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4.

1 INTRODUÇÃO
 Marx: filosofo economista e ativista revolucionário, tem muita importância para os estudos organizacionais contemporâneos;
 Marx: identificou características que levaria o fim do capitalismo; denunciou o lado sombrio do capitalismo enfatizando os enormes custos humanos e
ambientais;
 Por um lado ideias marxistas perderam seus impulsos com o enfraquecimento do movimento trabalhista, a queda da União soviética e com a culminação das
lutas anti-colonialistas; por outro lado Ideias marxistas: novo impulso com a ascensão de movimentos da justiça global preocupação com os efeitos globais e
a estrutura financeira estável;
 O texto discute: a teoria básica de Marx, sua principal utilização em estudos da organização e seu diálogo com outras teorias;

4.2 MARXISMO: PRINCIPAIS IDEIAS


 Apoiado financeiramente por Engels;
 Em “A ideologia alemã”: Marx e Engels tem três ideias principais: 1) A ação humana é restrita e ativada por condições historicamente específicas;
teorização genérica trans-histórica é portanto uma fundação pobre para a ciência social, 2)As ideias que trabalhamos são condicionadas por nosso próprio
contexto histórico, 3) Devido ao fato das pessoas produzirem para viver, a esfera de produção é primária em relação à esfera de pensamento e cultura;

4.2.1 A estrutura de classe e a centralidade da luta de classes

 A estrutura mais básica da sociedade é seu modo de produção; são definidos por meios de produção e capacidades humanas de produção;
 Relações de produção definem a distribuição através de classes sociais;
 Europa: comunismo primitivo-> escravidão->feudalismo->capitalismo
 Escravisão: espaços grandes e fazendas, Feudalismo: escala pequena ferrmantas manuais, Capitalismo: exploração baseada em salário com firmas, industria
de larga escala;
 Quando as relações predominantes de produção não são mais capazes de assegurar o avanço futuro das forças de produção o conflito de classe se itensifica e
a velha estrutura de classe é eventualmente derrubada, permitindo emergir um novo modo de produção em que a produtividade humana pode desenvolver
adiante. Aqui questionar porque o capitalismo ainda não foi derrubado. Capitalismo é diferente porque as caracteristicas de suas relações de produção se
intensificam fortemente pressões para desenvolver as foças de produção- os modos antigos são menos dinâmicos tecnologicamente.
 Comunismo primitivo não tem estrutura de classes, pois não tem excedente para suportar uma classe não trabalhista;
 Luta de classes entre classe exploradora e classe explorada é o motor do avanço da força de trabalho;

4.2.2 A forma espcífica da exploração do capitalismo


 Capitalismo: Centralidade na produção da mercadoria “produzir mais pra vender do que usar”;
 Capitalismo emerge e a força de produção se torna um produto: Os trabalhadores trocam sua capacidade de trabalhar por um salário, como essa capacidade
criativa também fosse uma mercadoria;
 Para Marx: Oferta e demanda não determinam o preço da mercadoria (para ele salário é uma mercadoria), somente sua flutuação (Marx acreditava, também,
que apenas as relações entre a oferta e a demanda não esgotavam a questão. Elas explicavam as flutuações temporais no preço das mercadorias, mas não
a proporção em que as mercadorias efetivamente se trocavam entre si, o que é determinado pelo custo de produção.
 O Valor é determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário investido no trabalho,
 O poder do trabalho tem componente sociais históricos,
 Questionar se a relação é igual: A questão do tempo necessário para produzir a mercadoria é muito pouco, o resto do tempo é apropriado pelo empregador;
falar da mais-valia
 Crítica dos não marxistas sobre o termo exploração: falta de objetividade já que a própria teoria de Marx fala da que salários normalmente refletem o valor
da força de trabalho e uma vez que não seria possível um crescimento econômico sem que algum excedente fosse retido. Marx argumenta que entende a
necessidade desse excedente e fala que é exploração, pois os trabalhadores não tem controle sobre esse excedente.
 Caráter contraditório: Chamar essa relação salarial de 'exploração' captura bem seu caráter essencialmente conflituoso. Por um lado, sob pressão competitiva
nos mercados de produtos e financeiros, os empregadores são empurrados para aumentar o trabalho excedente, independentemente de suas preferências
pessoais. Por outro lado, os trabalhadores lutam para manter seus empregos, sua dignidade e seus níveis de salários. A exploração e o conflito de classes não
são, portanto, condições anormais criadas por distorções do processo de mercado: elas são uma característica fundamental da produção capitalista mesmo
em condições de concorrência hipoteticamente puras.
 Cooperação e conflito: os capitalistas precisam da cooperação para coordenar a divisão do trabalho;

