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Universidade Estadual da Paraíba

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)


Departamento de Psicologia
Curso: Psicologia Turno: Integral
Aluno(s): Ana Beatriz Freitas Santos de Lima, Helio Lima Nascimento, Joyce Kelly
Henrique da Silva, Lohanna Ingridy Araújo da Silva, Maria Luiza Alves Pinto, Mirella
Tayná Oliveira Silva e Samuel Alves de Morais.
Disciplina: Introdução à Sociologia

Teorias de Karl Marx:


Mercadoria e Trabalho Alienado

Avaliação apresentada como exigência de


avaliação da disciplina de Introdução à
Sociologia ministrada no semestre 2022.2 pelo
professor Jameson Ramos Campos.

Campina Grande-PB

Dezembro de 2022
Trabalho Alienado:

Karl Marx foi um filósofo e revolucionário alemão. Teve sua vida dedicada a análises
econômicas da história. Por conseguinte, gerou teses, conceitos e métodos para analisar o
sistema capitalista, predominante até hoje, o qual ainda mantém significativa capacidade
explicativa. Em seus escritos Marx faz diversas críticas ao sistema capitalista, e uma de suas
análises mais conhecidas é a tese da “Alienação e o Fetichismo da Mercadoria'', como Karl
chama esse argumento em seus textos pertencentes a sua fase denominada “Marx maduro”.
Nesse mesmo viés, ele desenvolve que a mercadoria possui certa estranheza e poderes
ambíguos de seu verdadeiro significado na existência da humanidade, Marx cita que “à
primeira vista, a mercadoria parece ser coisa trivial[...]” (MARX, 1994, p.79); e adiante ele
introduz que na verdade há caráter metafísico e de cunho teológico nesse meio mercador.
A alienação no pensamento sociológico de Karl Marx deriva-se da interpretação das
ideias de Ludwig Feuerbach (1804-1872), acerca da temática onde o clássico da Sociologia
extrai a partir do instante que o alemão observa o ser humano como um ser subjetivo e
isolado do mundo ao derredor e não como objeto de estudo de relações sociais, o que Marx
vem a discordar indagando que a assimilação da realidade humana como fonte de pesquisa é
um equívoco ao examinar a alienação, em vista de que a mesma deve ser observada em um
ponto de partida que se introduza na subjetividade, na qual justamente fará o consumismo
prosperar.
Os meios de produção para Marx são importantes em função de representarem a
independência deles mesmos em referenciar aos indivíduos, como parte com valor e
qualidade a serem usufruídas. A figura do trabalho foi de fundamental significado para esse
processo de tornar o homem tendencioso à procura do capital incessantemente, ou seja, houve
uma inversão nos papéis, que precisamente irá gerar o termo moderno denominado de
alienação do produto do seu próprio trabalho, do processo de produção de sua própria
natureza humana e do homem de sua própria espécie. Antes mesmo de Karl Marx propor os
tipos de alienação, o seu pensamento adveio de uma concepção de trabalho pautado no
alcance da sobrevivência, através da modificação que a figura do homem impõe na natureza,
sendo uma característica emblemática, para assim formular sua teoria com interferência de
Hegel.
A influência de Hegel no sociólogo alemão, foi no fator político que suas teorias
carregam consigo, muito preciso no instante em que formulou o materialismo histórico e o
socialismo científico. Marx, mesmo já maduro, ainda retomou a seus escritos embrionários da
juventude, a ponto de desenvolver grandes ideias, as quais são alvos de estudo na atualidade,
proporcionando nelas próprias, críticas ao idealismo hegeliano, em que raciocina o Estado
como uma entidade utópica. Se tratando de polemização, o sociólogo traz o que Hegel reflete
acerca da relação entre trabalho e alienação, sendo seu influenciador mais propenso a cravar
o espírito como fonte de tudo o que extrai o homem a se subordinar a sua força de trabalho,
enquanto, Marx corrobora as interações entre os homens e a natureza como decisivos na
modificação do labor.

Marx retrata a alienação em cinco tipos ou estágios 1) em relação ao produto do


trabalho, 2) no processo de produção, 3) em relação à existência do indivíduo enquanto
membro do gênero humano e 4) em relação aos outros indivíduos.

