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Curso de Óptica : Interferência e Difração

Prof. Alejandro Pedro Ayala

Interferência de ondas

Experiência de Young

Interferência em filmes finos

Interferômetros

Difração

Redes de difração

Óptica Interferência e Difração Tópicos Pág. 1


Princípio de superposição
Quando duas ou mas ondas estão presentes simultaneamente no mesmo local, a
perturbação resultante é a soma vetorial das perturbações geradas pelas ondas
individuais.

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Interferência de ondas planas
Considerem-se duas ondas polarizadas linearmente, da forma:
𝐸1 𝑟,
Ԧ 𝑡 = 𝐸01 cos 𝑘1 𝑟Ԧ − 𝜔𝑡 + 𝜀1
𝐸2 𝑟,
Ԧ 𝑡 = 𝐸02 cos 𝑘2 𝑟Ԧ − 𝜔𝑡 + 𝜀2
A sua sobreposição é dada pela soma:
𝐸 𝑟,
Ԧ 𝑡 = 𝐸1 𝑟,
Ԧ 𝑡 + 𝐸2 𝑟,
Ԧ𝑡
𝐸 2 = 𝐸1 + 𝐸2 𝐸1 + 𝐸2 = 𝐸12 + 𝐸22 + 2 𝐸1 𝐸2
A densidade de fluxo radiante produzida por estas ondas, ou seja a
média no tempo do quadrado do campo eléctrico, é dada por:
1 𝑡+𝑇 2
𝐼 = 𝐸2 𝑻 = න 𝐸 𝑑𝑡
𝑇 𝑡
Tomando a média para obter a radiância temos:
𝐸2 𝑇 = 𝐸12 𝑇 + 𝐸22 𝑇 + 2 𝐸1 𝐸2 𝑇 ⇔ 𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2 + 𝐼12

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Interferência de ondas planas
Para calcular o termo de interferência expandimos o seguinte produto :

𝐸1 𝐸2 = 𝐸01 𝐸02 cos 𝑘1 𝑟Ԧ − 𝜔𝑡 + 𝜀1 cos 𝑘2 𝑟Ԧ − 𝜔𝑡 + 𝜀2

Desenvolvendo os cossenos para separar as coordenadas espaciais e temporais, obtemos:

𝐸1 𝐸2 = 𝐸01 𝐸02 cos 𝑘1 𝑟Ԧ + 𝜀1 cos 𝜔𝑡 + 𝑠𝑒𝑛 𝑘1 𝑟Ԧ + 𝜀1 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡


cos 𝑘2 𝑟Ԧ + 𝜀2 cos 𝜔𝑡 + 𝑠𝑒𝑛 𝑘2 𝑟Ԧ + 𝜀2 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡

Fazendo o produto das quantidades entre colchetes e a substituição:

𝛷 = cos 𝑘1 𝑟Ԧ + 𝜀1 cos 𝑘2 𝑟Ԧ + 𝜀2 cos 2 𝜔𝑡

𝛺 = 𝑠𝑒𝑛 𝑘1 𝑟Ԧ + 𝜀1 𝑠𝑒𝑛 𝑘2 𝑟Ԧ + 𝜀2 𝑠𝑒𝑛2 𝜔𝑡

𝛹 = 𝑠𝑒𝑛 𝑘1 𝑟Ԧ + 𝜀1 cos 𝑘2 𝑟Ԧ + 𝜀2 cos 𝜔𝑡 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡

𝛴 = cos 𝑘1 𝑟Ԧ + 𝜀1 𝑠𝑒𝑛 𝑘2 𝑟Ԧ + 𝜀2 cos 𝜔𝑡 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡

Então 𝐸 𝐸2 = 𝐸01 𝐸02 𝛷 + 𝛺 + 𝛹 + 𝛴


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Interferência de ondas planas
Tomando a média para obter a irradiância 𝐼12 obtemos,
𝐸1 𝐸2 = 𝐸01 𝐸02 𝛷 + 𝛺 + 𝛹 + 𝛴
Como,
1
𝛷 = cos 𝑘1 𝑟Ԧ + 𝜀1 cos 𝑘2 𝑟Ԧ + 𝜀2 cos 2 𝜔𝑡 = cos 𝑘1 𝑟Ԧ + 𝜀1 cos 𝑘2 𝑟Ԧ + 𝜀2 sen2 𝜔𝑡 =
1
2 𝑇
2
2
1 cos2 𝜔𝑡 𝑇 =
1
𝛺 = 𝑠𝑒𝑛 𝑘1 𝑟Ԧ + 𝜀1 𝑠𝑒𝑛 𝑘2 𝑟Ԧ + 𝜀2 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 = 𝑠𝑒𝑛 𝑘1 𝑟Ԧ + 𝜀1 𝑠𝑒𝑛 𝑘2 𝑟Ԧ + 𝜀2 2
2 sen 𝜔𝑡 cos 𝜔𝑡 𝑇 = 0
𝛹 = 𝑠𝑒𝑛 𝑘1 𝑟Ԧ + 𝜀1 cos 𝑘2 𝑟Ԧ + 𝜀2 cos 𝜔𝑡 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 =0

𝛴 = cos 𝑘1 𝑟Ԧ + 𝜀1 𝑠𝑒𝑛 𝑘2 𝑟Ԧ + 𝜀2 cos 𝜔𝑡 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 =0


Assim :
1
𝐸1 𝐸2 = 𝐸01 𝐸02 cos 𝑘1 𝑟Ԧ + 𝜀1 cos 𝑘2 𝑟Ԧ + 𝜀2 + 𝑠𝑒𝑛 𝑘1 𝑟Ԧ + 𝜀1 𝑠𝑒𝑛 𝑘2 𝑟Ԧ + 𝜀2
2
1
𝐸1 𝐸2 = 𝐸01 𝐸02 cos 𝑘1 𝑟Ԧ − 𝑘2 𝑟Ԧ + 𝜀1 − 𝜀2
2

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Interferência de ondas planas
O termo de interferência vem então dado por:
𝐼12 = 2 𝐸1 𝐸2

= 𝐸01 𝐸02 cos 𝑘1 − 𝑘2 𝑟Ԧ + 𝜀1 − 𝜀2

= 𝐸01 𝐸02 cos Δ

Interferência 𝐴 = 𝐴1 + 𝐴2
Além disto
construtiva 𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2 + 2 𝐼1 𝐼2
1 1
𝐼1 = 𝐸1 2 = 𝐸01 2 𝐼2 = 𝐸2 2 = 𝐸02 2
2 2

Substituindo obtemos:
𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2 + 2 𝐼1 𝐼2 cos Δ
Interferência 𝐴 = 𝐴1 − 𝐴2
destrutiva 𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2 − 2 𝐼1 𝐼2

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Interferência de ondas planas

𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2 + 2 𝐼1 𝐼2 cos Δ

O valor da fase “espacial” Δ determina o padrão espacial da interferência

D Cos D I Comentário

0, ± 2𝜋, ± 4𝜋, … 1 𝐼𝑚𝑎𝑥 Ondas em fase,


interferência construtiva
0<⋯<1 𝐼1 + 𝐼2 < ⋯ < 𝐼𝑚𝑎𝑥
Ondas em
(2𝑛 + 1) (𝜋/2) 0 𝐼1 + 𝐼2
Quadratura
−1 < ⋯ < 0 𝐼𝑚𝑖𝑛 < ⋯ < 𝐼1 + 𝐼2 Ondas em
oposição de fase,
±𝜋, ± 3𝜋, ± 5𝜋, … −1 𝐼𝑚𝑖𝑛 = 0
interferência destrutiva

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Interferência de ondas planas
Caso particular
Ondas com a mesma amplitude:
𝐸01 = 𝐸02 ⇒ 𝐼1 = 𝐼2 = 𝐼0
Δ
𝐼 = 2𝐼0 1 + cos Δ = 4𝐼0 cos2
2
Δ
𝐼 = 4𝐼0 cos2
2

https://www.geogebra.org/m/M6MA6srU

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Condições necessárias para interferência
Fontes coerentes. Duas ou mais fontes devem emitir luz com o mesmo
comprimento de onda (frequência) e manter uma diferença de fase constante.

Luz incoerente Luz coerente

Polarização. O campo elétrico de todas as ondas deve oscilar no mesmo plano de


polarização.
Amplitudes. As ondas devem ter aproximadamente a mesma amplitude.
Caminho óptico. A diferença de caminho óptico não deve ser muito grande.

