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Por qual razão, quando perguntam o que nós somos, muitas vezes

respondemos dizendo nossa profissão?


Não é raro, em um primeiro encontro com alguém, surgir a pergunta “O
que você é?". Esse questionamento poderia ser respondido de muitas formas,
das quais algumas poderiam abrir diversas discussões filosóficas e outras seriam
bastante simples. Imagine alguém respondendo o seguinte: “'Sou um ser
humano". “Sou um sujeito histórico". “Sou uma consciência autônoma”. Por mais
complexas e talvez corretas que sejam essas respostas, elas gerariam
estranheza. A normalização do ato de responder a nossa “profissão” diz muito
sobre nós.
No horizonte do capitalismo, nos moldes em que a sociedade se construiu,
determinamos muitas de nossas relações sociais pelo horizonte profissional que
estabelecemos. É comum que nos reconheçamos mais com aquilo que fazemos
do que com qualquer outra situação que acompanhe a nossa existência, pois
passamos a maior parte do tempo exercendo tal atividade.
Segundo Marx, autor que estudaremos neste módulo, essa normalização
da atividade como parte da vida é uma das estruturas ideológicas fundamentais
de manutenção do modelo capitalista e inegavelmente uma comprovação de que
o horizonte do trabalho é a influência-chave em nossa determinação social. Os
riscos disso e como chegamos a isso e o que veremos neste material de apoio.

1. INTRODUÇÃO

Marx é, sem dúvida, um dos mais reconhecidos filósofos da


contemporaneidade. É praticamente impossível tratar do século XX, das duas
grandes guerras e da Guerra Fria sem discutir a influência das ideias e das teses
desse autor. Economista, filósofo e pensador de destaque. Marx impactou as
relações de trabalho e produção na sociedade, de modo que não é mais possível
que se discutam as relações de produção sem, ao menos, considerar seus
pontos. Como todo filósofo que se colocou contra o modelo dominante do poder
da sua época. Marx sofreu perseguições, mas suas ideias sobreviveram e se
espalharam.

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Em suas teses. Marx deu continuidade aos problemas levantados por
Hegel, mas tendo como base um horizonte crítico que não apareceu neste nem
em seus antecessores. Seria um exagero dizer que tudo o que Marx propôs foi
inovador; porém, seu trabalho certamente é uma síntese criativa dos inúmeros
componentes que se formavam à sua frente. Herdeiro da filosofia hegeliana, mas
extremamente impactado pelas leituras econômicas de seu tempo e tendo tido
contato com as críticas a propriedade e à produção que acompanhavam as
revoluções da burguesia e a Revolução Industrial. Marx construiu um
materialismo único, que não se confunde com nenhum mecanicismo ou
automatismo material, pois vê o social como impactado pelo material, unificando
dois campos que pareciam cada vez mais distantes.
Seu materialismo esteve muito articulado ao conceito de sujeito histórico.
As noções de ideologia estão aqui totalmente articuladas as ideias hegelianas de
espírito da época e de alienação. A construção do entendimento social a partir
do horizonte material foi o que se configurou como a grande reviravolta. A defesa
dos economistas do modelo capitalista acabou sendo transformada pela
dialética, e, ao inserir a contradição no sistema. Marx revelou que a relação entre
senhor e escravo ainda não havia sido abandonada, só alterou seus nomes. O
filósofo inseriu a dialética no pensamento econômico e retirou, assim, sua tão
conhecida ideia de “luta de classes”. Marx articulou a filosofia de caráter
interpretativo que vinha se desenvolvendo na língua alemã e a filosofia política e
econômica desenvolvida na Inglaterra, filha da ascensão da burguesia e da
Revolução Industrial.
Será visto como Marx apresentou o capital e o trabalho como
impulsionadores da ideologia atual e como a relação humana com esses
elementos teve de se transformar para que esse sistema funcionasse. Veja-se,
então, como seu materialismo histórico-dialético pretendeu desconstruir essas
relações e torna-las evidentes. Além disso, será observado como esse
materialismo propôs uma mudança significativa em tais relações a partir da
tomada de consciência.

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2.SOBRE O PROBLEMA DA FILOSOFIA ESPECULATIVA E A
NECESSIDADE DE MUDANÇA
Segundo Marx, em uma das mais severas críticas a toda a história da
Filosofia, todo filósofo que, até o século XIX, buscou uma análise social crítica
não considerou o fundo ideológico por trás dos conceitos que delimitam suas
teses. Em outras palavras, as discussões clássicas caíam em um campo ideal,
não por não tecerem sobre a realidade, mas por considerarem-na fundamentada
em conceitos, e não o contrário. Aqueles que se direcionaram a uma
preocupação mais direta com as relações econômicas, por sua vez, acabavam
desconsiderando o plano social que se apresentava a sua frente, sem
reconhecer as relações de contradição inerentes a todo processo econômico.
Hegel é, para Marx, o princípio fundamental da mudança desse panorama.
Ao expandir o projeto kantiano. Hegel entendia que, se o sujeito “é” apenas em
relação ao objeto, como defendido por Kant, a relação dele não se dá apenas a
cada ato de conhecimento, mas, na realidade, em todo seu processo de vida.
Por isso, a consciência subjetiva é sempre a consciência de um tempo. O homem
não apenas compartilha o mundo, ele é o próprio mundo que compartilha e vê a
realidade sob a ótica deste. Em outras palavras, o homem é sempre influenciado
pelo tempo e pelo horizonte em que vive, pois, de fato, é esse horizonte.
Uma análise completa da realidade social é imprescindível para entender
o sujeito, ou seja, não há mais lugar para uma filosofia estabelecida com base
em solipsismo moderno, em uma consciência individual tentando entender o
mundo. Nasce, aqui, a questão da hermenêutica, do sentido, isto é, a
impossibilidade de uma razão “pura” sem concepções prévias. Não é difícil
perceber que uma transformação da análise econômica era necessária e central.
Essa mudança da análise e a crítica ao modelo idealista de Hegel é o que será
visto a seguir.

