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Resumo e Lista de

Exercícios
Física IV
Fuja do Nabo P1
1. Introdução

O curso de Física IV visa introduzir aos alunos os conceitos de física


moderna através de uma visão conceitual dos fenômenos e uma
abordagem simplificada das demonstrações.

2. Interferência

O fenômeno da Interferência caracteriza-se pela superposição de duas ou


mais ondas em um mesmo ponto do espaço. Quando esse fenômeno
ocorre, a onda resultante será dada pelo princípio da superposição, que
basicamente nos diz que a onda resultante será a soma das ondas iniciais.

a. Fontes Coerentes
Duas fontes são ditas coerentes quando apresentam a mesma frequência,
mesma direção de propagação e sua diferença de fase permanece
constante com o tempo. Não necessariamente indica que as fontes estão
em fase. Tudo que iremos analisar sobre interferência supõe que as fontes
são coerentes.

b. Fontes (Ondas) em Fase


Duas fontes estarão em fase quando estão sincronizadas entre si, ou seja,
a diferença de fase inicial entre elas é 0°.

1
Exemplo:

c. Fontes em Oposição de Fase


Duas fontes estão em oposição de fase se a diferença de fase inicial entre
elas é 𝜋 𝑟𝑎𝑑.

Exemplo:

d. Diferença de Caminho (∆𝒅)


A diferença de caminho representa a diferença de percurso entre duas
fontes até encontrar o ponto do espaço em que será analisada a
interferência.

2
Exemplo: Supondo a existência de duas fontes 𝑠1 𝑒 𝑠2 , iremos analisar a
interferência no ponto P.
𝑃

𝑑1 𝑑2 ∆𝒅 = 𝒅𝟏 − 𝒅𝟐

𝑠1 𝑠2

e. Interferência Construtiva
A interferência entre duas ondas é dita construtiva quando a amplitude
da onda resultante é maior que a amplitude das ondas iniciais.

• Interferência Construtiva para Fontes em Fase

Supondo duas fontes inicialmente em fase que emitem ondas com


comprimento de onda 𝜆, a condição de interferência construtiva será
dada por:

∆𝑑 = 𝑑1 − 𝑑2 = 𝑚 𝜆 , 𝑐𝑜𝑚 𝑚 = 0, ±1, ±2, …

• Interferência Construtiva para Fontes em Oposição de Fase

Supondo duas fontes em oposição de fase que emitem ondas com


comprimento 𝜆, a condição para interferência construtiva será dada por:

1
∆𝑑 = 𝑑1 − 𝑑2 = (𝑚 + ) 𝜆 , 𝑐𝑜𝑚 𝑚 = 0, ±1, ±2, …
2

3
f. Interferência Destrutiva
A interferência entre duas ondas é dita destrutiva quando a amplitude da
onda resultante é menor que a amplitude das ondas iniciais.

• Interferência Destrutiva para Fontes em Fase

Supondo duas fontes inicialmente em fase que emitem ondas com


comprimento de onda 𝜆, a condição de interferência destrutiva será dada
por:

1
∆𝑑 = 𝑑1 − 𝑑2 = (𝑚 + ) 𝜆 , 𝑐𝑜𝑚 𝑚 = 0, ±1, ±2, …
2

• Interferência Destrutiva para Fontes em Oposição de Fase

Supondo duas fontes em oposição de fase que emitem ondas com


comprimento 𝜆, a condição para interferência destrutiva será dada por:

∆𝑑 = 𝑑1 − 𝑑2 = 𝑚 𝜆 , 𝑐𝑜𝑚 𝑚 = 0, ±1, ±2, …

3. Interferência em Fendas Duplas

O experimento de Interferência em fendas duplas foi estudado de forma


mais precisa através do experimento de Thomas Young.

4
Interferência em Fendas Duplas (Serway)

No experimento de Young vamos analisar a interferência no Ponto 𝑃


gerada pelas Fontes 𝑆1 𝑒 𝑆2 , que estão em fase devido à existência de
uma fonte 𝑆0 posicionada antes da tela com a fenda dupla.

Na experiência 𝐿 ≫ 𝑑, então, a diferença de caminho se resume a 𝛿, uma


vez que os raios 𝑟1 e 𝑟2 podem ser tomados como paralelos (figura
abaixo).

Raios paralelos (Serway)

5
A diferença de caminho será 𝑑 sin 𝜃, logo a condição para interferência
construtiva será dada por:

𝑑 sin 𝜃 = 𝑚𝜆, 𝑐𝑜𝑚 𝑚 𝜖 𝑍

As interferências destrutivas serão dadas por:

1
𝑑 sin 𝜃 = (𝑚 + ) 𝜆, 𝑐𝑜𝑚 𝑚 𝜖 𝑍
2

Utilizando a aproximação válida para pequenos ângulos, sin 𝜃 ≈ tan 𝜃 ≈


𝜃, pode-se determinar as posições dos máximos (𝒚𝒎 ), que
correspondem às interferências construtivas:

𝑦𝑚
tan 𝜃𝑚 =
𝐷

tan 𝜃𝑚 ≈ sin 𝜃𝑚

𝑚𝜆
sin 𝜃𝑚 =
𝑑

𝒎𝝀𝑫
𝒚𝒎 =
𝒅

6
4. Intensidade das Figuras de Interferência

A intensidade das figuras de Interferência estará relacionada a


intensidade do campo elétrico resultante da superposição de dois
campos elétricos em um mesmo ponto do espaço.

