Você está na página 1de 56

ACÚSTICA DE EDIFÍCIOS

Conceitos e princípios elementares de projecto

António Moret Rodrigues


IST
ÍNDICE
z Conceito de som (2 slides)
z Propagação do som (3 slides)
z Grandezas acústicas (4 slides)
z Medição do som (4 slides)
z Audição sonora (3 slides)
z Exigências humanas de conforto (1 slide)
z Qualidades do som (4 slides)
z Acústica de salas (6 slides)
z Absorção de som (5 slides)
z Transmissão do som (3 slides)
z Isolamento a sons aéreos (14 slides)
z Isolamento a ruído de impacto (5 slides)
CONCEITO DE SOM I
z O som é o resultado de uma perturbação física
(vibração) provocada por uma variação da pressão, p’,
em relação à pressão atmosférica, patm, a qual pode ser
detectada pelo ouvido humano.
p’
1(compressão) 0
2 1
p’

patm

2 (descompressão)

t
Em condições normais
Pressão sonora : p = p'−p atm patm=105 Pa
CONCEITO DE SOM II
z Normalmente, o que tem significado não é a pressão
sonora instantânea, mas o seu valor médio – pressão
eficaz – num dado intervalo de tempo. Define-se
pressão eficaz à que resulta da média quadrática:
1 t2 2

2
p ef = p ( t )dt
t 2 − t1 1
t

z A média simples não representa devidamente o


fenómeno: poderia acontecer uma situação em que as
pressões negativas anulam as positivas, resultando a
pressão eficaz nula, embora houvesse lugar à
produção de som.
PROPAGAÇÃO DO SOM I
z A vibração dos corpos transmite-se às partículas
do ar, as quais vibram em torno das suas
posições de equilíbrio, propagando, através do
movimento ondulatório (longitudinal) que
adquirem, as variações de pressão e o som.
p
T
Som puro: movimento
harmónico simples:
pm
p = p m cos(ωt − φ)
T – período (s)
t f = 1/T – frequência (Hz)
Harmónica ω=2πf – frequência angular
simples φ – fase inicial (para t=0)
PROPAGAÇÃO DO SOM II
z Outros parâmetros, como o deslocamento
relativo (s) das partículas e sua velocidade (v)
(derivada do deslocamento) são igualmente
traduzidas por funções sinusoidais.
z A cada partícula fica assim associado um
conjunto de funções (pressão, deslocamento,
velocidade) dependentes do tempo (abrangendo
todos os instantes).
z Por sua vez, a cada instante é possível associar
esse conjunto de funções mas agora dependendo
do espaço (abrangendo todas as partículas).
PROPAGAÇÃO DO SOM III
z A distancia que separa duas partículas em fase é
designado por comprimento de onda, λ.
z O tempo que uma partícula demora a realizar um
ciclo completo é o período do movimento, T.
z Esta ligação entre o espaço e o tempo é realizada
através da velocidade de propagação do som, c:
λ = cT
z Os sons reais não são sons puros (simples), mas
podem estudar-se como uma sobreposição de
harmónicas simples (som composto).
GRANDEZAS ACÚSTICAS I
Para além da pressão sonora, tem-se:
z Potência sonora P
É a quantidade de energia sonora produzida na
unidade de tempo e mede-se em Watt.
z Intensidade sonora I
É o débito de energia sonora que S
passa, numa dada direcção, através
da unidade de área ao redor dum
ponto dum campo sonoro, e
P
perpendicularmente àquela: I = (W/m2)
S
GRANDEZAS ACÚSTICAS II
z Intensidade sonora I (continuação)
Uma fonte sonora pontual emite uma onda
esférica (todos os pontos a uma mesma distância
da fonte – mesma frente de onda - apresentam a
mesma fase)

P
Pela definição: I =
4 π d2
Conclusão: a intensidade sonora
varia na razão inversa do
quadrado da distância à fonte
GRANDEZAS ACÚSTICAS III
z Intensidade sonora I (continuação)
O processo mais corrente de determinar a
intensidade sonora faz uso das seguintes relações:
Intensidade sonora num ponto: I = p .v (1)
p
Impedância sonora num ponto: = ρ.c (2)
v
2
p
Substituindo (2) em (1) fica: I=
ρc
Nota: o termo impedância também se aplica em electricidade para
designar conhecida relação:V/I = R (o “obstáculo” à passagem de
corrente constitui a resistência eléctrica).
GRANDEZAS ACÚSTICAS IV
z Densidade de energia sonora E
A intensidade sonora de uma onda plana é igual à
energia que percorre uma distância c (m) por
unidade de área e por segundo.
c c – velocidade do som
S

