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Folha de rosto
Conteú do
Dedicaçã o
Prefá cio
Introduçã o
Capı́tulo 1
Capı́tulo 2
Capı́tulo 3
Capı́tulo 4
capı́tulo 5
Capı́tulo 6
Capı́tulo 7
Capı́tulo 8
Apê ndice
Fontes e Referê ncias
direito autoral
CONTEÚDO
Cobrir
Folha de rosto
Dedicação
PREFÁCIO
pelo Padre Kilian Healy, O. Carm.
INTRODUÇAO
E VERY M OTHER 'S ON:
Con issões de uma Mariana Pródigo
CAPITULO 1
M Y TIPO DE M OUTRO
A Lógica Amorosa da Maternidade de Maria
CAPITULO
2 Vé spera de Natal _ _
A Maternidade de Maria é o Éden Revisitado
CAPITULO 3
V ENERADORES DO L OST A RK
Israel e o Portador da Nova Aliança
CAPITULO
4 O PODER ATRAS DO TRONO
A Rainha Mãe e o Rei Davídico
CAPITULO
5 DA D TIPAGEM AO ENSINO
A Mãe é a Mensagem
CAPITULO
6 E AS CRIANÇAS ? _
A Rainha Mãe e a Família Real
CAPITULO
7 A IGREJA ULTIMA _ _
Quem faz da Igreja uma mãe?
CAPITULO
8 AC INCLUINDO P OSTSCRITO NAPOLOGICO
Fontes e Referências
direito autoral
Para Hannah
PREFACIO
Adolescentes Espirituais
Mas nã o é assim com muitos cristã os? Ao morrer pendurado na cruz,
em Sua ú ltima vontade e testamento, Jesus nos deixou uma mã e.
“Quando Jesus viu sua mã e e o discı́pulo a quem amava em pé , disse à
sua mã e: 'Mulher, eis aı́ teu ilho!' Entã o disse ao discı́pulo: 'Eis aı́ tua
mã e!' E desde aquela hora o discı́pulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,26-
27 ).
Somos Seus discı́pulos amados, Seus irmã os mais novos (ver Hb 2:12
). Seu lar celestial é nosso, Seu Pai é nosso e Sua mã e é nossa. No
entanto, quantos cristã os a estã o levando para suas casas?
Alé m disso, quantas igrejas cristã s estã o cumprindo a profecia do
Novo Testamento de que “todas as geraçõ es” chamarã o Maria de “bem-
aventurada” (Lc 1:48 )? A maioria dos ministros protestantes – e aqui
falo por experiê ncia pró pria – evitam até mesmo mencionar a mã e de
Jesus, por medo de serem acusados de criptocatolicismo. As vezes, os
membros mais zelosos de suas congregaçõ es foram in luenciados por
estridentes polê micas anticató licas. Para eles, a devoçã o mariana é
idolatria que coloca Maria entre Deus e o homem ou exalta Maria à s
custas de Jesus. Assim, à s vezes você encontrará igrejas protestantes
com o nome de Sã o Paulo, Sã o Pedro, Sã o Tiago ou Sã o Joã o - mas
raramente uma com o nome de Santa Maria. Você encontrará
frequentemente pastores pregando sobre Abraã o ou Davi, ancestrais
distantes de Jesus, mas quase nunca ouve um sermã o sobre Maria, Sua
mã e. Longe de chamá -la de bem-aventurada, a maioria das geraçõ es de
protestantes vive suas vidas sem chamá -la.
Este nã o é apenas um problema protestante. Muitos cató licos e
cristã os ortodoxos abandonaram sua rica herança de devoçõ es
marianas. Eles foram intimidados pelas polê micas dos
fundamentalistas, envergonhados pelo riso de teó logos dissidentes, ou
envergonhados por sensibilidades ecumê nicas bem-intencionadas, mas
mal orientadas. Eles estã o felizes por ter uma mã e que ora por eles,
prepara suas refeiçõ es e cuida de sua casa; eles só desejam que ela
ique segura fora de vista quando outros estã o por perto que
simplesmente nã o entenderiam.
Maria, Maria, muito ao contrário
Eu també m fui culpado dessa negligê ncia ilial – nã o apenas com minha
mã e terrena, mas també m com minha mã e em Jesus Cristo, a Bem-
Aventurada Virgem Maria. O caminho da minha conversã o me levou da
delinquê ncia juvenil ao ministé rio presbiteriano. Ao longo do caminho,
tive meus momentos anti-Marianos.
Meu primeiro encontro com a devoçã o mariana aconteceu quando
minha avó Hahn morreu. Ela era a ú nica cató lica de cada lado da minha
famı́lia, uma alma quieta, humilde e santa. Como eu era a ú nica religiosa
da famı́lia, meu pai me deu seus artigos religiosos quando ela morreu.
Olhei para eles com horror. Segurei seu rosá rio em minhas mã os e o
rasguei, dizendo: “Deus, liberte-a das correntes do catolicismo que a
prendem”. Eu quis dizer isso també m. Eu via o rosá rio e a Virgem Maria
como obstá culos que se interpunham entre a vovó e Jesus Cristo.
Mesmo quando me aproximei lentamente da fé cató lica — atraı́do
inexoravelmente pela verdade de uma doutrina apó s a outra — nã o
consegui aceitar o ensinamento mariano da Igreja.
A prova de sua maternidade só viria, para mim, quando tomasse a
decisã o de me deixar ser seu ilho. Apesar de todos os poderosos
escrú pulos de minha formaçã o protestante – lembre-se, apenas alguns
anos antes, eu havia rasgado as contas de minha avó –, peguei o rosá rio
um dia e comecei a rezar. Orei por uma intençã o muito pessoal,
aparentemente impossı́vel. No dia seguinte, peguei as contas
novamente, e no dia seguinte e no outro. Meses se passaram antes que
eu percebesse que minha intençã o, a situaçã o aparentemente
impossı́vel, havia sido revertida desde o dia em que rezei o rosá rio pela
primeira vez. Minha petiçã o foi concedida.
Vamos fazer essa descoberta juntos, entã o. Vamos caminhar com o povo
de Deus atravé s dos momentos de criaçã o e queda e a promessa de
redençã o, desde a entrega da Lei até o estabelecimento de um reino. A
cada esquina, encontraremos a promessa de uma pá tria, completa com
uma rainha deslumbrante que també m é mã e de seu povo. A cada
esquina també m encontramos a promessa de um lar, completo com
uma mã e que també m é uma poderosa intercessora para seus ilhos. No
está gio mais importante, encontraremos uma rainha-mãe, a ú nica que
pode completar o reino de Cristo e Seu lar.
Mesmo que você sinta que deve começar esta jornada alguns passos
atrá s – longe da Mã e Santı́ssima da histó ria – peço-lhe que continue
caminhando comigo, e com Maria, em direçã o ao nosso destino comum,
nossa casa comum na Jerusalé m celestial.
CAPITULO 1
M Y TIPO DE M OUTRO
Aprendendo a digitar
Assuntos de família
Jesus chega à festa de casamento com Sua mã e e Seus discı́pulos. Uma
festa de casamento, na cultura judaica da é poca, normalmente durava
cerca de uma semana. No entanto, descobrimos, neste casamento, que o
vinho acabou muito cedo. Nesse ponto, a mã e de Jesus aponta o ó bvio:
“Eles nã o tê m vinho” (Jo 2,3 ) . E uma simples declaraçã o de fato. Mas
Jesus parece responder de uma maneira muito desproporcional à
simples observaçã o de Sua mã e. “O mulher”, diz ele, “O que você tem a
ver comigo? Minha hora ainda nã o chegou.”