4.2.3 O desenvolvimento da produção capitalista


 Duas estratégias para aumentar o excedente de trabalho: 1) Extensão e intensificação do dia de trabalho “valor excedente absoluto” e 2) Inovações
tecnológicas e organizacionais “Valor excedente relativo”
 Quando se estabelece o capitalismo: a tecnologia inalterada, exploração toma forma de aumentar o valor excedente ->subordinação formal do trabalho para
o capital;
 Capitalismo se consolida-> externalidades sociais negativas de horas extras e trabalho infantil-> novas leis e regulamentações, aumento do incentivo para
acelerar a inovação tecnológica, e consequentemente o valor excedente relativo se torna progressivamente mais importante,;
 Marx vê o desenvolvimento do capitalismo como um desdobramento de uma contradição real entre, por um lado, a inevitável tendência de que ele chama de
socialização das forças produtivas, e por outro a manutenção de uma estrutura cada vez mais obsoleta das relações de produção baseada em propriedade
privada dos meios de produção;
 Socialização das forças de produção: 3 níveis: 1) O maior domínio de cooperação em larga escala em organizações complexas, 2) Em nível global, a
socialização das forças produtivas significa que cada vez mais ramos de atividades se tornam especializados e diferenciados unidos em uma cada vez mais
interdependente economia global; 3) A socialização aparece em um nível individual, subjetivo: não mais um trabalhador individual, mas um trabalhador
efetivo. Desenvolvimento da produção tiram trabalhadores da idiotice rural. Oposto: o individuo social trabalhando tecnicamente que acessa e implanta
conhecimento científico.
 Forças da socialização das forças de produção são estimuladas pelas relações capitalistas de produção: competição e exploração, ao mesmo tempo limitam a
socialização.
 A substância da socialização toma uma forma que é explorativa e alienante;
 Eventualmente Marx prevê: nós iremos ver uma transformação socialista indiscriminada que estabelece a correspondência entre as forças de produção a um
novo e mais elevado nível entre propriedade de socialização e produção controlada e socializada
4.2.2.O impacto social da acumulação do capital e da produção da mercadoria

 O mercado mundial une a humanidade para uma enorme vantagem de produtividade nos liberando de um paroquialismo mesquinho-> Marx é extremamente
crítico ao lado sombrio desse processo;
 A inovação tecnológica por um lado traz bons serviços e produtos, mas tem um lado perigoso;
 Mercadorias tradicionais são varridas, no lugar de mercados locais, mercados globais;
 Paralelamente a uma tendência central de melhoria dos padrões médios de vida, o crescimento capitalista continuamente reproduz desemprego e pobreza;
 Rendimentos médios e condições de saúde melhoram, mas à custa de uma pobreza e miséria consideráveis.

4.2.5. Os limites do desevolvimento capitalista


 O capitalismo não é o fim da história. A medida que ele avança, avançam também as condições do socialismo e para uma mudança revolucionária do modo
de produção;
 Por um lado: o sistema perde legitimidade histórica
o Em o capital: Marx mostra que uma economia baseada na concorrência necessariamente experimentará crise,
o Tendência permanente a superprodução e a medida que os mercados se expandem, crises atravessam regiões,
o Produtividade moderna cresce-> cresce desigualdade, pobreza, crises periódicas- externalidades se tornam obscenas,
 Por outro lado:
o Fortalecimento da classe trabalhadora
o Exigência de uma força de trabalho instruída, comunicação ação coletiva, luta cotidiana ensina os trabalhadores a mobilizar: A sociologia marxista
recente prestou menos atenção aos efeitos positivos do desenvolvimento capitalista sobre as capacidades da classe trabalhadora;
4.2.6 O papel da política, da ideologia e da cultura na luta de classes e mudança social
 As ideias, a ação política e a cultura são importantes fatores causais tanto na reprodução quanto na transformação da sociedade; mas são secundárias em
relação aos efeitos das contradições estruturais características do modo de produção capitalista;
 A mudança revolucionária exigiria a mobilização política e ideológica da classe operária contra essa dominação; as contradições objetivas criadas no âmbito
da produção (a maturação das forças produtivas e a acentuação de sua contradição com as relações de produção prevalecentes), bem como os conflitos no
âmbito político e cultural, criam, em conjunto, circunstâncias mais ou menos propícias para essa mobilização.