A densidade de energia sonora será, nestas condições:


Energia Força × deslocamento da partícula F × ∆s pv p2
E= = = = 2 (J / m3 )
Volume Area × deslocamento da onda S × c × ∆t c ρc
MEDIÇÃO DO SOM I
z A escala extremamente ampla das pressões
sonoras torna mais cómodo a utilização de
uma escala logarítmica, designada por escala
dos decibeis. O decibel (dB) é um nível que
mede a relação entre duas grandezas.
G
L(G ) = 10 log10 (dB)
G0

em que L(G) é o nível da grandeza G


relativamente a G0.
MEDIÇÃO DO SOM II
z Nível de intensidade sonora
I
L(I) = 10 log10 (dB)
I0
z Nível de pressão sonora
p2
Substituindo a relação I = na expressão
ρc
acima, tem-se:
 p 2 / ρc   p
L(p) = 10 log10  2  = 20 log10   (dB)
 p 0 / ρc   p0 
A pressão de referência é p 0 = 2 ×10 −5 Pa e corresponde ao limiar
de audibilidade para frequências médias. Por sua vez, toma-se
I0=10-12 (W/m2) de forma a ter-se, por conveniência, L(p)=L(I).
MEDIÇÃO DO SOM III
z Nível de potência sonora
P
L(P) = 10 log10 (dB) com P0=10-12 W
P0

z Nível de densidade de energia sonora


E
L(E ) = 10 log10 (dB)
E0

O nível de densidade de energia sonora é também bastante


utilizado no cálculo dos campos sonoros em espaços fechados,
podendo E0 ser escolhido arbitrariamente, de acordo com as
conveniências de cálculo.
MEDIÇÃO DO SOM IV
z Na tabela seguinte mostram-se os valores dos
níveis de pressão sonora correspondentes a
situações da vida quotidiana.
Situação Nível de pressão sonora
L(p)
Avião militar a levantar voo a 30 m 140 dB
Martelo pneumático na posição do 110 dB
manobrador
Camiões pesados a 6 m 90 dB
Rua com tráfego pesado 85 dB
Carro eléctrico a 10 m 80 dB
Rua com tráfego leve 50 dB
Escritório ruidoso 65 dB
Escritório normal 45 dB
Residência sossegada (dia) 50 dB
Residência sossegada (noite) 40 dB
Quarto (noite) 25 dB
AUDIÇÃO SONORA I
z Lei de Weber-Fechner
¾ A relação entre a percepção do som (S) e a sua
intensidade física (I) é logarítmica. É a Lei de
Weber-Fechner: a percepção varia segundo
uma progressão aritmética (adição de uma
constante fixa) quando o estímulo varia
segundo uma progressão geométrica
(multiplicação por um factor fixo).
¾ Se o limiar da sensação (S=0) corresponder ao
estímulo I0, então: S=k.log (I/I ) k - constante
10 0
¾ Como se verifica, a escala do decibel tem
também características de escala de percepção.
AUDIÇÃO SONORA II
z Uma onda sonora deve ter um valor mínimo de
pressão sonora em cada frequência para ser
percebida pelo ouvido.
O campo de frequências
audíveis estende-se de
20 Hz a 2000 Hz:
graves – 20 Hz a 360 Hz
médios – 360 Hz a 1400 Hz
agudos – acima de 1400 Hz

O valor mínimo de pressão


que é percebido chama-se
limiar de audibilidade
AUDIÇÃO SONORA III
z Para melhor caracterizar a sensação humana de
audição, os níveis de pressão sonora devem ser
corrigidos com base na curva de ponderação
mostrada. Os valores corrigidos passam a ter a
designação dB(A).
EXIGÊNCIAS HUMANAS DE
CONFORTO
z É usual recomendar para os limites do nível
sonoro do ruído ambiente, em função das
actividades a realizar, os seguintes:
- para o sono 25 a 30 dB(A)
- para o repouso 30 a 35 dB(A)
- para o trabalho intelectual 35 a 50 dB(A)
- para o trabalho doméstico 40 a 45 dB(A)
QUALIDADES DO SOM I
z Som e ruído
Fisicamente, som musical é o resultado da
sobreposição de ondas sonoras periódicas ou quase;
ondas sonoras não-periódicas e breves, que mudam
imprevistamente de características são ruído. O som
musical é simples ou composto se corresponder a uma
ou mais onda harmónicas, respectivamente.