Genericamente, dado um campo elétrico 𝐸 (𝑡) = 𝐸𝑝 cos(𝜔𝑡 + 𝜙), a


intensidade da onda será dada por:

1
𝐼= 𝜀0 𝑐 𝐸𝑝2
2

Onde:
𝜀0 = permissividade elétrica do vácuo;
𝑐 = velocidade da luz no vácuo.

Supondo dois campos elétricos: 𝐸1 (𝑡) = 𝐸 cos(𝜔𝑡 + 𝜙) e 𝐸2 (𝑡) =


𝐸 𝑐𝑜𝑠 (𝜔𝑡), a amplitude resultante (𝐸𝑝 ) da superposição desses campos
será:

𝜙
𝐸𝑝 = 2𝐸 |cos |
2

Usando essa expressão pode-se calcular a expressão da intensidade


resultante e analisar onde seus valores serão máximos e mínimos.

𝜙
𝐼 = 2𝜀0 𝑐 𝐸 2 cos2 ( )
2

7
𝐼0 = 2𝜀0 𝑐 𝐸 2

𝜙
𝐼 = 𝐼0 cos 2 ( )
2

Analisando a expressão da intensidade tem-se que seu valor máximo será


𝜙 𝜙
para cos2 ( ) = 1 e seu valor mínimo para cos2 ( ) = 0. Assim, pode-se
2 2
escrever que:

𝜙 = 2𝑚𝜋, 𝑐𝑜𝑚 𝑚 𝜖 𝑍
máximos de Intensidade

𝜙 = (2𝑚 + 1)𝜋, 𝑐𝑜𝑚 𝑚 𝜖 𝑍


mínimos de Intensidade

a. Relação entre Diferença de Fase e Diferença de Caminho


Dada uma diferença de fase 𝜙, ela se relacionará com uma diferença de
caminho ∆𝑑 seguindo a seguinte proporção:

𝜙 Δ𝑑
=
2𝜋 𝜆

2𝜋
𝜙= ∆𝑑
𝜆

b. Relação entre Comprimento de Onda em um Meio


Supondo que o comprimento de onda em um meio com índice de refração
𝑛 seja 𝜆 , sua relação com o comprimento de onda 𝜆0 no vácuo será dado
por:

8
𝜆0
𝜆=
𝑛

5. Interferência em Películas Finas

Uma película fina é uma pequena camada de um material, imersa em um


meio com índice de refração diferente do seu. A condição de película fina
deve ser atendida para que se possa tomar os raios refletidos e refratados
em sua superfície como coerentes.

a. Mudança de Fase na Reflexão


Suponha que uma onda eletromagnética viaje no meio 1 (índice de
refração 𝑛1 ) e seja refletida na interface de separação com um meio 2
(índice de refração 𝑛2 ). Tem-se as seguintes situações:

I. Se 𝑛1 < 𝑛2 , haverá uma mudança de fase de 𝝅 no campo elétrico


refletido, ou seja, se tomarmos a onda incidente e refletidas elas estarão
em oposição de fase.
II. Se 𝑛1 > 𝑛2 , não haverá uma mudança de fase no campo elétrico
refletido, ou seja, se tomarmos a onda incidente e refletida elas estarão
em fase.

Observação: não há mudança de fase na refração.

Exemplo: Analisar as condições de interferência construtiva e destrutiva


entre os raios 1 e 2 na película fina abaixo, com 𝑛 > 𝑛𝑎𝑟 .

9
O raio 1 é originado na reflexão na primeira interface de separação entre
a película e o ar. Como ele vem do ar e vai para a película e temos 𝑛𝑎𝑟 <
𝑛, essa reflexão ocorre com mudança de fase de 𝜋 𝑟𝑎𝑑.

O raio 2 é originado da reflexão na segunda interface de separação. Como


ele vai do meio com índice de refração 𝑛 para a película, não há mudança
de fase na reflexão, logo pode-se concluir que os raios 𝟏 e 𝟐 são emitidos
inicialmente em oposição de fase.

Supondo que a incidência seja normal, podemos supor que a diferença de


caminho entre os raios 1 e 2 (∆𝑑) será igual a 2𝑡. Assim, as condições de
interferência construtiva serão:

1
2𝑡 = (𝑚 + ) 𝜆𝑛 𝑐𝑜𝑚 𝑚 = 0,1,2, …
2

𝜆0 (𝑣á𝑐𝑢𝑜)
𝑐𝑜𝑚𝑜 𝜆𝑛 =
𝑛

1
2𝑡𝑛 = (𝑚 + ) 𝜆0
2

10
A condição para interferências destrutiva será:

2𝑡𝑛 = 𝑚𝜆0

6. Difração

a. Princípio de Huygens
Cada ponto da frente de onda pode ser tomado como um conjunto de
fontes circulares secundárias, de tal forma que é possível determinar a
posição da onda no instante 𝑡 + Δ𝑡 a partir do instante 𝑡 apenas traçando
a envoltória das frentes de onda circulares.

7. Difração em Fendas Simples

Dada uma fenda simples de tamanho não desprezível 𝑎, as condições


para os mínimos de difração podem ser estimadas com o auxílio do
princípio de Huygens e utilizando difração de Fraunhofer que supõe que
os raios saindo da fenda podem ser supostos paralelos. Tais mínimos
serão dados pela seguinte expressão:

𝑎 sin 𝜃 = 𝑚 𝜆 , 𝑐𝑜𝑚 𝑚 = 1,2,3, …

Note que agora 𝑚 = 0 nos dá um máximo e não um mínimo.

