Você está na página 1de 6

O QUE É O MATERIALISMO HISTÓRICO:

O materialismo histórico é uma abordagem teórica desenvolvida pelo filósofo alemão Karl Marx e
pelo coautor Friedrich Engels, que descreve como as relações sociais e econômicas moldam a
história humana.

De acordo com o materialismo histórico, as condições materiais de produção, como a forma como
as necessidades básicas são atendidas e a organização da produção econômica, são fundamentais
para entender a organização social, política e cultural de uma sociedade em determinado momento
histórico.

A centralidade das relações de produção e das classes sociais na teoria marxista é um dos principais
pontos do materialismo histórico. Marx argumenta que a luta de classes é uma força motriz na
história humana, com conflitos surgindo devido aos interesses em competição entre os que possuem
os meios de produção (a burguesia) e os que vendem sua força de trabalho para sustentar a si
mesmos (o proletariado).

O materialismo histórico também enfatiza a importância do poder e da ideologia na manutenção de


uma determinada ordem social. Marx argumenta que a classe dominante, por meio do controle dos
meios de produção, possui influência sobre o sistema político e cultural para promover seus
interesses em detrimento das classes trabalhadoras.

Em resumo, o materialismo histórico é uma teoria que analisa a história humana a partir de uma
perspetiva materialista, destacando o papel das forças sociais e econômicas na formação das
sociedades e na condução das mudanças históricas.

O materialismo histórico também enfatiza a importância do poder e da ideologia na manutenção de


uma determinada ordem social. Marx argumenta que a classe dominante, por meio do controle dos
meios de produção, possui influência sobre o sistema político e cultural para promover seus
interesses em detrimento das classes trabalhadoras.

(os homens se organizam na sociedade para a produção e a reprodução da vida) e o caráter


histórico (como eles vêm se organizando através de sua história)

COMO COMEÇOU O MATERIALISMO HISTORICO?

A teoria do materialismo histórico foi elaborada por Karl Marx e Friedrich Engels durante o período
de 1818 a 1883.

O materialismo surgiu justamente como uma contraposição ao idealismo.

Pois, enquanto o primeiro afirma que a matéria forma a realidade em que vivemos, o segundo crê
que a realidade é modelada pelas ideias.

O materialismo histórico segue a mesma premissa materialista: o sujeito social está condicionado a
sua condição material, ou seja, não são as ideias ou a sua consciência que determinam o seu ser,
mas sua situação material que define sua consciência.
Da mesma forma, o modo de produção econômico determina o desenvolvimento sociocultural e
histórico de uma sociedade.

O que Marx e Engels notaram foi que essa classe social se tornou mais forte e dominante,
controlando todo o poder político e econômico e os meios de produção.

Os filósofos também identificaram que do outro lado da moeda estava a classe proletária, que
vendia sua força de trabalho para garantir a sobrevivência.

Desse modo, o materialismo histórico se propõe a buscar a origem e questionar essa relação
desigual e impulsionar a tomada de consciência de classe trabalhadora.

COMO O MATERIALISMO HISTORICO PODE SER COMPREENDIDO?

O materialismo histórico é uma teoria marxista que defende a ideia de que a evolução e a
organização da sociedade, ao longo da história, ocorrem de acordo com a sua capacidade de
produção e com suas relações sociais de produtividade.

QUAIS IDEIAS O MATERIALISMO DEFENDE?

admite a origem e a existência humana a partir de uma condição concreta: a matéria. É uma
corrente que acredita nas circunstâncias concretas e materiais como principal meio de explicação da
realidade e seus fenômenos sociais, históricos e mentais.

KARL MARX (COMO COMEÇOU)

Karl Marx foi um filósofo, sociólogo, economista, historiador e revolucionário alemão que viveu de
1818 a 1883. Ele é mais conhecido por ser o fundador do pensamento marxista e pelo seu papel na
criação do socialismo científico. Marx escreveu várias obras importantes, incluindo "O Manifesto
Comunista" e "O Capital", nas quais ele defende a ideia de que o capitalismo é uma sociedade
exploradora e opressiva que deve ser substituída por uma sociedade socialista. Sua teoria afirma que
a luta de classes é o motor da história e que o proletariado, a classe trabalhadora, tem o potencial
de derrubar a classe dos capitalistas e estabelecer uma sociedade justa e igualitária.

