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A partir deste texto introdutório, você será capaz de entender melhor os aspectos relevantes do
surgimento da chamada questão social como fenômeno do processo de industrialização, oriundo no século
XIX. Isso permitirá imprimir historicidade ao referido conceito, observando-se seus nexos causais,
relacionados às formas de produção e reprodução sociais capitalistas, com o seu metabolismo incessante.
Uma das causas mais profundas da repulsa que Marx sentia pelo capitalismo estava justamente em sua
convicção de que o modo de produção capitalista não só introduz uma grave alienação na relação entre
sujeito trabalhador e o fruto de seu trabalho, como cria um terrível estranhamento na relação dos homens
uns com outros, que os torna extremamente inseguros, hipercompetitivos e solapa as bases da
solidariedade humana. (KONDER, 2006, p.134).
Entende-se que o caráter teleológico (que considera a finalidade como princípio explicativo na organização)
está presente na ação dos homens e não no desenvolvimento da história.
A história não é determinada previamente, mas construída por homens que nascem sob condições de fato
já estabelecidas pelas gerações anteriores.
A existência dessas condições, todavia, não impede os homens de alterarem o rumo da história, mas
apenas demonstra sobre que bases irão atuar.
O homem, por ser o único animal que fabrica os seus instrumentos de trabalho, alarga as suas
potencialidades e pode realizar feitos que seriam inviáveis sem esses instrumentos.
Tal capacidade estabelece firme distinção entre o trabalho humano e aquele desenvolvido por outros
animais, já que o ato de planejar a execução de uma atividade – o próprio trabalho de criar um instrumento
ou a transformação de uma matéria em outro objeto – exige do homem uma prefiguração (teleologia),
antes em sua consciência, do que irá executar para, então, em momento posterior, dar curso a uma ação e
realizar o que fora preconcebido.
Os animais jamais serão capazes de alterar conscientemente o processo de construção de suas atividades.
A abelha comparada ao arquiteto, por Marx (2005), no ato de construção da colmeia, de modo algum
conseguirá igualar-se ao arquiteto por melhor que seja a execução de seu trabalho.
A superioridade do arquiteto – ainda que muito mal-formado e com projetos de qualidade estética
questionáveis, por exemplo, em relação à abelha, é indiscutível porque para ele, o projeto é um ato
consciente enquanto a execução da colmeia para o inseto é um ato biológico, muitas vezes condicionador
da própria vida; um imperativo biológico que se não for realizado, pode fazer a vida da abelha cessar.
Assim, a concepção de trabalho se diferencia e não se confunde com a de postos de trabalho - que é
voltado para o capital, emprego - porque o trabalho é criação, é motor de civilização e fonte de realização
das potencialidades da natureza social do homem que, ao criar o trabalho, é recriado e modificado pela
atividade a que deu vida.
É na luta contra a desumanização do trabalho e do trabalhador, que a obra de Marx deve ser entendida. No
livro “O Capital”, um de seus esforços foi o de demonstrar que a metamorfose das relações sociais em
relações entre coisas acabou ocultando ligações reais existentes entre as pessoas. Sua dedicação em fazer
com que as pessoas ativas se tornassem visíveis garantiu-lhe a atualidade da obra
Para Netto e Braz (2006), é a partir do trabalho que a humanidade se constituiu e se desenvolveu como tal,
emergindo o processo histórico pelo qual surgiu o ser desses homens, o ser social como uma totalidade
organizada, que expressa o processo de produção e reprodução da dinâmica da sociedade burguesa
Essa contradição fundamental da sociedade capitalista entre o trabalho coletivo e a apropriação privada da
atividade, das condições e frutos do trabalho está na origem do fato de que o desenvolvimento nessa
sociedade resulta, de um lado, em uma enorme possibilidade de o homem ter acesso à natureza, à cultura,
à ciência, ou seja, há um desenvolvimento das forças produtivas do trabalho social. Por outro lado, há um
aumento na distância entre a concentração/acumulação de capital e a produção crescente da pauperização
e mesmo da miséria, que atinge a maioria da população nos vários países, inclusive naqueles considerados
“primeiro mundo”.
ATENCÃO
Dar conta dessa dinâmica suprarreferida parece ser um dos grandes desafios da atualidade, pois permite
dar transparência a valores atinentes ao gênero humano, que se tornam cada vez mais opacos no universo
da mercantilização e do culto do individualismo.
Enfim, é preciso decifrar as múltiplas expressões da questão social, sua gênese e as novas características
que assume na contemporaneidade, atribuindo transparência às iniciativas voltadas à sua reversão e/ou
enfrentamento imediato.
A concepção de organização social de Karl Marx e Friedrich Engels baseia-se nas relações de produção.