4.3 REAFIRMANDO MARX


 Os estudos acadêmicos marxistas enfrentam dificuldades:
o Primeiro: muitos EO se baseiam em escolas de negócios, se a pesquisa tem valor enquanto maximização do lucro para os acionistas, a perspectiva
marxista pouco oferece;
o Desafios teóricos: céticos: Primeiro, os céticos se perguntam que credibilidade devemos conceder à teoria marxista quando as políticas que reivindicam
inspiração de Marx - notadamente a antiga União Soviética - parecem ter falhado.: a maioria dos marxistas na época da revolução bolchevique estava
cética sobre as perspectivas para o socialismo lá, dado que sua economia era tão atrasada;
o Segundo: falta de atividade revolucionária da classe trabalhadora: Marx nunca previu uma vida específica para o capitalismo. Embora seus escritos
políticos às vezes expressem otimismo entusiasmado por uma mudança iminente, sua teoria apenas prediz a forma do desenvolvimento do capitalismo e a
crescente probabilidade de sua superação - não se a superação do capitalismo é anos, décadas ou séculos afastados (Desai, 2002)
o Terceiro: o trabalho de Marx é focado na fábrica, os críticos podem se perguntar e o setor de serviços? Existem comentários sobre vendas e outros
servilos que abre uma investigação fecunda sobre venda e serviços, principalmente em capital. Outro ponto: Marx é relavante em uma época em que o
conhecimento parece substituir o trabalho e o capital como uma fonte de riqueza. Marx foi eloquente sobre a crescente centralidade do conhecimento
como um recurso produtivo. E a teoria marxista fornece idéias frutíferas para estudar os desafios enfrentados pelas empresas capitalistas para assegurar a
eficácia desses trabalhadores do conhecimento.
o Finalmente: os céticos freqüentemente atacam o marxismo por sua incapacidade de reconhecer o progresso real sob o capitalismo. Mesmo com avanços o
marxismo não os reconhece. Mas a erudição marxista é partidária: ela procura constantemente ressaltar os problemas do capitalismo e mostrar por que
esses problemas não podem ser resolvidos satisfatoriamente sem mudanças fundamentais na estrutura social. Esse partidarismo tende a cegar os marxistas
para os efeitos progressivos do desenvolvimento capitalista.
o Cair nessa armadilha polêmica é reduzir o marxismo apenas a luta de classes.
o Colocar o negócio do paleo
4.4 ESTUDOS ORGANIZACIONAIS MARXISTAS
4.4.1. Organizações:
 A pesquisa marxista sobre organizações centrou-se principalmente nos aspectos conflituosos da relação de trabalho, e as ramificações para a estrutura e
funcionamento das organizações. A característica distinta da abordagem marxista é atribuir a causa profunda deste conflito a exploração e não à dominação
pela autoridade, como argumentam escritores como Weber e Dahrendorf.
 Trabalho, competências e habilidades:
o Marx oferece uma poderosa teoria transistórica ("antropológica") da atividade humana em geral e da atividade produtiva em particular;
o No relato de Marx, a atividade humana é distintiva em sua dependência de ferramentas, tanto concretas quanto simbólicas;
o A atividade produtiva distingue-se ainda mais seu caráter coletivo, de modo que a relação do indivíduo com o objeto de atividade é mediada pela relação
desse indivíduo com a coletividade;
o Sociedades pré-capitalistas: conhecimento prático era profundamente local, aprendizado com fazendeiro ou artesão; Sob condições capitalistas
avançadas, a habilidade requer a internalização um universo muito maior de conhecimento acumulado; mas este conhecimento tornou-se cada vez mais
explícito e menos exclusivamente tácito; As habilidades são portanto, não mais formados pelo aprendizado íntimo, mas por processos de formação de
habilidades mais rigorosamente gerenciados;
o Por um lado, como argumentam os neomarxistas, a real subordinação do trabalho ao capital leva ao estreitamento das competências dos artesãos; por
outro lado, como argumentam os paleo-marxistas, as habilidades são aprofundadas e socializadas neste processo. Inovação é similariaamente socializada;
 Exploração e controle
o O controle é central na teoria marxista dado o papel chave da exploração e do conflito;
o Braverman (1974): inaugurou pesquisas marxistas sobre controle, para ele Taylor é apóstolo da subordinação do trabalho para o capital; retrata
desregulamentação e exploração do trabalho no século XX; Tecnologia e técnicas de organização são utilizadas como ferramentas de controle e
exploração dos trabalhadores;