2. ANÁLISE DA CONSTRUÇÃO DO MATERIALISMO HISTÓRICO

Dentro do conceito de sujeito histórico em Hegel, entende-se que a


consciência pessoal está fundamentalmente articulada ao trabalho. O homem é

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condicionado, enquanto ser reflexivo às condições de trabalho, produção e
sobrevivência de seu tempo.
Marx colocou o trabalho como a principal determinação do sujeito
histórico, considerando a realidade à sua volta e a absurda relação de trabalho
que ali se construía. O trabalho é nesse caso, o elemento central em todo o
desenvolvimento histórico humano e precisa ser pensado em seu passado e em
sua condição atual. O seu pensamento acerca das relações sociais é
denominado materialismo histórico.
Marx, em seu novo modelo, não só repensou essas condições, mas
pretendeu mudá-las. Ele desenvolveu um modelo crítico que pretendia
transformar a realidade. Para isso, precisou superar o modelo hegeliano, ainda
bastante focado nas estruturas ideais da consciência, e pensou na sequência da
história como alterações da reflexão na consciência. O foco não podia ser mais
entender como a consciência alterada pelo seu tempo se colocava na
materialidade, mas entender como esta alterava as condições culturais,
ideológicas e sociais que formavam a consciência histórica.
3.ANALISANDO AS CONDIÇÕES MATERIAIS LIGADAS AOS PROCESSOS
DA DIALÉTICA NA CONSCIÊNCIA E A BASE DOS CONCEITOS GERAIS DE
MARX
Com suas teses, Marx trouxe o princípio de contradição da dialética
hegeliana para o entendimento das relações sociais. Vale lembrar que Hegel,
tendo em vista as relações entre escolas filosóficas e os próprios processos da
consciência, concluiu que apenas por meio da contradição as consciências se
transformam, da mesma forma que ocorre com o entendimento. Como foi visto,
desdobram-se no conhecimento os processos de formação de tese, antítese e
síntese. No momento em que se busca determinar um objeto, já parte com uma
ideia prévia, fruto do horizonte histórico, contudo, toda afirmação
automaticamente carrega uma negação. Com isso, uma contradição na relação
com o objeto está instituída, e, para superá-la, a consciência busca unificar
elementos que se reservaram em ambos os processos, representando um
avanço no entendimento. Contudo, tal unificação dos elementos gera uma nova

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determinação “em si", que será novamente contrariada. Em resumo, tem-se a
tese como a determinação/afirmação; a antítese como a determinação contrária;
e a síntese como a determinação que sintetiza as duas primeiras.
A crítica marxista reside no fato de que, ao assumir que a dialética seria
um processo inerente ao avanço da razão. Hegel teria deixado de lado a própria
estruturação material da realidade. Se a consciência do homem é determinada
pela forma como ele altera a natureza e o trabalho, a dialética se anuncia, então,
nas transformações das condições de trabalho e produção e essas
transformações, segundo o autor, só são possíveis por meio da luta de classes
nas relações materiais. A dialética hegeliana parte do princípio de que não só se
deve considerar a história da consciência no tempo, mas também pensar a
história humana de acordo com as transformações da reflexão. Para Marx, foi
um equívoco hegeliano não perceber a necessária inversão dos princípios em
sua análise.
Assim, ao ver que para Marx a história é explicada pelas relações
materiais é necessário perceber que a infraestrutura (base econômica, os modos
de produção) determina a superestrutura (política, religião, educação e outros)
3. A LUTA DE CLASSES EM MARX

Segundo Marx, historicamente, todas as mudanças materiais, que


transformaram o modo de produção, foram operadas pelos conflitos de classeo.
Com base na ideia hegeliana da dialética senhor x escravo. Marx preservou a
noção de que toda relação de domínio partia da compreensão do outro como
sujeito ou como objeto em relação a si, inserindo o fato de que esse domínio é
sustentado em condições materiais.
Esse domínio se estabelece como parte do processo histórico, que a cada
vez se vê como possuidor do direito de dominar outro grupo, por reconhecê-lo
como objeto, dada a posse de determinada condição ou capacidade de alteração
da natureza. Contudo, a contradição aparecerá e dialeticamente, a revolução
será instaurada- ou seja, essa contradição de opressor e oprimido move a
história. Todo período apresentará, então, forças que exploram e que são
exploradas em um conflito. Diante do modo de produção capitalista, as duas

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classes que Marx reconhece como antagônicas em relação ao poder e ao
domínio de uma sobre a outra são “burguesia” e “proletariado”. No entanto, o que
caracteriza esse domínio, como ele se sustenta e quais são suas peças chaves?