Nesse sentido, em toda sociedade, seja pré-capitalista ou capitalista, haverá sempre uma classe dominante,
que direta ou indiretamente controla ou influencia o Estado; e uma classe dominada, que reproduz a
estrutura social ordenada pela classe dominante e assim perpetua a exploração.Numa sociedade
organizada, não basta a constatação da consciência social para a manutenção da ordem, pois a existência
social é que determina a consciência. Em outras palavras, os valores, o modo de pensar e de agir em uma
sociedade são reflexos das relações entre os homens para conseguir meios de sobreviver.
Assim, as relações de produção entre os homens dependem de suas relações com os meios de produção e,
desta forma, elas podem ser de proprietário/não proprietário, capitalista/operário, patrão/empregado. Os
homens são diferenciados em classes sociais. Os que detêm a posse dos meios de produção apropriam-se
do trabalho daqueles que não têm esses meios, sendo que os últimos vendem a força de trabalho para
conseguir sobreviver. A luta de classes nada mais é do que o confronto dessas classes antagônicas.
Denominam-se classes sociais os grupos econômica e politicamente distintos em que se divide cada
sociedade. Sua diferenciação depende, pois, das relações que mantêm dentro do sistema produtivo vigente
e de sua respectiva divisão de trabalho.
Do fim do Império Romano até as revoluções burguesas dos séculos XVII e XVIII, o sistema feudal imperou
na maior parte da Europa, com rígida divisão em três classes sociais:
Nobreza
Clero
Campesinato
Não havia em sua estrutura nada do que os sociólogos viriam a chamar de "mobilidade social", isto é, a
possibilidade de que membros de uma classe se deslocassem para outra: a diferença era legitimada pela lei
dos homens e pela lei de Deus, determinada pelo nascimento e pela herança familiar,,,,.
Essa mudança ocorreu no quadro socioeconômico, que se estendeu do início da revolução comercial, em
que a burguesia emergiu e se organizou como classe, até a primeira etapa da revolução industrial, em que
tiveram origem tanto a classe operária como as classes médias das modernas sociedades industriais.
A diferenciação social só passou a ser objeto de estudos sistemáticos com Thomas Hobbes, John Lockee
Jean-Jacques Rousseau
Inspirados na insurreição burguesa contra a aristocracia monárquica, esses filósofos defenderam, cada um
a seu modo, os direitos naturais do homem e o contrato social, mesmo nos casos em que o monarca
acumulasse todo o poder, o que Hobbes preconizou em seu Leviathan (1651).
Também os economistas ingleses Adam Smith e David Ricardo, que já usavam a expressão "classe
trabalhadora", destacaram em suas análises do capitalismo que o conflito entre os fatores de produção
(terra, trabalho e capital) acarretaria por si mesmo o antagonismo entre os grupos sociais correspondentes.
Os franceses François Fourier e Pierre Proudhon ocuparam-se igualmente do problema e tentaram resolvê-
lo com as soluções ditas utópicas.
Coube, porém, ao marxismo aprofundar o conceito de classe social, embora seus teóricos iniciais, os
alemães Karl Marx e Friedrich Engels, não tenham desenvolvido o estudo específico da questão.
Para Marx e Engels, a história demonstra que a determinado estado de desenvolvimento das forças
produtivas corresponde um tipo concreto de relações de produção, criadas pelos homens para prover a
satisfação de suas necessidades e que envolvem a propriedade, a interação entre exploradores e
explorados, e entre classe dominante e classe dominada.
Segundo o marxismo, tais relações não são determinadas pela vontade dos indivíduos, nem por um
contrato social - como afirmara Rousseau - mas impostas pelas condições materiais do processo produtivo.
Para Marx, a luta de classes desempenha papel essencial na evolução histórica. A classe capitalista,
detentora dos bens de produção, domina a sociedade e apropria-se da força de trabalho da classe operária,
autêntica criadora da riqueza.
ATENCÃO:
Como consequência e reflexo dessa dominação econômica, a classe capitalista controla também o estado e
a produção dos valores espirituais (ideias, artes, religião) e, nessa perspectiva, o próprio sistema conteria
em si o germe de sua destruição, ou seja, tornaria inevitável a rebelião dos trabalhadores e a criação de
uma sociedade sem classes, em que desaparece a ideologia, representação do mundo forjada pela classe
dominante, de acordo com sua posição e seus interesses vitais.
Para Marx, até o advento da sociedade comunista, a história da humanidade não seria mais do que a
história da luta de classes.
Apoiado nesses alicerces da teoria marxista da estratificação social, Lenin mais tarde definiu as classes
sociais como os grandes grupos de pessoas que, dentro de uma sociedade, diferenciam-se:
Pelas relações em que se encontram no que se refere aos meios de produção existentes (relações que, em
grande parte, são estabelecidas e formalizadas mediante leis);
Consequentemente, pelo modo e proporção segundo os quais desfrutam de parte da riqueza social de que
dispõem.
