há uma pressão diferente à pressão atmosférica.

Existe uma lei que nos permite encontrar a pressão em pontos dentro de
um fluido em equilíbrio e é chamada de Lei de Stevin, dada por

p2 - p1 = pgh

e, se dois pontos pertencem à mesma linha horizontal a pressão é a mesma.

84
TÓPICO 2 | ESTÁTICA E DINÂMICA DE FLUIDOS

FIGURA 13 - CONSEQUÊNCIA DA LEI DE STEVIN PARA PONTOS NO MESMO NÍVEL

FONTE: O autor

Quando o ponto (1) da Figura 12 está na superfície livre, a pressão que


atua será a pressão atmosférica, e então p1 = patm.

p2 = patm + pgh

2.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- Balão
- Régua
- Mangueira transparente
- Água
- Suportes

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

PARTE 1: PRESSÃO DENTRO DO BALÃO

1- Monte os suportes e a mangueira conforme a figura 14.

85
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

FIGURA 14 - TUBO EM U

FONTE: O autor

2- Coloque água dentro da mangueira e faça marcação dos níveis de água nos
dois lados.

FIGURA 15 - TUDO EM U COM ÁGUA

FONTE: O autor

3- Encha um balão com uma certa quantidade de ar e coloque-o na extremidade


A verificando se houve um desnível do nível de água. Se houver, meça-o em
relação à linha tracejada.

86
TÓPICO 2 | ESTÁTICA E DINÂMICA DE FLUIDOS

FIGURA 16 - EFEITO DA PRESSÃO DO AR NO BALÃO

FONTE: O autor

1- Usando a lei de Stevin, determine a pressão exercida pelo ar dentro do balão


usando a equação abaixo. Use: g = 9,81 m/s2

Par = Patm + pgh

2- Retire o balão e verifique o que acontece com o desnível.

3- Encha novamente o balão com mais ar, coloque na extremidade A e meça a


nova altura.

4- Determine a nova pressão exercida pelo ar dentro do balão usando a equação


abaixo.

Use: g = 9,81 m/s2

Par = Patm + pgh

PARTE 2: DENSIDADE DO LÍQUIDO

5- Monte os suportes e a mangueira conforme o procedimento 1.

6- Coloque água dentro da mangueira e faça marcação dos níveis de água nos
dois lados, conforme o procedimento 2.

7- No lado A da mangueira, coloque óleo de cozinha até ficar com uma altura de h
= 2 cm em relação ao nível onde água e óleo não se misturam e meça a altura H.

87
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

FIGURA 17 - VASOS COMUNICANTES COM LÍQUIDOS DIFERENTES

FONTE: O autor

ρ
11- Com os resultados anteriores, determine a densidade do óleo usado no
3
experimento usando a equação abaixo. Use ρ água = 1g/cm

h.ρ óleo =H.ρ água

2.3 QUESTIONÁRIO
1- Como você definiria a pressão atmosférica?

2- Por que quando o balão é colocado ocorre o deslocamento da superfície da água?

3- Por que os dois líquidos não se misturaram?

4- Se você aquecer o óleo, vai encontrar a mesma densidade encontrada no


experimento?

3 EXPERIMENTO: EMPUXO
OBJETIVO

- Determinar a densidade de um fluido.

88
TÓPICO 2 | ESTÁTICA E DINÂMICA DE FLUIDOS

3.1 PARTE TEÓRICA


Quando colocados alguns objetos em um fluido, eles flutuam devido a
uma força de flutuação. Mas você pode se perguntar: “De onde vem essa força
flutuante? Por que algumas coisas flutuam e outras não? Os objetos que afundam
recebem algum suporte do fluido? Seu corpo é impulsionado pela atmosfera ou
são apenas balões de hélio afetados?”

As respostas a todas essas perguntas, e muitas outras, baseiam-se no fato
de que a pressão aumenta com a profundidade de um fluido, conforme a Lei de
Stevin. Isso significa que a força aplicada no ponto (A) no fundo de um objeto em
um fluido é maior que a força aplicada no ponto (B) no topo do objeto, gerando
uma força ascendente, ou força de empuxo E, que age em qualquer objeto imerso
em um fluido, conforme a Figura 18. Se a força de empuxo for maior que o peso
do objeto, o objeto sobe para a superfície e flutua. Se a força de empuxo for menor
que o peso do objeto, o objeto afundará. Se a força de empuxo for igual ao peso
do objeto, o objeto pode permanecer suspenso na sua profundidade atual. A força
de empuxo está sempre presente, quer o objeto flutue, afunde ou esteja suspenso
em um fluido.

FIGURA 18 - REPRESENTAÇÃO DAS FORÇAS QUE AGEM EM UM CORPO IMERSO EM


UM LÍQUIDO

FONTE: O autor

89
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

Como podemos obter esta força de empuxo?

A resposta a essa pergunta é dada pelo Princípio de Arquimedes, lei


física da flutuabilidade, descoberta pelo matemático grego antigo e inventor
Arquimedes, que afirma que qualquer corpo completa ou parcialmente submerso
em um fluido (gás ou líquido) em repouso é influenciado por uma força ascendente,
chamada empuxo, cuja magnitude é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo.
O volume de fluido deslocado é equivalente ao volume de um objeto totalmente
imerso em um fluido ou a essa fração do volume abaixo da superfície para um
objeto parcialmente submerso em um líquido. O peso da porção deslocada do
fluido é equivalente à magnitude da força de empuxo. A força de empuxo em
um corpo flutuando em um líquido ou gás também é equivalente em magnitude
ao peso do objeto flutuante e tem sentido oposto; o objeto não sobe nem afunda.
Por exemplo, um navio que é lançado afunda no oceano até que o peso da água
que ele desloca é igual ao seu próprio peso. À medida que o navio é carregado,
afunda mais profundamente, deslocando mais água, e assim a magnitude da
força de empuxo corresponde continuamente ao peso do navio e sua carga.

Matematicamente o empuxo pode ser dado por

E = dgVimerso

Onde d = > densidade do líquido


g = > aceleração da gravidade
Vimerso= > volume do objeto que está dentro do líquido

3.2 PARTE EXPERIMENTAL


METERIAIS UTILIZADOS

- Dinamômetro
- Haste
- Tripé
- Painel de forças
- Linha
- Béquer
- Régua
- Balança
- Líquido: _____________________________

PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

1ª parte

1- Primeiramente faça a calibração do dinamômetro para que seja feita uma


leitura correta do peso real e depois meça-o.

90
TÓPICO 2 | ESTÁTICA E DINÂMICA DE FLUIDOS

FIGURA 19 - DINAMÔMETRO

FONTE: O autor

2- Mergulhe totalmente o objeto em ___________ e meça o peso aparente que


aparece no dinamômetro.

FIGURA 20 - RESULTANTE DE FORÇAS EM UM CORPO IMERSO NO LÍQUIDO

FONTE: O autor

91
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

1- Calcular o Empuxo. (E = Pesoreal – Pesoaparente)

E = _________________ (N)

2- Calcule o volume V do objeto (meça as dimensões).

V = _________________ (m3)

3- De posse do Empuxo e volume, obtenha a densidade do líquido em estudo


usando a equação (g = 9,81 m/s2)

4- Se possível, faça o mesmo procedimento do item 2 até o item 5 com o outro


líquido.

5- Obtenha a margem de erro para a densidade da água encontrada no


experimento comparando com os valores adotados como padrão.

OBS.: Como padrão, use a densidade da água o valor tabelado de 1000 kg/m3.

USE A RELAÇÃO ABAIXO

Erro absoluto = Valor medido – Valor padrão

Erro absoluto
Erro relativo = × 100%
Valor padrão

6- Construa uma tabela com todas as medidas e erros para cada líquido usado no
experimento.

3.3 QUESTIONÁRIO
1- Os valores do empuxo são diferentes para cada caso? Por quê?

2- Quais são a direção e o sentido do empuxo?

3- O empuxo depende do peso do corpo? Justifique a sua resposta.

4- Qual é a justificativa da aparente diminuição do peso dos objetos ao serem


submersos nos líquidos?

5- Se o empuxo fosse igual ao peso, qual seria o peso aparente? Demonstre


também matematicamente.

6- Quando você encontra a densidade de um líquido ela permanece constante?


Existe a possibilidade deste resultado ser alterado? Como?

92
TÓPICO 2 | ESTÁTICA E DINÂMICA DE FLUIDOS

4 EXPERIMENTO: DEMONSTRAÇÃO DA EQUAÇÃO DE


BERNOULLI
OBJETIVO

- Mostrar como a velocidade do fluxo de ar influencia o valor da pressão.

4.1 PARTE TEÓRICA


A hidrodinâmica tem como objetivo estudar o comportamento dos fluidos
em movimento. Temos um mundo muito vasto de aplicações onde utilizamos a
hidrodinâmica para o nosso benefício, tais como, hidroelétricas, abastecimento
de caixa d’água, aerodinâmica do avião etc. A conservação de energia, quando
aplicada a fluidos em movimento, leva ao Princípio de Bernoulli. O Princípio de
Bernoulli afirma que os fluidos que se movem em velocidades mais altas levam
a pressões mais baixas, e os fluidos que se movem em velocidades mais baixas
resultam em pressões mais altas.

As asas do avião têm uma superfície superior maior do que uma


superfície inferior para aproveitar este fato. À medida que o ar se move pela
superfície superior maior, ele deve se mover mais rápido do que o ar viajando a
uma distância menor sob a superfície inferior. Isso leva a uma pressão mais baixa
na parte superior da asa e uma pressão mais alta sob a asa, proporcionando um
pouco da sustentação da aeronave.

FIGURA 21 - DIAGRAMA DE ASA

FONTE: O autor

4.2 PARTE EXPERIMENTAL


METERIAIS UTILIZADOS

- Secador de cabelos
- Suporte com uma haste horizontal
- Fita adesiva
- Folha de papel A4

93
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Monte os suportes e a mangueira conforme a figura 22.

FIGURA 22 - SUPORTE COM HASTE HORIZONTAL

FONTE: O autor

2- Faça uma dobra na borda da folha A4 e depois prenda-a na parte horizontal do


suporte, mas tendo o cuidado de deixar numa forma em que o papel consiga
oscilar livremente.

FIGURA 23 - a) SUPORTE COM HASTE HORIZONTAL E FOLHA SUSPENSA; b) VISÃO LATERAL


DA FOLHA NA HASTE HORIZONTAL

FONTE: O autor

94
TÓPICO 2 | ESTÁTICA E DINÂMICA DE FLUIDOS

3- Ligue o secador de cabelo na tomada e verifique o que acontece com a folha de


papel A4. Varie também os níveis de fluxo de ar.

FIGURA 24 - SECADOR DE CABELO JOGANDO AR NA PARTE DE CIMA DA FOLHA A4

FONTE: O autor

QUESTIONÁRIO

1- Escreva a equação de Bernoulli para pontos na mesma horizontal.

2- Como você explicaria o comportamento da folha A4? Existe alguma semelhança


com as asas de um avião? Justifique.

3- Se você utilizasse outra folha um pouco mais pesada, teria o mesmo


comportamento?

5 EXPERIMENTO: EQUAÇÃO DE BERNOULLI: VELOCIDADE


DO FLUXO DE AR
OBJETIVO

- Determinar a velocidade do fluxo de ar e o desnível gerado em um tubo em U


contendo líquido.

5.1 PARTE TEÓRICA


A velocidade de um fluxo de gás é frequentemente medida com um
dispositivo chamado tubo Venturi. Esses tubos têm o objetivo de medir a
velocidade do gás.