A desigualdade entre as classes sociais se tornou notória e isso teve forte impacto na vida social,
política e espiritual desse período. Desta maneira, surgiram várias correntes de pensamento que
buscavam explicar a origem das diferenças sociais.

PRINCIPAIS IDEIAS:

1. Materialismo histórico: Marx acreditava que a história humana é impulsionada principalmente por
forças econômicas, e que as relações de produção são a base da estrutura social.

2. Luta de classes: Marx viu a sociedade como dividida em duas classes principais - a burguesia
capitalista, que controla os meios de produção, e o proletariado, que vende sua força de trabalho.
Ele acreditava que a luta entre essas classes era inevitável e levaria eventualmente à revolução.
3. Mais-valia: Marx argumentou que os capitalistas exploram os trabalhadores ao pagar-lhes menos
do que o valor do trabalho que eles produzem. A diferença entre o valor criado pelo trabalho e o
salário pago aos trabalhadores é chamada de mais-valia.

4. Abolição da propriedade privada dos meios de produção: Marx defendia a socialização dos meios
de produção, ou seja, a propriedade coletiva dos recursos produtivos em vez da propriedade
privada. Ele via isso como uma forma de superar a exploração capitalista.

5. Ditadura do proletariado: Marx acreditava que, depois da revolução, o proletariado deveria


estabelecer uma ditadura temporária para suprimir a burguesia e garantir a transição para uma
sociedade sem classes.

6. Comunismo: O objetivo final de Marx era uma sociedade comunista, na qual não haveria mais
classes sociais, opressão ou propriedade privada. Nessa sociedade, a produção seria planejada de
forma coletiva para atender às necessidades de todos.

As ideias de Marx influenciaram fortemente o movimento operário e o desenvolvimento do


socialismo e do comunismo ao longo do século XX. No entanto, é importante ressaltar que as
interpretações e implementações concretas do marxismo variam e podem diferir em certos aspectos
das ideias originais de Marx.

O materialismo histórico é importante para a atualidade por várias razões:

1) Compreender a base material da sociedade: O materialismo histórico reconhece a importância


das forças econômicas e sociais na determinação do desenvolvimento da história. Isso nos ajuda a
entender como o sistema econômico molda as relações sociais, os conflitos de classe e as
desigualdades. Essa análise crítica é essencial para entender e buscar soluções para os problemas
enfrentados pela sociedade contemporânea.

2) Análise da relação entre economia, política e cultura: O materialismo histórico examina a


interação entre a base econômica de uma sociedade e as instituições políticas que a sustentam, bem
como as ideias e valores culturais que emergem dessa estrutura. Isso nos ajuda a entende r as
dinâmicas complexas entre esses diferentes aspectos da sociedade e como eles afetam a nossa vida
diária.

3) Crítica ao sistema capitalista: O materialismo histórico oferece uma crítica fundamentada ao


sistema capitalista, revelando suas contradições, exploração e desigualdades. Isso é particularmente
relevante hoje, onde as desigualdades econômicas estão aumentando, as crises financeiras são
recorrentes e os problemas ambientais estão se agravando. O materialismo histórico nos ajuda a
entender que esses problemas são intrínsecos ao sistema capitalista e nos encoraja a buscar
alternativas mais justas e sustentáveis.

4) Compreensão do movimento operário e da luta de classes: O materialismo histórico destaca a


importância da luta de classes na transformação da sociedade. Ao entender as dinâmicas históricas
do movimento operário, podemos identificar estratégias eficazes de mobilização e organização da
classe trabalhadora para enfrentar as desigualdades e lutar por condições melhores. Isso é
especialmente relevante em tempos de crescente desregulamentação do mercado de trabalho e
perda de direitos trabalhistas.
O trabalho media as relações sociais durante toda a história da humanidade, não basta que a
abordagem seja materialista: é preciso que ela seja também histórica e dialética. A realidade só
existe enquanto historicamente situada, compreendida em seus conflitos reais.

Ainda existe um choque de classes sociais, mas ele não se expressa diretamente pela relação entre
burguesia e proletariado mais, visto que outras categorias e uma nova configuração de capitalismo
entraram em cena: o capitalismo financeiro. O que permanece ainda hoje é a exploração das
camadas mais pobres pelas camadas mais ricas da sociedade."