4. ANÁLISE DAS DUAS CLASSES NO CAPITALISMO

De acordo com Marx o que diferenciava as duas classes sociais em jogo


no modelo do capital era a propriedade dos meios de produção. Os burgueses
seriam os detentores deles, sendo também os possuidores do direito e da
possibilidade de fornecer o trabalho, o que representava um domínio em uma
sociedade na qual a base econômica era a produção industrial; já o proletariado
era composto por aqueles que vendiam sua mão de obra e se submetiam ao
domínio por não deterem os meios de produção. Segundo Adam Smith, esse
modelo de organização, quando bem estruturado, seria positivo para o
desenvolvimento humano, pensamento do qual Marx discordava.
4.1. A questão econômica e o salário em Smith: manutenção,
subsistência ou pobreza
Antes de entender a crítica de Marx, deve-se compreender as ideias de
Smith. Segundo o economista, no modelo capitalista, somente com a produção
continua, no novo modelo de organização do capital, uma nação pode avançar.
Dessa maneira, trabalho e trocas acertadas devem andar em conjunto nas
sociedades que querem avançar. A divisão do trabalho, quanto mais interligada
e orgânica, claramente evita a destruição ou a busca de superação completa de
um lado sobre o outro, pois, sem as duas partes da troca, o mercado deixa de
existir ou de ser possível.
Com isso, Smith defendia que um trabalhador industrial da grande cidade
tinha melhores condições de vida que outro ainda sujeito a uma produção
primitiva, exclusivamente agrícola. Quanto maior for o trabalho aplicado e
natureza, maior será o conforto. Smith chegou a comparar quatro níveis,
argumentando que o trabalhador tem uma condição de pouca opulência em
comparação com o mais rico, mas apresenta uma maior qualidade de vida em
relação ao camponês inglês, e este, por sua vez, possui melhores condições que
um líder de uma tribo selvagem.
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Segundo ele, isso só é possível graças à divisão, o que faz com que cada
trabalhador tenha, ao mesmo tempo, outro trabalhador que trabalha para suprir
sua necessidade, enquanto ele trabalha para suprir a do outro. Quanto maior a
organicidade da divisão, ou seja, quanto mais extensa ela for, maior é a
produtividade. Como só se produz aquilo que se pode futuramente trocar, mesmo
o produtor que visa apenas ao seu interesse pessoal acaba fazendo algo de
interesse dos demais. Não é do interesse de ninguém a perda da subsistência.
No salário, segundo Smith, influenciariam quatro fatores: as convenções
e regras, o poder de barganha do trabalhador, a velocidade com que o capitalista
consegue acumular o capital e, por fim, o quantitativo populacional. As
convenções, a princípio, determinam o nível mínimo de salário que se deve
propor, considerando a necessária subsistência e manutenção do trabalhador. O
resto do salário será constituído pelas relações de barganha, e esta, por sua vez,
leva em consideração os outros dois elementos. Somente considerando a
velocidade do acúmulo e o mercado consumidor, o empregador pode refletir
sobre o quanto pode oferecer ao trabalhador.
A regulação do salário funciona conforme a regulação de qualquer outro
produto, pelas bases de troca, pela oferta e pela procura, assim, o salário real
seria a soma entre o salário de subsistema: necessária e o poder de barganha
na complementação, gerado pela relação entre produção e população. Contudo,
se Smith achava que o mercado se autorregularia, de modo a se proteger, Marx
enxergava nessas relações uma exploração até então não considerada, a mais
valia, e fazia uma crítica severa ao horizonte da subsistência.
Marx trouxe, com seu pensamento, novos ares para as discussões do
pensamento filosófico que aos poucos foi se direcionando para um
questionamento “especulativo” do conhecimento, sem entender seu papel social
Marx, como sua própria dialética, é a síntese de duas linhas de pensamento: a
filosofia política e a filosofia especulativa epistemológica, que pareciam se
distanciar, mas, depois de Marx, viam-se indissoluvelmente ligadas.

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5. A HEGEMONIA
A hegemonia é justamente a ideologia- ideias e valores que orientam a visão de
mundo de certa sociedade que representam os interesses da classe
hegemônica- da classe dominante. Para Marx essa ideologia camufla a luta de
classes e as forças antagônicas, levando uma ideia de que essa sociedade é
harmônica e ajuda a classe dominante a manter sua dominação e status quo.

6. SOCIALISMO, COMUNISMO E O ANARQUISMO


A classe proletária ao adquirir consciência e lutar contra a burguesia precisa
destituir o poder estatal, sendo necessária uma revolução. Após o processo
revolucionário, seria sine qua non um Estado provisório que destruiria a
propriedade privada e os meios de produção- o nome desse é Ditadura do
Proletariado. É esse estágio no qual o Estado e suas instâncias ainda aparecem
que é denominado de socialismo. O comunismo só se instaura quando não existe
mais o Estado, quando a luta de classes é totalmente suprimida.
O anarquismo é uma corrente um pouco distinta das apresentadas por Marx,
seu principal teórico foi Bakunin. Esse se diferencia do comunismo por não existir
nenhum tipo de hierarquia ou autoridade na medida em que é instalado.

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DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS

1. A maneira como os indivíduos manifestam sua vida reflete exatamente o que


são. O que eles são coincide, pois, com sua produção, isto é, tanto com o que
eles produzem quanto com a maneira como produzem. O que os indivíduos são
depende, portanto, das condições materiais da sua produção.

