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O Mundo Precisa de Um Pai: O Guia do Treinador

© Cassie Carstens, 2014


Primeira edição 2014
Todos direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida,
armazenada em um sistema de recuperação ou transmitida de qualquer forma ou para
quaisquer fins, eletrônicos, mecânicos, fotocopiada, gravada ou qualquer outra forma sem
uma permissão por escrito de Cassie Carstens ou do escritório Sul-africano do The World
Needs A Father (número de registro 2001/009919/08). Nenhuma responsabilidade por
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material desta publicação pode ser aceito por Cassie Carstens.
Tentamos o nosso melhor para evitar infrações de direitos autorais. Pedimos desculpas se
há alguma infração não intencional, e solicitamos que, caso haja alguém legitimamente
ofendido, por favor, contate o escritório do The World Needs A Father para esclarecermos
o assunto. Gostaríamos de reconhecer e agradecer a todos que contribuíram com este
projeto de alguma maneira. Há uma lista repleta de fontes usadas; por favor, veja as notas
finais.
Salvo quando citado, todas as escrituras foram retiradas da Bíblia Sagrada, Nova Versão
Internacional©, 2011.

Editor Chefe: Wendy Hinman Editor Chefe: André de Souza Lima


Gerente de Projeto: David Liprini Gerente de Projeto: Klaus Assalim
Design da Capa: David Liprini Capa: André de Sousa Júnior
and Ink Design Design e Composição: André de Sousa Júnior e
Fotografia da Capa: Pieter du Henrique Martins de Carvalho
Toit Revisão: Regina Martinez Okamura
Design e Composição: Ink
Design
Impresso por: Paarl Media
Printers, Cape Town
AGRADECIMENTOS
Muitas pessoas contribuíram direta e indiretamente para tornar este
livro possível. No entanto, há algumas a quem gostaria de
agradecer de maneira particular.

Uma menção especial precisa ser feita ao nosso editor, Wendy


Hinman, por esculpir a vasta quantidade de material em formato de
livro, e por sua convicção inspiradora para terminarmos esta obra.
Sem você, isso não seria possível! A David Liprini, Sarah Butler e
seu time da Ink Design, quero agradecer pelos esforços incansáveis
em polir e completar este livro. Por suas ideias e opiniões
acadêmicas, gostaria de agradecer a Ida Bell e Greg Mauldin, Mario
Denton, Etienne van der Walt e Frans J. Cronje. A minha esposa
Jenny Carstens, melhor companheira, apoiadora e mãe dos nossos
filhos que eu poderia desejar. Principalmente, toda honra e gloria
para o autor e aperfeiçoador da nossa fé, e o Pai que é o modelo.
Você é a solução.

SEJA BEM-VINDO
Estamos muito animados por você ter começado a ler este livro. O
que segue é o resultado de anos de experiência e pesquisa, e como
aprenderá no último capítulo, convidamos você ao longo processo
para entender e defender a paternidade. Este não é um romance ou
um livro-texto que, depois da leitura, você deixará acumulando pó
na estante. Antes, esperamos que você use-o para formatar sua
jornada ao longo da devastadora realidade da ausência de
paternidade. Desejamos também que o livro seja usado com guia
para invadir o inferno do mundo com o céu na sua família,
comunidade e país.

Página a página, vamos descobrir que o mundo precisa realmente


de um pai. Primeiro, vamos entender a condição da ausência de
paternidade no mundo (capítulos 1 e 2), o clamor das crianças e
suas necessidades em cada fase da vida. Consideramos a real
necessidade de paternidade ao estudar o impacto das feridas
causadas pelo pai ou pela mãe (capítulo 4). Então, discutiremos o
que significa ser homem (capítulo 5), antes de aprofundar nossa
questão sobre a verdadeira paternidade, pelo entendimento
escriturístico que mostra o que a paternidade exige (capítulos 6 a 9).

Perseveramos em construir o reino de Deus na Terra ao capacitar


pais a trazerem “o céu à Terra”. Enquanto você lê este livro,
esperamos que seja inspirado a fazer o mesmo. Bem-vindo ao
movimento.

(Por favor, tenha em conta que o uso predominante de pronomes


masculinos diz respeito à fluência do texto e não está baseado em
qualquer tipo de preconceito.)

PREFÁCIO
A única coisa necessária para o triunfo do
mal é que os homens bons não façam nada.
E B

Se os nossos ouvidos estão abertos, vamos saber que o mundo


inteiro está gemendo. Ele chora, a partir do peso de um grande mal,
exigindo urgentemente nossa atenção. O peso é tão grande e o grito
tão alto, que a maioria de nós o transforma em ruído brando e o
ignora. O problema é que a afirmação de Burke nos deixa diante de
uma verdade incômoda. Se optarmos por não fazer nada, não
deveríamos nos surpreender quando o mal prevalece, porém, mais
uma vez optamos por assistir a uma distância segura e acabamos
espantados e indignados quando o ímpio vence. Parece tão injusto.
Nós nos sentimos por um fio, apenas lidando com as crises locais e
pessoais que enfrentamos todos os dias. No entanto, e se a maneira
de resolver esta crise global for começar a enfrentar nossas crises
pessoais?

Quando restauramos a vida familiar, restauramos a civilização. É tão


simples, mas, ao mesmo tempo, tão complexo. Estamos enganados
se pensamos que a sociedade será restaurada pelos que estão no
poder, seja político ou econômico. Jesus nos ensinou a orar “Assim
na terra como nos céus.” E se o céu pudesse voltar para casa?

O mundo geme porque temos vivido por princípios inferiores; um


dos mais prejudiciais é fazer tudo o que nos vier à cabeça. Deus
quer descer à Terra em nossa pele. E se vivêssemos como se Seus
princípios fossem superiores aos agora regem este mundo? Em vez
de apenas fingir que o mundo gira em torno de nós, viver como se
pudéssemos mudar a orientação deste mundo de vida egoísta para
o serviço altruísta? E se os pais trouxerem Deus para casa?

Sou casado há 36 anos e no ministério em tempo integral por 34,


pai de três filhos naturais e de uma filha adotada. Tenho investido
inúmeras horas em aconselhamento pré-nupcial e enriquecimento
matrimonial. Trabalhei com milhares de homens e mulheres jovens e
já viajei para mais de 140 países, a maioria das vezes com a
intenção de formar treinadores e capacitar líderes. Nesse processo,
já me deparei com todos os tipos de mágoa e calamidade que você
pode imaginar.

Compartilhando as partes mais profundas e dolorosas da vida com


outros, participando de centenas e centenas de reuniões com
líderes, ao tentar encontrar maneiras de lidar com o presente e
crises locais, tornou-se evidente que as raízes da tragédia foram
quase sempre enterradas no mesmo terreno amargo da vida familiar
quebrada, disfuncional ou inexistente. Fomos percebendo que as
respostas apontavam para problemas reconhecidamente universais.

É o momento de aprofundar-se nas raízes desse problema em nós


mesmos e em nossas comunidades. É hora de reconhecer o
impacto das feridas causadas pela ausência de um pai em nossa
vida. Algumas dessas feridas criaram o inferno na terra, não o céu.
É hora de levar a sério e assumirmos a responsabilidade da
paternidade, de modo que os pecados dos nossos pais não vão
continuar a destruir as maravilhosas intenções de Deus para nossa
vida. É o momento de reconhecer como o mundo sofre quando o
Deus Pai não é levado a sério e quando Seus caminhos não são
transferidos para os que levam Sua imagem.

Quanto mais eu oro e penso sobre isso, tenho mais certeza de que
o epicentro da mudança no mundo consiste em restaurar um
entendimento correto e a prática da paternidade divina. Devemos
rejeitar as realidades desconectadas e quebradas da vida “na Terra”.
Precisamos conduzir pessoas aos céus, ajudando pais ao redor do
mundo a trazer o céu à Terra na família, nas culturas e nos países.
Para ver um mundo melhor, ouvir gritos de alegria em vez de gritos
de dor, precisamos de pais piedosos para liderar a família em uma
revolução de restauração. Precisamos ajudá-los a trazer o céu para
a Terra.

Este livro é um convite a você para que se junte a outros milhares


de servos de Deus e da humanidade que estão sacudindo a cultura
da apatia, fazendo tudo que está ao seu alcance para criar lugares
neste mundo que ressoem com plenitude e alegria, pedaços do céu
em uma terra escurecida. Essa experiência se tornou real para mim
em uma cabana lamacenta na Tanzânia. Você pode ter lutado contra
a ausência de um pai durante toda a vida, ou pode começar hoje,
onde quer que esteja lendo este livro; seja você quem for, esteja
onde estiver: estou ansioso para servir com você nesta maravilhosa
missão.

CASSIE

"A FALHA MAIS FUNDAMENTAL


NA SOCIEDADE É A FALTA DE UM PAI.
– Sumário –

1 Satanás veio para a terra, Senhor!


2 O Choro de uma Criança
3 Cada Estação Conta
4 A de um Pai Revelada e Curada
5 Verdadeira Masculinidade, Verdadeira Paternidade
6 Um Pai Estabelece Autoridade Moral
7 Um Pai Confere Identidade
8 Um Pai provê Segurança
9 Um Pai Afirma Potencial
10 Restaurar Danos
11 E a Mãe? No original:The Brilliant Mother — Making Things
Happen
12 A Mãe Solteira
13 O Movimento (O Mundo Precisa de Um Pai
Notas Finais
Apêndices
O cheiro de Nyarugusu me encontrou antes que as cercas e
cabanas de barro aparecessem no horizonte. O ar era uma mistura
espessa de fumaça, vinda do cozimento das escassas refeições
matinais no campo de refugiados. E alguma coisa mais: uma
sensação, um sentimento, uma intuição profunda. Quanto mais nos
aproximávamos a Nyarugusu mais crescia esse sentimento. Como
era? Uma tristeza opressiva, um nó na profundeza do meu ser gritou
“Não! Algo mal aconteceu”. O resíduo do que tinha acontecido podia
ser sentido, quase visto. Minha apreensão quanto à tarefa em
minhas mãos era altíssima.
O sussurro de uma promessa também explodiu no ar pesado ao
pararmos no portão: “Bem-aventurados os que choram, porque
serão consolados”. Como você pode motivar líderes em um campo
de refugiados a continuar? Meu ponto forte é dar palestras
motivacionais, mas eu normalmente falo a multidões cansadas e
apáticas, com necessidade de despertamento, ou na melhor das
hipóteses, para despertar líderes mais jovens e automotivados a
obterem níveis mais altos de desempenho. No entanto, vindo de
uma posição confortável de classe média, como falar com as
pessoas que lutaram contra genocídio, que sofrem diariamente em
um campo de refugiados e estão olhando para um futuro vazio, com
poucas promessas? Como posso ousar dizer a eles para levantar a
cabeça? Levantá-las para quê? Como posso pensar em exortá-los
para continuar? Ir para onde? Como posso falar, já que não sofri de
tal maneira em meu caminho? Eles tinham uma natureza heroica
sobre si e uma fé mais forte, mais evidente do que a de qualquer
pessoa que eu já havia encontrado.

Eu não pude falar, não falei. O apóstolo Paulo teve de falar em meu
lugar. Paulo, o refugiado, que vivia em perseguição, que
experimentara a presença da morte. Ele poderia falar. E assim fez.
Eles ouviram. Eles creram. Eles foram animados. Eles ficaram
satisfeitos. Deus ficou contente e eu, espantado.

Ainda assim, havia algo bem dentro de mim dizendo: “Você não veio
aqui para ensinar coisa alguma; você veio aqui para ser ensinado.”
Pouco antes de sairmos do acampamento pela última vez,
providenciamos entrevistas para que eu pudesse descobrir por que
as pessoas acabaram em campos de refugiados. Por que deixavam
seu país, casa, família e amigos e tudo que é valioso para os seres
humanos comuns?

Quando o primeiro homem entrou para a entrevista fiquei surpreso.


O que eu esperava? Eu não sei. Talvez esperasse um indivíduo
instável que não pudesse lidar com pressão e que viu o campo de
refugiados como uma saída fácil para lidar com os desafios da vida,
mas na minha frente, estava uma pessoa que não apresentou
nenhuma fraqueza. Ele tinha todos os sinais de um líder
estabelecido: seguro, bons relacionamentos, persuasivo, sábio.

- Por que você está aqui, senhor? - foi o que eu perguntei.


- Por que não está com o seu povo, em casa, com quem precisa de
você?”- foi o que eu pensei.

O seu primeiro olhar me marcou. Foi penetrante, avaliando-me


como se dissesse: “Você consegue lidar com isso?” Era como se ele
fechasse a porta atrás de mim com os olhos, dizendo: “Agora somos
eu, você e a realidade. Nada mais, nada menos”. Eu nunca tive
medo da realidade em minha vida. Eu já tinha sido confrontado com
versões mais duras da realidade: servi os moribundos na casa de
Madre Teresa em Calcutá, dormi em cabanas na África do Sul,
andei pelas ruas de lixo da cidade do Cairo, mas para o que eu
estava prestes a ouvir, eu não estava preparado.

- Aconteceu tão de repente, tão inesperadamente. - disse ele.


- Foi um dia normal, com todos lidando com os afazeres diários,
cuidando de suas plantações em nossa aldeia. Eu era o pastor e o
líder dessa pequena aldeia.

Eu pude notar que ele se sentia responsável por seu povo. Ele era
um ancião de sua aldeia, a quem as pessoas buscavam por
orientação e proteção.

- Então, de repente, as forças rebeldes apareceram, meninos de 18


ou 19 anos de idade, com metralhadoras e facões. Rodearam-nos e
nos obrigaram a ficar em uma longa fila, do mais jovem ao mais
velho. Começaram na outra extremidade da linha, com um menino
de seis anos de idade. Eles cortaram fora sua mão, em seguida, o
antebraço, o braço completo, ambos os braços, pernas, em seguida,
esquartejaram o corpo bem na nossa frente.
Eu estava tremendo. Ele inclinou-se alguns centímetros em minha
direção como se quisesse colocar a história em meu coração e
acrescentou:

- Se este fosse um menino sem nome seria terrível, mas esse


menino era o meu próprio neto.
- “Não!” - eu engasguei.
- Em seguida, continuaram a matar as pessoas na fila da mesma
maneira. Uma delas era uma senhora grávida. Eles abriram sua
barriga, arrancaram o feto e o partiram em pedaços. Aquela senhora
era a minha filha, senhor. Eles mataram 24 da nossa família e vários
amigos. Sobraram dez na fila. Nós não aguentávamos mais.
Começamos a correr em todas as direções. Se ficássemos, iríamos
morrer. Eles abriram fogo com metralhadoras. Apenas cinco de nós
conseguimos escapar. Eu fui um dos sortudos, senhor. É por isso
que estou neste campo de refugiados.

Eu estava pregado na minha cadeira. Atordoado. Sem fôlego, sem


palavras. Então tive uma injeção de negação. Deixe-me ser mais
realista. Este deve ter sido um incidente isolado. O próximo homem
que entrevistei era de outra aldeia, mas seus olhos eram tão
penetrantes quanto do outro. Eles buscavam refúgio nos meus
olhos, mas eu não tinha nada para oferecer. Ele era um pastor que
havia perdido seu rebanho. A história era assustadoramente
semelhante: os aldeões fazendo seu trabalho diário, a milícia
aparece de repente, cortando pessoas com facões, disparando
metralhadoras e membros da família morrendo na tentativa de se
salvar.

Eu queria ouvir uma história diferente. Eu precisava ouvir uma


história diferente. Era difícil de ouvir, difícil de acreditar. Era uma
pessoa diferente, mas com a mesma história, armas e facões, os
mesmos atores, os aldeões aterrorizados, uma milícia bárbara, a
mesma cena, desumana e totalmente devastadora.

“Por que, Senhor? Por quê? Por que isso aconteceu?” Eu queria
lhes dizer que as coisas não acontecem por acaso. Onde há razões
existem soluções. Talvez se eles não tivessem feito alguma coisa
para provocar essa situação, nada disso teria acontecido. Esse é
um mecanismo de autopreservação, uma forma de negação para
culpar as vítimas.

Ele deu de ombros. Seus olhos estavam vazios. Seu olhar distante,
sua figura pateticamente mansa.
- Satanás veio à Terra.
- O quê? - eu soltei.
- Satanás veio à terra, senhor!
- Quem é essa milícia? De onde eles vêm? Quem as arregimentou?
O que transformou jovens criados à imagem de Deus em bestas
desumanizadas que poderia assassinar mulheres e crianças e
velhos e ... quem são eles?

- Oh, muitos deles costumavam ir à igreja conosco e se misturavam


com a gente normalmente - disse o homem. Até mesmo na semana
antes, alguns deles estavam conosco na igreja, conversando, rindo,
tudo estava normal. Nós não esperávamos nada disso.

- Não! Como isso é possível?


- Satanás veio à Terra, senhor.

Cinco, seis, sete entrevistas. A mesma história. A mesma resposta.


Eu sou uma pessoa estoica. Leva tempo para que as minhas
emoções apareçam, mas de repente, lá no meio do abandonado
acampamento Nyarugusu de refugiados estava eu perdido, perdido
em um caldeirão de emoções. Elas não vieram devagar; eram como
um furacão estourando dentro de mim. Havia uma tempestade de
raiva que queria desafiar, combater, exterminar essa loucura
infernal. E houve uma enxurrada de perguntas: Por quê? Como isso
pôde acontecer? Os seres humanos podem se tornar tão maus? Por
que na África - a minha casa? O que deu errado com a África -
continente cujos líderes tenho treinado por anos? Por quê? Por
quê? Por quê?
Eu estava como um leão enjaulado. Gritei para Deus: “Deus, eu
exijo uma resposta do Senhor!” Eu nunca tinha me atrevido a exigir
nada de Deus antes, mas a dor me fez mais corajoso do que são.
“Eu não vou sair desta cabana até que o senhor me dê uma
resposta!” Eu estava na sala do trono de Deus, pronto para a
batalha e de lá eu não sairia.

Então, pela graça de Deus, a suave, mas clara voz do Espírito


Santo respondeu: “Olhe para cima. Olhe à esquerda.” À minha
esquerda estava a única e pequena janela da cabana. Quando olhei
através dela, eu vi a resposta de Deus do lado de fora. Havia um
grande número de meninos lá fora, e cada grupo de
aproximadamente 30 meninos tinha um tipo de bola de futebol feita
de sacos de plástico ou algo debaixo do braço. Em seguida, a
resposta de Deus veio em declarações curtas e claras:

“Eu estava perdido, perdido em um caldeirão de emoções. Elas não


afloraram devagar; Foi um furacão explodindo dentro de mim. Foi
uma raiva que quis desafiar, combater, exterminar essa loucura
infernal.”

1. O problema com a África é orfandade;


2. Ensine os meninos da África a se tornarem pais de verdade no
futuro.
3. Faça isso por meio do futebol.

Levei algum tempo para entender essas instruções. Mas,


finalmente, compreendi que nenhum filho que mantivesse boa
relação com o pai cujos valores morais fossem bons, jamais mataria
uma pessoa de forma tão desumana como os jovens de 18 ou 19
anos fizeram no ataque daquela milícia. Compreendi também que
os jovens aprendem pelo exemplo mais do que qualquer outra coisa
e que a formação deles implicava a criação de modelos de quem
poderiam aprender. No geral, a África é desprovida de bons
modelos paternais.
A terceira declaração me confundiu um pouco já que eu não era um
cara chegado ao futebol. Sobre isso eu argumentei. “Fale-me sobre
o rugby, Senhor, eu sei de rugby; Eu não sei de futebol”. Deus
respondeu agarrando-me pela camisa e batendo no meu peito com
tanta força que meu peito estremeceu - pelo menos foi assim que
senti - e Ele disse: “Você quer mudar a África do seu jeito ou do
Meu?”

Eu estava seguindo o projeto de Deus ou o meu?

A resposta de Deus foi clara. Eu simplesmente tinha que obedecer.


A chamada era irresistível. Eu tinha exigido uma resposta de Deus e
agora Deus estava exigindo obediência de mim. Eu teria que ir e
capacitar treinadores de futebol para serem treinadores de vida,
para serem pais dos seus jogadores.

Eu me senti tão impotente ... sem esperança. Eu era o menos


qualificado para começar uma empreitada como esta. Mas a jornada
já tinha começado, porque de uma coisa eu tinha certeza - o mundo
precisa de um pai!
Depois da minha experiência em Nyarugusu, eu descobri a resposta
de como treinar pais preparados para o futuro por meio do futebol.
Desenvolvemos um programa de coaching de vida pelo futebol e
ensinamos treinadores de futebol como serem “pais” para os seus
jogadores. Esse programa de coaching de vida chamado Ubabalo já
se espalhou por, pelo menos, 120 nações ao redor do mundo.