Os sons simples distinguem-se pela INTENSIDADE e ALTURA; os


sons compostos, para além destas, diferenciam-se pelo TIMBRE.
QUALIDADES DO SOM II
z Intensidade fisiológica do som
Está ligada à amplitude das vibrações: som
forte (grande energia) corresponde a altas
amplitudes.
QUALIDADES DO SOM III
z Altura do som
Está ligada unicamente à sua frequência; é a
qualidade pela qual um som grave (som baixo
- frequência baixa) se distingue de um som
agudo (som alto - frequência alta).
QUALIDADES DO SOM IV
z Timbre do som
O timbre depende das harmónicas associadas
ao som fundamental no caso dos sons musicais
ou das ondas que se sobrepõem, no caso dos
sons compostos. No caso dos sons musicais, é
esta qualidade que permite distinguir dois sons
da mesma altura emitidos por fontes sonoras
diferentes: flauta e violino, por exemplo.
É o número e as intensidades das harmónicas que acompanham o
som fundamental que dão ao som musical essa característica
(enfeite) particular.
ACÚSTICA DE SALAS I
z Propagação do som em recintos fechados
Num recinto fechado, ao contrário de um
“campo livre”, a energia sonora emitida por
uma fonte (E) é em parte reflectida, em parte
absorvida e a parte restante transmitida pelos
elementos da envolvente.
ƒ Parcela transmitida
Et Influi nas condições de conforto
τ=
Ei Ei do local adjacente (isol. sonoro)
Er ƒ Parcela reflectida
ρ= Influi na qualidade acústica do
Ei
local onde é emitido o som.
Er Ea Et Ea
α= ƒ Parcela absorvida
Ei
ACÚSTICA DE SALAS II
z Propagação do som em recintos fechados
Quando as dimensões são grandes comparadas
ao comprimento da onda sonora, pode-se
assimilar a reflexão sonora à reflexão luminosa:
i) O raio incidente, o raio reflectido e a normal
à superfície estão no mesmo plano;
ii) O ângulo de incidência αi é igual ao de reflexão αr.

αi αr
λ
λ << L
L

Fonte
ACÚSTICA DE SALAS III
z Fenómeno do eco
O atraso e a intensidade das primeiras reflexões
comparativamente ao som directo têm grande
importância na qualidade acústica dos locais.
O ouvido distingue
sons separados de
Lref
∆t ≅ 0,05 a 0,1 s, o
que corresponde a
∆L=Lref-Ldir≅ 17 a 34m.
Ldir
Se tal acontecer o
mesmo som é ouvido
duas vezes: ECO.
∆L=c.∆t c ≅ 340 m/s
ACÚSTICA DE SALAS IV
z Tempo de reverberação (Tr)
A maior ou menor rapidez com que decresce o
ruído de fundo numa sala é também um bom
indicador da qualidade acústica da mesma, e
pode ser avaliada pelo tempo de reverberação.
Tempo de reverberação é o tempo
L(p)
que decorre entre o instante da
interrupção da fonte sonora e o
instante em que se verifica a 60 dB
queda da pressão sonora de
t1 t2
1000 vezes (queda de 60 dB).
Tr
ACÚSTICA DE SALAS V
z Para avaliar o tempo de reverberação utiliza-se a
expressão de Sabine (α ≤ 0.1) ou de Eyring (α > 0.1):
0.161× V 0,161 × V
Tr = se α ≤ 0.1 Tr = se α > 0.1
S×α − S × ln (1 − α )
com: S × α = A – Área de absorção sonora equivalente (m2);
V – Volume interior da sala (m3);
S – superfície total dos paramentos envolventes da sala (m2).
A área de absorção sonora equivalente é : A = ∑ Si α i + ∑ n j A j
Si - superfície com coeficiente de absorção αi (m2);
nj - número de elementos com área de
absorção equivalente Aj.
ACÚSTICA DE SALAS VI
z De uma forma geral os tempos de
reverberação são recomendados em função
do tipo de local:
Tempo de reverberação a 500 Hz (s)
2.5 Igreja
(orgão)
Sala de
2.0 concertos
Estúdio-Ópera
Cinema
1.5