Para entendermos a aparente reaçã o exagerada de Jesus, precisamos
entender a frase “o que você tem a ver comigo?” Alguns comentaristas
a irmam que isso representa a repreensã o brusca de Jesus à Sua mã e.
No entanto, isso nã o se sustenta a um estudo cuidadoso.
Primeiro, devemos notar que, no inal, Jesus cumpre o pedido que Ele
deduz da observaçã o de Maria. Se Ele pretendia censurá -la, certamente
nã o teria seguido Sua reprovaçã o ao atender ao pedido dela.
A evidê ncia decisiva contra a leitura da reprovaçã o, no entanto, vem
da pró pria suposta reprovaçã o. “O que você tem a ver comigo?” era um
idioma hebraico e grego comum nos dias de Jesus. E encontrado em
vá rios outros lugares no Antigo e no Novo Testamento, bem como em
fontes fora da Bı́blia. Em todas as outras ocorrê ncias, certamente não
signi ica reprovaçã o ou desrespeito. Muito pelo contrá rio: transmite
respeito e até deferê ncia. Considere Lucas 8:28, quando a linha é usada
literalmente por um homem possuı́do por um demô nio. E o demô nio
que coloca essas palavras na boca do homem possuı́do, e ele quer que
elas reconheçam a autoridade de Jesus sobre o homem e o demô nio.
“Rogo-te, nã o me atormentes”, continua ele, a irmando assim que deve
cumprir o que Jesus ordena.
Em Caná , Jesus se submete a Sua mã e, embora ela nunca O ordene.
Ela, por sua vez, apenas diz aos servos: “Fazei tudo o que Ele vos disser”
(Jo 2,5 ).
Filha-Mãe-Noiva: Mulher
Maternidade em Guerra
Na hora certa
A toca de Lyon
Fora da África
V ENERADORES DA A RK PERDIDA
Linhas de Batalha
Objeções anuladas?
Rumo às Colinas
Abatedores Primários
Vendo estrelas
A Rainha Mãe
A Chave de Davi
DA D TIPAGEM AO ENSINO _
A M ÃE É A M ENSAGEM _
Mantendo a fé
O que é dogma? Uma de iniçã o ú til vem do Cardeal Joseph Ratzinger,
que escreveu que “dogma é , por de iniçã o, nada mais do que uma
interpretaçã o das Escrituras”. A visã o do cardeal foi con irmada pela
Comissã o Teoló gica Internacional da Igreja em seu documento de 1989
Sobre a Interpretação dos Dogmas: “No dogma da Igreja, preocupa-se
assim com a interpretaçã o correta das Escrituras”. Dogma, entã o, é a
exegese infalı́vel das escrituras da Igreja.
Há certos fatos da vida de Maria que a Bı́blia ensina explicitamente.
Sua concepçã o virginal de Jesus, por exemplo, é apresentada clara e
inequivocamente no evangelho de Lucas ( 1:34-35 ). Outros fatos estã o
implícitos no texto bı́blico, mas sempre foram ensinados pela Igreja,
como a assunçã o de Maria ao cé u e sua imaculada concepçã o. A verdade
desses fatos implı́citos nã o é menos importante para nossa
compreensã o do evangelho. Na verdade, os detalhes implı́citos sã o
muitas vezes mais importantes para uma narrativa, porque nos
mostram o que o narrador tem como certo. Embora esses detalhes –
suposiçõ es, se você preferir – permaneçam nã o ditos, eles compõ em o
tecido em que a narrativa é tecida. Sem sua presença tá cita, a narrativa
se desintegra.
Assim, ao longo dos sé culos, a Igreja preservou, protegeu e defendeu
cuidadosamente seus ensinamentos marianos, porque abandoná -los
seria abrir mã o do evangelho. Suprimi-los seria privar a famı́lia de Deus
de sua mã e. Sem os dogmas, Maria torna-se irreal: um corpo feminino
aleató rio de Nazaré , insigni icante em sua individualidade, incidental à
narrativa dos evangelhos. E quando Maria se torna irreal, o mesmo
acontece com a encarnaçã o de Deus, que dependia do consentimento
de Maria; o mesmo acontece com a carne sofredora de Cristo, que Ele
tomou de Sua mã e; o mesmo acontece com o status do cristã o como
ilho de Deus, que depende de nossa participaçã o na casa e na famı́lia
de Jesus, o Filho de Davi, o Filho de Maria.
Junto com os relatos bı́blicos, os dogmas marianos da Igreja nos
mantê m pró ximos da realidade encarnada da famı́lia de Deus.
Novamente, para um cristã o crente, nem os dogmas nem os tipos
devem ser abstraçõ es ou metá foras. Sã o aspectos de uma pessoa viva,
nossa mã e.
Considere o exemplo cristã o de Sã o Joã o de Damasco, um Pai da
Igreja que amava tanto as escrituras que se mudou para Jerusalé m para
viver dentro de sua paisagem. Ele conhecia, de maneira profunda, todos
os tipos de Maria e Jesus do Antigo Testamento. E ele conhecia os fatos
da vida de Mary, inclusive aqueles que ainda nã o haviam sido
declarados o icialmente como dogmas. Por volta de 740 A. _ D. , ele
pregou trê s homilias sobre a assunçã o de Maria ao cé u, e incorporou
muitos dos dogmas da Igreja e os tipos que discutimos neste livro: a
nova Eva, a arca da aliança, a rainha-mã e. No entanto, o tempo todo,
John nunca pregou sobre ideias; ele interpretou as escrituras enquanto
pregava sobre uma pessoa, uma pessoa que havia sido levada por Deus
para o cé u.
Sua evocaçã o da recepçã o de Maria no cé u é especialmente
reveladora. “Davi, seu antepassado, e seu pai em Deus, dança de
alegria”, disse ele, “e os anjos dançam com ele, e os arcanjos aplaudem”.
Ao imaginar esta cena, Joã o nã o viu o rei Davi dançando em torno de
um dogma, ou em torno de uma metá fora para a arca da aliança ( 2Sm
6:14 ) . Em vez disso, John viu David dançando por amor a uma pessoa,
que era sua ilha e ainda assim sua mã e.
E, no entanto, o dogma – a interpretaçã o infalı́vel das escrituras da
Igreja – que nos permite ver essa mã e real tã o claramente quanto Davi
viu. Pois os dogmas sã o fatos de fé que preservam certa visã o da famı́lia
de Deus.
Atração Fetal
Os evangelhos de Mateus e Lucas nã o deixam dú vidas de que Maria era
virgem no momento em que concebeu o Filho de Deus (Mt 1,18 ; Lc
1,34-35; 3,23 ). E claro que os primeiros Padres e credos sustentam a
verdade da concepçã o virginal. Por que a Igreja sempre insistiu que os
cristã os creiam em Jesus “nascido da Virgem Maria”? Porque a
maternidade virginal de Maria é a garantia tanto da divindade de Jesus
como da sua humanidade. Sã o Tomá s de Aquino resumiu: “Para que o
corpo de Cristo se mostrasse um corpo real, Ele nasceu de uma mulher.