Mas há três anos, enquanto eu estava capacitando Treinadores


Mestres do Ubabalo sobre paternidade, Deus me revelou a
extensão da força do mal da orfandade como uma das fortalezas
mais resistentes de Satanás, talvez a mais forte. Deus esclareceu a
importância de Malaquias 4.6 (o último versículo do cânon do Antigo
Testamento) para mim: “ele converterá o coração dos pais aos filhos
e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a
terra com maldição.” (Ml 4.6)
De repente, a razão para a condição social horrível de muitas
nações ficou clara para mim. Era a maldição da orfandade. Muitos
governos criam planos elaborados para ajudar a recuperar as suas
nações, mas nenhum verdadeiro renascimento é presenciado.
Tornou-se claro que nenhuma transformação verdadeira
aconteceria, a menos que a vida familiar, a célula da sociedade
fosse restaurada pela união dos pais com seus filhos. Também ficou
claro que nenhum avivamento verdadeiro jamais seria visto pela
igreja a menos que os pais e seus filhos estejam unidos. Esse é um
princípio fundamental do Reino.

Se você perguntasse qual era a responsabilidade de João Batista,


muitos diriam imediatamente: “Preparar o caminho para o Senhor”,
mas isso é apenas parte do que o evangelho diz. João Batista tinha
três coisas para fazer de acordo com Lucas 1.17:
1. converter o coração dos pais aos filhos;
2. converter os rebeldes à sabedoria dos justos;
3. fazer um povo preparado para o Senhor.

Atingir o terceiro ponto depende do sucesso dos dois primeiros.


Permitam-me, portanto, parafrasear: João Batista tinha que conciliar
pais com filhos e restaurar valores morais (ou justiça) na vida das
pessoas, e assim prepararia o caminho para o Senhor. Tenho falado
com líderes cristãos em mais de 80 países, e todos eles
concordaram que, assim como no tempo de João, o Batista, os dois
principais problemas do mundo são:

1. a ausência de um pai e o desaparecimento da família;


2. a falta de valores morais na sociedade.

João nasceu em tempo terreno (Chronos) para cumprir os


propósitos do Senhor no tempo de Deus (Kairós). O Kairós de Deus
que clama pela paternidade, e foi expresso pela primeira vez por
João Batista, está soando claramente ao redor do mundo
novamente. Muitos anos de viagens e milhares de conversas
explicitamente validaram isso; agora é o momento do Kairós para
agirmos em nome desse mandato.

Satanás veio à Terra. O mundo precisa desesperadamente de um


pai!
Praticamente todas as grandes patologias sociais têm sido
associadas à orfandade. Crimes violentos, abuso de drogas e
álcool, gravidez na adolescência, suicídio - todos se correlacionam
mais fortemente à orfandade do que a qualquer outro fator.
Stephen Baskerville, Howard University

O maior problema do mundo hoje é orfandade paterna. Você


acredita nisso? Você consegue crer nisso? É uma declaração forte.
É uma declaração incrível e as pesquisas são impressionantes. Em
partes da África devastadas pela guerra e pela AIDS, vemos
crianças criando crianças; avós criam netos nas cidades do interior
dos EUA; em todos os lugares há famílias monoparentais e órfãos.
Líderes das mais diversas áreas da vida ao redor do mundo estão
começando a reconhecer o problema enorme que é a falta de pai.

As crianças estão chorando. Elas choram, mas nem sempre sabem


por que choram. Algumas conseguem identificar anseio pelo pai,
enquanto outras apenas percebem uma profunda falta dentro de si.
Meninos se unem a milícias e gangues; meninas, prematuramente,
se tornam sexualmente ativas, todos em busca de um pai. E essas
realidades apenas mostram a ponta do iceberg. Quem vai ouvir seu
choro?

Minha própria pesquisa confirmou que a vida familiar disfuncional é


a maior crise que o mundo está enfrentando, com orfandade paterna
no centro do problema. Ao longo dos anos, visitei mais de 100
nações, e quando pergunto quais os maiores problemas
enfrentados, encontro os mesmos responsáveis: desintegração
familiar, falta de valores morais, desesperada necessidade de
educação e o flagelo da corrupção. Em alguns casos, drogas,
violência e desemprego são adicionados também.

Robert Lewis, autor de Raising A Day-Modern Knight, faz a


desconcertante afirmação de que a significativa maioria da
perturbação social é causada por homens. Infelizmente, pesquisas
feitas nos USA abonam suas afirmações. Homens cometem ente 75
e 90% dos principais crimes, 97% dos estupros, 72% dos crimes
contra a família, e 75% dos motoristas alcoolizados são homens.2

Estudos adicionais descrevem essa perturbação social ainda


melhor:

• 63% dos suicídios ocorrem em lares cujo pai é ausente.


• 80% dos estupradores motivados por raiva vêm de lares sem
pai.
• 70% dos jovens que se encontram em alguma instituição de
reabilitação governamental vêm de lares que sofrem a ausência do
pai. 32% de todas as crianças não vivem com o pai biológico.
Crianças de lares sem pai são duas vezes mais propensas a
apresentar problemas emocionais e comportamentais do que as
crianças que moram com ambos os pais (pai e mãe).
As crianças de lares sem pai terminam o ensino médio e terminam a
faculdade em uma média de notas menor, apresentam pior
desempenho em testes padronizados e têm maior probabilidade de
usar drogas.

Mesmo que esses números sejam apenas um reflexo aproximado


do resto do mundo, ainda assim pintam um quadro tremendo. Não é
um grande insight de lógica dizer que se os homens são grande
parte do problema, então temos de ser a maior parte da solução.
Como homens, de que maneira podemos mudar nossa cultura? O
que significa ser um homem no sentido moral? Quais são as nossas
responsabilidades como homens? Primeiro temos de ver o problema
através das lentes da dor das crianças. Devemos treinar nossos
ouvidos para ouvir o choro das crianças. Devemos nos tornar
conscientes de quão profundamente elas são afetadas pelas
decisões de seus pais (pai e mãe).
A GERAÇÃO DO “ONDE ESTÁ MEU PAI?”

Devido ao crescimento explosivo das taxas de divórcio em todo o


mundo, o fenômeno crescente dos trabalhadores migrantes e
inúmeras outras razões, a atual geração pode ser justamente
chamada de “A geração do Onde está meu pai?”

Já imaginou o mundo sob a perspectiva de uma criança? Você pode


se imaginar sendo um menino de 8 anos de idade que, ao ir para a
cama à noite, não tem o pai em casa para dizer-lhe boa noite?
Imagine saber que ele está lá fora em algum lugar, mas você, seu
filho, não é importante o suficiente para ele se importar? Deve ser o
inferno na terra!

O divórcio e a quebra da vida familiar são uma tendência global. 851


000 casais americanos divorciaram-se em 2012,3.6 cerca de 79%
de todas as crianças nasceram fora do casamento nas
Seychelles,3.7 51% das famílias em Granada são chefiados por
mulheres,3.9 e a proporçao entre casamento e divórcio em 2013,
em Portugal, foi um espantoso 70%.3.8

Na África do Sul, algumas tribos têm um costume de que quando


um homem se casa com uma mulher que já tem um ou mais filhos,
ele tem a opção de aceitá-la com ou sem seus filhos. Se for sem os
filhos, eles então de acordo com os costumes tradicionais são
encaminhados para a avó para cuidar deles. O inferno está na terra
para muitos meninos e meninas, por causa da ausência do pai.

Temos de enfrentar a questão urgente: quais são os efeitos da


orfandade paterna? Podem ser apenas colocados de lado como
uma triste realidade com a qual outros devem lidar, ou existem
outros efeitos a longo prazo evidentes na sociedade que não podem
ser ignorados?
TOTALIDADE OU FRAQUEZA?
Temos dito em nossa rede de liderança que “líderes são tão fortes
quanto seu elo mais fraco”. Aprendemos, ao longo dos anos, que
muitos líderes com grande potencial desabam em tempos de
desafios nos pontos fracos de sua vida. Esses são os pontos de
menor resistência. Metaforicamente falando, se a barragem racha
naquele ponto, a força da água completa a destruição e o desastre
ocorre – a cidade abaixo vai ficar inundada.

A principal responsabilidade dos pais na educação de uma criança é


proporcionar totalidade à vida dela, nas seis dimensões do ser
humano: espiritual, física, emocional, social, intelectual e ambiental.
Deficiência ou fraqueza em qualquer dessas dimensões não
somente impede a criança de alcançar pleno potencial, mas pode
também causar muitos prejuízos nos relacionamentos. E é nessas
áreas danificadas que o colapso social é mais provável de ocorrer.
Deficiências físicas são facilmente identificadas, mas deficiências
nos outros níveis não são tão facilmente observadas. O dano que
causam é muitas vezes mais devastador.

Eu nunca vou esquecer o dia em que fui chamado por um homem


de 68 anos de idade, cuja esposa tinha feito as malas e já estava
prestes a deixá-lo. Eu consegui trazê-la de volta para dentro da
casa e começamos um processo de terapia matrimonial de muitas
horas. O fator mais crucial sobre a implosão desse casamento era
uma incapacidade social que o marido tinha devido a algo que
aconteceu com ele quando ele tinha 12 anos de idade. Ele nunca se
recuperou totalmente, mas encontrava refugio na primeira esposa
que conseguia lidar com isso. Poucos anos depois de sua morte, ele
se casou novamente. A nova esposa não teve a paciência para lidar
com sua fraqueza e colocou muita pressão sobre o relacionamento.

O que causa essas deficiências? Quais são as razões para nossas


lutas? Obviamente, há muitos fatores diferentes para cada um de
nós que nos deixa machucados e cheio de cicatrizes na vida, mas
nenhum é tão prejudicial e impactante como aqueles causados por
nossos pais. E, infelizmente, como a falta de um pai é um problema
tão significativo, o pai é o principal culpado de causar essas
deficiências nos filhos.

Quando estamos atentos à dor de nossos filhos, podemos ouvir o


clamor devido às feridas emocionais, sociais, espirituais,
intelectuais, físicas e ambientais, na maioria das vezes infligidas
pelo pai. Vejamos choro de nossos filhos relacionados com algumas
dessas dimensões da vida.
PAPAI, AJUDE-ME A SER INTELIGENTE!

O pai atribui um valor extraordinariamente alto à educação de seus


filhos - desde que tenham a educação certa e oportunidades de
vida, eles serão felizes.

Se o pai está realmente preocupado com o desempenho acadêmico


e sucesso de seus filhos, não pode subestimar o impacto de sua
presença na vida deles.

Este é um dos maiores males do divórcio. Se a mãe fica com a


custódia total, o pai dificilmente consegue ver seus filhos, e mesmo
os direitos de visitação aos finais de semana só permitem que o pai
gaste cerca de 30% da semana com seus filhos. Isso não é
suficiente. Se você realmente, pai, quer dar a seus filhos o melhor
da vida, você precisa estar lá.

A Aliança para Pesquisa sobre Envolvimento Paternal (FIRA)


analisou cerca de 150 teses de mestrado e doutorado, e em 2007
produziu um relatório fascinante e informativo sobre a paternidade. *
(Para os trechos completos relevantes a este capítulo, consulte o
apêndice A.) O relatório descreve detalhadamente quão amplo e
profundo é o impacto da presença positiva do pai na vida de uma
criança Ele discute esse impacto de forma holística e conclui
definitivamente que a criança cujo pai está com ela envolvido se sai
melhor social, emocional, cognitivamente e fisicamente do que as
que não o tem da mesma forma.
O relatório descreve como a interação do pai com o filho pequeno é
importante no desenvolvimento de diferentes áreas do intelecto e do
caráter, e como o envolvimento positivo do pai pode literalmente
melhorar o QI da criança. Eles concluem com a seguinte
declaração:

Filhos de pai que é presente são mais propensos a ter níveis mais
elevados de realização econômica e educacional, sucesso
profissional, competência profissional, melhores resultados
educacionais, expectativas de ensino superior, maior nível de
escolaridade, e bem-estar psicológico. (Apêndice A)

Imagine uma menina de 15 anos de idade a criar um filho sozinha.


Não somente ela ainda está em fase de desenvolvimento pessoal,
em “modo de sobrevivência”, como tem que prover para si e para a
criança. Isso, inevitavelmente, leva a negligenciar a criança em
muitos níveis. Por exemplo, ela terá apenas 21 anos de idade no
momento em que seu filho tiver 6 anos, e não será capaz de
estimular adequadamente a criança durante esta fase mais crucial
do desenvolvimento intelectual (de 0 a 6 anos).

O relatório é muito claro ao afirmar que ter um pai positivamente


interessado melhora significativamente as perspectivas da criança
no âmbito do desenvolvimento cognitivo saudável.
PAPAI! AJUDE-ME A LIDAR COM AS EMOÇÕES
TÓXICAS.

Um amigo meu tinha expectativas de que seu filho se tornasse um


campeão olímpico. Ele estava preparado para pagar pelo melhor
tipo de treinamento, e o treinador concordou que seu filho tinha o
potencial para conseguir. Mas o esporte é um duro teste de
segurança emocional e o que acontece fora da quadra tem sempre
um impacto revelador sobre o que acontece na quadra.

Meu amigo tinha as melhores intenções, mas estava cego pela


própria obsessão para aceitar pagar o custo emocional que seu
divórcio teve sobre seu filho. Para encurtar essa triste história, seu
filho nunca conseguiu entrar em qualquer grande torneio depois de
13 anos de idade. Ele não pode suportar a carga emocional do tênis
que é um esporte altamente competitivo. E, quem sabe, se seu filho
tivesse tido uma carga emocional certa, talvez seu pai poderia ter
tido a honra de ver seu filho jogar em Wimbledon.

A inteligência emocional lida com a competência emocional e social


do indivíduo, e tem um impacto direto em todos os outros aspectos
da capacidade de uma pessoa. Em resposta a perguntas sobre este
tema, o Professor Etienne van der Walt, neurocirurgião especialista
no desenvolvimento da inteligência em crianças, explica que, para
que o cérebro trabalhe em um nível de pico ele precisa estar “bem”
coletivamente. Coisas como sentimento de pertencer, identidade e
significância tem um resultado direto sobre o desempenho,
especialmente em altos níveis de estresse. (Apêndice A)

Warren Bennis, em seu livro On Becoming A Leader, escreve: as


áreas que estudei, a inteligência emocional (EQ) é muito mais
poderosa do que o QI (Coeficiente de Inteligência) na determinação
de quem emerge como um líder. QI é uma competência limiar. Você
precisa disso, mas não pode fazer de você uma estrela. A
Inteligência emocional pode. 6

O relatório FIRA aponta um número surpreendente de benefícios de


Inteligência Emocional que os filhos de um pai presente e
interessado recebem.

• Maior tolerância para a capacidade de lidar com situações


desconhecidas, estressantes e frustrantes.
• Mais felicidade com uma maior extensão de controle interno.
• Um maior grau de curiosidade e vontade de explorar.
• Uma habilidade superior na hora de resolver problemas.
• Melhor capacidade de gerir emoções e impulsos de forma
adequada.
• Uma capacidade maior de tomar iniciativa.

Eles continuam, dizendo que:

Crianças cujo pai é mais presente e atuante têm a


pontuação mais alta em testes de auto-aceitação,
ajustamento pessoal e social, se veem como
confiáveis, práticas e amigáveis, são mais
propensas a terem sucesso no trabalho, e estar
mentalmente saudáveis quando forem jovens
adultos. Crianças se saem melhor quando seu
relacionamento com o pai é seguro, solidário,
recíproco, sensível, próximo, alimentando, e
envolvente... O envolvimento paterno contribui de
forma significativa e independente para a
felicidade do adolescente.7 (Apêndice A).
PAPAI! AJUDE-ME A LIDAR COM RELACIONAMENTOS
DIFÍCEIS.

Mais do que qualquer outra coisa, o lar é um lugar onde as crianças


aprendem como se relacionar. O grande grito de jovens em sua fase
de desenvolvimento social entre 12 e 18 anos é: “Ajude-me a lidar
com relacionamentos difíceis”. Mesmo que eles não verbalizem, o
que realmente estão pedindo é “Ensina-me a amar”. Essa
capacidade é demonstrada em primeiro lugar entre marido e mulher,
em segundo lugar entre pais e filhos e em terceiro lugar entre
irmãos.

O relatório FIRA faz as seguintes observações sobre o impacto


social sobre as crianças cujos pais são ativamente participantes:

• Eles são mais propensos a terem relações positivas entre


colegas (por outro lado, a influência negativa do pai prediz menor
probabilidade de aceitação entre os colegas).
• Eles se relacionam com seus colegas com qualidade e
amizade mais positivas, e com menos negatividade, agressão e
conflito.
• Eles tendem a experimentar menos tensão com outras
crianças, e são mais capazes de resolver conflitos sem precisar da
assistência de um adulto.
• Eles tendem a serem mais tolerantes e compreensivos como
adultos, ajustam-se melhor à faculdade, e desenvolvem amizades
de longo prazo.
• Eles são mais propensos a terem relações íntimas de longo
prazo, casamentos bem-sucedidos e são menos propensos ao
divórcio.

Isto é o que nós queremos. Nossas crianças precisam do apoio do


pai para ter melhor chance de se tornarem, mais do que apenas
bem-sucedidos, adultos bem socializados com bom senso moral.
Todas estas coisas são atribuídas ao envolvimento positivo do pai,
de acordo com o relatório FIRA. (Apêndice A)
PAPAI! AJUDE-ME A LIDAR FISICAMENTE.

Dr. Frans J. Cronje professor do Health Science at the University of


Stellenbosch escreveu em um e-mail:

Todas as doenças, de alguma maneira, nos afetam


psicologicamente... Embora os mecanismos que ligam a
mente e o corpo nem sempre sejam aparentes, a
associação entre estresse, hostilidade e depressão e
muitas doenças modernas está bem fundamentada.

Ao longo dos últimos 30 anos, o impacto da espiritualidade e da


religiosidade na saúde física e mental também ganha cada vez mais
reconhecimento e validade científica. Dr. Cronje tem feito
investigações inovadoras nesse campo e descobriu, entre outras
coisas, que as nossas vulnerabilidades naturais no sentido de medo,
culpa e vergonha parecem produzir disfunções muito específicas e
previsíveis em nosso bem-estar psicológico, físico e espiritual8
(Apêndice A).

Como os pais são projetados para ser os protetores, provedores e


promotores do crescimento das crianças, negligência ou abuso
cometido por um pai nos torna especialmente vulneráveis ao medo,
culpa e vergonha. Como tal, Dr. Cronje diz que pode facilmente
fundamentar a declaração que a ausência do pai contribui
significativamente para uma série de doenças físicas. A ausência de
um pai é um grande estressor, e o estresse enfraquece o sistema
imunológico, contribui para o diabetes, depressão, doenças
cardiovasculares, infecções do trato respiratório superior e o
desenvolvimento de inúmeras doenças pelo enfraquecimento do
corpo para responder a uma inflamação. Nós fomos projetados para
o amor de um pai .

A pesquisa da FIRA confirma que o grau de interesse do pai na


saúde é notável. As taxas de mortalidade infantil são 1,8 vezes
maior em lares de mães solteiras; crianças que vivem longe do pai
têm chance maior de: terem ataques de asma, serem atendimentos
de emergência; serem crianças diabéticas terem saúde mais fraca e
terem problemas de obesidade. Tudo isso é mais expressivo no lar
onde o pai é ausente. No geral, criança que vive sem o pai é mais
propensa a ter problemas relacionados à saúde. (Apêndice A)

“Pais ausentes são grandes causadores de estresse, não importa


quão bem as pessoas tentem racionalizar ou mesmo esconder sua
relevância. Fomos criados para sermos amados pelos nossos pais.”

Todas as pesquisas realizadas por esses especialistas levam a uma


conclusão: o pai é enormemente importante no desenvolvimento
holístico de seus filhos. A deficiência infligida pela ausência do pai
nessas áreas restringe severamente a criança de alcançar a sua
plenitude. E de ter o céu na terra, a vida que Deus criou para ela.

Este é um conceito difícil de lidar. Danos espirituais muitas vezes


ocorrem como resultado de dano emocional e social, e não são
somente nossas transgressões, mas também a nossa negligência
que danificam nossas crianças de forma permanente. É essencial
protegermos nossos filhos de dano emocional e social.

A Bíblia é muito clara quando trata sobre o impacto negativo que


podemos ter espiritualmente sobre nossos filhos quando diz: “Mas,
se alguém fizer cair no pecado um destes pequeninos que creem
em mim, melhor lhe seria amarrar uma pedra de moinho no pescoço
e se afogar nas profundezas do mar.” (Mateus 18:6).

O CLAMOR PELA SAÚDE ESPIRITUAL


EU PRECISO DE DEUS COM PELE!