1.0

0.5

Volume (m3)
20 50 100 200 500 1000 5000 20000
ABSORÇÃO DE SOM I
z MATERIAIS POROSOS: dissipam a energia
sonora sob a forma de calor por atrito do ar nos
poros do material. 1.0

Coeficiente de absorção α
Incidente 0.8

Boas características 0.6

de absorção para as
0.4
Reflectida altas frequências
0.2 Material pouco espesso
Material mais espesso
0
100 200 400 1000 2000 4000
Frequência em Hz
Material poroso

Exemplos: aglomerados negros de cortiça, plásticos


alveolares, mantas de lã mineral, lã de vidro.
ABSORÇÃO DE SOM II
z RESSOADORES DE HELMOTZ: é um
sistema formado por um volume fechado com
uma estreita abertura para o exterior.
z A onda sonora força a massa (m) de ar à entrada
do gargalo, à qual se opõe o ar contido na caixa,
formando-se um sistema massa-mola, sendo a
energia dissipada por atrito do ar no gargalo.
Massa de ar no gargalo Frequência de
Massa K ressonância
Volume
S = Área do gargalo V 1 K c S
f0 = =
Mola 2π m 2π L . V
L
c – velocidade do som
ABSORÇÃO DE SOM III
z RESSOADORES DE HELMOTZ: é um tipo
de sistema muito absorvente para frequências
do som próximas da frequência de ressonância.
a – sem material poroso
α b – com material poroso
1.0
a

0.5
b

Exemplos: placas de madeira ou metálicas perfuradas


e colocadas a certa distância de elementos rígidos.
ABSORÇÃO DE SOM IV
z PAINÉIS RESSONANTES: sob a acção da
pressão sonora o sistema entra em vibração
com conversão da energia sonora em energia
mecânica e dissipação desta em calor.

Frequência de
ressonância
vibração K m
1 ρ c2 1 1,4 ×105
f0 = =
2π m d 2π md

d
ABSORÇÃO DE SOM V
z PAINÉIS RESSONANTES: características
de absorção boas nas baixas e médias
frequências, decaindo a absorção para f > f0.
α
Sem preenchimento
0.5 da caixa de ar

0.4 Com preenchimento


da caixa de ar
0.3

0.2

0.1

125 250 500 1000 2000 4000

Exemplos: placa ou painel montado a certa distância


dum elemento rígido
TRANSMISSÃO DO SOM I
z Diferentes fontes e formas de transmissão
do som
TRANSMISSÃO DO SOM II
z A transmissão do som entre locais pode
efectuar-se:
¾ por via aérea: quando a vibração do elemento
é provocada pelo campo sonoro criado pela
fonte no ar;
¾ por percussão: quando a vibração do elemento
é provocada pela própria fonte sonora
Fonte