Para que Sua Divindade pudesse ser esclarecida, Ele nasceu de uma
virgem”. Como vimos nos capı́tulos anteriores, a virgindade de Maria é
crucial també m para a compreensã o da Tradiçã o sobre ela como a Nova
Eva.
Assim, desde os primó rdios da Igreja, o nome de Maria apareceu
quase sempre com um modi icador: “virgem”. No Credo dos Apó stolos,
no Credo de Nicé ia, nos primeiros credos batismais de Roma e da
Africa, os crentes tê m consistentemente professado a crença em Jesus
“nascido da Virgem Maria”. Para os primeiros cristã os, acreditar em
Jesus era acreditar na virgindade de Maria.
De fato, a identidade de Maria é incompleta sem a palavra “virgem”.
Ela é “a Virgem Maria”. A virgindade nã o é meramente uma
caracterı́stica de sua personalidade, ou uma descriçã o de seu estado
bioló gico. A virgindade é tã o parte dela que se tornou como um nome.
Quando a literatura ou as cançõ es se referem à “Virgem” ou “a
Santı́ssima Virgem”, pode signi icar apenas uma pessoa: Maria.
“Virgin” é , uma vez e sempre, quem ela é . Assim, a igreja tem
ensinado constantemente que Maria preservou sua virgindade nã o
apenas antes da concepçã o de Jesus, mas també m depois. Embora ela
fosse casada com Joseph, os dois nunca consumaram seu casamento
por relaçõ es sexuais. Esta doutrina é conhecida como virgindade
perpétua de Maria.
Os hereges da Igreja primitiva ocasionalmente desa iavam esse
ensino, mas nunca ganharam muito terreno. Seus argumentos
supostamente bı́blicos foram facilmente refutados por pessoas como
Sã o Jerô nimo, o grande estudioso bı́blico da igreja antiga. (Jerô nimo
també m era um grande xingador, e reservava seus insultos mais
mordazes para aqueles que ousavam questionar a virgindade perpé tua
de Maria.) Quais eram os argumentos desses hereges?
A maior parte de seus argumentos se baseava nas passagens do Novo
Testamento que se referem aos “irmã os” de Jesus. Encontramos no
evangelho de Sã o Marcos, por exemplo: “Nã o é este o carpinteiro, ilho
de Maria e irmã o de Tiago e José e Judas e Simã o, e nã o estã o suas
irmã s aqui conosco?” ( 6:3 ). Em Mateus 12:46 , vemos: “Eis que sua
mã e e seus irmã os estavam do lado de fora, pedindo para falar com ele”.
Em Lucas 2:7 , lemos que Jesus era o “primogê nito” de Maria.
Isso é praticamente um problema para qualquer um que tenha uma
familiaridade com os costumes hebraicos. A palavra hebraica para
“irmã o” é um termo mais abrangente, aplicando-se també m aos primos.
De fato, no hebraico antigo nã o há palavra para primo. Para um judeu
do tempo de Jesus, seu primo era seu irmã o. Esse princı́pio familiar
també m se aplicava a outras lı́nguas semı́ticas, como o aramaico, a
lı́ngua que Jesus falava. Alé m disso, justamente porque Jesus era ilho
ú nico, Seus primos até assumiriam o status legal de irmã os para Ele,
pois eram Seus parentes mais pró ximos. Finalmente, a palavra
“primogê nito” nã o apresenta nenhuma di iculdade real, porque era um
termo legal no antigo Israel que se aplicava à criança que “abriu o
ventre”, quer a mã e tenha ou nã o mais ilhos depois.
Os hereges també m citaram passagens que pareciam - mais uma vez,
para aqueles nã o familiarizados com os modos de expressã o judaicos -
implicar que Maria e José mais tarde tiveram relaçõ es sexuais. Eles
citariam Mateus 1:18 : “Ora, o nascimento de Jesus Cristo aconteceu
assim. Quando Maria, sua mã e, estava desposada com José , antes de se
ajuntarem, achou-se que estava grá vida do Espı́rito Santo”. O
antagonista de Sã o Jerô nimo, Helvidius, colocou sua pergunta
diretamente na palavra “antes” nessa frase, alegando que Mateus nunca
teria aplicado “antes de se unirem” a um casal que eventualmente nã o
se unisse. Helvı́dio també m citou uma passagem mais tarde no primeiro
capı́tulo de Mateus que declara que José “nã o a conheceu até que ela
deu à luz um ilho” ( 1:25 ). Mais uma vez, Helvı́dio disse que o uso de
“até ” por Mateus implicava que José “conheceu” Maria depois.
Este é um exemplo clá ssico de exegese amadora. Foi de initivamente
e facilmente nivelado por um estudioso bı́blico pro issional.
Respondendo a Helvı́dio, Jerô nimo demonstrou que as Escrituras
“muitas vezes usam um tempo ixo ... .” Jerô nimo trovejou: “Ele deixará
de ser Deus quando eles envelhecerem?” A resposta, é claro, é nã o.
Jerô nimo prossegue, entã o, citando Jesus, que disse: “Eis que estou
convosco todos os dias, até o im dos tempos” (Mt 28,20 ). Com ironia,
Jerô nimo perguntou a Helvı́dio se ele achava que o Senhor abandonaria
Seus discı́pulos depois do im dos tempos. Jerome multiplica esses
exemplos, mas nã o precisamos repeti-los aqui. Basta dizer que aqueles
que questionam a virgindade de Maria nã o tê m uma pá gina de escritura
para se apoiar – e a Tradiçã o Cristã é unı́vocamente contra eles.
Se eles quisessem encontrar uma mensagem implı́cita nas escrituras,
deveriam ter examinado o primeiro capı́tulo do evangelho de Lucas. Lá ,
o anjo Gabriel aparece a Maria - que estava entã o prometida a José - e
lhe diz que ela conceberá um ilho. Maria responde: “Como será isso, já
que nã o tenho marido?” (Lc 1:27-34 ).
Agora, esta seria uma pergunta estranha se Mary tivesse planejado
ter relaçõ es conjugais normais com o marido. O anjo havia dito apenas
que ela conceberia um ilho, o que é um evento comum no casamento.
Se Helvı́dio estivesse certo, entã o Maria deveria saber exatamente
“como será isso”. Isso aconteceria no curso normal da natureza.
Mas isso, aparentemente, estava alé m do reino das possibilidades
para ela. A suposiçã o tá cita por trá s de sua pergunta é que, mesmo
estando prometida, ela nã o deveria ter a oportunidade de conceber um
ilho. Como pode ser? Alguns comentaristas especulam que Maria deve
ter jurado virgindade desde tenra idade, e que José sabia de seu voto,
aceitou-o e, eventualmente, assumiu-o. Os contrá rios respondem que o
celibato jurado era quase iné dito no antigo Israel. No entanto,
encontramos exemplos de celibato no tempo de Jesus, evidenciados no
Novo Testamento pelo pró prio Jesus e por Sã o Paulo, entre outros. Os
Manuscritos do Mar Morto atestam que o celibato era uma prá tica
comum de algumas seitas israelitas. Portanto, nã o é impensá vel que
Maria pudesse ter jurado virgindade.
