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1. INTRODUÇÃO
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Em suas teses. Marx deu continuidade aos problemas levantados por
Hegel, mas tendo como base um horizonte crítico que não apareceu neste nem
em seus antecessores. Seria um exagero dizer que tudo o que Marx propôs foi
inovador; porém, seu trabalho certamente é uma síntese criativa dos inúmeros
componentes que se formavam à sua frente. Herdeiro da filosofia hegeliana, mas
extremamente impactado pelas leituras econômicas de seu tempo e tendo tido
contato com as críticas a propriedade e à produção que acompanhavam as
revoluções da burguesia e a Revolução Industrial. Marx construiu um
materialismo único, que não se confunde com nenhum mecanicismo ou
automatismo material, pois vê o social como impactado pelo material, unificando
dois campos que pareciam cada vez mais distantes.
Seu materialismo esteve muito articulado ao conceito de sujeito histórico.
As noções de ideologia estão aqui totalmente articuladas as ideias hegelianas de
espírito da época e de alienação. A construção do entendimento social a partir
do horizonte material foi o que se configurou como a grande reviravolta. A defesa
dos economistas do modelo capitalista acabou sendo transformada pela
dialética, e, ao inserir a contradição no sistema. Marx revelou que a relação entre
senhor e escravo ainda não havia sido abandonada, só alterou seus nomes. O
filósofo inseriu a dialética no pensamento econômico e retirou, assim, sua tão
conhecida ideia de “luta de classes”. Marx articulou a filosofia de caráter
interpretativo que vinha se desenvolvendo na língua alemã e a filosofia política e
econômica desenvolvida na Inglaterra, filha da ascensão da burguesia e da
Revolução Industrial.
Será visto como Marx apresentou o capital e o trabalho como
impulsionadores da ideologia atual e como a relação humana com esses
elementos teve de se transformar para que esse sistema funcionasse. Veja-se,
então, como seu materialismo histórico-dialético pretendeu desconstruir essas
relações e torna-las evidentes. Além disso, será observado como esse
materialismo propôs uma mudança significativa em tais relações a partir da
tomada de consciência.
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2.SOBRE O PROBLEMA DA FILOSOFIA ESPECULATIVA E A
NECESSIDADE DE MUDANÇA
Segundo Marx, em uma das mais severas críticas a toda a história da
Filosofia, todo filósofo que, até o século XIX, buscou uma análise social crítica
não considerou o fundo ideológico por trás dos conceitos que delimitam suas
teses. Em outras palavras, as discussões clássicas caíam em um campo ideal,
não por não tecerem sobre a realidade, mas por considerarem-na fundamentada
em conceitos, e não o contrário. Aqueles que se direcionaram a uma
preocupação mais direta com as relações econômicas, por sua vez, acabavam
desconsiderando o plano social que se apresentava a sua frente, sem
reconhecer as relações de contradição inerentes a todo processo econômico.
Hegel é, para Marx, o princípio fundamental da mudança desse panorama.
Ao expandir o projeto kantiano. Hegel entendia que, se o sujeito “é” apenas em
relação ao objeto, como defendido por Kant, a relação dele não se dá apenas a
cada ato de conhecimento, mas, na realidade, em todo seu processo de vida.
Por isso, a consciência subjetiva é sempre a consciência de um tempo. O homem
não apenas compartilha o mundo, ele é o próprio mundo que compartilha e vê a
realidade sob a ótica deste. Em outras palavras, o homem é sempre influenciado
pelo tempo e pelo horizonte em que vive, pois, de fato, é esse horizonte.
Uma análise completa da realidade social é imprescindível para entender
o sujeito, ou seja, não há mais lugar para uma filosofia estabelecida com base
em solipsismo moderno, em uma consciência individual tentando entender o
mundo. Nasce, aqui, a questão da hermenêutica, do sentido, isto é, a
impossibilidade de uma razão “pura” sem concepções prévias. Não é difícil
perceber que uma transformação da análise econômica era necessária e central.
