Você está na página 1de 13

TRABALHO E

SOCIEDADE EM
MARX
PROF. FRANCISCO E. B. VARGAS
INSTITUTO DE FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
TRABALHO E SOCIEDADE (I)
O materialismo histórico e dialético em Marx e o primado
analítico da EXISTÊNCIA sobre a CONSCIÊNCIA:
MATERIALISMO X IDEALISMO
Quais são os fatores determinantes para explicar a ação e a condição
humana em sociedade? As condições materiais, objetivas e
exteriores à ação? Ou as condições subjetivas, interiores, as
formas de consciência?
TRABALHO E SOCIEDADE (II)
O materialismo histórico e dialético de Marx e a crítica da filosofia
idealista alemã (Hegel) que estabelece o primado da consciência e da
razão para compreender a evolução humana e o Estado moderno.
A crítica do materialismo vulgar (empirismo) e a incorporação do
método dialético de Hegel: o método dialético contra o método
metafísico.
O método dialético supõe as noções de mudança, totalidade e
contradição. É nessas bases que a vida social deve ser analisada e não
como o produto de uma evolução natural e de um fim pré-
determinado, um destino (progresso, razão, felicidade, etc.).
TRABALHO E SOCIEDADE (III)
O Estado e as formas de consciência (ideologias) devem ser analisados
à luz das formas de organização da vida material, da produção, das
relações sociais de classe.
Logo, as CLASSES SOCIAIS e suas lutas são categorias sociológicas
fundamentais para compreender as transformações históricas.
As classes sociais são grupos que ocupam uma posição nas formas de
produção social, na divisão social do trabalho, desenvolvendo também
suas formas peculiares de consciência (ideologias, visões de mundo).
Uma época histórica define-se por um MODO DE PRODUÇÃO,
caracterizado por suas RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO e por
suas FORÇAS PRODUTIVAS. Ex. capitalismo moderno.
A CATEGORIA TRABALHO NO
PENSAMENTO MARXIANO

O trabalho como categoria ontológica expressa,


segundo Marx, a relação metabólica dos seres
humanos com a natureza, tendo em vista a
necessidade de garantir a reprodução material dos
indivíduos e da sociedade em seu conjunto.
(Texto básico: A Ideologia Alemã, de Marx e
Engels, 1848.)
O CONCEITO DE DIVISÃO DO
17/11/2022

6
TRABALHO (I)
O conceito de divisão do trabalho operacionaliza
teoricamente a concepção materialista dialética da história
na qual o primado da existência sobre a consciência é a
base do conhecimento sobre a condição humana no mundo.
Esta define-se como atividade incessante, o que supõe uma
FILOSOFIA DA AÇÃO. A atividade humana objetivada,
materializada é o princípio metodológico da investigação
sociológica em Marx. A divisão do trabalho são as formas
sociais da atividade humana.
O CONCEITO DE DIVISÃO DO
TRABALHO (II)
A Divisão Social do Trabalho:
Trata-se da divisão da sociedade em classes com base na
relação de propriedade com os meios de produção. Ex:
Capitalistas e trabalhadores; Senhores e escravos; Capital
industrial, capital comercial, capital financeiro.
As trocas mercantis supõem um certo grau de desenvolvimento
da divisão social do trabalho, implicando a especialização da
atividade econômica e a elevação da produtividade do trabalho.
O mercado é uma forma de objetivação da atividade econômica
e supõe a formação do excedente econômico.
O CONCEITO DE DIVISÃO DO
TRABALHO (III)

A Divisão Técnica do Trabalho:


Trata-se da divisão do trabalho no interior do
processo produtivo, com base no desenvolvimento
das forças produtivas (saberes práticos, ciência,
tecnologia, organização do trabalho) e das relações
sociais de produção (relações de classe).
A MERCADORIA E SUAS PROPRIEDADES
D

(I)

O valor de uso e o valor de troca das mercadorias: os


fundamentos das trocas mercantis.
Valor de uso: a utilidade de uma mercadoria segundo suas
propriedades intrínsecas. Sua produção supõe um trabalho
concreto.
Valor de troca: a quantidade de trabalho necessária para
produzir uma mercadoria. Sua produção supõe um
trabalho abstrato.
A MERCADORIA E SUAS PROPRIEDADES
D

(II)

 O que faz com que mercadorias que tenham valores de uso


diferentes possam ser trocadas, estabelecendo-se uma
equivalência entre elas em termos de valor de troca?
 A propriedade comum das mercadorias é o trabalho ou a
quantidade de trabalho necessário para produzi-las.
 Há no mercado uma mercadoria especial, base da
acumulação capitalista: a força de trabalho.
 Força de trabalho: valor de uso (produzir valores) e valor
de troca (salário).
TRABALHO, FORÇA DE TRABALHO E
PROCESSO DE TRABALHO:
A TEORIA DO VALOR (I)
 O trabalho como fonte de valor, como produtor de riquezas. Toda riqueza
e todo capital é trabalho humano objetivado. O trabalho vivo transforma-
se em trabalho morto. Este último, é trabalho acumulado, cristalizado, é
trabalho passado.
 É o trabalho vivo que é responsável pela valorização constante do capital.
 O capital é o produto da extração do sobre-trabalho (mais-valia) no
processo de produção capitalista (bases objetivas da exploração).
(Texto básico: O Capital, Marx, 1865).
TRABALHO, FORÇA DE TRABALHO E
PROCESSO DE TRABALHO:
A TEORIA DO VALOR (II)
• Segundo Marx, no capitalismo, é preciso distinguir
“trabalho” e “força de trabalho”.
• A relação salarial, de compra e venda entre o capitalista e
o trabalhador, é uma relação de compra e venda de uma
FORÇA DE TRABALHO, o que supõe um processo
histórico de transformação da força de trabalho em
mercadoria, o que só é possível através do processo de
expropriação dos meios de produção dos camponeses e
artesãos.
TRABALHO, FORÇA DE TRABALHO E
PROCESSO DE TRABALHO:
A TEORIA DO VALOR (III)
• No processo de trabalho, o capitalista precisa converter
essa capacidade de trabalho em trabalho efetivo, em
valores.
• Há uma diferença entre o VALOR PAGO pela força de
trabalho no mercado, através do salário, e o VALOR
PRODUZIDO pelos trabalhadores no processo de trabalho.
Trata-se da MAIS-VALIA ou MAIS-VALOR.

Você também pode gostar