- Analisar e discutir o novo conceito da pobreza enquanto ‘questão social’ e suas diferentes compreensões,
suas refrações sob a ótica do desenvolvimento de produção e reprodução das relações sociais e de trabalho
relacionado à gênese
A história do Serviço Social está solidamente vinculada à temática da questão social, compreendida aqui
enquanto o conjunto de problemas políticos, econômicos, sociais e econômicos advindos do processo de
desenvolvimento de produção e conflito entre capital e o trabalho.
O tema da questão social contemporânea tem despertado interesse crescente para compreensão dos
processos históricos que desenham e redesenham a pobreza e as desigualdades sociais que se configuram
crescentes globalmente e, em particular, no Brasil.
O estudo e debate sobre a complexificação da questão social instrumentaliza o profissional de forma crítica
e propositiva na formulação e implementação de políticas sociais de intervenção na realidade social
objetivando seu enfrentamento, seja no setor público, privado, em organizações não governamentais ou
movimentos sociais.
A história do Serviço Social tem relação intrínseca com a questão social, até poucas décadas tratada, de
forma generalizada, como pobreza. Esta, comumente naturalizada, é fruto de um processo político e
histórico de conflito entre relações de capital e trabalho.
A questão social constitui-se substrato do Serviço Social. Questão social entendida como conjunto das
expressões das desigualdades da sociedade capitalista resultante de uma produção social que é cada vez
mais coletiva, enquanto a apropriação dos seus frutos, mantém-se privada. Os assistentes sociais
trabalham com a questão social nas suas mais variadas expressões, na família, na saúde, na assistência,
com as crianças, os adolescentes e os idosos.
Serviço Social
Questão Social
As particularidades desse processo no Brasil ocorrem a partir do significado que o serviço social assume
como um dos recursos mobilizados pelo Estado e pelo empresariado, com o suporte da Igreja Católica,
quando a intensidade e manifestações das questões sociais adquirem expressão política (CEAD, 1999).
Durante o período Vargas, o Estado passa a se revelar para a sociedade através de um conjunto de leis e
instituições assistenciais, apresentadas como “outorga generosa” (WEFFORT, 2006), preocupado com a
questão da pobreza no Brasil.
Assim, o processo de institucionalização do Serviço Social, como profissão reconhecida na divisão social do
trabalho, está vinculado à criação das grandes instituições assistenciais, estatais, especialmente na década
de 40. O Serviço Social deixa de ser um mecanismo de distribuição de caridade privada das classes
dominantes para se transformar em uma das engrenagens da execução das políticas sociais do estado e
setores empresariais, que se tornam seus maiores empregadores.
Conforme Iamamoto (2004), a questão social passa a ser tratada através da articulação entre repressão e
assistência. Observa-se um esvaziamento dos canais de participação dos trabalhadores, há uma
intensificação dos programas de cunho assistencial. As medidas assistenciais ingressam como um dos
componentes das relações autoritárias imprimidas à sociedade, passando a articular-se às estratégias das
relações do estado com as classes trabalhadoras, como uma das áreas instrumentais do intervencionismo
crescente do Estado na sociedade civil. O padrão intervencionista do Estado Brasileiro, que surge no pós 30,
se intensifica com a ideologia da integração e do desenvolvimento com a instituição do AI - 5.
O Serviço Social será condicionado ao processo contraditório em que se inserem as relações sociais, na
medida em que os profissionais recebem um mandato das classes dominantes para atuarem junto à classe
de trabalhadores. Isto é, as primeiras contratam e remuneram e a segunda recebe os serviços, reforçando a
separação entre o polo contratante e o polo demandante dos serviços (SILVA E SILVA, 2007).
O assistente social, afirma Iamamoto (1998), se vê diante da especialização do trabalho coletivo, novas
demandas e competências e desafios ao lado de velhas práticas que ainda persistem na
contemporaneidade. Em meio a esse novo cenário, o assistente social tem se confrontado com as novas
demandas postas pela pobreza, desigualdades sociais e vulnerabilidades decorrentes destas. O assistente
social constitui-se naquele profissional que tem como um dos maiores desafios desenvolver sua
capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e
efetivar direitos, a partir das demandas emergentes no cotidiano (IAMAMOTO, 1998).
Assim, apreender as possibilidades de atuação do Serviço Social num contexto marcado pela exclusão e
pobreza nos remete à necessidade de propostas alternativas para construção de políticas sociais que
garantam os serviços socioassistenciais.
4- Refletir sobre as relações entre questão social e Serviço Social no embate por direitos de cidadania.
A partir deste texto introdutório, você será capaz de entender melhor que a temática questão social é um
dos eixos fundantes das diretrizes curriculares para o curso de graduação de Serviço Social, bem como, a
concepção do exercício profissional dos assistentes sociais.
A questão social é para o Serviço Social a base de sua fundação enquanto especialização do trabalho.
