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SOCIOLOGIA

Max Weber
FICHA CATALOGRÁFICA

Carolina Cunha Seidel

Sociologia / SEIDEL, C. C. - FILADD


SUMÁRIO

MAX WEBER 6
INTRODUÇÃO 7
2. MAX WEBER 7
PARA FIXAR 13
REFERÊNCIAS 14
MAX WEBER

PRÉ-REQUISITOS:
• Teoria da ação social.

• Ética protestante do trabalho.

• Dominação e relações de poder na


sociedade.
MAX WEBER
INTRODUÇÃO
Max Weber, sociólogo alemão do século XIX e XX, foi uma figura central no
desenvolvimento da teoria sociológica e seus estudos tiveram um impacto signi-
ficativo em várias áreas das ciências sociais. O autor é conhecido por sua abor-
dagem compreensiva e sua análise da ação social, da burocracia, da religião e da
economia. Neste conteúdo, abordaremos as contribuições de Max Weber, explo-
rando alguns aspectos de suas teorias e conceitos-chave, como a teoria da ação
social, a ética protestante do trabalho e o conceito de dominação. Além disso,
investigaremos a relevância de seu trabalho para a compreensão dos sistemas
sociais e das interações humanas, fornecendo uma visão abrangente das contri-
buições de Max Weber na sociologia e nas ciências sociais em geral.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

• Examinar as teorias e os conceitos centrais desenvolvidos por Max Weber.

• Analisar a relevância do trabalho de Max Weber nas ciências sociais.

2. MAX WEBER
Max Weber, renomado sociólogo, economista e teórico alemão, é reconheci-
do como um dos fundadores da sociologia moderna. Sua vida intelectual e suas
obras tiveram um impacto profundo na compreensão da sociedade, da econo-
mia, da política e da religião. Ao longo deste texto dissertativo, exploraremos a
vida, a obra e a teoria de Max Weber, destacando suas contribuições significati-
vas para a sociologia e seu legado duradouro.

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A teoria de Max Weber é marcada por uma abordagem multifacetada, na qual
ele explorou diversos conceitos essenciais para o entendimento da sociedade.
Alguns desses conceitos centrais incluem ação social, tipos ideais, dominação
legítima, desencantamento do mundo, entre outros que conheceremos a seguir.

Weber considerava a ação social como o elemento fundamental da análise so-


ciológica, sendo a ação humana influenciada por motivações e significados. Para
o autor, entender as intenções por trás das ações e os contextos nos quais elas
ocorrem era essencial para desvendar os mecanismos da sociedade.

Um contraste significativo pode ser feito entre as abordagens de Max Weber e


Émile Durkheim. Durkheim priorizava a análise dos “fatos sociais”, considerando-
-os como entidades com existência independente e influência sobre os indivídu-
os. Ele via a sociedade como um organismo com regras próprias que moldavam
o comportamento humano.

Em contraposição, Weber focalizava a compreensão das ações individuais e


dos significados atribuídos a essas ações. Ele acreditava que essa compreen-
são era crucial para decifrar o funcionamento da sociedade. Enquanto Durkheim
explorava as estruturas e a influência social sobre os indivíduos, Weber concen-
trava-se nas ações e nas interpretações pessoais como vias para entender a
complexidade social.

ATENÇÃO
Weber classificou as ações sociais em quatro tipos: ação
racional com relação a fins – em que o indivíduo age de
forma calculada para atingir determinados objetivos; ação
racional com relação a valores – na qual o indivíduo age de
acordo com valores e princípios intrínsecos; ação afetiva
– em que as emoções e os sentimentos orientam a ação;
e ação tradicional – que é guiada por hábitos e costumes
transmitidos ao longo do tempo.

Outro conceito-chave na teoria de Weber é o de tipos ideais, desenvolvido


na obra A política como vocação (1919). Nesse ensaio, Weber forneceu uma es-
trutura teórica para compreender os fundamentos da dominação legítima nas
sociedades.

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DOMINAÇÃO

Fonte: Plataforma Deduca (2023).


#pratodosverem: a ilustração apresenta uma pirâmide formada por pessoas; na primeira fileira,
há três bonecos representando as pessoas; na fileira do meio, há dois bonecos; e, no topo, há
apenas um.

A dominação legítima é uma contribuição importante de Weber. Ele descreveu


três tipos de dominação legítima: tradicional, carismática e burocrática. A domi-
nação tradicional é baseada em costumes, tradições e hierarquias hereditárias.
A dominação carismática deriva da autoridade pessoal e do carisma de líderes
excepcionais. Já a dominação burocrática é fundamentada em regras, procedi-
mentos e estruturas hierárquicas racionais. Weber explorou como esses tipos de
autoridade se relacionam com as estruturas de poder e como afetam a dinâmica
social e política.

O conceito de “desencantamento do mundo” também deve ser abordado,


já que se refere a uma mudança cultural e social ocorrida com a chegada da
modernidade:

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Etimologicamente, a palavra “desencantamento” em alemão é
Entzauberung, que tem como significado literal “a desmagificação”.
Aumenta-se a compreensão do termo quando se dá o significado
da palavra alemã Zauber, que quer dizer “magia, encanto, fascínio
atração” etc. Daí, num primeiro momento, desencantamento é deixar
de lado o encanto, perder o fascínio, e Entzauberung der Welt seria
a “desmagificação do mundo” num sentido literal, e que no contexto
das obras de Weber ganha o significado de desencantamento do
mundo. (CARDOSO, 2014, p. 108)

Weber argumenta que, ao longo do tempo, as crenças religiosas, mágicas e


mitológicas que permeavam a visão de mundo das sociedades tradicionais fo-
ram gradualmente substituídas por uma mentalidade mais racional, científica e
burocrática.

