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colaboraram para a construção da Sociologia. Entretanto, assim como Karl Marx, Weber
enveredou-se por uma gama gigantesca de assuntos e colaborou para o desenvolvimento da
Filosofia, Política, Economia, História e Direito. Weber foi fortemente influenciado pelas ideias
de Karl Marx e Émile Durkheim, sendo também crítico das obras desses grandes pensadores.
Weber buscava, assim como seus predecessores, entender as mudanças sociais advindas da
Revolução Industrial que ainda se desenrolavam em seu tempo. No entanto, sua linha de
pensamento dava a mesma importância tanto para os fatores econômicos do mundo social
quanto para o espectro mais individual, relacionado com o sujeito, que enxergava como o
principal ator no processo de mudança social, possuindo, portanto, enorme relevância no
estudo do contexto dos fenômenos sociais. Weber acreditava que as motivações das ações dos
indivíduos em seu convívio diário eram os principais fatores que determinariam os rumos dos
processos de mudança social. Partindo desse princípio, Weber elaborou o conceito de “ação
social” que nortearia os seus trabalhos.
Percebe-se, portanto, que Weber afastou-se dos determinismos sócio-históricos de Karl Marx e
do fatalismo da noção de um sistema externo e independente do indivíduo que Émile Durkheim
propôs, elaborando, assim, a noção de um ser humano livre para agir, pensar e construir sua
realidade. Para Weber, as estruturas sociais estavam em contato direto com o poder de ação
dos indivíduos, o que significa que os sujeitos, seus valores e ideias possuem força de ação
direta sobre essas estruturas. A tarefa da Sociologia seria, então, segundo o teórico, apreender
os significados que norteiam essas ações.
Weber demonstrou esse princípio em seus estudos comparativos sobre as distinções entre
religiões Ocidentais e Orientais. Em seu livro, “A ética protestante e o espírito do capitalismo”,
o autor buscou esclarecer como a lógica cristã foi responsável pelo desenvolvimento do sistema
de produção capitalista. Nisso estaria inserido o contexto cultural e valorativo das sociedades
cristãs, e não apenas seu modelo ou situação econômica.
Outro ponto importante da teoria weberiana é a busca pela construção dos “tipos ideais” no
processo de construção do conhecimento teórico. O estabelecimento de tipos ideais não busca
construir tipologias fixas nem mesmo busca classificar de maneira inflexível o objeto em
questão. Eles servem como parâmetro de observação, um “boneco” com características
delineadas que serve apenas como ponto de comparação entre o observado e sua obra teórica.
Trata-se de modelos conceituais que nem sempre, ou quase nunca, existem. Apenas alguns
aspectos ou atributos são observáveis.
♦ Racionalização do mundo social
Weber ainda faz referência a um fenômeno de grande importância do mundo moderno e que
está relacionado com as mudanças estruturais, culturais e sociais que as sociedades modernas
passaram no decorrer do tempo: “a racionalização do mundo social”. Esse fenômeno refere-se
a mudanças profundas, como a gradual construção do capitalismo e a monstruosa explosão do
crescimento dos meios urbanos, que se tornaram as bases da reordenação das organizações
tradicionais que predominavam até então.
Ampliando nossa explicação, devemos dizer que a preocupação de Weber estava em tentar
apreender os processos pelos quais o pensamento racional, ou a racionalidade, impactou as
instituições modernas, como o Estado, os governos e, ainda, o âmbito cultural, social e
individual do sujeito moderno. Em sua denominação das diversas formas de racionalidade,
Weber fez distinção de quatro principais formas: a racionalidade formal, a racionalidade
substantiva, a racionalidade meio finalística e a racionalidade quanto aos valores.