Um garoto estava tendo um pesadelo no meio da noite e gritou em


seu sono para seu pai: “Papai! Papai!” Seu pai correu para o quarto
dele para consolá-lo. Sendo um homem espiritual, ele disse: “Não
se preocupe, meu filho. Deus está com você”.

“Eu sei que Deus está comigo, pai. Mas agora eu preciso de alguém
com pele.”

Deus com pele. Isso é o que nossos filhos precisam.

Um psicólogo me disse uma vez que a imagem de Deus que as


crianças de seis anos de idade têm é derivada da imagem que eles
têm do próprio pai. Compartilhei isso com um grupo de homens que
estava treinando, e um deles tinha um filho de 6 anos de idade, e
decidiu testar tal hipótese. Deu-lhe um pedaço de papel e uma
caneta e disse que desenhasse Deus. Ele estava totalmente
extasiado no dia seguinte quando contou-nos como seu filho voltou
a ele com sua figura de Deus: “Eu olhei para minha própria face!”.

Um pai ausente retrata um Deus ausente.


Um pai desconectado retrata um Deus desconectado.
Um pai permissivo retrata um Deus permissivo.
Um pai negligente retrata um Deus negligente.
Um pai emocional retrata um Deus emocional.
Nós somos Deus com pele para os nossos filhos!
CADA ESTAÇÃO DO ANO TEM O PRÓPRIO GRITO DE
SOCORRO E O PRÓPRIO SALTO PARA A ALEGRIA
É espantoso quão poucos pais estão conscientes das necessidades
de seus filhos nas diferentes fases da vida. Apenas poucos homens
entendem que alguns tipos de estímulos não devem ser dados
durante períodos específicos, porque seus filhos podem crescer
com deficiências que podem prejudicá-los pelo resto da vida. Erik
Erikson, psicólogo do desenvolvimento, ajuda-nos a compreender
que devemos ser muito conscientes de cada momento da vida. 9

OLEIROS DO BARRO (A OPORTUNIDADE)


Somos projetados para crescer de forma particular, e precisamos
ser moldados por pessoas que ocupem funções específicas em
nossa vida durante as diferentes fases - os “oleiros sazonais.” Essas
influências deixam impressões digitais em nosso ser nas áreas
emocional, social, intelectual, física e espiritual – e, quando essas
impressões digitais estão ausentes ou manchadas, as feridas
deixadas causam cicatrizes que aparecem mais tarde, de muitas
maneiras diferentes e, muitas vezes, inesperadas. Ter sido criado
por uma avó maravilhosa pode diminuir a dor de ter um pai ausente
ou abusivo, mas sem as impressões digitais paternas necessárias,
ainda vamos experimentar lutas específicas por conta dessa falta.
Quem são esses oleiros?

IMPACTO DAS PESSOAS DURANTE A VIDA

A fase de impacto da mãe é do nascimento até aos 5 anos de vida.


Isso não significa que os outros anos não são importantes, mas as
mães são as responsáveis pelos desenvolvimentos primários, as
“oleiras” da vida da criança. Elas têm o papel mais importante
durante esse período de tempo.

A primeira fase de impacto do pai é dos 6 aos 11 anos de vida.


O pai se torna, nesse ponto, o oleiro primordial na vida da criança.
As contribuições específicas dos pais e das mães nas diferentes
faixas etárias serão explicadas no desenvolvimento deste capítulo.
A fase de impacto dos colegas é dos 12 aos 18 anos e vida.
Essa é a fase da aventura em grupo, em que o indivíduo aprende as
habilidades sociais e como se encaixar na sociedade. Ele aprende
isso principalmente de seus colegas.

A segunda fase de impacto paterna é dos 19 aos 21 anos de


idade. Embora seus filhos ainda sejam muito ligados aos colegas, o
pai tem grande papel a desempenhar no reforço do filho para a
idade adulta, a partir dos 21 anos.

A fase do impacto cultural ocorre dos 22 para frente. A partir dos


22 anos, seus filhos maduros precisam permanecer firmes nos
próprios pés, enquanto os ventos e as tempestades culturais tentam
dobrá-los em todas as direções.

Embora não haja um desenvolvedor primário para cada fase de


crescimento, tanto a mãe quanto o pai são importantes ao longo da
vida da criança. No entanto, a prioridade de quem exerce o papel
secundário deve ser validar as decisões de quem exerce o papel
principal em cada fase.

TODO ANO CONTA


O quadro a seguir nos dá uma indicação das principais
características de desenvolvimento em cada ano da vida, durante as
fases de formação - desde o nascimento até 11 anos de idade.

FASE 1 - A FASE DA CASA (0-11 ANOS DE IDADE)


Nesta fase de formação intensa, duas subfases dominam: os anos
de impacto da mãe e os do pai. Entre os fatores críticos na fase da
casa estão: o desenvolvimento intelectual, que acontece
principalmente nos primeiros seis anos de vida; e o desenvolvimento
físico (sexual), que começa quando a puberdade é atingida. O
desenvolvimento sexual nas meninas começa, geralmente, entre 9-
11 anos, e em meninos de 11 a 13 anos. Definir esses fatores-chave
permite-nos ser mais específicos na descrição das características e
necessidades de cada fase de desenvolvimento de uma criança.

O PRIMEIRO ANO
Mesmo a partir das primeiras horas após o nascimento, a mãe
transmite uma sensação de intimidade para o bebê. Muitas
maternidades encorajam a mãe a ter um momento de “pele com
pele” com o filho assim que nasce. Tal intimidade vai determinar em
grande medida como essa nova pessoa vai ser capaz de lidar com
intimidade emocional durante anos posteriores. Erickson sugere que
confiança e desconfiança também são aprendidas nos primeiros
meses de vida.

Muitas crianças testemunham que, embora a mãe os amasse,


nunca experimentaram a proximidade que só vem por meio da
intimidade entre mãe e filho. Para alguns, é muito óbvio; “outras
coisas eram mais importantes para ela do que nós”, enquanto outros
apenas experimentam uma dor mais generalizada; “acho muito
difícil deixar alguém chegar realmente perto de mim.” Encontros
íntimos com a mãe são de vital importância. Eles criam e
desenvolvem o vínculo de confiança entre a mãe e a criança, e
ensinam a criança a confiar em si mesma e em outras pessoas -
uma faceta rudimentar na vida de um ser humano.
É fascinante como as descobertas da neurociência fundamentam as
teorias do desenvolvimento. O neurocientista, Dr. Etienne van der
Walt, explica o que acontece fisicamente na mãe, no pai e no bebê
quando ele nasce.
No cérebro da mãe e no da criança, o
neurotransmissor oxitocina é liberado para reforçar a
ligação entre eles e permitir carinho. Isso leva o bebê à
verdade e facilita a confiança. No cérebro do pai,
oxitocina também é liberada em uma escala menor
para gerar o senso de proteção e provisão. A
vasopressina é uma substância que também
desempenha um papel importante no cérebro do pai e
facilita a união monógama entre pai e mãe,
especialmente após o nascimento do bebê. Nesta
fase, o bebê tenta entender o mundo físico exterior. As
vozes dos pais são impressas no cérebro da criança,
fornecendo orientação e direção. A mãe gera
principalmente o senso de sobrevivência.

A partir dos dois anos da criança o mundo físico


começa a fazer mais sentido para ela. Além disso, ela
descobre um idioma para o mundo emocional.
Também começa a construir uma imagem de um
mundo emocional no qual ela mesma é o cento. Isso
ajuda a construir uma base para o estabelecimento da
necessidade de pertencer. Essa fase se resume a ter
um sentimento de fazer parte da família. O sistema
neurotransmissor secreta: a) a dopamina e a
serotonina para recompensar e proporcionar uma
sensação de felicidade de pertencer; e b) quando o
sentimento de pertencer é ameaçado, outro sistema
secreta acetilcolina e noradrenalina em resposta às
ameaças e fatores de estresse.

Tudo isso confirma a forma como somos criados para uma


orientação específica em um momento específico em nossa vida.
Nos primeiros anos de vida, “os anos de impacto da mãe”, a
orientação é focar no sentido da intimidade, confiança e o
sentimento de pertencimento.
DOS 2 AOS 3 ANOS DE IDADE
Estes anos são frequentemente chamados o terrível período dos 2 e
3 anos, por aqueles que estão frustrados com seu filho a passar
para a primeira fase de independência. A criança pode andar com
as próprias pernas e quer investigar até onde pode ir. Gosto de ver
as mães correndo atrás de seus filhos de 2 ou 3 anos em
shoppings. Essa é a fase em que a criança aprende a autonomia ou
a incerteza. No processo de explorar, desafiam seus limites. É
essencial que os pais comecem a dar aos filhos a oportunidade de
tomar decisões, por exemplo, “Qual é a cor de suco que você
gostaria de beber: vermelho, amarelo ou verde?” Deixe a criança
tomar a decisão e os ensine a manter suas escolhas para que
comece a aprender que escolhas têm consequências.

Esses são também os anos das frustrações emocionais, que muitas


vezes acabam em birras (manifestações violentas de raiva,
frustração ou uma súbita explosão de mau humor). Nessa fase, a
capacidade linguística da criança ainda não está totalmente
desenvolvida, o que significa que não pode se expressar
claramente. A criança é confrontada com o fato de que a vida nem
sempre vai ser do jeito que ela quer. É tão essencial na vida de uma
criança que a sua vontade seja moldada sem que o seu espírito seja
quebrado! A forma como a criança é disciplinada é absolutamente
essencial nesses anos.

DOS 4 AOS 5 ANOS DE IDADE


Estes são os últimos anos em que a mãe é a figura principal no
desenvolvimento da criança. De acordo com Erickson, durante
esses anos, a criança aprende a “diligência ou inferioridade”. Nessa
fase, as crianças devem ser capazes de se expressar
linguisticamente de forma mais clara e, portanto, as frustrações
devem diminuir. A criança deve começar a fazer tarefas domésticas
para aprender responsabilidade e afirmar suas habilidades. Esses
são também os últimos anos de muita proximidade e intimidade com
a mãe, antes de ela passar a criança para os anos de impacto do
pai. Durante esse tempo, a estimulação intelectual da criança não
deve ser negligenciada de forma alguma. Em muitos lares, o
nascimento do segundo filho faz com que a primeira criança seja de
alguma forma negligenciada durante os 4 ou 5 anos de idade.
Deveria ser o contrário; essa fase deve ser o momento em que a
mãe e o pai se dedicam com muita paciência para responder a
todas as perguntas que a criança tiver. E em retorno, estimular
ainda mais o intelecto dela, fazendo-lhes mais perguntas, criando
conversas autênticas e entrando no mundo da imaginação da
criança. O desenvolvimento intelectual da criança está quase
pronto.

DOS 6 AOS 8 ANOS DE IDADE


Nessa idade, a criança está se movendo gradualmente do abraço
da mãe para o abraço de pai. A criança deve passar ainda mais
tempo com o pai. O papel paterno, nessa fase, é afirmar as fortes
capacidades da criança e ensinar-lhe habilidades básicas da vida
(como a limpeza de seu quarto para o benefício da “rainha do
castelo”, sua mãe). Esses são também os anos em que a segurança
emocional transmitida pela mãe, em par com a segurança disciplinar
benéfica que o pai fornece, tornam-se uma fortaleza a partir da qual
a criança opera.

Mais para o fim do oitavo ano, a criança deve começar a


compreender o impacto do espírito sobre o corpo e a alma (a
vontade). Esta é, espiritualmente, uma fase muito madura em que a
criança deve começar a expressar sua lealdade espiritual.

Pouco depois, a criança deve ser mais explicitamente informada


sobre a sua sexualidade. Embora eu acredite que a educação
sexual deva ser feita pelos pais desde muito cedo - cerca de 3 anos
de idade - a maioria das crianças só vai encontrar um interesse
sobre este assunto com cerca de 8 anos de idade. É absolutamente
essencial que o pai assuma a responsabilidade sobre isso. Os pais
devem falar com seus filhos e as mães com as filhas. A maioria das
crianças com 9 anos de idade já foram de alguma forma expostas a
imagens sensualmente explícitas, vídeos ou conversas. Se você
não discutir sobre esses assuntos com seus filhos, eles serão
educados pelos colegas e qualquer tipo de material que apareça na
frente deles, o que pode facilmente levar a um conceito muito errado
sobre sexualidade, e em alguns casos gerar um vício muito forte em
pornografia.

DOS 9 AOS 11 ANOS DE IDADE


Nesta fase, a maioria das meninas está entrando na puberdade, e
seu corpo se torna capaz de reproduzir. As mães devem estar
emocionalmente perto das filhas já que essa é uma fase de
incerteza, exige conforto emocional e confiança física. É
absolutamente essencial que os pais afirmem a beleza física da filha
e a destreza física do filho. Meninos se desenvolvem fisicamente
mais tarde do que as meninas e, portanto, os pais devem ser muito
cuidadosos para não aumentar a sensação de incerteza física com
meninos, nesses anos de desenvolvimento. Comentários pejorativos
não são permitidos de maneira alguma!

A outra responsabilidade principal do pai nesses anos é ajudar no


desenvolvimento do senso de identidade da criança. Isso faz parte
do movimento de sair dos braços para os ombros do pai. Nesta
fase, os pais também prepararam os filhos para passarem da fase
do ambiente da casa para a fase de aventuras em grupo. Antes que
a criança saia da “fase-casa” deve conhecer componentes
essenciais da sua identidade, tais como os valores fundamentais
que são o alicerce de sua vida, como e por que fazer as escolhas
certas e como escolher o amigo certo. Esperamos que nossos filhos
estejam preparados para passar para a próxima fase.
FASE 2 - A FASE DA AVENTURA EM GRUPO (DOS
12 AOS 18 ANOS DE IDADE)
Essa fase se resume em aprender a ser parte da comunidade, no
caso, a comunidade de amigos. De agora em diante, os amigos
terão o principal impacto sobre ele, por isso os pais devem aprender
a habilidade da cautela de forma inteligente, impactando o grupo de
amigos, para que adotem valores corretos e validem os bons
valores já em seu filho.

Segundo Dr. Etienne van der Walt, o adolescente começa a explorar


a construção de áreas de resolução de problemas criativos do
cérebro.
A necessidade de pertencer, neste mundo fora da segurança da
família, constitui a base do desenvolvimento da necessidade de
pertencer e encontrar identidade no grupo de amigos (cérebro
adolescente). Neurotransmissores tais como: a) a dopamina (para
recompensar quando se alcança novas metas); b) acetilcolina (para
responder às ameaças de exclusão do grupo de amigos) e c)
serotonina (para uma sensação de felicidade, enquanto se embarca
na tarefa um tanto assustadora de exploração) são secretadas.

Mais uma vez, é essencial nesta fase que a criança aprenda


habilidades sociais básicas para a manutenção de um bom
casamento, ser um bom cidadão e ter emprego para seu sustento. É
uma ótima fase para testar suas capacidades num ambiente de
equipe, e também para se aventurar para fora, com o grupo, e testar
a dinâmica da subcultura do grupo dentro da cultura maior.
AOS 12 ANOS
Encontrar onde se encaixam é a busca mais essencial do
adolescente no primeiro ano da fase de aventura em grupo. Há um
complexo conjunto de dinâmicas de grupo psicossociais puxando ou
empurrando-os para o centro ou para a periferia do que está na
“moda”, e eles sentem isso tanto proativamente ou reativamente,
movendo-se em direção ou para longe disso. Ajudaria muito se os
pais discutissem com os filhos, como percebem estar na estrutura
do grupo, tanto em classe na escola como em grupo de jovens na
igreja. Os pais devem, então, ajudar os filhos a descobrir como
podem ser melhores amigos, aumentando a influência positiva sobre
os outros colegas no grupo.

AOS 13 ANOS
Este é o primeiro ano do rito de passagem. No capítulo 9, ainda
vamos descobrir como isso deve ser feito, mas aqui basta dizer que
é importante para o filho ser liberado e lançado para essa próxima
fase da vida por seus pais. Aos 13 anos, os pais devem dizer algo
como o seguinte para seu filho:

“Agora que você já provou um pouco da próxima fase da


vida, queremos lançá-lo nesta nova aventura fantástica.
Você não é apenas mais uma criança; você está crescendo
em direção a tornar-se um adulto. Nós não vamos tratá-lo
mais como criança, mas vamos argumentar mais com você
e permitir que você tome a maioria de suas decisões,
porque nós queremos que você veja como boas decisões
levam ao sucesso. Você vai aprender sobre equipe,
confiança, papéis e amizade. E você vai ver como os
princípios e valores que você aprendeu em casa vão ajudá-
lo com seus desafios, vai ver como aqueles que guardam
esses princípios vão colher um determinado resultado e
aqueles que o ignoram vão colher um resultado
completamente diferente.”

DOS 14 AOS 18 ANOS


Durante e especialmente no final desta fase, o adolescente
presenciará um desenvolvimento de inteligência emocional muito
rápido. Essa é a capacidade que determina o sucesso na vida mais
do que qualquer outra. O centro de controle emocional do cérebro, a
amígdala, se desenvolve de forma otimizada entre os 16 e 18 anos,
se guiado corretamente.

O período (entre 16 e 18 anos) é o tempo certo para desenvolver a


capacidade de liderança, o que também cria oportunidade para o
jovem definir tendências para os adolescentes mais jovens e,
simultaneamente, estabelecer as bases para entrar na próxima fase.

FASE 3: FASE DO AMADURECIMENTO (DOS 19–21


ANOS)
Nesta fase, os filhos algumas vezes se mudam, e enquanto seu
novo ambiente pode exercer impacto dominante em sua vida, creio
que em casas muito saudáveis o papel do pai nesta fase deve ser
dominante, por razões que podem tornar-se mais claras à medida
que continuarmos.

Fase do amadurecimento

A temporada de sucesso começa


DOS 19 AOS 20 ANOS
Estes são anos críticos para estabelecer identidade pessoal. Se o
pai tinha uma conexão íntima com os filhos durante os primeiros
anos do impacto paterno e mantiveram bom relacionamento por
meio da fase de grupos e aventura, os filhos vão voltar a eles na
fase do amadurecimento para buscar sabedoria. É no final dessa
fase que passam para a idade adulta, e têm de estar prontos para
assumir todas as responsabilidades que essa fase traz. Informações
da neurociência confirmam essa afirmação. Como o Dr. Etienne Van
der Walt diz:

É neste momento que a maturação do lóbulo frontal é


concluída. A parte do cérebro responsável por solucionar
problemas e a habilidade de perceber riscos se
desenvolvem ainda mais tarde, gradualmente para permitir
que o jovem adulto adquirira novos conhecimentos sobre o
mundo, e para ajudá-los a dominar novas habilidades, para
guiá-los de forma segura em um mundo com oportunidades
físicas, emocionais e cheio de ameaças. Essencialmente, o
cérebro agora se move a partir de um foco na identidade
de grupo e da necessidade de pertencer, para fazer uma
contribuição significativa na vida. O neurotransmissor
noradrenalina desempenha um papel importante para
facilitar a clareza da mente e do estado de alerta. Vamos
agora começar a ver uma complexa interação entre a
noradrenalina, dopamina e serotonina.

Adquirir sabedoria e um claro sentido de singularidade individual é


essencial nesta fase para preparar o jovem adulto para as
responsabilidades da vida adulta.

O capítulo 7 explica o processo de criação de identidade. Neste


capítulo, vamos falar de uma forma mais elaborada como a escolha
de um conjunto de valores, os amigos certos e fazer as escolhas
certas, como ter uma declaração de missão bem definida, são
elementos essenciais para se ter uma identidade correta. Se os pais
souberem como facilitar esse processo e tiverem adquirido boa
sabedoria de vida, eles devem estar bem equipados para ajudar os
filhos a compreender quem são e quem querem se tornar.

AOS 21
Este é o ano em que entramos na idade adulta. Um novo rito de
passagem é dado a seu filho. (Leia o capítulo 9 cuidadosamente
para ver o quão valiosa esta cerimônia pode ser.) No dia em que
você envia seu filho ou sua filha para a idade adulta, você deve falar
profunda e claramente a seu coração:

“De agora em diante eu vou tratá-lo como um adulto e eu


espero que você faça coisas de adulto. Agora vá, você tem
o que é preciso para ter sucesso e ser notado como uma
pessoa de importância.”
O nível de importância dessa cerimônia de passagem deveria ser
comparado à importância que damos ao casamento. É incrível
quando alguém passa para a fase adulta e encara todas as
responsabilidades que ela traz. Nossos filhos sentem isso e
deveriam ser reconhecidos por isso. Convivemos com muitos
adultos imaturos hoje em dia, porque nunca tivemos atitudes sérias
o suficiente para preparar nossas crianças para serem futuros
adultos.

