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Auditoria em OPME

Jacqueline Barbosa da Silva


Enfermeira Assistencial do HULW/EBSERH
Coordenadora da Comissão de Pele do HULW
Rhazis – 965
“Se podes curar com dietas, evita remédios; se podes curar
com remédios simples, evita os complexos”.
Saúde nos dias atuais

1. Avanço tecnológico aumenta a utilização de OPMEs;


2. Aumento na expectativa de vida da população
aumenta a utilização de OPMEs;
3. População idosa cresce 3vezes mais que a população
adulta;
4. Estima-se para 2025: Brasil em 6º lugar entre os
países mais populosos em idosos,15% da população
estará acima dos 60 anos;
Saúde nos dias atuais

5 . Usuários acima de 50 anos tem plano de saúde complementar;


6 . Programas efetivos de prevenção de doenças e promoção da
Saúde ainda não desenvolvidos pelas Operadoras de Planos de
Saúde;
7 . Planos de saúde sem interferência de ações Judiciais
(Judicialização da Saúde);
8 . Clientes cada vez mais conscientizados, exigindo próteses
importantes, muitas vezes por indução médica;
Setor de OPME
Setor de OPME

 OPME Segundo a Associação Médica Brasileira, pode-se conceituar OPME (órteses,


próteses e materiais especiais) da seguinte forma: (O) Órtese: São dispositivos permanentes
ou transitórios, incluindo materiais de osteossíntese, que auxiliam a função de um membro,
órgão ou tecido ou possibilitam alcançar um objetivo funcional. (P) Prótese: São
dispositivos permanentes ou transitórios destinados a substituir total ou parcialmente
estruturas anatômicas (membro, órgão ou tecido) e realizar suas funções. (ME) Materiais
Especiais: Materiais que auxiliam no procedimento diagnóstico ou terapêutico,
implantáveis ou não, de uso único.
 OPME também chamado de materiais de alto custo, que hoje representam os produtos da
área médica que vem gerando maior impacto econômico nas contas hospitalares
(OLIVEIRA, 2009).
Setor de OPME
 Segundo MARQUIS (1999), os custos crescentes e recursos escassos têm afetado todos os
prestadores de serviço de saúde. Esse crescimento está relacionado a uma série de fatores,
tais como: novas tecnologias, o aumento da expectativa de vida da população, a escassez
de mão de obra qualificada, falta de conhecimento administrativo dos profissionais de
saúde, a falta de sistema de controle de custos, entre outros. SILVA e colaboradores (1990)
acrescentam que o surgimento de novas tecnologias é universal e que apesar de eficientes,
contribuem significativamente para o aumento dos custos. No Brasil, assim como em
outros países, o crescimento de gastos com a saúde é elevado, porém as restrições
orçamentárias aumentam cada vez mais. Sendo assim, é fundamental a implantação de um
sistema de gerenciamento de custos e com a participação dos profissionais de saúde.
 BRETON (2010) destaca que os dispositivos médicos (OPME) são uma das áreas mais
complexas e incompreendidas do mundo da saúde. Portanto, as negociações de OPME se
fazem necessárias devido à grande variação de valores destes produtos no mercado e
assumem papel preponderante na balança das contas hospitalares, (MOURA, 2008).
Através destas negociações obtêm-se resultados financeiros bastante significativos para o
serviço, que pode ser o hospital ou a operadora de plano de saúde, preservando sempre a
qualidade do produto e melhor atendimento das necessidades do paciente.
Setor de OPME

 Estima-se que existam pelo menos oito mil tipos de dispositivos médicos disponíveis para
uso, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). DMI’s são
dispositivos ou tecidos inseridos dentro do corpo ou sob a pele.
 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária propõe este conceito para o termo
DMI: “Qualquer produto médico projetado para ser totalmente introduzido no corpo
humano ou para substituir uma superfície epitelial ou ocular, por meio de intervenção
cirúrgica, e destinado a permanecer no local após a intervenção. Também é considerado
um produto médico implantável, qualquer produto médico destinado a ser parcialmente
introduzido no corpo humano por meio de intervenção cirúrgica e permanecer após esta
intervenção por longo prazo”. Fonte: RDC nº 185, de 22 de outubro de 2001 (norma geral
para registro na Anvisa).
Setor de OPME
 As equipes de OPME precisam estar atualizadas quanto à negociação com as empresas
fornecedoras, verificando a racionalidade da utilização de OPME, além de controlar o
custo e a qualidade dos produtos. É essencial que os profissionais envolvidos no ramo de
OPME tenham o mínimo de conhecimento de mercado para que aja sucesso nos resultados.
 Dentre as atividades rotineiras estão: cadastro de estoque, organização das requisições para
planejamento das compras, controle do custo através de planilhas comparativas, realização
e envio de cotações para os fornecedores e análise da melhor cotação do produto por
fornecedor. Algo que necessita de avaliação constante é a padronização de OPME,
identificando aqueles materiais que, embora com nomenclaturas distintas possuam a
mesma finalidade e efetividade.
 Outra prática que proporciona grandes resultados é a utilização de protocolos de
procedimentos e materiais, que contemplam os itens por códigos conforme o que é
padronizado hoje no país pelos órgãos competentes.
Auditoria em Procedimentos com uso de OPME

