Você está na página 1de 18

SOCIOLOGIA – 2ª SÉRIE – ENSINO MÉDIO

Descobrindo o mistério da
mercadoria
Professoras Jenifer Souza
e Fabiana Wharton
Habilidade

• Compreender os conceitos de fetichismo da mercadoria e alienação no


processo de produção capitalista.
Pergunta

Qual é a diferença entre o conceito de trabalho e força de trabalho?

Elaborado especialmente para o CMSP. Imagens: ©Pixabay


Karl Marx

Karl Marx (1818-1883) é um filosofo/sociólogo que


faz parte do “tripé” da sociologia, com Émile
Durkheim e Max Weber.
Marx dedicou seus estudos à
economia e à política, tendo
como um dos seus principais
livros O Capital (1867).

Elaborado especialmente para o CMSP.


John Jabez Edwin Mayal, 1875. International Institute of Social History. Domínio Público. Wikimedia Commons.
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=591288>.
Fotografia de Karl Marx. Domínio Público. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=591288>. Acessos em: 27 ago. 2021.
Trabalho: mediação entre
o homem e a natureza

Na sociologia, trabalho é a capacidade que todo homem


tem de transformar a natureza, de transformar a sua

©gettyimages
própria vida, de criar, de pensar, de refletir, de produzir.
Como atividade humana, a realização de alguma coisa, a
criação, a transformação, a busca para satisfazer às
necessidades de sobrevivência é a realização de uma
atividade produtiva ou de uma atividade de trabalho.
É por meio dessa atividade exclusivamente humana – o
trabalho planejado e racionalmente pensado – que os
homens se relacionam com a natureza, se relacionam com
outros homens e se distanciam dos animais.

Elaborado especialmente para o CMSP.


Trabalho: diferentes formas na História

Além do seu sentido amplo – o TRABALHO como


capacidade humana –, existe o conceito do trabalho dentro

©gettyimages
de sua perspectiva HISTÓRICA.
Isto é, a maneira como assumiu diferentes formas ao
longo da história dos homens: O TRABALHO LIVRE, O
TRABALHO ESCRAVO, O TRABALHO SERVIL, O TRABALHO
ASSALARIADO.
Esses tipos de trabalho são baseados em diferentes tipos
de relações sociais e formas de vida a partir da forma
histórica que o trabalho toma dentro das sociedades.
Nesta aula, o objetivo é entender a forma histórica que o
trabalho toma dentro da sociedade capitalista: O TRABALHO
ASSALARIADO.
Elaborado especialmente para o CMSP.
O trabalho no sistema capitalista:
assalariado

• No capitalismo, surge a forma do trabalho assalariado,


regulamentado por um contrato.
• Nesse contexto, o trabalhador, por não dispor dos meios

©Pixabay
de produção (instrumentos de trabalho, propriedades,
terras), vende sua força de trabalho em troca do salário.
•O produto do trabalho pertence ao capitalista, que se
baseia na extração da mais-valia a partir da exploração
da força de trabalho e do excedente do trabalho
humano para obtenção de lucro.
• Desse modo, podemos afirmar que o fundamento do
sistema capitalista se encontra na separação entre o
capital e o trabalho.
Elaborado especialmente para o CMSP.
Princípios para entender a alienação

Para compreender as relações de trabalho na sociedade


capitalista, é importante entender que essa forma

©gettyimages
histórica do trabalho tem como base ser de exploração.
Isso devido ao fato de o trabalho assalariado não ser
apenas uma relação de compra e venda de FORÇA de
TRABALHO, mas também estar no processo de
APROPRIAÇÃO dessa FORÇA DE TRABALHO, permitida
pela divisão do trabalho (trabalho manual e intelectual).
E é nessa relação de separação e dominação que se pode
entender o que é ALIENAÇÃO do TRABALHO.

Elaborado especialmente para o CMSP.