Essa mudança da análise e a crítica ao modelo idealista de Hegel é o que será
visto a seguir.
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condicionado, enquanto ser reflexivo às condições de trabalho, produção e
sobrevivência de seu tempo.
Marx colocou o trabalho como a principal determinação do sujeito
histórico, considerando a realidade à sua volta e a absurda relação de trabalho
que ali se construía. O trabalho é nesse caso, o elemento central em todo o
desenvolvimento histórico humano e precisa ser pensado em seu passado e em
sua condição atual. O seu pensamento acerca das relações sociais é
denominado materialismo histórico.
Marx, em seu novo modelo, não só repensou essas condições, mas
pretendeu mudá-las. Ele desenvolveu um modelo crítico que pretendia
transformar a realidade. Para isso, precisou superar o modelo hegeliano, ainda
bastante focado nas estruturas ideais da consciência, e pensou na sequência da
história como alterações da reflexão na consciência. O foco não podia ser mais
entender como a consciência alterada pelo seu tempo se colocava na
materialidade, mas entender como esta alterava as condições culturais,
ideológicas e sociais que formavam a consciência histórica.
3.ANALISANDO AS CONDIÇÕES MATERIAIS LIGADAS AOS PROCESSOS
DA DIALÉTICA NA CONSCIÊNCIA E A BASE DOS CONCEITOS GERAIS DE
MARX
Com suas teses, Marx trouxe o princípio de contradição da dialética
hegeliana para o entendimento das relações sociais. Vale lembrar que Hegel,
tendo em vista as relações entre escolas filosóficas e os próprios processos da
consciência, concluiu que apenas por meio da contradição as consciências se
transformam, da mesma forma que ocorre com o entendimento. Como foi visto,
desdobram-se no conhecimento os processos de formação de tese, antítese e
síntese. No momento em que se busca determinar um objeto, já parte com uma
ideia prévia, fruto do horizonte histórico, contudo, toda afirmação
automaticamente carrega uma negação. Com isso, uma contradição na relação
com o objeto está instituída, e, para superá-la, a consciência busca unificar
elementos que se reservaram em ambos os processos, representando um
avanço no entendimento. Contudo, tal unificação dos elementos gera uma nova
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determinação “em si", que será novamente contrariada. Em resumo, tem-se a
tese como a determinação/afirmação; a antítese como a determinação contrária;
e a síntese como a determinação que sintetiza as duas primeiras.
A crítica marxista reside no fato de que, ao assumir que a dialética seria
um processo inerente ao avanço da razão. Hegel teria deixado de lado a própria
estruturação material da realidade. Se a consciência do homem é determinada
pela forma como ele altera a natureza e o trabalho, a dialética se anuncia, então,
nas transformações das condições de trabalho e produção e essas
transformações, segundo o autor, só são possíveis por meio da luta de classes
nas relações materiais. A dialética hegeliana parte do princípio de que não só se
deve considerar a história da consciência no tempo, mas também pensar a
história humana de acordo com as transformações da reflexão. Para Marx, foi
um equívoco hegeliano não perceber a necessária inversão dos princípios em
sua análise.
Assim, ao ver que para Marx a história é explicada pelas relações
materiais é necessário perceber que a infraestrutura (base econômica, os modos
de produção) determina a superestrutura (política, religião, educação e outros)
3. A LUTA DE CLASSES EM MARX
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classes que Marx reconhece como antagônicas em relação ao poder e ao
domínio de uma sobre a outra são “burguesia” e “proletariado”. No entanto, o que
caracteriza esse domínio, como ele se sustenta e quais são suas peças chaves?
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5. A HEGEMONIA
A hegemonia é justamente a ideologia- ideias e valores que orientam a visão de
mundo de certa sociedade que representam os interesses da classe
hegemônica- da classe dominante. Para Marx essa ideologia camufla a luta de
classes e as forças antagônicas, levando uma ideia de que essa sociedade é
harmônica e ajuda a classe dominante a manter sua dominação e status quo.
