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TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO SENSORIAL NOS AUTISTAS

É muito comum nos depararmos com situações em que o individuo com


autismo apresenta comportamentos/reações diferentes e que muitas vezes
não sabemos agir diante dessa situação, tão pouco sabemos do que se trata.
Quem nunca ouviu falar que determinado individuo com autismo não gosta de
determinada comida, não gosta de barulho, se sente mal ao ser tocado, não
gosta de entrar em contato com a areia, reclamam da luz ou de determinados
cheiros, alguns são ainda sensíveis a dor, pois bem, isso tudo são
características do Transtorno do Processamento Sensorial que atinge grande
parte dos autistas e isso tem dificultado muito o seu processo de
desenvolvimento e até mesmo de sobrevivência, quando a sua seletividade
alimentar o restringe a ingestão de alimentos.

E o que é o Transtorno do Processamento Sensorial? Trata-se de uma


condição neurofisiológica na qual a entrada sensorial do ambiente ou do
próprio corpo é mal detectada e as vezes mal interpretada. Em alguns casos
bem específicos há crianças que são intolerantes até mesmo a própria roupa,
em que não se sentem bem, sendo necessário que os pais, retirem as
etiquetas, evitem determinados tecidos ou costuras, tudo isso dada a
irritabilidade que causa aquela determina roupa no individuo com autismo.
Já no que se refere a questão alimentar, dada a textura ou até mesmo a
cor do alimento causa no individuo com autismo um determinado tipo de
aversão, caracterizando o que chamamos de seletividade alimentar.
Sobre esse item é muito importante que nada seja forçado, por isso tanto
os pais, quanto os profissionais de educação precisam estar em constante
comunicação para tomar ciência do que o individuo com autismo gosta, do que
ele tem dificuldades ou medos, o que ele rejeita, se a criança fica agitada ou
calma diante de determinada situação, tudo isso é extremamente importante
para que ações coordenadas possam ser tomadas a fim de se prevenir
situações como ansiedade, depressão e até mesmo agressividade o que
compromete consideravelmente o seu processo de desenvolvimento, interação
e socialização.

E o que fazer diante desse Transtorno do Processamento Sensorial


apresentado por alguns indivíduos com autismo? Certo que há algumas
possibilidade de acompanhamento e desenvolvimento de atividades sensoriais
que podem diminuir esse transtorno, e para isso nada melhor do que ser
acompanhado de perto por um Terapeuta Ocupacional que irá trabalhar alguns
desses transtornos por meio de atividades lúdicas, onde o brincar é a porta de
entrada para uma nova percepção sensorial.
Ressalta-se ainda que para quem está de fora, a percepção de
indivíduos com autismo diante de alguns comportamentos, certamente virá
acompanhado de pré-julgamentos, tudo isso pela falta de conhecimentos ou
até mesmo por não saber lidar diante da situação. Portanto, ao observar um
individuo com autismo se desorganizando, por exemplo, jogando-se ao chão,
colocando as mãos nos ouvidos, girando em torno do próprio eixo, balançando
as mãos, não julgue, evite fazer comentário do tipo, "isso é birra", ou "essa
criança é mimada ou mal criada"... não comente aquilo que não tem
conhecimento. O melhor a fazer nesse momento é oferecer ajuda, colocar-se
no lugar outro, aplicar o conceito da empatia.

Nesse processo de aprendizagem, compreender as interfaces que


circundam os aspectos sensoriais das pessoas com Transtorno do Espectro
Autismo, nos direcionam, enquanto profissionais para um melhoramento das
nossas práticas, bem como, enquanto pessoas comuns, a compreender a
conviver com as diferenças, pois afinal de contas, somos todos iguais em
nossas diferenças.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
GRANDIN, Temple. O cérebro autista. Rio de Janeiro, Record, 2015
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