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1.

Na figura abaixo, dois feixes de luz coerentes (o verde e o vermelho) interferem na tela D após
percorrerem caminhos diferentes. O feixe vermelho, antes de interferir, difrata através do filme
de índice de refração n2 e se junta ao feixe verde no ponto C, onde começam a interferir. Já o
feixe verde escolhido é o que não difrata, simplesmente é aquele refletido no ponto C como
mostra a figura abaixo. Considere o filme como sendo um filme fino e os feixes sempre coerentes
(tempo de coerência infinito).

(a) A figura de interferência para a condição de máximo mudaria se aproximamos a tela D do


ponto C? (justifique sua resposta, sem uma justificativa correta sua resposta não será
considerada)

(b) Sua resposta à questão (a) mudaria se estivéssemos olhando para interferência destrutiva?
Justifique sua resposta!

(a) Ao aproximar a tela D do ponto C, no caso dos máximos, evidentemente que


teremos uma situação diferente (pois a distância percorrida desde C até a tela vai
mudar). Por exemplo, se inicialmente (antes de deslocar a tela) num determinado
momento, estávamos vendo um máximo de campo elétrico, agora podemos estar
vendo um ponto intermediário, ou até um mínimo, pois a fase do campo elétrico
(resultante da interferência, para qualquer condição que não seja de um mínimo,
onde ele simplesmente se anula) depende do caminho percorrido, mas isso é
irrelevante para o observador que continuará a ver o máximo como uma luz
constante com intensidade média entre os picos e vales do campo elétrico.
(b) Mínimo é mínimo em toda parte (os campos se anulam em toda parte),
diferentemente do máximo, onde as ondas se reforçam, e portanto o campo
resultante vai de zero até o dobro do valor de cada um dos campos que interferem
(sem tem a mesma amplitude) numa frequência tão elevada que só vemos um valor
médio de intensidade, o qual interpretamos como um máximo (pois é mais intenso
que em qualquer outra situação de diferença de fase).

2. Dois espelhos planos são colocados como mostra a figura, com um ângulo  entre eles. A luz
de um objeto pontual P posicionado arbitrariamente em frente dos espelhos produze
imagens. Determine o número de imagens e para cada imagem desenhe dois raios que
partem do objeto e que depois de uma ou duas reflexões, parecem vir da posição da imagem
(ou seja, desenhe dois raios que, partindo do objeto, formam a imagem).

=60o

4 imagens
3. Em geral, um a luz é uma sucessão de segmentos de campo elétrico senoidais (vamos chamar
estes segmentos de feixes) com saltos aleatórios de fase entre si (veja o slide 25 da aula de
interferência, onde falamos sobre isso). Considere uma lâmpada que emite luz de
comprimento de onda =510 nm, com interrupções aleatórias na sua fase a intervalos de 1,7
10-13 s. Após este período de tempo outro feixe de luz é emitido com uma fase aleatória
respeito do anterior. Considere que um destes segmentos senoidais de luz (feixes) incide
desde o ar (nar = 1,0) perpendicularmente num filme de água (nágua = 1,3) num esquema
semelhante ao do exercício 1 desta prova (só que a incidência é perpendicular ao filme):

a) Até qual espessura do filme L ainda é possível que o feixe refratado (que retorna ao primeiro
meio para interferir com o refletido) encontre o feixe refletido antes que aconteça a mudança
de fase aleatória, mesmo que o encontro seja por apenas um instante (considere a
velocidade da luz como sendo v=3 108 m/s).

b) qual o problema de interferir com o feixe do próximo segmento (após mudança aleatória de
fase)?

Resposta:

a) Para os feixes se encontrem antes do salto de fase, o tempo do trajeto de ida e volta
dentro do filme deve ser inferior a 10-13 s. Como a velocidade da luz dentro do filme é v
= c/n2 = 3 108 / 1,3  2,3 108 implica que nesse período de tempo de 10-13 s a distância
percorrida dentro do filme será de aproximadamente 23,08 m. Como o trajeto tem
que ser de ida e volta a espessura máxima do filme seria 23,08/2 = 11,54 m. Com essa
espessura, o feixe refratado que retorna ao primeiro meio para encontrar o incidente e
interferir com ele consegue fazer isso antes que o incidente mude de fase
aleatoriamente.
b) O problema é que, o feixe que retorna do meio com n2, ao encontrar o segmento
seguinte de luz incidente, após um salto aleatório de fase, justamente por ser um salto
aleatório de fase, as condições de máximo e mínimo relacionadas à espessura do filme
e à diferença de caminho percorrida por cada feixe, não são mais válidas...assim
teríamos saltos de aleatórios na figura de interferência e não conseguiríamos ver nada
além de uma iluminação média constante.
4. Na aula sobre redes de difração foi dito que para uma rede de difração composta por N
ranhuras (ou fendas) igualmente espalhadas por uma distância d, o primeiro mínimo
aconteceria para a condição de que os feixes das fendas dos extremos cumpram:

Nd sen ml =  (1)

em que ml é a meia largura do máximo central.

Acontece que, de fato, a distância entre as fendas dos extremos não é Nd (como
na figura ao lado, abaixo) e sim (N-1) d (desenhe e confira, por exemplo no caso
de 5 fendas). Assim, para duas fendas (com N=2) a distância entre elas é
simplesmente d (e não 2d). Mas, se corrigimos a equação colocando (N-1) no
lugar de N ela não vai funcionar...teste e veja que com a equação

(N-1) d sen ml =  (2)

todo dá errado e não temos o primeiro mínimo. Entanto que, com a equação
errada (1), tudo dá certo para o primeiro mínimo, para qualquer N! Poderia
explicar o porquê desta situação?

Resposta:

De fato, a equação (1) está correta, o que está errado é a explicação utilizada na figura a partir
da diferença de caminho entre os feixes (explicação que levaria a N-1 e não a N). A explicação
correta, e que leva à equação (1), é pelos fasores, ou seja, pela divisão de 360o em N fendas de
forma que a soma vetorial dos fasores dessas N fendas de uma volta (360o) e a resultante seja
zero. As equações (1) dos fasores e (2) da distância entre fendas, coincidem quando N é grande.
5. Uma rede de difração com 3 fendas espaçadas por 60 m, são iluminadas por uma luz
monocromática coerente de comprimento de onda =550 nm. As fendas são idealmente
estreitas. Uma tela de observação é colocada a 2,5 m da rede de difração. A intensidade da
luz é 50 mW/m2. Considere a posição de um ponto P na tela de observação, localizado a 1,72
cm do máximo central. Qual é a intensidade da luz nessa posição?

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