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Interferência de ondas esféricas
Para ondas esféricas temos números de onda e distâncias escalares.
Os cálculos são semelhantes ao caso anterior.
𝐸1 𝑟1 , 𝑡 = 𝐸01 𝑟1 cos 𝑘 𝑟1 − 𝜔𝑡 + 𝜀1
𝐸2 𝑟2 , 𝑡 = 𝐸02 𝑟2 cos 𝑘 𝑟2 − 𝜔𝑡 + 𝜀2
Para I obtemos:
1
𝐼 = 4𝐼0 cos2 𝑘 𝑟1 − 𝑟2 + 𝜀1 − 𝜀2
2

Δ = 𝑘 𝑟1 − 𝑟2 + 𝜀1 − 𝜀2
Para fontes coerentes as fases iniciais podem consideradas nulas
Δ
𝐼 = 4𝐼0 cos2
2
A interferência é construtiva quando: Δ = 2𝑚𝜋 𝑚 = 0, ±1, ±2, . . .
𝜆 𝑛
ou 𝑘 𝑟1 − 𝑟2 = 2 𝜋 𝑚 ⇒ 𝑟1 − 𝑟2 = 𝑚 𝑘 = 2𝜋
𝑛 𝜆

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Estrutura de um CD
A informação é depositada através de depressões microscópicas no plástico, as quais são
organizadas formando uma espiral.

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Lendo a informação num CD

A mudança de altura numa depressão causa uma diferença de fase


efetiva entre um lado do feixe e o outro.
Esta diferença de fase leva ao aparecimento de uma interferência.
À situação de interferência é associado o valor “1”, quando não há
interferência é considerado o valor “0”.

Se a profundidade da depressão é h = λn /4
a diferença será de caminho é 2h = 𝜆𝑛 /2
2𝜋 2𝜋 𝜆𝑛
𝛥= 𝑟 − 𝑟2 + 𝜀1 − 𝜀2 = =𝜋
𝜆𝑛 1 𝜆𝑛 2

2
𝛥
𝐼 = 4 𝐼0 𝑐𝑜𝑠 = 0
2

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Experiência de Young
Ondas cilíndricas coerentes monocromáticas geradas em fendas estreitas

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Experiência de Young
Geometricamente 𝛿 é a diferença de caminho:
𝛿 = 𝑆1 𝑃 − 𝑆2 𝑃 = 𝑟1 − 𝑟2
A condição de máximo de irradiância,
2𝜋
𝛥= 𝑟1 − 𝑟2 = 2 𝜋 𝑚 (𝑚 = 0, ±1, ±2, . . . )
𝜆

𝛿 = 𝑟1 − 𝑟2 = 𝑚𝜆 (𝑚 = 0, ±1, ±2, . . . ൯

... equivale a dizer que d deve ser um número inteiro de


comprimentos de onda para que haja interferência
construtiva...

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Experiência de Young
Condição de máximo: 𝑟1 − 𝑟2 = 𝛿 = 𝑑 𝑠𝑒𝑛 𝜃 = 𝑚 𝜆
Se a distância até a tela for grande comparada com a
separação entre as fendas: 𝑑 𝑠𝑒𝑛𝜃 ≅ 𝑑 𝜃
𝑦 𝑦
Como 𝜃 ≅ ⇒ 𝑟1 − 𝑟2 = 𝑑
𝑅 𝑅
𝑑 𝑦𝑚
temos que: 𝑟1 − 𝑟2 = 𝑚 𝜆 ⇒ =𝑚𝜆
𝑅
𝑅.𝜆
A distância entre máximos é: Δ𝑦 = 𝑦𝑚 − 𝑦𝑚+1 =
𝑑

𝑘 𝑟1 − 𝑟2 𝑘𝑦𝑑 π𝑦𝑑
𝐼 = 4𝐼0 cos2 = 4𝐼0 cos 2 = 4𝐼0 cos 2
2 2𝑅 λ𝑅

y
D
d sen q
https://www.geogebra.org/m/ZSbeWGbe
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Luz vermelha (664 𝑛𝑚) é usada para realizar a experiência de Young com fendas separadas por
0,000120 𝑚. O anteparo está a uma distância de 2,75 𝑚 das fendas. Ache a distância no anteparo
entre a banda central e a de terceira ordem.

A banda central corresponde a 𝑚 = 0


A banda de terceira ordem é a 𝑚 = 3
A condição de máximo é 𝑑 sin 𝜃 = 𝑚𝜆
Então
𝜆
𝜃𝑚 = sen−1 𝑚
𝑑
664 × 10−9 m
𝜃3 = sen−1 3 −4
= 0,951∘
1,20 × 10 m
Sabendo o ângulo calculamos 𝑦3
𝑦3 = 𝐿 tan 𝜃
= 2,75 m tan 0,951∘
= 0,0456 m

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Luz branca (não monocromática) incide sobre duas fendas separadas 𝑑 = 0,50 𝑚𝑚 e que estão a
uma distância a 𝑅 = 2,5 𝑚 de um anteparo. As primeiras franja da luz violeta e vermelha estão a
2,0 e 3,5 𝑚𝑚 da franja central. Quais são os comprimentos de onda da luz violeta e vermelha?

𝜆
𝑦𝑚 = 𝑅𝑚 Primeira franja → 𝑚 = 1
𝑑

Luz violeta: 𝜆𝑉 = 400 𝑛𝑚 Luz vermelha:𝜆𝑅 = 700 𝑛𝑚

Luz de uma fonte que emite em dois comprimentos de onda (567 𝑛𝑚 e 486 𝑛𝑚) ilumina um
sistema de duas fendas com 𝑑 = 1,0 𝑚𝑚 e 𝑅 = 1,50 𝑚. A que distância do máximo central duas
bandas claras coincidem?

A primeira coincidência de bandas vaia a acontecer quando


𝑦𝑚 (𝜆 = 486𝑛𝑚) = 𝑦𝑚−1 (𝜆 = 567𝑛𝑚)
486 × 10−9 567 × 10−9
𝑅𝑚 = 𝑅 (𝑚 − 1)
𝑑 𝑑
567 × 10−9
𝑚= −9
= 7 ⇒ 𝑦𝑚 = 5,103𝑚𝑚
(567 − 486) × 10
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Considere o sistema de duas fendas mostrado na figura, onde a separação entre as fendas 𝑑 é
0,3 𝑚𝑚 e a distância 𝐿 é 1 𝑚. Uma lâmina de plástico (𝑛1 = 1,50) de 0,05 𝑚𝑚 de espessura é
colocada sobre a fenda superior. Como consequência, o máximo central da figura de interferência
é deslocado uma distância 𝑦. Ache 𝑦.

Como o índice de refração muda ao longo do percurso


temos que calcular a diferença de “caminho óptico”
2𝜋 2𝜋
Δ= 𝐶𝑂1 − 𝐶𝑂2 = 𝑛 𝑟 − (𝑛0 𝑟2 − 𝑡 + 𝑛1 𝑡)
𝜆 𝜆 0 1
2𝜋
= 𝑛0 𝑟1 − 𝑟2 − 𝑛1 − 𝑛0 𝑡
𝜆
Pela condição de máximo Δ = 2 𝑚 𝜋, mas temos que
considerar o máximo central (𝑚 = 0 e sen 𝜃 ≅ 𝑦/𝐿 ):
2𝜋 𝑛1 − 𝑛0 𝑡
Δ= 𝑛 𝑑 sen 𝜃 − 𝑛1 − 𝑛0 𝑡 = 0 → sen 𝜃 =
𝜆 0 𝑛0 𝑑
𝑛1 − 𝑛0 𝑡 𝐿 1,5 − 1 0,05 103
𝑦= = = 83,33 𝑚𝑚
𝑛0 𝑑 1 0,3

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Mudança de fase por reflexão

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Mudança de fase por reflexão
𝑛𝑎 > 𝑛𝑏 𝑛𝑎 < 𝑛𝑏 𝑛𝑎 < 𝑛𝑏

Pulsos de ondas mecânicas em cordas


𝑛𝑎 > 𝑛𝑏

Sem mudança Mudança de


de fase fase de 180o

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Espelho de Lloyd
O espelho gera uma imagem virtual da fonte.
Similar à experiencia de Young a diferença de caminho é
𝑑𝑦
𝛿 = 𝑑 sin 𝜃 ≈
𝐿
O espelho gera uma mudança de fase por reflexão:
𝜀1 − 𝜀2 = ±𝜋
2𝜋 2𝜋 𝑑
Δ= 𝛿±𝜋 = ±𝜋
𝜆 𝜆 𝑅
Δ 𝜋𝑑𝑦 𝜋 𝜋𝑑𝑦
𝐼 = 4𝐼0 cos2 = 4𝐼0 cos 2 ± = 4𝐼0 sin2
2 𝜆𝑅 2 𝜆𝑅
𝑑𝑦 1
Interferência construtiva: = 𝑚+ 𝜆 𝑑
𝑅 2
𝑑𝑦
Interferência destrutiva: = 𝑚𝜆
𝑅