95
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

Geralmente utiliza-se um tubo de vidro em forma de U contendo líquido


de densidade ρ que conecta os dois segmentos do tubo de fluxo. Quando o gás
ou um líquido flui através do tubo horizontal, o líquido mantém a altura h mais
alta no lado do tubo em U conectado ao segmento estreito do tubo de fluxo e isso
ocorre porque temos uma diferença de pressão entre as duas regiões.

A Figura 25 mostra como um tubo Venturi funciona. Podemos fazer essa


análise quantitativa e determinar a velocidade do fluxo de gás a partir da altura
do líquido h usando a equação de Bernoulli e a Lei de Stevin, como veremos nos
procedimentos.

FIGURA 25 - MODELO DO TUBO DE VENTURI

FONTE: O autor

Mas quando não temos no laboratório um tubo de vidro como da Figura


25, podemos usar qualquer outro dispositivo que possa fornecer um fluxo de
ar e uma mangueira transparente para que o estudo possa ser feito. E neste
experimento vamos usar um secador de cabelo que pode fornecer vários níveis
de fluxo de ar e, assim, poderemos ver a influência da velocidade do fluxo de ar
no desnível gerado e na pressão.

5.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- Régua
- Mangueira transparente
- Água
- Suportes
- Secador de cabelo
96
TÓPICO 2 | ESTÁTICA E DINÂMICA DE FLUIDOS

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Coloque água dentro da mangueira e faça a marcação dos níveis de água nos
dois lados.

FIGURA 26 - TUDO EM U COM ÁGUA

FONTE: O autor

2- Ligue o secador de cabelo no nível 1. Coloque-o na parte B do tubo em U e


meça o desnível H. Depois mude para outros níveis e registre no quadro a
seguir os valores de H.

FIGURA 27 - SECADOR DE CABELO JOGANDO AR NA PARTE B GERANDO O DESNÍVEL H

FONTE: O autor

97
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

QUADRO 11 - VALORES DOS DESVIOS PROVOCADOS PELO FLUXO DE AR DO SECADOR

Nível de velocidade do secador


Altura H (m)
de cabelo
1 H1=
2 H2=
3 H3=

FONTE: O autor

3- Com os dados do quadro do procedimento 2, determine a pressão PB usando a


seguinte equação:

PB = Patm - ρ água .g.H

5 N
Use Patm = 1.10 2
, g = 9,81 m/s 2 , ρ água = 1000kg/m 3
m

QUADRO 12 - VALORES DA PRESSÃO PROVOCADOS PELO FLUXO DE AR DO SECADOR

Nível de velocidade do secador  N 


Altura H (m) Pressão PB  2 
de cabelo
m 
1 H 1= PB=
2 H2= PB=
3 H3= PB=
FONTE: O autor

4- Determine a velocidade do fluxo de ar no ponto B usando as alturas medidas


no procedimento 2 e preencha o quadro. Use a equação a seguir.

v= 2gH

QUADRO 13 - VALORES DAS VELOCIDADES DO FLUXO DE AR DO SECADOR

Altura H (m) Velocidade v (m/s)


H1= v1=
H2= v2=
H3= v3=
FONTE: O autor

98
TÓPICO 2 | ESTÁTICA E DINÂMICA DE FLUIDOS

QUESTIONÁRIO

1- O que acontece se o fluxo de ar for reduzido na Figura 27? Justifique.

2- O que aconteceria na Figura 27 se você trocasse a água por óleo? Você teria a
mesma altura H? Justifique.

3- Se nas duas regiões do tubo em U da Figura 27 for colocado um secador de


cabelo funcionando no mesmo nível de fluxo de ar, o que acontece com o
desnível H? Justifique.

99
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu a:

• Determinar a pressão do ar dentro de um balão.

• Determinar a densidade de um líquido através do empuxo.

• Relacionar a velocidade do fluxo de ar com o valor da pressão.

100
AUTOATIVIDADE

1 O peso é uma força descendente devido à gravidade. Quando um corpo está


imerso em um fluido, a força de empuxo atua na direção oposta ao peso, ou seja,
sempre apontando para cima, e depende das seguintes grandezas: gravidade,
densidade do fluido e volume imerso. Com o ar (que é um fluido) a força de
flutuação é geralmente insignificante, especialmente com objetos grandes.

De acordo com o texto acima, podemos afirmar que:

a) ( ) O empuxo sempre permanece constante.


b) ( ) O empuxo permanece constante quando o corpo está totalmente imerso
no fluido, desde que a densidade do fluido não varie.
c) ( ) O empuxo atua horizontalmente.
d) ( ) O empuxo sempre terá a mesma intensidade do peso do corpo.
e) ( ) O empuxo depende exclusivamente da densidade do corpo.

2 A hidrodinâmica é a parte da física que estuda os fluidos em movimento.


Para compreender o movimento dos fluidos, torna-se importante estudar o
Princípio de Bernoulli, que diz: "Se a velocidade de uma partícula de um fluido
aumenta enquanto ela se escoa ao longo de uma linha de corrente, a pressão do
fluido deve diminuir e vice-versa". No imenso mar temos fluido em constante
movimento, o que torna interessante fazer o estudo de Bernoulli. Considere
dois navios viajando em alto-mar e, em um dado momento, eles passam um
ao lado do outro. A tripulação entra em desespero, pois, neste momento, a
região entre eles é reduzida. Qual é a razão física deste desespero?

a) ( ) A pressão na região entre os barcos é reduzida, pois o fluido flui com


mais velocidade.
b) ( ) A pressão na região entre os barcos é reduzida, pois o fluido flui com
menos velocidade.
c) ( ) A pressão na região entre os barcos aumenta, pois o fluido flui com
mais velocidade.
d) ( ) A pressão na região entre os barcos aumenta, pois o fluido flui com
menos velocidade.
e) ( ) A pressão na região entre os barcos não muda, pois o fluido flui com
menos velocidade.

101
102
UNIDADE 2 TÓPICO 3

TERMOMETRIA E DILATAÇÃO TÉRMICA

1 INTRODUÇÃO
Chegamos ao último tópico desta unidade. Muito trabalho até aqui, não é?

Talvez algum dia você se perguntou qual era a temperatura em


determinado lugar e não tinha como medir. Ou talvez algum parente seu estava
com febre e necessitava de um instrumento para medir a temperatura dele. Então,
o que você precisa ter?

Estudaremos, nestes experimentos, uma maneira para construir o seu


próprio termômetro usando materiais recicláveis e encontrados em qualquer
lugar. Iremos também entender como será feita a escala deste termômetro caseiro
que dará uma noção da temperatura de algo a seu interesse e, ao construir a sua
escala, você vai aprender a relacionar-se com as escalas usadas no dia a dia.

Está pronto? Vamos ao trabalho!

2 EXPERIMENTO: CONSTRUÇÃO DE UM TERMOSCÓPIO E


TERMÔMETRO
OBJETIVO

- Construir um termômetro caseiro

2.1 PARTE TEÓRICA


A temperatura é uma grandeza física que mede o nível de agitação
das moléculas de um objeto. Então, em algum momento da sua vida, você
provavelmente inferiu que a temperatura de um objeto quente tem um valor mais
alto do que um objeto frio usando apenas o ato de encostar o dedo no objeto.
Este ato é feito por muitas pessoas. Mas você, que é um estudante de Física, não
vai se contentar apenas com essa análise e com certeza procurará entender o que
ocorre dentro do material. Do ponto de vista microscópico, podemos dizer que as
moléculas em um objeto quente possuem em média uma energia cinética maior
do que as moléculas de um objeto frio ou que elas estão muito mais agitadas.

103
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

Mas como a temperatura é medida?

A temperatura é medida usando um termômetro. Existem diferentes escalas


e padrões para medir a temperatura, incluindo Celsius, Fahrenheit e Kelvin.

Como funciona um termômetro?


Os termômetros usam a chamada expansão térmica. A maioria das
substâncias se expandirá e aumentará o seu volume à medida que ficarem
mais quentes. Os termômetros de líquidos têm algum tipo de substância (isso
costumava ser o mercúrio, mas hoje em dia é geralmente álcool) que está contido
em um pequeno tubo de vidro. À medida que a temperatura aumenta, o líquido
se expande e preenche mais o tubo. Quando a temperatura cai, o líquido se
contrai e absorve menos do tubo. A temperatura pode então ser lida pelas linhas
calibradas no lado do tubo.

Quando dois objetos estão em contato térmico, o calor é transferido de um


objeto para outro. A temperatura dos objetos determina a direção da transferência
de energia entre eles. A energia transferida entre objetos em contato térmico é
conhecida como calor.

Vamos dizer que existem dois objetos, A e B. Digamos que A tenha


temperatura mais alta que B. Quando A e B estiverem em contato um com o outro,
o calor será transferido de A para B. Isto é, A dará calor e B receberá calor. Quando
esta situação ocorre, ela é chamada de transferência de calor líquido de A para B.

A transferência de calor continuará até que um estado de equilíbrio térmico


seja alcançado. Espera-se que a temperatura de B suba até um certo grau (devido
ao aumento da energia cinética nas moléculas), quando o equilíbrio térmico é
alcançado e a temperatura A cairá. No final da transferência, tanto A quanto B
terão a mesma temperatura.

Neste experimento, você será capaz de entender melhor como esses


conceitos funcionam na prática, pois aprenderá a construir o seu próprio
termômetro.

Mãos à obra!

2.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- Régua
- Tubo ou canudo transparente
- Água
- Gelo

104
TÓPICO 3 | TERMOMETRIA E DILATAÇÃO TÉRMICA

- Papelão
- Cola superbonder
- Garrafa
- Termômetro
- Recipiente

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Parte 1: Construção de um termoscópio

1- Pegue a tampa de uma garrafa e faça um furo no centro. (Procure deixar um


furo de uma forma que o tubo fique bem pressionado para não ter vazamento).

FIGURA 28 - TAMPA DE GARRAFA FURADA NO CENTRO

FONTE: O autor

2- Pegue o tubo transparente utilizado nos limpadores spray de cozinha e coloque


no furo da tampa da garrafa. (Esses tubos são mais resistentes, mas se não
conseguir, use canudos transparentes).

FIGURA 29 - MONTAGEM DA TAMPA DE GARRAFA FURADA NO CENTRO COM O CANUDO

FONTE: O autor

105
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

3- Pegue a garrafa de plástico, coloque álcool até ficar quase cheia e adicione um
pouco de corante de qualquer cor.
4- Coloque a tampa com o canudo na garrafa e aperte-a. Ajuste o canudo para
que a extremidade interna fique próximo da base sem encostar, deixando boa
parte do comprimento do canudo fora da garrafa e com isso verifique se o
mesmo está folgado na tampa. Caso fique folgado, coloque ao redor do furo
uma massa de modelar ou supercola (superbonder).
5- Coloque água em um recipiente metálico e, com a chama do queimador de
álcool, aqueça a água por dois minutos.
6- Retire o queimador de álcool e coloque a garrafa dentro do recipiente com
água e verifique o que acontece no canudo.
7- Depois coloque a garrafa dentro de um outro recipiente contendo água fria e
verifique o que acontece no canudo. Se tiver gelo, coloque aos poucos junto
com a água.

Parte 2: Construção do termômetro caseiro.

Com a estrutura construída na parte 1, vamos construir uma escala de


temperatura.

1- Com uma régua milimetrada, construa uma escala milimetrada sobre uma
folha de papel.

2- Pegue um papelão e obtenha um retângulo com 4 cm de base e a altura


deverá estar com um valor um pouco menor que o tamanho do comprimento
do canudo que ficou fora da garrafa. (Este valor não será definido aqui, pois
dependerá do tamanho do canudo que você escolherá).