DOS 22 AOS 25 ANOS


Estes são os anos de empoderamento por meio da formação
relacionada com o trabalho, seja na universidade ou em
treinamentos no trabalho, anos em que a cultura dominante daquele
local faz o melhor para carimbar sua imagem na identidade do
indivíduo. E é quando ele escolhe sua subcultura - e talvez até
mesmo o cônjuge – e começa a preparar-se para os desafios da
temporada de sucesso que começa por volta dos 26 anos de idade.

FASE 4: A FASE DO SUCESSO (DOS 26 AOS 42


ANOS DE IDADE)
Embora as fases de 4-7 não sejam de necessidade educativa para
os homens em seu papel como pais, temos de explicá-las
brevemente, para fins de entendimento de toda a imagem do
desenvolvimento da vida e da paternidade, pois o entendimento
dessas fases pode ajudar os pais no sentido de uma melhor
compreensão de si mesmos.

Bob Buford escreveu um livro chamado Halftime 10. Ele não se


refere aos formativos primeiros 25 anos de vida, mas diz que depois
dos 25 anos a vida funciona como um jogo de futebol com duas
metades. A primeira é a época de sucesso; a segunda, a época de
encontrar significado e as duas metades são separadas por um
intervalo.

Se você tem entre 26 e 42 anos de idade, leia as seguintes


características e tente identificar quais delas se aplicam à sua vida e
se você esta na primeira ou na última parte da temporada de
sucesso.

CARACTERÍSTICAS COMUNS DA ÚLTIMA PARTE DA


TEMPORADA DE SUCESSO:

• Uma vida corrida - Temos pressa para terminar a faculdade,


embarcar em uma carreira, apaixonar-nos, casar-nos, comprar um
carro, uma casa – parece que estamos sempre em busca de algo
importante.
• Uma vida com paixão - Estamos constantemente recebendo,
ganhando, aprendendo, conquistando ou ansiando por algo mais.
• Modo guerreiro - Queremos provar para os outros e para nós
mesmos que podemos realizar coisas.
• Aceitar responsabilidades - Nós fazemos o nosso melhor para
prover para as nossas famílias e avançar em nossas carreiras.
• Foco - À medida que subimos a escada da carreira,
desenvolvemos obstinações sobre o que queremos alcançar.
• Acúmulo - Nós começamos a adquirir muitas coisas para tornar
a jornada mais confortável.
CARACTERÍSTICAS COMUNS DA ÚLTIMA PARTE DA
TEMPORADA DE SUCESSO:

• Enfrentar a realidade - Nós tentamos encontrar maneiras de


compreender e lidar com os golpes cruéis e dores que vivenciamos
ao longo da vida.
• Tensão em casa ou no trabalho - Estamos divididos entre o
desejo de estar com a família e a aventura do sucesso na carreira, e
temos que decidir onde investir o nosso tempo e energia.
• O pânico do sucesso - Como começamos a ter sucesso, e ver
os frutos do nosso trabalho, a questão crítica surge, “Quanto é o
suficiente?”
• O sucesso perde o seu brilho - Começamos a perceber que ser
bem-sucedido ou rico não necessariamente leva à realização.
• Aplicação de crenças - Sabemos o que representamos, mas
nem sempre temos certeza do que fazer sobre isso.
• Desejo por um significado - Começamos a querer mudar de
rentável e bem-sucedido para produtivo e significativo.
• Epifania - Entramos em um período de perguntas críticas e
realizações:

Percebemos que não podemos jogar o segundo tempo como


jogamos o primeiro. Começamos a ansiar por algo mais além de
sucesso. Enfrentamos perguntas como: “O que eu perdi com tudo o
que eu ganhei? O que eu poderia perder para ganhar no futuro?
Percebemos que não queremos apenas realizações; queremos
deixar um legado. Perguntamo-nos: “O que está me impedindo de
me engajar em minha verdadeira vocação?”

FASE 5: INTERVALO (DOS 43–48 ANOS DE IDADE)


Na fase de intervalo você precisa parar, realizar um balanço e uma
autoauditoria completa, perguntando a si mesmo:

• “Pelo que quero ser lembrado?”


• “Como será minha vida, se tudo sair conforme planejei?”
• “Quanto dinheiro é suficiente?”
• “O que estou fazendo com minha vida agora e o que quero
fazer com ela daqui a dez anos?”
• “Estou vivendo uma vida equilibrada?”
• “Estou me tornando a pessoa que quero ser?”
• “Onde está minha lealdade principal?”
• “Onde é que busco inspiração e mentores para a minha vida?”
• “Que tipo de relacionamento quero com a minha família e
amigos?”
• “Quais os objetivos que têm dominado minha vida até agora?”
• “Quais foram as vantagens e as desvantagens que esses
objetivos trouxeram para a minha vida?”
• “Se eu continuar a viver como antes, o que me aguarda no
futuro?”
• “ O que gostaria que fosse escrito em minha lápide?”

Nesta junção no meio de sua vida, você tem três opções para
escolher sobre como viver a vida de agora em diante:

Com Indiferença: Que o deixa apático, sempre na defensiva e


seguindo o status quo, sem visão ou paixão. Isso traz pouca
satisfação e muitas vezes arrependimento.

Com Indulgencia: Você diz para si mesmo: “Quero isso. Mereço.


Não fique no meu caminho. Quero aproveitar!” Você tenta obter sua
satisfação pessoal por meio de posses e reconhecimento. Isso
muitas vezes deixa uma sensação de vazio.

Com Influência: Essa orientação de vida enfoca a transformação


de outros. Sua satisfação é adquirida por meio da busca e vendo o
benefício para os outros. Você vive com uma perspectiva ampla e
tem uma influência crescente.

Você tem que reorganizar a vida para se deslocar da ideia de


sucesso para um significado maior. Com as mulheres, descobrimos
que esta temporada geralmente começa sete anos mais tarde para
aquelas que têm mais de um filho.

FASE 6: SEGUNDO TEMPO – O TEMPO DE


ENCONTRAR SIGNIFICADO (DOS 49 AOS 70 ANOS
DE IDADE)
J. Robert Clinton escreve em seu livro, “The Making of a Leader”,
que Deus trabalha no líder nos primeiros 40 anos de sua vida, e que
Deus trabalha por meio do líder dos 40 anos de sua vida em diante.
Isso é aproximadamente verdade, se as transições entre as fases
da nossa vida forem feitas da forma certa.

Saindo da minha transição do primeiro tempo e entrando nos


estágios iniciais do segundo tempo, notei sete práticas de
orientações distintas, e adotei cada uma delas para minha vida:

1. Vivo diaria e claramente o sentimento de ter sido chamado, e


consciente do meu propósito.
2. Ouço mais claramente “A Voz”12 — aquele sentimento interior
que me diz que sou único.

3. Vivo com um senso de urgência muito maior, sabendo que


mais da metade da minha vida já se passou e que o jogo tem que
ser vencido no segundo tempo. (A terceira metade acontece depois
do dia do julgamento!)

4. Aprecio a aventura de encontrar clareza por meio das


instruções de Deus, e da alegria e recompensa de obedecer a elas.

5. Tenho um senso aguçado para identificar minhas prioridades,


já que posso avaliar melhor minhas oportunidades em relação ao
que faço de melhor, de acordo com as instruções que Deus me deu.
6. Tenho maior facilidade de me mover junto ao coração de Deus
— sentindo as lágrimas e as alegrias do Senhor.

7. Trabalho intencionalmente rumo a um plano de sucessão,


capacitando discípulos, sabendo que este time vai deixar um
legado.

Uma vez que essa temporada se concentra em deixar um legado,


temos de ter uma influência mais duradoura. Fazemos isso
primeiramente expressando nossa vocação e orientando os outros,
especialmente os sucessores da nossa missão de vida.

FASE 7: FASE DO “TERMINAR BEM” (DOS 71 ATÉ O


SEU ÚLTIMO DIA)
Já que estou no meio da minha “temporada do significado”, só
posso sonhar em viver também essa temporada passada com
significado. A maior parte das pessoas entra em um modo de
sobrevivência nesta fase e tenta viver da maneira mais confortável
possível. Nesta idade, devemos querer viver de forma diferente e
continuar, como George Bernard Shaw disse: “Queimando minha
tocha tão brilhante quanto possível, antes de entregá-la para a
próxima geração.” O problema é que a maioria das pessoas nessa
idade não tem mais força física para realizar seus sonhos. Isso
significa que devemos reunir um exército, o mais rápido possível,
para promover a causa que apoiamos.

Não queremos olhar para traz com arrependimento no final da vida.


Em vez disso, queremos olhar para trás com um profundo
sentimento de gratidão e satisfação. Queremos saber que fizemos
os melhores investimentos na vida de nossos filhos, e que isso vai
afetar as gerações vindouras.

PORQUE EU PERDI ISSO?


Não somente a vida é curta, mas as janelas em que os maiores
impactos são feitos sobre a vida das crianças também são, e
qualquer pai ou a mãe poderia perdê-las facilmente, caso se
distraiam com os próprios interesses. Isso significa que, sem muito
aviso, poderíamos acordar um dia arrependidos por termos perdido
os melhores momentos para investir em nossos filhos. O seguinte
poema lamenta alguns desses momentos e faz a pergunta
atemporal: “Meus pais se divorciaram, mas por que eu perdi o meu
pai?”

TRAVES DOS OLHOS DE UMA CRIANÇA

Quando eu tinha apenas dois anos de idade,


Meu pai foi embora.
Ele jurou que sempre me amaria,
Mas ele disse que não podia ficar.
Dias se transformaram em semanas
E semanas se transformaram em anos.
Eu nunca vi meu pai,
Ele nunca viu minhas lágrimas.
Ele nunca leu histórias para dormir para mim
Ou me cobriu à noite.
Ele não apareceu para os meus aniversários,
Mas eu sempre esperava que ele viesse.
Ele perdeu o meu primeiro dia no jardim de infância
E todos os meus jogos da escola.
Ele não sabe quanto eu sou inteligente,
Meu boletim só tem nota 10.
Às vezes, quero chamá-lo
Para dizer “Ei, Pai” eu ainda estou vivo!
Farei 18 anos em breve,
Você vai me ensinar a dirigir?
É quase hora de ir para a faculdade,
Os anos passam tão rápido.

Estou ansioso para ver o meu futuro,


Mas eu ainda estou preso dentro do meu passado.
Acho que nunca vou entender,
Fiz alguma coisa ruim?
Meus pais se divorciaram,
Mas por que eu perdi o meu pai?

— Brianna K. Slon
As pesquisas psicológicas nos dizem que ainda crianças sabemos
em nosso íntimo que - precisamos de um pai. Esta velha canção de
Elvis Presley descreve uma condição que é muito familiar em todo o
mundo. Seu título original era “O Ciclo Vicioso.” Ela fala mais alto
com o que não diz.

1. NO GUETO
Como a neve voa
Em uma fria e cinza manhã de Chicago
Um pobre bebê nasce
No gueto

E sua mãe chora


porque se há uma coisa de que ela não precisa
é outra boca faminta para alimentar
No gueto
Pessoas, vocês não entendem?
a criança precisa de uma mão amiga
ou, um dia, ela crescerá e se tornará um jovem irado
Dê uma olhada em você e eu,
nós estamos tão cegos para ver,
Simplesmente viramos a face
e olhamos para o outro lado

Bem, o mundo dá voltas


e um menino com fome, corrimento nasal
brinca na rua enquanto o vento frio sopra
No gueto

E sua fome queima


então ele começa a vagar pelas ruas à noite
ele aprende a roubar
ele aprende a lutar
No gueto

Então, uma noite em desespero


um jovem desaparece
Compra uma arma, rouba um carro
tenta correr, mas ele não vai chegar longe

E sua mãe chora


Uma multidão se reúne em volta de um jovem, o irritado
De bruços no asfalto, com uma arma na mão
No gueto

Enquanto seu jovem morre,


em uma fria e cinza manhã de Chicago,
outro pequeno bebê nasce
No gueto 13
Onde está o pai? A raiva neste jovem é por causa da ausência do
pai. A tristeza do abandono é a raiz de sua raiva. Tinha esperança
de uma ajuda que nunca veio.

Nesta canção comovente podemos observar que é claro como uma


fome insatisfeita levou um jovem a um ciclo de comportamento
destrutivo. Infelizmente, esse é o padrão de milhares de homens. A
destruição nem sempre é imediatamente óbvia. Geralmente, é
detectável em uma variedade de formas. Mas em pouco tempo, o
conflito expõe feridas que prejudicam os padrões comportamentais
saudáveis e leva muitos a um caminho de autodestruição.

2. O POÇO DA INSEGURANÇA
Alguma vez você já sentiu que alguém que você conhece não está
vivendo na própria pele, que está fingindo, tentando ser outra
pessoa; que se esforça muito para ser alguém aceito, reconhecido e
parecer bem-sucedido? Eu tinha um amigo assim. Ficamos amigos
porque estudávamos juntos e íamos juntos para a aula, já que
éramos vizinhos e morávamos fora da cidade. Ele parecia
estranhamente maduro. Tínhamos apenas de 23 anos de idade e,
embora já fôssemos casados, ainda estávamos em processo de nos
moldarmos a uma vida de seminarista. Não poderia reivindicar o
amadurecimento. Ainda tínhamos que descobrir muitas coisas.

Meu amigo não vivia assim. Ele tinha uma certeza estranha sobre si,
uma certeza que nunca parecia bem fundamentada. Havia algo de
não convincente nele. Por que digo isso? Eu vi isso em sua mulher
e em seus outros amigos. Eles nunca se sentiam próximos dele,
porque sua certeza absoluta repelia ao invés de atrair as pessoas
para mais perto. Sentíamos que ele sempre tentava ser melhor que
os outros, em vez de ser com os outros. Tentava convencer em vez
de colaborar. Tentava impressionar em vez de transmitir. Era como
se ele usasse o terno da certeza em vez de se fundamentar nas
próprias convicções.

Como isso se manifestou? Ele começou a falar como se fosse um


pastor, muito antes de se tornar um. Assim que ele entrou para o
ministério, comprou um carro muito acima de sua capacidade
financeira; era realmente muito pobre, mas quis demonstrar
independência financeira. O resto da história é muito triste para
mencionar.

De onde veio tudo isso? Ele perdeu o pai muito cedo na vida e teve
de ajudar a mãe com as despesas da família. Teve que vender
biscoitos de porta em porta, quando era mais novo para que
pudessem sobreviver. Isso deixou uma insegurança profundamente
enterrada dentro dele, e, a partir dessa insegurança, ele
reestruturou sua percepção de como deveria se comportar. Andou
numa pele que não era a sua. Suas inseguranças o fizeram agir
estranhamente.

Ao longo da estrada da vida, encontrei muitas pessoas cujas


inseguranças profundas as levaram a acumularem coisas que nunca
deveriam ter adquirido; compraram carros ou casas que nunca
poderiam pagar e forçaram muito para conseguir posições na vida
que lhes levou a perder a família ou a destruir seu casamento.
Quando construímos nossa vida baseada no poço das nossas
inseguranças, a aparência exterior pode parecer ótima para o olho
destreinado, mas relações íntimas que conseguem enxergar por trás
das máscaras vão expor as fraquezas regularmente.

Existem muitas maneiras em que nossas inseguranças são


manifestadas:

• Manter as pessoas à distância por causa da falta de intimidade


em casa.
• Tornar-se uma pessoa antissocial por causa da frieza
experimentado em casa.
• Procurar reconhecimento porque não há afirmação.
• Perseguir sucesso porque não somos amados
incondicionalmente.
• Ser dominado pelo dinheiro por causa de uma insegurança
financeira profunda.
• Viver sempre arrastados pela corrente cultural mais forte, por
causa de incerteza sobre a própria identidade.
• Estragar os filhos com uma supercompensação, por causa do
rigor de nossos pais.
• Querer sempre agradar as pessoas, porque temos medo de
que as pessoas não nos aceitem como de fato somos.

Na mitologia grega, quando Aquiles era bebê, foi predito que ele
morreria jovem. Para evitar a morte, sua mãe Thetis tomou Aquiles
e levou-o ao rio Styx, que se cria oferecer poderes de
invulnerabilidade, e mergulhou seu corpo na água. Mas, como
Thetis segurou Aquiles pelo calcanhar, o calcanhar não foi lavado na
água do rio mágico. Aquiles cresceu para ser um homem de guerra
que sobreviveu a grandes batalhas. Mas um dia, uma seta
venenosa atingiu-o no calcanhar, matando-o pouco depois.
Todo mundo tem inseguranças. Ser consciente de nossos
calcanhares de Aquiles e superar as tentações para reagir a partir
dessas inseguranças é um dos fatores mais importantes que os pais
devem trabalhar.

3. FERIDAS PATERNAS
De todas as nossas inseguranças profundas não há uma que tenha
impacto tão profundo quanto a ferida da ausência de um pai.
Frederick Buechner escreve em seu livro, The Magnificent Defeat,
sobre um menino que matou o pai com uma espingarda em um
momento de raiva, e, logo após o acontecido, um guarda ouviu o
garoto na cela da prisão chorando e gritando “Eu quero o meu pai,
eu quero o meu pai ! “14
Já me deparei com muitos homens que confessaram ter odiado o
próprio pai, mas, ao mesmo tempo tinham sede palpitante de um
abraço paternal. Parece que as feridas paternas têm se voltado
contra os próprios pais que as causaram. Uma boa dose da raiva
masculina é apenas tristeza não processada; a tristeza de um
anseio que nunca foi saciado.

Muitos livros já foram escritos sobre a ferida paterna. Richard Rohr


pode ter dito, com razão, “o que nós chamamos de a ferida paterna
pode muito bem ser a ferida mais onipresente na terra.” 15 Alguns
psicólogos afirmam que sete ou mais em cada dez pacientes lutam
com os efeitos de uma feriada paterna. “Parece que as feridas
paternas têm se voltado contra os próprios pais que as causaram.”

Dr. Fitzgibbons, líder do Instituto de Cura Conjugal, diz: “Embora o


termo ‘ferida paterna’ não seja um termo clínico oficialmente
reconhecido, é usado por muitos profissionais da saúde mental, na
identificação da origem de numerosos conflitos emocionais e
comportamentais entre cônjuges, solteiros e crianças. Essas
dificuldades podem ser o resultado da falta de um relacionamento
forte, amoroso e solidário com um pai responsável, ou como
resultado de ter um modelo paterno disfuncional e em seguida
repetir as fraquezas significativas desse pai, como o egoísmo, raiva
excessiva, comportamentos emocionalmente distantes ou
indiferença para com a fé.”16

A falta de experimentar carinho e elogios de um pai resulta em


tristeza, raiva, deficiências na confiança, ansiedade ou
desconfianças que podem surgir em qualquer fase da vida. Por
exemplo, casais podem experimentar infelicidade porque a tristeza
na infância nunca foi tratada e essa tristeza é inconscientemente
mal direcionada em forma raiva para um dos cônjuges. Esse tipo de
conflito tem contribuído enormemente para a atual cultura do
divórcio.
A ferida paterna é uma grande epidemia entre crianças, adultos e
jovens em nossa cultura, devido à epidemia do divórcio e da
explosão de crianças nascidas fora do casamento. O rastro de
destruição é evidente no jovem. Crescer sem um pai contribui para
graves problemas como raiva excessiva em casa, na escola e na
comunidade; mau desempenho escolar, distúrbios sexuais,
dificuldades de confiança, abuso de substâncias e transtornos
depressivos e ansiosos.

4. INFLIGIDA EM MUITOS ASPECTOS


Em nossos seminários de formação, descobrimos os tipos de
condições de moradia que infligem ferimentos paternos em tantos
homens e mulheres. Essas são as respostas típicas que recebemos
de um breve questionário que pedimos aos homens em nossos
seminários para completar:

Sobre autoridade moral: “Se eu tivesse que descrever a condição


moral de meu pai em casa, diria que ele era moralmente
inconsistente. Eu não seria capaz de descobrir um conjunto claro de
princípios de seu estilo de vida para me ajudar a entender o que é
certo ou errado.”

Sobre a identidade: “Meu pai nunca me ajudou a entender quem eu


sou. Eu tive que descobrir isso entre meus amigos e eu ainda não
tenho certeza.”

Sobre a segurança emocional: “A atmosfera criada pelo meu pai em


casa era tóxica. A única forma de amor que eu experimentei foi um
amor baseado no desempenho. Eu tinha que ganhar o amor em
casa. A relação de meu pai com minha mãe pode ser descrita como
tensa. A relação de meu pai conosco, as crianças, pode ser descrita
como sem envolvimento “.
Sobre afirmação: “Meu pai me deixou incerto sobre o quanto eu era
bom. Ele me corrigia constantemente”.