Força de trabalho e trabalho

FORÇA DE TRABALHO é o POTENCIAL, a capacidade física


e intelectual que homens e mulheres têm para realizar
trabalho, oferecido no mercado de trabalho em troca de

©Pixabay
um salário.
Já o TRABALHO é a REALIZAÇÃO de determinada força, de
determinada capacidade humana, física e intelectual que
todo ser humano tem, ou a realização da força de trabalho.
Quando o capitalista compra a força de trabalho, ele está
comprando uma possibilidade ou um potencial de trabalho,
que só será realizado quando o trabalhador desenvolver
essa sua capacidade no processo de produção da
mercadoria, no local de trabalho.
Fonte: MARX, Karl. O Capital. Tradução Rubens Enderle, vol. 1. São Paulo: Boitempo, 2011.
Reflita!

Em quais condições o trabalho humano ganha a forma de mercadoria?

©gettyimages
Fetiche e Alienação

Mercadoria
(célula)

Imagens: ©gettyimages
Valor de uso/ Elaborado especialmente para o CMSP.

valor de troca

Trabalho
humano

Alienação

Fetiche
Pergunta

Vocês consideram que alguns objetos/mercadorias têm um valor


sobrenatural para algumas pessoas? Você é apaixonado por algum
produto ou objeto? Cite alguns exemplos.

2 min

©Pixabay

Imagem: PowerPoint
Descobrindo a MERCADORIA

Segundo Marx, a mercadoria é misteriosa simplesmente por


encobrir as características sociais do próprio trabalho dos

©gettyimages
homens, apresentando-as como características materiais e
propriedades sociais inerentes aos produtos do trabalho; por
ocultar, portanto, a relação social entre os trabalhos
individuais dos produtores e o trabalho social total, ao
refleti-la como relação social existente, à margem deles, entre
os produtos do seu próprio trabalho.
Nesse contexto, o fetiche da mercadoria é a forma aparente
que as mercadorias assumem na sociedade capitalista. É
como se as mercadorias fossem “autônomas” assumindo uma
“forma fantasmagórica”, se movimentando e se trocando
sozinhas no mercado.
Fonte: MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. 6 vols. Rio de Janeiro: Bertrand, 1994.
Alienação e Fetichismo

A palavra alienação vem do Latim “alienus”, que significa “de fora”,


“pertencente a outro”. Karl Marx, em sua obra Manuscritos econômico-
filosóficos, de 1844, utilizou a palavra “alienação” para designar o
estranhamento do trabalhador em relação ao produto do seu trabalho.
Ou seja, o trabalhador, não mais dominando todas as
etapas de fabricação e não dispondo dos meios de
produção para tal, acaba não se reconhecendo no
produto produzido, passando o produto a não ser visto
como ligado ao seu trabalho. É como se o produto
tivesse surgido de modo independente do
homem/produtor, como uma espécie de feitiço, daí o
termo utilizado por Marx: fetichismo da mercadoria.
Elaborado especialmente para o CMSP.
Alienação e o trabalho

Na alienação relacionada ao trabalho, a relação entre o capital, o trabalho e a


alienação gera uma “coisificação” do mundo. Vamos analisar estes aspectos:
• O produto do trabalho não é do trabalhador, ele pertence a outra pessoa.
• O trabalho não é algo voluntário, é “imposto”, fazendo com que nem sempre o
• trabalhador encontre satisfação no que faz e o trabalho seja
um meio de satisfazer às necessidades externas ao indivíduo.
• O homem perde a humanidade, tornando-se apenas mão de
obra.
• O homem se torna estranho a ele mesmo, já que ele não se vê
ou se reconhece no outro, perde sua humanidade e
identidade, tornando-se apenas mão de obra.
• Perda do controle por parte dos trabalhadores sobre a
natureza da tarefa desempenhada e o processo de produção.
Elaborado especialmente para o CMSP.
Avalie

E aí, como foi a aula?


Lembrando que, como nosso tempo aqui é curto, leve suas dúvidas
e seus debates para além deste espaço!
Obrigada por participar! ;D
Até a próxima!
Materiais desta aula

• Efeitos sonoros: www.freesound.org. Para consultar toda a lista de efeitos, acesse:  


https://freesound.org/people/Trilhas_Vanzolini/downloaded_sounds/.

Você também pode gostar