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Interferometria com fontes virtuais
Biprisma de Fresnel Espelho de Fresnel
𝑎 = 2𝑑 𝑛 − 1 𝛼 𝑎 = 2𝑅 sin 𝜃

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Interferência em filmes finos
De acordo com as relações de Fresnel, em cada interface existe uma divisão de frentes de onda.
Num filme fino dieléctrico, é observado um um processo de interferência entre as ondas originadas
nas interfaces quando voltam ao meio de incidência.
A diferença de caminho óptico entre o primeiro e segundo raio é:

Γ = 𝑛2 𝐴𝐵 + 𝐵𝐶 − 𝑛1 𝐴𝐷
𝑑
Como, 𝐴𝐵 = 𝐵𝐶 = e 𝐴𝐷 = 𝐴𝐶 sin 𝜃1 = 2 𝑑 tan 𝜃2 sin 𝜃1
cos 𝜃2

Usando também a lei de Snell: 𝑛1 sin 𝜃1 = 𝑛2 sin 𝜃2


𝑛3
2𝑑 1 − sin2 𝜃2
Γ = 𝑛2 − 2 𝑑 tan 𝜃2 𝑛2 sin 𝜃2 = 2𝑛2 𝑑
cos 𝜃2 cos 𝜃2
Γ = 2𝑛2 𝑑 cos 𝜃2
A uma diferença de caminho óptico Γ corresponde uma diferença de fase Δ de:
2𝜋
𝛥 = 𝑘0 𝛤 + 𝜀2 − 𝜀1 = 2𝑛2 𝑑 cos 𝜃2 + 𝜀2 − 𝜀1
𝜆0

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Interferência em filmes finos
Para deteminar a diferença de fase 𝜀2 − 𝜀1 devemos considerar os índices de refração dos
meios. Vamos supor que 𝑛1 < 𝑛2 e 𝑛3 < 𝑛2 . Neste caso temos que somar a diferença de fase de 𝜋
devida à primeira reflexão e as diferenças de fase da primeira transmissão, da segunda reflexão e
da segunda transmissão, todas elas com valor 0, para luz de qualquer polarização e até 30o .
Globalmente resulta uma diferença de fase de 𝜋.
𝛥 = 𝑘0 𝛤 ± 𝜋
2𝜋𝑛2 Para um filme fino em incidência
𝛥= 2𝑑 cos𝜃2 ± 𝜋
𝜆0 quase normal (cos 𝜃2 ≈ 1).
Interferência construtiva: Δ = 2𝑚 𝜋 Interferência construtiva:
1 1
2𝑑 𝑛2 cos 𝜃2 = 𝑚 + 𝜆0 com 𝑚 = 0,1,2, . . . 2𝑑𝑛2 ≈ 𝑚 + 𝜆0
2 2
Interferência destrutiva: Δ = 2𝑚 + 1 𝜋 Interferência destrutiva:
2𝑑 𝑛2 cos 𝜃2 = 𝑚 𝜆0 com 𝑚 = 0,1,2, . . . 2𝑑𝑛2 ≈ 𝑚 𝜆0

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Interferência em filmes finos

Interferência 1
2𝑛𝑡𝑚 = 𝑚𝜆 2𝑛𝑡𝑚 = 𝑚 + 𝜆
destrutiva 2
Interferência 1
2𝑛𝑡𝑚 = 𝑚 + 𝜆 2𝑛𝑡𝑚 = 𝑚𝜆
construtiva 2

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Filme em forma de cunha
Se observa interferência destrutiva na extremidade
devido a que há só uma mudança de fase de 180° :
Interferência destrutiva: 2𝑛𝑡𝑚 = 𝑚𝜆
1
Interferência construtiva: 2𝑛𝑡𝑚 = 𝑚 + 𝜆
2

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Espessura e cor

https://javalab.org/en/thin_film_interference_en/

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Uma cunha de ar é formada colocando um fio de cabelo entre duas lâminas de vidro permitindo
que se troquem no outro extremo. Quando a cunha é iluminada com luz vermelha (771 𝑛𝑚)
podemos observar 179 bandas. Qual é a espessura do cabelo?
1
Interferência construtiva: 2 𝑛 𝑡 = m + 𝜆
2

1 2𝑡 𝜆 1
𝑚 = + = 179 → 𝑡 = 𝑚− = 68,8𝜇𝑚
2 𝜆 2 2
Luz monocromática incide normalmente sobre uma película fina de óleo que cobre uma placa de
vidro. O comprimento de onda da fonte pode ser variado continuamente. Interferência destrutiva da
luz refletida é observada para 500 𝑛𝑚 e 700 𝑛𝑚, mas não entre esses valores. Se o índice de
refração do o óleo é 1,30 e o do vidro é 1,50, encontre a espessura do filme de óleo.
1
Há mudança de fase nas duas reflexões. Interferência destrutiva: 2 𝑛 𝑑 = 𝑚 + 𝜆
2

1 500 𝑛𝑚 1 700𝑛𝑚
𝑑 = 𝑚+ 𝑑 = 𝑚+1+
2 1,3 2 1,3
1 500 𝑛𝑚 3 700𝑛𝑚
𝑚+ = 𝑚+ → 𝑚=2 → 𝑑 = 673 𝑛𝑚
2 1,3 2 1,3

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Qual é a mínima espessura t de uma bolha de sabão se possui uma coloração verde (𝜆 = 540 𝑛𝑚)
no ponto da superfície próximo ao observador? Assumir 𝑛𝑠 = 1,35.

O número total de inversões de fase é 1 (mudança de fase 𝜆/2), então o critério


𝜆
para interferência construtiva é 2𝑡 = (𝑚 + 1/2)
𝑛𝑠

O menor t corresponde ao caso 𝑚 = 0, como consequência: 𝑡 = 100 𝑛𝑚.

Um feixe de luz vermelha (𝑣á𝑐𝑢𝑜 = 662 𝑛𝑚) e azul (𝑣á𝑐𝑢𝑜 = 465 𝑛𝑚) incidem perpendicularmente
num filme fino com 𝑛 = 1,33. O filme está no ar, 𝑛 = 1,00. Ache a menor espessura para a qual o
filme possui coloração vermelha.

Para que o filme só reflita a luz vermelha a luz azul deve estar na condição de interferência
2𝑛𝑡
destrutiva 𝑚 =
𝜆𝑎𝑧𝑢𝑙

𝑚𝜆𝑎𝑧𝑢𝑙 (1)(465)
𝑡= = = 174,8 𝑛𝑚
2𝑛 (2)(1,33)

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Recobrimentos refletores. Para que um espelho reflita luz de só um comprimento de onda um recobrimento
de uma espessura específica é usado para produzir interferência construtiva. Materiais de diferentes índices
de refração são empregados, sendo os mais comuns MgFe2 (𝑛 = 1,38) e CeO2 (𝑛 = 2,35). Qual é espessura
necessária para refletir luz infravermelha com 𝜆 = 1064𝑛𝑚?

Primeiro raio há mudança de fase por reflexão: Δ1 = 𝜋


Não tem mudança de fase na segunda reflexão.
Então definimos a espessura para que o segundo raio n1=2.35
esteja em fase com o primeiro n2=1.38

2𝜋
Δ2 = 2𝑡 =𝜋
𝜆𝑛
𝑡1 = 𝜆1/4 = (𝜆 /𝑛1)/4 = 113𝑛𝑚
Escolhemos o filme de MgFe2 tal que esteja em fase com o
segundo

Δ = 2𝑛1𝑡1 + 2𝑛2𝑡2 2𝜋 = 𝜋 + 2𝑛2𝑡2 2𝜋 = 3𝜋


𝜆 𝜆
𝑡2 = 𝜆/2𝑛2 = 386 𝑛𝑚

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Semicondutores como o silício são usados para construir celas solares. Eles são recobertos de um filme
transparente cujo índice de refração é 1,45, para minimizar a luz refletida. Se o índice de refração do silício é
3,5, qual é a espessura mínima do recobrimento para produzir a mínima reflexão do comprimento de onda
552𝑛𝑚?