o Críticas: As críticas: Neomarxistas se concentram em restaurar a centralidade da luta de classes em curso contra os esforços de controle; ressaltam que
Braverman ignora os direitos dos trabalhadores, a resistência; outros críticos: os relatos de Braverman ignoram outros fatores: gênero, raça, Paleo-
Marxistas: Baseiam-se no argumento de Hyman (1987) de que a administração está presa entre imperativos contraditórios - precisando de trabalhadores
que sejam simultaneamente "confiáveis" e "descartáveis" (ver também Cressey e MacInnes, 1980). Uma tendência de aprimoramento de habilidades de
longo prazo na força de trabalho como um todo, confirma que o capitalismo continuou sua missão histórica de socializar as forças de produção
(subjetivas).
 Tecnologia:
o os neomarxistas insistem que as escolhas tecnológicas fortalecem a exploração e o controle capitalistas
o Diagnóstico marxista: Duas maneiras: Em primeiro lugar, às vezes se argumenta que a implementação da tecnologia e seus efeitos sobre a estrutura social
são socialmente determinados: a tecnologia é tipicamente flexível o suficiente para garantir que as opções de implementação dominadas pelo capitalismo
efetivamente melhorem essa dominação de classe.
Em segundo lugar, o projeto tecnológico em si pode ser visto como moldado principalmente pelas forças sociais dominantes (Mackenzie e Wajcman,
1985: Noble, 1984): no limite alguns neomarxistas argumentam que a tecnologia é apenas a condensação material das relações prevalecentes de
produção.
o Ambas as variantes do marxismo argumentam que o sistema capitalista investe em algumas tecnologias que seriam socialmente úteis, mas não lucrativas
para empresas privadas e sobre-investe em outras tecnologias que impulsionam os lucros privados, mas são socialmente prejudiciais.
 Ideologia:
o Para marxistas, ponto-chave de controle, instrumento de lutas de classes;
o Burawoy (1982, 1985) amplia o entendimento tradicional da ideologia como um fenômeno de nível social ao nível organizacional, explorando os
mecanismos que reforçam o controle de classe dentro da empresa;
o Uma importante literatura inspirada no marxismo critica os esforços corporativos para usar ideologias de participação e trabalho em equipe para minar a
solidariedade dos trabalhadores e a organização sindical;
o A abordagem paleo-marxista modifica a crítica, argumentando que práticas como trabalho em equipe, participação e trabalho emocional têm um caráter
dual, porque também representam um verdadeiro avanço nas forças produtivas, na medida em que os trabalhadores aprendem a desenvolver uma gama
mais ampla de suas capacidades pessoais de produção e aprendem a dominar as dimensões sócio-interacionais e emocionais no trabalho (por exemplo,
Lopez 2006).
 Respostas/reação dos trabalhadores:
o Estudos marxistas têm se dedicado as respostas dos trabalhadores; três principais: alienação, consentimento e resistência;
o Em grande parte desta literatura, a alienação não é fortemente ligada à teoria marxista, ignorando o ponto de Marx de que sentimentos subjetivos da
alienação são a contrapartida inevitável da alienação objetiva dos trabalhadores, expressando a estrutura das relações de produção que privam os
trabalhadores de controle sobre as finalidades e os meios de trabalho (Jermier 1985). A alienação pode ser: perda de autonomia individual na organização
de larga escala de qualquer espécie, ou pode ser o resultado de uma relação interpessoal desconsiderada estilo de supervisão gerencial, ou pode ser uma
característica intrínseca de qualquer tipo do trabalho instrumental como distinto da atividade livre.
o Burawoy (1982) argumenta que o consentimento é criado por enganar os trabalhadores em atividades -"jogos" - que encorajam o esforço de trabalho
(protegendo o trabalho excedente) enquanto camuflam a exploração subjacente (obscurecendo, mistificando o trabalho excedente). Ele identifica três
formas desses jogos: 1) no chão de fábrica o trabalho por peça, 2) nas carreiras: promessa de promoção cria competição entre trabalhadores, 3) na
negociação coletiva os empregados tem a ilusão de poder de negociação. Burawoy usa o conceito de hegemonia de Gramsci para explicar como o
consentimento (ação ou feito de concordar, consentir) não é nem legitimidade nem aceitação. É tipicamente uma mistura de aquiescência, Ideologia
internalizada e coerção.
o Os críticos neomarxistas de Burawoy salientam que esses jogos promovem vantagem material real dos trabalhadores (Clawson e Fantasia, 1983;