FIGURA 30 - TAMPA DE GARRAFA COM UMA ESCALA

FONTE: O autor

106
TÓPICO 3 | TERMOMETRIA E DILATAÇÃO TÉRMICA

3- Para que a escala seja criada, pegue um recipiente contendo água e gelo.

4- Junto com um termômetro, coloque a garrafa dentro do recipiente com água e


gelo. Quando atingir o equilíbrio térmico, o líquido não subirá mais, registre
o valor da temperatura Tc1 e o valor na escala milimetrada y1. Este valor será o
primeiro valor da escala.

FIGURA 31 - GARRAFA IMERSA EM UM RECIPIENTE COM GELO

FONTE: O autor

1- Para determinar o outro valor da escala, coloque água à temperatura ambiente em


outro recipiente e junto com um termômetro, coloque a garrafa dentro. Quando
atingir o equilíbrio térmico, registre o valor da temperatura Tc2 e o valor na escala
milimetrada y2. Este valor será o segundo valor para a construção da escala.

2- A sua escala será obtida mediante a seguinte equação:

y - y1 Tc -Tc1
=
y 2 - y1 Tc2 - Tc1

Onde y e Tc são as variáveis da equação

3- Agora, com o termômetro construído em mãos, faça a verificação medindo a


temperatura de algum local. (Espere atingir o equilíbrio térmico onde o líquido
não subirá mais).

4- Substitua esse valor na equação do seu termômetro e compare com o registrado


no termômetro do laboratório.

107
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

2.3 QUESTIONÁRIO
1- Quais são os princípios do funcionamento de um termômetro?

2- Por que no Brasil se usa a escala Celsius?

3- Por que, ao medir a temperatura de um corpo, é importante esperar um certo


tempo? Se você fosse medir a temperatura de outro corpo, iria esperar o mesmo
tempo? Justifique.

4. Quais são as vantagens e desvantagens de construir o seu próprio termômetro?

5- O que você pode fazer para melhorar o termômetro construído neste experimento?

3 EXPERIMENTO: DILATAÇÃO
OBJETIVO

- Verificar a dilatação sofrida pelos sólidos.


- Determinar o coeficiente de dilatação linear.

3.1 PARTE TEÓRICA


No nosso dia a dia podemos encontrar, sem algumas exceções, corpos que
se expandem com o aumento da temperatura. Quando é fornecido calor a eles, a
velocidade de suas partículas aumenta e a distância entre elas também aumenta, o
que resulta no aumento de seus volumes. Todas as expansões ocorrem em volume
da substância, no entanto, algumas vezes, algumas das dimensões se expandem
mais em relação a outras. Neste caso, negligenciamos os menos expandidos e
assumimos expansão como expansão ou dilatação linear em materiais longos.
Além disso, tomamos a expansão da placa como dilatação superficial e, finalmente,
levamos a expansão em três dimensões como dilatação volumétrica.

Cada corpo tem seu próprio arranjo molecular e, claro, esse arranjo
depende da força de atração que age entre as moléculas. Assim, aquela molécula
com mais energia cinética fará mais espaço em torno da posição de equilíbrio
do que a molécula com menor energia cinética. Assim, experimentalmente, o
coeficiente de expansão térmica será diferente para cada corpo.

Para uma primeira aproximação, vamos considerar neste experimento


a mudança nas medidas de comprimento inicial Lo de uma barra. A expansão
térmica ou dilatação linear ΔL está relacionada à mudança de temperatura ΔT
por um coeficiente de expansão linear α.

108
TÓPICO 3 | TERMOMETRIA E DILATAÇÃO TÉRMICA

FIGURA 32 - BARRA METÁLICA DILATADA LINEARMENTE

FONTE: O autor

Assumindo efeito insignificante de pressão, podemos escrever:

1 L
= .
Lo T

Então, a dilatação linear ΔL ficará escrita da seguinte forma:

ΔL = LoαΔT

A expansão de uma área de uma região plana é derivada da expansão


linear em ambas as direções. Portanto, a dilatação ΔA na área será dada por:

ΔA = AoβΔT

FIGURA 33 - BARRA METÁLICA DILATADA LINEARMENTE

FONTE: O autor

3.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- Régua
- Prendedor ou alicate
- Vela

109
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

- Suportes
- Termômetro
- Bastão de alumínio
- Queimador a álcool gel
- Folha de papel e alumínio

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Este procedimento está dividido em três partes.

Parte 1: Dilatação de uma chave.

1- Pegue uma régua e meça o comprimento e a espessura da chave.

FIGURA 34 - CHAVE SENDO MEDIDA

FONTE: O autor

1- Pegue o álcool gel e o queimador. Não utilize álcool líquido.

2- Abra o queimador, girando a tampa, e abasteça-o com o gel (não ultrapasse a


altura indicada pelo fabricante), pois garante a manutenção da chama.

3- Abra os orifícios e acenda o fogo.

4- Para regular a chama, acione o obturador dos orifícios do queimador. Abrindo,


você obterá chama alta. Fechando, terá chama baixa.

5- Faça um teste colocando a chave no cadeado, deixando-o fechado.

6- Pegue a chave e prenda no alicate.

7- Coloque a chave em contato com o fogo no queimador durante dois minutos e


depois meça o seu comprimento e espessura novamente.

110
TÓPICO 3 | TERMOMETRIA E DILATAÇÃO TÉRMICA

FIGURA 35 - CHAVE SENDO AQUECIDA NO QUEIMADOR

FONTE: O autor

9- Coloque novamente a chave no cadeado e tente abri-lo.

10- Coloque a chave na água durante dois minutos e depois faça o teste novamente
para tentar abrir o cadeado.

11- Depois de utilizar o queimador,  remova os resíduos de álcool gel do


reservatório.

Parte 2: Lâmina papel + metal

Para realizar esta experiência, será necessário papel alumínio, uma folha
de papel muito fina, cola e o queimador de álcool.

1- Recorte um pequeno retângulo (10,0 cm x 3,0 cm) de folha de alumínio.

FIGURA 36 - PLACA RETANGULAR

FONTE: O autor

2- Coloque a folha de alumínio sobre a chama no queimador e verifique o que


ocorre.

111
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

FIGURA 37 - PLACA RETANGULAR SENDO AQUECIDA NO QUEIMADOR

FONTE: O autor

3- Recorte uma tira de papel com as mesmas dimensões e cole-a sobre uma outra
folha de alumínio.

FIGURA 38 - PLACA RETANGULAR COLADA COM PAPEL

FONTE: O autor

4- Agora, com esta nova estrutura da lâmina, faça o mesmo procedimento do item
2 deixando a folha de alumínio na parte de baixo em contato com a chama. Em
poucos segundos, a tira será dobrada.

FIGURA 39 - PLACA RETANGULAR (ALUMÍNIO+PAPEL) SENDO AQUECIDA NO QUEIMADOR

FONTE: O autor

112
TÓPICO 3 | TERMOMETRIA E DILATAÇÃO TÉRMICA

Parte 3: Dilatação de uma barra metálica

1- Pegue uma régua e meça o comprimento inicial L0 da barra.

FIGURA 40 - MEDIÇÃO DO COMPRIMENTO INICIAL DA BARRA

FONTE: O autor

1- Pegue o álcool gel e o queimador. Não utilize álcool líquido.

2- Abra o queimador, girando a tampa, e abasteça-o com o gel (não ultrapasse a


altura indicada pelo fabricante), pois garante a manutenção da chama.

3- Abra os orifícios e acenda o fogo.

4- Coloque a ponta da barra em cima da chama no queimador e espere uns cinco


minutos.

5- Retire a barra, coloque-a sob uma superfície horizontal e, com cuidado para
não se queimar, meça o seu comprimento total L novamente.

L = _____________________

6- Para encontrar a dilatação ΔL sofrida faça

ΔL = L - L0

7- Com o valor de L0 e ΔL você pode descobrir a porcentagem de aumento do


comprimento da barra fazendo:

L
 ________________x100% = ________________%
L0

113
UNIDADE 2 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

3.3 QUESTIONÁRIO
1- Quando temos uma dilatação linear, a equação que descreve o comportamento
do comprimento total de uma barra é dada por L = Lo (1 + αΔT). Explique o que
significa cada termo da equação.

2- De acordo com o que foi visto nos experimentos, como você definiria a dilatação
de um corpo?

3- Quando você escolhe dois corpos constituídos por materiais diferentes, eles
possuem coeficientes de dilatação diferentes. Como você explicaria a dilatação
sofrida por um corpo que possui um coeficiente de dilatação linear maior do
que o outro?

4- Como você explicaria o resultado obtido quando a lâmina papel + alumínio


foi posta sob a chama do queimador? E se você tivesse colocado a folha de
alumínio na parte superior, o que aconteceria?

5- Explique por que não foi medida a dilatação volumétrica da barra.

6- No experimento da lâmina papel + alumínio, o que você pode concluir sobre a


área da folha de alumínio? Mudou? Permaneceu constante? Justifique.

7- Se você trocasse a barra de alumínio e realizasse o mesmo experimento com


uma barra de cobre nas mesmas condições iniciais (mesmo comprimento
inicial e mesma variação de temperatura), você teria a mesma dilatação sofrida?
Justifique.

114
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu a:

• Construir um termômetro e compreender o seu funcionamento.

• Compreender a dilatação dos corpos.

115
AUTOATIVIDADE

1 (ENADE 2008) Calor e temperatura são conceitos estatísticos ligados


às propriedades coletivas das partículas que constituem os corpos: a
temperatura está ligada à energia cinética média das partículas, e o calor, às
trocas de energia entre os constituintes dos corpos. Ao utilizar em aula um
termoscópio, o professor, associando discussões históricas ao experimento,
possibilitará que seus alunos distingam os conceitos de temperatura e calor,
ao constatarem que, quando ele segura o termoscópio, o nível do líquido:

a) ( ) Aumenta, caso a temperatura do professor seja superior à do ambiente.


b) ( ) Aumenta, caso a temperatura do professor seja igual à do ambiente.
c) ( ) Aumenta, para qualquer temperatura ambiente.
d) ( ) Não se altera, caso a temperatura do professor seja menor que a do
ambiente.

2 A dilatação térmica é um fenômeno físico que ocorre sempre que um objeto


recebe energia de uma fonte externa e faz com que a sua temperatura
aumente. Alguns materiais oferecem diferentes aumentos para um mesmo
comprimento inicial e intervalo de temperatura. Isso se deve ao fato de:

a) ( ) Possuírem o mesmo coeficiente de dilatação


b) ( ) Possuírem diferentes coeficientes de dilatação.
c) ( ) Possuírem o mesmo comprimento inicial.
d) ( ) Possuírem a mesma temperatura.

3 Nos últimos anos, as indústrias têm investido muito em tecnologias para a


construção de termômetros que fornecem resultados mais confiáveis para a
temperatura de um corpo. Esses são os termômetros digitais, que se baseiam
em propriedades elétricas ou eletrônicas e que vieram para substituir os
termômetros convencionais. Ao colocarmos esse termômetro para medir a
temperatura de um corpo, dependendo da sua natureza, podemos obter
um resultado rápido ou demorado. Portanto, nesse momento em que o
termômetro nos fornece o resultado da temperatura de um corpo, ele não
varia mais.

De acordo com o texto, o que podemos dizer?

a) ( ) O corpo e o termômetro atingiram o equilíbrio térmico.


b) ( ) O corpo e o termômetro fornecem temperaturas diferentes.
c) ( ) O termômetro indica a pressão do corpo.
d) ( ) O termômetro fornece a quantidade de energia.