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DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS
Com base nessa citação do livro A ideologia alemã, que trata da teoria
marxista para a interpretação da sociedade, é correto afirmar que:
O texto indica que houve uma transformação dos espaços urbanos e rurais
com a implementação do sistema capitalista, devido as mudanças
tecnossociais ligadas ao:
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a) desenvolvimento agrário e ao regime de servidão.
b) aumento da produção rural. que fixou a população nesse meio.
c) desenvolvimento das zonas urbanas e às novas relações de trabalho.
d) aumento populacional das cidades associado ao regime de servidão.
e) desenvolvimento da produção.
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Ambos os discursos são ideológicos, embora diferentes, pois há vários
sentidos para a palavra “ideologia”, que, segundo Karl Marx, adquiriu um
sentido negativo, como instrumento de dominação, que tem como função:
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Conforme a contribuição de Karl Marx sobre a análise da sociedade
capitalista, os conceitos sociológicos expressos nessa música são:
6. (Uem 2011) “A restrição que Marx faz ao Estado de Direito burguês, enquanto
abstração da condição básica da sociabilidade humana atrelada à imediatidade
do viver-junto dos homens, é que este Estado acaba, por força da sua estrutura
burocratizante e da redução do político aos aspectos jurídicos, representando os
interesses de uma parcela da sociedade e, nessa medida, é impotente para
garantir os fins maiores e universais da coleividade”
(Filosofia – Ensino Médio. Curitiba: SEED-PR, 2006, p.224).
01) É nas ideias do liberalismo clássico de John Locke que Karl Marx procura
subsídios teóricos para a concepção de uma sociedade socialista, segundo a
qual a liberdade de cada indivíduo seria garantida pela emancipação política de
toda a coletividade.
02) Para Karl Marx, o fim da luta entre as classes sociais tornar-se-á possível
quando o trabalho e o capital chegarem a um acordo jurídico sobre uma forma
democrática de distribuição igualitária da renda entre todos os indivíduos de
todas as classes sociais.
04) Para Karl Marx, a lei deve garantir uma justiça social fundamentada no
princípio de que o trabalho deve ser remunerado conforme os méritos e a
capacidade produtiva de cada indivíduo.
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08) O materialismo histórico de Karl Marx preconiza que a estrutura
jurídicopolítica instaurada com o modo de produção capitalista precisa ser
mantida, de forma que a transição para uma economia socialista possa ser
efetivada sem conturbações.
16) Para Karl Marx, o direito burguês não passa de uma ficção da lei e expressão
de uma ideologia cuja compreensão e desvelamento só pode realizar-se a partir
de uma análise da infraestrutura econômica do modo de produção capitalista.
7. (Uem) Na sua obra 18 Brumário de Luiz Bonaparte, Karl Marx afirma que os
homens fazem a história, mas não a fazem como querem, não a fazem sob
circunstâncias de sua escolha e, sim, sob aquelas com que se defrontam
diretamente, legadas e transmitidas pelo passado.
(MARX, Karl. 18 Brumário de Luiz Bonaparte. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. p. 18.)
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8. (Ufu) Para Marx, o materialismo histórico é a aplicação do materialismo
dialético ao campo da história. Conforme Aranha e Arruda (2000) “Marx inverte o
processo do senso comum que pretende explicar a história pela ação dos
‘grandes homens’ ou, às vezes, até pela intervenção divina. Para o marxismo, no
lugar das ideias, estão os fatos materiais; no lugar dos heróis, a luta de classes”.
Assim, para compreender o homem é necessário analisar as formas pelas quais
ele reproduz suas condições de existência, pois são estas que determinam a
linguagem, a religião e a consciência.
(ARANHA, M. L. de A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo:
Moderna, 2000, p. 241.)
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Sobre o exposto, assinale o que for correto.
01) Sócrates, no seu trabalho de maiêutica e ironia, enfrentou a sociedade do
seu tempo e obteve a pena máxima, condenado a tomar cicuta.
