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Ondas II

Ondas II

aula 2
Ondas II

Interferência na atmosfera
I Vamos considerar duas ondas sonoras produzidas por duas fontes S1 e S2 .
I As ondas estão inicialmente em fase e possuem o mesmo comprimento de
onda λ.
I As ondas de pressão que se propagam na atmosfera são ondas esféricas.

Figura: Ondas sonoras na atmosfera: ondas esféricas (Livro texto).


Ondas II

Interferência na atmosfera
Diferença de caminho
I Como as ondas saem em fase, o que determina o padrão de interferência
no ponto P é a diferença de caminho.
I A diferença de caminho ou diferença de percurso é dada por:

∆L = |L1 − L2 | . (1)

I Nosso objetivo é determinar ∆L que produz uma interferência construtiva


e destrutiva no ponto P.
Ondas II

Interferência na atmosfera

Relações
I A diferença de fase associada a um comprimento de onda λ é
2π rad:

λ → 2π. (2)

I A relação entre uma diferença de fase ∆φ e a diferença de


caminho ∆L é:
λ
∆L = ∆φ. (3)

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Interferência na atmosfera

Interferência construtiva
I Quando há uma interferência construtiva, as ondas estão sempre em fase.
I Quando estão em fase, então,

∆φ = 2 π n (n = 0, 1, 2, 3, . . .) . (4)

I Ao substituirmos (4) em (3), obtemos

∆L = n λ. (5)

I A interferência é construtiva quando a diferença de caminho for um


múltiplo inteiro do comprimento de onda.
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Interferência na atmosfera

Interferência destrutiva
I Quando há uma interferência destrutiva, as ondas estão sempre fora fase.
I Quando estão fora de fase, então,

∆φ = (2n + 1) π (n = 0, 1, 2, 3, . . .) . (6)

I Ao substituirmos (4) em (3), obtemos

λ
∆L = (2n + 1)
 2
1
= n+ λ. (7)
2

I A interferência é destrutiva quando a diferença de caminho for um


múltiplo inteiro ı́mpar de meio comprimento de onda.
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Interferência em tubos

I Vamos analisar agora o que acontece quando a onda sonora


alcança uma das extremidades de um tubo.
I Em resumo, a onda será refletida quando alcança a
extremidade do tubo.
I O comportamento da onda na extremidade refletora depende
se a extremidade do tubo está aberta ou fechada.
I Vimos que uma onda estacionária é produzida pela
superposição de uma onda incidente e uma onda refletida.
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Interferência em tubos
Onda estacionária
I Seja a onda de pressão incidente (onda progressiva):

∆p1 (x, t) = pm sin (k x − ω t) . (8)

I Seja a onda de pressão refletida (onda progressiva):

∆p2 (x, t) = pm sin (k x + ω t) . (9)

I Pelo princı́pio da superposição, a onda resultante é:

∆pR (x, t) = ∆p1 (x, t) + ∆p2 (x, t)


0
= pm (x) cos (ω t) . (10)

I A amplitude da onda resultante é


0
pm (x) = 2 pm sin (k x) . (11)
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Interferência em tubos

Extremidade fechada
I Quando a onda de pressão alcança a extremidade fechada, essa onda
comprime o ar na barreira fixa.
I Assim, há um aumento de pressão na extremidade.
I A onda tem sua amplitude máxima, logo, na extremidade fechada temos
um antinó de pressão.
I A onda é refletida sem mudança de fase em relação à onda incidente.
I O antinó de pressão ocorre quando:
0
pm (x) = ±2 pm . (12)
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Interferência em tubos

Extremidade fechada
I Os pontos de amplitude máxima dados em (12) ocorrem quando

π
sin (k x) = ±1 ⇒ kx = n (n = 1, 3, 5, . . .) (13)
2
I Portanto, a posição do n-ésimo antinó de pressão é dada por:

nπ λ
xn = =n (n = 1, 3, 5, . . .) , (14)
2k 4
ou
π λ
kx = (2ν + 1) ⇒ xν = (2ν + 1) (ν = 0, 1, 2, 3, 4, . . .) , (15)
2 4
Ondas II

Interferência em tubos
Extremidade fechada
I Vamos considerar que o tubo tenha um comprimento L.
I Então, a extremidade do tubo corresponde a posição do n-ésimo ponto
xn = L.
I Assim, teremos em (14) que

4 xn 4L
λn = = (n = 1, 3, 5, . . .) , (16)
n n
ou
4 xν 4L
λν = = (ν = 0, 1, 2, 3 . . .) , (17)
(2ν + 1) (2ν + 1)