Em qualquer caso, é ica claro pelas escrituras e pela Tradiçã o que
ela viveu sua virgindade – tanto que, para todas as geraçõ es futuras, ela
se tornou sua pró pria personi icaçã o. Sã o Epifâ nio rejeitou todos os
argumentos contra a virgindade de Maria com o testemunho de seu
nome. Mesmo em seus dias (sé culo IV), ela estava bem estabelecida
como simplesmente “a Virgem”. Um bom ilho defende irmemente a
honra de sua mã e - embora na maioria das vezes, ele nã o precise fazê -lo
com argumentos longos e trabalhosos. Ainda assim, há lugar para
provas també m; e os ilhos de Maria podem, se desa iados, tomar as
Escrituras em sua defesa, como fez Jerô nimo.
Assim, este ú ltimo dos Pais da Igreja torna explı́cito o que estava
implı́cito na doutrina de seus predecessores do sé culo II: o status de
Maria como a Nova Eva requer nossa crença em sua assunçã o corporal.
As leituras da festa també m nos mostram como a assunçã o con irma
Maria para sempre como rainha-mã e. O pró prio salmo responsorial do
dia da festa descreve o casamento de um rei davı́dico: “A rainha está à
tua direita, vestida de ouro” (Sl 45,9 ). No entanto, essa linha descreve
com a mesma certeza a corte celestial do ú ltimo rei davı́dico, Jesus
Cristo, que reina com Sua rainha-mã e à Sua mã o direita - assim como
Salomã o reinou ao lado de Bate-Seba. “Entã o era apropriado”, disse
Joã o de Damasco – depois de chamar Cristo o Novo Salomã o – “que a
Mã e se instalasse na Cidade Real de seu Filho”.
Por que no cé u Deus assumiria tal rainha? Ela é mais do que o tipo
Dele. Ela é a mã e dele. O Damasceno tem a ú ltima palavra nesse
assunto: “Que honras Ele conferiu a ela – Aquele que nos ordenou que
honrá ssemos nossos pais.”
Conversa de ídolo?
Alguns nã o-cató licos alegam que todos esses dogmas marianos se
somam à adoraçã o de Maria – idolatria pura e simples. Houve um
tempo na minha vida em que pensei assim. Como jovem evangé lico, até
distribuı́ folhetos identi icando Maria com a deusa babilô nica Ishtar,
cuja adoraçã o é descrita pelo profeta Jeremias ( 7:18; 44:15-17 ). A
devoçã o mariana, eu acreditava, nã o era nada mais do que adoraçã o à
deusa contrabandeada para o cristianismo por antigos pagã os que
ingiam conversã o.
Eu estava errado, é claro – antes de tudo, em minha crença de que os
cató licos “adoram” Maria. Em verdade, a Igreja lhe dá honra e
veneraçã o como a maior dos santos, enquanto reserva a adoraçã o e o
culto somente a Deus. De fato, os primeiros cristã os que foram mais
vigorosos em sua devoçã o mariana foram igualmente vigorosos em
denunciar quaisquer resquı́cios locais do culto à deusa.
Eu també m estava errado ao condenar o tı́tulo de “rainha do cé u” só
porque já foi aplicado a uma deusa pagã . Os anticristã os usam esse
mesmo argumento para desacreditar as a irmaçõ es de Jesus Cristo.
Chame isso de abordagem das religiõ es comparadas. Funciona assim:
muitos mitos pagã os antigos falavam de um “ ilho de um deus” nascido
de uma virgem que veio à terra, morreu e ressuscitou dos mortos;
portanto, o “mito de Jesus” nã o passa de um imitador tardio e muito
bem-sucedido.
Pelo contrá rio! De grandes cristã os como CS Lewis, aprendi que tais
paralelos entre o cristianismo e o paganismo sã o mais bem entendidos
como uma preparaçã o para o evangelho – a maneira de Deus dar até
mesmo aos gentios uma dica (Lewis chamou essas premoniçõ es de
“sonhos estranhos”) de um futuro glorioso que um dia ser deles.
CAPITULO 6
E AS CRIANÇAS ? _ _
Carne Real
Peões trabalhistas
Como, entã o, vamos - em nossa nova realeza - nos relacionar com essa
rainha-mã e? Os dogmas marianos nã o nos levam tã o longe; e, de fato,
parecem apontar para alé m de si mesmos. Mesmo o dogma mais
recentemente de inido, a suposiçã o, tem uma penú ltima qualidade:
agora que ela está no cé u, o que ela faz ? A inal, sabemos o que Jesus
faz; o livro do Apocalipse nos diz que Ele reina (Ap 22:3 ). Sabemos
també m o que os má rtires fazem no cé u; o livro do Apocalipse nos diz
que eles oram pela resoluçã o satisfató ria dos assuntos na terra (Ap 6:9-
10 ).
Nã o deveria ser surpresa, entã o, que o livro do Apocalipse nos diga o
que Maria faz no cé u. Como a Nova Eva, a “mã e de todos os viventes”, ela
é mã e da Igreja, “o resto de sua descendê ncia” (Ap 12:17 ). Abordando a
questã o de por que a mulher do Apocalipse ainda está em trabalho de
parto, embora esteja no cé u, o Papa Pio X disse: “Que parto foi?
Certamente foi o nascimento de nó s que, ainda no exı́lio, ainda devemos
ser gerados para a perfeita caridade de Deus e para a felicidade eterna.
E as dores do parto mostram o amor e o desejo com que a Virgem do
cé u cuida de nó s e se esforça com oraçã o incansá vel para realizar o
nú mero dos eleitos”.
Sempre mã e, Maria cuida de nó s, reza por nó s e nos conduz à
realizaçã o da vida. O Concı́lio Vaticano II ensina:
Esta maternidade de Maria na ordem da graça prossegue
ininterruptamente desde o consentimento que ela lealmente deu
na Anunciação e que sustentou sem vacilar sob a cruz, até o
cumprimento eterno de todos os eleitos. Elevada ao céu, ela não
deixou de lado este o ício salví ico, mas por sua multiforme
intercessão continua a nos trazer os dons da salvação eterna.
Portanto, a Santíssima Virgem é invocada na Igreja sob os títulos
de Advogada, Auxiliadora, Benfeitora e Medianeira. ( Lumen
Gentium 62 , citado no Catecismo , n. 969 )
A Medianeira é a Mensagem
Tirando um contrato
Sinto uma dor familiar em meu coraçã o ao dizer essas palavras, porque
por muitos anos busquei tal compreensã o de Deus, salvaçã o e
justi icaçã o. Como ministro protestante e professor de seminá rio, segui
Calvino e Lutero, que liam as cartas de Sã o Paulo aos Romanos e aos
Gá latas como se Deus estivesse sentado como juiz em um tribunal
romano, absolvendo-nos mesmo sabendo que é ramos culpados, tudo
porque Cristo pagou nossa multa.
Mas quanto mais me aprofundava em Romanos e Gá latas, mais
percebia que os autores antigos eram hebreus antes de qualquer outra
coisa. Suas categorias, linguagem e suposiçõ es estavam impregnadas
nas alianças, nã o nas estruturas jurı́dicas do impé rio romano. Há muito
eu assumi que um pacto era um instrumento legal – um contrato. Aos
poucos, poré m, comecei a despertar para algo que a Igreja Cató lica
ensinou desde o inı́cio: que uma aliança difere de um contrato quase
tanto quanto o casamento difere da prostituiçã o. Um contrato troca
bens, bens e serviços, direitos e deveres; uma aliança troca pessoas. Em
um contrato, este produto é seu e aquele é meu; mas em uma aliança, eu
sou seu e você é meu. Assim, as alianças que Deus faz sempre dizem a
mesma coisa: Eu serei seu Deus e você será Meu povo - Minha famı́lia,
Meus parentes - porque a aliança cria parentesco.