Com base nessa citação do livro A ideologia alemã, que trata da teoria
marxista para a interpretação da sociedade, é correto afirmar que:

a) o capitalismo teve origem no modo de produção socialista, a partir de uma


revolução burguesa.
b) o capitalismo teve origem em ideias religiosas, a partir do Renascimento, e
no crescimento da burguesia
c) a produção de ideias na vida social. no decorrer da história, está separada
da produção da vida material.
d) a perspectiva de analise marxista examina a sociedade levando em
consideração as relações sociais estabelecias no modo de produção.
e) o pensamento marxista surgiu no início da Revolução Francesa, com a
defesa da igualdade e da fraternidade entre todos os seres humanos.

2. (Enem PPL) O servo pertence à terra e rende frutos ao dono da terra. O


operário urbano livre.ao contrário, vende-se a si mesmo e, além disso por partes.
Vende em leilão 08.10.12.15 horas da sua vida dia após dia a quem melhor
pagar, ao proprietário das matérias primas, dos instrumentos de trabalho e dos
meios de subsistência, isto é, ao capitalista.

O texto indica que houve uma transformação dos espaços urbanos e rurais
com a implementação do sistema capitalista, devido as mudanças
tecnossociais ligadas ao:

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a) desenvolvimento agrário e ao regime de servidão.
b) aumento da produção rural. que fixou a população nesse meio.
c) desenvolvimento das zonas urbanas e às novas relações de trabalho.
d) aumento populacional das cidades associado ao regime de servidão.
e) desenvolvimento da produção.

3. (Unicamp) A história de todas as sociedades tem sido a história das lutas de


classe. Classe oprimida pelo despotismo feudal, a burguesia conquistou a
soberania política no Estado moderno, no qual uma exploração aberta e direta
substituiu a exploração velada por ilusões religiosas. A estrutura econômica da
sociedade condiciona as suas formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou
filosóficas. Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, ao
contrário, são as relações de produção que ele contrai que determinam a sua
consciência
(Adaptado de K. Marx e F. Engels, Obras escolhidas. São Paulo: Alfa-Ômega, s./d., vol 1, p.
21-23, 301-302.)
As proposições dos enunciados acima podem ser associadas ao
pensamento conhecido como
a) materialismo histórico, que compreende as sociedades humanas a partir de
ideias universais independentes da realidade histórica e social.
b) materialismo histórico, que concebe a história a partir da luta de classes e da
determinação das formas ideológicas pelas relações de produção.
c) socialismo utópico, que propõe a destruição do capitalismo por meio de uma
revolução e a implantação de uma ditadura do proletariado.
d) socialismo utópico, que defende a reforma do capitalismo, com o fim da
exploração econômica e a abolição do Estado por meio da ação direta.

4. (UEMA) Maranhão vive a expectativa da implantação de um grande polo


siderúrgico. De um lado, o discurso afirma que os maranhenses terão um
momento de desenvolvimento com a geração de emprego e renda. Do outro, o
discurso versa sobre o impacto ambiental para a população.

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Ambos os discursos são ideológicos, embora diferentes, pois há vários
sentidos para a palavra “ideologia”, que, segundo Karl Marx, adquiriu um
sentido negativo, como instrumento de dominação, que tem como função:

a) produzir uma divergência entre as classes.


b) enfatizar as diferenças, como as de classe, e fornecer aos membros da
sociedade um sentimento de identidade social.
c) desenvolver consciência crítica na relação dos homens entre si e suas
condições de existência.
d) dar aos membros da sociedade dividida em classes um sentido de
desigualdade entre todos.
d) dar aos membros da sociedade dividida em classes uma explicação racional
para as diferenças sociais, políticas e econômicas.

5. (UEMA) A história da cultura brasileira é pontuada pelo “jeitinho brasileiro” e


pela cordialidade, frutos da colonização portuguesa. Sérgio Buarque sugere que
nossa cultura tem algumas singularidades, como aversão a impessoalidade,
forte simpatia e rejeição ao formalismo nas relações sociais. Tais singularidades
se refletem no ordenamento da sociedade expresso no fragmento da música

“Minha história", de João do Vale e Raimundo Evangelista, que trata da educação


como base da estratificação social na sociedade burguesa.
E quando era noitinha, a meninada ia brincar. Vige
como eu tinha inveja de ver Zezinho contar:
o professor ralhou comigo
porque eu não quis estudar” (bis)
Hoje todos são doutor.
E eu continuo um joão-ninguém
Mas, quem nasce pra pataca
nunca pode ser Vintém.
Ver meus amigos doutor basta pra mim sentir bem (bis)...

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Conforme a contribuição de Karl Marx sobre a análise da sociedade
capitalista, os conceitos sociológicos expressos nessa música são:

a) superestrutura, anomia social, racionalidade e alienação.


b) ação social infraestrutura, solidariedade orgânica e coesão social
c) divisão do trabalho, mais-valia, solidariedade mecânica e burocracia
d) sansão social. relações de produção, organicismo e forças produtivas.
e) ideologia, classe social, desigualdade social e relações sociais de trabalho.