Essas condições causam numerosas feridas. As feridas paternas


são na sua maioria infligidas por abuso e negligência. O impacto de
pais abusivos se manifesta principalmente em um coração rebelde
ou em uma vítima ou mentalidade escrava. A rebelião é,
obviamente, mais evidente. Esse desafio à autoridade aparece no
conflito que muitos adultos têm com autoridade no trabalho, igreja
ou em casa.

Os sintomas menos óbvios vêm da negligência. Negligência pode


acontecer de duas maneiras:

1. Negligência devido à ausência — ausência devido ao trabalho


ou divórcio, ou ausência em casa onde os pais estão lá fisicamente,
mas mentalmente e emocionalmente ausentes.
2. Negligência como negligência - o pai não está fazendo o que é
suposto fazer, porque ele ignora o que precisa ser feito ou é mal
disciplinado em fazer o que sabe que deve ser feito.

De acordo com a estrutura do nosso material de treinamento,


existem quatro categorias principais de abandono. Quando
negligência é experimentada, os seguintes sintomas surgem.

5. NEGLIGÊNCIA EM ESTABELECER AUTORIDADE


MORAL
□ Tenho dificuldade de me submeter a normas absolutas.
□ Não gosto de ser responsabilizado.
□ Não aprendi por meio da destilação da sabedoria, a orientação
básica de direito à vida.
□ Estou vazio de convicções claras que orientem minhas decisões.
□ Tenho dificuldade de ouvir e obedecer à minha consciência.
□ Não assumo responsabilidades facilmente.
□ Tenho dificuldade em esperar por gratificações (Eu quero tudo
agora).
□ Tenho dificuldade de ficar sob autoridade.
□ Acho difícil respeitar meus superiores.
□ Quero fazer as coisas do meu jeito.
□ Tenho dificuldades de receber ou de aplicar disciplina.
□ Não sei como usar o poder / autoridade do jeito certo.
□ Acho difícil diferenciar entre o certo e o errado.
□ Não sei maneiras saudáveis de liderar pessoas.
□ Tenho tendência de manipular a mim mesmo para sair de
situações em que eu tenha que me submeter a alguém.

6. NEGLIGÊNCIA DE IDENTIDADE
□ Não sei a que lugar pertenço (espírito órfão).
□ Não sei o meu significado.
□ Estou à deriva em um barco.
□ Estou atormentado por inseguranças.
□ Encontro minha identidade no meu desempenho no trabalho.
□ Não sei quem eu sou; sofro confusão de identidade.
□ Mascaro meu verdadeiro eu, adotando uma identidade diferente
que será aceita.
□ Às vezes, me torno agressivamente defensivo.
□ Não tenho certeza de quais escolhas fazer.
□ Não tenho um conjunto claro de valores.
□ Não tenho na minha vida almas gêmeas próximas de mim (amigos
íntimos).
□ Não tenho um propósito claro / chamado na vida.

7. NEGLIGÊNCIA DE SEGURANÇA EMOCIONAL


□ Não tenho certeza se as pessoas realmente vão me aceitar/amar.
□ Provavelmente, não mereço nada.
□ Nunca tive atenção/cuidado suficiente.
□ Apoio o perdedor.
□ Tenho dificuldade para identificar meus verdadeiros sentimentos
mais profundos.
□ Tenho dificuldades para gerir as minhas emoções.
□ Tento ganhar respeito / amor.
□ Fico incomodado por enormes crises de vergonha e medo.
□ Tenho uma abordagem negativa para a maioria das coisas na
vida.
□ Não me sinto confiante para interagir emocionalmente com outras
pessoas.
□ Às vezes, me sinto emocionalmente ameaçado por outros.

8. NEGLIGÊNCIA DE AFIRMAÇÃO
□ Não sei qual é o meu valor real (meu significado).
□ Recebo elogios com desconfiança.
□ Não sinto que tenho alguma contribuição a dar.
□ Sempre me sinto incerto.
□ Sempre me questiono.
□ Tento impressionar as pessoas o tempo todo.
□ Sofro com imaturidade.
□ Não entendo o significado dessa fase específica da minha vida.
□ Não confio quando alguém me elogia.
□ Tenho dificuldade em discernir meus dons / talentos.
□ Não me sinto apoiado.
□ Não sei se eu tenho o que é preciso.
□ Não tenho a certeza se eu um dia eu irei atender às expectativas.

Há uma lista similar de possíveis sintomas provocados por feridas


maternas no Apêndice B, você também deveria trabalhar nela.
Vários desses sintomas podem ser atribuídos ao desenvolvimento
da personalidade, estilo social ou ainda a uma variedade de fatores
externos.

No entanto, se você marcou várias opções na mesma categoria, há


uma boa chance de feridas paternas ou maternas serem a raiz de
seus problemas. Embora feridas paternas sejam infligidas de várias
maneiras e levem a vários problemas de comportamento, a cura da
ferida paterna deve receber atenção prioritária. Se você já está num
processo terapêutico, deveria conversar com seu conselheiro e
pedir para concentrar o trabalho nessas áreas.

9. CURA PARA A FERIDA PATERNA


A melhor maneira de começar a encontrar cura para suas feridas é
seguir os quatro passos:
A. ASSUMA o problema
B. PERDOE a pessoa
C. Dê um passo em direção À CURA INTERIOR
D. ANDEM JUNTOS

A. ASSUMA O PROBLEMA
Ao assumir o problema, você tem que identificar a ferida, saber de
onde veio e por que causou tanta dor, só então poderá entender o
dano que causou ou ainda causa em sua vida.

1. Você tem que reconhecer que você tem uma ferida paterna
ou materna e que deseja obter a cura. Às vezes, temos pontos
cegos no presente, mas, por favor, olhe atentamente para os
sintomas de comportamento mascarado ou até mesmo destrutivo e
ouça quem você confia para ajudá-lo a identificar comportamentos
destrutivos em sua vida.
2. Dê nome à ferida: por exemplo, “Meu pai fez isso ou aquilo” ou
“Meu pai deixou de fazer isto ou aquilo.”
3. Dê nome à necessidade insatisfeita afirmando-a verbalmente:
Diga claramente o que você queria ouvir / ver / vivenciar com seu
pai, ao completar a seguinte frase: “Eu queria que meu pai
reconhecesse / dissesse / fosse / fizesse ... “ Para deixar isso bem
claro, pode ser necessário que você escreva uma carta a seu pai,
sem entregá-la.
4. Encare os fatos sobre o impacto da ferida paterna: Tente
entender se isso gerou uma raiva em você para com ele, com a vida
ou com Deus. Também tente reconhecer se há outros sintomas
relacionados a essas feridas presentes em sua vida como,
passividade, escapismo, procrastinação, explosões, fofocas e assim
por diante. Pense no impacto direto que o comportamento do seu
pai influenciou em seu comportamento. Enfrente o fato de que você
pode optar por continuar a ser uma vítima ou tornar-se vitorioso
sobre sua situação.

B. PERDOE A PESSOA
O perdão não é rendição. O perdão é um forte ato de anulação da
dívida de alguém além de decidir pagar o preço sozinho. É por isso
que ter autoridade sobre a transgressão primeiramente é tão
importante, para, em seguida, passar de “você me deve” para “eu
lhe devo” é o ato de autossacrifício difícil do perdão.

1. Descartar algumas expectativas não correspondidas pelo seu pai.


Este ato pede que você seja um pouco razoável e tente intender
com o que seu pai teve de lidar, quando ele causou essa ferida em
você. Tentar entender que, embora tendo falhado, “tentou o melhor
que pôde.”

2. Assuma a autoridade sobre qualquer impacto espiritual que a


ferida que seu pai causou possa ter provocado em sua vida e sobre
qualquer hábito que possa impedi-lo de vencê-la. A crucificação e
ressurreição de Cristo são os atos de Deus em nosso nome para
“vencer o túmulo” dos nossos pecados, os pecados dos outros e do
poder de todas as transgressões sobre nossa vida. Diga isso
claramente: “Porque eu tenho participação na vitória de Deus sobre
o pecado, em Seu nome, vou vencer esse ataque à minha saúde
espiritual.”

3. Aplique o perdão. Neste ponto, será necessário perdoar pai /mãe


ou suplicar pelo sangue de Cristo por pecados que têm
acompanhado sua família de geração em geração. (Um conselheiro
pode pedir perdão a você, no lugar de seu pai e mãe, para tornar
esse momento tangível.)

Perdoar é libertar um prisioneiro


E descobrir que o prisioneiro era você!
— Lewis Smedes17

PASSOS PARA O PERDÃO


1. Diga: “Eu sou o maior pecador que Deus alguma vez teve de
perdoar”, e se espante pela graça! Porque eu sou perdoado, eu
posso perdoar os outros.
2. Diga a exata quantia total da dívida que lhe é devido. É
importante afirmar exatamente o que está em dívida para com você,
porque você está prestes a escrevê-la de modo que você não vai,
no futuro, se permitir a abrigar pensamentos sobre essa dívida.
3. Escreva a dívida acima e toda a dívida desconhecida. Isso
poderá ser feito dizendo as seguintes palavras a uma pessoa que
representa o seu pai, se seu pai não estiver disponível.

“Pai, eu estava esperando ... (diga claramente o que) de


você. Porque você fez / não fez isso, eu estava
profundamente ferido. Agora eu quero dizer a você que eu
lhe perdoo completamente e nunca vou guardar isso contra
você novamente. Perdoo-lhe como Deus me perdoou -
completa e incondicionalmente. Perdoo-lhe de modo que
você pode se sentir livre das expectativas que coloquei
sobre você, assim posso estar livre também, de todo o
ressentimento. “

Se você não está convencido de que a confissão direta a seu pai vai
ser benéfica para o seu relacionamento com ele, escreva tudo o que
você quer dizer a ele em uma carta (seja específico e entre em
detalhes, tanto quanto você puder). Quando entender que disse
tudo o que queria na carta, queime-a ou destrua-a de uma forma
que traga encerramento da questão para você.

C. UM PASSO EM DIREÇÃO À VITORIA INTERIOR


Encontrar vitória interior é tão difícil como os primeiros passos que
uma criança dá. Haverá momentos de cair e levantar, mas, se o ato
de levantar for mais frequente do que o de cair, a vitória está à vista.
Esse processo tem um papel de criar novas vias neurais em seu
cérebro. Isso exige disciplina, intencionalidade, motivação e energia
espiritual (o toque de Deus!)

1. Permita que somente Deus tenha o direito de fazer você feliz


ou triste.
2. Aceite que Deus escolheu seus pais, para prepará-lo para o
que ele quer fazer por meio de você.
3. Decida capturar todos os seus pensamentos e torná-los
obedientes a Cristo (mudar pensamentos negativos em positivos).
Aprenda a fazer trocas regularmente, a partir do ciclo de dor para o
ciclo de paz. Isso cria novos padrões de pensamento.
4. Encontre ações que se conectam com os seus novos padrões
de pensamento e pratique-os até que se tornem hábitos.
5. Saiba que esta jornada de cura é feita de episódios repetitivos.
6. Peça o controle do Espírito sobre a sua vida de modo que a
carne possa ser combatida.
7. Identifique comportamentos e pensamentos em si mesmo que
inibem seu próprio crescimento e trabalhe ativamente para mudar
isso com o apoio de um parceiro ou mentor ou alguém a quem
prestar contas.

D. ANDAR JUNTOS
Muitas pessoas podem não ter total restauração por causa do
contexto individualista em que vivemos. Igrejas ajudam muitos com
compromissos pessoais, mas o processo de discipulado, que
significa “caminhar com Jesus,” não é seguido.

1. Lute contra orgulho e autopiedade, e procure alguém a quem


prestar contas, a fim de que você não caia de novo, enquanto mais
feridas são reveladas.
2. Defina a sua mente para usar as feridas curadas como um
bálsamo que cura as feridas dos outros. Muitas vezes, lutamos para
encontrar uma razão pela qual sofremos tantas feridas, até o dia
que passamos a nos ver como “curadores de feridos”, ajudando a
curar as feridas dos outros, por meio de nossa compreensão e
compaixão. Nossas feridas saradas podem trazer cura e esperança
a outros.
3. Invista tempo e tenha relacionamentos saudáveis com homens
mais velhos (mentores) que sejam exemplos de paternidade para
você.
4. Torne-se o pai que nunca teve.
5. Seja mentor de outros pais, ensinando-os a paternidade
autêntica.

14. HÁ ESPERANÇA!
Em uma conferência sobre paternidade um homem começou
dizendo: “A semana passada foi a melhor semana da minha vida!
Por quê? Porque, pela primeira vez na minha vida de 56 anos (em
seguida ele engasgou-se, mas continuou depois de alguns
momentos de profundas antecipações), ... meu pai ... me tomou em
seus braços ... e disse: ‘Eu te amo, meu filho. Ele disse, ‘Eu te amo’.
Ele está com 89 anos.”

Aplauso espontâneo entrou em erupção; um aplauso preenchido


com uma mistura de alegria e dor, mas acima de tudo - desejo.
Todas as pessoas têm um profundo desejo de ser realmente
conhecido e amado pelo pai. Os que nunca experimentaram esse
doce momento têm uma dor profunda, ferida querendo ser curada,
anseio primordial a ser satisfeito. Por mais improvável que possa
parecer, às vezes, a cura da ferida paterna é possível, como é
evidente na incrível história de esperança do meu amigo:

“Minhas memórias de infância começam quando eu tinha


sete anos de idade. Antes disso, é apenas um espaço em
branco. Não me lembro de nada. Lembro-me de meu pai
como um homem muito violento, muito agressivo, alguém
que batia primeiro e perguntava depois, se assim quisesse.
Lembro-me de meu pai com frequência voltando para casa
com as mãos sangrentas da luta e quando ele discutia com
a minha mãe, batia tanto nela, que era difícil de acreditar.
Eu nem me lembro de quantas vezes ele bateu em minhas
irmãs e em mim, mesmo enquanto estávamos dormindo;
batia só para descontar coisas que o incomodaram durante
o dia.

Quando ele não estava emocionalmente ausente, ele era


emocionalmente abusivo. Não me lembro de quantas
vezes ouvi que eu era “Pior do que ...”, que eu não era bom
para nada, que eu nunca iria ser nada na vida. Depois de
anos e anos com esse tipo de abuso, você meio que
começa a acreditar nisso; que você acabará sendo bom
para nada, que você não vale a pena ser ouvido, que não
vale a pena você ter uma opinião, que não valeria a pena
tomar decisões.

Minha mãe estava tão emocionalmente esgotada que não


havia sobrado nada de suas emoções. Em meus 22 anos
de vida com ela, ela nunca me disse uma vez que me
amava e eu nem me lembro de ter recebido um abraço
dela. Tendo crescido neste tipo de ambiente, tornou-se
muito difícil entender minha vida. Mesmo como adulto é
extremamente difícil entender se não houver alguma
orientação. Fiquei com muitos problemas em minha vida
dos quais não me orgulho e sei que, embora pela graça de
Deus eu tenha lidado com muitos deles, vou ter de
continuar trabalhando nisso ao longo dos anos.

Quando eu tinha uns 19 anos, tornei-me muito rebelde para


com meu pai, tanto que eu nem sequer falava com ele.
Quando ia fazer uma visita, ia visitar minha mãe e ignorava
o meu pai, como se ele não existisse. Quando ele entrava
por uma porta, eu saia pela outra porta. Isso continuou por
um bom par de meses, mas finalmente Deus rompeu
aquela situação e me disse que isso não podia continuar, e
que eu não poderia ser o homem que eu tinha que ser se
insistisse em tratar meu pai assim. Mesmo que ele não me
tratasse bem, Deus me disse que a responsabilidade era
minha de começar a construir um relacionamento com ele.
Comecei a tentar construir essa relação da melhor maneira
que eu conseguia, apesar de não ver qualquer fruto. Casei-
me aos 25 e, poucos anos depois, minha família e eu nos
tornamos missionários na Europa. Cada vez que eu estava
de licença do meu tempo no exterior, marcava uma visita
para ir ver meu pai. Levava minha esposa comigo e fazia
questão de mostrar para ele como seus netos estavam
crescendo. O relacionamento foi se desenvolvendo e ficou
muito melhor, superficialmente, mas nunca ao ponto em
que eu poderia dizer que eu tinha o meu pai de volta.

Enquanto estávamos na França, meu pai ficou doente. No


dia 30 de dezembro de 2000, sofreu um derrame. Nós só
descobrimos quando ligamos no dia 31 de dezembro para
desejar-lhe um feliz ano novo. Os médicos nos
aconselharam a voltar para casa, então imediatamente
peguei o voo seguinte de volta para a África do Sul.

Com a vida do meu pai na balança, achei certo tentar uma


restauração. Passei todo o voo pensando no que eu diria a
ele, quando o encontrasse. É extremamente difícil explicar
o que passou pela minha cabeça, e todas as perguntas que
eu queria fazer ao meu pai, mas havia coisas como: “Por
que você não estava presente durante os grandes eventos
da minha infância, meus jogos rúgbi, competições de
atletismo? Por que você foi tão ausente? Por que você
nunca conversou comigo sobre puberdade? Por que você
nunca me ensinou certas habilidades, coisas como boa
comunicação, coisas em geral que um homem comum
deve saber - pensar logicamente, e me ajudar a ampliar
meus horizontes?”

Eu não sabia por onde começar. Era mesmo difícil de


entender minhas emoções. Devo eu apenas me abrir a ele
e liberar a minha raiva? Devo ter pena dele? Ou devo
apenas soltar tudo em cima dele e acabar com isso de uma
vez? Eu deixei gerar tanto vapor dentro de mim. Eu queria
explodir!!

Um voo de 13 horas é um tempo enorme para pensar. No


final, decidi que eu iria apenas falar para ele como me
sentia. Não com agressividade, mas em termos
inequívocos eu humildemente tentaria expressar só tipos
de sentimentos que me acompanharam durante minha
vida. Disse a mim mesmo que eu iria perdoá-lo e libertá-lo
desse fardo que ele provavelmente nem sabia. Eu
realmente acho que ele não tinha ideia do dano que
causou como pai.

Quando eu vi a minha família no aeroporto na África do


Sul, percebi imediatamente que algo estava errado. Eles
tiveram de me dar a notícia que meu pai tinha morrido meia
hora antes. Foi terrível. Percebi que nunca conseguiria falar
com ele novamente e dizer todas aquelas coisas que eu
queria. Mais uma vez eu fui deixado com um pai ausente,
que nunca estava lá quando eu precisava dele para me
ouvir, quando eu precisava dizer o que sentia. O homem
que deveria ter me liderado e orientado era apenas
ausente. E agora foi para sempre.

Eu simplesmente tinha que encontrar uma maneira de lidar


com isso, para tentar encontrar a paz para a minha
turbulência interior. Então o que eu fiz em seguida foi o
melhor que eu pude. O corpo do meu pai ainda estava lá
no hospital. Eu pedi a todos para saírem da sala e me
deixassem sozinho com ele. Eu então conversei com o
cadáver. Eu disse ao cadáver tudo o que eu tinha a dizer.
Chorei. Eu estava com tanta raiva! Falei com o que restava
do meu pai na esperança de que algo iria acontecer dentro
de mim, uma liberação de algumas emoções, um pouco de
raiva. Eu estava vislumbrando uma vida melhor. Eu estava
esperando por algum fechamento.

Nós o enterramos - esse homem que eu nunca conheci –


aquele que se intitulava meu pai. Aquele que não teve nem
uma influência significativa, positiva na minha vida. Ele me
deixou, no entanto, cheio de inseguranças.

Estou sempre com dúvida se eu sou ou não sou bom o


suficiente, tenho o hábito de sempre me certificar três,
quatro, cinco, ou até seis vezes antes de eu fazer alguma
coisa por causa do medo do fracasso. Estou
constantemente à procura de afirmação. Falta-me
iniciativa. Preciso de orientação. Esforço-me para correr
riscos. Essas coisas ainda me assombram hoje em dia. Eu,
mais frequentemente do que eu gostaria, tenho que lidar
com essas inseguranças.

Uma insegurança muito importante que eu só descobri


alguns anos mais tarde surgiu quando eu comecei a
perceber por que eu fazia amizade facilmente com homens
muito mais velhos do que eu, homens que poderiam ter
sido meu pai. Eu percebi que porque o meu pai não era
presente, eu estava sempre à procura de uma figura
paterna. Sempre que desenvolvia algum tipo de
relacionamento com um homem mais velho,
subconscientemente, eu o colocava na posição de pai na
minha vida. No entanto, homens são sujeitos a errar, e no
momento em que algum deles falhava comigo, meu mundo
vinha abaixo e todas as minhas inseguranças se
inflamavam de novo. Uma vez eu coloquei meu chefe
nessa posição e me destruiu completamente quando eu
descobri que muitas das coisas que ele fez enquanto
trabalhava em uma organização cristã não eram aceitáveis.