A aliança cria laços familiares ainda mais fortes do que os laços
familiares bioló gicos. Isso é algo que todo antigo hebreu sabia. Isso é o
que Paulo sabia, e Joã o e Tiago. Entã o, quando eles ouviram a notı́cia de
que Deus estava fazendo uma aliança com eles, eles sabiam que Ele nã o
era mais apenas um legislador ou juiz. Ele era um Pai acima de tudo, e
para sempre.
Isto é um teste
A IGREJA FINAL _ _ _
Eu disse que a identi icaçã o de Maria com a Igreja é algo mı́stico, mas
isso não signi ica que seja metafó rico. A tipologia bı́blica é mais do que
uma mera convençã o literá ria, pois a Bı́blia é mais do que literatura; a
Bı́blia é histó ria. No entanto, a tipologia é mais do que histó rica; é
profé tico. Ainda assim, é mais do que profecia; é realidade. E ainda mais
que a realidade, é a eternidade. Assim, quando falamos de Maria como
Mã e da Igreja e arqué tipo da Igreja, estamos falando de uma verdade
permanente, uma pessoa vivamente real e uma verdade essencial ao
plano de Deus para o cosmos.
A Igreja discutiu isso de maneira deslumbrante nos documentos do
Concı́lio Vaticano II ( 1962-1965 ). Embora esse concı́lio nã o tenha
produzido um ú nico documento focado exclusivamente em Maria, seus
documentos como um todo incluı́am mais ensinamentos marianos do
que qualquer outro concı́lio ecumê nico na histó ria da Igreja. De fato, o
ensinamento mariano do Vaticano II superou o de todos os concı́lios
anteriores combinados.
Alguns estudiosos dizem que o documento mais importante do
Concı́lio foi Lumen Gentium, a Constituiçã o Dogmá tica sobre a Igreja. E
no momento climá tico da Lumen Gentium que os padres conciliares
pronunciam seu ensinamento mariano mais concentrado. A seçã o inal
desse documento é intitulada: “A Bem-Aventurada Virgem Maria, Mã e
de Deus, no Misté rio de Cristo e da Igreja”.
“Este Santo Sı́nodo”, a irma, “ao expor a doutrina sobre a Igreja, na
qual o divino Redentor opera a salvaçã o, pretende descrever com
diligê ncia tanto o papel da Santı́ssima Virgem no misté rio do Verbo
Encarnado como no Corpo Mı́stico, e os deveres da humanidade
redimida para com a Mã e de Deus, que é mã e de Cristo e mã e dos
homens, particularmente dos ié is” ( Lumen Gentium 54 ).
O documento segue entã o uma linha de argumentaçã o semelhante à
seguida neste livro, examinando Maria à luz da teologia, tipologia,
dogma e, inalmente, eclesiologia, o estudo teoló gico da Igreja. O
concı́lio endossa a pre iguraçã o tipoló gica de Maria no Antigo
Testamento, bem como seu papel singular e essencial no Novo
Testamento (n. 55 ). A discussã o culmina, no entanto, em um exame do
papel contı́nuo de Maria na vida da Igreja.
Filiação e Matriz
Um vislumbre de glória
Tudo isso nos leva à aborrecida questã o de saber se a doutrina cató lica
sobre Maria é uma impedimento à unidade dos cristã os. Algumas
pessoas – até mesmo alguns teó logos cató licos – dizem que devemos
minimizar nossas crenças marianas no interesse de nos aproximarmos
das igrejas protestantes que rejeitam essas crenças.
Fazer isso, no entanto, seria contraproducente. A teologia é uma
verdadeira ciê ncia; seu assunto consiste em misté rios divinamente
revelados. Ao longo dos sé culos, muitas das sementes doutriná rias que
foram plantadas por Cristo e os apó stolos loresceram em dogmas,
conforme de inido pelo magisté rio da Igreja. Desta forma, a teologia se
desenvolveu ao longo do tempo, como outras ciê ncias.
Os cientistas formulam e testam vá rias teorias, algumas das quais
sã o comprovadas com su iciente certeza para serem renomeadas como
leis, por exemplo, a lei da gravidade de Newton; outras sã o descartadas
como hipó teses impraticá veis. Assim, as leis tornam-se os marcadores
do progresso cientı́ ico. Da mesma forma, a de iniçã o de dogma serve
como marca do progresso teoló gico.
O dogma é a perfeiçã o da doutrina, e a doutrina nada mais é do que o
ensino da Igreja e a pregaçã o da verdade do evangelho, como Jesus a
comissionou e a capacitou a fazer. Quando o papa escolhe de inir um
dogma mariano, ele faz muito mais do que ensinar ao mundo uma
valiosa liçã o de teologia. Ele usa seu carisma dado por Deus para
cumprir sua missã o apostó lica de pregar o evangelho a todas as naçõ es
(ver Mt 28:18-20 ).
Ao longo da histó ria da Igreja, a de iniçã o de dogmas estimulou as
energias apostó licas e teoló gicas de algumas de suas melhores mentes,
especialmente quando uma de iniçã o se tornou motivo de contrové rsia.
Na dé cada de 1940 , muitos protestantes, incluindo o falecido Max
Thurian de Taizé , França, se opuseram vigorosamente depois de ouvir
rumores de que o Papa Pio XII estava prestes a de inir o dogma da
assunçã o de Maria. “Onde está isso na Bı́blia?” eles perguntaram,
enquanto faziam previsõ es terrı́veis sobre a morte do ecumenismo
cató lico.
No entanto, a de iniçã o da suposiçã o coincidiu com o alvorecer de
uma idade de ouro do ecumenismo cató lico. Agora, quase cinquenta
anos depois, a Igreja Cató lica pode ser descrita como o motor do
movimento ecumê nico, quando muitas das instituiçõ es da velha guarda
perderam força.
E, aliá s, Max Thurian morreu como padre cató lico na festa da
Assunçã o em 1996 .
O autê ntico progresso ecumê nico nã o é simplesmente o resultado de
nossas pró prias energias humanas. Ainda mais, nã o é causado por
comprometimento de nenhum dos lados. “Aqui nã o se trata de alterar o
depó sito da fé ”, escreveu o Papa Joã o Paulo II, “mudando o signi icado
dos dogmas, eliminando-lhes palavras essenciais, acomodando a
verdade à s preferê ncias de uma determinada é poca…. A unidade
querida por Deus só pode ser alcançada pela adesã o de todos ao
conteú do da fé revelada em sua totalidade” ( Ut Unum Sint 18 ).
A unidade ecumê nica requer, portanto, uma graça especial e a
Palavra de Deus, que age em favor de sua famı́lia. Conseqü entemente,
nã o devemos esperar que Ele trabalhe à parte, mas por meio da mã e
que Ele nos deu para servir como sı́mbolo e fonte – o arqué tipo – da
unidade familiar.