Os dois raios sofrem uma mudança de fase de 180o, então a condição de interferência destrutiva é:
1 𝜆
2𝑛1 𝑡𝑚 = 𝑚 + 𝜆 ⇒ 𝑡= = 95,1 𝑛𝑚
2 4𝑛1

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Determine o índice de refração que otimize um filme anti-refexo

Para maximizar a interferência destrutiva na superfície as amplitudes das ondas em 𝑅1 e 𝑅2 devem


ser iguais.
Amplitude 𝑅2 (12 21 ~ 1): 𝐸2 = 𝜏21 𝜌23 𝜏12 𝐸𝑜
2𝑛1 𝑛s − 𝑛1 2𝑛0 𝜏12 𝐸𝑜
𝐸2 = − 𝐸 𝜌12 𝐸𝑜
𝑛0 + 𝑛1 𝑛s + 𝑛1 𝑛0 + 𝑛1 𝑜
𝑛s − 𝑛1
𝐸2 ≈ − 𝐸
𝑛s + 𝑛1 𝑜 𝜌23 𝜏12 𝐸𝑜
𝑛1 −𝑛0
Amplitude 𝑅1 : 𝐸1 = − 𝐸𝑜
𝑛1 +𝑛0
𝜏21 𝜌23 𝜏12 𝐸𝑜
Precisamos que 𝐸1 + 𝐸2 = 0
𝑛𝑠 − 𝑛1 𝑛1 − 𝑛0
=
𝑛𝑠 + 𝑛1 𝑛1 + 𝑛0
𝑛1 = 𝑛0 𝑛s

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Anéis de Newton
Ao colocar uma em contato uma superfície plana e uma esférica se produz uma variação da
camada de ar entre elas que gera uma série de bandas circulares de interferência que são
conhecidas como anéis de Newton.
A espessura (𝑑) da camada de ar pode ser obtida através das seguintes relações:
𝑅2 = 𝑟 2 + 𝑅 − 𝑑 2 → 𝑟 2 = 𝑅2 − 𝑅2 − 𝑑 2 + 2𝑅𝑑
Para pequenos valores de d:
𝑟 2 = −𝑑 2 + 2𝑅𝑑 ≈ 2𝑅𝑑 → 𝑑 = 𝑟 2 /2𝑅
𝑑
Como há inversão da fase só na segunda superfície a condição
de interferência destrutiva é 2𝑑 = 𝑚𝜆𝑛
𝜆𝑜 𝑅
Mínimo: 𝑟𝑚 = 𝑚
𝑛

𝜆𝑜 𝑅 1
Máximo: 𝑟𝑚 = 𝑚+
𝑛 2

Óptica Interferência e Difração Filmes finos Tópicos Pág. 33


No arranjo de anéis de Newton, o raio de curvatura da superfície curva é de 50 cm. Os raios de
dois anéis escuros separados por 7 ordens são 0,18 cm e 0,2235 cm, respectivamente. Calcule o
comprimento de onda.
𝜆𝑜 𝑅
Para interferência destrutiva: 𝑟𝑚2 = 𝑚 − 2𝑑0 𝑅. Comparando os anéis 𝑚 e 𝑚 + 𝑝 𝑟𝑚
𝑛
2
2
𝜆0 𝑅 𝑛 𝑟𝑚+𝑝 − 𝑟𝑚2
𝑟𝑚+𝑝 − 𝑟𝑚2 = 𝑚+𝑝−𝑚 → 𝜆0 = = 514,5 𝑛𝑚
𝑛 𝑝𝑅

Se no problema anterior, o arranjo experimental é submerso num líquido, os mesmos anéis


escuros são deslocados 0,148 cm e 0,1837 cm, respectivamente. Ache o índice de refração.
2
𝑟𝑚+𝑝 2
−𝑟𝑚
Se o meio é ar: 𝜆0 =
𝑝𝑅
′2 −𝑟 ′2
𝑟𝑚+𝑝 𝑚
Quando é adicionado o líquido: 𝜆𝑛 =
𝑝𝑅
2
𝜆0 𝑟𝑚+𝑝 − 𝑟𝑚2
𝑛= = ′2 ′2 = 1,48
𝜆𝑛 𝑟𝑚+𝑝 − 𝑟𝑚

Óptica Interferência e Difração Filmes finos Tópicos Pág. 34


Cristais fotônicos
Os cristais fotônicos são compostos de nanoestruturas
dielétricas periódicas ou metal-dielétricas que afetam a
propagação de ondas eletromagnéticas (EM).

Óptica Interferência e Difração Filmes finos Tópicos Pág. 35


Interferômetro de Michelson
Um interferômetro pode medir mudanças de
longitude com muita precisão através da observação
do padrão de interferência.
A diferença de fase é devida a uma diferença de
caminho entre as duas partes do interferômetro.
Se uma lâmina de um material transparente é
colocado em um dos lados do interferômetro uma
mudança no número de bandas é observada.

Michelson recebeu o prêmio Nobel em


1907, “pelos instrumentos ópticos de
precisão e as investigações
espectroscópicas e metrológicas realizadas
com sua ajuda"

Óptica Interferência e Difração Interferômetros Tópicos Pág. 36


Interferômetro de Michelson

Óptica Interferência e Difração Interferômetros Tópicos Pág. 37


Interferômetro de Michelson
Diferença de CO: 𝛿 = 2𝑑 cos 𝜃
4𝜋
Diferença de fase: Δ = 𝑘 2𝑑 cos 𝜃 + 𝜋 = 𝑑 cos 𝜃 +𝜋
𝜆

Padrão de interferência
Δ 2𝑑
𝐼(𝜃) = 4𝐼0 cos2 2
= 4𝐼0 sen 𝜋 cos 𝜃
2 𝜆
Interferência destrutiva: 2𝑑 cos 𝜃 = 𝑁𝜆
Dado o mínimo central (𝜃 = 0): 2𝑑 = 𝑁0 𝜆
𝑝 = 𝑁0 − 𝑁 será a ordem do mínimo relativo a 𝑁0
Os outros mínimos podem ser escritos como:
𝜆 cos 𝜃𝑝 = 𝑁0 + 𝑝 𝜆 → 𝑝𝜆 = 2𝑑 1 − cos 𝜃𝑝
Para ângulos pequenos:

𝑝𝜆 ≈ 2𝑑 1 − 1 − 𝜃𝑝 Τ2 → 𝜃𝑝 = 𝑝𝜆Τ𝑑
Óptica Interferência e Difração Interferômetros Tópicos Pág. 38
Determine o comprimento de onda do laser usando um interferômetro de Michelson

Dada uma posição do interferômetro: 2𝑑 = 𝑚𝜆


Deslocando o espelho 𝛿𝑑 mudamos 𝑝 ordens:
2 𝑑 + 𝛿𝑑 = 𝑚 + 𝑝 𝜆 → 𝜆 = 2 𝛿𝑑/𝑝
Neste experimento: 𝑝 = 20 e 𝛿𝑑 = 6,5 𝜇𝑚 → 𝜆 = 650𝑛𝑚

No diagrama da figura, conforme um gás lentamente entra na câmara, franjas escuras se movem
além de uma linha de referência do campo de observação. 122 franjas são contadas quando se
atinge a pressão desejada. Qual é o índice de refração desse gás? (𝜆 = 632,8 𝑛𝑚)

Câmara vazia: 2𝑑 = 𝑚𝜆0 (𝑑 = 2𝑐𝑚)


Câmara cheia: 2𝑑 = 𝑚 + 𝑝 𝜆𝑛
𝜆0
2𝑑 𝑛 − 1 = 𝑝𝜆0 → 𝑛 =1+𝑝 = 1,0019
2𝑑

Óptica Interferência e Difração Interferômetros Tópicos Pág. 39


Interferômetria de ondas gravitacionais

http://www.ligo-la.caltech.edu
Óptica Interferência e Difração Interferômetros Tópicos Pág. 40
Fabry-Perot ou Etalon
O interferômetro de Fabry-Perot está formado por um par de superfícies paralelas que refletem e
transmitem a luz. Um etalon é um tipo de Fabry-Perot formado por uma placa de vidro de faces
paralelas.
A luz transmitida é consequência de uma série infinita de ondas transmitidas e refletidas.
𝑟, 𝑡 são os coeficientes de reflexão e transmissão do vidro ao ar.
Onda transmitida:
𝐸0𝑡 = 𝑡 2 𝐸0 + 𝑡 2 𝑟 2 𝑒 −𝑖𝛿 𝐸0 + 𝑡 2 (𝑟 2 𝑒 −𝑖𝛿 )2 𝐸0 + 𝑡 2 (𝑟 2 𝑒 −𝑖𝛿 )3 𝐸0 + ⋯ 𝐸0 𝑥, 𝑡 = 𝐸𝑖 𝑒 𝑖(𝑘𝑥−𝜔𝑡−𝜑)
= 𝑡 2 𝐸0 1 + (𝑟 2 𝑒 −𝑖𝛿 ) + (𝑟 2 𝑒 −𝑖𝛿 )2 +. . .
= 𝑡 2 𝐸0 / 1 − 𝑟 2 𝑒 −𝑖𝛿
Diferença de fase: 𝛿 = 𝑘0 2𝑑 cos 𝜃 + Δ𝜙