11
Difração em fendas simples (Halliday)

a. Posição dos Máximos


A posição dos máximos será estimada como no ponto médio entre dois
mínimos, ou seja, se 𝜃1 é a posição do primeiro mínimo e 𝜃2 é a posição
do segundo, a posição do primeiro máximo, além do máximo central, será
dada por:

𝜃1 + 𝜃2
𝜃1𝑚𝑎𝑥 =
2

b. Intensidade na Difração de Fendas Simples

𝛽 2
sin ( )
𝐼 = 𝐼0 ( 2 )
𝛽
2

12
2𝜋
𝛽= 𝑎 sin 𝜃
𝜆

8. Intensidade na Difração em Fendas Duplas

Quando se realiza a experiência das fendas duplas com fendas de


tamanhos 𝑎, não desprezíveis, e separadas por uma distância 𝑑, a figura
de interferência e difração terá a seguinte característica:

𝛽 2
sin ( )
𝐼 = 𝐼0 ( 2 ) cos2 (𝛿 )
𝛽 2
2

2𝜋
𝛽= 𝑎 sin 𝜃
𝜆

2𝜋
𝛿= 𝑑 sin 𝜃
𝜆

Interferência e Difração (Serway).

13
Na figura de interferência e difração, o “envelope” da curva corresponde
ao fenômeno da difração enquanto as franjas internas ao “envelope”
estão relacionadas ao fenômeno da interferência.

9. Difração em Orifícios Circulares

Dado um orifício circular de diâmetro 𝐷, a posição angular do primeiro


mínimo de difração será dada por:

𝜆
sin 𝜃1 = 1,22
𝑑

10. Critério de Rayleigh

Dois objetos estão começando a ser distinguíveis quando o centro da


figura de difração de um deles coincide com o mínimo de difração do
outro.

A separação mínima angular entre eles será chamada de limite de


resolução. No caso de lentes circulares como telescópios, tem-se:

𝜆
𝜃𝑚𝑖𝑛 = 1,22
𝑑

Para fontes puntiformes, a separação angular mínima será dada por:

𝜆
𝜃𝑚𝑖𝑛 =
𝑑

14
11. Difração de Raios X (Lei de Bragg)

A condição para interferência construtiva em difrações de raios X,


segundo a lei de Bragg é dada por:

2 ⋅ 𝑑 ⋅ sin 𝜃 = 𝑚 𝜆, 𝑚 = 1,2,3, …

A figura a seguir representa a diferença de caminho entre os raios 1 e 2. É


importante notar que os raios são supostos em fase.

12. Relatividade

a. Evento
Um evento é uma ocorrência caracterizada por valores definidos para a
posição (coordenadas 𝑥, 𝑦 𝑒 𝑧) e para o tempo (𝑡).

b. Tempo Próprio
O intervalo de tempo entre dois eventos que ocorrem num mesmo ponto
do espaço é chamado tempo próprio e designado por ∆𝒕𝟎 .

15
Em um dado sistema que se move com velocidade 𝑢 ⃗ , existe uma
infinidade de outros sistemas que se movem com velocidade relativa em
relação a esse primeiro sistema, porém há um único sistema em que a
velocidade relativa é nula.

Assim, o tempo natural é mais fundamental que os outros intervalos de


tempo medidos em outros referenciais e esse referencial será tomado
como sistema de referência.

c. Dilatação do Tempo
Dado que o intervalo de tempo próprio entre dois eventos é ∆𝑡0 (medido
no sistema de referência), então para um observador que se move com
velocidade 𝑢⃗ em relação a esse sistema de referência, o intervalo de
tempo medido será:

∆𝑡 = ∆𝑡0 ∗ 𝛾

1
𝛾=
2
√1 − 𝑢2
𝑐

d. Comprimento Próprio
E o comprimento de um corpo medido em um sistema onde o mesmo
encontra-se em repouso. O comprimento próprio de um corpo é
denotado por 𝑙0 .

16
e. Contração do Comprimento
Supondo conhecido o comprimento próprio 𝑙0 de um corpo e que exista
um referencial que se move com velocidade 𝑢
⃗ em relação ao sistema de
referência, o comprimento medido nesse novo sistema será dado por:

𝑙0
𝑙=
𝛾

No caso da variação do comprimento, é importante lembrar que ela


ocorre apenas na direção paralela à velocidade 𝑢
⃗.

13. Transformações de Lorentz

As transformações de Lorentz nos ajudam a responder a seguinte


questão:

Dado que temos as coordenadas (𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡) de um evento em um


referencial 𝑆, quais são as coordenadas (𝑥 ′ , 𝑦 ′ , 𝑧 ′ , 𝑡 ′ ) desse mesmo
evento em um referencial 𝑆’ que se move em relação a 𝑆 com velocidade
⃗ = 𝑢𝑥 𝑖 e coincide com 𝑆 em 𝑡 = 𝑡 ′ = 0.
𝑢

Para a posição de uma partícula, as transformações de Lorentz podem ser


expressas por:

𝑥 ′ = 𝛾(𝑥 − 𝑢𝑡)
𝑦′ = 𝑦
𝑧′ = 𝑧
𝑢𝑥
𝑡 ′ = 𝛾 (𝑡 − 2 )
{ 𝑐

17
𝑥 = 𝛾(𝑥 ′ + 𝑢𝑡′)
𝑦 = 𝑦′
𝑧 = 𝑧′
𝑢𝑥′
𝑡 = 𝛾 (𝑡 ′ + 2 )
{ 𝑐

No referencial 𝑆’, as componentes da velocidade de um corpo, que possui,


em 𝑆, 𝑣 = 𝑣𝑥 𝑖 + 𝑣𝑦 𝑗 + 𝑣𝑍 𝑘⃗ , são dadas por:

