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Direito do Autista

RAYENE REIS
Autora
04/2022

@rayenereis
Rayene Reis - Mãe de Autista

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INTRODUÇÃO

Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O autismo é um transtorno neurológico caracterizado por


comprometimento da interação social, comunicação verbal e não verbal
e comportamento restrito e repetitivo.

O autista tem direito à atendimento prioritário, à saúde, à educação, à


moradia, ao trabalho, à assistência social, à previdência social, à
cultura, ao esporte, ao turismo, ao lazer, ao transporte, à mobilidade, à
tecnologia assistiva, à justiça, entre outras prerrogativas firmadas no
Estatuto da Pessoa com Deficiência.

O Censo Demográfico 2022 está agendado para ocorrer entre os


meses de junho e agosto. Esta conquista é importante para quem tem
autismo sendo garantida pela Lei 13.861, assinada em 2019. Com os
dados oficiais coletados a partir de agora será possível direcionar
políticas públicas e recursos para os diagnosticados.

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IDENTIFICAÇÃO

Há dois anos foi criada a Carteira de Identificação da Pessoa com


Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA). O documento garante atenção
integral, pronto atendimento e prioridade nos serviços públicos e
privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência
social.

A CIPTEA foi criada pela norma batizada de Lei Romeo Mion, filho do
apresentador de televisão Marcos Mion.

A carteira é expedida pelos órgãos estaduais, distritais e municipais


que executam a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa
com Transtorno do Espectro Autista.

Para tirar o documento, a família deve apresentar um requerimento


acompanhado de relatório médico com a indicação do código da
Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde (CID). A identidade deve ser renovada a cada
cinco anos.

Alguns estados disponibilizam o agendamento via aplicativo. Em


Minas Gerais, por exemplo, existe o aplicativo (MG app cidadão),
integrado com o sistema do Governo Federal (Gov.br).

Por ele, é possível agendar e realizar a emissão da carteira, conforme


exemplo:

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IDENTIFICAÇÃO

Imagem do Aplicativo MG app cidadão

Primeira tela (após login) Campo "Meus Documentos"

CIPTEA
– Lei 13.977/2020 (Lei Romeo Mion): Institui a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do
Espectro Autista (Ciptea) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L13977.htm

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SAÚDE

A pessoa com transtorno do espectro autista tem direito ao acesso às


ações e serviços de saúde, oferecidos pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) e pelo plano privado de assistência à saúde, com vistas à atenção
integral às suas necessidades.

A Lei 12.764/12 garante o acesso ao diagnóstico precoce, ao


atendimento multiprofissional, à nutrição adequada, aos medicamentos
e as informações que auxiliem no tratamento.

Muitas famílias desconhecem detalhes sobre os direitos do autista em


relação ao atendimento de saúde tanto na rede privada quanto pública.
A regulamentação da ANS (Agência Nacional de Saúde) estabelece
limites de sessões de terapia, conforme o tipo da terapia. Pessoas
diagnosticadas no transtorno do espectro do autismo (F84.*) tem um
limite diferenciado.

O que o convênio não revela e muitos pais não sabem? Esse limite
determinado não é o máximo, e sim o mínimo!

Isso significa que, caso seja necessário e comprovado (por laudo


médico), o convênio médico é obrigado e disponibilizar quantas
sessões forem necessárias. O médico tem autonomia para prescrever o
tratamento mais adequado ao paciente. Quando a enfermidade
necessita de procedimento específico e prolongado, como no caso do
autismo, a operadora de saúde deve fornecer ou custear. O beneficiário
que recebe negativa pode buscar seus direitos na Justiça de modo a
melhorar a sua qualidade de vida e a sua independência.

– Resolução Normativa – RN 469/2021: Dispõe sobre o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde no âmbito
da Saúde Suplementar, para regulamentar a cobertura obrigatória de sessões com psicólogos, terapeutas
ocupacionais e fonoaudiólogos, para o tratamento/manejo do Transtorno do Espectro Autista (TEA)
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-normativa-rn-n-469-de-9-de-julho-de-2021-331309190

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MEDICAMENTOS

A rede pública de saúde disponibiliza inúmeros fármacos gratuitos


para ajudar a controlar alguns sintomas relacionados ao autismo.
Todavia, quando a receita aponta um remédio de alto custo ou que não
é encontrado nas farmácias das Unidades Básicas de Saúde do SUS, a
pessoa deve fazer um pedido judicial.