Felizmente, Deus foi o meu Pai, e a graça imerecida que


derramou sobre mim me ajudou a entender que só Ele
tinha poder para satisfazer os anseios mais profundos da
minha vida. Sua graça me ajudou a encontrar um caminho
para o perdão. Perdoei a dívida que meu pai tinha comigo.
E embora eu soubesse que viveria com as cicatrizes desse
relacionamento quebrado, minha consciência estava limpa,
o meu pai foi perdoado de todas as suas transgressões.

Agora eu tinha que trabalhar na minha vitória interior para


quando as tempestades das minhas inseguranças
estiverem ao meu redor. Ao voltar à África do Sul, tive que
trabalhar duro em minhas batalhas internas, mas quando
me foi oferecido um papel no movimento O mundo precisa
de um Pai (OMMP) muitas vitórias aconteceram.

Era como se Deus estivesse me preparado nos bastidores


para um dia me envolver em um ministério aos pais.
Embora, às vezes, eu ainda tenha que lutar contra minhas
inseguranças internas, sei que Deus me deu os pais que
eu tive para me preparar para algo significativo no seu
Reino. Agora treino para capturar pensamentos negativos
que me visitam e torná-los sujeitos da vitória de Cristo. Eu
também me tornei mais consciente dos pensamentos e
ações que inibem o meu crescimento e luto para superá-los
pelo poder do Espírito.

Uma jornada incrível de caminhar com outras pessoas


começou. A primeira foi com o fundador do movimento
OMPP, que agora é meu colega e mentor. Por meio do meu
envolvimento com OMPP, Deus tem me ensinado muitas
lições, uma delas é a importância da mesa de apoio. Meu
mentor é muito, muito valioso para mim como uma caixa de
ressonância, alguém para testar a minha visão e ideias,
alguém para me corrigir, para me ajudar a entender mais
da vida, para me dar uma orientação, para me motivar,
validar e fazer muitas coisas que um pai deve fazer.

Toda a minha mesa de apoio, mentor, amigos e discípulos


me ajudaram a usar minhas feridas paternas como um
bálsamo de cura na vida de muitos pais. Minha dor e o jeito
que eu aprendi a lidar com ela têm ajudado muitos a
obterem restauração. A cura é possível!

Ao longo dos últimos dois anos, tive o privilégio de guiar


meu filho, e assim praticar intencionalmente meu próprio
conhecimento adquirido sobre paternidade. Quando meu
filho tinha 11 anos ainda não havia absolutamente
qualquer relação com ele. Pensei que a história estava se
repetindo, mas Deus me disse que eu tinha que fazer algo
sobre isso. Quando perguntei a Deus o que deveria fazer,
Ele disse o seguinte para mim:
“Você deve se comunicar com seu filho no nível dele. Não
peça que ele lhe encontre no meio do caminho, porque
nenhum de vocês está lá; você deve se comunicar com ele
no nível dele.”

Eu estava inicialmente muito desconfortável com a forma


de lidar com ele. Aos 11 anos, McDonalds era importante
em sua vida. Toda semana íamos ao McDonalds, que
ficava16 quilômetros de distância da nossa casa. Nas
primeiras sete semanas, viajávamos os 32 quilômetros de
ida e volta, bebíamos Coca-Cola e comíamos nossas
refeições sem dizer uma palavra. Finalmente, na oitava
semana ele me fez a primeira pergunta. Nem lembro que
pergunta foi, mas esse fato foi incrivelmente significativo,
porque foi aí que nossa relação começou.
Outro dia, estávamos dirigindo - o meu filho praticando
para tirar sua carteira de motorista - e estávamos falando
sobre o que aconteceria se eu tivesse um ataque cardíaco
atrás do volante. Ele me explicou como iria colocar o carro
no ponto morto, manteria o carro na pista correta e assim
por diante, mas depois que me disse o que faria, ele falou:
“Mas pai, você não pode morrer agora, porque eu tenho
ainda muito a aprender com você.”

Isso foi o suficiente. Foi a maneira que Deus encontrou para me


dizer que eu e meu filho tínhamos uma relação que é muito diferente
da que eu e meu pai tínhamos. Sou muito grato por termos esse
relacionamento. Falamos sobre tudo agora. Eu superei ser como
meu pai. Tornei-me proativo quando preciso fazer a coisa certa, para
fazer o que Deus quer que eu faça na minha relação com meu filho.
Conto essa história na esperança de que alguém a lendo seja
incentivado a dizer para si mesmo: “Há esperança para mim!”
Rohan nunca conheceu o pai. Foi sido criado pela mãe e pela avó.
Elas eram trabalhadoras e gentis. Ele se lembra de uma infância na
maior parte feliz, brincando nos campos, nadando nos rios. Mas isso
tudo sempre foi ofuscado pelo desejo de conhecer seu pai. Quando
olhava para trás, podia ver como procurara por pistas sobre o que
era ser um homem de verdade, procurava isso olhando para seus
treinadores de cricket e seus professores do sexo masculino.

Na véspera de seu casamento, aquele anseio o atingiu


profundamente. O que ele sabia sobre ser marido? O que ele sabia
sobre ser pai? Esse momento deveria ser cheio de alegria
expectativa, mas, em vez disso, estava repleto de apreensão e
insegurança. Ele tinha medo de fazer tudo errado, porque nunca
tinha visto isso sendo feito da maneira correta.

Seu chefe o chamou para lhe desejar o melhor. Rohan agarrou esta
oportunidade de ter uma conversa que todo filho deveria ter com o
pai. “O que significa ser marido?”, ele perguntou ao seu chefe, que
riu com a pergunta. “Não, não”, Rohan respondeu: “Eu não estou
falando sobre a noite de núpcias; Eu estou falando sobre a vida.”
Seu chefe parou de rir, porque a pergunta era muito profunda.

O QUE É UM HOMEM?
Ele é alguém que é forte e alto,
Ou é firme e talentoso quando joga bola?
Ele é alguém que é endurecido e áspero,
Quem fuma, bebe e xinga o suficiente?
Ele é alguém que persegue as mulheres pra valer,
Com uma missão para conquistar, mas nunca baixando a guarda?
Ele é alguém com uma boa mente para os negócios,
Quem fica à frente dos outros, trabalha muito?
Ou ele é alguém que tenta o seu melhor,
Sem se preocupar com os demais?
O que é um homem? Alguém sabe?
CONTE-ME!
Quem é o protótipo? A quem devo ir?

-Anônimo

SER UM HOMEM DE VERDADE


Devido ao flagelo da orfandade, há uma ignorância sobre o papel do
pai. Muitos livros têm coberto as responsabilidades secundárias que
os pais têm, mas precisamos de uma compreensão mais clara dos
principais papéis do pai (e mãe), para que os papéis secundários se
ramifiquem a partir disso.
Antes de podermos entender o papel do pai, devemos primeiro fazer
a pergunta, “o que é um homem?” Devemos ser homens de
verdade, antes de nos tornarmos pais.

E não vamos entender isso com uma típica compreensão diluída da


masculinidade, uma vez que a condição do mundo hoje é em
grande parte devida ao fato de que os homens têm falhado no
cumprimento do seu papel.

Alguns livros têm falado sobre este assunto na última década ou


duas. A busca era para restaurar a verdadeira masculinidade.
Robert Lewis resumiu essa busca em seu livro, “Raising a Modern
Day-Knight” - “Criando cavalheiros modernos”, quando ele disse:
“Queremos deixar para a próxima geração um legado de saúde
masculina que vai capacitar suas famílias e comunidades e
gerações seguintes.”18

Neste livro, eu não quero abordar a questão da masculinidade e


virilidade extensivamente. Algumas histórias, referências e
observações devem ser suficientes como base para o que será dito
mais tarde sobre a paternidade. Eu tenho feito esta pergunta: “O
que é um homem?” para vários grupos em várias culturas. Nunca
vou esquecer a resposta que um grupo de jovens dos Estados
Unidos me deu:

“Em nossa faculdade um homem de verdade é alguém que


pode ganhar uma briga, beber uma grande quantidade de
bebidas alcoólicas, e que dormiu com uma série de
meninas, de preferência virgens.”

Isso é uma imagem patética do que é ser homem. Isso é ser um


homem no seu pior.
O entendimento convencional sobre masculinidade apresenta um
quadro unidimensional:
1. Sua identidade é equiparada a uma “posição” - um homem é o
que ele faz, não quem ele é.
2. Seu valor é adquirido - o que o torna altamente competitivo. Ele
deve ser mais esperto, e ganhar sempre que possível.
3. Seu objetivo é o sucesso - muitas vezes à custa de seu
casamento, seus filhos e relacionamentos significativos.
4. Sua recompensa é poder (principalmente no trabalho) - riqueza
pessoal e influência.

Tenho sido impulsionado por essa pergunta sobre o que é ser um


homem de verdade desde que era jovem. Crescendo no mundo do
rúgbi, eu estava cercado por alguns dos homens, fisicamente
falando, mais durões, mas raramente eu via qualquer um deles
destacando-se como as figuras bíblicas que eu admirava desde a
infância. Conforme descrito em Hebreus 11: 32–38:

“E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo


necessário para referir o que há a respeito de Gideão, de
Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos
profetas,os quais, por meio da fé, subjugaram reinos,
praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a
boca de leões,extinguiram a violência do fogo, escaparam
ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se
poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de
estrangeiros.Mulheres receberam, pela ressurreição, os
seus mortos Alguns foram torturados, não aceitando seu
resgate, para obterem superior ressurreição; outros, por
sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim,
até de algemas e prisões.Foram apedrejados, provados,
serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram
peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras,
necessitados, afligidos, maltratados(homens dos quais o
mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos
montes, pelas covas, pelos antros da terra.”
Eu sempre quis ser como um deles, ser um “transformador do
mundo”, e tão poucas pessoas serviam de modelos entre o meu
povo em um mundo (Mundo do Apartheid) que precisava
desesperadamente disso.

Sempre que eu estava entre os outros homens, uma coisa emergia


claramente: Eles eram claramente convictos sobre algumas coisas,
individualmente, mas isso mudava de repente quando eles estavam
em um grupo. Uma vez ouvi alguém dizer que os homens são mais
“criados pela cultura” do que as mulheres, e acho que há alguma
verdade nessa afirmação.

Quando eu tinha 23 anos (casado há seis meses), fui selecionado


para representar minha universidade em uma excursão de rugby
para a América do Sul. Nossa equipe incluiu estudantes que
variavam entre 19 e 24 anos, e todos nós tínhamos uma boa
educação. Quase todos nós, nos considerávamos cristãos e
frequentávamos uma igreja regularmente

“O que é um homem? Perguntei a mim mesmo. Por que


tão poucos deles são firmes em suas convicções, provando
que são homens de verdade?”

Em uma turnê, tivemos a honra de jogar contra equipes nacionais


de vários países latino-americanos. Depois de nosso primeiro jogo,
a gestão da Federação Nacional Rugby daquele país anunciou com
pompa a circunstância, “Hoje à noite vamos mostrar-lhe o bom e o
mau da cidade!”

Fiquei imediatamente desconfiado. O que isso significa? Comecei a


me cercar de alguns dos jogadores mais jovens que eu senti que
precisariam de alguma ajuda em situações nas quais as decisões
difíceis tiverem de ser tomadas, e quando chegou a hora de partir
para “ a aventura na cidade” nos reunimos em um dos quatro
microônibus.
Saímos para um destino desconhecido e já que o motorista do
ônibus não falava Inglês, ninguém poderia explicar para onde
estávamos indo. Assim que paramos eu sabia que tínhamos um
desafio na mão. Na varanda da casa, pelo menos oito prostitutas
estavam esperando por nós. Como eu sabia que elas eram
prostitutas? Naqueles dias, prostitutas usavam roupas distintamente
diferentes de uma mulher comum na rua.

Antes de deixar o ônibus, eu sabia que tinha que resolver a


situação. Eu consegui fazer uma pergunta em espanhol ao
motorista, perguntei o que nos aguardava lá. Em termos
inequívocos, ele explicou em uma “linguagem internacional” o que
tinham preparado para nós.

Eu tive que tomar uma posição clara de que não estávamos


interessados em ter qualquer interação com prostitutas. Isto foi,
obviamente, um enorme tapa na cara dos nossos anfitriões, uma
vez que pagaram um monte de dinheiro para este entretenimento e
essa era a sua compreensão de hospitalidade. Consegui convencê-
los a darem meia volta e nos levar de volta para o hotel.

Deitado e bem acordado na cama no meio dessa noite bem


movimentada, eu estava furioso. Eu estava repugnado só por
pensar que a gestão do sindicato de rugby pensou que oferecer
prostitutas para jovens jogadores de rugby seria uma ótima maneira
de mostrar hospitalidade. Eu sentia repulsa pelo fato de que
nenhum dos outros líderes em seus ônibus terem feito o veículo dar
meia volta. Eu estava com nojo de pensar que esses jovens
poderiam facilmente esquecer os seus princípios fundamentais por
causa de uma pressão do grupo. Eu me sentia enojado só de
imaginar que essas mulheres foram vistas por esses homens como
menos que seres humanos. Eu estava enojado com o pensamento
de que tantas vidas seriam permanentemente marcadas naquela
noite.
Por meio da minha raiva santa, fui levado a fazer uma aliança com
Deus naquela noite, uma aliança que iríamos tirar isso do rúgbi na
próxima década, o que foi algo que conseguimos fazer não muito
tempo depois.

O que é um homem? Perguntei a mim mesmo. Por que tão poucos


são firmes em suas convicções, provando que são homens de
verdade?

Como resultado daquela noite terrível, a primeira coisa que eu


aprendi sobre ser um homem de verdade foi:

“Um verdadeiro homem é aquele que corajosamente se


mantém firme em suas convicções, durante tempos
difíceis.”

Stephen Covey nos deu um grande insight em seu livro, “The 8th
Habit” (O oitavo hábito), sobre a questão da condenação de uma
ordem superior quando ele fala sobre “Encontrar a voz”. Ele define a
voz como “o significado pessoal e único”. Ele diz que cada homem
deve estar consciente sobre “a voz” de modo que seja capaz de
viver a partir daquela voz e não permitir que seus pensamentos e
ações sejam determinados pelo “software cultural” da sociedade.
Fazer a escolha para viver pela “voz” pode levar-nos à grandeza e
não nos permitir cair na mediocridade, ou pior, na depravação.

Myles Munroe fez um trabalho fenomenal levando líderes de alguns


países em desenvolvimento a pensarem de forma diferente sobre
suas responsabilidades dadas por Deus. Ele diz em seu livro,
“Applying the Kingdom: Rediscovering the Priority of God for
Mankind” (Aplicando o Reino: Redescobrindo a prioridade de Deus
para a humanidade):

A intenção original de Deus ao estabelecer um reinado na


Terra era estender Seu governo, Sua vontade e Sua
natureza dos céus à Terra. Seu desejo era de manifestar
Seu glorioso caráter, sabedoria, julgamento justo e
propósitos no reino da Terra, por meio da liderança
administrativa da humanidade no planeta. O homem foi
criado com os dons e a natureza divina para executar a
vontade de Deus na Terra. O objetivo final de Deus, o
Criador, era colonizar a terra com o céu e estabelecê-la
como um território visível de um mundo invísivel. 19

As ideias de Stephen Covey e Myles Munroe são poderosamente


expressas nas palavras de Martin Luther King, Jr.

Somos chamados a ser pessoas de convicção, não de


conformidade;
de nobreza moral, e não de respeitabilidade social.
Somos ordenados a viver de uma forma diferente, e de acordo com
uma lealdade mais elevada.
Temos de fazer uma escolha.
Será que vamos continuar a marchar ao som da batida da
conformidade e respeitabilidade,
Ou será que vamos ouvir a batida de um tambor mais distante,
e nos mover em direção aos seus sons que ecoam?
Será que vamos marchar apenas ao som da música do tempo
Ou será que vamos arriscar a sermos criticados e abusados,
marchando ao som da música da eternidade que salva a alma?

A segunda coisa que eu aprendi sobre um homem de verdade é:

“Um verdadeiro homem é aquele que eleva o nível para si


e para os outros, da mediocridade ao nível de nobreza, a
música da eternidade.”

Um jornalista uma vez fez a seguinte pergunta:


“Qual é o problema com o mundo hoje?”
G. K. Chesterton respondeu-lhe numa carta de tremenda verdade e
concisão. Ele escreveu:
Na sua pergunta, “Qual é o problema com o mundo hoje?” Eu sou!
Sinceramente,
GK Chesterton

O que é tão poderoso nesta breve carta, é pegar para si a


responsabilidade. Ele não queria ficar sentado e jogar o jogo da
culpa, vergonha ou qualquer outro jogo que iria apontar o dedo para
longe de si mesmo. Ele queria assumir a responsabilidade e
começar a mudança nele mesmo. Há uma responsabilidade intensa
e sincera em homens de verdade.

Esta é uma história sobre quatro pessoas.


Todo Mundo, Alguém,
Qualquer Um e Ninguém.
Houve um trabalho importante a ser feito e ...
Todo Mundo foi convidado a fazê-lo.
Todo Mundo tinha certeza de que
Alguém o faria
Qualquer Um poderia ter feito, mas
Ninguém o fez.
Alguém ficou irritado com isso, porque era um trabalho para Todo
Mundo.
Todo Mundo pensou que Qualquer Um poderia fazê-lo, mas
Ninguém percebeu que Todo Mundo não faria isso.
Acabou que Todo Mundo culpou Alguém
Quando, na verdade, ninguém pediu a Ninguém.
— Autor desconhecido

Certa vez, telefonei para o hospital para saber se meu irmão, que
tinha sido internado no dia anterior, ainda estava lá, para que eu
pudesse visitá-lo. A recepcionista me disse que ele ainda estava no
hospital, então entrei no meu carro e dirigi 57 quilômetros, apenas
para descobrir que ele tinha sido liberado algumas horas antes.

Perdi três horas em um calendário muito apertado, devido à


informação errada que eu tinha recebido.
Imediatamente, senti que eu tinha que salvar a próxima pessoa da
dificuldade de passar pela a mesma coisa, então eu decidi investigar
onde ocorreu o problema. A recepcionista me disse que recebeu a
informação errada da ala médica. Quando fui até a enfermaria,
culparam o porteiro. O porteiro em troca culpou o sistema de
computador, mas quando eu consegui falar com a pessoa do
sistema de computador ele culpou o gerente. Eu encontrei a gerente
e ela tentou culpar a enfermaria de novo. Em todos os lugares os
olhos evitavam os meus. Levei uma hora para achar uma pessoa
com coragem suficiente para dizer: “Senhor, eu vou assumir a
responsabilidade e resolver essa situação.” Senti-me aliviado.
Enfim, encontrei alguém que teve a coragem de dizer: “Eu sou
(responsável).”
A terceira verdade sobre um homem de verdade é:

“Os homens de verdade assumem responsabilidades e as


executam com intencionalidade sincera.”

Na África do Sul, temos um ditado: “Se você quiser fazer qualquer


coisa, peça a uma mulher.” Essa é uma estigmatização assustadora,
mas está enraizada na apatia dos homens em muitas esferas da
sociedade, começando com a família.

Certa vez, mesmo antes do quarto século, os pais da fé


identificaram os sete pecados mortais que afligem a humanidade:
orgulho, inveja, ira, preguiça, avareza, gula e luxúria. 20 Foi até
pensado que estávamos propensos a alguns deles em
determinados dias. Portanto, os dias da semana foram designados
para a disciplina contra um pecado específico. Por exemplo, o
pecado do domingo era o orgulho, o da segunda-feira era a inveja, o
pecado da terça-feira era a raiva, o pecado de quarta-feira a
preguiça, o da quinta-feira era a ganância, o pecado da gula na
sexta-feira e o pecado da luxúria, o sábado. Observando essa
divisão encontramos sentido, mesmo em nossos dias.
Podemos argumentar que não estamos vivendo em um mundo de
preguiça, pois muitas pessoas estão trabalhando horas incríveis
para manter o padrão de vida que eles escolheram, mas há uma
apatia assustadora, uma inércia mesmo de proporções epidêmicas
quando se trata de energia moral. As coisas andam bastante mal e,
embora a maioria das pessoas perceba isso, apenas algumas
decidem aplicar o seu precioso tempo, recursos e paixão para
mudar o mundo à sua volta.

Há um provérbio chinês que diz: “Um homem cresce mais cansado,


enquanto está parado.” Se nós sinceramente queremos mudar este
mundo, vamos ter que sair da nossa zona de conforto e nos alistar
para a batalha.