Conforme Iamamoto (2008, p. 163):
[...] Os assistentes sociais, por meio da prestação de serviços socioassistenciais, indissociáveis de uma
dimensão educativa (ou político-ideológica), realizados nas instituições públicas e organizações privadas,
interferem nas relações sociais cotidianas, no atendimento às variadas expressões da questão social, tais
como experimentadas pelos indivíduos sociais no trabalho, na família, na luta pela moradia e pela terra, na
saúde, na assistência social pública entre outras dimensões.
As estratégias para o enfrentamento da questão social têm sido tensionadas por projetos sociais distintos
que presidem a estruturação e a implementação das políticas sociais públicas e que convivem em luta no
seu interior. Vive-se uma tensão entre a defesa dos direitos sociais e a mercantilização do atendimento às
necessidades sociais com claras implicações nas condições e relações de trabalho dos assistentes sociais.
A questão social, seu aparecimento, diz respeito diretamente à generalização do trabalho livre numa
sociedade em que a escravidão marca profundamente seu passado recente. Trabalho livre que se
generaliza em circunstância histórica nas quais a separação entre homens e meios de produção se dá em
grande medida fora dos limites da formação econômico-social brasileira.
A análise da questão social é indissociável das configurações assumidas pelo trabalho e encontra-se
necessariamente situada em uma arena de disputas entre projetos societários, informados por distintos
interesses de classe, acerca de concepções e propostas para a condução das políticas econômicas e sociais.
A questão social, enquanto parte constitutiva das relações sociais capitalistas, é apreendida como
expressão ampliada das desigualdades sociais: o anverso do desenvolvimento das forças produtivas do
trabalho social.
Considera-se a questão social como indissociável do processo de acumulação e os efeitos que ela produz
sobre o conjunto das classes trabalhadoras que se encontra na base da exigência de políticas sociais
públicas. Ela é tributária das formas assumidas pelo trabalho e pelo Estado na sociedade burguesa e não
um fenômeno recente, típico do trânsito do padrão de acumulação no esgotamento dos 30 anos gloriosos
da expansão capitalista.
A questão social expressa, portanto, desigualdades econômicas, políticas e culturais das classes sociais,
mediatizadas por disparidades nas relações de gênero, característica étnico-raciais e formações regionais,
colocando em causa amplos segmentos da sociedade civil no acesso aos bens da civilização. Dispondo de
uma dimensão estrutural, ela atinge visceralmente a vida dos sujeitos numa luta aberta e surda pela
cidadania.
A questão social é, para o Serviço Social, a base de sua fundação enquanto especialização do trabalho.
Segundo Iamamoto:
[...] Os assistentes sociais, por meio da prestação de serviços sócioassistenciais, indissociáveis de uma
dimensão educativa (ou político-ideológica), realizados nas instituições públicas e organizações privadas,
interferem nas relações sociais cotidianas, no atendimento às variadas expressões da questão social, tais
como experimentadas pelos indivíduos sociais no trabalho, na família, na luta pela moradia e pela terra, na
saúde, na assistência social pública entre outras dimensões. (2008, p.163).
A análise seminal sobre a profissão de Serviço Social no processo de produção e reprodução das relações
sociais apresenta-se como especialização do trabalho coletivo no quadro do desenvolvimento capitalista
industrial e da expansão urbana. Esses processos são apreendidos sob o ângulo das classes sociais, da
constituição e expansão do proletariado, da burguesia industrial e das modificações verificadas na
composição dos grupos e frações de classes que compartilham o poder do Estado em conjunturas históricas
determinadas. É quando, no Brasil, afirma-se a hegemonia do capital industrial que emerge sob novas
formas a questão social, a qual se torna a base de justificação desse tipo de profissional especializado.
A implantação do Serviço Social se dá no decorrer de um processo histórico. Não se baseará, no entanto,
em medidas coercitivas emanadas do Estado.
Surge da iniciativa particular de grupos e frações de classe que se manifestam, principalmente, por
intermédio da Igreja Católica. É dentro da visão da Igreja Católica que surgem as primeiras escolas de
Serviço Social no Brasil.
Se as leis sociais são, em última instância, resultantes da pressão do proletariado pelo reconhecimento de
sua cidadania social, o Serviço Social se origina de uma demanda diametralmente oposta. Sua legitimação
diz respeito apenas a grupos e frações restritos das classes dominantes em sua origem e, logo em seguida,
ao conjunto das classes.
Analisar de que forma as transformações societárias interferem na prática profissional do assistente social;
Identificar as estratégias de atuação diante das mudanças nas demandas postas à profissão.
A ordem do capital mundial implicou inúmeras transformações no que diz respeito ao mundo do trabalho.
Tais modificações iniciadas nos anos 70 ampliaram-se de tal forma que atingiram não só os países centrais,
como também os periféricos.