Fonte

Transmissão de sons aéreos Transmissão de sons de percussão


TRANSMISSÃO DO SOM III
z A transmissão que se faz directamente (por
vibração) através do elemento de separação
designa-se por transmissão directa.
z A transmissão que se dá por outros Local
emissor
meios (vibração de outros elementos,
aberturas) designa-se por marginal. Local
receptor (5)
(1) O som aéreo excita o elemento separador, o qual radia directamente
(transmissão directa) o som para o local adjacente.
(2) O som excita outros elementos que não o elemento separador,
(3) (2)
propagando-se a energia através da estrutura e que é depois
radiada para o local adjacente por um outro elemento deste local.
(1)
(3) O som excita outros elementos que não o elemento separador, mas
Local Local
em que a energia que por via deles se propaga atinge também o
emissor (4) receptor
elemento separador, é radiada por este para o local adjacente.
(4) A energia sonora que directamente põe a vibrar o elemento
separador transmite-se para o local adjacente por radiação de um outro elemento que não aquele.
(5) O som comunica-se através de aberturas existentes entre locais contíguos.
ISOLAMENTO A SONS AÉREOS I
z Índice de redução sonora (R) de um elemento
¾ A energia sonora incidente Ei sobre um elemento
de construção é em parte reflectida (Er), em parte
absorvida (Ea) e em parte transmitida (Et).
¾ Designa-se por índice de redução sonora à
diferença R=L(Ei) – L(Et), ou seja,
 Ei 
R=10 log10 (Ei ) – 10 log10 (Et ) = 10 log10  
 Et 
Et
¾ Com τ = vem:
Ei Ei Et
Trata-se de um valor 1 Ea
teórico, que não inclui R = 10 log10  
transmissões marginais. τ Er
ISOLAMENTO A SONS AÉREOS II
z Isolamento sonoro efectivo (D) entre locais
¾ O isolamento sonoro efectivo entre dois locais
é determinado experimentalmente pela
diferença entre o nível de energia ou pressão
sonora do local emissor e o nível no local
receptor: D=L -L
1 2
 E
com: L = 10 log10   L(p1) L(p2)
 E0 
 p2 
ou L = 10 log10  2 
 p0 
¾ Como se depreende, este valor contabiliza o
efeito da transmissão marginal.
ISOLAMENTO A SONS AÉREOS III
z Índice de redução sonora aparente (R’)
¾ Se a densidade de energia sonora no local 1 for
E1, demonstra-se que a energia incidente sobre a
área S da divisória é: (c/4)·E1·S
¾ Se E2 for a densidade de energia no local 2, a
energia incidente no contorno S2 é (c/4)·E2·S2.
¾ Em regime estacionário, a energia transmitida
para o local 2 é igual à
energia neste absorvida: E1 E2

τ'.(c / 4).E1.S = (c / 4).E 2 .S2 .α S2

E1 1 A 2 com: A 2 = S2 .α S
=
E 2 τ' S Nota: A2 = área de absorção sonora equivalente do local 2
ISOLAMENTO A SONS AÉREOS IV
z Índice de redução sonora aparente (R’)
 E1 
¾ Sendo que D = L1 − L 2 = 10 log10   (ver slide II),
 E2 
da relação anterior resulta para o índice de
redução medido experimentalmente (aparente):
 E1  1  A2 
L1 − L 2 = 10 log10   = 10 log10   + 10 log10  
 E2   τ'   S 
R’

S
R ' = L1 − L 2 + 10 log 10  
A
S – Área do elemento de separação.
A – Área de absorção sonora equivalente do local receptor.
ISOLAMENTO A SONS AÉREOS V
z Isolamento sonoro normalizado Dn
¾ Para tornar comparáveis os valores medidos da
redução sonora dos elementos de construção, os
resultados são normalizados para uma área de
referência S=A0=10m2:
D n = L1 − L 2 − 10 log10 (A / A 0 )

A, A0 – Áreas de absorção sonora equivalente do local receptor e de


referência, respectivamente (A0=10m2).