O ganhador do Prêmio Nobel, Elie Wiesel, colocou o dedo sobre o


problema quando disse: “O oposto do amor não é o ódio, é a
indiferença. O oposto da arte não é a feiura, é a indiferença. O
oposto da fé não é heresia, é a indiferença. E o oposto da vida não
é a morte, é a indiferença.”21 Para fazer frente a tal indiferença
teremos que sacrificar um pouco de diversão para o bem do que é
importante. A poetisa Dorothy Parker captou muito bem esta atitude:

“Se eu não me importasse com diversão e tal,


Eu provavelmente teria muito. mas
Eu ficarei do jeito que sou, porque
eu não dou a mínima”

Muitos homens decidiram se sentar no banco do passageiro em


quase tudo: A felicidade de sua casa, a educação dos seus filhos, o
desenvolvimento espiritual do seu agregado familiar, a segurança do
bairro e a direção dos governos. Se você ouvi-los falar, soam como
se soubessem exatamente o que deveriam fazer para corrigir os
problemas, mas não fazem nada para que isso aconteça. Não há
intencionalidade. A passividade anestesiou seus sonhos.
“Há uma apatia assustadora, uma inércia mesmo, de
proporções
epidêmicas, quando se trata de energia moral. ”

A quarta verdade sobre um homem de verdade é:

“Homens de verdade rejeitam a passividade e começam


energicamente uma nova fase.”

Essas verdades são apenas algumas características de um homem


de verdade. Você provavelmente tem muitas outras para adicionar.
Por favor, liste-as e escolha umas três ou cinco mais importantes
para você, assim como eu listei as minhas. Você também vai
descobrir outras características de homens de verdade no que se
refere ao papel de ser pai, mas sempre tenha em mente: Não
podemos ser pais de verdade, se não formos primeiramente
homens de verdade. Vamos recuperar o correto entendimento da
masculinidade verdadeira.

PATERNIDADE DE VERDADE
Onde encontramos os verdadeiros papéis da paternidade?
Estudando sobre Deus, o Pai de todos os pais, em relação ao seu
Filho Jesus. Na Bíblia, encontrei quatro papéis distintos de um
verdadeiro pai.

Lemos em duas ocasiões no Novo Testamento que o céu se abriu e


Deus Pai falou com seu Filho. A primeira é no batismo de Jesus
(registrada em Mateus 3:17, Marcos 1:11 e Lucas 3:22) e a segunda
ocorreu quando Jesus estava na montanha com o núcleo principal
de seus discípulos, evento este que é comumente chamado de
Transfiguração (que é registrado em Mateus 17: 5, Marcos 9: 7 e
Lucas 9:35).
Em primeira instância, as seguintes palavras foram ouvidas: “Tu és
meu Filho, a quem eu amo, em quem me comprazo”.

Na segunda instância, as palavras foram: “Este é o meu Filho, a


quem eu amo, com ele me agrado. E, em seguida, as palavras
foram adicionadas, Ouçam a Ele.
Se dissecarmos isso, os diferentes papéis do Pai emergem de forma
muito clara. Com as palavras, Este é o meu Filho, o Pai dá o seu
Filho Identidade. Ele identifica quem é Jesus e que ele deveria ser
conhecido como o Filho de Deus.

Então Ele diz, a quem amo. Essas palavras abraçam Jesus com
Segurança Emocional. Você pode imaginar o quanto significou para
Jesus ouvir aquilo no início de seu ministério na Terra?

Então Deus o Pai acrescentou, em quem me comprazo. Estas são


palavras maciças de afirmação. Isso deve ter depositado um
profundo sentimento de aprovação no coração do Filho.

Em seguida, a quarta declaração do Pai a respeito do Filho na


montanha foi, Ouçam a Ele, que quer dizer que Deus, o Pai, está
claramente transferindo ao Filho Autoridade Moral.

No Evangelho de João (João 5:17-47), que não relata a


Transfiguração, os mesmos quatro papéis do Pai surgem. Jesus
chama Deus de Pai e, portanto, reivindicou a identidade de Seu Pai
(v. 17- 18; 43). Isso foi exatamente o que irritou os religiosos de Sua
época. Eles reclamaram que Jesus “fez-se igual a Deus” (v. 18). A
declaração da identidade de Jesus foi a do Filho de Deus, igual a
Deus em pessoa (v. 18), obras (v. 19), poder (v. 21), julgamento (v.
22 e 27) e honra (v. 23). Ele resume isso dizendo, eu vim em nome
de meu Pai (v. 43). Na cultura judaica, nada expressa a identidade
de forma mais vívida do que o nome de alguém. Aqui, Jesus Se
apresenta como vindo na identidade ou nome do Pai.
Jesus revela a segurança emocional que recebe do amor do Pai.
Em João 5:20 diz: “Porque o Pai ama ao Filho, e lhe mostra tudo o
que faz, e maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vos
maravilheis.” (Jo 5.20)
Jesus disse que o Pai Lhe deu autoridade. No versículo 27 diz Ele
(o Pai), deu-lhe (o Filho) autoridade para julgar (também o versículo
22) porque Ele é o Filho do Homem. Ele acrescenta que o Pai lhe
deu autoridade para ressuscitar os mortos (verso 21) e dar a vida
eterna (versículos 24 a 26).
Vemos o papel de afirmação na relação entre o Pai e o Filho. Isso é
expresso pela palavra “testemunhar” ou “testemunho”, que ocorre
não inferior a 10 vezes entre o versículo 31 e versículo 40. Jesus
afirma claramente no versículo 37 que, o Pai que me enviou. Não há
dúvida de que o peso do testemunho de seu Pai é mais forte do que
o Seu próprio testemunho (versículo 31) e até mesmo o testemunho
das Escrituras (versículo 39). Adicionado a esse testemunho do Pai,
o louvor do Pai (versículo 44) dá a Jesus a confirmação para o Seu
ministério. Certamente, a afirmação do Pai é a plataforma de
lançamento para o bom funcionamento do Filho.
Como Deus, nosso Pai, todo pai tem essas quatro
responsabilidades / funções que vamos explorar nos próximos
quatro capítulos:

1. Um pai estabelece Autoridade.


2. Um pai confere Identidade.
3. Um pai fornece Segurança.
4. Um pai afirma o Potencial
PARTE I – AUTORIDADE MORAL

AUTORIDADE É ALGO NEGATIVO, NÃO É?


A dor da usurpação de poder paralisa a nossa compreensão sobre
autoridade - a violação de mulheres, os abortos, a força das
invasões militares, a mutilação de civis por guerras étnicas e a
brutalidade da punição corporal por parte de pais imaturos, quando
explodem de raiva. Tudo isso mutila e desfigura o valor da
autoridade, de tal forma que “autoridade pura” é difícil de encontrar
e impensável para a maioria das pessoas.
Autoridade abusiva é exatamente o que nós não queremos! A
mistura de autoridade e orgulho, autoridade e interesse próprio,
autoridade e domínio é o que tem causado dano, mas a autoridade
pura existe. Autoridade nunca foi concebida para destruir. O objetivo
da autoridade moral é combater o mal com o bem; habilitar o
beneficiário com o melhor que se possa imaginar; criar o que vai
trazer vida duradoura e benefícios finais para todos.
No entanto, temos que saber que para a autoridade moral pura
acontecer, precisamos de submissão às normas superiores
duradouras, de integridade profunda para que a nossa conduta
demonstre convicção interior, e necessitamos mostrar que
procuramos o interesse dos outros em primeiro lugar. Martin Luther
King Jr., demonstrou isso de forma brilhante em um momento
quando o racismo e a opressão ameaçaram destruir a sociedade,
quando respondeu a essas atrocidades, dizendo:

Devemos igualar à capacidade de infligir sofrimento


À nossa capacidade de suportar o sofrimento.
Vamos igualar a força física com a força da alma
Faça conosco o que quiser e vamos continuar a amar você!
Lança-nos na cadeia e ainda assim te amaremos!
Envie seus opressores de capuz que levam violência
em nossa comunidade à meia-noite,
Mas tenha certeza de que nós vamos te cansar
com a nossa capacidade de sofrer.
Um dia vamos ganhar a liberdade, mas não só para nós mesmos.
Vamos então apelar para o seu coração e consciência
Que possamos ganhá-lo no processo,
e nossa vitória será uma vitória dupla!22

Aqui você vê autoridade moral, em que a intenção é combater o mal


com o bem, para capacitar o beneficiário por meio da aplicação de
princípios superiores que vão garantir a vida duradoura!

VEM DE BAIXO
Autoridade moral não vem de cima, governando todos abaixo, mas
de baixo para cima, levantando os que estão embaixo. Autoridade
moral jamais abusa do poder. Estive nas nações da África, onde os
pais agem como pequenos reis; todos devem fazer o que ele diz e o
que ele diz é muitas vezes inconsistente. Ele se vê acima dos outros
e lida com as pessoas em sua casa como se fossem seus pequenos
escravos. Não é de admirar que o chamado para a igualdade de
gênero é tão alto na África.
Mas autoridade moral não abdica de poder também. Estive em
casas na América do Norte, onde toda a autoridade moral vem das
mães, mesmo para com os pais. Em muitos lugares do mundo, os
homens têm preguiçosamente entregado seu papel às mulheres.
Jesus demonstrou claramente como usar o poder. Ele
evidentemente exercita autoridade.

Mateus 7:28–29: As multidões se admiravam da sua doutrina,


porque ele ensinava como quem tem autoridade. Marcos 2:12: Nós
nunca vimos nada parecido com isso.

Marcos 4:41: Eles perguntavam uns aos outros: Quem é este


(Jesus)? Até o vento e o mar lhe obedecem?

Marcos 7:36–37: Lemos que mesmo que Jesus pediu-lhes para não
falar sobre os milagres que ele fez, eles foram surpreendidos com
espanto e disse: Ele tem feito tudo bom, ele faz os surdos ouvirem e
os mudos falarem.

Marcos 1:45 exibe a extensão de sua autoridade quando diz: Jesus


ficou fora em lugares solitários. No entanto, as pessoas ainda
vinham a ele de todos os lugares.

Sua autoridade era clara e Ele não abdicou da Sua


responsabilidade, mas também nunca destacou a Si como o
proprietário, a origem ou o executor da autoridade. Ele diz:

• Por mim não posso fazer nada. (João 5:30)


• Não faço nada por minha conta, mas falo como o Pai me
ensinou. (João 8:28)
• Não estou buscando glória para mim mesmo. (João 8:50)
• Eu não busco agradar a mim mesmo, mas aquele que me
enviou. (João 5:30)
• Não aceito elogios de homens. (João 5:41)
• Eu não vim para ser servido, mas para servir. (Marcos 10:45)

Assim, demonstrou a própria submissão a uma lealdade mais


elevada, a que Ele chama também de outros.

Vemos, pois, que a autoridade pura vem de submissão e


autonegação a uma missão e lealdade elevada. Autoridade não é
“de cima”, é de baixo de uma autoridade superior e debaixo das
pessoas que você lidera. Em Lucas 22: 26-27, Jesus diz isso de
uma forma muito clara:

“Mas entre vós será diferente. Aqueles que são o maior entre vós
deve tomar o posto mais baixo, e o líder deve ser como um servo.
Quem é mais importante, aquele que se senta à mesa, ou quem
serve? A pessoa que se senta à mesa, é claro. Mas não aqui!
Porque eu estou no meio de vós como aquele que serve”.23

Autoridade pura vem de uma intenção altruísta para conceder os


benefícios da autoridade aos que estão sob liderança. Um pai deve
demonstrar submissão a uma lealdade mais elevada, as normas
absolutas de Deus, pelo compromisso com os princípios da Bíblia.
Ele transfere essas normas para as pessoas ao seu redor. Então, o
pai não é o seu próprio rei; ele tem uma autoridade a quem se
submete também. E o que diz não é imprevisível, o que cria um
medo doentio nas crianças. As crianças devem saber o que esperar.
Elas devem saber que o papai vai encontrar resposta as na Palavra
de Deus.
TODA AUTORIDADE DEVE...
Mesmo no Antigo Testamento, não vemos a aplicação da verdade
que não trouxesse benefícios ao destinatário. Ao contrário, vemos a
clara intenção da verdade para o benefício do destinatário. Por
exemplo, no sexto capítulo do livro de Deuteronômio, Deus diz:

“Esta é a lei, isto é, os decretos e as ordenanças, que o Senhor, o


seu Deus ordenou que eu lhes ensinasse, para que vocês os
cumpram na terra para a qual estão indo para dela tomar posse.

Desse modo vocês, seus filhos e seus netos temerão ao Senhor, o


seu Deus, e obedecerão a todos os seus decretos e mandamentos,
que eu lhes ordeno, todos os dias da sua vida, para que tenham
vida longa. Ouça e obedeça, ó Israel! Assim tudo lhe irá bem e você
será muito numeroso numa terra onde manam leite e mel, como lhe
prometeu o Senhor, o Deus dos seus antepassados.

Ouça, ó Israel: O Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor. Ame o


Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de
todas as suas forças.”

A intenção da autoridade nunca é autoengrandecimento ou a


exaltação do pai. A intenção é o benefício para aqueles que estão
sob a autoridade. E esse é o tipo de autoridade que os pais
precisam expressar e transferir para as gerações futuras. É por isso
que Deuteronômio continua:

“Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu
coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre
elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo
caminho, quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as como
um sinal nos braços e prenda-as na testa. Escreva-as nos batentes
das portas de sua casa e em seus portões.” (Deuteronômio 6:1-9)
Por que Deus deu-lhes as leis? Para que eles soubessem o que
fazer depois de terem atravessado o Jordão. O que está do outro
lado do Jordão? A terra prometida. Essas leis foram dadas para
permitir que nossos filhos vivessem na Terra Prometida. Não apenas
no céu algum dia, mas agora. “Na terra como no céu.”

Devemos ensinar as leis de Deus para os nossos filhos para que


eles, “e seus filhos, depois deles,” possam temer ao Senhor e viver
uma vida longa. Essa palavra ‘longa’ pode ser traduzida como
‘abundante’. Queremos ensinar essas coisas para que gerações
possam viver na Terra Prometida, em vida abundante. Já estamos
algumas gerações atrasados e vamos demorar algumas gerações
para recuperar o atraso.

AUTORIDADE MORAL TEM CLAREZA INERENTE A ELA


A autoridade moral que é eficaz, e tem clareza de convicção. Não
uma aura de ser mais santo do que todos, mas uma conduta clara e
uma fé confiante. Considere este velho provérbio:

Aquele que não sabe e não sabe


que não sabe, está dormindo – acorde-o.

Aquele que não conhece e sabe


que não sabe, é uma criança – ensina-lhe.

Aquele que conhece e não sabe


que não sabe, é um tolo – evita-o.

Aquele que conhece e sabe que sabe,


é sábio – siga-o!
— Anônimo

Um pai deve ter clareza. Ele deve saber que sabe. Um pai deve ter
clareza de convicção e direção. Tal convicção não se baseia na
incerteza nem na instabilidade das próprias preferências flutuantes
ou dos modismos de seu ambiente. Isso não é clareza. Não é
arrogância que eleva o pai acima dos outros. É, antes, clareza que
testifica a estabilidade e uma base sólida no que é bom e
verdadeiro.

Em nossa era pós-moderna, diz-se que não há normas absolutas. E


se olharmos ao redor, podemos ver aonde isso nos levou. As
crianças, porém, buscam por âncoras. Eles anseiam saber o que
seus pais representam. Eles anseiam conhecer o processo de
discernimento. O toque do clarim de Martin Luther King Jr. ainda soa
verdadeiro para nós, quarenta anos depois:

É também meia-noite dentro da ordem moral.


As cores da meia-noite perdem o seu caráter distinto
e tornam-se um tom soturno de cinza.
Princípios morais perderam o seu caráter distintivo.
Para o homem moderno, o certo absoluto e o errado absoluto
são uma questão de o que a maioria está fazendo.
Devemos escolher para viver de uma maneira diferente,
e não por consenso do mundo, mas por aquilo que Deus quer.24

Martin Luther King Jr. ainda diz, “Somos chamados a sermos


pessoas de convicção, não de conformidade; de nobreza moral, não
respeitabilidade social. Somos ordenados a viver de forma diferente
e de acordo com uma lealdade maior”.

Hoje tantos pais (a maioria?) são covardes. Escolheram sentar no


banco do passageiro na educação, vida familiar e transformação da
comunidade. Perderam a nobre distinção e se dissolvem em um
acordo comum inconsciente, chamada cultura. O autor puritano,
Joseph Excell escreveu: Você não pode crescer em nobreza em
uma sociedade daqueles que nunca tiveram um sentimento nobre
ou deram à luz a um pensamento inteligente; cuja conversa é de
esporte, ou intrigas, ou gado, ou o dinheiro; cuja única ambição é
boa companhia, e cujo deus é o ouro.25
É essencial escapar dos ditames desse tipo de mundo. Muitos pais
se rebaixaram a um nível inferior de existência. Ocuparam a mente
e as conversas com coisas que nivelam as pessoas, em vez de
coisas que elevem as pessoas. Perderam a paixão por defender o
que é certo. Martin Luther King Jr. tinha razão quando disse que
temos mentes moles e duros corações em vez de mentes duras e
corações macios.

O homem de mente fraca vive totalmente sob um feitiço cultural. É


determinado por influências externas. Não tem senso crítico em
relação ao que se fala ou escreve. Tem certa ingenuidade frente a
anúncios e se prende muito a estereótipos, preconceitos e zonas de
conforto. O desconhecido cria medos irracionais e o conflito é
evitado, porque pode estar muito enraizado na respeitabilidade
social.

O homem de mente firme age de uma forma totalmente diferente.


Opera a partir de uma base estável e profunda: normas absolutas e
um conjunto valores. Usa seus valores para determinar suas
decisões. Peneira as informações para encontrar a verdade real.
Um poder transcendente e estável o dirige, orientando-o a discernir
com sabedoria. É submetido a essa força maior e, portanto, não é
egoísta. Inseguranças não o atormentam. Em vez disso, altruísmo
verdadeiro o leva a defender causas que poderiam ajudar a
sociedade em geral e aos seus filhos, em particular. É aberto a
novas descobertas e lida honestamente com questões e conflitos.
Não coloca ninguém dentro de uma caixa de estereótipos. As
colunas abaixo (adaptadas de Martin Luther King Jr.) nos mostram a
diferença:

MENTE FRACA MENTE FIRME


Culpa perante
Conhece os valores que determinam suas decisões
adversidades
Aceitação acrítica da De uma forma crítica, peneira a verdade por meio
palavra impressa e da Palavra e Espírito, com um sábio discernimento
falada
Tem temor a Deus e a tudo que poderia prejudicar a
Medos irracionais
sociedade
Medo de mudança Usa a mudança para o bem comum
Medo do conhecimento
Receptivo a novos conhecimentos
(ciência)
Medo de
Lida com todas as questões
perguntas/dúvidas
Estereótipos /
Não coloca as pessoas dentro de uma caixinha
preconceitos

Stephen Covey explicou poderosamente a diferença entre os


homens que estão na jornada para a grandeza e aqueles que estão
na viagem para a mediocridade.

Em seu livro, The 8th Habit, Oitavo Hábito26 Covey escreve que
cada um tem a opção de ouvir a voz interior que nos levará da
mediocridade à grandeza. Aqueles que são determinados pelo
modismo cultural acabam na estrada abaixo da mediocridade,
enquanto aqueles que vivem de dentro para fora, da obediência à
voz interior que nos convence da nossa singularidade significativa,
acabam na estrada para a grandeza. A maioria dos pais é arrastada
pela cultura reinante e, portanto, acabam na mediocridade. Fazem o
que os outros fazem, pensam como os outros pensam e não fazem
a descoberta que o porquinho no filme Baby fez quando disse: “Aqui
fora cheira mal”.

A CLAREZA DA SABEDORIA DESTILADA


A clareza de que estamos a falar é destilada com sabedoria. É um
claro entendimento da essência das coisas. Há uma diferença entre
a busca pela sabedoria e aquisição de conhecimento.
Conhecimento é acumulado e cresce. É centrífugo. Começa com
um pouco de conhecimento e, em seguida, se expande à medida
que ganha mais conhecimento ao longo do tempo. A sabedoria é
centrípeta. Com sabedoria estamos centrados até a essência /
cerne da questão.

A maioria dos nossos dias é ocupada pelas perguntas: O quê?


Como? Mas, para termos sabedoria, primeiro temos que saber a
resposta para a pergunta “Por quê?” Essa questão não só procura a
razão pela qual as coisas aconteceram, mas também para a
essência das coisas, o verdadeiro princípio. Por que fazemos o que
fazemos?

Quando trabalhava com crianças e ministério de jovens eu gostava


de incentivar cada um a perguntar ao pai, na hora de dormir, o que
levaria à busca da sabedoria:

“Pai, por que você trabalha?”


“Pai, o que é a vida?”
“Pai, o que são as cinco coisas mais importantes para se conhecer
na vida?”
“Pai, por que você ama a mamãe?”