𝑣𝑥 − 𝑢
𝑣𝑥′ = 𝑢𝑣
1 − 2𝑥
𝑐
√ 𝑢2
(𝑣𝑦 1 − 2 )
𝑐
𝑣𝑦′ = 𝑢𝑣
1 − 2𝑥
𝑐
𝑢2
(𝑣𝑧 √1 − 2 )

𝑐
𝑣𝑧 = 𝑢𝑣𝑥
{ 1 −
𝑐2

14. Efeito Doppler Relativístico

O efeito Doppler relativístico é a aparente mudança de frequência da onda


eletromagnética quando há movimento relativo entre fonte e observador.
Quando a fonte se afasta do observador com velocidade 𝑣, a frequência
Doppler 𝑓 será dada por:

𝑐−𝑣
𝑓 = 𝑓0 √
𝑐+𝑣

18
Onde 𝑓0 é a frequência natural da onda.

Quando a fonte se aproxima do observador com velocidade 𝑣, a


frequência Doppler 𝑓 será dada por:

𝑐+𝑣
𝑓 = 𝑓0 √
𝑐−𝑣

15. Energia e Momento Relativísticos

Para fenômenos que ocorrem a uma velocidade 𝑣 comparável à


velocidade da luz, é necessário realizar ajustes nas equações
fundamentais da mecânica clássica para que as leis de conservação
continuem valendo.

O momento linear (𝑃⃗) fica:

𝑃⃗ = 𝛾𝑚𝑣

Onde:

1
𝛾=
2
√1 − 𝑣 2
𝑐

19
Assim, a força resultante 𝐹 que atua em uma partícula será dada por:

𝑑𝑃⃗ 𝑑
𝐹= = (𝛾𝑚𝑣 )
𝑑𝑡 𝑑𝑡

O valor da força resultante dependerá do ângulo entre 𝐹 𝑒 𝑣. No caso de


os vetores estarem situados ao longo do eixo 𝑂𝑥, obtém-se:

𝐹 = 𝛾 3 𝑚𝑎

No caso de 𝐹 𝑒 𝑣 perpendiculares, como, por exemplo, em um


movimento circular, a expressão da força fica:

𝐹 = 𝛾𝑚𝑎

Utilizando o valor de 𝐹 obtido no caso em que 𝐹 ∥ 𝑣, pode-se determinar


a energia cinética relativística do corpo.

Por meio do Teorema do Trabalho e da Energia, a variação de energia


cinética de um corpo é igual ao trabalho realizado pela força.

Em uma dimensão 𝑥:

𝑥2

𝐾 = ∫ 𝐹 (𝑥 ) 𝑑𝑥
𝑥1

20
𝑥2
𝑚𝑎 𝑑𝑥
𝐾=∫ 3
𝑥1 (1 − 𝑣 2 ⁄𝑐 2 )2

No entanto:

𝑑𝑣 𝑑𝑥
𝑎 𝑑𝑥 = 𝑑𝑥 = 𝑑𝑣 = 𝑣 𝑑𝑣
𝑑𝑡 𝑑𝑡

Reescrevendo:

𝑣
𝑚 𝑣𝑥 𝑑𝑣𝑥
𝐾=∫ 3
0 (1 − 2 ⁄ 2 )2
𝑣𝑥 𝑐

∴ 𝐾 = (𝛾 − 1)𝑚𝑐 2

Se definirmos a energia de repouso de uma partícula como 𝐸0 = 𝑚𝑐 2 , a


energia total de uma partícula será a soma da energia de repouso com
sua energia cinética. Com isso, a energia total fica:

𝐸 = 𝛾𝑚𝑐 2 (Energia total)


Combinando a expressão do momento linear relativístico com a
expressão da energia total da partícula, pode-se escrever:

𝐸 = √(𝑚𝑐 2 )2 + (𝑝𝑐)2

Utilizando essas expressões, valem os casos em que havia conservação da


energia e do momento linear, como em colisões, por exemplo.

21
16. Radiação do Corpo Negro

Um corpo negro é uma superfície ideal que absorve toda a radiação que
nela incide, ou seja, nenhuma luz o atravessa e nem é refletida.
Lembrando que:

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 (𝑊)
𝐼 (𝐼𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒) =
Á𝑟𝑒𝑎 (𝑚2 )

A Intensidade (𝐼) da radiação emitida por um corpo negro é dada pela Lei
de Stefan-Boltzmann:

𝐼 = 𝜎 𝑇4

Onde:

𝑊
𝜎 = 5,67 × 10−8
𝑚2 𝐾 4

E a temperatura 𝑇 é dada em Kelvin.

A intensidade não é distribuída uniformemente em todos os


comprimentos de onda; sua distribuição pode ser medida através da
emitância espectral 𝑰(𝝀), de tal forma que a intensidade também será
dada por:


𝐼 = ∫ 𝐼 (𝜆) 𝑑𝜆
0

22
As curvas de intensidade para diferentes temperaturas foram
determinadas de forma mais precisa em 1900 por Planck, no que ficou
conhecido como a Lei de Radiação de Planck.