Gottfried 2001). Por outro lado, Paleo-marxistas estão preocupados que Burawoy exagere a importância de "Obscurecimento" da mais-valia.
o Resistência: ponto de partida de pesquisas são a natureza coletiva do processo de trabalho moderno; Fantasia (1995), por exemplo, mostra que as greves
selvagens são mais comuns onde o processo de trabalho exige que os trabalhadores coordenem de perto, em um momento-a-momento, e onde, como
resultado, gera forte solidariedade entre grupos de trabalho. A resistência nestas condições não é uma questão de indivíduos que lutam pelo
"reconhecimento" pessoal ou pela "autonomia" (Mumby 2005). No entanto a resistência não assume necessariamente a forma revolucionária.
o Os sindicatos não são, evidentemente, o único veículo possível de resistência.
o Os trabalhadores afirmam a necessidade de dignidade com uma mistura de comportamentos de resistência, cidadania organizacional, sistemas de
significado independentes e relações de grupo.
4.4.2.Além da Organização:
 Sobre esse aspecto existem algumas semelhanças dos marxistas em relação a ecologia populacional, neo-institucionalismo e teoria da dependência de
recursos, que destacam as forças sociais que atuam sobre e atravês das organizações. O marxismo é diferente ao destacar a forma como o ambiente e a
organização são estruturados por relações de classe e conflito.
 Corporações e relações inter-corporativas:
o Estudos centrados na organização vem esses laços inter-corporativos como fruto da racionalidade instrumental das empresas, os marxistas vêm como a
estrutura faccional interna da classe capitalista. Como tal, são os meios que a classe capitalista alcança a ação coletiva, ainda que esta conquista seja
muitas vezes minado por rivalidades competitivas (Useem, 1982)
 Redes de produção:
o Embora alguns desses trabalhos tenham tido raízes marxistas (ver Raikes, Jensen e Ponte 2000), as abordagens de outros estudiosos são explicitamente
anti-marxistas, ao argumentar que o prognóstico de Marx de crescente centralização e concentração de capital é desmentido pela vitalidade contínua e
suposto ressurgimento de redes de pequenas empresas
o Em contraste, os neomarxistas apontam para a dominação dessas redes por grandes empresas (Harrison, 1994, Sacchetti e Sugden, 2003) e a forma como
suas decisões de compra para afirmar o poder sobre as empresas "parceiras" e seus próprios empregados (Grimshaw e Rubery, 2005). A visão paleo
destaca a progressiva socialização da produção implicada pela criação de redes mais densas de laços inter-firmes; exemplo do walmart
 Imperialismo/globalização:
o Hymer (1979) argumentou que, como previra Marx, as empresas servem como os vetores da expansão imperialista, e no processo essas corporações
multinacionais cresceria em escala e escopo.
o Os neomarxistas são céticos em relação a qualquer perspectiva que ignore o profundo poder e assimetria de riqueza que persistem e as novas que o
capitalismo engendra, paleo-marxistas compartilham este ceticismo, mas são sensíveis à progressiva socialização impulsionada por essas empresas
multinacionais - os benefícios de alargamento dos quadros cognitivos habituais das pessoas, as consideráveis oportunidades para o avanço das mulheres,
e a oportunidade sem precedentes de exercer pressão e controles regulatórios.
o Pesquisas sobre a queda da hegemonia dos EUA, base econômica da produção para financeira- Marx chamou de capital financeiro.
 Capitalismo e meio ambiente:
o Estudos sobre capitalismo e degradação ambiental, o insight marxista essencial é que um sistema baseado na acumulação de capital não tem mecanismos
internos de autocontrole que possam assegurar uma interação metabólica sustentável entre os seres humanos e a Terra;
o Uma estrutura econômica baseada na propriedade privada relega as preocupações ambientais ao status de externalidades, de modo que somente a
intervenção do governo poderia restaurar o equilíbrio. No entanto o governo é a favor dos capitalistas,
o Enquanto as ameaças ambientais são apenas localizadas, esta deficiência constitucional do capitalismo é tolerável, mas como essas ameaças multiplicam,
o capitalismo põe em perigo o planeta inteiro e torna-se cada vez mais óbvio que nossa sobrevivência depende de substituir o capitalismo por um modo
de produção mais evoluído.
 Alternativas ao capitalismo:
o A teoria marxista tem uma relação ambígua com os esforços para especificar alternativas ao capitalismo. Por um lado, a análise de Marx do capitalismo
