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Sociologia 1 ano.

CRÍTICA AO CAPITALISMO

Para Marx, as condições econômicas e a luta de classes são agentes transformadores da sociedade.

A classe dominante nunca deseja que a situação mude, pois se encontra em uma situação muito confortável. Já os
desfavorecidos têm que brigar pelos seus direitos e esta luta é que moveria a História, segundo Marx.

Marx pensava que o triunfo do proletariado faria surgir uma sociedade sem classes. Isto seria alcançado pela união da
classe trabalhadora organizada em torno de um partido revolucionário.

Também apontou para a “mais valia” quando explica que o lucro do patrão é obtido a partir da exploração da mão de
obra do trabalhador.

CONCEITO DE MAIS_ VALIA

Para a economia política marxista, o valor do trabalho e o salário recebido pelo trabalhador significa desigualdade. Ou
seja, o esforço do trabalhador não é convertido em valores monetários reais, o que desvaloriza seu trabalho.

Em outros termos, a mais valia significa a diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador.
É, portanto, a base de exploração do sistema capitalista sobre o trabalhador.

Note que, muitas vezes, o termo é utilizado com sinônimo de “lucro”. O lucro do sistema capitalista é gerado pela relação
existente entre a mais-valia e o capital variável, ou seja, os salários dos trabalhadores.

O sistema de mais-valia, explicado por Marx, é baseado na exploração do sistema capitalista, onde o trabalho e o produto
produzido pelos trabalhadores é transformado em mercadoria com o intuito do lucro. Assim, os trabalhadores acabam
recebendo um valor inferior que não condiz com o trabalho realizado.

TIPOS DE MAIS-VALIA

Há dois tipos de mais valia:

• Mais-Valia Absoluta: nesse caso, o operário realiza o trabalho em determinado tempo que, se fosse calculado
em valor monetário, resultaria na desigualdade entre o trabalho e o salário. Ou seja, o lucro surge com a
intensificação do trabalho pelo aumento de horas na jornada laboral.

• Mais-Valia Relativa: nesse caso, a mais valia é aplicada através do uso da tecnologia, por exemplo, aumentar
o número de máquinas numa fábrica, no entanto, sem aumentar o salário dos trabalhadores. Assim, a produção
e o lucro aumentam ao mesmo tempo que os números de trabalhadores e o salário permanecem igual.

De tal modo, a classe detentora dos meios de produção - a burguesia - enriquece ao acumular riquezas, às custas da
força de trabalho proveniente da classe operária. Esse movimento leva ao aumento das desigualdades sociais.

• LUTA DE CLASSES: BURGUESIA X CLASSE OPERÁRIA

Para Marx, toda a história humana se desenvolveu assim: uma luta entre dominantes e dominados, que é a força
impulsionadora da mudança. O antagonismo de comerciantes burgueses e a aristocracia feudal gerou um novo modelo
econômico-social: o capitalismo. E este também seria removido e substituído por outro modelo por meio da oposição
entre a burguesia, que agora assumira o posto dominante, e o grupo de dominados, formado pelos trabalhadores
operários por ela explorados.

A luta de classes no capitalismo se dá entre duas classes sociais identificadas por Marx como burguesia, que é a
detentora dos meios de produzir riqueza, e a classe operária, formada pelo numeroso grupo de trabalhadores que não
possuem meios próprios de subsistência e, por isso, vendem sua força de trabalho. Nesse modelo econômico, em que
uns poucos são donos dos meios de produção, sejam eles industriais, fundiários, sejam comerciais ou financeiros, e
a grande maioria vende a sua disposição de trabalhar, isto é, seu tempo e suas habilidades, ocorre um rompimento
no ciclo de identificação entre produtor e produto, denominado por Marx como alienação.

• MAIS-VALIA E IDEOLOGIA

A produção é fragmentada e mecanizada, de modo que o trabalhador assalariado não reconhece a sua contribuição
no resultado final. Além disso, o valor agregado ao trabalho por sua intervenção não retorna para ele em forma de
participação nos lucros, pois seu salário é pré-fixado, e a riqueza gerada fica concentrada nas mãos do capitalista
que o contratou. A esse processo Marx chamou de mais-valia. O trabalhador não recebe um valor equivalente ao seu
esforço e à importância de sua participação na geração daquela riqueza.

E como uma situação de exploração tão evidente é legitimada? Aqui entra o conceito marxista de ideologia. Para Marx,
a ideologia é a falsa consciência. Ela é um falseamento da realidade produzido pela burguesia para enganar o
proletariado, sendo amplamente disseminada pelos meios de educação e informação de modo que a ideologia dominante
pareça ser a única opção. Para Marx, as instituições burguesas são aliadas de peso nesse processo, principalmente
o Estado, que para ele é um gestor das demandas da burguesia e um guardião da propriedade privada.

• INFRAESTRUTURA X SUPERESTRUTURA

A estrutura social da sociedade capitalista, para Marx, é dividida em superestrutura e infraestrutura. A infraestrutura é
composta pelas forças produtivas, é a base econômica onde ocorrem as relações de trabalho. A superestrutura é a
base jurídico-política e a base de produção e disseminação da ideologia burguesa, composta pelo Estado, religião, meios
de comunicação, cultura.

• CONSCIÊNCIA DE CLASSE

Marx, ao contrário de outros filósofos de seu tempo, tinha como cerne de sua filosofia a ação. Ele buscava unir teoria
e prática numa ação consciente que modificasse a realidade: a práxis. Portanto, para ele, a superação das perversidades
de miséria, exploração e pobreza geradas pelo capitalismo seria realizada quando os trabalhadores se organizassem
politicamente para mudar esse estado de coisas. Para que isso ocorresse, era necessário que eles desenvolvessem
uma consciência de classe, que não viesse de fora, pois assim seria adulterada pela burguesia, mas que fosse
produzida por eles, uma consciência de si em que as dificuldades comuns fossem identificadas e os interesses comuns
fossem delineados. Assim, sabendo sua própria condição e idealizando o modelo social que os satisfaria, poderiam se
organizar e tornar realidade o seu desejo de mudança.

Marx delimitou o seu modelo ideal de organização econômica e social: o comunismo, uma sociedade sem classes
e sem Estado na qual pessoas livres pudessem realizar várias atividades sem se prender a nenhuma delas. O caminho
por ele proposto para construir essa sociedade seria a revolução do proletariado, que, a partir da tomada de
consciência de classe, organização e reivindicação, tomaria o poder político e instituiria o socialismo, isto é,
a socialização dos meios de produção mediada pelo Estado como um período de transição até que a produção e
distribuição econômica estivessem equitativas o suficiente a ponto de o próprio Estado não ser mais necessário. Então
se consolidaria o comunismo, em que a sociedade regularia a produção sem impor uma atividade fixa a ninguém e
cada trabalhador usufruiria do seu trabalho sem desapossar a outrem ou limitar a si mesmo.

Nas palavras de Marx, o homem livre poderia|1|:

“Caçar de manhã, pescar à tarde, pastorear à noite e fazer crítica depois da refeição (...) sem por isso me tornar
exclusivamente caçador, pescador ou crítico”.

Para Marx, o modelo capitalista possuía contradições inerentes que acabariam por derrubá-lo. As relações sociais
desenvolvidas no capitalismo teriam como resultado a revolução socialista.

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