¾ Tendo em conta as definições atrás, verifica-se


também a seguinte relação:
D n = R ' + 10 log10 (A 0 / S)
ISOLAMENTO A SONS AÉREOS VI
z Curva de referência
¾ O valor do isolamento depende da frequência
do som. Para obter um valor único cobrindo
todas as frequências de medição, os valores
medido são ponderados através de uma curva
Redução sonora (dB)
de referência.
A curva pode tomar várias
posições, para cima ou para
baixo, mas sempre com uma O valor de R para f=100 Hz
forma fixa dada por: é tomado como referência
para definir a posição dos
Freq. (Hz) 100 400 ≥1250 outros pontos da curva.
R (dB) R R+18 R+23
ISOLAMENTO A SONS AÉREOS VII
z Índice de isolamento sonoro a sons aéreos Dn,w
¾ A curva é ajustada ( ) de forma a que a soma
dos desvios desfavoráveis ( ), a dividir pelo nº
total de bandas de frequência considerado na
medição, seja a maior possível mas ≤ 2 .
Resultados experimentais ( , ) d2000
Freq.(Hz) 250 500 1000 2000 4000 Dn,w d1000 d4000
R (dB) 49 47 52 58 53 d500
d250
O ajuste deve ser tal que:
d 500 + d1000 + d 4000
possível < ≤2
5
Após ajuste, a ordenada da curva
para f=500 Hz é o Índice de 500
isolamento sonoro a sons aéreos Dn,w. (resultados experimentais para 5 frequências)
ISOLAMENTO A SONS AÉREOS VIII
z Norma ISO 717
¾ O processo de determinação do índice de
isolamento sonoro a sons aéreos encontra-se
descrito na Norma ISO 717.
¾ Devem ser utilizadas
para medição do
isolamento 16 bandas
de frequência, pelo Redução sonora dB Dn,w
que a soma dos
desvios desfavoráveis
(desvios abaixo da
curva) não deve ser
superior a 32 dB.
Frequência Hz
ISOLAMENTO A SONS AÉREOS IX
z Lei da massa
¾ A importância dos diferentes mecanismos de
transmissão do som através de um sólido varia
consoante a frequência desse som.
Isolamento sonoro de uma parede simples
¾ Para frequências

Isolamento em dB
Região Região Região
duas vezes controlada
pela
controlada
pela massa
controlada
pela rigidez
superiores ressonância
rigidez
e

à mais baixa 6 dB/oitava

frequência de Rigidez

ressonância (frl), a
transmissão do som é Ressonância
Frequência
crítica

controlada pela massa. frl Frequência em Hz


ISOLAMENTO A SONS AÉREOS X
z Lei da massa
¾ Na região controlada pela massa e para
incidência das ondas sonoras normalmente à
parede, deduz-se teoricamente que:
R R+6 dB
R = 20 log10 (f . m ) − 43 dB 2×m

m – massa superficial do elemento (kg/m2);


f – frequência do som incidente.
d 2×d
¾ A expressão mostra que a redução sonora
aumenta 6 dB sempre que a frequência ou a
massa duplicam.
ISOLAMENTO A SONS AÉREOS XI
z Lei da massa
¾ A expressão anterior é descrita em frequência.
Para torná-la dependente apenas da massa
pode-se aplicar a curva de referência.
¾ Assim, para cada valor de massa, ajusta-se a
curva pelo processo descrito e tira-se o valor
ponderado Rw correspondente para f=500 Hz.
¾ O processo conduz às seguintes correlações:

50 ≤ m < 150 kg/m2 ⇒ R w = 12,6 log10 (m) + 12,6 dB


m ≥ 150 kg/m2 ⇒ R w = 37,5 log10 (m) − 42,0 dB
ISOLAMENTO A SONS AÉREOS XII
z Isolamento sonoro calculado analiticamente
¾ A partir das relações anteriores e reconhecendo
que a diferença entre a redução sonora teórica e
a redução sonora aparente (experimental) deverá
corresponder à transmissão marginal (TM),
R ' = R − TM
a expressão analítica para o índice de isolamento
sonoro é: ∆Rw é o acréscimo de
isolamento sonoro
 A 0  introduzido pela caixa
Dn, w = R w + ∆R w − TM w + 10 log10  
 S  de ar no caso de
paredes duplas.
ISOLAMENTO A SONS AÉREOS XIII
z Valores empíricos para TMw e ∆Rw
¾ Na ausência de informação mais completa podem
utilizar-se as seguintes aproximações para TMw e ∆Rw:
¾ Paredes duplas:
1) Caixa de ar de (3cm;5cm;10cm) de espessura ⇒ ∆Rw = (3dB;5dB;10dB);
2) Caixa de ar totalmente preenchida com material poroso ou não poroso ⇒ ∆Rw
correspondente ao acréscimo de massa;
3) Caixa de ar parcialmente preenchida com material poroso ⇒ ∆Rw do acréscimo de
massa +∆Rw da caixa de ar livre + 3 dB (isolamento);
4) Caixa de ar parcialmente preenchida com material não poroso ⇒ ∆Rw do acréscimo
de massa +∆Rw da caixa de ar livre. Caixa de ar
livre
¾ Transmissão marginal:
Rw + ∆Rw < 35 dB ⇒ TMw = 0 dB; Material de
preenchimento
35 dB ≤ Rw + ∆Rw < 45 dB ⇒ TMw = 3 dB;
45 dB ≤ Rw + ∆Rw < 55 dB ⇒ TMw = 4 dB;
Rw + ∆Rw ≥ 55 dB ⇒ TMw = 5 dB.
ISOLAMENTO A SONS AÉREOS XIV
z Elementos heterogéneos em área
¾ O coeficiente τ do elemento resulta, neste caso, duma
ponderação, em função da área, dos coeficientes τi dos
elementos parciais: ∑ τi .Si
τ= i
1
e R = 10 log10  
S ∑ i τ
i
¾ Sendo que − R i / 10
1
∑ Si × 10
= 10 R i / 10 e τ= i τ2 τ3
τi ∑ Si
i S2 S3
¾ então  ∑ Si 
  τ1
R = 10 log10  i 
 ∑ S × 10 − R i / 10  S1
 i 
 i 
ISOLAMENTO A RUÍDO DE IMPACTO I
z Isolamento sonoro efectivo L
¾ Para estimar o isolamento sonoro a sons de
percussão, o ensaio consiste em aplicar uma
pancada normalizada sobre a face superior do
elemento em estudo e medir o valor do nível
de pressão sonora no local subjacente:
Máquina de