Estas alterações, em nível mundial, começaram a se expandir de tal forma, que os países periféricos, com o
objetivo de criar competitividade capitalista, assumiram estas mudanças, de modo a corroborar intensa e
substancialmente nas mudanças no mundo do trabalho, principalmente no que dizia respeito às relações e
condições de trabalho.
Aos profissionais coube, neste momento, o desafio de se adaptar a estas alterações, ou melhor, o dilema
de vivenciar uma situação de trabalho precário que se intensificava cada vez mais. Os assistentes sociais, de
modo particular, também se incluíam nesse processo de precarização do trabalho e de desmonte dos
direitos conquistados conforme tem sido mostrado neste texto. Como bem sabemos, ao retomarmos a
história da profissão, identificamos o Estado como o grande e tradicional empregador do serviço social. No
entanto, nos anos 90, a situação começou a mudar.
Com a retração do Estado, as portas de trabalho no âmbito estatal se fecharam, com a descentralização
abriram-se novos espaços de trabalho através das ditas parcerias, que por sua vez, viabilizaram o processo
de terceirização no interior das esferas estatais. Eis aí o primeiro desafio posto aos assistentes sociais.
Neste caminho, várias oportunidades de trabalho se abriram para estes profissionais que os lançavam
numa nova condição profissional. Embora ocorrendo de forma escamoteada através das parcerias,
colocava os profissionais em situações e condições de trabalho precárias e, em muitos momentos, até sub-
humanas.
A precarização se fazia presente no dia a dia destes assistentes sociais a partir de várias formas, cujas
expressões são os salários baixos, a extensa jornada de trabalho, a falta de recursos para o
desenvolvimento dos programas, a ausência de uma legislação.
A diversidade de ONGs envolvidas neste processo de terceirização colaborava ainda mais para a
insatisfação e imobilismo dos profissionais que, fragmentados, sentiam-se desmotivados no sentido de
reivindicar mudanças, sendo esta uma particularidade deste processo de contratação.
O cotidiano de trabalho destes assistentes sociais é, portanto, repleto de desafios a serem enfrentados por
estes profissionais: o primeiro se relacionava de forma objetiva com a própria precarização das relações e
condições de trabalho; o segundo estava relacionado ao temor generalizado de perda do emprego.
O que parece prevalecer na realidade é o consentimento dos assistentes sociais no sentido de trabalhar sob
tais condições por não terem outra opção, a não ser o desemprego. Diante desta nova condição
profissional, os assistentes sociais se enquadravam, então, no que Sader (1988) classifica como sujeito
autônomo: aquele que não é livre de todas as determinações externas, mas é capaz de reelaborá-las em
função daquilo que define como melhor para si.
O que observamos em primeiro lugar é que, já no final dos anos 90 e início dos anos 2000, inicia-se um
processo de desgaste na imagem das ONGs no contexto brasileiro, devido ao fato de as mesmas estarem
perdendo seus objetivos centrais e se tornando movimentos particularistas que reproduziam a
fragmentação no trato parcial da questão social. As ONGs, então consideradas como espaços de lutas, vão
paulatinamente perdendo sua dimensão política e se transformando em parceiras do Estado na provisão
dos serviços públicos. Ao lado deste processo avaliativo do papel desempenhado pelas ONGs, surge,
também, um movimento de luta contra o processo de terceirização.
Ao Serviço Social coloca-se, portanto, o desafio da reconstrução de processos de luta, que foram marcantes
em sua história e que, hoje, devem ser repensados e reconstruídos mediante a realidade atual,
considerando os condicionamentos políticos e econômicos e as contradições inerentes a este momento de
transformação, objetivando, assim, impor a necessidade de melhores condições e relações de trabalho.
Objetivo da Aula 6 -O SÉCULO XXI E AS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL - O CAPITAL FETICHE E SUAS
CONSEQUÊNCIAS PARA A CLASSE TRABALHADORA
A ordem do capital mundial implicou inúmeras transformações no que diz respeito ao mundo do trabalho.
Tais modificações iniciadas nos anos 70 ampliaram-se de tal forma, que atingiram não só os países centrais,
como também os periféricos.
Essas alterações, em nível mundial, começaram a se expandir de tal forma, que os países periféricos, com o
objetivo de criarem competitividade capitalista, assumiram essas mudanças, de modo a corroborar intensa
e substancialmente nas mudanças no mundo do trabalho, principalmente no que dizia respeito às relações
e condições de trabalho.
Aula 8 - DESIGUALDADE, EXPLORAÇÃO, VULNERABILIDADE E RISCO
2. Realizar uma reflexão em torno da relação entre desigualdade, vulnerabilidade e risco social.
Qual o significado da assistência social para o combate à pobreza? Até que ponto a intervenção estatal tem
contribuído para atenuar o grau de miserabilidade social em que se encontra o país?
Estas são algumas questões que surgem no momento em que observa-se que, apesar de todo o discurso de
cidadania e dos direitos sociais, o Brasil continua sendo um país com uma multidão de indivíduos excluídos
dos seus direitos.