Óptica Interferência e Difração Interferômetros Tópicos Pág. 41


Fabry-Perot ou Etalon
A transmitância será:
2 2
𝐸0𝑡 𝑡2 𝑡4 (1 − 𝑟 2 )2
𝑇≡ = = =
𝐸0 1 − 𝑟 2 𝑒 −𝑖𝛿 1 − 𝑟 2 𝑒 −𝑖𝛿 1 − 𝑟 2 𝑒 +𝑖𝛿 { 1 − 𝑟 2 2 + 4𝑟 2 sin2 ( 𝛿/2)]}
Dividindo numerador e denominador por (1 − 𝑟 2 )2
2
1 2𝑟
𝑇= onde 𝐹 = (Função de Airy)
1 + 𝐹 sin2 𝛿/2 1 − 𝑟2
A transmissão acontecerá quando 𝛿 = 2𝑚𝜋

Óptica Interferência e Difração Interferômetros Tópicos Pág. 42


Interferômetro de Sagnac
Os dois raios seguem o mesmo caminho em volta do
interferômetro.
Os dois feixes atravessam a mesma espessura de vidro Espelho A reflexão na
dentro do divisor de feixe. superfície externa
produz uma
Como os caminhos são os mesmos, a interferência é só mudança de fase
de p (180o).
devida à diferença de fase nas reflexões.
Para o feixe de saída: Divisor
Feixe de de feixe
Sentido horário Δ𝜙 = 𝜋, 𝜋, 𝜋 𝑒 0 entrada
Sentido anti-horário Δ𝜙 = 0, 𝜋, 𝜋 𝑒 0 Feixe de
retorno Espelho
Interferência destrutiva.
A reflexão na superfície
Para o feixe de retorno temos: Superfície Feixe de interna não produz uma
refletora saída mudança de fase.
Sentido horário: Δ𝜙 = 𝜋, 𝜋, 𝜋 𝑒 0
Sentido anti-horário: Δ𝜙 = 0, 𝜋, 𝜋 𝑒 𝜋
Interferência construtiva.
Pág. 43
Óptica Interferência e Difração Interferômetros Tópicos Pág. 43
Interferômetro de Sagnac
Se o interferômetro está girando com velocidade angular 𝜔, o divisor de
feixe (e os outros vértices) possuem velocidade 𝑣 = 𝑅𝜔. Então, os tempos
que a luz gasta para ir de A a B e de A a D são
𝑅 2 2𝑅 2𝑅
𝑡𝐴𝐵 = = 𝑒 𝑡𝐴𝐷 =
𝑐−𝑣 2 2 − 𝜔𝑅 2𝑐 + 𝜔𝑅
Considerando todos os segmentos, os tempos totais de viagem serão
8𝑅 8𝑅
𝑡↺ = 𝑒 𝑡↻ =
2𝑐 + 𝜔𝑅 2𝑐 − 𝜔𝑅
Como 𝜔𝑅 ≪ 𝑐 e considerando que a área do quadrado é 𝐴 = 2𝑅2
8𝑅2 𝜔 4𝐴𝜔
Δ𝑡 = 2
= 2
𝑐 𝑐
Se o período da luz usada é 𝜏 = 𝜆/𝑐
o deslocamento relativo das franjas de interferência é
Δ𝑡 4𝐴𝜔
Δ𝑁 = =
𝜏 𝑐𝜆

Óptica Interferência e Difração Interferômetros Tópicos Pág. 44


Adição de fasores
Uma onda sinusoidal pode ser representada graficamente por um fasor de magnitude 𝐸𝑜 girando
em direção anti-horária a uma frequência 𝜔: 𝐸1 = 𝐸𝑜 sen 𝜔𝑡
O fasor forma um ângulo 𝑡 com a horizontal. 𝐸1 é a projeção no eixo vertical.
A segunda onda sinusoidal é 𝐸2 = 𝐸𝑜 sin(𝑡 + 𝜙) tem:
- a mesma amplitude e frequência que 𝐸1
- uma diferença de fase 𝜑 com relação a 𝐸1
A resultante 𝐸𝑅 gira com a mesma frequência angulara 
Em 𝑡 = 0,  = 𝜙/2, 𝐸𝑅 = 2𝐸0cos  𝐸𝑅 = 2𝐸𝑜 cos 𝜙/2
A projeção de 𝐸𝑅 ao longo do eixo vertical para todo tempo 𝑡 é
𝜙 𝜙 𝜙
𝐸𝑃 = 𝐸𝑅 sin 𝜔𝑡 + = 2𝐸𝑜 cos sin 𝜔𝑡 +
2 2 2

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 45


Adição de vários fasores
Representamos as ondas por fasores manteendo a relação entre as correspondentes fases.
O fasor resultante, 𝐸𝑅 , e a soma vetorial dos fasores individuais. A fase angular é o ângulo entre 𝐸𝑅
e o primeiro fasor.

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 46


Diffração vs. Interferência
Ambas envolvem a superposição de luz coerente
Definição
Interferência – poucas ondas
Difração – grande número de ondas
Correção de Fresnel ao princípio de Huygens:
Cada ponto de um frente de onda que não esteja obstruído, num dado instante, serve como fonte
de ondas esféricas secundárias (com a mesma frequência da onda primária). A amplitude do
campo é a superposição de todas essas ondas (considerando suas amplitudes e fases relativas)

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 47


Difração por um disco opaco
Exemplos de difração

Difração numa borda


Ponto brilhante de Fresnel / Arago

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 48


Fraunhofer vs. Fresnel

Fraunhofer – a difração acontece longe da


abertura. Conhecida como “difração de campo
distante”
As franjas só mudam de tamanho quando a
distância à abertura aumenta.

Fresnel – a difração acontece perto da


abertura. Conhecida como “difração de campo
próximo”
O formato das franjas depende da distância
à abertura.

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 49


Difração por uma fenda
No caso de uma fenda de largura 𝑎, podemos subdividi-la em segmentos e
imaginar uma onda originada no centro de cada um deles.
As ondas na direção perpendicular à fenda (𝜃 = 0) viajam a mesma
distância até o anteparo para produzir o máximo central.
Consideremos ondas que formam um ângulo tal que 𝜆 = 𝑎 sen 𝜃 ≅ 𝑎 𝜃, o
par (1, 2) tem uma diferença de caminho Δ𝑟12 = 𝜆/2, e se cancelam. O
mesmo é válido para os pares (3,4), (5,6), etc. Assim, para as bandas
escuras temos:
𝑚𝜆 = 𝑎 sen 𝜃𝑚 ≅ 𝜃𝑚 ; 𝑚 = 1, 2, 3, ⋯ (ângulo da banda escura 𝑚)

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 50


Difração por uma fenda

𝜆
𝑚 = sin 𝜃𝑚 ≅ 𝜃𝑚 ; 𝑚 = 1, 2, 3, ⋯
𝑎

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 51


Difração por uma fenda
Podemos representar a difração através da fenda como uma cadeia de fasores que apresentam
uma diferença de fase de Δ𝛽 entre fasores adjacentes. 𝛽 é o ângulo entre o primeiro e o último
fasor.
𝐸𝜃 = 2𝑟 sin 𝛽/2
𝛽 𝜋𝑎
𝛼≡ = sin 𝜃
2 𝜆
𝛽 = 𝐸0 /𝑟; 𝑟 = 𝐸0 /𝛽
𝐸0 sin 𝛼
𝐸𝜃 = sin 𝛽Τ2 = 𝐸0
𝛽/2 𝛼
𝐼 = 𝐶𝐸 2
2
sin 𝛼
𝐼𝜃 = 𝐼 Mínimo: 𝛼 = ±𝑚𝜋 ou 𝑎 sin 𝜃 = ±𝑚𝜆
𝛼

