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Karl Marx e

Friedrich Engels

O Materialismo Histórico
e Dialético

1
Questões sobre o capitalismo moderno à luz
do materialismo histórico e dialético:
=> Apesar de sua elevada produtividade e
sofisticação tecnológica, em que medida é
possível afirmar que o capitalismo é, segundo
Marx, um sistema econômico baseado em
antagonismos e gerador de desigualdades sociais,
uma vez que ele se constitui a partir dos ideais de
liberdade (liberdade econômica) e igualdade
típicos da modernidade? Em que medida estão em
xeque, no capitalismo, as relações contratuais
entre sujeitos livres e iguais (empresários e
trabalhadores), o livre mercado?
2
Questões sobre o capitalismo moderno à luz
do materialismo histórico e dialético:
=> Como Marx analisa, a partir de seu ponto de
vista materialista, a formação do capitalismo
moderno? Trata-se de analisar a formação da
“mentalidade capitalista” ou seu caminho é
distinto daquele proposto por Weber?
(Marx está especialmente preocupado em mostrar
as bases materiais dos conflitos, desigualdades e
antagonismos da sociedade moderna, a despeito
dos valores e ideologias libertários, igualitários e
que vêem no Estado a encarnação do bem
comum).
3
O materialismo histórico e dialético
como método de investigação (I)
=> O materialismo dialético parte de uma crítica
à filosofia idealista de Hegel (com a apropriação
do método dialético) e dos neo-hegelianos e ao
materialismo vulgar e mecanicista (materialistas
franceses).
=> Na relação entre “consciência” e
“existência”, estabelece-se o primado da
existência, do conjunto de condições materiais
de existência (condições objetivas) sobre as
formas de consciência (condições subjetivas) =
PREMISSA MATERIALISTA.
4
O materialismo histórico e dialético
como método de investigação (II)
=> Na relação entre “pensamento” ou conhecimento
(consciência) e “ação” ou “praxis” (existência), o
materialismo dialético supõe o primado da ação, da
transformação. A “ação” é “produto” e “produtora”
das condições de existência do mundo.
=> A consciência, portanto, não é um simples reflexo
da existência, das condições objetivas (materialismo
vulgar), mas um momento da ação, da prática
consciente sobre o mundo (relação dialética entre
consciência e existência) que transforma esse mundo.
=> Conhecimento como momento da atividade
humana sobre o mundo.
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O materialismo histórico e dialético
como método de investigação (III)
=> O método dialético de interpretação da
realidade histórica supõe apreendê-la:
1.Em permanente mudança (em oposição ao
essencialismo)
2.Em suas contradições e antagonismos (a
luta dos contrários, a luta de classes)
3.Em sua totalidade (tudo se relaciona,
relações recíprocas entre os elementos
constitutivos da realidade, suas condições
objetivas e subjetivas mediadas pela ação).
6
Trabalho e produção como categorias
centrais (I)

O “TRABALHO” e a “PRODUÇÃO” como


categorias teóricas centrais e pontos de partida
na análise histórica e não as formas de
consciência:
=> O trabalho como categoria ontológica
expressa, segundo Marx, a relação metabólica
dos seres humanos com a natureza, tendo em
vista a necessidade de garantir a reprodução
material dos indivíduos e da sociedade em seu
conjunto.
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Trabalho e produção como categorias
centrais (II)
A PRODUÇÃO, como reprodução da vida, é o
primeiro ato histórico dos seres humanos.
A produção e os MEIOS DE PRODUÇÃO
(instrumentos e objetos de trabalho) como
resultado da ação humana sobre a natureza:
MODOS DE PRODUÇÃO:
=> FORÇAS PRODUTIVAS (relação com a
natureza)
=> RELAÇÕES DE PRODUÇÃO (relações
sociais, divisão social do trabalho)

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Trabalho e produção como categorias
centrais (III)

=> O desenvolvimento das forças produtivas e a


formação dos EXCEDENTES ECONÔMICOS, na
passagem de ECONOMIAS DE SUBSISTÊNCIA a
ECONOMIAS DE TROCAS (mercantis), surgem
as CLASSES SOCIAIS como grupos que ocupam
diferentes posições na apropriação dos MEIOS DE
PRODUÇÃO e dos produtos do trabalho.
=> Com a formação das classes, as RELAÇÕES
DE PRODUÇÃO tornam-se RELAÇÕES SOCIAIS
DE CLASSE, supondo desigualdade e uma maior
divisão social do trabalho.
9
Trabalho e produção como categorias
centrais (IV)

