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OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA

Autores (ordem Objeto da


cronológica) Sociologia Método

Karl Marx
Classes Sociais Dialética
(1818 – 1883)

Emile Durkheim
Fato Social Explicação
(1857 – 1917)

Max Weber Ação Social Compreensão


(1864 – 1920) Social

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□ Materialismo histórico-dialético: a análise da vida social
deve ser feita a partir de fatos concretos. São os
indivíduos reais, sua ação e condições materiais de
existência que formam a base de suas relações. As ideias
são decorrentes do real, da sua prática material, e não o
inverso.
□ Para Marx, o verdadeiro motor da história não pode ser as
idéias ou as teorias, mas a atividade humana objetiva, isto
é, o trabalho (Ideologia Alemã, 1845).

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CATEGORIAS TEÓRICAS

HOMEM ser de
necessidades

satisfação produção de
das bens
necessidades materiais

produção de
bens TRABALHO
materiais

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CATEGORIAS TEÓRICAS
RELAÇÕES
A ) com a Natureza Forças de Produção
(instrumentos de produção)
+
B ) dos Homens entre si Relações de
(divisão do trabalho) Produção

modo de produção

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“A história humana é a história das relações dos
homens com a natureza e dos homens entre si.”

Nesses dois tipos de


relação aparece como
intermediário um
elemento essencial:
O TRABALHO HUMANO

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FORÇAS DE PRODUÇÃO
(materiais)
O trabalho do homem, o trabalho do animal a serviço do
homem, a natureza, os instrumentos de produção. Toda
capacidade humana de produzir.

RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
(sociais)
São os modos específicos de organização do trabalho e da
propriedade, em função da divisão do trabalho.

MODO DE PRODUÇÃO

Cada época histórica possui um conjunto de forças produtivas


a que correspondem determinadas relações de produção.

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CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

SUPERESTRUTURA
IDEOLÓGICA
IDEOLÓGICA

CONSCIÊNCIA
POLÍTICA JURÍDICA

ESTADO DIREITO

FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO


(MODO DE PRODUÇÃO) EXISTÊNCIA

INFRAESTRUTURA ECONÔMICA
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CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

MPC RELAÇÕES DE PROPRIEDADE

PROPRIETÁRIOS NÃO PROPRIETÁRIOS

BURGUESIA PROLETARIADO

CLASSE DOMINANTE CLASSE DOMINADA

RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO

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O DUPLO VALOR DOS BENS MATERIAIS

homem

necessidades

satisfação

produção de
bens materiais
VALOR DE USO
Utilidade do bem material para o seu produtor valor dos bens

VALOR DE TROCA
Quando o bem produzido não tem valor de uso para o seu

produtor e este o coloca no mercado para troca: MERCADORIA


TODA MERCADORIA É ESSENCIALMENTE VALOR DE TROCA,
MAS TEM EMBUTIDO NELAarnaldolemos@uol.com.br
UM VALOR DE USO
CAPITALISMO

No capitalismo, a força de trabalho tornou-se


uma mercadoria. Antes, o trabalhador era dono
de sua força de trabalho: camponeses e artesãos

Camponeses = expulsos do campo


Artesãos = destituídos de suas ferramentas

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ALIENAÇÃO alienum = alheio - outro
Alienar um imóvel Vender = separar o proprietário da propriedade

CAPITALISMO ALIENAÇÃO ECONÔMICA


Os trabalhadores são expropriados dos seus meios de
produção da vida material e do saber do qual dependia a
fabricação de um produto e a própria posição social do
artesão.

O capitalismo reduziu o trabalhador à execução de tarefas


simplificadas, parciais e repetitivas na linha de produção da
fábrica.

