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Análise do artigo “A Lei de Terras (1850) e a Abolição da Escravidão, Capitalismo e

Força de Trabalho no Brasil do Século XIX”


Realização de estudo historiográfico para examinar um exemplo de aplicação do
paradigma marxista. Nesse exercício, você deve analisar o artigo “A Lei de Terras
(1850) e a Abolição da Escravidão, Capitalismo e Força de Trabalho no Brasil do
Século XIX”, de Regina Gadelha, indicado no Aprofundamento dos Estudos. Explique
em que aspectos consegue identificar o referencial marxista sendo usado pela autora do
texto. Esses aspectos envolvem: escolha do tema; abordagem; forma de pensar e
formular sua argumentação; uso de conceitos e da lógica de compreensão marxista...
entre outros. O exercício a ser entregue deve incluir a lista dos principais conceitos
marxistas encontrados nesse estudo, juntamente com uma breve explicação de cada um.
Deve, ainda, fazer a exposição do argumento marxista que orienta o trabalho de Regina
Gadelha. O exercício deve ser realizado em, no máximo, duas páginas.

É possível identificar o referencial marxista usado pela autora do texto, em primeiro


lugar, pela escolha do tema

Explique em que aspectos consegue identificar o referencial marxista sendo usado pela
autora do texto.

Escolha do tema

Abordagem

Forma de pensar e formular sua argumentação

Uso de conceitos e da lógica de compreensão marxista

Exposição do argumento marxista que orienta o trabalho de Regina Gadelha

Marx analisa a economia política clássica como a forma de consciência burguesa, mas
de maneira analítica e crítica. Uma das perspectivas da crítica da economia política de
Marx era justamente desnaturalizar relações que, antes, eram vistas como “naturais” ou
“eternas”. A luta de classes, abordada por Marx, também é uma luta material (baseada
na produção), levando em conta justamente a ideia de que, para uma análise da História,
é necessário dialogar com o material. Por isso é um pensamento dialógico – e mais
importante – crítico. Esse é um aspecto de destaque, pois Marx é um estudioso de
Hegel, do idealismo. No entanto, sua crítica dialógica não o descarta - o confronta
analiticamente.
O marxismo incorpora o núcleo racional daquilo que crítica. Sendo assim, a crítica é o
cerne de um trabalho marxista. Portanto, uma perspectiva marxista é a exigência de um
certo tipo de conhecimento sobre o mundo de forma implicada, ou seja, é a exigência de
que o ser social possa produzir conhecimento das contradições nas quais o próprio
sujeito está imerso. Portanto, o marxismo trata de capturar a verdade na sua
historicidade constitutiva. O que é considerado “verdade” é a identificação das
contradições fundamentais da vida social. Essas contradições são tanto econômicas
quanto sociais, em uma análise que leva em consideração um diálogo entre esses
fatores.

Marx pensa a divisão social do trabalho na qual percebe uma luta de classes, sendo o
trabalhador (proletariado) a classe explorada.

na qual uma classe – a burguesa – explora o trabalho de outra classe – o proletariado.

Mas antes disso, durante a transição de uma sociedade de mercado para uma sociedade
capitalista, este é um processo que vai ocorrendo. Quando pensamos na transição para
uma sociedade capitalista, em uma análise marxista, começamos pelos servos
(escravos): estes detêm poder sobre o instrumento de trabalho e os donos dependem do
trabalho dos servos, no que é chamado de Putting Out System. Quando pensamos na
Manufatura, ocorre a expropriação dos instrumentos de trabalho (artesãos), visto que os
donos de terra começam a não depender dos servos. Na Indústria, há a expropriação da
subjetividade do trabalho do proletariado, ou seja, do conhecimento dos trabalhadores
sobre a técnica.

Sendo assim, Marx pensa a divisão social do trabalho. O trânsito de troca de mercadoria
para mercadoria através do dinheiro faz com que mude o sentido da realização das
trocas. No processo de acumulação, o que era o meio – dinheiro – se transforma em um
fim. Assim, trocas qualitativas viram trocas quantitativas na transição da sociedade de
mercado para a sociedade capitalista. Uma troca simples é uma troca de Mercado –
Dinheiro - Mercadoria (Sociedade de Mercado), e passa para de acumulação, na qual há
uma troca baseada em Dinheiro – Mercadoria – Dinheiro (Sociedade Capitalista). Dessa
forma, o que era valor de uso, torna-se valor de troca.
De acordo com Marx, como dito, as mercadorias possuem valor de uso e valor de troca.
O valor de uso representa a sua utilidade. O valor de troca de uma mercadoria é
determinado pela quantidade de trabalho socialmente necessário para a sua produção.
No preço da mercadoria está incluído o gasto para a sua produção. Dessa maneira, a
mercadoria torna-se trabalho social concentrado. Entretanto, esse trabalho social
concentrado não é percebido na hora da compra, só percebendo-se a aparência da
mercadoria. O processo de exploração do trabalho contido na produção das mesmas fica
camuflado. O consumidor se foca na aparência da mercadoria na ânsia de satisfazer sua
necessidade de compra. Isso expressa o que Marx chamou de “fetiche da mercadoria”,
que é o ocultamento das relações sociais contidas em sua produção.

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