6. (Uem 2011) “A restrição que Marx faz ao Estado de Direito burguês, enquanto
abstração da condição básica da sociabilidade humana atrelada à imediatidade
do viver-junto dos homens, é que este Estado acaba, por força da sua estrutura
burocratizante e da redução do político aos aspectos jurídicos, representando os
interesses de uma parcela da sociedade e, nessa medida, é impotente para
garantir os fins maiores e universais da coleividade”
(Filosofia – Ensino Médio. Curitiba: SEED-PR, 2006, p.224).

Com base nessa afirmação, assinale o que for correto.

01) É nas ideias do liberalismo clássico de John Locke que Karl Marx procura
subsídios teóricos para a concepção de uma sociedade socialista, segundo a
qual a liberdade de cada indivíduo seria garantida pela emancipação política de
toda a coletividade.
02) Para Karl Marx, o fim da luta entre as classes sociais tornar-se-á possível
quando o trabalho e o capital chegarem a um acordo jurídico sobre uma forma
democrática de distribuição igualitária da renda entre todos os indivíduos de
todas as classes sociais.
04) Para Karl Marx, a lei deve garantir uma justiça social fundamentada no
princípio de que o trabalho deve ser remunerado conforme os méritos e a
capacidade produtiva de cada indivíduo.

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08) O materialismo histórico de Karl Marx preconiza que a estrutura
jurídicopolítica instaurada com o modo de produção capitalista precisa ser
mantida, de forma que a transição para uma economia socialista possa ser
efetivada sem conturbações.
16) Para Karl Marx, o direito burguês não passa de uma ficção da lei e expressão
de uma ideologia cuja compreensão e desvelamento só pode realizar-se a partir
de uma análise da infraestrutura econômica do modo de produção capitalista.

7. (Uem) Na sua obra 18 Brumário de Luiz Bonaparte, Karl Marx afirma que os
homens fazem a história, mas não a fazem como querem, não a fazem sob
circunstâncias de sua escolha e, sim, sob aquelas com que se defrontam
diretamente, legadas e transmitidas pelo passado.
(MARX, Karl. 18 Brumário de Luiz Bonaparte. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. p. 18.)

Sobre Karl Marx e sua filosofia, assinale o que for correto.


01) O materialismo histórico, teoria professada por Karl Marx, acredita que só as
ideias utópicas de uma nova ordem social podem libertar o homem dos grilhões
da história que o prendem a uma sociedade injusta.
02) Karl Marx acredita que só um novo contrato social entre a classe burguesa e
a classe operária pode dar origem a um novo processo histórico capaz de instituir
a paz social.
04) Para Karl Marx, a exploração do homem pelo homem jamais terá fim, pois a
história demonstra que, desde sempre, a natureza humana é essencialmente
egoísta.
08) A história é, para Marx, a história das lutas de classe. Por encontrar-se no
âmago das contradições sociais do modo de produção capitalista, o operariado
realizará uma revolução social que extinguirá a sociedade de classe.
16) Como Nicolau Maquiavel, Karl Marx acredita que apenas um homem
excepcional, um grande homem, seria capaz de conduzir o proletariado ao
cumprimento de sua missão histórica

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8. (Ufu) Para Marx, o materialismo histórico é a aplicação do materialismo
dialético ao campo da história. Conforme Aranha e Arruda (2000) “Marx inverte o
processo do senso comum que pretende explicar a história pela ação dos
‘grandes homens’ ou, às vezes, até pela intervenção divina. Para o marxismo, no
lugar das ideias, estão os fatos materiais; no lugar dos heróis, a luta de classes”.
Assim, para compreender o homem é necessário analisar as formas pelas quais
ele reproduz suas condições de existência, pois são estas que determinam a
linguagem, a religião e a consciência.
(ARANHA, M. L. de A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo:
Moderna, 2000, p. 241.)

A partir da explicação acima e dos seus conhecimentos sobre o


pensamento de Karl Marx, assinale a alternativa que indica, corretamente,
os dois níveis de “condições de existência” para Marx.
a) Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre
si e com a natureza; e superestrutura, caracterizada pelas estruturas jurídico-
políticas e ideológicas.
b) Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre
si e com a natureza; e materialismo dialético, que é na verdade a forma pela qual
o homem produz os meios de sobrevivência.
c) Modos de produção, caracterizados pelo pensamento filosófico dos
socialistas utópicos; e o imperialismo, característica máxima do capitalismo
industrial.
d) Imperialismo, característica do capitalismo industrial; e infraestrutura (ou
estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza.

9. (Uem) O que caracteriza a filosofia é a coragem para enfrentar a tradição


irrefletida, o distanciamento dos problemas imediatos da vida, a procura pela
unidade do saber em face à pluralidade das ciências, a crítica da cultura e das
ideologias, assegurando a racionalidade e a reflexão crítica.

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Sobre o exposto, assinale o que for correto.
01) Sócrates, no seu trabalho de maiêutica e ironia, enfrentou a sociedade do
seu tempo e obteve a pena máxima, condenado a tomar cicuta.
02) Filósofo é aquele que pergunta e que transforma as respostas em
perguntas, porque nenhum saber é eterno e isento de críticas em seus
fundamentos.
04) A reflexão filosófica, por ser racional e abstrata, não tem aplicação prática,
reproduzindo eternamente as mesmas perguntas sem sentido.
08) Com as teses do materialismo histórico de Karl Marx, a filosofia perdeu sua
vocação prática de transformar a realidade e ficou ainda mais isolada,
condenada à sala de aula e ao círculo dos intelectuais.
16) Mais do que um saber teórico, a filosofia é uma atitude e um modo de vida,
pois não se trata de acumular verdades, mas radicalizar a dúvida e a insatisfação
diante dos problemas fundamentais da existência.