E no inal
Agora que você leu a maior parte deste livro sobre a Santı́ssima
Virgem Maria, talvez esteja ansioso para falar com amigos, familiares
ou colegas de trabalho que sã o cristã os, mas talvez duvidam da
doutrina mariana. Se você está ansioso para evangelizar, entã o estou
satisfeito. Escrevi este livro para que meus companheiros cató licos
nunca tivessem vergonha de sua mã e sobrenatural, como eu já tive
vergonha de minha mã e natural quando ela veio me levar da escola
para casa.
No entanto, eu també m gostaria de alertar e exortá -lo a nã o icar
ansioso demais — ou melhor, nã o icar ansioso pelos motivos errados.
Eu exorto você a nunca esquecer que, quando você defende a
Santı́ssima Virgem, você está defendendo sua mã e, nã o um zagueiro,
nã o uma linha de gol. Você deve defendê -la apenas como ela gostaria de
ser defendida. Nenhuma mã e digna desse nome quer que seus ilhos
partam para a ofensiva para defendê -la. Nenhuma mã e digna desse
nome quer que seus ilhos sejam rudes ao defendê -la. Nenhuma mã e
digna desse nome quer ser alvo de uma briga no pá tio da escola.
Digo isso porque à s vezes encontro pessoas que praticam a
apologé tica como um esporte de contato total ou como uma guerra sem
prisioneiros. Para esses apologistas, o objetivo é vencer a discussã o,
mesmo que isso signi ique humilhar totalmente seus “inimigos”.
Isso nã o é maneira de provar as doutrinas marianas. Os ilhos de
Maria nã o tê m inimigos. Conhecemos apenas nossos irmã os e irmã s em
Jesus Cristo — nossos adelphoi, do mesmo ventre. Nã o precisamos
tanto discuti-los em casa (embora os argumentos à s vezes sejam
necessá rios), mas amá -los em casa (embora o amor à s vezes possa ser
difı́cil).
Alé m disso, nunca devemos icar orgulhosos demais por termos nos
reconhecido como ilhos da rainha-mã e. Nunca devemos chegar a
acreditar que temos todas as respostas. Embora as respostas estejam
todas disponı́veis para nó s, ningué m está de posse delas. Deus
continuará a nos humilhar, a nos lembrar que somos crianças,
permitindo que caiamos e nos encontremos sem a resposta certa no
momento certo. Ele até permitirá isso quando estivermos,
ostensivamente, trabalhando por Sua boa causa.
Posso garantir tudo isso, porque, logo apó s minha conversã o, Deus
trouxe a mensagem para mim.
Fazia muito tempo que comecei a me sentir em casa na Igreja Cató lica e
iquei exultante com o entusiasmo com que os cató licos recebiam meu
testemunho de conversã o onde quer que eu fosse. Fundamentalistas e
evangé licos à s vezes assistiam à s minhas palestras para me desa iar,
mas eu estava ansioso para enfrentá -los. Eu conhecia os argumentos
antes mesmo de eles abrirem a boca – eu mesmo já os defendi – e sabia
exatamente a resposta bı́blica certa. Até comecei a ansiar por esses
desa ios, como um atirador anseia pelo pró ximo pombo de barro. Eu
estava me sentindo muito o apologista machista.
Cheio de tantos sucessos, encontrei-me um im de semana no bairro
de meu antigo seminá rio protestante, Gordon-Conwell. Decidi voltar e
passar algum tempo com o professor que servira como assistente de
ensino. Ele parecia ansioso para me ver e até me convidou para icar em
sua casa enquanto eu estivesse na cidade. Ele tinha ouvido, é claro,
sobre minha entrada na Igreja Cató lica, e ele estava, para dizer o
mı́nimo, desapontado. Ele disse que estava ansioso para discutir o
assunto mais detalhadamente.
Eu sabia que ele queria me desa iar, e eu estava ansioso para ser
desa iado.
Cheguei e nos cumprimentamos calorosamente; mas meu palpite
inicial estava certo. Nã o demorou muito para que meu an itriã o e sua
esposa começassem a me bombardear com todo tipo de perguntas
sobre o papa, purgató rio, eucaristia, sacerdó cio, con issã o... a noite, eu
era como um rebatedor de estrelas no treino de rebatidas, batendo um
arremesso lento apó s o outro nas arquibancadas.
Entã o, por volta da meia-noite, quando eu estava começando a ansiar
por uma merecida cochilada, meu amigo me disse: “E a suposiçã o?”
Eu sabia o que ele estava insinuando – que nã o há evidê ncia bı́blica
para essa suposiçã o. Eu estava cansada e irritada por ele estar trazendo
a suposiçã o à quela hora tardia da noite. Mas eu també m estava
despreparado. Eu respondi: “Bem, você pode olhar para Apocalipse 12
e ver que lá estava ela, corpo e alma no cé u”.
"Isso é bom, Scott", disse ele. “Mas dê -me evidê ncias de que algué m
na Igreja acreditava nisso antes do sé culo VI.”
Respondi que, em toda a sua histó ria, a Igreja nunca honrou um
tú mulo como o local de descanso inal dos ossos de Maria.
Ele ressaltou, com razã o, que o argumento do silê ncio era um
argumento tã o fraco quanto se poderia oferecer.
Eu reconheci que ele estava certo, mas rebati que tempos de
perseguiçã o raramente trazem evidê ncias de doutrina ou devoçã o.
Sobrevivê ncia e perseverança sã o as principais prioridades da Igreja.
Meus an itriõ es nã o icaram impressionados.
E o apologista machista estava começando a sentir os efeitos de um
dia inteiro de discussõ es esportivas — e um ano de orgulho intelectual.
Esforcei-me para apontar que, sim, nã o é até o sé culo VI que a
suposiçã o faz sua estré ia em nossa histó ria documental - mas entã o,
nó s a encontramos como estabelecida e desenvolvida, com seus
pró prios dias de festa, hinos e literatura. Quando o imperador declarou
que era uma festa universal, nã o havia sequer um indı́cio de resistê ncia
ou contrové rsia.
Meus an itriõ es sorriram. “Isso é muito bom, Scott. Mas o fato é que
você nã o tem nada que justi ique cinco sé culos de silê ncio, nã o é ?
Até este ponto, nossa discussã o tinha sido amá vel. Mas agora eu senti
que icou um pouco pontiagudo, quase adversá rio.
Mas tive que responder: “Nã o, nã o consigo pensar em nada”.
“Você pode recomendar um livro? Qualquer coisa que eu possa ler?”
Eu balancei minha cabeça.
“Você nã o tem respostas dos primeiros cinco sé culos. Você nã o tem
um livro que eu possa ler – você, que tem um livro para tudo, nã o tem
um livro na suposiçã o!” Ele estava apenas saboreando o momento,
saboreando esta vitó ria.
Eu disse nã o."
“Deixe-me lembrá -lo, Scott, que este é um dogma, infalivelmente
de inido . E você nã o pode me explicar por que houve silê ncio por cinco
sé culos?
“Eu nã o sei,” eu disse.
Foi o momento inal de uma troca dramá tica que durou horas, e
todos os meus triunfos anteriores pareciam reduzidos a nada. Eu meio
que manquei os degraus até a cama do meu quarto de hó spedes,
sentindo como se tivesse decepcionado minha mã e.
Sentei-me na cama, depois caı́ de joelhos e rezei um pedido de
desculpas a Jesus. Senti que O havia decepcionado ao decepcionar Sua
mã e. Senti como se tivesse corrido com a bola para a linha de uma
jarda, apenas para me atrapalhar antes do gol. Eu disse: “Sinto muito,
Senhor, por minha fraqueza e fracasso”. Rezei uma Ave Maria. Entã o eu
caı́, exausto, para dormir.