Essa lei pode ser descrita pela seguinte equação:

2𝜋ℎ𝑐 2
𝐼 (𝜆) = ℎ𝑐
𝜆5 (𝑒 𝜆𝑘𝑇 − 1)

Onde ℎ é a constante de Planck, 𝑘 é a constante de Boltzmann e 𝑇 é a


temperatura absoluta.

Derivando a Lei de Planck e igualando a zero, achamos o comprimento


de onda em que a emitância espectral é máxima (𝜆𝑚𝑎𝑥 ).

Além disso, observamos que o produto 𝜆𝑚𝑎𝑥 𝑇 é constante (Lei de


Deslocamento de Wien):

ℎ𝑐
𝜆𝑚𝑎𝑥 =
4,965 𝑘𝑇

ℎ𝑐
𝜆𝑚𝑎𝑥 ⋅ 𝑇 = = 2,9 × 10−3 𝑚. 𝐾
4,965 𝑘

23
17. Efeito Fotoelétrico

O efeito fotoelétrico consiste na emissão de elétrons que ocorre quando


a luz incide sobre uma superfície.

Esse efeito só é observado quando a luz possui uma energia suficiente


para superar a barreira de potencial que mantém os elétrons
confinados.

A quantidade de energia mínima necessária para desprender um elétron


de determinada superfície é chamada de função trabalho (𝝓) dessa
superfície.

A frequência de corte (𝒇𝟎 ) é a frequência mínima na qual ocorre efeito


fotoelétrico, ou seja, abaixo dessa frequência não há elétrons
desprendidos do material.

O potencial de corte (𝑽𝟎 ) é o potencial aplicado entre a placa coletora e


a superfície onde será analisado o efeito fotoelétrico.

Desta forma, a corrente medida no arranjo é nula (figura abaixo) e a


energia cinética máxima com a qual os elétrons deixam a placa será
𝑒𝑉0 , onde 𝑒 é a carga do elétron.

24
Um fóton pode ser entendido como uma partícula sem massa que viaja
sempre na velocidade da luz. Dessa forma, a sua energia total
(relativística) é dada por:

𝐸 = 𝑝𝑐

Por outro lado, a energia do fóton também é dada por:

𝐸 = ℎ𝑓

Onde ℎ é a constante de Planck e 𝑓 é a frequência da luz.

Einstein aplicou a conservação da energia para determinar qual a máxima


energia cinética (𝐾𝑚𝑎𝑥 ) de um elétron que se desprende de um material
por efeito fotoelétrico.

25
A relação encontrada por ele foi:

𝐾𝑚𝑎𝑥 = ℎ𝑓 − 𝜙

𝑒𝑉0 = ℎ𝑓 − 𝜙

Note que o potencial de corte 𝑉0 independe da intensidade da luz


aplicada, ou seja, independe da amplitude do campo elétrico que
constitui a luz; porém, ele aumenta proporcionalmente ao aumento de 𝑓.

O aumento da intensidade da luz que incide na placa faz com que haja um
aumento nos fotoelétrons emitidos e, com isso, há um aumento na
corrente de regime medida no amperímetro (figura abaixo):

26
18. Espalhamento Compton

O espalhamento Compton caracteriza-se pela mudança de comprimento


de onda de um fóton quando este colide com um elétron em repouso. O
esquema da situação é representado na figura abaixo:

Um fóton de momento linear inicial 𝑝 colide com um elétron inicialmente


em repouso.

Após a colisão, o fóton espalhado se propaga em uma direção que faz um


ângulo 𝜙 com a direção de propagação inicial do fóton, agora com
momento linear 𝑝′.

O elétron adquire movimento se propagando em outra direção (diferente


do fóton espalhado).

27
O momento linear do fóton é:

𝐸 = ℎ𝑓 = 𝑝𝑐

Lembrando que:

𝑐 = 𝜆𝑓

Substituindo:

ℎ𝑓
𝑝=
𝑐

ℎ𝑓 𝒉
⇒𝑝= =
𝜆𝑓 𝝀

Aplicando os princípios de conservação de energia e momento linear


relativísticos para a situação, e lembrando que o momento linear é uma
grandeza vetorial, pode-se escrever:


𝜆′ = 𝜆 + (1 − cos 𝜙)
𝑚𝑐

Observação: Caso a dedução fique complicada, suponha que o elétron


forma um ângulo 𝜃 com o eixo 𝑂𝑥 e aplique a conservação de momento
separadamente para as componentes em 𝑥 𝑒 𝑦. Algumas deduções podem
ser encontradas no livro Modern Physics (Serway, 1989).

28
19. Espectros de Linhas

O espectro de linhas consiste em fótons com energia específica, emitidos


por átomos de determinado elemento.

Durante a emissão do fóton, a energia do átomo varia da mesma


quantidade de energia que é emitida pelo fóton. Assim, cada átomo
possui um conjunto de níveis de energia, de forma que o átomo não
pode possuir um valor de energia intermediário a esses níveis.

De acordo com Bohr, um átomo pode fazer uma transição de um estado


de maior energia para um de energia inferior emitindo um fóton cuja
energia é igual à diferença de energia entre esses níveis. Assim:

ℎ𝑐
ℎ𝑓 = = 𝐸𝑖 − 𝐸𝑓
𝜆

Por meio de um conjunto de experimentos com o átomo de hidrogênio,


determinou-se uma relação para os comprimentos de onda dos fótons
emitidos para uma dada condição inicial.