10. (Ueg 2013) O movimento cartista (1838-1848) foi uma das primeiras
manifestações coletivas do movimento operário inglês. Entre suas
reivindicações, estavam o voto universal e secreto, o pagamento aos deputados
e as eleições anuais para o Parlamento. Em fevereiro de 1848, houve a
revolução que derrubou a monarquia liberal francesa e foi realizada
essencialmente pela burguesia e pelo proletariado. Ao relacionar estes
acontecimentos históricos com a teoria da luta de classes de Karl Marx, pode-se
afirmar:

a) a Revolução de 1848 foi uma revolução burguesa que instaurou uma nova
organização estatal que, posteriormente, reprimiu o movimento operário,
manifestando o que Marx denominou de “contrarrevolução”.
b) a Revolução de 1848 foi uma revolução policlassista que gerou um regime
socialista democrático, o que Marx considerou como modelo e primeira
experiência de via pacífica para o comunismo pluralista.

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c) a Revolução de 1848 foi uma revolução proletária que constituiu a primeira
forma daquilo que Marx denominou “ditadura do proletariado” e que seria
repetida na Comuna de Paris de 1871 e na Revolução Russa de 1917.
d) o movimento cartista foi a primeira expressão política do movimento
comunista internacional e teve em Karl Marx o seu principal ideólogo e
ativista, sendo a base da criação da Associação Internacional dos
Trabalhadores.

11. (Uema 2015) Leia “Quem é você”, poema de Os Detonautas.

Você trabalha feito um burro de carga


Puxando um sistema podre que é bancado com o seu suor
E sexta-feira vai pra igreja comungar com sua família
A voz sagrada, Jesus Cristo é o Senhor
E deixa parte do salário em retribuição
À dádiva divina da palavra do pastor
É melhor garantir um lugar no céu
Aqui nesse inferno tenta sobreviver
E o que salva é a cervejinha no fim de semana
Assistindo o jogo do seu time preferido na tv
Segunda-feira o seu filho tá em casa
Porque a escola onde estuda não tem nenhum professor
E o professor está na rua apanhando da polícia
Tá cobrando seu salário do governo
Enquanto isso numa casa confortável
Uma família abastada reunida assiste televisão
E pragueja fala mal de quem
Tá na rua enfrentando e dando a cara
Pra lutar contra a situação

Fonte: CRUZ, Tico Santa. Quem é você. In: Detonautas a saga continua. Rio de
Janeiro: Coqueiro Verde Records, 2014.

A realidade social brasileira é caracterizada nesse poema como


a) pacífica.
b) justa.
c) equitativa.
d) pagã.
e) desigual.

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12. (Ueg 2015) Para Marx, diante da tentativa humana de explicar a realidade e
dar regras de ação, é preciso considerar as formas de conhecimento ilusório que
mascaram os conflitos sociais. Nesse sentido, a ideologia adquire um caráter
negativo, torna-se um instrumento de dominação na medida em que naturaliza o
que deveria ser explicado como resultado da ação histórico-social dos homens,
e universaliza os interesses de uma classe como interesse de todos. A partir de
tal concepção de ideologia, constata-se que

a) a sociedade capitalista transforma todas as formas de consciência em


representações ilusórias da realidade conforme os interesses da classe
dominante.
b) ao mesmo tempo que Marx critica a ideologia ele a considera um elemento
fundamental no processo de emancipação da classe trabalhadora.
c) a superação da cegueira coletiva imposta pela ideologia é um produto do
esforço individual principalmente dos indivíduos da classe dominante.
d) a frase “o trabalho dignifica o homem” parte de uma noção genérica e abstrata
de trabalho, mascarando as reais condições do trabalho alienado no modo de
produção capitalista.

13. (Ufu 2000) Segundo Marx (séc. XIX), o Estado é

a) garantidor do bem comum, da justiça, da ordem, da lei, da paz, da segurança


e da liberdade para todas as classes sociais.
b) o aparato da ordem e da força pública, sendo um poder público distante e
separado da sociedade civil, garantidor de justiça para todas as classes
sociais.
c) garantidor do direito de propriedade privada e expressão do interesse geral,
intervindo para impedir a luta de classes.
d) a expressão legal - jurídica e policial - dos interesses de uma classe social
particular, a classe dos proprietários privados dos meios de produção ou classe
dominante.

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14. (Ufu 1998) A luta de classes para Marx, até hoje, tem sido a história dos
homens. Podemos afirmar que o materialismo histórico, para ele, é dialético,
porque

a) é a consciência dos homens que determina o mundo material.


b) a base do conhecimento histórico é a arte do diálogo que permite a
compreensão da História.
c) o processo histórico é linear e contínuo.
d) o processo histórico é movido por contradições sociais.
e) a base do mundo material é a superestrutura jurídica e política.

15. (Ufu 1998) “A história dos homens, até hoje, é a história da luta de classes”.

(Manifesto do Partido Comunista – 1848)

Karl Marx (1818-1883) escreveu, em 1848, o célebre opúsculo “Manifesto do


Partido Comunista”.

Em seu primeiro capítulo, “Do socialismo utópico ao socialismo científico”, Marx


define a trajetória teórico-política do proletariado.