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 52


Difração por uma fenda
Consideramos a geometria da figura, na que a fenda é muita longa na direção vertical de tal modo
que podem ser desconsiderados efeitos de difração na direção perpendicular ao plano da figura.
A contribuição à amplitude do campo elétrico no ponto P dada pela onda emanada do elemento 𝑑𝑠
da fenda é dada por
𝑑𝐸0
𝑑𝐸𝑃 = exp 𝑖 𝑘𝑟 − 𝜔𝑡
𝑟
Seja 𝑟 = 𝑅 para o elemento 𝑑𝑠 a 𝑠 = 0, então
𝑑𝐸0
𝑑𝐸𝑃 = exp 𝑖 𝑘 𝑅 + Δ − 𝜔𝑡
𝑅+Δ
Podemos desprezar a diferença de caminho Δ no
termo da amplitude, mas não no termo da fase.
Fazendo 𝑑𝐸0 = 𝐸0 𝑑𝑠, Δ = 𝑠 sin 𝜃. Substituindo:
𝐸0 𝑑𝑠
𝑑𝐸𝑃 = exp 𝑖 𝑘 𝑅 + 𝑠 sin 𝜃 − 𝜔𝑡
𝑅

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 53


Difração por uma fenda
O passo seguinte é integrar sobre toda a fenda
𝑏/2 𝑏/2
𝐸0 𝐸0 exp 𝑖𝑘𝑠 sin 𝜃
𝐸𝑃 = exp 𝑖 𝑘𝑟0 − 𝜔𝑡 න exp 𝑖𝑘𝑠 sin 𝜃 𝑑𝑠 = exp 𝑖 𝑘𝑟0 − 𝜔𝑡
𝑅 −𝑏/2 𝑅 𝑖𝑘 sin 𝜃 −𝑏/2

Calculando os limites da integral obtemos:


𝐸0 exp 𝑖𝛼 − exp −𝑖𝛼
𝐸𝑃 = exp 𝑖 𝑘𝑅 − 𝜔𝑡
𝑅 𝑖𝑘 sin 𝜃
1
onde 𝛼 ≡ 𝑘𝑏 sin 𝜃
2

Rearranjando os termos:
𝐸0 𝑏
𝐸𝑃 = exp 𝑖 𝑘𝑅 − 𝜔𝑡 exp 𝑖𝛼 − exp −𝑖𝛼
𝑅 2𝑖𝛼
𝑏 𝐸0 sin 𝛼
= exp 𝑖 𝑘𝑅 − 𝜔𝑡
𝑅 𝛼

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 54


Difração por uma fenda
Finalmente a irradiância no ponto P será:
2
𝐸0 𝑏 sin2 𝛼
I ∝ 𝐸𝑃 𝐸𝑃∗ ∝
𝑟0 𝛼2
sin2 𝛼 2𝛼
I = 𝐼0 = 𝐼0 sinc
𝛼2

A função sinc é 1 para 𝛼 = 0


sin 𝛼
lim sinc 𝛼 = lim =1
𝛼→0 𝛼→0 𝛼

A irradiância é zero quando


1
𝛼= 𝑘𝑏 sin 𝜃 = 𝑚 𝜋 𝑚 = ±1, ±2, …
2

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 55


Difração por uma fenda

O máximos secundários podem ser


encontrados usando que:
𝜆 = 633 𝑛𝑚 m (m+½) /a qMax
𝑑 sin 𝛼 𝛼 = 0.2 𝑚𝑚 1 0.00475 0.00453
=0
𝑑𝛼 𝛼 1 2 0.00791 0.00778
cos 𝛼 sin 𝛼 𝛼 cos 𝛼 − sin 𝛼 3 0.01108 0.01099
− 2 = =0
𝛼 𝛼 𝛼2 4 0.01424 0.01417

Reorganizando esta equação temos 5 0.01741 0.01735


que
𝛼 = tan 𝛼
2

3
4 5

q (radians)

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 56


Difração por uma fenda
A abertura angular do máximo central é definida como a separação angular entre os primeiros
mínimos
𝑦
= sin 𝜃 ≅ 𝜃
𝐿
O primeiro mínimo está em
𝑚𝜆𝑓 ±1 𝜆𝑓 2𝜆
𝑦= = ⇒ Δθ =
𝑏 𝑏 𝑏
A largura 𝑊 do padrão de difração aumenta com o tamanho da fenda nas regiões onde a difração
de Fraunhofer se aplica
2𝐿𝜆
W = 𝐿Δθ =
𝑏
Condição de campo distante:
𝑏2 Á𝑟𝑒𝑎
𝐿≫ 𝑜𝑢 𝐿 ≫
𝜆 𝜆

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 57


Difração por uma fenda retangular
No caso de uma fenda retangular devemos considerar as contribuições
𝐸𝐴 𝑖 𝜔𝑡−𝑘𝑅 𝑖𝑘
𝑌𝑦+𝑍𝑧
𝑑𝐸𝑃 = 𝑒 𝑒 𝑅 𝑑𝐴
𝑅
𝐸𝐴 𝑖 𝜔𝑡−𝑘𝑅 𝑖𝑘
𝑌𝑦+𝑍𝑧
𝐸𝑃 = 𝑒 ඵ 𝑒 𝑅 𝑑𝐴
𝑅
𝑓𝑒𝑛𝑑𝑎
𝑏 Τ2 𝑎 Τ2
𝐸𝐴 𝑖
𝐸𝑃 = 𝑒 𝜔𝑡−𝑘𝑅 න 𝑒 𝑖𝑘𝑌𝑦Τ𝑅 𝑑𝑦 න 𝑒 𝑖𝑘𝑍𝑧Τ𝑅 𝑑𝑧
𝑅 −𝑏 Τ 2 −𝑎 Τ2

𝐸𝐴 sin 𝛼 sin 𝛽
𝐸𝑃 = 𝑎𝑏 𝑒 𝑖 𝜔𝑡−𝑘𝑅
𝑅 𝛼 𝛽
A irradiância será 𝐼 = 𝑅𝑒 𝐸𝑃 2
𝑇:

𝑘𝑏𝑌 𝑘𝑎𝑍
𝐼 𝑌, 𝑍 = 𝐼𝑜 sinc 2 𝛽 sinc 2 𝛼 𝛼= 𝛽=
2𝑅 2𝑅

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 58


Difração por duas fendas
No caso de duas fendas devemos considerar a contribuição de cada uma delas
𝑑 𝑎 𝑑 𝑎
+ 2 +2 − 2 +2
𝐸𝐿 𝑖 𝑘𝑟−𝜔𝑡
𝐸𝑃 = 𝑒 න 𝑒𝑖 𝑘𝑠 sin 𝜃 𝑑𝑠 + න 𝑒𝑖 𝑘𝑠 sin 𝜃 𝑑𝑠
𝑟 𝑑 𝑎
+ −
𝑑 𝑎
− −
2 2 2 2

𝑑 𝑎 𝑑 𝑎
𝐸𝐿 𝑖 𝑘𝑟−𝜔𝑡
1 +2 +2 − 2 +2
𝐸𝑃 = 𝑒 𝑒𝑖 𝑘𝑠 sin 𝜃 ቚ𝑑 𝑎 + 𝑒𝑖 𝑘𝑠 sin 𝜃 ቚ 𝑑 𝑎
𝑟 𝑖𝑘 sin 𝜃 +2 −2 − 2 −2

1 1
Fazendo 𝛼 = 𝑘 𝑎 sin 𝜃 e 𝛿 = 𝑘 𝑑 sin 𝜃
2 2
2𝑎𝐸𝐿 sin 𝛼 cos 𝛿 𝑖 𝑘𝑟−𝜔𝑡
𝐸𝑃 = 𝑒
𝑟 𝛼
Finalmente, a irradiância será:
sin2 𝛼 2𝛿
𝐼 = 4𝐼𝑜 cos
𝛼2