1) A alienação em relação ao produto do trabalho: É para Marx um estranhamento em


que não é possível reconhecer no produto a identidade do trabalhador, com o trabalhador não
podendo dizer o que ele fez numa linha de produção a que ele produziu o produto final, e
nem saber qual o destino daquele produto, restando-lhe apenas reclamar um salário por seu
serviço prestado. 2) A alienação no processo de produção: Esta alienação é o que Marx
chama de “alienação ativa”. É a constatação básica de que se o trabalhador está alienado em
relação ao produto de seu trabalho, então, é necessário verificar que isto não aconteceu do
nada, mas estava presente no próprio processo produtivo. Esta forma de alienação é
constatada por Marx no processo do hábito em que o trabalho é visto como um fardo e o
trabalhador se vê insatisfeito com sua realização. 3) Alienação do sujeito enquanto
pertencente ao gênero humano: Ocorre quando o homem é isolado da sociedade e das
interações com outros indivíduos humanos devido ao seu trabalho, se configurando em o
indivíduo viver apenas para seu trabalho e trabalhando para sobreviver sem adquirir nenhum
senso de realização além disso. 4) Alienação em relação aos outros homens: Se trata da
consequência óbvia da individualização da vida. Quando não se reconhece em seu aspecto
mais fundamental, o que é o trabalho, e quando ele não é reconhecido como parte essencial
da vida humana e do ser humano enquanto espécie, então não só a própria vida é uma
objetificação que se expõe quando o indivíduo passa a ver seus semelhantes em apenas um
único aspecto.
Para Marx, a alienação do trabalho se dá a partir da luta de classes e se concretiza
após a Revolução Industrial, onde o trabalhador deixa de ser o objetivo final da produção.
Dessa maneira, isto se dá devido ao controle dos meios de produção que passam a ser
comandados pelo pequeno grupo da burguesia, tornando-se proprietária do produto final, que
será comercializado com valor superior ao seu custo de produção, tendo o lucro direcionado
apenas aos donos dos meios, enquanto o trabalhador se torna dono apenas de si mesmo, o que
por Marx é entendido por força de trabalho. Em suma, a alienação surge a partir da
exploração da classe trabalhadora no sistema capitalista.

Marx parte de um pressuposto advindo de René Descartes, cujo mesmo propõe um


dualismo entre corpo e alma, onde Marx fomenta seu pensamento, a partir da importância do
trabalho intelectual sobre as qualidades humanas. Dessa forma, o manual se atém ao corpo
que é corruptível e desqualifica o trabalho para as camadas inferiores, ao contrário da alma,
que tem um trabalho mais voltado para os intelectuais. Marx argumenta que para quebrar
com o processo de alienação o homem deve buscar a ruptura com o hábito, e procurar
adquirir conhecimento sobre sua própria alienação, visando identificar suas causas, além de
reivindicar modificações dos processos de trabalho. Logo, conclui-se que Karl Marx propõe
em sua filosofia uma revolução da classe trabalhadora.

Mercadoria:

Tanto em “A Crítica à Economia Política'' quanto em “O Capital”, Marx inicia a sua


análise com as mercadorias. A primeira propriedade tem a ver com sua coisificação: é um
objeto externo, propício à satisfação dos desejos e necessidades humanas. Portanto, o valor de
uso não tem relação direta com o valor do trabalho humano, com o custo de produção, ou
com as relações sociais, e, portanto, ficam fora das aflições da economia política. A
mercadoria é o fator mais central da produção capitalista, porque o sistema capitalista não é
um sistema de produção que produz o que é útil e necessário para as pessoas, mas um sistema
de produção de mercadorias. A mercadoria é um produto do trabalho colocado em circulação,
consistindo de um valor de uso e um valor de troca. Embora as mercadorias sejam qualquer
coisa, tangível ou intangível, de alguma utilidade para os seres humanos em sua dimensão
objetiva, elas são produzidas para troca.
Karl Marx constrói a sua fundamentação crítica teórica ao sistema capitalista a partir
do conceito de mercadoria. Nesse sentido, segundo o autor, a mercadoria é a responsável por
promover a consolidação do capitalismo, é através dela que se estabelecem as relações de
troca, e por conseguinte a geração do lucro. Para Marx, a mercadoria possui duplo viés, o
valor de uso e o valor de troca. O valor de uso, refere-se a satisfação proporcionada pela
mercadoria às necessidades dos indivíduos, em contrapartida, o valor de troca é a capacidade
de alteração de uma mercadoria por outra. Desse modo, no sistema pautado no capital, o
trabalho também se torna uma mercadoria, sendo este o responsável por estabelecer o valor
obtido por meio das circulações.
Nessa perspectiva, o dinheiro é a principal mercadoria deste referido sistema
econômico, uma vez que, por meio dele é possível a circulação dos produtos e em
consequência a acumulação do lucro. O lucro é a raiz do capitalismo, haja vista que o mesmo
estrutura o acúmulo de capital e consolida a luta de classes. Sob tal ótica, Karl Marx
contrapõe críticas acerca da origem da lucratividade. Anteriormente, defendia-se que o lucro
era estabelecido através do aumento do valor da mercadoria, entretanto, o pensador esclarece
que o lucro é obtido por meio da exploração do trabalho da classe proletária, tal fato é
denominado como Mais-valia. Portanto, o trabalhador acaba se transformando também em
produto do sistema, desconstruindo a sua própria identidade acerca da relação social
estabelecida no trabalho, e tornando-se alienado a respeito da sua própria produção, esse fato
Marx denomina de: O fetichismo da mercadoria.
Para entender de forma clara como funciona a teoria da mercadoria de Karl Marx e o
desenvolvimento desse fetichismo, é importante também conhecer o seu conceito sobre a
“Mais-valia”, visto que a mercadoria é o meio principal pelo qual se pode extrair lucro e
capital do homem. A categoria geral da Mais-valia é conceituada por Marx com esse
princípio de extração lucrativa. Ele divide essa categoria em duas, a "Mais-Valia Absoluta"
que é explicado como o meio que os capitalistas possuem de estender as horas de trabalho
dos operários para o aumento de mercadoria e consequentemente, do monetário; e a segunda
categoria, a "Mais-Valia Relativa" que é apontada como a forma que o modelo capitalista
possui de aumentar o lucro por meio de inovações no meio trabalhista, sem que seja
necessário o aumento da carga horária trabalhista como citado anteriormente.
Subentende-se nesta teoria, que a mercadoria possui valores morais que de forma
óbvia influenciam o ser humano, o sujeito na visão de Marx, a ser dominado pela mercadoria
que, por ordem natural deveria ser o objeto, todavia não é o que acontece. Assim sendo, é
notável que a alienação a qual Karl Marx se refere tem como principal causador o capital.
Este que se posiciona como movedor da sociedade por meio da superprodução de
mercadorias. Essa alienação se determina também pelo vício que o capital proporciona
quando o indivíduo se sente influenciado ao acúmulo de mercadorias. Então, em tese, como
Marx aponta, no capitalismo, ao invés do homem possuir domínio sob a produção de
mercadorias, é esse processo que o comanda, influenciando até mesmo em seu
relacionamento no meio social.
Portanto, na análise da economia capitalista, realizada por Marx, destaca-se a posição
privilegiada que é ocupada pelas mercadorias, as quais são o produto material do trabalho
humano, destinado a ser comercializado pelo mercado. Para o pensador alemão, essas são
vistas como dotadas de vida própria, independentes de seu processo produtivo. Dessa forma,
elas não possuem valor nelas mesmas, pois a substância do valor é o trabalho vivo.
Entretanto, dá-se mais importância ao seu valor de troca do que ao seu valor de uso, devido
ao sistema capitalista. Assim, para o filósofo o valor de uma mercadoria é definido,
principalmente, pelo tempo de trabalho despendido em sua produção.