Explique a concepção de Marx sobre História.

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GABARITO COMENTADO
Resposta da questão 1
Na teoria marxista, o materialismo histórico pretende a explicação da
história das sociedades humanas, em todas as épocas, por meio dos fatos
materiais, essencialmente econômicos e técnicos A infraestrutura compõe a
base da sociedade e é. segundo Marx. composta pelo modo de produção
material vigente na sociedade. Ela é, também, a base economia e tecnologia,
formada por tudo aquilo que permite a produção (máquinas, ferramentas, forças
produtivas, terra, matéria- -prima. etc.). A superestrutura seria representada por
ideias, costumes, instituições políticas, religiosas, jurídicas, dentre outras.
Devemos salientar, que ainda segundo Marx, as transformações na
infraestrutura constituem o fator determinante da organização política e das
representações intelectuais, ou seja, da superestrutura de cada época.
Gabarito: d

Resposta da questão 2
As mudanças tecnossociais mencionadas no enunciado estão
relacionadas as novas relações de trabalho, como as mencionadas no texto
(“vende (...) horas da sua vida (...) a quem melhor pagar isto é. ao capitalista”).
Gabarito: c

Resposta da questão 3
O marxismo, ou materialismo histórico, compreende a história da
humanidade como a história da luta de classes, definidas pela propriedade dos
meios de produção e pela exploração de uma classe sobre a outra. Baseia-se
em uma análise das condições materiais das sociedades humanas como
determinantes para a compreensão de suas formas políticas e religiosas.
Gabarito: b

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Resposta da questão 4
Segundo Marx. a ideologia serve para ocultar a luta de classes e as
contradições inerentes ao sistema capitalista. Ela é uma construção da burguesia
e apresenta-se como explicação racional, mesmo sendo fantasiosa, Nesse
sentido, somente a alternativa E está correta.
Gabarito: e

Resposta da questão 5
A alternativa E é a única que apresenta apenas conceitos marxistas.
Todas as outras questões, além de apresentarem alguns conceitos elaborados
por Marx, também citam conceitos de Max Weber e de Émile Durkheim. Ainda
que alguns sejam úteis para compreender a cordialidade do brasileiro, não é isso
que a questão buscava identificar.
Gabarito: e

Resposta da questão 6
Somente a afirmativa [16] é correta. Segundo Karl Marx, a superação da
luta de classe e do modo de produção capitalista somente ocorrerá através da
revolução do proletariado. Qualquer aproximação de Marx com o liberalismo de
John Locke é incorreta. Além disso, ele considera que o Direito é uma invenção
burguesa, não tendo qualquer função de garante da liberdade humana e da
igualdade.
Gabarito: 16

Resposta da questão 7
[01] INCORRETO. A teoria marxista encontra na consciência de classe o
motor do processo revolucionário. Tal consciência não pode ser confundida com
ideias utópicas.
[02] INCORRETO. O contrato, segundo Marx, seria um instrumento de
dominação e de alienação. Não se pode compatibilizar classes sociais diferentes
e antagônicas. Essas sempre estarão em luta.

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[04] INCORRETO. Marx não assume a ideia de um instinto natural humano, tal
como o egoísmo.
[08] CORRETO.
[16] INCORRETO. O proletariado não precisa de um homem excepcional, tal
como o super homem nietzschiniano. É a ação coletiva da classe social que tem
potencial transformador.
Gabarito: 08

Resposta da questão 8
As manifestações da superestrutura são determinadas pelas alterações
da infraestrutura decorrentes da passagem econômica do sistema feudal para o
capitalista, portanto, para estudar Marx a sociedade não se deve partir do os
homens dizem, imaginam ou pensam, e sim da forma como produzem os bens
materiais necessários à sua vida porque a partir do contato com a natureza
transformam-na por meio do trabalho e as relações entre si se descobre como
eles produzem sua vida e suas ideias.
Gabarito: a

Resposta da questão 9
Esta é uma boa questão e relativamente intuitiva para os estudantes.
Sobre a filosofia, somente as afirmativas [04] e [08] são incorretas. Não se pode
dizer que a filosofia não tem aplicação prática. Muitas ideias filosóficas têm como
princípio a resolução de problemas fundamentais da existência humana;
exemplo disso são as reflexões no campo da ética e da bioética, que muito
ajudam na tomada de decisões políticas. Da mesma forma, não se pode dizer
que o materialismo marxista tenha retirado o caráter transformador da filosofia.
Pelo contrário, se Marx for considerado um filósofo, toda a sua teoria tem como
objetivo uma transformação prática e material da realidade.
01 + 02 + 16 = 19.