As formas de enfrentamento da acumulação de miséria no país continuam sendo perpassadas por uma
noção ambígua e contraditória de pobreza.
Todo o “discurso da cidadania”, que se concretiza na Constituição de 1988, passa a girar em torno de uma
proclamação da seguridade social como um direito social extensivo a todos os cidadãos brasileiros.
Incluía-se, assim, a imensa maioria de excluídos e destituídos, que via Assistência Social, passam a merecer
a “atenção” do Estado.
No entanto, se olharmos a enorme quantidade de mulheres e crianças que vivem em um intenso grau de
miserabilidade social, percebemos que continua prevalecendo a lógica selvagem do capital.
Os contrastes entre a riqueza e a miséria nos mostram que a evolução do capitalismo brasileiro mais
fortaleceu a desigualdade do que a diminuiu.
Pode-se avaliar que o mundo da assistência configura-se como o mundo dos “pré-cidadãos”. Observa-se
que todo o discurso da cidadania coexiste contraditoriamente com a efetivação das desigualdades próprias
da sociedade de classes e da consequente produção e reprodução do capital.
É no bojo dessa contradição que, por um lado, os direitos de cidadania são afirmados como direitos
naturais dos indivíduos e, por outro, pelas relações de poder e exploração, não são asseguradas as
garantias do exercício pleno desses direitos.
Conforme Yasbek (2006, p. 47), “(...) as políticas sociais, com seus programas e proposições ineficazes,
insuficientes e sobrecarregados diante de uma imensa maioria de pobres, vêm se confirmando como
instrumentos de pouca efetividade no enfrentamento da pobreza brasileira”.
Nesse contexto, em setembro de 2004, o Conselho Nacional de Assistência Social deliberou quanto à nova
Política Nacional de Assistência Social (PNAS), proposta pelo Gestor Nacional.
A nova PNAS rompe com a visão segmentada das ações de assistência social e passa a defini-las e classificá-
las de acordo com o nível de proteção social (básica ou especial) a ser dispensada à família/indivíduo
considerando-se a situação vivenciada (vulnerabilidade ou situação de risco social/pessoal).
- criança/adolescente
- idoso
- família
- população de rual
Tem como objetivos prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidade e
aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação
(ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) ou fragilização de vínculos
afetivo-relacionais e de pertencimento social.
Atendimento assistencial destinado às famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal
e/ou social, por ocorrência de abandono, maus-tratos físicos e e/ou psíquicos, abuso sexual, uso de
substâncias psicoativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras.
São serviços que requerem acompanhamento individual e maior flexibilidade nas soluções protetivas e
estão subdivididos de acordo com a complexidade da situação de risco apresentada.
São de alta complexidade os serviços que garantem a proteção integral (moradia, alimentação,
higienização) a famílias e indivíduos que se encontram sem referência e/ou em situação de ameaça,
necessitando ser retirados de seu núcleo familiar e/ou comunitário.
Ao definir diretrizes de trabalho, por ordem de prioridade, a Secretaria de Desenvolvimento Social tem a
preocupação de garantir atendimento global, de qualidade, à população em situação de vulnerabilidade
social e/ou em situação de risco social/pessoal. Tal estrutura é ainda decorrente da Lei 4.800/69, exigindo-
se uma nova direção para melhor atender às exigências da municipalização.
Difere da proteção básica por se tratar de um atendimento dirigido às situações de violação de direitos.
Benefícios.
Serviços assistenciais.
As ações desenvolvidas devem estar em consonância com a NOB II (Norma Operacional Básica II), que
define como funções básicas:
- inserção;
- Prevenção;
- Promoção;
- Articular as manifestações concretas da questão social e a prática do assistente social com ênfase na
garantia de direitos.
A partir deste texto introdutório, você será capaz de entender melhor que o Serviço Social tem sua base de
fundamentação histórico-social na realidade da questão social - elemento que dá concretude à profissão.
Salientam-se as respostas do Estado, do empresariado e as ações das classes trabalhadoras no processo de
constituição, afirmação e ampliação dos direitos sociais.
A concepção de questão social está enraizada na contradição capital x trabalho. Em outros termos, é uma
categoria que tem sua especificidade definida no âmbito do modo capitalista de produção.
A concepção de questão social mais difundida no Serviço Social é a de Carvalho e Iamamoto, (1983,p.77):
A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária
e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do
empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o
proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção além da caridade e repressão.
Como toda categoria do real, nós não vemos a questão social, vemos suas expressões: o desemprego, o
analfabetismo, a fome, a favela, a falta de leitos em hospitais, a violência, a inadimplência, etc. Assim é que
a questão social só nos apresenta nas suas objetivações, em concreto, que sintetizam as determinações
prioritárias do capital sobre o trabalho, onde o objetivo é acumular capital e não garantir condições de vida
para toda a população (trata-se não de uma nova questão social, ver: Pastorini, 2004).