02) Filósofo é aquele que pergunta e que transforma as respostas em
perguntas, porque nenhum saber é eterno e isento de críticas em seus
fundamentos.
04) A reflexão filosófica, por ser racional e abstrata, não tem aplicação prática,
reproduzindo eternamente as mesmas perguntas sem sentido.
08) Com as teses do materialismo histórico de Karl Marx, a filosofia perdeu sua
vocação prática de transformar a realidade e ficou ainda mais isolada,
condenada à sala de aula e ao círculo dos intelectuais.
16) Mais do que um saber teórico, a filosofia é uma atitude e um modo de vida,
pois não se trata de acumular verdades, mas radicalizar a dúvida e a insatisfação
diante dos problemas fundamentais da existência.
10. (Ueg 2013) O movimento cartista (1838-1848) foi uma das primeiras
manifestações coletivas do movimento operário inglês. Entre suas
reivindicações, estavam o voto universal e secreto, o pagamento aos deputados
e as eleições anuais para o Parlamento. Em fevereiro de 1848, houve a
revolução que derrubou a monarquia liberal francesa e foi realizada
essencialmente pela burguesia e pelo proletariado. Ao relacionar estes
acontecimentos históricos com a teoria da luta de classes de Karl Marx, pode-se
afirmar:
a) a Revolução de 1848 foi uma revolução burguesa que instaurou uma nova
organização estatal que, posteriormente, reprimiu o movimento operário,
manifestando o que Marx denominou de “contrarrevolução”.
b) a Revolução de 1848 foi uma revolução policlassista que gerou um regime
socialista democrático, o que Marx considerou como modelo e primeira
experiência de via pacífica para o comunismo pluralista.
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c) a Revolução de 1848 foi uma revolução proletária que constituiu a primeira
forma daquilo que Marx denominou “ditadura do proletariado” e que seria
repetida na Comuna de Paris de 1871 e na Revolução Russa de 1917.
d) o movimento cartista foi a primeira expressão política do movimento
comunista internacional e teve em Karl Marx o seu principal ideólogo e
ativista, sendo a base da criação da Associação Internacional dos
Trabalhadores.
Fonte: CRUZ, Tico Santa. Quem é você. In: Detonautas a saga continua. Rio de
Janeiro: Coqueiro Verde Records, 2014.
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12. (Ueg 2015) Para Marx, diante da tentativa humana de explicar a realidade e
dar regras de ação, é preciso considerar as formas de conhecimento ilusório que
mascaram os conflitos sociais. Nesse sentido, a ideologia adquire um caráter
negativo, torna-se um instrumento de dominação na medida em que naturaliza o
que deveria ser explicado como resultado da ação histórico-social dos homens,
e universaliza os interesses de uma classe como interesse de todos. A partir de
tal concepção de ideologia, constata-se que
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14. (Ufu 1998) A luta de classes para Marx, até hoje, tem sido a história dos
homens. Podemos afirmar que o materialismo histórico, para ele, é dialético,
porque
15. (Ufu 1998) “A história dos homens, até hoje, é a história da luta de classes”.
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GABARITO COMENTADO
Resposta da questão 1
Na teoria marxista, o materialismo histórico pretende a explicação da
história das sociedades humanas, em todas as épocas, por meio dos fatos
materiais, essencialmente econômicos e técnicos A infraestrutura compõe a
base da sociedade e é. segundo Marx. composta pelo modo de produção
material vigente na sociedade. Ela é, também, a base economia e tecnologia,
formada por tudo aquilo que permite a produção (máquinas, ferramentas, forças
produtivas, terra, matéria- -prima. etc.). A superestrutura seria representada por
ideias, costumes, instituições políticas, religiosas, jurídicas, dentre outras.
Devemos salientar, que ainda segundo Marx, as transformações na
infraestrutura constituem o fator determinante da organização política e das
representações intelectuais, ou seja, da superestrutura de cada época.