Destaque
•O ganho de saúde – redução da
morbidade e mortalidade;
• Proporcionar ampla disponibilidade de
recurso para todos os indivíduos que a
Necessitam
• Custo desta tecnologia seja justificada
pelo ganho de saúde – custo-efetividade
Pontos importantes nas OPMEs - Prestador

.Verificar as especialidades que utilizam OPME em


seus diversos procedimentos;

. Estudar o perfil de cada cirurgia realizada e a


quantidade média de OPME utilizada e seu preço
em pelo menos 03 fornecedores;

. Preparar planilha de negociação


Contendo a quantidade média de OPME utilizado
por tipo de cirurgia;

. Listar as equipes que realizam procedimentos com


OPME, seguindo os protocolos pré-estabelecidos
Auditoria em Procedimentos com uso de OPME

O auditor deve:

- Conhecer os procedimentos que está avaliando;


- Atualizar-se em relação às novas tecnologias;
- Conhecer as empresas que fornecem materiais de
alto custo;
- Avaliar cada caso individualmente, discutir com
outros Auditores para troca de experiências
Auditoria em Procedimentos com uso de OPME

Como
NEGOCIAR??
Auditoria em Procedimentos com uso de OPME
Como Negociar??

- Conhecer os aspectos principais de cada


procedimento em cada prestador para avaliar
resultados positivos;
- Preparar planilhas de acompanhamento de custos
dos pacientes, verificando os melhores resultados
após a realização das cirurgias;
- Acompanhar os pacientes que realizaram as cirurgias
para verificar evolução do tratamento;
- Avaliar equipes com melhores estatísticas de
acompanhamento;
- Negociar valores compatíveis para que não haja
prejuízo na negociação ;
- Verificar as equipes multidisciplinares atuantes no
mercado;
Auditoria em Procedimentos com uso de OPME
Negociando......

- Identificar o mercado fornecedor de OPMEs;


- Cadastrar os fornecedores de OPMEs, segundo
normas da ANVISA;
- Analisar minuciosamente os valores, levando em
consideração: região, hospital, operadora e fornecedor;
- Garantir a qualidade no fornecimento de OPMEs;
- Avaliar as intermediações destes produtos, por médicos
responsáveis pelos procedimentos;
- Diminuir o custo e diminuir a sinistralidade nos contratos;
- Proporcionar benefícios aos clientes, reduzindo os custos
assistenciais;
- Negociar diretamente com os fornecedores e hospitais;
- Utilizar como parâmetros a “Tabela de Compatibilidade
de OPME “ do SIH-SUS.
Qual a equipe ideal para desenvolver a atividade,
acompanhamento e liberação de OPME???

- Equipe Multidisciplinar sob uma coordenação


Administrativa;
- Consultores médicos (nas várias especialidades);
- Enfermeira auditora;
- Analistas de custos;
- Auditoria envolvida com os procedimentos;

Uma Equipe bem estruturada consegue-se diminuir a sinistralidade dos


Contratos, redução do custo assistencial de maneira significativa.
Referências
 BOSCO.Silvana Aparecida Bizo et Al., Resultados Financeiros de Negociações em OPME, em
operadora de Planos de Saúde, disponível em: http://www.corenpr.org.br/artigos/silvana_ opme.pdf;
 CUNHA, Amarildo. Entenda a Gestão de OPME dentro do Hospital. 2013. Disponível
em:http://www.hmdoctors.com/index.php/2013/08/gestao-de-materiais-especiais-em-uma-
instituicaohospitalar/.
 Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976.
 Instrução Normativa nº 205, 8 de abril de 1988.
 RDC nº59 – Anvisa, de 27 de junho de 2000, que determina a todos os fornecedores de produtos
médicos o cumprimento dos requisitos estabelecidos pelas Boas Práticas de Fabricação de Produtos
Médicos.
 RDC Nº 185 – Anvisa, de 22/10/2001, norma geral para registro de produtos médicos implantáveis;
 Lei nº 10.520, de 10 de julho de 2002.
 Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005.Lei nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
 Portaria SAS/MS nº 793, de 24 de abril de 2012, que institui a Rede de Cuidados à Pessoa com
Deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde.
 Portaria SAS/MS nº 835, de 25 de abril de 2012, que institui incentivos financeiros de investimento e
de custeio para o Componente Atenção Especializada da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência
no âmbito do Sistema Único de Saúde.
 Portaria SAS/MS nº 1.272, de 25 de junho de 2013, que inclui Procedimentos de Cadeiras de Rodas e
Adaptação Postural em Cadeira de Rodas na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses,
Próteses e Materiais Especiais (OPM) do Sistema Único de Saúde.
 Portaria SAS/MS nº 971, de 13 de setembro de 2012, que adequa o Sistema de Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde e inclui Procedimentos de Manutenção e Adaptação de Órteses, Próteses e
Materiais Especiais da Tabela de Procedimentos do SUS.
 Portaria SAS/MS nº 2.723, de 9 de dezembro de 2014, que inclui os procedimentos na Tabela de
Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPM) do Sistema Único de
Saúde.

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