116
UNIDADE 3

FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O


ENSINO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:

• comprovar experimentalmente os fenômenos ensinados na teoria;

• entender os processos de transferência de calor entre os corpos;

• possibilitar a montagem de experimentos simples para estudantes de nível


básico;

• calcular o calor específico da água e de alguns metais;

• compreender o comportamento dos gases quando estão submetidos a um


aquecimento e resfriamento;

• compreender o funcionamento da máquina a vapor.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles, você
encontrará atividades visando à compreensão e aprofundamento dos conte-
údos apresentados.

TÓPICO 1 – CALORIMETRIA

TÓPICO 2 – ESTUDO DOS GASES

TÓPICO 3 – TERMODINÂMICA

117
118
UNIDADE 3
TÓPICO 1

CALORIMETRIA

1 INTRODUÇÃO
A energia térmica em si não pode ser medida facilmente, mas a mudança
de temperatura causada pelo fluxo de energia térmica entre objetos ou substâncias
pode ser medida. A Calorimetria é a parte da Física que mede a quantidade de
calor trocada entre dois ou mais corpos, pois é um tipo de transferência de energia
que é causada por uma diferença de temperatura e pode alterar a temperatura
que eles possuem.

A experiência nos diz que, se uma barra de metal for aquecida e adicionada
à água, a temperatura da água aumentará. Mas se você pegar metais diferentes
com a mesma massa e aquecê-los à mesma temperatura e adicionados à mesma
quantidade de água à mesma temperatura, será que a temperatura final de cada
mistura será a mesma? Com certeza, não.

Nos experimentos deste Tópico 1 iremos estudar como se comportam


os corpos quando recebem calor. Vamos ver como diversos materiais podem
oferecer uma facilidade ou dificuldade para a sua propagação por condução e,
para finalizar, iremos estudar como o calor se propaga em fluidos, que chamamos
de convecção.

Bom trabalho!

2 EXPERIMENTO: DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA DE


EQUILÍBRIO
OBJETIVO

Ao término desta atividade você será capaz de:

- determinar experimentalmente a temperatura de equilíbrio.

119
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

2.1 PARTE TEÓRICA


A temperatura é definida como uma medida do nível de agitação das
moléculas de um determinado corpo. Quando esse corpo recebe/cede calor, a agitação
de suas moléculas é influenciada fazendo com que a temperatura aumente/diminua.

Quando colocamos dois ou mais corpos em contato com temperaturas


diferentes, uma energia será transferida de um corpo para outro, e essa energia
transferida se chama calor. Essa transferência sempre ocorre, de forma espontânea,
do corpo com maior temperatura para o corpo de menor temperatura. Mas essa
transferência não ocorre para sempre. Ela acontece até que os corpos possuam a
mesma temperatura, dizendo-se que eles estão em equilíbrio térmico.

Este experimento tem o objetivo de mostrar para você o que foi dito. Você
terá um líquido (água) com temperaturas diferentes que serão medidas. Após
essa medida de temperatura elas serão misturadas até que a temperatura da
mistura esteja equilibrada.

Preparado para ver isso na prática?

Vamos lá e bom trabalho.

2.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- 200 mL de água (temperatura ambiente) e 200 mL de água quente


- Caixinha de isopor para misturar a água
- Termômetro de mercúrio ou digital
- Bico de Bunsen com suporte e tela de amianto

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Meça 200 mL de água à temperatura ambiente (T1) e coloque-a em um recipiente.

T1 = ____________

2- Meça 200 mL de água e coloque-a em um recipiente para aquecê-la até atingir


uma temperatura de T2 = 500C.

3- Pegue a caixinha de isopor e misture as duas águas, colocando, em seguida, o


termômetro para medir a temperatura de equilíbrio. OBS: Espere até a medida
da temperatura se estabilizar.

TF = ____________

4- Registre no quadro a seguir os dados medidos.


120
TÓPICO 1 | CALORIMETRIA

QUADRO 1 – DADOS PARA A MASSA, VOLUME, TEMPERATURA E CALOR ESPECÍFICO

Grandezas Físicas Água (temperatura ambiente) Água quente


Massa (g) m1 = m2 =
Volume (mL) V1 = V2 =
Calor específico (cal/g C)
0
c1 = 1,0 c2 = 1,0
Temperatura inicial ( C)
0
T1 = T2 =
Temperatura de equilíbrio ( C)0
TF = TF =

FONTE: O autor

m
OBS.: Para o cálculo da massa da água use d = , onde d = 1g/mL.
V

2.3 QUESTIONÁRIO
1- Quais são as formas de energia trocadas entre as águas?

2- O que é temperatura de equilíbrio?

3- Quando a temperatura de equilíbrio é atingida, existe transferência de calor?


Justifique.

4- As duas águas utilizadas neste experimento sofreram a mesma variação de


temperatura?

Se as massas fossem diferentes, você teria a mesma resposta? Justifique.

3 EXPERIMENTO: CALOR ESPECÍFICO DA ÁGUA


OBJETIVO

Ao término desta atividade você será capaz de:

- determinar experimentalmente o calor específico da água.

3.1 PARTE TEÓRICA


Existem duas formas de calor: a sensível e a latente. Neste experimento
iremos trabalhar com o calor sensível que está relacionado à absorção ou doação
de energia por um corpo devido à diferença de temperatura. A quantidade de
energia necessária para elevar a temperatura de um grama de uma substância
em um grau Celsius é chamada de calor específico dessa substância. A água, por
exemplo, tem um calor específico de 1,0 cal/g0C. Você notará que esse valor é alto
em comparação com outros materiais.

121
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

A quantidade de energia térmica envolvida na alteração da temperatura


de uma amostra de uma determinada substância depende de três parâmetros:
o calor específico da substância (c), a massa da amostra (m) e a diferença de
temperatura (ΔT). A quantidade de calor perdido ou calor ganho pode ser
determinada usando a seguinte equação:

Q = mcΔT

e com esta equação iremos determinar experimentalmente o calor


específico da água.

3.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- 500 mL de água
- Béquer (1000 mL ou volume maior que da água)
- Termômetro
- Bico de Bunsen com suporte e tela de amianto
- Cronômetro

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Pegue o termômetro, coloque 500 mL de água no béquer e registre a temperatura


inicial da água. Mantenha-o imerso, conforme a Figura 1:

FIGURA 1 – REGISTRO DA TEMPERATURA

FONTE: O autor

2- Pegue um tripé circular ou retangular e coloque a tela de aquecimento sobre


ele, conforme a Figura 2.

122
TÓPICO 1 | CALORIMETRIA

FIGURA 2 – SUPORTE COM TELA DE AQUECIMENTO

FONTE: O autor

3- Abaixo da tela de aquecimento coloque uma fonte de calor que forneça uma
potência constante. (Você pode usar o bico de Bunsen, conforme Figura 3).

FIGURA 3 – SUPORTE COM TELA DE AQUECIMENTO E BICO DE BUNSEN

FONTE: O autor

4- Coloque o béquer com água sob a tela de aquecimento, conforme a Figura 4.

FIGURA 4 – CONJUNTO BÉQUER, BICO DE BUNSEN E SUPORTE

FONTE: O autor

123
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

5- Ligue a fonte de calor e meça a temperatura a cada 30 segundos e anote no


Quadro 2.

QUADRO 2 – DADOS PARA A TEMPERATURA E TEMPO


Medida Tempo (s) Temperatura (0C)
0 t0 = 0,0 T0 =
1 t1 = 30,0 T1 =
2 t2 = 60,0 T2 =
3 t3 = 90,0 T3 =
4 t4 = 120,0 T4 =
5 t5 = 150,0 T5 =
6 t6 = 180,0 T6 =

FONTE: O autor

Q
6- Sabendo que a potência é dada por P= , a energia recebida pela água é Q =
∆t
PΔt. Sendo Δt = t - t0 (variação do tempo) e t0 = 0s (instante inicial), a equação
do calor absorvido ficará

Q = P. t

Com esta equação, preencha o quadro a seguir com a quantidade de


energia recebida nos instantes medidos.

QUADRO 3 – DADOS PARA A ENERGIA E TEMPO


Medida Tempo (s) Energia (cal)
0 t0 = 0,0 Q0 = 0
1 t1 = 30,0 Q1 =
2 t2 = 60,0 Q2 =
3 t3 = 90,0 Q3 =
4 t4 = 120,0 Q4 =
5 t5 = 150,0 Q5 =
6 t6 = 180,0 Q6 =

FONTE: O autor

7- Preencha o quadro a seguir com os valores de Q e temperatura obtidos nos


quadros dos itens 6 e 7.

124
TÓPICO 1 | CALORIMETRIA

QUADRO 4 – DADOS PARA A TEMPERATURA E ENERGIA


Medida Energia (cal) Temperatura (0C)
0 Q0 = 0 T0 =
1 Q1 = T1 =
2 Q2 = T2 =
3 Q3 = T3 =
4 Q4 = T4 =
5 Q5 = T5 =
6 Q6 = T6 =

FONTE: O autor

Com os dados do item 8, construa um gráfico Temperatura (eixo y)


versus Calor (eixo x). Trace uma reta que passe pela região média entre os pontos
experimentais. Escolha dois pares ordenados NÃO EXPERIMENTAIS o mais
afastado possível um do outro e determine o coeficiente angular B.

10- De posse do coeficiente angular B e da massa de água em gramas contida no


béquer, encontre o calor específico da água.
B
Cexp =
m

11- Calcule a margem de erro do calor específico experimental (Cexp) que você
encontrou com o valor tabelado para a água, Ctabelado = 1,0 cal/g °C.

Cexp - Ctabelado
Erro = . 100%
Ctabelado

3.3 QUESTIONÁRIO
1- Como você define a palavra calor?

2- O que é calor sensível?

3- Como você definiria calor específico?

4- Por que os metais se aquecem mais rápido do que a água?

5- O valor experimental encontrado para o calor específico é maior ou menor que


o valor tabelado para a água? Justificar a resposta.

125
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

4 EXPERIMENTO: CALOR ESPECÍFICO DOS SÓLIDOS


OBJETIVO

Ao término desta atividade você será capaz de:

- determinar o calor específico dos sólidos metálicos.

4.1 PARTE TEÓRICA


A capacidade calorífica ou capacidade térmica (C) de um corpo é a
quantidade de calor (Q) necessária para elevar a temperatura (ΔT) do corpo em
10C. A equação que os relaciona é Q = C. ΔT.

O calor específico (c) de uma substância é a capacidade calorífica (C)


por unidade de massa (g). Assim, a equação que os relaciona é C = mc. O calor
específico é essencialmente uma medida de quão insensível termicamente uma
substância é quanto à adição de energia. O equivalente em água de um corpo é a
massa de água, que exigiria a mesma quantidade de calor que o corpo teria para
elevar a temperatura em um grau Celsius.

O ato de misturar dois ou mais corpos em um ambiente termicamente


isolado do meio externo faz com que quando dois corpos a diferentes temperaturas
trocam calor, a quantidade de calor perdida pelo corpo mais quente é igual ao calor
ganho pelo corpo mais frio, e alguma temperatura de equilíbrio intermediária TF
é finalmente alcançada. Isso é verdade, desde que nenhum calor seja perdido ou
ganho de/para o meio externo. O objetivo do calorímetro é evitar que o calor se
perca no ambiente.