As particularidades desse processo no Brasil evidenciam que o Serviço Social se institucionaliza e legitima
profissionalmente como um dos recursos mobilizados pelo Estado e pelo empresariado, com o suporte da
igreja católica, na perspectiva de enfrentamento e regulação da questão social, a partir dos anos 30,
quando a intensidade e extensão das suas manifestações no cotidiano da vida social adquirem expressão
política.
A questão social em suas variadas expressões, em especial, quando se manifesta nas condições objetivas de
vida dos segmentos empobrecidos da população, é, portanto, a matéria-prima e a justificativa da
constituição do Serviço Social como profissão.
Uma interpretação da questão social como parte integrante da relação entre a profissão e a realidade social
na linha adotada pelas Diretrizes Curriculares tem algumas implicações. Trata-se de imprimir historicidade a
esse conceito, o que significa observar seus nexos causais, relacionados às formas da produção e
reprodução sociais capitalistas no capitalismo, com seu metabolismo incessante.
Uma leitura, atenta e crítica, acerca do processo de formação profissional do assistente social requer uma
abordagem histórica, ou melhor, o Serviço Social na história e não simplesmente a sua história. Entendê-la
é situá-la no contexto da realidade brasileira e mundial. Como as competências profissionais expressam a
historicidade da profissão, elas também se preservam, se transformam, redimensionando-se ao se
alterarem as condições históricas de sua efetivação.
Nesta perspectiva, a historicidade da profissão é entendida no quadro das relações sociais entre as classes
sociais e destas com o Estado. Pressupõe assim a compreensão da profissão em sua processualidade, ou
seja, ela se transforma ao transformarem-se as condições e as relações sociais nas quais ela se inscreve.
Neste sentido, este é um componente decisivo no projeto de formação profissional: preparar profissionais
aptos a lidar subjetiva e objetivamente com a tão atual assertiva marxiana de que tudo que é sólido se
desmancha no ar rapidamente, num modo de produção e reprodução social cuja sobrevida depende de
revolucionar permanentemente as forças produtivas e as relações sociais de produção. Tal processo se
mostra hoje de forma contundente com a crise do capital.
A esse desafio do projeto que se propõe, segue o de imprimir a direção social, ou seja, realizar a
transformação da matéria-prima do nosso trabalho, na perspectiva de fortalecer o componente de
resistência, de ruptura com as expressões dramáticas da questão social na realidade brasileira, com as
quais o Serviço Social se depara cotidianamente no exercício profissional.
Desse modo, as condições que circunscrevem o trabalho do assistente social expressam a dinâmica das
relações sociais vigentes na sociedade. O exercício profissional é necessariamente polarizado pela trama de
suas relações e interesses sociais. Participa tanto dos mecanismos de exploração e dominação, quanto, ao
mesmo e pela mesma atividade, da resposta às necessidades de sobrevivência das classes trabalhadoras e
da reprodução do antagonismo dos interesses sociais. Isso significa que o exercício profissional participa de
um processo que tanto permite a continuidade da sociedade de classes quanto cria as possibilidades de sua
transformação.
Resumindo, ao utilizarmos, na análise da sociedade, a categoria questão social, estamos realizando uma
análise na perspectiva da situação em que se encontra a maioria da população – aquela que só tem na
venda de sua força de trabalho os meios para garantir sua sobrevivência. É ressaltar as diferenças entre
trabalhadores e capitalistas, no acesso a direitos, nas condições de vida; é analisar as desigualdades e
buscar forma de superá-las. É entender as causas das desigualdades e o que essas desigualdades
produzem, na sociedade e na subjetividade dos homens.
Como a sociedade é atravessada por projetos sociais distintos – projeto de classes para a sociedade – tem-
se um terreno sócio-histórico aberto à construção de projetos profissionais também diversos, indissociáveis
dos projetos mais amplos para a sociedade. É essa presença de forças sociais e políticas reais - e não mera
ilusão - que permite à categoria profissional estabelecer estratégias político-profissionais no sentido de
reforçar interesses das classes subalternas, alvo prioritário das ações profissionais.
Registra-se que o Serviço Social é assim reconhecido como uma especialização do trabalho, parte das
relações sociais que fundam a sociedade do capital. Estas são, também, geradoras da questão social em
suas dimensões objetivas e subjetivas, isto é, em seus determinantes estruturais e no nível da ação dos
sujeitos. As desigualdades e lutas sociais contra as mesmas se refratam na produção social, na distribuição
desigual dos meios de vida e de trabalho, nas objetivações políticas e culturais dos sujeitos sociais.
Reafirma-se a questão social como base de fundação sócio-histórica da profissão, salientando as respostas
do Estado, do empresariado e as ações das classes trabalhadoras no processo de constituição, afirmação e
ampliação dos direitos sociais.