Em resumo, o materialismo histórico é importante para a atualidade, pois nos ajuda a compreender
as bases materiais da sociedade, as relações entre economia, política e cultura, oferece uma crítica
ao sistema capitalista e nos permite entender o movimento operário e a luta de classes. Essa
compreensão crítica é essencial para enfrentar os desafios contemporâneos e buscar uma sociedade
mais justa e igualitária.

O QUE É O MATERIALISMO DIALETICO?

O materialismo dialético é uma concepção filosófica que busca entender a realidade através do
estudo das relações e transformações materiais que ocorrem no mundo. Foi desenvolvido por Karl
Marx e Friedrich Engels como parte da teoria marxista.

Essa abordagem filosófica enfatiza a importância das condições materiais e econômicas na


determinação do desenvolvimento das sociedades humanas. Segundo o materialismo dialético, as
mudanças sociais são impulsionadas por contradições e conflitos inerentes ao sistema capitalista,
levando a transformações revolucionárias.

Em resumo, o materialismo histórico concentra-se na análise das relações de poder e economia na


história humana, enquanto o materialismo dialético busca compreender as contradições e
transformações constantes em todos os aspectos da realidade. Ambos os conceitos são
fundamentais na teoria marxista e se complementam na análise crítica da sociedade.

COMO ERA A SOCIEDADE QUE ELE ESTUDOU?

A classe trabalhadora estava submetida a exploração por meio da propriedade privada. Haveria um
conflito resultante da diferenciação entre aquele que trabalhar e aquele que controla, explora.

A burguesia e o proletariado estavam em constante disputa, sendo a burguesia a detentora do


capital econômico e o proletariado todo aquele que vende sua força de trabalho. A burguesia, para
sobreviver e continuar como classe dominante, explora a mão-de-obra proletária. O Estado possui
papel fundamental na reprodução dessa dominação, uma vez que, ao invés de assumir o papel de
mediador de conflitos, ele é um agente da burguesia, pois foi por ela criado e replica as leis, normas
e regras burguesas. De acordo com Marx (1859), “o Governo do Estado moderno não é senão um
comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa”.

A burguesia, por sua vez, não trabalha (na ótica marxista, os burgueses apenas administram aquilo
que o proletariado produz), mas desfruta daquilo que rende do trabalho proletário e ainda tem
acesso aos serviços de saúde, educação e segurança. Essa contradição fez com que Marx e Engels
pensassem em uma aplicação prática das ideias resultantes do materialismo histórico dialético.
AS CLASSES SOCIAIS E AS SUAS DIFERENÇAS

Qual a diferença entre burguesia e proletariado?

Burguesia é compreendida como a classe dominante, dona dos meios de produção, das matérias-
primas e detentoras do capital financeiro. Já o proletariado representa a classe trabalhadora, dona
apenas da própria força de trabalho.

CONSEQUÊNCIAS

Apesar de o materialismo provocar uma inversão de valores, em que os indivíduos julgam-se uns aos
outros com base nas suas posses. O materialismo também trouxe a possibilidade de análise concreta
do real e a ação no campo da transformação social.

COMO O MATERIALISMO HISTORICO INFLUENCIA O COMPORTAMENTO

O comportamento humano é influenciado pelas estruturas e condições materiais em que se vive,


como a classe social, o modo de produção e o acesso aos recursos.
Por exemplo, na medida em que a divisão de classes exista e haja desigualdades econômicas, isso
pode levar a comportamentos de luta por melhores condições de trabalho, acesso a recursos,
mobilidade social, entre outros. Além disso, o materialismo histórico também analisa como os
sistemas de produção afetam as relações de poder, a ideologia dominante, as instituições sociais e
os valores culturais.

No entanto, é importante destacar que o materialismo histórico não considera o comportamento


humano como meramente determinado pelas condições materiais, mas sim influenciado por elas.
Ou seja, embora as estruturas e condições materiais possam moldar as possibilidades e limitações
do comportamento humano, os indivíduos também têm certa agência e capacidade de agir.

Em resumo, o materialismo histórico influencia o comportamento humano ao enfatizar como as


condições materiais de uma sociedade afetam as relações sociais, políticas e culturais, e como essas
estruturas influenciam as ações e escolhas dos indivíduos. Porém, é necessário considerar também
outras influências, como as individuais, emocionais e psicológicas, para uma compreensão mais
completa do comportamento humano.

“em uma sociedade capitalista os sujeitos são moldados de acordo com a sua situação material ou
econômica e por isso eles estarão submetidos a realidades materiais diferentes”

Você também pode gostar