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IDEOLOGIA

É aquele sistema ordenado de ideias e


concepções, de normas e de regras (com
base no qual as leis jurídicas são feitas) que
obriga os homens a comportarem-se
segundo a vontade do “sistema”, como se
estivessem se comportando segundo sua
própria vontade

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A AMPLITUDE DA
CONTRIBUIÇÃO DE MARX

A idéia de uma sociedade “doente” ou “normal”,


preocupação dos cientistas sociais positivistas,
desaparece em Marx. Para ele, a sociedade é
constituída de relações de conflito e é de sua
dinâmica que surge a mudança social.
Fenômenos como luta, conflito, revolução e
exploração são constituintes dos diversos
momentos históricos e não são disfunções sociais.

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EDUCAÇÃO EM MARX –
DICIONÁRIO DO PENSAMENTO MARXISTA, BOTTOMORE

• Os elementos de uma concepção marxista da educação


começam a surgir na década de 1840, em muitas obras de
Marx e Engels (por exemplo, O Capital, cap. XIII; A
ideologia alemã, vol.I, parte I; Crítica ao Programa de
Gotha, IV e Princípios do comunismo, de Engels).
• Posteriormente, uma teoria mais coerente da educação foi
gradualmente construída sobre esses fundamentos.
• Na verdade, a teoria marxista da educação é,
essencialmente, uma teoria da prática.
• Gramsci, Wallon e Vygotsky foram algumas das principais
figuras que para ela contribuíram.

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EDUCAÇÃO EM MARX –
DICIONÁRIO DO PENSAMENTO MARXISTA, BOTTOMORE

1. Principais características:
 Educação pública gratuita, compulsória e uniforme para
todas as crianças, que assegure a abolição dos monopólios
culturais ou do conhecimento e das formas privilegiadas de
instrução.
 Essa educação teria de ser realizada em instituições. A
razão disso era evitar que as más condições de vida da
classe operária prejudicassem o desenvolvimento geral das
crianças.
 Outros objetivos foram explicitados: a necessidade de
enfraquecer o papel da família na reprodução social, de criar
as crianças em condições menos desiguais e de utilizar a
força socializadora da comunidade.

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EDUCAÇÃO EM MARX –
DICIONÁRIO DO PENSAMENTO MARXISTA, BOTTOMORE

2. A combinação da educação com a produção material (ou,


numa das formulações de Marx, a combinação de instrução,
ginástica e trabalho produtivo).
 O objetivo implícito não era um melhor preparo vocacional,
nem a transmissão de uma ética do trabalho, mas a
eliminação do hiato histórico entre trabalho manual e
trabalho intelectual, entre concepção e execução -
compreensão integral do processo produtivo.
 Embora a validade teórica desse princípio seja amplamente
reconhecida, sua aplicação prática apresenta problemas,
particularmente nas atuais condições de rápidas
transformações científicas e tecnológicas.

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EDUCAÇÃO EM MARX –
DICIONÁRIO DO PENSAMENTO MARXISTA, BOTTOMORE

3. A educação tem que assegurar o desenvolvimento integral


da personalidade: a realização desse objetivo exige, entre
outras coisas, a transformação da divisão social do
trabalho.
4. À comunidade é atribuído um novo e considerável papel
no processo educacional, que transforma as relações
entre os grupos dentro da escola (que evolui da
competição para a cooperação e o apoio mútuo) e
implica uma relação mais aberta entre a escola e a
sociedade, pressupondo uma relação biunívoca e
mutuamente enriquecedora entre professor e aluno.

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Destaques do texto (SILVA, 2005): a partir
dos Manuscritos Econômico-Filosóficos (1844) e
Crítica da Educação e do Ensino.

□ Alienação: mundo do fetiche, do manipulado, da falsa


realidade e da aparência, em contraposição ao mundo
da essência.
□ Capitalismo: relação social constituída historicamente,
caracterizada pela compra e venda da força de
trabalho; relação entre proprietários dos meios de
produção e o proprietário da força de trabalho.
□ Nesta relação, o homem tornou-se uma mercadoria,
pois “A máquina adapta-se a fraqueza do homem para
fazê-lo uma máquina” (p.151).