Eles me deixaram dormir. Acordei à s nove e um prato de ovos
mexidos me esperava na cozinha.
Quando me sentei e comecei a comer, notei que o calendá rio dizia
segunda-feira, 8 de dezembro . Algo sobre aquela data disparou um
alarme em minha memó ria. Era um dia santo? Entã o me lembrei que
era a festa da Imaculada Conceiçã o, minha primeira como cató lica — e
quase a perdi, icando, como estava, em territó rio protestante.
Eu timidamente disse à minha an itriã : “Hum, hoje é um dia sagrado
de obrigaçã o. Existe alguma maneira de eu chegar à missa em algum
lugar pró ximo?
Ela disse: “Oh, você está com sorte. Saint Paul's ica no nosso quintal.”
Ela até ligou para saber os horá rios das missas, mas eles tinham
acabado de terminar a ú ltima missa do dia. Entã o ela começou a ligar
para cerca de dez igrejas pró ximas, sem encontrar uma ú nica que
pudesse me acomodar antes do meu voo para fora da cidade.
Finalmente ela descobriu uma lista de uma capela carmelita no
shopping Peabody, a cerca de quinze milhas de distâ ncia.
Mais uma ligaçã o e ela descobriu que, de fato, a capela tinha missa ao
meio-dia. Haveria tempo su iciente para eu chegar lá , voltar para casa e
pedir aos meus an itriõ es que me levassem ao aeroporto.
Entã o me preparei para minha partida e parti para o shopping,
chegando um pouco antes do meio-dia. Perguntei como chegar à capela
e logo me vi no meio de uma multidã o de compradores de Natal
descendo uma escada estreita até o porã o. No fundo, encontrei-me no
meio de uma congregaçã o só de sala de pé e tomei meu lugar nos
fundos.
Um sino tocou e um velho padre saiu. Ele devia estar na casa dos
setenta. E eu pensei, Oh, nã o, esta vai ser uma missa longa.
Durante as primeiras partes da missa, dei por mim a olhar
frequentemente para o reló gio, pensando ansiosamente no meu voo.
No que diz respeito à homilia, poré m, tudo mudou. Aquele anciã o
subiu ao pú lpito e olhou para nó s. Certamente todos podiam ver que
havia um brilho em seus olhos. Ele parecia estar falando diretamente
comigo quando disse: “Estamos celebrando nossa mãe hoje!”
De lá ele decolou, pregando uma tempestade de fogo. Billy Graham
nã o tinha nada sobre esse cara. “Se algué m perguntar a você ”, ele
trovejou, “'Por que você acredita que Maria foi concebida sem pecado?'
o que você vai dizer a ele?” Ele fez uma pausa.
— O que você vai dizer a ele? Ele fez uma pausa novamente.
Entã o, com um piscar de olhos, ele disse: “Diga-lhe isto: se você
pudesse ter criado sua mã e e preservado ela do pecado original, você
faria? Você gostaria?... Claro que sim!
“Mas você poderia ? Nã o, você nã o poderia! Mas Jesus podia e assim
Jesus fez!”
Depois, tive di iculdade em me concentrar na missa, mas certamente
nã o estava pensando no meu voo para fora da cidade. Eu queria falar
com esse padre.
Quando a missa terminou, a multidã o voltou à s compras e eu voltei
para a pequena sacristia da capela. “Pai, você tem um minuto?” Eu
perguntei.
"Nã o", ele respondeu sem olhar para cima.
Eu disse: “Você tem meio minuto?”
Finalmente, ele olhou para mim. "O que você quer?"
Eu disse: “Sou formado em Gordon-Conwell, o melhor da minha
turma, mas acabei de me converter no inı́cio deste ano”.
Ele sorriu para mim ao dizer: “Gordon-Conwell, lá em South
Hamilton – eu costumava ensinar lá . Eu ensinei teologia.”
Eu disse: “Nã o, acho que você nã o entendeu. E um seminá rio
protestante evangé lico.”
Ele ergueu uma sobrancelha. “Nã o, jovem, acho que você nã o
entende. Costumava ser um seminá rio carmelita, e eu ensinei lá por
dé cadas. …Quando você se formou?"
"Oitenta e dois", eu respondi. “O melhor da minha classe, um
calvinista robusto. me converti. Agora estou de volta para visitar, e é
realmente humilhante.”
“Há !” ele disse. “Nó s damos a eles nosso seminá rio; eles nos dã o seus
graduados. Parece uma troca justa.”
Entã o ele se lembrou de como nossa conversa havia começado.
"Entã o, qual é a sua pergunta?"
Contei-lhe toda a histó ria do dia anterior, culminando na humilhaçã o
à meia-noite. “Você foi tã o bom em sua homilia, eu queria saber se você
conhece um livro que eu possa recomendar.”
"Há uma boa razã o pela qual você nã o consegue pensar em nenhum
tı́tulo", disse ele. “Nã o há tı́tulos impressos. Havia um, e acabou de ser
impresso na semana passada.”
Fiquei surpreso. “Você realmente conhece sua bibliogra ia mariana,
padre.”
Ele disse: “Neste caso, eu deveria. Eu escrevi o livro.”
Meu queixo caiu. Senti como se tivesse entrado na Zona do
Crepú sculo.
“Sim, eu escrevi. Chama-se A Assunção de Maria, e acabei de ser
noti icado na semana passada de que estava saindo de circulaçã o... Mas
tenho duas có pias. Ele en iou a mã o em um armá rio. “Qual é o nome
desse professor?”
Eu disse a ele.
“E você , você é casado, qual é o nome da sua esposa?”
“Kimberly.”
E ele inscreveu os livros com seu nome — Padre Kilian Healy, O.
Carm. — para minha esposa e meus amigos.
Entã o ele saiu abruptamente e me deixou atô nito. Voltei para a casa
dos meus amigos, maravilhado com a misericó rdia de Deus.
Parei com tempo su iciente para carregar o carro e chegar ao
Aeroporto Logan. Meu ex-professor nã o pô de ir porque estava
ensinando naquela tarde. Entã o está vamos parados na entrada da
garagem dizendo adeus.
Eu disse a ele: “Uma ú ltima coisa. Você perguntou sobre um livro
sobre a assunçã o de Maria. En iei a mã o no bolso para pegar o livro do
padre Healy e, em trinta segundos, resumi o episó dio na capela. Sem
fô lego, expliquei que este era o ú nico livro disponı́vel, e que tinha
acabado de sair de catá logo, e eu tinha acabado de encontrar o autor no
shopping naquela tarde.
Ele icou sem palavras. Sua esposa apenas riu enquanto me levava
para o aeroporto.
Quando entrei no aviã o, me senti como um garotinho. Imaginei Mary
me dando um tapinha na cabeça e dizendo: “Nã o se preocupe tanto em
me defender. Apenas me ame e ame meu Filho, e onde você icar
aqué m, nó s compensaremos o que lhe falta.”
OS MISTERIOS FELIZES
A Anunciação (Lc 1.26-38): O anjo Gabriel diz a Maria que ela
conceberá o Messias.
A Visitação (Lc 1.39-56): Maria visita sua parenta Isabel.
A Natividade (Mt 1,18-25, Lc 2,1-20): Jesus nasce.