em comparação com o feudalismo e outros modos de produção sugere algumas características específicas da futura forma superior da sociedade. Estes
incluem a subordinação do mercado a algum tipo de planejamento democrático nos níveis nacional e regional e a subordinação da burocracia corporativa
a algum tipo de governança democrática no nível da empresa. Lembrei do que a Renata falou de que ele não fala como será; Marx argumentou que os
esforços para prever os detalhes de tal forma de sociedade eram fúteis (já que esses detalhes teriam que ser inventados através da experimentação) e uma
distração (uma vez que a mobilização revolucionária provavelmente tem mais a ver com a raiva no passado e injustiças do que entusiasmo por isso ou
aquilo modelo para o futuro).
o Marx reconheceu, no entanto, o interesse de experiências em cooperativas, e estudos marxistas de cooperativas deram ricos conhecimentos sobre as
possibilidades de uma forma de organização Radicalmente superior à relação salarial (Jossa 2005, Rothschild e Russell 1986, Rothschild-Whitt 1979,
Warhurst 1998).
4.5 MARXISMO E DIÁLOGO COM OUTRAS ABORDAGENS:
 Críticas ao marxismo são: mais estáticas do que dinâmicas, mais funcionalistas do que dialéticas, privilegiam o conflito como patológico, eles pegam como
unidade de análise de indivíduos, grupos ou organizações, e abstraem de classe.
 Weber: rejeitou o materialismo do marxismo; mas as duas tradições se juntam na crítica da estrutura de dominação do capitalismo, sua irracionalidade
substantiva e a alienação implícita pela regra da racionalidade formal (ver, por exemplo, Thompson e McHugh, 2002: 370-4).
 Durkheim: O trabalho anterior de Durkheim sobre a divisão do trabalho tem importantes convergências com Marx sobre a socialização como
interdependência (veja Cleghorn, 1987, Giddens, 1976, Lukes, 1973, Stone, 1952). Seu trabalho posterior rejeita o materialismo de Marx, e os marxistas
argumentam que o fluxo de pesquisa resultante proporciona muito mais peso causal autônomo a valores, normas, ideias e lógicas desencarnados.
 Pragmatismo: O pragmatismo tem estreitas afinidades com a concepção de Marx da prática como uma transação mediada por instrumentos com o mundo
externo. A principal diferença é que o pragmatismo não tem nenhuma teoria do contexto social mais amplo. À medida que o pragmatismo se transformou
em interacionismo simbólico, seus proponentes apresentaram cada vez mais essa falta como uma virtude, e o diálogo com o marxismo tornou-se mais tenso.
 Muitas feministas, estudantes de raça e etnia e outros sociólogos que estudam organizações empiricamente acham que as identidades e os projetos são mais
poderosos do que a estrutura de classe para explicar a mudança nesse nível de análise. Eles são certamente corretos para criticar doutrinários marxistas que
se recusam a conceder dimensões não-classe de estrutura social qualquer relevância; Mas isso deixa inteiramente aberta a questão do lugar dessas últimas
dimensões na expansão mais ampla e de longo prazo da história.
 Do ponto de vista marxista, o mais importante destes têm sido em torno da "teoria do ponto de vista" (ver Anderson 2003, Harding 2004). A teoria do ponto
de vista generaliza um argumento inicialmente avançado por Marx e mais tarde elaborado por Lukács (1971), de que toda a teoria social adota
implicitamente um ponto de vista social e que nossas teorias serão mais profundas e mais úteis para um projeto emancipatório se como teóricos adotarmos o
ponto de vista Do subalterno (Adler e Jermier, 2005).
4.6 PARA MUDAR O MUNDO:
 O marxismo formula uma crítica particularmente acentuada sobre os objetivos de muitas pesquisas da organização dominante para informar a ação da
administração ao serviço da riqueza dos acionistas. Tal ponto de partida leva os pesquisadores a ignorar, minimizar ou distorcer as preocupações dos
funcionários ou da sociedade em geral (Nord, 1977).
 Pesquisas com neutralidade de valor podem ser autodestrutivas: Os marxistas argumentam que é mais produtivo assumir uma posição a favor da
emancipação dos oprimidos e, em seguida, trabalhar para assegurar que sua pesquisa seja tão rigorosa e objetiva quanto possível (Adler e Jermier,
2005;Stephens, 1994).
 Estudos organizacionais marxistas futuros: com o desenvolvimento de novos movimentos de oposição, as oportunidades para esse engajamento parecem se
multiplicar.

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