Gabarito: d
Resposta da questão 2
As mudanças tecnossociais mencionadas no enunciado estão
relacionadas as novas relações de trabalho, como as mencionadas no texto
(“vende (...) horas da sua vida (...) a quem melhor pagar isto é. ao capitalista”).
Gabarito: c
Resposta da questão 3
O marxismo, ou materialismo histórico, compreende a história da
humanidade como a história da luta de classes, definidas pela propriedade dos
meios de produção e pela exploração de uma classe sobre a outra. Baseia-se
em uma análise das condições materiais das sociedades humanas como
determinantes para a compreensão de suas formas políticas e religiosas.
Gabarito: b
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Resposta da questão 4
Segundo Marx. a ideologia serve para ocultar a luta de classes e as
contradições inerentes ao sistema capitalista. Ela é uma construção da burguesia
e apresenta-se como explicação racional, mesmo sendo fantasiosa, Nesse
sentido, somente a alternativa E está correta.
Gabarito: e
Resposta da questão 5
A alternativa E é a única que apresenta apenas conceitos marxistas.
Todas as outras questões, além de apresentarem alguns conceitos elaborados
por Marx, também citam conceitos de Max Weber e de Émile Durkheim. Ainda
que alguns sejam úteis para compreender a cordialidade do brasileiro, não é isso
que a questão buscava identificar.
Gabarito: e
Resposta da questão 6
Somente a afirmativa [16] é correta. Segundo Karl Marx, a superação da
luta de classe e do modo de produção capitalista somente ocorrerá através da
revolução do proletariado. Qualquer aproximação de Marx com o liberalismo de
John Locke é incorreta. Além disso, ele considera que o Direito é uma invenção
burguesa, não tendo qualquer função de garante da liberdade humana e da
igualdade.
Gabarito: 16
Resposta da questão 7
[01] INCORRETO. A teoria marxista encontra na consciência de classe o
motor do processo revolucionário. Tal consciência não pode ser confundida com
ideias utópicas.
[02] INCORRETO. O contrato, segundo Marx, seria um instrumento de
dominação e de alienação. Não se pode compatibilizar classes sociais diferentes
e antagônicas. Essas sempre estarão em luta.
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[04] INCORRETO. Marx não assume a ideia de um instinto natural humano, tal
como o egoísmo.
[08] CORRETO.
[16] INCORRETO. O proletariado não precisa de um homem excepcional, tal
como o super homem nietzschiniano. É a ação coletiva da classe social que tem
potencial transformador.
Gabarito: 08
Resposta da questão 8
As manifestações da superestrutura são determinadas pelas alterações
da infraestrutura decorrentes da passagem econômica do sistema feudal para o
capitalista, portanto, para estudar Marx a sociedade não se deve partir do os
homens dizem, imaginam ou pensam, e sim da forma como produzem os bens
materiais necessários à sua vida porque a partir do contato com a natureza
transformam-na por meio do trabalho e as relações entre si se descobre como
eles produzem sua vida e suas ideias.
Gabarito: a
Resposta da questão 9
Esta é uma boa questão e relativamente intuitiva para os estudantes.
Sobre a filosofia, somente as afirmativas [04] e [08] são incorretas. Não se pode
dizer que a filosofia não tem aplicação prática. Muitas ideias filosóficas têm como
princípio a resolução de problemas fundamentais da existência humana;
exemplo disso são as reflexões no campo da ética e da bioética, que muito
ajudam na tomada de decisões políticas. Da mesma forma, não se pode dizer
que o materialismo marxista tenha retirado o caráter transformador da filosofia.
Pelo contrário, se Marx for considerado um filósofo, toda a sua teoria tem como
objetivo uma transformação prática e material da realidade.
01 + 02 + 16 = 19.