Também no APP MG cidadão, é possível fazer solicitações de


medicamentos, conforme imagem abaixo:

Caso necessário, poderá contratar um advogado de sua confiança ou


comparecer ao fórum mais próximo com comprovante de residência,
documentos pessoais da pessoa com TEA e do responsável legal, junto
com o pedido médico da medicação, para entrar com processo judicial.

Ao final deste e-book indicarei alguns profissionais especialistas em


direito do autismo.

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EDUCAÇÃO

Todas as escolas devem aceitar a matrícula da pessoa com transtorno


do espectro autista, ou qualquer outra categoria de deficiência. O
gestor escolar que recusar pode ser punido com multa de 3 a 20
salários-mínimos.

Muito mais que direito a vaga, o autista tem direito a uma série de
coisas que vão desde o transporte até a escola até uma pessoa que irá
acompanhá-lo durante os estudos e fazer a ponte entre o professor e o
aluno, para “traduzir” o conteúdo a uma linguagem e formato que
possam ser melhor interpretados.

Os casos mais simples, a adoção de pequenas medidas pelo próprio


professor, a integração da família e o contato direto, serão suficientes e
o aproveitamento será poderá ser muito melhor.

Uma das ferramentas que poderá ser utilizada é a ficha de


apresentação do aluno, que você confere clicando aqui.

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MERCADO DE TRABALHO
Empresas com 100 funcionários, ou mais, tem obrigação de incluir
pessoas com alguma deficiência em seu quadro. Por conta disso,
muitas disponibilizam vagas exclusivas para autistas. Algumas agências
se especializaram na preparação dos candidatos e fazem a “ponte”
nesse processo.

Fonte: https://www.fcee.sc.gov.br/

https://omundoautista.uai.com.br/

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MERCADO DE TRABALHO

Embora seja mais difícil, é possível encontrar algumas vagas fazendo


uma rápida pesquisa no Google.

Os termos mais comuns são:

- Vagas PCD Autistas


- Vagas PCD + (CIDADE)

Sites de empregos também divulgam vagas constantes para pessoas


que se enquadram no PCD.

Sites comuns:

LinkedIn. O LinkedIn é uma plataforma que mistura características


de rede social, site de empregos e currículo online. ...
Catho. ...
InfoJobs. ...
Empregos.com.br. ...
SINE. ...
Vagas.com. ...
Indeed.com.br. ...
Trovit Brasil.

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ESTACIONAMENTO
A pessoa com TEA é deficiente conforme a lei nº 12.764, de 27 de
dezembro de 2012, que definiu o Transtorno do Espectro Autista (TEA)
como uma deficiência, além de ampliar para as pessoas autistas todos
os direitos estabelecidos para as pessoas com deficiência no país.

Portanto, os autistas têm direito à vaga especial no estacionamento


público, privado e na área azul, mesmo que não sejam os condutores
do veículo. Essas vagas ficam localizadas em áreas estratégicas, bem
próximas à porta de entrada de ‘shoppings’ e supermercados. Para
utilizar essas vagas é necessário fazer o Cartão DEFIS, emitido pela
autoridade de trânsito.

Esse cartão deve ser solicitado ao órgão de trânsito da sua cidade e


verificar o procedimento local. Na cidade de São Paulo e João Pessoa,
por exemplo, essa solicitação pode ser feita totalmente online.
Os documentos necessários são:

RG, CPF e comprovante de residência da pessoa com TEA e seu


representante (pessoa que irá dar entrada no processo);
Laudo médico original ou cópia autenticada, lembrando que o laudo
pode ser simples, desde que tenha o nome da doença, CID, carimbo
e assinatura do médico, como data não superior a 3 meses.

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AUXÍLIOS
Todo deficiente (e idoso) de baixa renda tem direito a um benefício
chamado BPC (Benefício de Prestação Continuada).

O BPC/LOAS é bem restrito a uma boa parcela da população. Isso


porque o limite de renda familiar é de apenas 1/4 do salário mínimo por
pessoa.

Existem algumas regras bem específicas sobre o cálculo da renda


familiar, bem como a forma de entrar em juízo caso sua renda
ultrapasse um pouco o limite, mas você tem que provar que existe um
custo inevitável e não coberto pelo governo.

Tanto crianças como adultos com autismo podem ter direito ao


BPC/LOAS. É essencial que a pessoa com deficiência não tenha como
trabalhar e se sustentar.

Isto porque o benefício assistencial à pessoa com deficiência é


destinado a quem não possui condições de prover o próprio sustento,
nem de tê-lo provido por sua família, além de possuir deficiência.
Assim, a incapacidade para o trabalho não necessita ser física, pode ser
sensorial, intelectual, social ou de adaptação. Mas lembre-se, a
incapacidade sempre precisa ser comprovada.