Essa relação ficou conhecida como série de Balmer:

1 1 1
= 𝑅 ( 2 − 2)
𝜆 2 𝑛

Onde 𝑅 é a constante de Rydberg (1,097 × 107 𝑚−1 ).

29
Considerando a série de Balmer e a hipótese de Bohr, pode-se determinar
a energia na camada 𝑛 do átomo de hidrogênio como sendo:

ℎ𝑐𝑅
𝐸𝑛 = − 2 𝑛 = 1,2,3 …
𝑛

20. Modelo de Bohr

Bohr postulou que um elétron em um átomo pode circular em torno do


núcleo descrevendo órbitas estacionárias sem emitir nenhuma
radiação.

Outra importante conclusão de Bohr foi que o momento angular (𝐿⃗ ) dos
elétrons era quantizado, ou seja, assumia valores discretos, mais

precisamente múltiplos inteiros de :
2𝜋

𝑛ℎ
𝐿 = 𝑚𝑟𝑛 𝑣𝑛 = = 𝑛ℏ
2𝜋

Considere o átomo de Bohr ilustrado abaixo. As seguintes relações valem:

30
A força centrípeta é:

𝑚𝑣𝑛2
𝐹= 𝑛
𝑟

A força elétrica de Coulomb é:

𝑒2
𝐹=
4𝜋ℇ0 𝑟𝑛2

O raio orbital, no modelo de Bohr, vale:

ℇ0 ℎ 2
𝑟𝑛 = 2
⋅ 𝑛2
𝜋𝑚𝑒

E as velocidades orbitais, no modelo de Bohr, valem:

𝑒2 1
𝑣𝑛 = ⋅
2ℇ0 ℎ 𝑛

Somando a energia cinética 𝐾𝑛 com a energia potencial 𝑈𝑛 , obtém-se a


energia orbital no modelo de Bohr, ou seja, a energia do elétron que
ocupa a camada 𝑛:

𝑚𝑣𝑛2 𝑒2
𝐾𝑛 = , 𝑈𝑛 = −
2 4𝜋ℇ0 𝑟𝑛

−𝑚𝑒 4 13,6
⇒ 𝐸𝑛 = 𝐾𝑛 + 𝑈𝑛 = 2 = − 𝑒𝑉
ℇ0 8 𝑛 2 ℎ 2 𝑛2

31
Para átomos com número atômico 𝒁 ≠ 𝟏, basta substituir o 𝑒 2 (nas
fórmulas obtidas para o átomo de hidrogênio) por 𝑍𝑒 2 , pois agora o
núcleo possui carga +𝑍𝑒, e não +𝑒:

𝑍2
𝐸𝑛 = −13,6 2 𝑒𝑉
𝑛

ℇ0 ℎ 2 𝑛 2
𝑟𝑛 = ⋅
𝜋 𝑚 𝑒2 𝑍

21. Comprimento de Onda de de Broglie

O teórico de Broglie postulou que uma partícula de massa 𝑚, viajando


com uma velocidade 𝑣 (não relativística), deve ter um comprimento de
onda associado a seu momento linear, tal como um fóton.

Esse comprimento de onda ficou conhecido como comprimento de onda


de de Broglie, que será calculado por:

ℎ ℎ
𝜆= =
𝑝 𝑚𝑣

22. Difração de Elétrons

Considerando o conceito de comprimento de onda de de Broglie e a


experiência com a fenda dupla, pode-se determinar a posição dos
máximos de interferência quando se utiliza um feixe de elétrons:

𝑑 sin 𝜃 = 𝑚𝜆, com 𝑚 ∈ 𝑍 (máximos)

32

𝜆=
𝑝


⇒ 𝑑 sin 𝜃 = 𝑚 ( ) , 𝑚 𝜖 𝑍
𝑝

Supondo que um elétron (não relativístico) de carga −𝑒 seja acelerado


por um potencial 𝑉𝑎 , pode-se escrever que:

𝑝2
𝐾 = 𝑒 𝑉𝑎 =
2𝑚

𝑝 = √2𝑚𝑒𝑉𝑎

𝑚ℎ
𝑑 sin 𝜃 = , 𝑐𝑜𝑚 𝑚 𝜖 𝑍
√2𝑚𝑒𝑉𝑎

33
Lista de Exercícios

1. Interferência
Ondas longas de rádio, com comprimento de onda 𝜆, de uma estação
radiotransmissora 𝐸 podem chegar a um receptor 𝑅 por dois caminhos
diferentes. Um deles é a trajetória retilínea do emissor até o receptor, a
uma distância 𝐿. O segundo envolve uma reflexão na ionosfera (camada
de moléculas ionizadas, quase no topo da atmosfera) que está a uma
altura 𝐻 da superfície da Terra. Admita que a reflexão ocorra num ponto
a meio caminho entre o emissor e o receptor e que a onda sofra uma
mudança de fase 𝜋 radianos ao ser refletida na ionosfera.

Quais as condições que devem ser obedecidas por 𝐻, 𝐿 𝑒 𝜆 para que haja
interferência destrutiva entre o feixe direto e o feixe refletido?