Nesta experiência, um sólido aquecido de massa M e temperatura


T1 conhecida é depositado no calorímetro contendo massa conhecida de
água fria m2. A temperatura de equilíbrio TF é então medida. A quantidade
do calor perdido pelo sólido deve ser igual à quantidade do calor ganho pela
água+calorímetro+agitador. E para isso iremos usar o princípio da troca de calor
entre corpos, na seguinte equação:

m1.c1.(TF – T2)+ m2.c2.(TF – T2) + M.c3.(TF – T1) = 0

onde

M – massa do metal sólido m1 – massa do calorímetro T F – Temperatura final de


equilíbrio
c3 – calor específico do metal c1 – calor específico do calorímetro m2 – massa da água fria
T1 – Temperatura inicial do c2 – calor específico da água T 2 – Temperatura inicial do
metal calorímetro e água fria

126
TÓPICO 1 | CALORIMETRIA

4.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- 500 mL de água
- Béquer (750 mL ou volume maior que da água)
- Termômetro
- Bico de Bunsen com suporte e tela de amianto
- 1 massa de aço e 1 massa de alumínio
- 1 Calorímetro e 1 balança

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Encha o copo quase até a metade com água e comece a aquecê-lo.

2- Registre o nome do metal que está sendo usado. Metal:______________

3- Meça a massa do metal sólido que chamaremos de M e, em seguida, coloque-o


no copo de água quente por meio de um fio, para evitar queimaduras, conforme
a Figura 5.

FIGURA 5 – METAL IMERSO EM ÁGUA QUENTE

FONTE: O autor

4- Enquanto o sólido está sendo aquecido, vá para o passo 5.

5- Meça a massa do calorímetro e o agitador, juntos. Chamaremos de massa m1.

6- Encha a parte interna do calorímetro até a metade com água fria (massa m2).

127
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

7- Meça a massa do calorímetro+agitador e a água fria (m1 + m2).

8- Pegue o calorímetro+agitador e a água fria e coloque a tampa, em seguida,


registre a temperatura da água fria (T2). Certifique-se de agitar a água primeiro.

9- Anote a temperatura do sólido quente quando a temperatura se estabilizar (T1).


Isso deve ocorrer depois que a água ferver. OBS: O metal possuirá a mesma
temperatura da água quente.

10- Agora, transfira rapidamente o sólido da água quente para dentro do


calorímetro sem borrifar água. Você deve fazer isso muito rapidamente.

11- Coloque a tampa no calorímetro e agite a água com muita suavidade e registre
a temperatura final de equilíbrio (T3). Não quebre o termômetro enquanto
estiver mexendo.

12- Repita as etapas anteriores com outro metal e anote as informações no quadro
abaixo.

QUADRO 5 – MEDIDA DAS GRANDEZAS PARA CADA META


Material Metal 1 Metal 2
Massa do metal (g)
Temperatura inicial do metal quente (0C)
Calor específico do calorímetro (cal/g0C)
Massa do calorímetro+agitador (g)
Massa do calorímetro+agitador+água fria (g)
Massa da água fria (g)
Calor específico da água fria (cal/g0C) 1,0 1,0
Temperatura inicial da água fria ( C)0

Temperatura final de equilíbrio (0C)

FONTE: O autor

4.3 QUESTIONÁRIO
1- Calcule o calor específico de cada metal usado no experimento.

2- Calcule a margem de erro do calor específico experimental (Cexp) que você


encontrou com o valor tabelado para cada metal Ctabelado.

Cexp - Ctabelado
Erro = . 100%
Ctabelado

128
TÓPICO 1 | CALORIMETRIA

3- Por que devemos agitar a água constantemente para se ter uma melhor precisão
da leitura da temperatura?

4- Por que é importante transferir com rapidez o metal aquecido para dentro do
calorímetro?

5- Por que é necessário usar um calorímetro para realizar este experimento?

5 EXPERIMENTO: TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR


CONDUÇÃO
OBJETIVO

Ao término desta atividade você será capaz de:

- Mostrar como o calor se propaga por condução usando diferentes bastões

5.1 PARTE TEÓRICA


Calor é a energia que faz as moléculas se moverem devido à diferença de
temperatura. Moléculas com mais energia térmica se movem mais rapidamente,
e moléculas com menos energia térmica se movem mais lentamente. Com isso,
à medida que as moléculas se aquecem e se movem mais rapidamente, elas se
afastam e os objetos se expandem (ficam maiores). Isso é chamado de expansão
ou dilatação térmica.

O calor está sempre se transferindo. Mas cuidado, pois há condições para


isso. Se você tiver dois objetos ou substâncias com temperaturas diferentes,
o calor sempre se moverá do objeto mais quente para o objeto mais frio. Esta
transferência de calor continuará até que os objetos atinjam a mesma temperatura.

Então, como exatamente o calor sai de uma coisa para outra? Isso é
chamado de transferência de calor. O calor pode ser transferido de três maneiras:
condução, convecção e radiação. Condução é como o calor é transferido através
do contato direto com objetos que estão se tocando. Toda vez que dois objetos se
tocam, o objeto mais quente transfere o calor para o objeto mais frio.

Alguns materiais conduzem com mais facilidade o calor, sendo


denominados de condutores. Metais são ótimos condutores. É por isso que objetos
de metal esquentam tão facilmente. Plástico e madeira são maus condutores. Eles
ainda ficam quentes, mas leva muito mais tempo para eles passarem o calor de
molécula para molécula.

E neste experimento lhe desafiamos, na prática, a analisar como esses


materiais se comportam.

129
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

5.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- Bastão de alumínio, madeira, vidro e fio de cobre.


- Fios feitos de outros metais da mesma espessura
- Cronômetro
- Três velas
- Tachinhas (ou clipes)
- Uma régua

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Faça uma marcação a cada 3 cm no bastão de alumínio (4 marcações).

2- Nestes locais coloque cera de vela derretida, prenda as tachinhas e espere secar.

FIGURA 6 – BASTÃO COM CERA E CLIPES

FONTE: O autor

3- Repita os procedimentos 1 e 2 com o bastão de vidro, bastão de madeira e fio


de cobre.

4- Coloque os bastões conforme a figura abaixo.

FIGURA 7 – PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA POR CONDUÇÃO

FONTE: O autor

130
TÓPICO 1 | CALORIMETRIA

5- Com os bastões posicionados, coloque a vela na extremidade A e meça o tempo


para derreter toda a cera em cada material usado.

QUADRO 6 – MEDIDAS DE TEMPO


Material Tempo (s)
Fio de cobre
Bastão de alumínio
Bastão de madeira
Bastão de vidro

FONTE: O autor

5.3 QUESTIONÁRIO
1- Como você definiria um bom condutor de calor?

2- Por que foram utilizados dois bastões de diferentes materiais?

3- Com os bastões utilizados neste experimento, qual deles apresentou uma


melhor propagação para a condução? Justifique.

4- Qual deles demorou mais tempo para derreter toda a cera? Justifique.

5- O calor viaja mais rápido ao longo de um fio de cobre mais fino que um mais
grosso?

6 EXPERIMENTO: TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR


CONVECÇÃO
OBJETIVO

Ao término desta atividade você será capaz de:

- mostrar como o calor se propaga por convecção usando diferentes fluidos.

6.1 PARTE TEÓRICA


A convecção é um dos três principais tipos de transferência de calor. Os
outros dois são radiação e condução. A convecção é a transferência de calor pelo
movimento de partículas aquecidas em uma área de partículas mais frias. Você
pode experimentar a convecção quando acende um fósforo. O ar diretamente
acima da parte acesa é sempre mais quente que o ar ao redor. Essa diferença de
temperatura em torno da parte acesa é causada pelo efeito do calor na densidade

131
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

do ar. O ar quente é menos denso que o ar frio e sobe, deixando o ar mais frio
abaixo. À medida que o ar quente sobe, um padrão de movimento de ar é formado,
chamado corrente de convecção. Podemos ver essas correntes de convecção no ar
e na água, conforme a Figura 8.

FIGURA 8 – PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO

FONTE: O autor

6.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- Três velas ou Bico de Bunsen (Fonte de calor)


- Suporte com tela de aquecimento
- Farinha
- Béquer
- Colher

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Parte 1: Convecção em um Líquido

1- Coloque água no béquer.

2- Acenda a fonte de calor e coloque abaixo do suporte com tela de aquecimento,


conforme a Figura 9.

132
TÓPICO 1 | CALORIMETRIA

FIGURA 9 – PROCESSO DE AQUECIMENTO

FONTE: O autor

3- Coloque farinha no béquer e observe o que acontece.

Parte 2: Convecção no ar

1- Para construir a hélice, pegue uma latinha de refrigerante e recorte-a formando


um retângulo.

FIGURA 10 – RECORTE DA LATA DE REFRIGERANTE

FONTE: O autor

2- Com o retângulo obtido, recorte-o num formato circular.

FIGURA 11 – RECORTE DE UM CÍRCULO NA LATA DE REFRIGERANTE

FONTE: O autor

133
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

3- Com uma régua e um estilete, faça marcações conforme a Figura 12. Não corte
a lata.

FIGURA 12 – MARCAÇÕES NO CÍRCULO PARA FORMAR A HÉLICE

FONTE: O autor

4- Com o círculo, recorte com o estilete ou uma tesoura as marcações feitas. Não
se esqueça de deixar uma pequena distância entre o furo do centro e o corte.

5- Após fazer o corte, dobre cada parte para formar a hélice.

6- Monte a estrutura conforme a Figura 13.

FIGURA 13 – MONTAGEM DA HÉLICE SOBRE UM SUPORTE E UMA BASE

FONTE: O autor

7- Acenda a fonte de calor e coloque-a debaixo da hélice, conforme a Figura 14.

134
TÓPICO 1 | CALORIMETRIA

FIGURA 14 – ROTAÇÃO DA HÉLICE

FONTE: O autor

6.3 QUESTIONÁRIO
1- Qual é o tipo de propagação de calor que ocorre no líquido do experimento?

2- Como você pode definir a convecção?

3- Por que ocorre o movimento das partículas da farinha?

4- O que acontece com as partículas de farinha que estão na parte de baixo do


béquer?

5- Qual é a razão de instalarmos o ar-condicionado na parte superior da nossa casa?

6- Por que os aquecedores são colocados na parte inferior de uma parede próximo
ao chão?

7- Como você explica a rotação da hélice?

135
RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, você aprendeu a:

• Calcular o calor específico da água e dos sólidos metálicos.

• Entender como funciona a propagação de calor por condução em uma barra.

• Entender como funciona a propagação de calor por convecção.

136
AUTOATIVIDADE

1 (ENADE 2014) Embora a radiação eletromagnética, que é uma forma de


propagação de calor, proveniente do Sol, seja importante para a vida humana
em vários aspectos, a exposição exagerada à radiação eletromagnética pode
ser danosa, especialmente na faixa da radiação ultravioleta (UV), pois o
bombardeamento da pele pelos fótons provenientes dessa radiação pode
gerar lesões de intensidades variáveis. Nesse contexto, conclui-se que:

a) ( ) A exposição aos raios ultravioleta (UV) vai gradativamente cedendo


energia para os tecidos, gerando aquecimento, queimaduras de pele e,
até mesmo, câncer.
b) ( ) O UV, absorvido pelas moléculas do tecido, gera excitação eletrônica,
provocando mudanças na configuração das moléculas, causando sua
quebra ou gerando novas ligações moleculares.
c) ( ) O UV tem energia para gerar vibrações moleculares, que são as
responsáveis pela agitação térmica, causando queimaduras e outros
danos aos tecidos, inclusive, câncer de pele.
d) ( ) O bombardeamento fotônico de UV pode provocar a fissão dos núcleos
atômicos nas moléculas do tecido, alterando a sua configuração e
gerando o câncer de pele.
e) ( ) Os raios UV são potencialmente danosos por possuírem alto poder de
polarização eletrônica (PE), gerando desde vermelhidões na pele (baixa
PE) até câncer de pele (alta PE).