Evidentemente, no caso do autismo infantil, por se tratar de criança,


não há que se falar em capacidade para o trabalho. Em relação à
criança com deficiência, deve ser analisado o impacto de suas
patologias na limitação do desempenho de atividades e na restrição da
participação social, compatível com a sua idade.

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ISENÇÕES (IPI E ICMS)
O deficiente físico que é condutor de automóveis está isento de IPI,
IOF, ICMS, IPVA e rodízio municipal. Já o portador de necessidades
especial não condutor que tenha deficiência física, visual ou autismo
está isento de IPI, e o carro em que circula fica livre do rodízio
municipal.

A Isenção para PCD – Autismo – (SP) é válida para pessoas portadoras


de deficiências, debilidades ou ainda com alguma doença incapacitante
(inclusive crianças).

Neste caso, é necessário obter o laudo da Receita Federal assinado


por dois médicos credenciados ao SUS. Caso o paciente tenha
deficiência mental, o exame precisa ser feito por um psiquiatra e um
psicólogo.

Em caso de deficiência física, o exame deve ser atestado por um


especialista correspondente à deficiência e prestem serviço para a
Unidade Emissora do Laudo (UEL). Nos dois casos, o laudo precisa ter a
assinatura do responsável pela clínica ou hospital onde o exame foi
realizado.

De acordo com o decreto nº 3.298/1999, entende-se por deficiência


toda “perda ou anormalidade de uma estrutura, ou função psicológica,
fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de
uma atividade, no padrão considerado normal para o ser humano”.

No caso de autistas, existe uma “vantagem”. Não é obrigatório a


compra de um veículo com câmbio automático (geralmente mais caros),
deixando mais abrangente as opções de veículos, bem como, os
preços.

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LAZER

A pessoa com autismo tem direito ao lazer, a se divertir, conhecer


lugares, estar com amigos e familiares, enfim, não pode ser privado,
nem discriminado. Alguns parques no Brasil e no exterior tem a
famosa “fila especial”, o “fast pass”. Geralmente, a pessoa com TEA e
seus acompanhantes têm direito a fila prioritária.
Outro benefício que alguns autistas e seus familiares desconhecem é
o direito de desconto na passagem aérea do acompanhante da pessoa
com TEA.
O autista paga o valor integral da passagem, já o acompanhante
paga, no máximo, 20% do valor, ou seja, tem um desconto de 80% na
passagem aérea. Foi determinado esse desconto na Resolução Nº
009/2007 da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). O direito ao
desconto vale para viagens nacionais e internacionais.
Para ter acesso a esse beneficio entre em contato na companhia
aérea que deseja comprar a passagem, a mesma irá enviar um
formulário que se chama MEDIF (formulário de informações médicas),
em algumas companhias aéreas o MEDIF está disponível no próprio
site da empresa.
Com todos os documentos reunidos, laudo preenchido pelo médico do
autista, irá encaminhá-los ao e-mail fornecido pela companhia aérea
no ato da reserva das passagens e aguardar o posicionamento dos
médicos da mesma atestando o benefício.
Cada companhia aérea tem o seu próprio formulário e algumas regras
podem diferir de uma companhia para outra podendo se estender até
15 dias a resposta, faça com antecedência.
Já para MEIA ENTRADA o Decreto 8.537 declara que a lei não dá o
direito a meia entrada somente para a pessoa deficiente. O
acompanhante também tem direito ao benefício para acesso a eventos
artístico-culturais e esportivos.

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TRANPORTE

O passe livre que é a gratuidade nas viagens interestaduais de ônibus,


barco ou trem, é um direito das pessoas com TEA, que é estendido a
todas as pessoas comprovadamente carentes com deficiência física,
mental, auditiva, visual, doença renal crônica ou ostomia.

O pedido pode ser feito pelo correio levando a documentação ou on-line


pelo site: http://portal.infraestrutura.gov.br/passelivre/passe-livre/?como-
pedir

Documentos necessários:
Formulário para Requerimento de Beneficiário;
Declaração da Composição e Renda Familiar (que é a segunda
página do formulário);
Atestado/Relatório Médico Padrão do Passe Livre;
1 Foto 3x4;
Documento de Identificação;
Comprovante de Residência;
Se o requerente é um menor de idade e o pai ou mãe não forem os
responsáveis legais, é necessário que seja encaminhado o Termo
de Tutela ou Curatela.

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