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Destaques do texto (SILVA, 2005)

□ Alienação: o capitalismo produz a alienação do homem


afastando-se de si mesmo e dos outros homens na
medida em que seu corpo, seu espírito, e seus amigos
lhe são afastados.
□ As mercadorias não são reconhecidas como objetos
feitos por eles; no mercado, elas ganham vida própria
(fetichismo da mercadoria => objetos de desejo e não
mais produtos de seu trabalho).
□ Os trabalhadores se tornam objetos que seguem as
regras do mercado: se não consumirem as
mercadorias, são "excluídos do mercado".

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Destaques do texto (SILVA, 2005)

□ “O trabalhador torna-se tanto mais pobre quanto mais


riqueza produz, quanto mais a sua produção
aumenta em poder e extensão. O trabalhador torna-
se uma mercadoria tanto mais barata, quanto maior
número de bens produz. Com a valorização do
mundo das coisas, aumenta em proporção direta a
desvalorização do mundo dos homens. O trabalho
não produz apenas mercadoria; produz-se também a
si mesmo e ao trabalhador como uma mercadoria, e
justamente na mesma proporção com que produz
bens.” (Manuscritos Econômico-Filosóficos, p.111).

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Destaques do texto (SILVA, 2005)

□ Alienação: relação contraditória do trabalhador com o produto de


seu trabalho; processo de objetivação, tornando o homem estranho a
si mesmo, aos outros homens e ao ambiente em que vive: “A
apropriação surge como alienação, e a alienação como apropriação”
(Marx, 2002, p.122).
□ A quem pertence a mercadoria: aos deuses? Não, ao capitalista! O
trabalhador ao produzir a mercadoria, também se torna mercadoria
(instrumento de riqueza do capitalista).
□ “A propriedade privada tornou-nos estúpidos e parciais, alienando
todos os nossos sentidos, na busca do ter”.
□ A concorrência é a lei causadora da miséria da concentração de
capitais e da ruína dos pequenos capitalistas: “O trabalhador põe a
sua vida no objeto; porém agora ele já não lhe pertence mas sim ao
objeto. Quanto maior a sua atividade, mais o trabalhador se encontra
objeto. Assim, quanto maior é o produto, mais ele fica diminuído”
(MARX, 2002, p. 112).
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Destaques do texto (SILVA, 2005) -
EDUCAÇÃO E ALIENAÇÃO

□ O professor, um trabalhador comum, cujos produtos


(conhecimentos) são, num sentido, seus alunos (na
situação em que trabalha, o que faz, afirma o caráter
desses alunos como produtos capitalistas): um
professor não é apenas um PRODUTOR, mas também
um empregado (MERCADORIA) daqueles que
desejam reproduzir a sociedade, isto é seu status quo.
□ Aluno: papel potencial para o trabalho, mas ao trocar o
produto de seu trabalho por objetos na forma de
pontos, notas, ou diplomas e certificados, pode ser
comparado aos salários, ou recompensas.

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Destaques do texto (SILVA, 2005) -
EDUCAÇÃO E ALIENAÇÃO
□ O aluno tem necessidade de objetos para realizar suas
potencialidades, mas não dispõe da oportunidade de adquirir
esses objetos.
□ Nesse processo, alunos são transformados em produtos ou
mercadorias a serem vendidas no mercado; são
categorizados apenas em termos de certas características
que os estudantes ideais devem ter: interesse, disciplina,
capacidade, inteligência.
□ A divisão do trabalho, no interior da produção capitalista, deu-
se ao separar o trabalho manual do trabalho intelectual,
implicando todas as suas contradições, como o acesso ao
trabalho assalariado, ao tempo livre e a um tipo de educação.

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Referências:

□ FERNANDES, F. (Org.) Marx & Engels: história. São


Paulo: Ática, 1989.
□ MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. São
Paulo: Martin Claret, 2002.
□ MARX, Karl. Crítica da educação e do ensino.
Introdução e notas de Roger Dangeville. Lisboa,
Portugal: Moraes Editores, 1978.
□ SILVA, João Carlos da. Educação e alienação em
Marx: contribuições teórico-metodológicas para pensar
a História da Educação. Revista HISTEDBR On-line,
Campinas, n.19, p.101 - 110, set. 2005.

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