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 59


Difração por duas fendas
Na experiência de duas fendas difração e
interferência acontecem simultaneamente d

sin2 𝛼 2𝛿 a a
𝐼 = 4𝐼𝑜 cos
𝛼2 Só interferência

Mínimos acontecem quando


𝜋𝑎 𝜋𝑎
𝛼= sin 𝜃 = 𝑦 = 𝑚𝜋
𝜆 𝜆𝐿 q (o)
𝜋𝑑 𝜋𝑑 𝜋
𝛿= sin 𝜃 = 𝑦 = 2𝑝 + 1 Só difração
𝜆 𝜆𝐿 2
Consideremos um máximo de interferência (𝛿 = 𝑝𝜋)
e um mínimo de difração:
q ( o)
𝛿𝑚𝑎𝑥 𝑑 𝑝
= =
𝛼𝑚𝑖𝑛 𝑎 𝑚 Interferência e difração

Se 𝑑 Τ𝑎 é um inteiro um máximo de interferência


pode ser suprimido por um mínimo de difração. q ( o)

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 60


Difração por duas fendas

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 61


A luz de um laser de hélio-neônio (𝜆 = 633 𝑛𝑚) passa através de uma fenda estreita e é
observada num anteparo a 2,0 𝑚 da mesma. O primeiro mínimo de difração é observado a 1,2 𝑐𝑚
do máximo central. Qual é o tamanho da fenda?
𝑦1 (0,012 m)
𝜃1 = = = 0,0060 rad
𝐿 (2,00 m)
1,2 cm
𝜆 𝜆 6,33 × 10−7 m
𝑎= ≅ = −3
= 1,06 × 10−4 m = 0,106 mm
sin 𝜃1 𝜃1 6,00 × 10 rad

Numa experiência de duas fendas, considerando os processos de interferência e difração: (a) Qual
deve ser a relação 𝑑/𝑎 entre a separação e o tamanho de duas fendas se o máximo central de
difração contem exatamente 7 bandas de interferência? (b) Quantas bandas estão contidas dentro
do primeiro máximo de difração localizado a um dos lados do máximo central?

(a) O primeiro mínimo de difração tem que coincidir com o quarto de interferência
sin 𝜃 𝑚 2𝑝 + 1 7
= = → 𝑑= 𝑎
𝜆 𝑎 2𝑑 2
1 2𝑝+1 2
(b) Para 𝑚 = 2, < ≤ → 3 < 𝑝 ≤ 6,5 → 𝑁 = 4
𝑎 2𝑑 𝑎

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 62


Difração por uma abertura circular
Aquí também precisamos integrar sobre a área da abertura
𝐸𝐴 𝑖
𝐸𝑃 = 𝑒 𝑘𝑅−𝜔𝑡 න 𝑒 𝑖𝑘(𝑦𝑌+𝑧𝑍)Τ𝑅 𝑑𝐴
𝑅 𝐴
2𝜋 𝑎 𝜌
𝐸𝐴 𝑖 𝑘𝑅−𝜔𝑡 𝑘𝜌𝑞Τ𝑅 cos(𝜙−Φ) 𝜌
𝐸𝑃 = 𝑒 න න 𝑒𝑖 𝑑𝜌 𝑑𝜙 𝜙
𝑅 0 0
1 2𝜋 𝑖𝑢 cos 𝑣 𝑞
Fazendo a substituição: 𝐽0 u = ‫𝑒 ׬‬ 𝑑𝑣
2𝜋 0
𝑎 Φ
𝐸𝐴 𝑖 𝑘𝑅−𝜔𝑡
𝐸𝑃 = 𝑒 2𝜋 න 𝐽0 𝑘𝜌𝑞Τ𝑅 𝜌𝑑𝜌
𝑅 0
𝑢
𝐽𝑚 𝑢 são as funções de Bessel que, entre outras propriedades, tem ‫׬‬0 𝑢′ 𝐽0 𝑢′ 𝑑𝑢′ = 𝑢𝐽1 (𝑢)
𝐸𝐴 2𝜋 𝑎2 𝐸𝐴 𝑖 𝐽1 𝑘 𝑎 sin 𝜃
𝐸𝑃 = 𝑒 𝑖 𝑘𝑅−𝜔𝑡 2𝜋𝑎2 𝑅Τ𝑘𝑎𝑞 𝐽1 𝑘𝑎𝑞Τ𝑅 = 𝑒 𝑘𝑅−𝜔𝑡 sin 𝜃 = 𝑞/𝑅
𝑅 𝑅 𝑘 𝑎 sin 𝜃
2 2
2
1 ∗
2𝐽1 𝑘 𝑎 sin 𝜃 1 2𝜋 𝑎2 𝐸𝐴 𝐽1 𝑢 1
𝐼= 𝑅𝑒 𝐸𝑃 = 𝐸𝑃 𝐸𝑃 = 𝐼𝑜 onde 𝐼0 = e ቤ =
2 𝑘 𝑎 sin 𝜃 2 𝑅 𝑢 𝑢=0 2
Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 63
Difração por uma abertura circular
As funções de Bessel 𝐽𝛼 são soluções da equação diferencial
Funções de Bessel
2
𝑑2 𝑦 𝑑𝑦 2 − 𝛼2 𝑦 = 0 de primeira ordem
𝑥 + 𝑥 + 𝑥
𝑑𝑥 2 𝑑𝑥
Os mínimos de difração acontecem quando 𝐽1 𝑢 = 0
𝑢 = 0; 3,833; 7,016; 10,173; …
𝑢 = 0; 1,22𝜋; 2,23𝜋; 3,24𝜋; …

O primeiro mínimo do padrão de Airy satisfaz a condição (𝐷 = 2𝑎):


2𝜋 𝐷
𝑘𝑎 sin 𝜃min ≅ 𝑘𝑎𝜃min = 1,22 𝜋 = 𝜃
𝜆 2 min
1,22𝜆
𝜃min =
𝐷

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 64


Resolução
Resolução: Capacidade de sistemas ópticos de
distinguir entre dois objetos próximos limitada pelos
efeitos de difração.
Critério de Rayleigh: Duas fontes pontuais são
dificilmente resolvíveis se sua separação angular 𝜃𝑅
resulta no máximo central do padrão de difração da
imagem de uma fonte centrado no primeiro mínimo
do padrão de difração da imagem da outra fonte.

Optica (𝜆 = 400 − 700𝑛𝑚) MEV (𝜆~0,02 𝑛𝑚)

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 65


Um satélite espia que está numa órbita a 200𝑘𝑚 realiza imagens com luz visível de comprimento
de onda 500𝑛𝑚. Qual deve ser o tamanho do telescópio necessário para ler o jornal por cima de
seu ombro desde o espaço?

Critério de Raileygh: Δ𝜃 = 1,22 𝜆/𝐷


A separação das letras do jornal é aproximadamente Δ𝑥 = 10 𝑚𝑚. 𝑅
A altitude da órbita é 𝑅 = 200𝑘𝑚 e 𝐷 é o diâmetro do telescópio.
Δ𝜃
Assim: Δ𝑥 = 𝑅 𝐷 𝜃 = 𝑅(1,22 𝜆/𝐷). Então 𝐷 = 12,2𝑚
Δ𝑥
A distância linear entre as luzes de um carro é de 1,1 𝑚. Considerando luz de 460 𝑛𝑚, o diâmetro
da pupila é 0,005 𝑚, e o índice de refração do olho 𝑛 = 1,36. Ache a máxima distância para a qual
as luzes podem ser distinguidas como duas fontes de luz.

𝜆 460𝑥10−9 /1,34
Usando o critério de Rayleigh: 𝜃min = 1,22 𝑛 = 1,22 = 83,76 𝜇𝑟𝑎𝑑
𝐷 0,005

𝐿 = 𝑦Τtan 𝜃min
= 1,1 𝑚Τtan(83,76 𝜇𝑟𝑎𝑑)
= 13132 𝑚

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 66


Em uma pintura pontilhista, suponha que a distância média entre os centros dos pontos é 𝐷 =
2,0 𝑚𝑚 e que o diâmetro da pupila do olho do observador é 𝑑 = 1,5 𝑚𝑚 e que a menor separação
angular entre os pontos que o olho pode resolver é dada pelo critério de Rayleigh. Qual é a menor
distância de observação na qual os pontos não podem ser resolvidos para nenhuma cor?