34
2. Difração e Critério de Rayleigh
Luz de comprimento de onda de 500 𝑛𝑚 de uma fonte pontual distante
incide normalmente sobre um anteparo com uma fenda de largura 𝑎 =
5000 𝑛𝑚. O padrão de difração é observado numa tela a uma distância
𝐿 = 3𝑚 do anteparo.

a. Calcule a posição angular do primeiro e do segundo mínimos de


difração com 𝜃 > 0 (use a aproximação sin 𝜃 ≈ tan 𝜃 ≈ 𝜃).
b. Calcule a distância 𝑦 > 0 do primeiro máximo lateral de difração em
relação ao centro da figura de difração. Use a aproximação de que um
máximo lateral está situado à meia distância dos mínimos adjacentes.
c. Considere agora duas fontes pontuais idênticas, não coerentes,
emitindo luz desse mesmo comprimento de onda (500 𝑛𝑚), situadas à
mesma distância 𝐷 da fenda e separadas por 𝑙 = 2𝑚, conforme a figura
acima. Determine a distância máxima 𝐷 para que essas duas fontes
estejam minimamente resolvidas na tela.

35
3. Difração em Fendas Duplas
Luz monocromática incide sobre um anteparo com duas fendas de
largura 𝑎 separadas por uma distância 𝑑. Sobre uma tela situada a uma
distância muito maior que 𝑑 observam-se franjas de interferência e de
𝑎
difração, conforme a figura. Com base nesta figura, estime a relação .
𝑑
Justifique.

4. Difração em Fendas Duplas


Uma película transparente de espessura 𝑡 = 200 𝑛𝑚 e com índice de
refração 𝑛𝑝 = 1,2 está colocada entre dois meios dielétricos: ar ( índice de
refração 𝑛𝑎𝑟 = 1) e vidro ( índice de refração do vidro 𝑛𝑣 = 1,5). Luz
branca incide quase normalmente sobre esta película e um observador vê
a luz transmitida, conforme a figura. A luz branca tem comprimento de
onda entre 400 𝑛𝑚 e 700 𝑛𝑚. Para quais comprimentos de onda nesse
intervalo haverá interferência construtiva entre os raios 1 e 2 da figura?

36
5. Relatividade do Tempo e do Espaço
Uma lanterna está em repouso no sistema inercial 𝑆’ que se move com
4𝑐
velocidade 𝑣⃑ = 𝑖̂ em relação a um outro sistema inercial 𝑆. Em um
5
determinado instante, um pulso de luz é emitido pela lanterna e propaga-
se paralelamente ao eixo 𝑂’𝑦’ até ser refletido por um espelho paralelo ao
eixo 𝑥’𝑧’, retornando à lanterna. A distância entre a lanterna e o espelho é
ℎ = 9𝑚, conforme a figura.

a. Qual é o intervalo de tempo medido em 𝑆’ entre a emissão e o retorno


do pulso luminoso?
b. Qual é a distância percorrida pela lanterna durante estes dois eventos
(emissão e retorno do pulso), medida no referencial 𝑆?

37
6. Transformações de Lorentz
Um veículo se move com velocidade uniforme 𝑣 em relação ao solo. Sejam
𝐴 e 𝐵 as extremidades do veículo e 𝐶 e 𝐷 marcações no solo, como na
figura. Definamos o evento 𝐵 ≡ 𝐶 como a passagem de 𝐵 por 𝐶 e os
eventos 𝐵 ≡ 𝐷, 𝐴 ≡ 𝐶 e 𝐴 ≡ 𝐷 de forma análoga.

a. Se o intervalo de tempo entre os eventos 𝐵 ≡ 𝐶 e 𝐴 ≡ 𝐶 (tempo gasto


pelo veículo para passar pelo ponto 𝐶) no referencial do veículo é ∆𝑡′, qual
é o intervalo de tempo entres esses eventos no referencial do solo?
b. Se os eventos 𝐵 ≡ 𝐷 e 𝐴 ≡ 𝐶 são simultâneos no referencial veículo,
qual o intervalo de tempo entre esses eventos no referencial solo?

7. Efeito Doppler Relativístico


Um farol 𝐴 emite luz vermelha de frequência 𝑓1 = 4 ⋅ 1014 𝐻𝑧. Outro farol
𝐵, em repouso em relação ao farol 𝐴, emite luz verde de frequência 𝑓2 =
6 ⋅ 1014 𝐻𝑧. Um observador que se move ao longo da linha que une os
faróis 𝐴 e 𝐵, com velocidade 𝑣 em relação a eles, vê as luzes emitidas por
𝐴 e 𝐵 com a mesma cor.

a. Em que sentido se move o observador? De 𝐴 para 𝐵, ou de 𝐵 para 𝐴?


Justifique.
b. Calcule a velocidade do observador em relação à velocidade da luz.

38
8. Radiação do Corpo Negro
A emitância espectral 𝐼(𝜆, 𝑇) de uma estrela atinge o máximo num
comprimento de onda igual a 600 𝑛𝑚. Calcule a temperatura da estrela.
Se ela tem raio 𝑅 = 109 𝑚, calcule a potência total emitida pela estrela.
Suponha que a estrela emite radiação como um corpo negro.

9. Conservação da Energia Relativística


Uma partícula com massa de repouso 𝑚0 e energia total igual a duas
vezes sua energia de repouso colide com uma partícula 2, idêntica, em
repouso. Após a colisão, forma-se uma única partícula com massa de
repouso 𝑀0 . Nos itens abaixo, expresse suas respostas em termos da
velocidade da luz 𝑐 e de 𝑚0 .

a. Calcule a velocidade 𝑣 da partícula, antes da colisão.


b. Calcule a velocidade 𝑉e a massa de repouso 𝑀0 da partícula resultante.
c. Calcule a energia cinética da partícula resultante.