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Resposta da questão 10
Apesar de a teoria de Karl Marx (1818-1883) prever uma revolução, ela não é
uma teoria da revolução, isto é, o pensamento de Marx indica uma inevitabilidade
da revolução, todavia não constrói um conceito de revolução. Para estabelecer
suas predições, Marx organiza uma reflexão materialista que relaciona os meios
de produção, as forças produtivas e os donos dos meios de produção de tal modo
que uma luta de classes entre os que possuem capital (possuindo o meio de
produzir) e os que vendem sua mão de obra (constituindo a força produtiva) é
sempre presente. A revolução, então, necessariamente deveria indicar uma
passagem para um estado de coisas no qual a superação de contradições entre
as classes fossem progressivamente sendo superadas; porém, quando uma
classe (a nobreza) é simplesmente substituída por outra (a burguesia) para
manter um domínio irrestrito dos meios de produção e a manutenção das tensões
sociais e uma subjugação de outra classe (o proletariado), então aquilo que
pareceria revolucionário é apenas a modificação dos atores que mobilizam os
mecanismos que criam as contradições.
Gabarito: a

Resposta da questão 11:


Por meio do poema de Tico Santa Cruz pode-se perceber claramente que sua
ênfase se encontra na questão da desigualdade social expressa por meio do:

- Exploração do trabalho: “Você trabalha feito um burro de carga /Puxando um


sistema podre que é bancado com o seu suor”;
- Contraste entre as condições de uma classe de desfavorecidos em relação a
uma classe de favorecidos: “E o professor está na rua apanhando da polícia/Tá
cobrando seu salário do governo” e “Uma família abastada reunida assiste
televisão/E pragueja fala mal de quem/Tá na rua enfrentando e dando a cara/Pra
lutar contra a situação”;
- A crítica feita a religião como instrumento ideológico de dominação e exploração
do trabalhador: “A voz sagrada, Jesus Cristo é o Senhor/E deixa parte do salário
em retribuição/À dádiva divina da palavra do pastor/É melhor garantir um lugar
no céu/Aqui nesse inferno tenta sobreviver”;

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As teorias marxistas sobre a luta de classes, a exploração da burguesia sobre o
proletariado e o papel da religião como instrumento de alienação, podem ser
utilizadas para justificar a crítica descrita pelo poema, sendo que os
desdobramentos das situações descritas têm como consequência o afastamento
do trabalhador dos bens sociais, ampliando a desigualdade social.

Gabarito: e
Resposta da questão 12:
O uso do conceito de ideologia em Marx esta ligado ao mascaramento da
realidade, não há um caráter positivo na ideologia em sua teoria. Embora a
ideologia seja orgânica em qualquer sociedade, ela sempre servirá como
instrumento de dominação, sempre esta a serviço de uma classe dominante uma
vez que pode ser usada para destituir ou construir significados que impedem a
percepção do real. A ideologia possui como principais características: prescrever
de normas, servir como forma de representação social, generalizar o particular,
criar um discurso lacunar, explicar a realidade a serviço de interesses específicos,
inverter da realidade, alienar, fetichizar a mercadoria, reificar, naturalizar e ocultar
a realidade. Neste sentido a ideologia é sempre coletiva, não há emancipação
em seu desenvolvimento, apenas ilusão e dependência. Quando se observa a
afirmação “o trabalho dignifica o homem” acaba por justificar a necessidade do
trabalho independente das condições de exploração a que este homem esta
submetido.

Gabarito: d

Resposta da questão 13:


Segundo Marx, o Estado é um dos elementos que compõem a superestrutura da
sociedade. Surgindo a partir das relações de produção da vida material, ele
reflete as contradições da sociedade, sendo, por isso, expressão dos interesses
da classe burguesa, aquela que é detentora dos meios de produção da
sociedade.
Gabarito: d

Resposta da questão 14:


Poderíamos dizer que Marx afirma, contra Hegel, não ser a Ideia aquilo que
constitui o movimento do pensamento, mas sim o mundo material, pois apenas
existe isto e o pensamento reflete sobre esta existência. O ideal é apenas o

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mundo material traduzido em formas de pensamento – a Ideia não é uma espécie
de fenômeno do Espírito. Marx, como é bem sabido, tem a pretensão de ter feito
a dialética hegeliana virar de ponta-cabeça. E diferentemente de uma abordagem
hegeliana, que afirmaria, por exemplo, o Espírito do povo grego ter se tornado
em certo momento da História um empecilho para o desenvolvimento do Espírito
do mundo e deixou, por conseguinte, de ser um povo dominante, Marx afirmará
que o modo de produção baseado na escravidão se transformará em certo
momento um empecilho para o desenvolvimento das forças produtivas e, por
conseguinte, deixará de ser predominante para ser substituído por outro mais
eficiente. Desse modo, a história não é composta de ideias e nem movida por
elas, porém a composição e o movimento histórico são alterados através da
modificação das relações que os homens mantêm com o mundo material, isto é,
com as necessidades da subsistência, com os meios de produção, com os
modos de produção, com a reprodução do trabalho, com o desenvolvimento das
forças produtivas, etc.
Marx, então, organiza uma reflexão materialista que relaciona os meios de
produção, as forças produtivas e os donos dos meios de produção de tal modo
que uma luta de classes entre os que possuem capital (possuindo o meio de
produzir) e os que vendem sua mão de obra (constituindo a força produtiva) é
sempre presente. Alguma revolução deveria, portanto, indicar, necessariamente,
uma passagem para um estado de coisas no qual a superação de contradições
entre as classes fossem progressivamente sendo superadas.
Gabarito: d

Resposta da questão 15:


Marx organiza uma reflexão materialista que relaciona os meios de produção, as
forças produtivas e os donos dos meios de produção de tal modo que uma luta
de classes entre os que possuem capital (possuindo o meio de produzir) e os que
vendem sua mão de obra (constituindo a força produtiva) é sempre presente. Se
alguma revolução necessitasse ocorre, ela, então, deveria indicar uma passagem

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para um estado de coisas no qual a superação de contradições entre as classes
fossem progressivamente sendo superadas.

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