A Apresentação (Lc 2,22-38): Maria e José vã o ao templo para
dedicar Jesus a Deus.
O Encontro do Menino Jesus (Lc 2,41-51): Durante uma
peregrinaçã o ao templo, Jesus é separado de Maria e José .
OS MISTERIOS TRISTE
A agonia no jardim (Mt 26.36-46): Jesus ora para ser poupado
de Seu sofrimento.
A lagelação (Mt 27.26): Jesus é açoitado pelos romanos.
A Coroação de Espinhos (Mt 27.29): Os romanos ridicularizam a
realeza de Jesus.
O Carregamento da Cruz (Jo 19:17).
A Cruci icação (Mc 15,22-38): Jesus morre na cruz.
OS GLORIOSOS MISTERIOS
A Ressurreição (Mt 28.1-10): Jesus ressuscita dos mortos.
A Ascensão (Lc 24,50-51): Jesus volta ao Pai.
A Descida do Espírito Santo (Atos 2): O primeiro Pentecostes
cristã o.
A Assunção de Maria (Ap 11:19–12:1): Maria é levada, corpo e
alma, para o cé u.
A coroação (Ap 12:1). Maria é coroada rainha do cé u e da terra.
Enquanto meditamos nesses misté rios, geralmente contamos nossas
oraçõ es recitadas no conjunto de contas, que també m leva o nome
“rosá rio” – uma palavra cuja raiz signi ica “guirlanda de rosas”.
A cada misté rio recitamos um Pai Nosso e dez Ave Marias, seguidos
de um Gló ria. Juntas, essas oraçõ es compõ em uma década do rosá rio.
Enquanto um rosá rio completo consiste em todas as quinze dé cadas, os
cristã os geralmente rezam apenas um conjunto de cinco misté rios de
cada vez. Em seus documentos o iciais, a Igreja de ine a recitaçã o do
rosá rio como a recitaçã o de cinco dé cadas.
Os nã o-cató licos à s vezes descartam o rosá rio como um monó tono
mecâ nico e estú pido de fó rmulas. Alguns até condenarã o a prá tica,
citando a rejeiçã o de Jesus à “vã repetiçã o” na oraçã o (Mt 6:7). Mas
nada poderia estar mais longe da marca.
Primeiro, o rosá rio é tudo menos estú pido. De fato, sua té cnica
meditativa foi re inada por sé culos de prá tica para envolver a mente
mais completamente. O rosá rio normalmente envolve pelo menos trê s
de nossos sentidos - com o som de vozes, o toque de contas e a visã o de
imagens devocionais - para que esses pró prios sentidos se tornem
orantes. Assim comprometidos, de corpo e alma, com a oraçã o, somos
menos propensos à distraçã o.
Alé m disso, as pró prias fó rmulas sã o ricas em doutrina e devoçã o
bı́blicas. O Pai Nosso aprendemos dos lá bios do pró prio Jesus. A Ave
Maria vem das palavras de Gabriel e Isabel no evangelho de Lucas. E
quem poderia argumentar com as palavras do Gló ria, que meramente
louvam a eterna e bendita Trindade?
Geralmente há um erro muito simples na raiz dessas crı́ticas à oraçã o
cató lica. De alguma forma, muitos cristã os se apegaram à ideia de que a
oraçã o formal é ruim e que a oraçã o, para ser verdadeira, deve ser
espontâ nea, criativa e emocional. No entanto, Jesus nã o ensinou isso.
Na verdade, Ele mesmo usou a oraçã o formal do antigo Israel (ver Mc
12:29; 15:34; Jo 7:10-14).
Jesus condenou a vã repetiçã o, mas nem toda repetiçã o é vã . Lembro-
me de ver um mú sico de rock cristã o responder a perguntas de pessoas
que simplesmente nã o conseguiam entender sua conversã o ao
catolicismo. Uma mulher perguntou: “Como você lida com toda a vã
repetiçã o?”
Ele olhou para ela com o sorriso mais amoroso e disse: “Nã o me
importo de repetir. Eu sou um baixista. E o meu sustento.”
A repetiçã o e a rotina podem ser muito boas para nó s e para nossos
relacionamentos. Minha esposa nunca se cansa de me ouvir dizer: “Eu
te amo”. Minha mã e nunca se cansa de me ouvir agradecer a ela por
minha educaçã o. Meus adversá rios nã o se cansam de me ouvir dizer
que sinto muito pelos meus erros. Deus també m nunca se cansa de nos
ouvir repetir as frases estabelecidas que foram consagradas para
oraçã o pelas escrituras e pela tradiçã o cristã . Os nã o-cató licos també m
sabem disso, e por isso ouvimos todos os tipos de cristã os ecoarem as
palavras “Amé m!” "Aleluia!" e “Louvado seja o Senhor!”
A tradiçã o estabelece certas frases porque elas resumem um
pensamento ou sentimento particular. Alé m disso, tendem a esclarecer
o pensamento ou intensi icar o sentimento nã o apenas no ouvinte, mas
també m no falante. Quanto mais digo a minha esposa que a amo, mais
me apaixono por ela. Quanto mais agradeço a minha mã e, mais devo
ponderar minha gratidã o a ela.
Quanto mais, por sua vez, dermos nossas vozes, nossas mã os e
nossos coraçõ es a palavras de amor para nossa rainha, nossa mã e e seu
Filho, mais cresceremos em devoçã o e santidade.
Subindo os remédios
Amor gerando amor – essa é a histó ria do rosá rio, e esse é o segredo do
rosá rio.
Reze o terço! E isso que exorto aos cató licos e a todos os cristã os de
boa vontade. Reze o rosá rio e perceba que cada recitaçã o está
conectando você à s coisas permanentes, tirando você do transitó rio e
efê mero, das coisas que mais importam para as pessoas que realmente
nã o sabem o que importa.
Reserve um tempo para rezar o terço de forma concentrada e
dedicada. Mas reze o rosá rio novamente quando encontrar um tempo
que seria mal gasto — quando estiver preso na sala de espera de um
mé dico ou atrasado no trâ nsito na hora do rush. A hora do rush é irreal
em comparaçã o com a realidade que você está orando, os misté rios da
realidade suprema. Suas contas e suas oraçõ es sã o mais reais do que os
carros à sua frente e as buzinas que estã o buzinando.
Certa vez, olhei com desgosto para um colar de contas de rosá rio. Eu
vi isso como um laço que sufocou a verdadeira devoçã o em inú meros
cató licos romanos. Quando segurei o rosá rio da vovó Hahn, nã o
consegui quebrar aquele laço com rapidez ou força su iciente.
Agora, quando olho para minhas pró prias contas, vejo o mesmo
cı́rculo, mas é diferente. Sugere a coroa de uma rainha, os braços
envolventes de uma mã e.
FONTES E
REFERENCIAS
DOUBLEDAY e a representaçã o de uma â ncora com um gol inho sã o marcas registradas da
Doubleday, uma divisã o da Random House, Inc.
BT602.H27 2001
232,91—dc21
00-047497
Nihil Obstat: Rev. James Dunfee, Censor Librorum Imprimatur: Reverendı́ssimo Gilbert I. Sheldon,
Bispo de Steubenville O Nihil Obstat e o Imprimatur sã o declaraçõ es o iciais de que um livro ou
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declaraçõ es expressas.
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v3.0_r4