39
10. Efeito Fotoelétrico
Luz monocromática de comprimento de onda 𝜆 = 410 𝑛𝑚, proveniente
de uma fonte com intensidade 𝐼, incide sobre três superfícies metálicas
constituídas de lítio (Li), berílio (Be) e mercúrio (Hg). As funções de
trabalho de cada um destes materiais são dadas por
𝜙 𝐿𝑖 = 2,3 𝑒𝑉, 𝜙 𝐵𝑒 = 3,9 𝑒𝑉 e 𝜙𝐻𝑔 = 4,5 𝑒𝑉, respectivamente.

a. Determine em que casos é possível observar o efeito fotoelétrico.


b. Calcule a diferença de potencial necessária para frear os fotoelétrons
(potencial frenador ou potencial de corte) nos casos em que os
fotoelétrons são observados, conforme o item a.
c. Se, em vez da fonte com intensidade 𝐼, estivéssemos utilizando uma
fonte com intensidade 2𝐼, mas com o mesmo comprimento de onda de
410 𝑛𝑚, como mudariam os itens a e b e o número de fótons elétrons
emitidos?

11. Efeito Fotoelétrico


A função de trabalho para o metal lantânio é de 3,3 𝑒𝑉. Suponha que uma
placa deste metal seja iluminada com luz de comprimento de onda igual
a 2000 Å. Considere os fotoelétrons não relativísticos emitidos da placa
com o máximo de energia possível. Nessas condições:

a. Calcule o valor da energia cinética desses elétrons.


b. Calcule o comprimento de onda de de Broglie desses elétrons. Dê sua
resposta em função da constante de Planck ℎ, da massa 𝑚0 do elétron e
da sua energia cinética 𝐾.

40
12. Átomo de Hidrogênio
Considere um átomo de hidrogênio em repouso com massa total 𝑀𝐻 .
Suponha que o elétron deste átomo passou do primeiro estado excitado
para o estado de energia mais baixa, através da emissão de um fóton.
Utilize o modelo de Bohr para responder os itens abaixo. Forneça seus
resultados apenas em termos de ℎ, 𝑐, da massa de repouso do elétron 𝑚0
e da constante de Rydberg 𝑅𝐻 .

a. Calcule o comprimento de onda do fóton emitido.


b. Ao emitir o fóton, o átomo de H deve recuar na direção oposta para que
haja conservação do momento. A velocidade de recuo 𝑉 do átomo de H é
muito menor do que a velocidade da luz 𝑐. Calcule 𝑉.
c. Se o fóton emitido for espalhado por um elétron em repouso, qual será
o maior valor possível 𝜆𝑚𝑎𝑥 ?

41
13. Espalhamento Compton
Num espalhamento Compton, um fóton de comprimento de onda 𝜆0
incide em um elétron incialmente em repouso (massa 𝑚0 ). O fóton
espalhado é observado numa direção que faz um ângulo de 60° em
relação à direção de incidência. As repostas devem ser dadas em termos
de 𝜆0 , 𝑚0 , ℎ 𝑒 𝑐.

a. Determine o comprimento de onda 𝜆 do fóton espalhado.


b. Calcule a energia cinética do elétron após a colisão.
c. Calcule a componente 𝑃𝑦 do momento linear do elétron após a colisão.

42
Gabarito

1. 2√𝐻 2 +(𝐿2 /4) 2 − 𝐿 = 𝑚𝜆, onde 𝑚 = 1, 2, 3 …

2.
a. 𝜃1 = 0,1 𝑟𝑎𝑑 e 𝜃2 = 0,2 𝑟𝑎𝑑
b. 𝑦 = 0,45 𝑚
c. 𝐷 = 20 𝑚

3. Sabe-se que o primeiro mínimo de difração coincide com o sexto


máximo de interferência. Então, 𝑎/𝑑 = 1/6.

4. Para nenhum comprimento de onda.

5.
a. 𝑡 = 6 ⋅ 10−8 𝑠
b. Δ𝑥 = 24 𝑚

6.
Δ𝑡 ′
a. Δ𝑡 =
𝛾
𝑣
b. 𝑡𝐵≡𝐷 − 𝑡𝐴≡𝐶 = (𝑥𝐷 − 𝑥𝐶 )
𝑐2

7.
a. De 𝐵 para 𝐴
b. 𝑣 = 𝑐/5

8. 𝑃𝑜𝑡 = 15𝜋 ⋅ 1025 𝑊

43
9.
√3
a. 𝑣 = 𝑐
2
√3
b. 𝑣 = 𝑐 e 𝑀0 = √6𝑚0
3
c. 𝐾 = (3 − √6)𝑚0 𝑐 2

10.
a. Como a energia do fóton da luz incidente é 3 𝑒𝑉. Assim, ocorre efeito
fotoelétrico apenas para o Lítio.
b. 𝑉0 = 0,7 𝑉
c. As alternativas a e b não seriam alteradas.

11.
a. 𝐾 = 2,7 𝑒𝑉

b. 𝜆 =
√2𝑚𝐾

12.
4
a. 𝜆 =
3𝑅𝐻
3𝑅𝐻 ℎ
b. 𝑉 =
4𝑀𝐻
4 2ℎ
c. 𝜆′ = +
3𝑅𝐻 𝑚0 𝐶

44
13.

a. 𝜆′ = 𝜆0 +
2𝑚0 𝐶

1 1
b. 𝐾 = ℎ𝑐 ( − ℎ )
𝜆0 𝜆0 +2𝑚 𝐶
0
√3ℎ
c. 𝑃𝑦 = ℎ
2𝜆0 +
𝑚0 𝑐

45

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