I Em (16) ou (17) temos os comprimentos de onda permitidos para formar


a onda estacionária.
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Interferência em tubos

Extremidade fechada
I Como consequência, as frequências permitidas para termos uma onda
estacionária são
v v
fn = =n (n = 1, 3, 5, . . .) , (18)
λn 4L
ou
v
fν = (2ν + 1) (ν = 0, 1, 2, 3 . . .) . (19)
4L
I Veja que só há harmônicos ı́mpares neste caso.
I ν = n = 1 ⇒ primeiro harmônico, ν = n = 2 ⇒ segundo harmônico,
ν = n = 3 ⇒ terceiro harmônico...
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Interferência em tubos

Extremidade aberta
I A pressão na extremidade aberta do tubo é igual a pressão atmosférica p0 .
I Não há variação de pressão na extremidade aberta, pois a pressão
atmosférica não varia neste ponto.
I Quando a onda de pressão alcança a extremidade aberta, não há variação
de pressão.
I Desse modo, a extremidade aberta temos um nó de pressão.
I A onda é refletida sofre uma mudança de fase de π rad em relação à onda
incidente.
I O nó de pressão ocorre quando:
0
pm (x) = 0. (20)
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Interferência em tubos

Extremidade aberta
I Os pontos de amplitude máxima dados em (12) ocorrem quando

sin (k x) = 0 ⇒ kx = ν π (ν = 0, 1, 2, 3, . . .) (21)

I Portanto, a posição do n-ésimo nó de pressão é dada por:

νπ λ
xν = =ν (ν = 0, 1, 2, 3, . . .) . (22)
k 2
Ondas II

Interferência em tubos

Extremidade aberta
I Vamos considerar que o tubo tenha um comprimento L.
I Então, a extremidade do tubo corresponde a posição do n-ésimo ponto
xn = L.
I Assim, teremos em (22) que

2 xn 2L
λn = = (n = 1, 2, 3, . . .) . (23)
n n
I Em (23) temos os comprimentos de onda permitidos para formar a onda
estacionária.
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Interferência em tubos

Extremidade aberta
I Como consequência, as frequências permitidas para termos uma onda
estacionária são
v v
fn = =n (n = 1, 2, 3, . . .) . (24)
λn 2L
I Veja que há todos os harmônicos neste caso.
I n = 1 ⇒ primeiro harmônico, n = 2 ⇒ segundo harmônico, n = 3 ⇒
terceiro harmônico...
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Exercı́cio resolvido
1. O tubo do órgão A, com duas extremidades abertas, possui uma
frequência fundamental de 300 Hz. O terceiro harmônico do tubo do
órgão B, com uma extremidade fechada, possui uma frequência igual a do
segundo harmônico do tubo A.
a) Qual o comprimento do tubo A?
b) Qual o comprimento do tubo B?
I Solução:
a) Veja que as frequências de ressonância no tubo A, que possui as duas
extremidades abertas, são dadas por:
v
fnA = n , (25)
2LA
onde v = 343 m/s é a velocidade do som no ar e n = 1, 2, 3, 4, . . .. Como
o tubo possui uma frequência fundamental f1A = 300 Hz, então, obtemos
em (25) que o comprimento do tubo A é
v
LA = A = 0, 571 m. (26)
2f1
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Exercı́cio resolvido

b) Veja que as frequências de ressonância do tubo B, que possui uma


extremidade fechada, são dadas por:
v
fnB = n0 , (27)
4LB
onde v = 343 m/s é a velocidade do som no ar e n0 = 1, 3, 5, . . .. Como o
terceiro harmônico do tudo B (n0 = 3) tem a mesma frequência do
segundo harmônico do tubo A (n = 2), então, podemos escrever

f3B = f2A . (28)

Ao substituirmos (25) e (27) em (28), obteremos que o comprimento do


tubo B é
3
LB = LA = 0, 428 m. (29)
4
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Exercı́cios propostos

Para complementar esse estudo, fica as sugestões para exercı́cios:


I Estudar os exercı́cios resolvidos do livro texto.
I Fazer a lista de exercı́cios, com problemas retirados do livro
texto.
Ondas II

Bibliografia:

I Fundamentos de Fı́sica, Vol. 2: gravitação, ondas e


termodinâmica/ David Halliday, Robert Resnick, Jearl Walker
- 10 ed. - Rio de Janeiro: LTC, 2016.

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