Critério de Raileygh: Δ𝜃 = 1,22 𝜆/𝐷


A separação entre os pontos é 𝐷 = 2 𝑚𝑚.
𝐷 𝐷𝑑
Assim: 𝐿 ≅ = = 6,1 𝑚
𝜃 1,22𝜆

Plutão e sua Lua Caronte estão separados por 19.600 𝑘𝑚. Desconsiderando os efeitos
atmosféricos, o telescópio Monte Palomar de 5,08 𝑚 de diâmetro seria capaz de resolver esses
corpos quando eles estão a 4,50 × 109 𝑘𝑚 da Terra? Suponha 𝜆 = 550 𝑛𝑚.
𝜆
Usando o critério de Rayleigh: 𝜃min = 1,22 = 132,1 𝑛𝑟𝑎𝑑
𝐷
19.600 𝑘𝑚
Considerando os dados 𝜃 = = 4,355 𝜇𝑟𝑎𝑑 > 𝜃min
4,50×109 𝑘𝑚

Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 67


Difração na atmosfera

Nuvens iridescentes Nuvens estratosféricas Arco-íris branco Supranumerários

Corona Corona de pólen Espectro de Broken Glória


Óptica Interferência e Difração Difração Tópicos Pág. 68
Redes de difração
Uma rede de difração consiste de um grande número de fendas paralelas distribuídas a intervalos
regulares. Vamos considerar 𝑁 fendas de tamanho 𝑎 e separação 𝑑.
𝑁−1
𝑗𝑑 Τ2+𝑎Τ2
𝐸0 𝑖(𝑘𝑅−𝜔𝑡)
𝐸𝑃 = 𝑒 ෍න 𝑒 𝑖𝑘𝑧 sin 𝜃 𝑑𝑧
𝑅 𝑗𝑑 Τ2−𝑎Τ2
𝑗=0
𝑁−1
𝑎𝐸0 𝑖(𝑘𝑅−𝜔𝑡) sin 𝛼 𝑖2𝛽𝑗 1 1
𝐸𝑃 = 𝑒 ෍ 𝑒 ; 𝛼 = 𝑘𝑎 sin 𝜃 e 𝛽 = 𝑘𝑑 sin 𝜃
𝑅 𝛼 2 2 𝑑
𝑗=0
sin 𝑁𝛽 𝑖𝛽(𝑁−1)
Sabemos que σ𝑁−1
𝑗=0 𝑒
𝑖2𝛽𝑘𝑗 = 𝑒
sin 𝛽
𝑎
𝑎𝐸0 𝑖 𝑘𝑅−𝜔𝑡− 𝑁−1 𝛽
sin 𝛼 sin 𝑁𝛽
𝐸𝑃 = 𝑒
𝑅 𝛼 sin 𝛽
Fazendo á média temporal da irradiância
2 2
sin 𝛼 sin 𝑁𝛽 sin 𝑁𝛽
𝐼 = 𝐼0 ቤ =𝑁 Máximos: 𝑑 sin 𝜃 = 𝑚𝜆
𝛼 sin 𝛽 sin 𝛽 𝛽=𝑚𝜋
Óptica Interferência e Difração Redes de difração Tópicos Pág. 69
Redes de difração
Máximos principais: 𝑑 sin 𝜃 = 𝑚 𝜆 𝑚 = 0,1,2 …
Esta relação é conhecida como a fórmula da grade, é só determinada
pelo espaçamento entre as fendas 𝑑 (constante da grade), é não
depende do termo da difração.
A condição de mínimo é sin 𝑁𝛽 Τsin 𝛽 2 = 0.
Então: 𝑁𝛽 = 𝑝𝜋 com 𝑝 ≠ 𝑞 𝑁𝜋 𝑞 = ±1,2, … .
𝑝
Podemos rescrever isto como 𝛽 = ± 𝑚 + 𝜋 𝑝 = 1, … , 𝑁 − 1.
𝑁

Mínimos de interferência:
𝑝
𝑑 sin 𝜃 = 𝑚 + 𝜆 𝑚 = 0,1,2, … 𝑝 = 1, … , 𝑁 − 1
𝑁
Para cada dois mínimos, será observado um máximo de intensidade
menor que a do máximo principal. Estes são chamados máximos
secundários.
Entre dois máximos principais: 𝑁 − 1 mínimos (bandas escuras), e
𝑁 − 2 máximos secundários.
Óptica Interferência e Difração Redes de difração Tópicos Pág. 70
Espectroscopia óptica

Óptica Interferência e Difração Redes de difração Tópicos Pág. 71


Espectroscopia óptica
Largura angular de uma linha espectral:
distância angular entre os mínimos que ladeiam
um máximo principal.
Δ𝛽 = 2𝜋Τ𝑁 = 𝑘𝑑 cos 𝜃 Δ𝜃 → Δ𝜃 = 2𝜆Τ𝑁𝑑 cos 𝜃𝑚
Dispersão angular: separação angular em
função do comprimento de onda
𝐷 = 𝑑𝜃Τ𝑑𝜆 = 𝑚Τ𝑑 𝑐𝑜𝑠 𝜃 ≈ 𝑚Τ𝑑 Máxima resolução

Poder separador: capacidade de separar linhas


adjacentes
𝑅 = 𝜆ΤΔ𝜆 = 𝑁 𝑚
Máxima dispersão
Banda espectral livre: faixa de comprimentos de
onda em uma ordem espectral para a qual a luz
de ordens adjacentes não se sobrepõe.
𝑑 sin 𝜃 = 𝑚 + 1 𝜆 = 𝑚 𝜆 + Δ𝜆
Δ𝜆 = 𝜆Τ𝑚
Óptica Interferência e Difração Redes de difração Tópicos Pág. 72
Tipos de redes de difração
Transmissão Reflexão

𝐴𝐵 − 𝐶𝐷 = 𝑑 sin 𝜃𝑚 − sin 𝜃𝑖 𝐴𝐵 − 𝐶𝐷 = 𝑑 sin 𝜃𝑚 − sin 𝜃𝑖


Óptica Interferência e Difração Redes de difração Tópicos Pág. 73
Luz policromática na faixa de 400 𝑛𝑚 a 600 𝑛𝑚 incide normalmente em uma rede de 500.000
fendas por metro. Uma lente positiva próxima cria um padrão de difração de Fraunhofer em uma
tela em seu plano focal. Determine a distância focal da lente de forma que o espectro de segunda
ordem seja espalhado por 2,00 cm de comprimento.

Os máximos principais de segunda ordem estão definidos pela equação 2𝜆 = 𝑑 sin 𝜃2 = 𝑑𝑦2 Τ𝑓
A faixa espectral será 𝛥𝑦2 = 2𝑓 (𝜆𝑠 − 𝜆𝑖 )Τ𝑑, com 𝑑 = 1Τ500.000 = 2 × 10−6 𝑚
Finalmente, 𝑓 = Δ𝑦2 𝑑 Τ2(𝜆𝑠 − 𝜆𝑖 ) = 2 𝑐𝑚 2 × 10−6 𝑚Τ 600𝑛𝑚 − 400𝑛𝑚 = 0,10 𝑚

Se deseja resolver as duas linhas amarelas do sódio (589,5923 𝑛𝑚 e 588,9953 𝑛𝑚) no espectro de
segunda ordem produzido por uma rede de difração. Quantas fendas a rede deve possuir, no
mínimo?

O poder separador de uma rede é 𝜆ΤΔ𝜆𝑚𝑖𝑛 = 𝑚𝑁. Δ𝜆𝑚𝑖𝑛 é a separação entre as linhas
Podemos usar como 𝜆 o valor médio das duas linhas.
𝑁 = 𝜆Τ 𝑚 Δ𝜆𝑚𝑖𝑛 = 589,2938 𝑛𝑚Τ 2 ∙ 0,5970𝑛𝑚 = 493,5
São necessárias, no mínimo, 494 fendas

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Difração de Raios X
Os raios X são ondas eletromagnéticas com comprimentos de onda da ordem de 0,1𝑛𝑚.
Para que esta radiação seja difratada de forma apreciável precisamos de uma rede de
difração com um espaçamento similar ao comprimento de onda.
Este espaçamento é comparável às distâncias às distâncias entre átomos num cristal.

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Max von Laue (1879-1960) William Henry Bragg (1862 – 1942)
William Lawrence Bragg (1890-1971)

2 𝑑 sen 𝜃 = 𝑚 𝜆

ZnS

Física (1913)

Física (1914)

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Difração de Raios X em cristais

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Fotografia 51
Análise da fotografia 51
❑ Losangos indicam longas moléculas
estendidas
❑ Espaçamento entre spots revela a
distância entre blocos repetidos
❑ Spots ausentes indicam a interferência
de uma segunda estrutura
❑ Padrão em “X” característico de hélice

Medicina
Rosalind Franklin 1962

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Índice geral

1. Natureza da luz

2. Reflexão

3. Espelhos

4. Refração

5. Lentes

6. Instrumentos ópticos

7. Interferência e difração

8. Polarização

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