Este ângulo de análise exige decifrar as multifacetadas refrações da questão social no cotidiano da vida
social, abrangendo suas manifestações universais, particulares e singulares, a objetividade e a
subjetividade, os momentos econômicos, sociais, éticos, políticos e ideoculturais, que são a matéria do
trabalho do assistente social.
Aula 10 - O PERFIL DO PROFISSIONAL DE SERVIÇO SOCIAL, CONSIDERANDO AS FACETAS DA QUESTÃO
SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE
3. Desenvolver uma reflexão sobre o caráter propositivo, investigativo e executivo do assistente social.
O Serviço Social se torna profissão ao atribuir uma base técnico-científica às atividades de ajuda e
filantropia. O desenvolvimento profissional do Serviço Social e a expansão do mercado de trabalho ocorrem
no marco do padrão taylorista / fordista (produção em série) e da regulação keynesiana da economia
(ampliação do Estado no campo das políticas públicas, salários indiretos - Welfare State, o Estado de Bem-
Estar Social). A partir dos anos 80, observa-se uma busca de flexibilidade no processo de trabalho.
O Serviço Social se torna profissão ao atribuir uma base técnico-científica às atividades de ajuda e
filantropia.
A partir dos anos 80, observa-se uma busca de flexibilidade no processo de trabalho. Com a reestruturação
produtiva, se observam mudanças no espaço ocupacional do serviço social resultantes das novas
configurações das questões sociais.
Na espaço do setor privado, em particular nas empresas, observa-se que o padrão toyotista se institui
como nova organização do trabalho que consiste em utilizar novas técnicas de gestão da força de trabalho,
do trabalho em equipe, das ‘células de produção’, dos times de trabalho, dos grupos ‘semiautônomos’,
além de requerer, pelo menos no plano discursivo, o ‘envolvimento participativo’ dos trabalhadores, em
verdade uma participação manipulatória e que preserva, na essência, as condições de trabalho alienado e
estranhado.
Para se adequar a essa nova fase, é imprescindível não somente o investimento em novas tecnologias, mas
primordialmente o consentimento e cooperação dos trabalhadores nesse processo. Assim, ocorre um apelo
à subjetividade do trabalhador, mediante um discurso de participação no âmbito da empresa, pelo
envolvimento manipulatório dos empregados. Nesse contexto, cresce a atuação do assistente social na
área de recursos humanos, na esfera da assessoria gerencial, na criação de comportamentos produtivos
denominado “clima social” (IAMAMOTO, 2007).
Com a refilantropização do social, observa-se uma redução das demandas do serviço social na espera
pública, o que se revela na redução do número de vagas nos postos de trabalho, cortes nos recursos
orçamentários destinados às políticas sociais; terceirização e trabalho voluntário. Apesar do Estado ainda se
constituir no principal empregador do assistente social, é possível se perceber a inserção do assistente
social em outros espaços ocupacionais, como nas Organizações Não Governamentais - ONGs, nos serviços
privados de saúde, em consultorias, terceirizações, entre outros.
- ONGs;
- Consultorias;
- Terceirizações.
Tais transformações provocaram mudanças nas atividades desenvolvidas pelos profissionais, que passam a
integrar equipes interdisciplinares, que tenham conhecimento na área de informática e tecnologias e
formas de gestão administrativa. Como afirma Iamamoto (2001, p. 20), o “Serviço Social na
contemporaneidade é muito mais que um título formal, pois sintetiza o desafio de decifrar os novos
tempos para que dele se possa ser contemporâneo.”
Sobre o novo perfil do assistente social que se busca construir, Iamamoto (2007) vai afirmar, em seu livro
“Serviço Social na Contemporaneidade”, que um bom profissional deve ser:
Qualificado, que amplie e reforce sua capacidade crítica; não só que pensa, analisa, pesquisa e decifra a
realidade.
Afinado com a análise dos processos sociais, tanto em suas manifestações macroscópicas quanto em suas
manifestações cotidianas.
Criativo e inventivo, capaz de entender o tempo presente, os homens presentes, a vida presente,
contribuindo, também, para moldar os rumos de sua história.
Propositivo, que saiba decifrar a realidade e construir propostas de trabalhos criativas e capazes de
preservar e efetivar direitos, a partir das demandas emergentes no cotidiano. Ser um profissional
propositivo e não somente interventivo.
Para você saber mais sobre este tema, responda às questões que se seguem, baseando-se nos livros
“Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional.” de Iamamoto (2007) e “A nova
fábrica de consensos” de Mota (2006).
2. Em quais aspectos a pesquisa se torna necessária para o Serviço Social conhecer o seu objeto?
3. Qual o novo perfil que se busca construir para o assistente social na contemporaneidade?
4. Quais os impactos da reestruturação produtiva sobre os diferentes espaços ocupacionais dos assistentes
sociais?