Conclusão final

alienação no pensamento sociológico de Karl Marx deriva-se da interpretação das


ideias de Ludwig Feuerbach (1804-1872), acerca da temática onde o clássico da Sociologia
extrai a partir do instante que o alemão observa o ser humano como um ser subjetivo e
isolado do mundo ao derredor e não como objeto de estudo de relações sociais, o que Marx
vem a discordar indagando que a assimilação da realidade humana como fonte de pesquisa é
um equívoco ao examinar a alienação, em vista de que a mesma deve ser observada em um
ponto de partida que se introduza na subjetividade, na qual justamente fará o consumismo
prosperar.
A figura do trabalho foi de fundamental significado para esse processo de tornar o
homem tendencioso à procura do capital incessantemente, ou seja, houve uma inversão nos
papéis, que precisamente irá gerar o termo moderno denominado de alienação do produto do
seu próprio trabalho, do processo de produção de sua própria natureza humana e do homem
de sua própria espécie.
Dessa maneira, isto se dá devido ao controle dos meios de produção que passam a ser
comandados pelo pequeno grupo da burguesia, tornando-se proprietária do produto final, que
será comercializado com valor superior ao seu custo de produção, tendo o lucro direcionado
apenas aos donos dos meios, enquanto o trabalhador se torna dono apenas de si mesmo, o que
por Marx é entendido por força de trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

SANTOS. Ricardo Santos da Luz. Trabalho Alienado em Marx: A Base do Capitalismo.


TCC. Curso de Filosofia. Pontifícia Faculdade Católica do Rio Grande do Sul. Porto
Alegre: 2008, p. 17-36.

EDUARDO. Carlos Eduardo Sell. Sociologia Clássica. Editora Vozes: Petrópolis, 2009. p.
37-74.

MARX, Karl. Manuscritos Econômico-Filosóficos. 1ª Edição. São Paulo. BOITEMPO


EDITORIAL, 2004. p. 79-90.

MARX, Karl. O Capital: Livro 1 Vol.1. 1ª Edição. São Paulo. BOITEMPO EDITORIAL,
2004. p. 187-200.

SIQUEIRA, Vinicius. O que é alienação em Marx. Colunastortas. 2014. Disponível em:


https://colunastortas.com.br/o-que-e-alienacao-em-marx/.
Acesso em: 01/12/2022.

MENEZES, Pedro. O que é a Alienação do Trabalho para Marx. todamateria. 2011-2022.


Disponível em: https://www.todamateria.com.br/alienacao-trabalho/
Acesso em: 01/12/2022.

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