O MODO DE PRODUÇÃO capitalista moderno supõe o


prévio desenvolvimento das relações mercantis, o
investimento de recursos na produção, supõe uma produção de
mercadorias para a troca, visando o lucro:
=> FORÇAS PRODUTIVAS (divisão técnica do
trabalho, produção industrial, incorporação da ciência e
desenvolvimento tecnológico)
=> RELAÇÕES DE PRODUÇÃO (relações entre
empresários capitalistas e trabalhadores assalariados)

QUESTÃO: Quais são as bases do antagonismo nessa relação


social de assalariamento?)
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A mercadoria e suas propriedades
O capitalismo e a mercantilização universal
das relações sociais.
 O valor de uso e o valor de troca das
mercadorias: os fundamentos das trocas
mercantis.
 Valor de uso: a utilidade de uma mercadoria
segundo suas propriedades intrínsecas.
 Valor de troca: o valor adquirido pela
mercadoria no mercado, expressa no seu
preço.
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Trabalho, Força de Trabalho e
Processo de Trabalho:
A teoria do valor (I)
O trabalho como fonte de valor, como produtor de
riquezas. Toda riqueza e todo capital é trabalho
humano objetivado. O trabalho vivo transforma-se
em trabalho morto. Este último, é trabalho
acumulado, cristalizado, é trabalho passado.
 É o trabalho vivo que é responsável pela valorização
constante do capital.
 O capital é o produto da extração do sobre-trabalho
(mais-valia) no processo de produção capitalista.
 Como isso ocorre?
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Trabalho, Força de Trabalho e
Processo de Trabalho:
A teoria do valor (II)
Segundo Marx, no capitalismo, é preciso
distinguir “trabalho” e “força de trabalho”.
A relação salarial, de compra e venda entre o
capitalista e o trabalhador, é uma relação de
compra e venda de uma mercadoria especial: a
FORÇA DE TRABALHO.
No processo de trabalho, o capitalista precisa
converter essa capacidade de trabalho em
trabalho efetivo, em valores. A força de
trabalho produz mais valor que seu próprio
valor de troca no mercado de trabalho.
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Processo de Trabalho e Processo de
valorização: a produção da mais-
valia
 A jornada de trabalho é formada pelo tempo de trabalho
necessário e pelo tempo de trabalho excedente ou sobre-
trabalho:
____________________ _____
6h 2h

É no tempo de trabalho excedente que o trabalhador produz a


mais-valia. No tempo de trabalho necessário ele produz o
equivalente ao seu salário.
A mais-valia (ou mais-valor) é o fundamento objetivo das
relações de antagonismo e exploração entre capital e trabalho.
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As modalidades de extração da
mais-valia:
A mais-valia absoluta ou a extensão da
jornada de trabalho.

A mais-valia relativa ou a intensificação da


jornada de trabalho e a inovação
tecnológica e/ou organizacional

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As fases da divisão do trabalho no
capitalismo
A subsunção formal do trabalho ao capital e
a divisão manufatureira do trabalho (o
trabalhador ainda exerce um trabalho
qualificado).

A subsunção real do trabalho ao capital e a


divisão do trabalho na fábrica e na grande
indústria (o trabalhador torna-se apêndice
das máquinas). 16
A composição orgânica do capital
 O Capital total (C) é formado por duas partes fundamentais:
- O Capital constante (cc) e
- O Capital variável (cv);
Fórmula do capital: C = cc + cv
A crescente acumulação capitalista leva a uma elevação da
composição orgânica do capital, elevando-se a participação da
parte constante em detrimento da parte variável. Ou seja,
acumula-se o “trabalho morto” e reduz-se o “trabalho vivo”.

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A acumulação primitiva e a formação
do capitalismo moderno
A formação da classe operária como um
processo de expropriação dos meios de
produção de camponeses e artesãos.

A formação dos capitalistas industriais e a


aplicação de excedentes de capital na
produção manufatureira e industrial. Papel
decisivo do Estado.

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Uma análise em termos de classes
sociais: importância e limites
O risco de reducionismo de uma análise em termos
de classes e a construção de outras formas de ação e
identidade (gênero, cor, etnia, geração, nacionalidade,
religião).
A importância de uma análise de classe em
sociedades capitalistas marcadas por fortes conflitos
distributivos. A importância de incorporar, na análise,
o papel do Estado nesses conflitos distributivos.
O marxismo como um paradigma do conflito em
torno das desigualdades sociais na produção e
apropriação de recursos materiais e simbólicos.
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