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Aula Aberta Desenvolvimento da

aprrendizagem autista

Profa. Dra. Gisele Soares Lemos Shaw


Legislação e direitos de pessoas com TEA
• A Constituição Federal do Brasil institui que a educação é direito de todos (BRASIL, 1988);

• Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em seu artigo 7: “ “Art. 3º O ensino
será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola” (BRASIL, 1996a) e no Art. 59.  Os sistemas de ensino assegurarão aos
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação:          (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013):
–I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para
atender às suas necessidades;
–II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a
conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para
concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
–III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a
integração desses educandos nas classes comuns;
•O direito à matrícula e permanência de crianças e adolescentes na escola também é
previsto em seu estatuto, com igualdade de condições.
• A lei 12764, que institui política nacional de proteção aos direitos da pessoa
com TEA, há penalização específica para gestor escolar que recursar sua
matrícula em escola:
• Art. 7º O gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar a matrícula
de aluno com transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de
deficiência, será punido com multa de 3 (três) a 20 (vinte) salários-mínimos”
(BRASIL, 2012).
Conceitos e linguagem
• Conceitos não são objetos mentais, nem pertencem a indivíduos => Logo, o que é
conhecido em qualquer momento é independente de qualquer conhecedor particular
(WELLS, 2008) ;
• Teoria dos três mundos de Popper (Silveira, 1998):

Mundo 1 é constituído pelos objetos e estados físicos: a matéria, a energia, os seres


vivos, todos os artefatos construídos pelo homem;

Mundo 2 é constituído pelo que é subjetivo: os estados de consciência, percepções,


emoções, sonhos, disposições psicológicas, crenças e os estados inconscientes;

Mundo 3 é constituído pelos conteúdos de pensamento ou pelo conhecimento objetivo,


abrange toda cultura humana (as histórias, os mitos, as teorias científicas ou não, os
argumentos críticos, as matemáticas, etc.). Este mundo é um produto da mente humana
que passa a ter existência independente dos seus criadores.
• Tendo como base a teoria dos três mundo, partem Popper e Eccles para o
problema cérebro-mente. Eles crêem na existência da mente autoconsciente
como uma emergência do cérebro e que, portanto, não poderá ser reduzida aos
mecanismos neurofisiológicos, físico-químicos do mesmo;
• A mente, com seus poderes de concentração, imaginação, criatividade, é um
órgão capaz de propor soluções conscientemente e examiná-las criticamente;
• A linguagem humana é importante na formação da consciência plena - as
funções descritiva e argumentativa da linguagem em uma determinada etapa da
evolução é a raiz do poder humano de produzir os objetos do Mundo 3 e discuti-
los criticamente;
• As pessoas autistas, possuindo dificuldades na linguagem acabam por ter seu
desenvolvimento em atraso;
• A escola resolve essa dificuldade? Terapia ABA resolve?
Ensino-Aprendizagem Construtivista
• Aprendizagem de conceitos científicos: envolve controle voluntário e
consciência e partem de conceitos espontâneos. Isso ocorre num sistema;
• O professor: avalia os conhecimentos prévios e depois
formativa/processualmente o que orienta suas estratégias de ensino;
• Nesse processo alguns apresentam dificuldades: cada ser humano é
singular;
• “ Diante de situações que provocam o sentimento de impotência, a saúde
mental das crianças [...] exige que elas se desinteressem, porque é da
condição humana não suportar o fracasso continuado” (WEINZ;
SANCHES, 2006)
Numa escola inclusiva
• A escola assume a responsabilidade pela aprendizagem de todos e,
assim, age rápido antes do desestímulo (WEINZ; SANCHES, 2006);
• O estado afetivo do aluno, seu interesse, bem como sua auto-
confiança e conforto na entrevista situação faz uma contribuição
significativa para o seu modo de envolvimento com uma tarefa e,
portanto, com a possibilidade de aprender com a experiência
(WELLS, 2008);
• No que tange a estudantes autistas é preciso agir sobre: o sofrimento
e o desinteresse;
De acordo com Orrú (2007, p.39-40):
Então, é preciso:
• Assumir a singularidade de cada indivíduo;
• Ser rápido ao intervir;
• Não focar no diagnóstico, mas nas potencialidades e interesses;
• Conhecer cada estudante;
• Focar no aprendiz como um sujeito que aprende e promover condições
para que ele se expresse de sua maneira (ORRÚ, 2016).
Conforme Orrú (2016, p.54):
Referências

ORRÚ, S.E. Aprendizes com Autismo: Aprendizagens por eixo de interesse


em espaços não excludentes. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.

SILVEIRA, Fernando Lang da. A filosofia da ciência de Karl Popper: o


racionalismo crítico. Cad. Cat. Ens. Fís., v. 13, n. 3, p. 197-218. Dez. 1996.

WEINZ, T; SANCHES, Ana. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. SP:


Ática, 2006.

WELLS, Gordon. Learning to use scientific concepts. Cult Stud of Sci Educ,
3:329–350, 2008.
www.youtube.com.br/gishaw

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