2 O calor é definido como a energia térmica que é transferida de um corpo


para outro devido a uma diferença de temperatura. Essa transferência pode
ser feita de um lugar para outro por três métodos: condução em sólidos,
convecção de fluidos (líquidos ou gases) e radiação através de qualquer
coisa que permita a passagem da radiação. O método usado para transferir
calor é geralmente aquele que é o mais eficiente. Se houver uma diferença
de temperatura em um sistema, o calor sempre se moverá de temperaturas
mais altas para temperaturas mais baixas.

Sobre a propagação do calor, considere as seguintes afirmações:

I- A convecção só pode ocorrer nos meios sólidos.


II- A irradiação só pode ocorrer no vácuo.
III- A condução de calor é mais predominante nos corpos sólidos.
IV- A convecção do calor só pode ocorrer nos líquidos.

137
Está(estão) correta(s) somente:

a) ( ) I.
b) ( ) II.
c) ( ) III.
d) ( ) II e III.
e) ( ) I e II

3 (ENADE 2008) Calor e temperatura são conceitos estatísticos ligados


às propriedades coletivas das partículas que constituem os corpos: a
temperatura está ligada à energia cinética média das partículas e o calor, às
trocas de energia entre os constituintes dos corpos. Ao utilizar em aula um
termoscópio, o professor, associando discussões históricas ao experimento,
possibilitará que seus alunos distingam os conceitos de temperatura e calor,
ao constatarem que, quando ele segura o termoscópio, o nível do líquido:

a) ( ) Aumenta, caso a temperatura do professor seja superior à do ambiente.


b) ( ) Aumenta, caso a temperatura do professor seja igual à do ambiente.
c) ( ) Aumenta, para qualquer temperatura ambiente.
d) ( ) Não se altera, caso a temperatura do professor seja menor que a do ambiente.
e) ( ) Diminui, caso a temperatura do professor seja maior que a do ambiente.

4 (ENADE 2008) A irradiação térmica é a propagação de energia térmica


que não necessita de um meio material para se propagar, pois o calor se
propaga através de ondas eletromagnéticas. As micro-ondas são ondas
eletromagnéticas que, quando absorvidas pela água, geram calor no interior
do alimento por aumentar a vibração de suas moléculas. Na porta de vidro
de um forno de micro-ondas existe uma rede metálica de proteção. A rede
metálica tem orifícios de 2 mm de diâmetro. Durante a operação, é possível
ver o interior do forno. No entanto, o cozinheiro está protegido da radiação
micro-ondas. A esse respeito, foram feitas as afirmativas a seguir.

I - A radiação com comprimento de onda no infravermelho próximo   1 m 


é bloqueada pela grade.
II - A largura dos orifícios é da ordem de grandeza do comprimento de onda
da luz visível.
III - A rede metálica impede a transmissão das micro-ondas, mas não impede
a transmissão da radiação visível, por causa da diferença entre as
frequências.
IV - O comprimento de onda da radiação micro-ondas é maior do que o da luz
visível.

138
Está(ão) correta(s) APENAS a(s) afirmação(ões):

a) ( ) I.
b) ( ) II.
c) ( ) III.
d) ( ) I e II.
e) ( ) III e IV.

5 Calor que resulta em uma mudança de temperatura é dito ser "sensível". O


calor específico de um material é a quantidade de calor necessária para alterar
uma massa unitária de uma substância por uma unidade de temperatura.
Diversas substâncias necessitam receber ou ceder muita ou pouca energia
para que cada grama de massa possa variar em 1oC de temperatura e isso faz
com que o tempo de espera para ocorrer essa mudança varie para cada uma.

Com essas informações, podemos afirmar que:

a) ( ) Os metais se aquecem mais rapidamente por possuírem um alto calor


específico.
b) ( ) Os metais se aquecem mais lentamente por possuírem um alto calor
específico.
c) ( ) Os metais se aquecem mais rápido por possuírem um baixo calor específico.
d) ( ) Os metais se aquecem mais rápido por possuírem um calor específico
igual ao dos líquidos.
e) ( ) Os metais se aquecem mais rápido por não possuírem calor específico.

139
140
UNIDADE 3
TÓPICO 2

ESTUDO DOS GASES

1 INTRODUÇÃO
Um gás é um estado de matéria que não apresenta forma nem volume
definido. Os gases têm seu próprio comportamento, dependendo de uma
variedade de variáveis, como temperatura, pressão e volume. Embora cada gás
seja diferente, todos os gases atuam de maneira semelhante, ocupando todo o
espaço disponibilizado, conforme a figura. As partículas que compõem um gás
podem variar de átomos individuais a moléculas complexas e se movimentam
para todas as direções, conforme a Figura 15.

FIGURA 15 – MOVIMENTO DAS MOLÉCULAS DE UM GÁS

FONTE: O autor

Algumas outras informações gerais envolvendo gases que é importante


saber para quem os estuda:

- Os gases têm densidades mais baixas que as fases sólidas ou líquidas.


- Os gases são mais facilmente comprimidos.
- Os gases se misturam completamente e uniformemente quando confinados ao
mesmo volume.

141
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

Neste tópico iremos estudar o comportamento dos gases quando estão


trocando calor com o meio externo, o que vai influenciar na sua temperatura e pressão.

Tenha um bom trabalho.

2 EXPERIMENTO: BALÃO À PROVA DE FOGO


OBJETIVO

Ao término desta atividade, você será capaz de:

- Analisar o comportamento do balão com água e ar quando submetido ao fogo.


- Verificar os processos de transferência de calor.

2.1 PARTE TEÓRICA


Você já imaginou como seria ter um balão à prova de fogo? Então, agora
você pode fazer este experimento em casa. Tudo o que você precisa é de alguns
materiais simples e tenha cuidado para não se queimar!

Balões são coisas bastante frágeis. Eles devem ser mantidos longe de objetos
pontiagudos. Mas também precisa ser mantido longe das chamas, que podem
enfraquecer a borracha e fazê-la explodir. No entanto, neste experimento você
descobrirá como pode segurar um balão diretamente em uma chama sem explodi-lo.

O segredo é colocar água dentro do balão antes que ele se dilate. Isso
evitará que o balão estoure uma vez que está exposto à chama. A chama deve estar
embaixo da água no balão, assim a água vai absorver a maior parte do calor e a
borracha não vai ficar tão quente. A água tem um calor específico muito grande,
o que significa que é preciso muito calor para ferver a água. Eventualmente, a
água ficará quente o suficiente para quebrar a borracha, portanto, tenha cuidado
e aproveite a grande experiência!

2.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- Dois balões redondos, não inflados


- Água
- Vela
- Fósforo ou isqueiro

142
TÓPICO 2 | ESTUDO DOS GASES

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Parte 1: Balão com Água

Pegue um recipiente com água e coloque-a em um balão, encha-o um


pouco menos da metade e amarre-o.

FIGURA 16 – ENCHENDO O BALÃO

FONTE: O autor

1- Acenda uma vela ou isqueiro e segure sob o balão. Tenha certeza de que você
está segurando diretamente sobre a parte que contém água. Permita que a
chama toque o balão.

FIGURA 17 – ENCHENDO O BALÃO

FONTE: O autor

143
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

3- Veja como o balão permanece resistente ao fogo. Você pode até ver uma região
preta de fuligem na parte externa do balão acima da chama. A fuligem é
formada através de incompleta combustão e é normal vê-lo no balão enquanto
você queima o fósforo.

Faça este experimento com diferentes quantidades de água dentro do


balão e registre suas observações.

Parte 2: Balão com ar

1- Pegue um balão, encha-o com ar e amarre-o conforme a figura a seguir.

FIGURA 18 – BALÃO COM AR

FONTE: O autor

4- Acenda uma vela ou isqueiro e segure sob o balão. Permita que a chama toque
o balão.

FIGURA 19 – BALÃO COM AR

FONTE: O autor

144
TÓPICO 2 | ESTUDO DOS GASES

Faça este experimento com diferentes quantidades de ar dentro do balão


e registre suas observações.

CUIDADO: Tenha cuidado ao manusear fósforos, para evitar que você se


queime ou cause incêndios acidentais.

2.3 QUESTIONÁRIO
1- Por que o balão com água não estoura quando o aproximamos da chama?
Justifique.

2- Quais processos de troca de calor estão acontecendo?

3- Você poderia substituir a água com o leite e ter o mesmo efeito?

4- Por que o balão sem água explode na chama?

3 EXPERIMENTO: PRESSÃO ATMOSFÉRICA –


COMPRESSÃO DE UMA LATA
OBJETIVO

Ao término desta atividade, você será capaz de:

- analisar o comportamento da lata de refrigerante aquecida.


- verificar os processos de expansão e contração do ar dentro da lata de
refrigerante.

3.1 PARTE TEÓRICA


As leis dos gases são fáceis de demonstrar com itens domésticos comuns.
Esses princípios científicos relacionados descrevem como o volume, a pressão e a
temperatura de um gás mudam sob várias condições. Um experimento da lei dos
gases mostra o que acontece com uma propriedade, como o volume, quando você
altera outra, como a temperatura, enquanto mantém a outra igual. As experiências
descritas aqui são seguras e baratas e não usam substâncias químicas nocivas, apenas
ar e vapor de água. Os mesmos princípios funcionam para qualquer gás comum.

Neste experimento, uma lata de refrigerante será amassada demonstrando


a Lei de Charles, que nos ensina que os gases se expandem quando aquecidos e
se contraem quando resfriados. Quando aquecer a lata, você verá que o vapor
de água sai imediatamente dela e a água fria condensa o vapor, deixando a lata
a uma pressão muito baixa no interior. Acontece tão rapidamente que a pressão
normal do ar fora da lata esmaga o exterior da lata.

145
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

Ficou curioso para ver se isso é realmente verdade?

Siga o roteiro e mãos à obra!

3.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- Lata de refrigerante vazia


- Pegador
- 3 velas
- Recipiente com água gelada
- Gelo

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Coloque água em um recipiente e adicione gelo conforme a Figura 20.

FIGURA 20 – ENCHENDO O RECIPIENTE COM ÁGUA

FONTE: O autor

2- Coloque um pouco de água na lata conforme a Figura 21.

FIGURA 21 – COLOCANDO ÁGUA NA LATA

FONTE: O autor

146
TÓPICO 2 | ESTUDO DOS GASES

3- Com o pegador, segure a lata de refrigerante e coloque-a sobre as três velas


com fogo e quando a água começar a ferver, uma nuvem de vapor condensado
escapará da abertura da lata. OBS.: Você pode aquecer a lata de uma outra
maneira colocando-a sob a chama na boca do fogão e aguardar até que a água
entre em ebulição.

4- Com cuidado, pegue a lata com o pegador e mergulhe-a imediatamente na


água gelada a parte onde tem o furo, a fim de tampá-la.

3.3 QUESTIONÁRIO
1- Por que é importante que a água entre em ebulição?

2- Por que é necessário que a água quente entre em contato com a água gelada?

3- Por que a lata ficou amassada?

4 EXPERIMENTO: QUAL VELA SE APAGA PRIMEIRO?


OBJETIVO

- verificar o consumo do oxigênio.

4.1 PARTE TEÓRICA


O oxigênio é um dos elementos com muita abundância no nosso planeta.
Nossa atmosfera é constituída por cerca de 21% de oxigênio. O oxigênio também
é amplamente combinado com outras substâncias, como água (89%) e óxidos
minerais. Até o corpo humano tem 65% de oxigênio em massa.