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Resposta da questão 10
Apesar de a teoria de Karl Marx (1818-1883) prever uma revolução, ela não é
uma teoria da revolução, isto é, o pensamento de Marx indica uma inevitabilidade
da revolução, todavia não constrói um conceito de revolução. Para estabelecer
suas predições, Marx organiza uma reflexão materialista que relaciona os meios
de produção, as forças produtivas e os donos dos meios de produção de tal modo
que uma luta de classes entre os que possuem capital (possuindo o meio de
produzir) e os que vendem sua mão de obra (constituindo a força produtiva) é
sempre presente. A revolução, então, necessariamente deveria indicar uma
passagem para um estado de coisas no qual a superação de contradições entre
as classes fossem progressivamente sendo superadas; porém, quando uma
classe (a nobreza) é simplesmente substituída por outra (a burguesia) para
manter um domínio irrestrito dos meios de produção e a manutenção das tensões
sociais e uma subjugação de outra classe (o proletariado), então aquilo que
pareceria revolucionário é apenas a modificação dos atores que mobilizam os
mecanismos que criam as contradições.
Gabarito: a
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As teorias marxistas sobre a luta de classes, a exploração da burguesia sobre o
proletariado e o papel da religião como instrumento de alienação, podem ser
utilizadas para justificar a crítica descrita pelo poema, sendo que os
desdobramentos das situações descritas têm como consequência o afastamento
do trabalhador dos bens sociais, ampliando a desigualdade social.
Gabarito: e
Resposta da questão 12:
O uso do conceito de ideologia em Marx esta ligado ao mascaramento da
realidade, não há um caráter positivo na ideologia em sua teoria. Embora a
ideologia seja orgânica em qualquer sociedade, ela sempre servirá como
instrumento de dominação, sempre esta a serviço de uma classe dominante uma
vez que pode ser usada para destituir ou construir significados que impedem a
percepção do real. A ideologia possui como principais características: prescrever
de normas, servir como forma de representação social, generalizar o particular,
criar um discurso lacunar, explicar a realidade a serviço de interesses específicos,
inverter da realidade, alienar, fetichizar a mercadoria, reificar, naturalizar e ocultar
a realidade. Neste sentido a ideologia é sempre coletiva, não há emancipação
em seu desenvolvimento, apenas ilusão e dependência. Quando se observa a
afirmação “o trabalho dignifica o homem” acaba por justificar a necessidade do
trabalho independente das condições de exploração a que este homem esta
submetido.
Gabarito: d
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mundo material traduzido em formas de pensamento – a Ideia não é uma espécie
de fenômeno do Espírito. Marx, como é bem sabido, tem a pretensão de ter feito
a dialética hegeliana virar de ponta-cabeça. E diferentemente de uma abordagem
hegeliana, que afirmaria, por exemplo, o Espírito do povo grego ter se tornado
em certo momento da História um empecilho para o desenvolvimento do Espírito
do mundo e deixou, por conseguinte, de ser um povo dominante, Marx afirmará
que o modo de produção baseado na escravidão se transformará em certo
momento um empecilho para o desenvolvimento das forças produtivas e, por
conseguinte, deixará de ser predominante para ser substituído por outro mais
eficiente. Desse modo, a história não é composta de ideias e nem movida por
elas, porém a composição e o movimento histórico são alterados através da
modificação das relações que os homens mantêm com o mundo material, isto é,
com as necessidades da subsistência, com os meios de produção, com os
modos de produção, com a reprodução do trabalho, com o desenvolvimento das
forças produtivas, etc.
Marx, então, organiza uma reflexão materialista que relaciona os meios de
produção, as forças produtivas e os donos dos meios de produção de tal modo
que uma luta de classes entre os que possuem capital (possuindo o meio de
produzir) e os que vendem sua mão de obra (constituindo a força produtiva) é
sempre presente. Alguma revolução deveria, portanto, indicar, necessariamente,
uma passagem para um estado de coisas no qual a superação de contradições
entre as classes fossem progressivamente sendo superadas.
Gabarito: d
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para um estado de coisas no qual a superação de contradições entre as classes
fossem progressivamente sendo superadas.
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