Antes da modernidade, muitas sociedades eram fortemente influenciadas por


crenças religiosas, espirituais e mitológicas que davam sentido à vida e ao mundo
em que viviam. Essas crenças forneciam explicações para fenômenos naturais,
eventos históricos e questões existenciais, conferindo um significado mais pro-
fundo e sagrado à existência humana. Os rituais, as práticas religiosas e os mitos
permeavam todos os aspectos da vida cotidiana, dando coesão social e sentido
ao mundo.

No entanto, com o advento da modernidade, percebemos o desenvolvimen-


to da ciência e da tecnologia e a ascensão das instituições burocráticas. Esses
avanços trouxeram uma transformação na forma como as pessoas compreen-
diam o mundo e a si mesmas. A racionalidade científica e a burocracia passaram
a ser os principais meios de organização e explicação da realidade.

Weber argumenta que essa mudança levou ao “desencantamento do mundo”,


ou seja, ao declínio do significado sagrado e místico atribuído às coisas e aos
eventos. A modernidade trouxe uma visão de mundo mais impessoal, utilitária
e calculista, em que a razão e a eficiência prevaleceram sobre a fé e o encan-
tamento. As antigas crenças foram progressivamente descartadas em favor de
uma abordagem mais pragmática e científica da realidade.

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Por fim, temos A ética protestante e o espírito do capitalismo. Nessa obra, We-
ber analisa a relação entre a ética religiosa e o desenvolvimento do capitalismo
moderno, focando principalmente nas influências do protestantismo, especial-
mente o calvinismo.

Weber argumenta que certas correntes do protestantismo, em particular o


calvinismo, contribuíram para moldar uma ética de trabalho específica que teve
implicações significativas no desenvolvimento do capitalismo. De acordo com
Weber, os princípios calvinistas, como a predestinação e a busca da salvação in-
dividual, exerceram uma influência determinante na formação de um pensamen-
to direcionado ao trabalho árduo, à disciplina e à acumulação de riqueza.

A crença na predestinação, que afirmava que a salvação ou a condenação


de uma pessoa já estava predestinada por Deus antes do nascimento, levou os
calvinistas a procurarem sinais de eleição divina em suas vidas terrenas. Como
resultado, eles sentiam uma necessidade constante de provar sua fé e virtude
por meio de ações e realizações materiais. O trabalho árduo, a frugalidade e o
sucesso financeiro eram vistos como sinais de bênção divina e, portanto, eram
demonstrações de sua eleição para a salvação.

Essa ética religiosa do trabalho, combinada com a crença na vocação, ou seja,


na ideia de que cada indivíduo tem uma tarefa específica designada por Deus,
criou uma mentalidade em que o trabalho era valorizado como uma obrigação
moral e uma forma de servir a Deus. O acúmulo de riqueza era visto como um
sinal de bênção divina e reinvestir esses recursos para expandir os negócios era
considerado um dever religioso.

Weber argumenta que essa ética protestante do trabalho teve implicações


duradouras para o desenvolvimento do capitalismo moderno. A busca incessan-
te de sucesso material e o reinvestimento dos lucros na expansão dos negócios
levaram ao crescimento econômico e ao surgimento de uma mentalidade empre-
endedora. Essa ética de trabalho, combinada com outros fatores sociais, políti-
cos e econômicos, auxiliou na elaboração dos requisitos para que o capitalismo
moderno se desenvolvesse.

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É importante ressaltar que Weber não considerava a ética protestante como a
única causa do capitalismo, mas sim um fator cultural significativo que contribuiu
para sua emergência. Além disso, sua análise não se limita ao protestantismo,
mas também aborda outros elementos, como a ética ascética do trabalho pre-
sente no catolicismo e no judaísmo.

ATENÇÃO
A ética do protestantismo, conforme analisada por Max
Weber, refere-se à influência do calvinismo e de outras
correntes protestantes na formação de uma ética de
trabalho voltada para o sucesso material, a acumulação
de riqueza e o desenvolvimento do capitalismo moderno.

Esses conceitos-chave na teoria de Max Weber fornecem ferramentas ana-


líticas e perspectivas teóricas importantes para a compreensão da sociedade
moderna. A abordagem multifacetada e as contribuições intelectuais do autor
continuam a influenciar o campo da sociologia e a fornecer insights relevantes
sobre as dinâmicas sociais, políticas e culturais contemporâneas.

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PARA FIXAR
Durante nosso estudo, exploramos as teorias e os conceitos de Max Weber, ve-
rificando que sua abordagem compreensiva e sua análise da ação social, da ética
protestante do trabalho e do conceito de dominação fornecem uma compreen-
são profunda das dinâmicas sociais. Compreendemos também que as teorias de
Weber nos permitem analisar e interpretar de forma mais abrangente os sistemas
sociais, as interações humanas e os fenômenos sociais complexos. Além disso,
constatamos que o trabalho de Weber teve um impacto significativo nas ciências
sociais, influenciando áreas como sociologia, ciência política e economia.

Dominar a teoria sociológica proposta por Weber é fundamental para resolver


questões de Sociologia e ainda obter sucesso nos principais processos seletivos.
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revisitar este material quando tiver dúvidas.

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REFERÊNCIAS
CARDOSO, M. R. O desencantamento do mundo segundo Max Weber. Revista
EDUC, Duque de Caxias, v. 1, n. 2, jul./dez. 2014.

DILTHEY, W. Introdução às ciências humanas: tentativa de uma fundamentação


para o estudo da sociedade e da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2010.

QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M. G. M. Um toque de clássicos:


Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

SILVA, A. et al. Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2013.

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