L = L(p) percussão

¾ Enquanto nos sons aéreos o


isolamento sonoro é uma
diferença de níveis, nos sons
de percussão é o próprio L(p)

nível medido.
ISOLAMENTO A RUÍDO DE IMPACTO II
z Isolamento sonoro normalizado (Ln)
¾ No caso dos sons de percussão, o isolamento sonoro
normalizado obtém-se do efectivo através da introdução
dum termo correctivo do mesmo tipo dos sons aéreos:
A
L n = L( p) + 10 log10
A0
A, A0 – Áreas de absorção sonora equivalente do local receptor e de
referência, respectivamente (A0=10m2).

¾ No caso de medições no local (L’), em vez de no


laboratório (L) - onde se pode eliminar a transmissão
marginal -, a expressão mantém-se a mesma mas toma a
designação de Ln’ para mostrar que inclui o efeito da
transmissão marginal, K, devendo ter-se: Ln’ = Ln+K
ISOLAMENTO A RUÍDO DE IMPACTO III
z Índice de isolamento sonoro a sons de impacto (Ln,w)
¾ O processo de determinação é idêntico ao dos
sons aéreos, recorrendo (ISO 717) a uma curva
de referência para ponderar
os valores medidos nas

Nível sonoro a sons de percussão


diferentes frequências. Ln,w
¾ Ajustada a curva pelo
processo já descrito (os
desvios desfavoráveis são
agora os que ficam acima
da curva), Ln,w é o ponto
da curva para f=500 Hz.
Frequência Hz
ISOLAMENTO A RUÍDO DE IMPACTO IV
z Isolamento sonoro calculado analiticamente
¾ O nível de ruído de impacto transmitido por um
pavimento não revestido pode ser relacionado
com a sua redução sonora, obtendo-se a seguinte
lei também dependente da massa:
Ln,w,eq =164 – 35 log10 (ms)
¾ No caso de um pavimento revestido e entrando
em conta com a transmissão marginal tem-se:
L’n,w =Ln,w,eq- ∆Lw + K
K – acréscimo devido à transmissão marginal
∆L – redução da transmissão devido ao revestimento aplicado.
ISOLAMENTO A RUÍDO DE IMPACTO V
z Valores de K e ∆Lw
Valores de ∆Lw (em dB/oit)
Designação Características ∆Lw
Valores de K (em dB)
Massa das paredes do Tacos de Espessuras entre 5 15
Massa compartimento inferior madeira e 15 mm
do piso (kg/m2) Piso Parquet de madeira (e=5 a
(kg/m2) flutuante de 15 mm) sobre espuma de 18
100 150 200 250 300
madeira polietileno
100 1 0 0 0 0 com base de latex 33
150 1 1 0 0 0 Alcatifa com base de favos de
borracha 35
200 2 1 1 0 0 tufada
250 2 1 1 1 0 sobre tecido de juta 23
300 3 2 1 1 1
350 3 2 1 1 1
400 4 2 2 1 1

Você também pode gostar