Uma das principais observações que podemos ter neste experimento é


que quando uma vela queima, a chama aquece o ar próximo e começa a subir. À
medida que este ar quente sobe, o ar mais frio e o oxigênio entram no fundo da
chama para substituí-lo. Quando esse ar mais frio é aquecido, ele também sobe e
é substituído por ar mais frio na base da chama.

O calor produzido pela chama da vela faz com que o ar se expanda e


parte dele saia pela base do recipiente em contato com a água, o que pode ser
observado pelas bolhas escapando. A chama das velas gradualmente consome
oxigênio, e quando o nível de oxigênio fica muito baixo para sustentar a chama,
expira e o ar dentro do recipiente começa a esfriar novamente. Esse gás cria um
vácuo parcial (ou seja, a pressão dentro do recipiente é menor do que a pressão
fora da garrafa). A pressão externa mais alta força a água a entrar até que as
pressões internas e externas sejam iguais.

147
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

4.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- 3 velas de diferentes tamanhos


- Recipiente grande de vidro
- Água
- Prato

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Fixe as três velas sobre um prato conforme a Figura 22.

FIGURA 22 – POSICIONANDO AS VELAS SOBRE O PRATO

FONTE: O autor

2- Coloque água ou água+corante no prato conforme a Figura 23.

FIGURA 23 – COLOCANDO ÁGUA OU ÁGUA+CORANTE SOBRE O PRATO

FONTE: O autor

3- Acenda as velas conforme a Figura 24.

148
TÓPICO 2 | ESTUDO DOS GASES

FIGURA 24 – VELAS ACESAS SOBRE O PRATO

FONTE: O autor

4- Coloque um recipiente de vidro por cima das velas conforme a Figura 25. (O
tamanho deste recipiente deve ser maior que as velas).

FIGURA 25 – COLOCANDO O RECIPIENTE SOBRE AS VELAS

FONTE: O autor

4.3 QUESTIONÁRIO
1- Por que é necessário colocar um recipiente sobre as velas?

2- O que acontece com o gás oxigênio que ficou dentro do recipiente com as velas?

3- Por que o nível de água sobe dentro do copo quando a vela se apaga?

4- Qual das velas se apaga primeiro? E qual será a última? Justifique.

149
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu a:

• Analisar o comportamento do balão com água e ar quando submetido ao fogo.

• Verificar os processos de transferência de calor.

• Analisar o comportamento da lata de refrigerante aquecida.

• Verificar os processos de expansão e contração do ar dentro da lata de


refrigerante.

• Verificar o consumo de oxigênio quando se coloca um recipiente sobre uma


vela acesa e a diferença de pressão criada.

150
AUTOATIVIDADE

1 (ENADE 2005) Suponha que um professor leve à sala de aula as duas fotos
a seguir, que representam uma bexiga antes e depois de ser imersa em
nitrogênio líquido.

FONTE: <www.physics.lsa.umich.edu/demolab/demo.asp?id=852>. Acesso em: 8 nov. 2018.

Em seguida, com a participação dos alunos, ele elabora o enunciado de


um problema a respeito dessas fotos procurando orientá-los para que levem
em consideração todos os aspectos que julga relevantes em função do conteúdo
que pretende trabalhar. Essa metodologia é recomendada pelos pesquisadores
em ensino de ciências, entre outras razões, por garantir o envolvimento do
aluno na resolução do problema, além de desenvolver a habilidade de levantar
hipóteses. Neste exemplo, o professor pretende trabalhar o seguinte conteúdo:

a) ( ) Teoria cinética dos gases.


b) ( ) Mudança de fase.
c) ( ) Calor específico de líquidos e gases.
d) ( ) Relação entre escalas termométricas.
e) ( ) Rendimento em um ciclo de Carnot.

2 Na teoria cinética dos gases, aceita-se a suposição de que as leis da Mecânica


são aplicáveis ao movimento molecular. Qual das afirmações a seguir são
hipóteses em sua aplicação?

a) ( ) As moléculas se encontram em movimento ordenado, regido pelos


princípios da Mecânica newtoniana.
b) ( ) As moléculas não exercem força umas sobre as outras, exceto quando
colidem.
c) ( ) As colisões das moléculas entre si e contra as paredes do recipiente onde
estão contidas são perfeitamente inelásticas e de duração não desprezível.
151
d) ( ) As moléculas têm as mesmas dimensões em comparação aos espaços
vazios entre elas.
e) ( ) NDA.

2 Tanto em Física quanto em Química define-se um dos mais importantes


conceitos, o mol, que é definido como a quantidade de matéria que contém
um número invariável de partículas que podem ser átomos, moléculas,
elétrons ou íons. Esse número invariável de partículas é chamado de
Número de Avogadro N­A. Sendo ele um número muito importante no
estudo dos gases, qual alternativa se refere a essa quantidade N­A?

a) ( ) 6,02.1023.
b) ( ) 6,02.1025.
c) ( ) 6,02.103.
d) ( ) 6,02.1032.
e) ( ) NDA.

3 Na teoria cinética dos gases, apresenta-se um modelo microscópico para


o gás ideal que explica seu comportamento global (por exemplo, as leis de
Boyle e de Charles) e que as leis da Mecânica são aplicáveis ao movimento
das moléculas. Com isso, o gás que se adéqua sem restrições a esse modelo
é o gás ideal (ou gás perfeito). Porém, os gases reais, de acordo com a sua
natureza e as condições em que se encontram, podem se aproximar do
modelo proposto. Para que isso ocorra, quais as condições em que o gás
real deve se encontrar?

a) ( ) Aplica-se melhor a gases sob altas pressões e elevadas temperaturas.


b) ( ) Aplica-se melhor a gases sob baixas pressões e elevadas temperaturas.
c) ( ) Aplica-se melhor a gases sob baixas pressões e baixas temperaturas.
d) ( ) Aplica-se melhor a gases sob altas pressões e baixas temperaturas.
e) ( ) NDA.

4 O estado termodinâmico de um gás é caracterizado por três grandezas, o


volume (V), a pressão (p) e a temperatura (T), que constituem as variáveis
de estado. Certa quantidade de gás sofre uma transformação de estado que
chamamos de (1) inicial e (2) final, quando se modificam ao menos duas
das variáveis de estado. Supondo que a temperatura permaneça constante
durante a transformação, qual alternativa a seguir representa a simplificação
da equação geral dos gases para este caso?

a) ( ) P1V1 = P2V2.
b) ( ) P1V2 = P2V1.
c) ( ) P2V1 = P1V2.
d) ( ) P1 = P2.
e) ( ) V1 = V2.

152
UNIDADE 3
TÓPICO 3

TERMODINÂMICA

1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Você acaba de chegar a uma etapa importante desta
unidade, que trata da Termodinâmica, que ajudou a revolucionar as indústrias.
A termodinâmica é o ramo da física que estuda os fenômenos térmicos, ou seja,
com todos os processos que são influenciados por mudanças de temperatura.
Na termodinâmica, uma forma particular de energia, que chamamos de calor,
desempenha um papel central.

A termodinâmica apresenta duas principais leis, que são formuladas da


seguinte maneira: A primeira Lei da Termodinâmica nos diz que é impossível
construir uma máquina que produza energia a partir do nada, porque a energia
total de um sistema é sempre preservada. A segunda lei da Termodinâmica trata,
justamente, de processos naturalmente proibidos, como o leite quente não pode
receber calor do gelo; quando misturamos dois líquidos é impossível obtermos
exatamente a mesma configuração inicial de cada um deles etc., mas mesmo
assim, a conservação da energia continua sendo verificada. A segunda Lei da
Termodinâmica aborda, também, que as usinas de energia sempre produzem
calor residual e porque nunca é possível converter completamente a energia
térmica em energia mecânica.

Neste Tópico 3, você verá alguns experimentos básicos que tratam dessas
leis. Eles são simples de serem construídos, mas têm uma física muito interessante
que ajudará a entender melhor os conceitos abordados em sala de aula.

Tenha um bom trabalho!

153
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

2 EXPERIMENTO: 1a LEI DA TERMODINÂMICA


OBJETIVO

Ao término desta atividade você será capaz de:

- estudar experimentalmente a 1ª Lei da Termodinâmica.

2.1 PARTE TEÓRICA


A Primeira Lei da Termodinâmica foi anunciada por Julius Robert von
Mayer, em 1841. Ela trata do princípio da conservação da energia.

Num processo termodinâmico sofrido por um gás, há duas formas de
energia trocadas com o meio exterior: o calor trocado Q e o trabalho realizado τ.
A variação de energia interna ΔU sofrida pelo sistema é consequência do balanço
energético entre essas duas quantidades.

Definição da Primeira Lei da Termodinâmica:

A energia total de um sistema isolado não é criada nem destruída,


permanece constante. A energia só se transforma de um tipo para outro.
Quando uma classe de energia desaparece, uma quantidade equivalente de
outra classe deve ser produzida, ou seja, a variação da energia interna de um
sistema é dada pela diferença entre o calor trocado com o meio exterior e o
trabalho realizado no processo termodinâmico.

Q = τ + ΔU

Neste experimento, você verá como um gás pode se expandir ao ser


colocado em um ambiente com água quente que fornecerá energia para as paredes
do recipiente e assim transferindo calor para o gás que está dentro. E de acordo
com a 1ª Lei da Termodinâmica, haverá aumento da energia interna, ou seja, a
temperatura do gás vai aumentar.

Também você vai ver o que pode acontecer se pegarmos essa mesma
garrafa imersa no ambiente de água quente e a colocarmos na água fria. O que
acontecerá? Vamos ver.

2.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- Dois recipientes com bocas largas. (Podem ser panelas também)


- Uma garrafa pet (precisa caber dentro dos frascos)

154
TÓPICO 3 | TERMODINÂMICA

- 1 a 2 L de água quente e alguém para ajudá-lo


- 1 L de água fria – (água com cubos de gelo é ainda melhor)

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Estique a abertura do balão ao redor da extremidade aberta da garrafa pet


conforme a Figura 26. Certifique-se de que a garrafa esteja selada e o balão não
saia facilmente. Também ajuda a centralizar o balão na boca da garrafa.

FIGURA 26 – COLOCANDO O BALÃO NA BOCA DA GARRAFA

FONTE: O autor

2- Coloque água quente em um recipiente grande conforme a Figura 27

FIGURA 27 – COLOCANDO ÁGUA QUENTE NO RECIPIENTE

FONTE: O autor

3- Coloque a garrafa com o balão no recipiente de água quente conforme a Figura


28 e observe o que acontece.

155
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

FIGURA 28 – MERGULHANDO A GARRAFA COM BALÃO NA ÁGUA QUENTE

FONTE: O autor

4- Coloque água fria no outro recipiente, preferencialmente com gelo conforme a


Figura 29.

FIGURA 29 – RECIPIENTE COM ÁGUA FRIA E GELO

FONTE: O autor

5- Agora coloque a garrafa com o balão no recipiente de água fria por alguns
momentos, e espere o resultado (cubos de gelo vão apressar).

2.3 QUESTIONÁRIO
1- Como você pode definir a 1ª Lei da Termodinâmica?

2- Defina os seguintes termos-chave. Em seguida, forneça um exemplo de cada.

156
TÓPICO 3 | TERMODINÂMICA

QUADRO 7 – DEFINIÇÃO DAS GRANDEZAS FÍSICAS DO EXPERIMENTO


Termo Definição Exemplo

Massa
Volume
Sólido
Líquido
Gás
Energia interna -------------------------------
Temperatura -------------------------------
Calor

FONTE: O autor

3- O que aconteceu com o balão quando a garrafa estava em um ambiente com


água quente?

4- O que aconteceu com o balão quando a garrafa estava em um ambiente com


água gelada?

5- O que você acha sobre quem realizou trabalho?

3 EXPERIMENTO: 2ª LEI DA TERMODINÂMICA


OBJETIVO

Ao término desta atividade você será capaz de:

- estudar experimentalmente a 2ª Lei da Termodinâmica.

3.1 PARTE TEÓRICA


A entropia está relacionada com a ordem e desordem de um sistema.
Às vezes é chamada flecha do tempo, porque o tempo só vai em uma direção.
Nós nos tornamos mais velhos, não mais jovens. Isto é verdade para o Universo
também. É isso que a entropia é.

Com a 1ª Lei temos uma melhor compreensão da energia devido ao


movimento microscópico das moléculas. Podemos associar este movimento com
a energia interna e que depende da temperatura do corpo. No nosso cotidiano,
vários objetos ao nosso redor possuem temperaturas diferentes, como objetos
quentes e objetos frios que naturalmente acabam chegando a uma temperatura
comum, que chamamos de equilíbrio térmico. Um pingo de tinta que cai na água

157
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

se espalha por toda a superfície, mas não se separa dela depois de misturada.
Nenhuma dessas ocorrências cotidianas viola a Primeira Lei da Termodinâmica,
mas ela também não as explica. É óbvio que, em nossa consideração de energia
em um nível microscópico, perdemos alguma coisa.

Para ver o que perdemos, é necessário introduzir o conceito de


ordem e desordem e um método que os físicos criaram para medir a
ordem e a desordem – esse conceito é chamado de entropia, que é uma
propriedade intrínseca dos sistemas, caracterizada pelo fato de seu
valor aumentar quando aumenta a desordem nos processos naturais.

Neste experimento, iremos estudar como se comporta a difusão de um


corante quando o colocamos em ambientes com temperaturas iguais e diferentes.

3.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS

- Dois béqueres
- Duas seringas
- Corantes
- Água quente e água fria

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Parte 1: Líquidos com a Mesma Temperatura

1- Coloque 500 mL de água em cada béquer (deixe a água com a mesma


temperatura em ambos).

2- Coloque corante dentro das duas seringas.

3- Pingue, simultaneamente, uma gota de corante em cada béquer e observe o


que acontece com o corante. OBS: Aguarde uns 5 a 10 minutos para analisar a
dispersão do corante.

4- Retire a água com corante dos béqueres do item 3 e lave-os.

Parte 2: Líquidos com Diferentes Temperaturas

5- Coloque água gelada em um béquer e água quente no outro béquer. Se possível,


meça a temperatura da água de cada béquer.

Água gelada: T = ________ 0C Água quente: T = ________ 0C

158
TÓPICO 3 | TERMODINÂMICA

6- Pingue, simultaneamente, uma gota de corante em cada béquer e observe o


que acontece com o corante. OBS.: Aguarde uns 5 a 10 minutos para analisar
a dispersão do corante.

3.3 QUESTIONÁRIO
1- Como você define a entropia?

2- Nos líquidos houve o processo de difusão do corante. Em qual deles houve


uma maior difusão? Qual deles tem uma maior entropia?

3- A difusão do corante é um processo reversível ou irreversível?

4- O que são processos reversíveis e irreversíveis?

4 EXPERIMENTO: MOTOR CASEIRO A VAPOR


OBJETIVO

Ao término desta atividade você será capaz de:

- Construir um experimento simples para mostrar o funcionamento básico de


uma usina térmica e/ou de uma máquina térmica.

4.1 PARTE TEÓRICA


Uma máquina térmica normalmente usa a energia fornecida para ela na
forma de calor para realizar trabalho e, em seguida, rejeita o calor que não vai
ser usado para a fonte fria. Uma máquina consiste em um gás confinado por um
pistão em um cilindro. Se o gás é aquecido, ele se expande, movendo o pistão. Este
não seria um motor particularmente prático, porque uma vez que o gás alcança o
equilíbrio, o movimento pararia. Um motor prático passa por ciclos; o pistão tem
que se mover para frente e para trás. Uma vez que o gás é aquecido, movendo o
pistão para cima, ele pode ser resfriado e o pistão se moverá para baixo. Um ciclo
de aquecimento e resfriamento moverá o pistão para cima e para baixo.

Um componente necessário de um motor térmico, então, é que duas


temperaturas estão envolvidas. Em um estágio o sistema é aquecido, em outro
é resfriado.

Em um ciclo completo de um motor térmico, três coisas acontecem:

a) Calor é adicionado. Isto é a uma temperatura relativamente alta, então o calor


pode ser chamado de Q1.
b) Parte da energia desse calor de entrada é usada para executar o trabalho (τ).
c) O resto do calor é removido a uma temperatura relativamente baixa (Q2).
159
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

FIGURA 30 - MODELO DE UMA MÁQUINA TÉRMICA

FONTE: O autor

4.2 PARTE EXPERIMENTAL


MATERIAIS UTILIZADOS
- Lata de refrigerante cheia
- Agulha
- Seringa
- Água
- Queimador a álcool gel
- Suportes

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1- Pegue a lata de refrigerante e faça um furo com a agulha conforme a Figura 31.

FIGURA 31 – FURANDO A LATA COM UMA SERINGA

FONTE: O autor

160
TÓPICO 3 | TERMODINÂMICA

2- Coloque a lata de forma invertida em um recipiente para que todo o refrigerante


contido saia.

3- Depois de retirar o refrigerante, encha a seringa com água e coloque-a dentro


da lata.

4- Use a hélice construída no experimento de transferência de calor por convecção.

FIGURA 32 – MONTAGEM DA HÉLICE

FONTE: O autor

5- Monte uma base para a lata de refrigerante com água conforme a Figura 33.

FIGURA 33 – COLOCANDO A LATA COM ÁGUA NO SUPORTE

FONTE: O autor

6- Coloque o queimador a álcool gel embaixo da lata e espere sair vapor pelo furo
conforme a Figura 34.

161
UNIDADE 3 | FÍSICA EXPERIMENTAL PARA O ENSINO

FIGURA 34 – AQUECIMENTO DA LATA COM ÁGUA

FONTE: O autor

7- Coloque a base com a hélice em frente à saída do vapor pelo furo conforme a
Figura 35.

FIGURA 35 – COLOCANDO A HÉLICE PARA GIRAR

FONTE: O autor

4.3 QUESTIONÁRIO
1- Como você pode definir uma máquina a vapor?

2- Por que é importante esperar que a água entre em ebulição?

3- O que faz a hélice se movimentar?

4- Quais são as formas de energia que estão envolvidas no experimento?

5- Neste experimento quem é a fonte quente?

6- O que acontece com a pressão do gás dentro da lata?

7- Qual é a condição importante para o funcionamento de uma máquina térmica?

162
RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico, você aprendeu a:

• Verificar como funciona a 1ª Lei da Termodinâmica colocando uma garrafa


dentro de água com diferentes temperaturas.

• Entender o conceito de entropia.

• Entender como funciona a máquina a vapor.

163
AUTOATIVIDADE

1 ENADE (2011) A Segunda Lei da Termodinâmica pode ser usada para


avaliar propostas de construção de equipamentos e verificar se o projeto
é factível, ou seja, se é realmente possível de ser construído. Considere a
situação em que um inventor alega ter desenvolvido um equipamento que
trabalha segundo o ciclo termodinâmico de potência mostrado na figura.
O equipamento retira 800 kJ de energia, na forma de calor, de um dado
local que se encontra na temperatura de 1000 K, desenvolve uma dada
quantidade líquida de trabalho para a elevação de um peso e descarta 300
kJ de energia, na forma de calor, para outro local que se encontra a 500 K de
temperatura. A eficiência térmica do ciclo é dada pela equação fornecida.

Wciclo Q
  1 C
QH QH

FONTE: MORAN, M. J., SHAPIRO, H. N. Princípios de Termodinâmica para Engenharia. Rio de


Janeiro LTC S.A., 6. Ed., 2009.

Nessa situação, a alegação do inventor é:

a) ( ) Correta, pois a eficiência de seu equipamento é de 50% e é menor do


que a eficiência teórica máxima.
b) ( ) Incorreta, pois a eficiência de seu equipamento é de 50% e é maior do
que a eficiência teórica máxima.
c) ( ) Correta, pois a eficiência de seu equipamento é de 62,5% e é menor do
que a eficiência teórica máxima.
d) ( ) Incorreta, pois a eficiência de seu equipamento é de 62,5% e é maior do
que a eficiência teórica máxima.
e) ( ) Incorreta, pois a eficiência de seu equipamento é de 62,5% e é menor do
que a eficiência teórica máxima.

164
2 ENADE (2011) Suponha que um motor funcione como uma máquina
térmica em um ciclo de Carnot, entre a temperatura T1 (fonte fria) e a
temperatura T2 (fonte quente). Nessas condições, o seu rendimento é de
40%. Se T2 aumentar 20%, pode-se afirmar que:

a) ( ) O rendimento do motor também aumentará 20%.


b) ( ) A variação de energia interna no ciclo aumentará.
c) ( ) A quantidade de calor retirada da fonte quente diminuirá.
d) ( ) A variação de entropia no ciclo diminuirá.
e) ( ) O trabalho realizado no ciclo aumentará.

3 Dois assuntos muito importantes no estudo da Termodinâmica trazem


informações que revolucionaram a era industrial: máquinas térmicas e a
Segunda Lei. Dentre as afirmações abaixo, qual(is) está(ão) correta(s)?

I- MÁQUINAS térmicas são dispositivos usados para converter energia


mecânica em energia térmica com consequente realização de trabalho.
II- O enunciado da Segunda Lei da Termodinâmica, proposto por Clausius,
afirma que o calor não passa espontaneamente de um corpo frio para um
corpo mais quente, a não ser forçado por um agente externo, como é o
caso do refrigerador.
III- É possível construir uma máquina térmica que, operando em transformações
cíclicas, tenha como único efeito transformar completamente em trabalho
a energia térmica de uma fonte fria.
IV- Nenhuma máquina térmica, operando entre duas temperaturas fixadas,
pode ter rendimento maior que a máquina ideal de Carnot, operando
entre essas mesmas temperaturas. São corretas apenas.

a) ( ) I e II.
b) ( ) II e III.
c) ( ) I, III e IV.
d) ( ) II e IV.

4 As máquinas térmicas funcionam acopladas a duas fontes térmicas


mantidas em temperaturas distintas. A chamada fonte quente, mantida à
temperatura T1, é responsável pelo fornecimento de calor Q1 à máquina, e a
fonte fria, mantida à temperatura T2 ( T2 < T1 ), recebe o calor excedente Q2
, ou seja, o calor não convertido em trabalho. Dentre as propostas a seguir,
qual corresponde à equação do trabalho realizado pela máquina térmica:

a) ( ) τ = Q1 - Q2.
b) ( ) τ = Q2 - Q1.
c) ( ) τ = Q1 + Q2.
d) ( ) τ = Q1 ÷ Q2.
e) ( ) NDA.

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5 Durante uma transformação, sabemos que um gás pode trocar energia com
o meio externo sob duas formas: calor (Q) e trabalho (τ). O resultado destas
trocas energéticas faz com que a energia interna do gás (ΔU) aumente,
diminua ou permaneça constante. A Primeira Lei da Termodinâmica é,
então, uma Lei da Conservação da Energia, podendo ser enunciada da
seguinte forma:

a) ( ) Q = τ + ΔU.
b) ( ) Q = τ - ΔU.
c) ( ) Q = -τ + ΔU.
d) ( ) Q = - τ - ΔU.
e) ( ) Q = τ × ΔU.

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REFERÊNCIAS
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