Esses tipos de perguntas levam à descoberta da sabedoria. Tão


poucos de nossos pais hoje em dia sabem as respostas a essas
perguntas, mas tais são as respostas que as crianças estão
procurando. Nós, como pais, não devemos tentar impressioná-las
pelo nosso conhecimento. Com o clique de um botão, eles podem
pesquisar no Google e encontrar mais conhecimento do que
qualquer um de nós possui. Você não pode pesquisar sabedoria,
embora seja essencial para fazer a vida funcionar bem.

Procurar sabedoria é fundamental em nossa era de conhecimento


acumulado. A literatura acerca da sabedoria na Bíblia nos dá
princípios valiosos sobre ganhar sabedoria:

• A sabedoria deve ser procurada como um tesouro escondido.


(Provérbios 2: 4, 20: 5)
• O Senhor dá a sabedoria. (Provérbios 2: 6)
• A sabedoria começa com humildade. (Provérbios 11: 2)
• Honra, obediência e respeito pelo seu pai traz sabedoria.
(Provérbios 10: 1, 13: 1)
• Sabedoria cresce em corações dóceis. (Provérbios 10:17,
13:10)
• O sábio aprende com a própria dor. (Provérbios 19:25, 29:15)
• O coração do sábio instrui sua boca, e aumenta o saber nos
seus lábios. (Provérbios 16:23)
• O caminho do insensato é reto aos seus próprios olhos, mas o
que dá ouvidos ao conselho é sábio. (Provérbios 12:15)

AUTORIDADE MORAL É ATRATIVA


Summer cresceu em um ambiente muito instável. Sua mãe casou-
se cinco vezes. Homens - e não pais - entraram e saíram de sua
vida em intervalos regulares. Ela e a mãe viveram por longos
períodos dentro de um carro, já que homens e mais homens as
descartavam, quando a responsabilidade que vinha com o prazer se
tornava muito grande para eles.

Embora cheia de mágoas, Summer acabou muito bem. Tinha um tio


bom, cristão que a influenciou, era um cantor talentoso e ela tornou-
se uma artista cristã muito popular. Apesar da atenção de muitos
bons homens, ela evitou relacionamentos sérios, porque tinha uma
profunda desconfiança nos homens. Por volta dos seus trinta e
poucos anos, começou a pensar que nunca se casaria, pois tinha
gerado essa emoção ambivalente da repulsão e atração pelos
homens ao mesmo tempo.
Em seguida, conheceu Marcelo. Ele era um cara legal. A amizade
deles era totalmente platônica. Summer sentia-se muito segura com
ele por perto e estava feliz pelo fato de que ele, aparentemente, não
tinha intenções ou expectativas a seu respeito também.

Ele a convidou para passar um fim de semana com seus pais, em


uma casa simples em uma cidade rural. Ela ficou imediatamente à
vontade com eles na atmosfera de amor que encheu a casa. Depois
de uma longa e maravilhosa conversa em torno da mesa de jantar
foram para a cama. Já era tarde.

O quarto principal ficava no final do corredor e Summer o tinha que


atravessar para chegar ao banheiro. Quando ela foi ao banheiro, viu
os pais de Marcelo em seu quarto, de joelhos, em ambos os lados
da cama, orando. Summer ficou surpresa, para dizer o mínimo. Ela
nunca tinha visto um pai orando de joelhos. Enquanto escutava, a
surpresa se transformou em espanto com a sinceridade e intimidade
com que este homem falou com Deus. Havia uma autoridade
estranha que encheu o quarto. Ele era um amigo de Deus. Sua
interação com Deus demonstrou que eles eram parceiros na vida.

Então Summer pensou, “Se algum dia me casar, quero que seja
com um homem como esse.” Voltando sozinha para o quarto, seus
pensamentos se voltaram do pai para o filho. Ela nunca antes tinha
visto Marcelo como alguém mais do que um amigo, mas agora,
tendo, pela primeira vez na vida, visto uma imagem clara de como
um marido deveria ser, de repente, ela começou a pensar em
Marcelo. Ele era muito parecido com o pai. Era um homem em
quem ela poderia colocar suas aspirações. Autoridade moral é
atraente. Summer está casada com Marcelo já há muitos anos.
PARTE II - A CLAREZA DE UM PROPÓSITO

CONHECENDO A MISSÃO
Precisamos de clareza de princípios e de propósito. Para isso,
necessitamos compreender alguns fatores importantes relacionados
à nossa missão na vida.

1. O objetivo - o “para quê?” Quais seriam os resultados pelos


quais nos esforçamos?
2. O alicerce - isso significa que sabemos como orientamos nossa
vida. Quais são as normas / princípios / perspectivas essenciais que
determinam as decisões que tomamos? Minha família decidiu que
nem nossas preferências, mas a Bíblia e a orientação do Espírito
serão o nosso alicerce.
3. A essência - a “raiz da questão”. Escolher princípios
fundamentais que dão a orientação, “pulso” de nossa vida também é
importante. A família deve saber o modo padrão que escolhe
quando todas as coisas são iguais, ou quando as coisas não estão
claras. Escolhemos valores fundamentais para nos ajudar com isso
(ver capítulo 7), expressados por meio de lemas-chave, simples,
que muitas vezes se repetem, tais como:
i. A sabedoria começa com humildade.
ii. A vida não é chegar, mas dar.
iii. Se você procurar a santidade, você vai encontrar a felicidade
duradoura.
iv. Amor altruísta é a potência mais forte do mundo.
4. Os benefícios principais - o que ganhamos por viver dessa
maneira.
5. A diferença essencial que nós fazemos neste mundo, quando
permanecemos na missão.

Quando falamos de missão, neste capítulo, vamos nos concentrar


em aonde estamos indo. Para ser capaz de saber o propósito e
aonde eles estão indo, pais devem saber, em primeiro lugar, a
missão de Deus, o nosso Pai, e como eles se encaixam nessa
missão.

Autoridade moral vem a partir de um alinhamento com um chamado


superior, uma vocação maior para fazer parte da missão de Deus.

A figura expressa como Deus está trabalhando em relação aos Seus


propósitos. Ele tem um propósito e está em missão para realizá-lo.
Ele quer que Seus filhos, cada um deles cumpram suas missões
específicas nesta grande estratégia para que em última análise, Seu
propósito será realizado.

Todas as crianças querem saber o que é a vida. Quando perguntam


ao pai: “Pai, o que é vida?”, os pais devem ser capazes de
responder. Eles devem dizer algo como: “Estamos na Terra para
uma missão maior que satisfazer os nossos próprios desejos ou
necessidades. A vida é fundamentada em Deus. A vida não é sobre
você ou eu; trata-se de Deus! Deus está em uma missão e devemos
nos juntar a Ele. Ele tem uma missão especial para cada um de nós.
Não estamos em nosso próprio caminho; estamos no caminho de
Deus. Deus não deve se encaixar em nossos planos; nós que
devemos nos encaixar no plano Dele, para o Seu Reino. Esta é a
missão da vida, encontrar o nosso papel na missão de Deus.
Precisamos entender qual é a missão de Deus neste mundo e
devemos descobrir o nosso lugar nessa missão. A vida é
fundamentada em Deus e Sua missão”.

Para começar, portanto, devemos conhecer a nossa vocação


primária, a nossa intenção original, que é a de seguir a Deus e suas
instruções como Ele trabalha por meio de nós para a realização de
Sua missão.
Jesus restabeleceu esse papel para a humanidade quando invadiu a
Terra com o céu. Ele veio demonstrar como viver na missão de
Deus e nos chamou para segui-Lo. Em Cristo, vemos como este
mundo deve ser governado a partir do céu. Em Cristo, vemos como
o Reino de Deus pode vir à Terra. Cristo demonstrou os princípios
superiores que devem reger este mundo. Em Cristo, aprendemos a
nos afastar dos princípios inferiores pelos quais as pessoas vivem
agora, causando a destruição do mundo, e adotar os princípios
superiores que vão trazer o céu à Terra: perdão, amor altruísta,
retidão, justiça, compaixão, etc.

Mais que isso, soprou Seu Espírito em nós de modo que é possível
compreender essa missão, ouvir a voz que nos guia nela e
obedecer ao chamado missionário. Toda a humanidade deveria
estar nessa missão. Um autor desconhecido escreveu:

Nesta missão divina somos todos missionários.


Discípulos de Jesus vivem em função de uma missão.
Toda vida é uma vida missionária.
Todo casamento é um casamento missionário.
Toda vocação é uma vocação missionária.
Estamos todos aqui em missão!
“Esta é a missão da vida -
encontrar o nosso papel na missão de Deus.”

Os pais devem criar um ambiente com espírito de missão para os


filhos. Todos na casa devem estar conscientes desta obrigação
missionária transcendente. A casa deve ser um posto avançado do
céu, onde a atmosfera do Céu é experimentada. Deve ser
preenchida com amor e alegria, retidão e justiça. A partir dessa
inspiração celeste, todos os membros da família devem, em
seguida, invadir o mundo com o céu, vivendo o caráter de Deus,
espalhando a mensagem de uma vida que dura para sempre e
construir o Reino do Céu na Terra. A autoridade do pai é
demonstrada por meio desta intenção moral. Se os pais querem
viver com autoridade, devem viver com esta convicção: a vida é
fundamentada em Deus, é estar em uma missão e me envolver
nela.

SUBMETER-SE À MISSÃO DE DEUS


Ninguém se alinha automaticamente à missão de Deus. Tudo em
nós, naturalmente, gravita em relação aos nossos desejos pessoais,
que estão em oposição ao plano de Deus. Preferimos fazer nossas
coisas. Preferimos ser nossos próprios deuses. A tendência natural
é nos opormos a Deus, e não ficar do lado Dele. Devido a tal
condição terrena das coisas, uma reviravolta drástica é necessária.
Precisamos dar as costas a essa orientação egoísta em que
estamos freneticamente forçando o nosso caminho, nos
preocupando somente com nossos direitos e realizando somente o
próprio sonho, e nos voltarmos a uma vida que é reprogramada por
Deus e vivida para os outros.

Isso exige um ato de autoabandono. O homem tem de descartar os


próprios sonhos, planos e agenda, a fim de adotar os sonhos de
Deus, Seus planos e Sua agenda. Uma vez que um pai se
submeteu a uma vocação maior do que viver para si mesmo, deve
levar a família ao mesmo entendimento de vida altruísta. Crucificar o
eu, por causa de um chamado superior é fundamental para o pai na
execução de autoridade moral. Todos na família então saberão que
ele vive a partir de um desígnio divino, com os métodos divinos
rumo a um sonho divino. Esse conceito de vida abnegada foi
promovido por alguns poucos, e impactou o mundo de uma maneira
grande e significativa.

Jesus Cristo: Autoajuda não ajuda em nada. O autossacrifício é o


caminho, meu caminho, para salvar a si mesmo, seu verdadeiro eu.
Que bem faria se você conseguir tudo o que quiser e perder, o
verdadeiro você?(Marcos 8:35 – A Mensagem)28
Paulo:
Podemos entender alguém morrer por uma pessoa que vale a pena,
e podemos entender como alguém bom e nobre pode inspirar-nos a
um sacrifício altruísta. Mas Deus demostrou seu amor por nós,
oferecendo o seu Filho na morte por nos. (Romanos 5:6-8 – A
Mensagem)29
E: Que cada um de vocês olhe não só para os seus próprios
interesses, mas também para os interesses dos outros. (Filipenses
2:4)

Dietrich Bonhoeffer:
Quando Cristo chama um homem, ele manda-o vir e morrer.
E: Responsabilidade verdadeira é uma manifestação de
desinteresse, que surge de ser um “vice”, que age em nome dos
outros.30

Martin Luther King Jr.:


Todo homem deve decidir se vai andar na luz do altruísmo criativo
ou na escuridão do egoísmo destrutivo. 31

Madre Teresa:
Uma vida não vivida para os outros não é uma vida.

Todas essas pessoas promoveram e demonstraram um princípio


fundamental na vida: se quiser descobrir o verdadeiro você, o que
foi projetado para ser, tem que se sacrificar. A vida real é vivida em
autoabandono e submissão a uma causa maior. É vivida em
autossacrifício, abnegação e autoentrega e vai além dos próprios
desejos egoístas. Esta é a vida que dura para sempre e invade o
mundo com amor e alegria.

A CLAREZA DE UMA TAREFA ESPECÍFICA - CHAMADO


SECUNDÁRIO
Na missão global de Deus / movimento para Seus fins pretendidos,
ele atribui a cada um o seu papel e os chama para cumpri-lo. Este é
o nosso chamado secundário. Como pais, devemos entender a
missão de Deus antes que possamos entender a nossa própria
missão, a nossa própria vocação ou propósito na vida. Dentro do
projeto maior de Deus, devemos descobrir o para que
especificamente fomos projetados. Nossa missão particular
(chamado / propósito) é uma submissão do plano geral de Deus.

Primeiro, vamos definir propósito. É o que uma pessoa coloca diante


de si mesmo como um objeto, um objetivo a ser alcançado ou
realizado. É o fim ou objetivo ao qual sua visão é dirigida. Soren
Kierkegaard formula da seguinte forma:

O negócio é entender a mim mesmo,


ver o que Deus realmente quer que eu faça;
o negócio é encontrar a verdade que é verdade para mim,
para encontrar a idéia pela qual eu possa viver e morrer por ela.32

Nosso propósito é secundário em relação à nossa vocação primária.


Dentro do movimento mais amplo de Deus para o qual devemos
render (nossa vocação primária), precisamos encontrar a nossa
própria missão particular; aquela coisa específica, aquele senso
convincente de que Deus quer fazer algo por meio de mim neste
mundo. O Propósito Secundário (nosso objetivo) torna-se claro
quando vemos o que Deus quer fazer, no contexto, por meio da
minha pessoa.
MEU PROPÓSITO É DETERMINADO POR DEUS
Uma vez que Deus é aquele que chama, Seus caminhos, mente e
coração devem ser examinados. Temos de compreender Deus
como nosso Pai final, que nos criou para a Sua missão. Então, Ele
revelou Seu projeto para nós, em Seu filho, Jesus. Temos, portanto,
uma expressão clara, não somente de como devemos ser, mas
também como devemos viver. Uma vez que algumas pessoas
também receberam o Espírito de Deus, elas podem sentir os
sussurros de Deus as empurrando em certa direção. Contemplar a
Deus muitas vezes implica em fazer três perguntas:

1. Qual é a missão abrangente do Pai e onde Ele está agora em


Sua missão?

2. Perguntar o que Jesus faria se estivesse em nosso lugar e


vivesse em nosso mundo de hoje, também é uma parte essencial
para entender nosso propósito. O que Jesus faria se vivesse na
minha casa com os meus dons e limitações, mas com o Seu
coração e sonhos, paixões e prioridades? O que Ele faria em um
contexto de pobreza, desemprego, racismo, classismo, prostituição,
divórcio, orfandade, etc.?
3. Quais são as sugestões do Espírito Santo que eu sinto? Quais
são as coisas que eu sou constantemente lembrado de que vão
fazer a diferença benéfica para o mundo?

MEU PROPÓSITO É DETERMINADO PELO CONTEXTO


Uma vez que temos ponderado sobre o que Deus quer fazer, temos
que nos concentrar nesse pensamento em um contexto específico.
Contexto indica tempo e lugar. Deus não teria o mesmo fim para
mim se eu tivesse vivido em 1850 ou se eu morasse em outro país
com diferentes desafios. Há uma razão superior, uma intenção
divina para mim, agora vivendo em meu contexto específico.

Temos de perceber as coisas que despertam em nós um


descontentamento divino ou de uma ira santa - aquelas coisas que
queremos gritar e dizer: “isso é errado; isso deve mudar!”

Liste essas coisas e marque duas ou três delas que você sente
fortemente que teriam sido abordadas por Jesus se Ele fosse
enviado novamente hoje para restaurar este mundo.
Completar a frase, de acordo com o que você pensou: Deus quer
restaurar este mundo pela____________ ____________ (a ação e
grupo-alvo - por exemplo: capacitar os marginalizados) neste
contexto de_______________________ (a condição - por exemplo,
a pobreza).

Agora estamos bem no caminho para encontrar a nossa vocação.


Antes de irmos para a contribuição que podemos dar ao abordar a
questão convincente mencionada, precisamos pensar sobre o
resultado que deve ser procurado. Podemos fazer isso ao pensar na
condição existente e na condição preferencial.

Isto pode ser feito ao preencher a seguinte frase: Deus quer mudar
____________ (o grupo alvo ou o problema) de___________ (a
condição existente) para ____________ o resultado preferido) em
minha comunidade / país.
MEU PROPÓSITO É INFLUENCIADO POR QUEM EU SOU
UNICAMENTE
As perguntas sobre as minhas preferências, formação, paixões,
dons, habilidades e assim por diante, vêm por último. As pessoas
frequentemente tentam encontrar a própria vocação, pensando nas
próprias forças ou nos próprios dons, paixões ou habilidades
primeiro e, em seguida, argumentam que Deus nos criou para uma
contribuição específica. É importante considerar isso, mas é
definitivamente secundário para o Kairós de Deus e as
necessidades do nosso tempo. (‘Kairós’ é tempo designado de
Deus). Em vez de pensar: “Eu sou bom nisso e, portanto, quero
fazer esta ou aquela diferença”, devemos pensar: “Deus quer, para
abordar essa situação num contexto de clamor por uma resposta,
usar-me devido aos meus pontos fortes, ou apesar das minhas
fraquezas”. Só quando tivermos essa sequência correta no processo
de pensamento, poderemos chegar ao terceiro fator importante: o
que Deus criou exclusivamente em mim para contribuir para este
mundo.

Esse terceiro aspecto em descobrir vocação é, portanto, enxergar


como Deus quer me usar particularmente para restaurar o problema
(diferente do que provavelmente pediríamos para alguém fazer).
Aqui temos que olhar para as nossas paixões, dons, habilidades,
estilo e história para determinar como é que nos encaixaríamos no
plano de Deus. Então, precisamos sobrepor o que descobrimos
sobre nós mesmos, com o que descobrimos sobre Deus e o
contexto em que vivemos. Quando esses três círculos se
sobrepõem, encontramos onde o nosso propósito ou nossa vocação
entra em foco. É aquele sentido convincente do que Deus quer fazer
por meio de mim neste mundo. Se você quiser saber precisamente
como formular seu propósito na vida, leia o Apêndice B e siga as
instruções. Sua declaração de propósito vai mostrar o que Deus
quer mudar no seu contexto, a partir de qual condição, para
determinado resultado, usando sua contribuição particular.

Todos os pais precisam saber como descobrir o seu propósito e


escrever a própria declaração de propósito. Então, terá de orientar a
esposa e filhos para que descubram isso também. Com as crianças,
devemos começar guiando-as claramente ao seu propósito na vida.
Devemos fazer isso intencionalmente entre as idades de 6 e 11 (os
anos de Impacto do pai). Durante esse período, as crianças devem
estar conscientes dos valores, da finalidade e de suas habilidades
únicas. Aos 11 anos, o pai deve ajudar a criança a formular o seu
propósito para que ela entre em seus anos de adolescência com
bom senso de direção. Isso dá identidade à criança e a torna menos
vulnerável a más influências.

Constitui também um novo relacionamento inteiro em uma família,


quando todos estão conscientes da vocação do outro. Em seguida,
toda a família, sob a liderança do pai, capacita um ao outro para seu
chamado. De vez em quando, ocorrem sérias discussões no jantar
sobre a convocação de certos indivíduos. Todos incentivam e
orientam o outro para uma melhor execução de seu chamado.
Como cada um é encorajado, a consciência sobre a missão de Deus
é mantida. Todos sentem sua significância na vida, todos são
valorizados e todos fazem parte de uma equipe. Todos se movem
proativamente para frente na vida.

Nosso propósito e, correspondentemente a nossa missão, deve ser


redefinida muitas vezes durante a vida, na medida em que
percorremos suas fases, porque três aspectos mudam
constantemente: a finalidade pretendida por Deus, por um tempo
específico (Kairós), a condição de nossa comunidade ou país, e
nossa perspectiva e maturidade.

Ter finalidade é de valor inestimável para clareza e motivação.


Autoridade flui de conhecer o nosso objetivo e, portanto, o sentido
de nossa vida. É por isso que George Bernard Shaw coloca desta
forma:

Esta é a verdadeira alegria da vida: ser usado para um propósito,


um grandioso. Minha vida pertence a toda comunidade. Quero estar
completamente usado quando morrer! A vida é uma espécie de
tocha esplêndida. Quero fazê-la queimar tão brilhantemente quanto
possível, antes de entregá-la para as gerações futuras.33

Temos tão poucos homens neste mundo que realmente demonstram


autoridade moral atraente, homens que criam a segurança de
direção, porque sabem o seu papel na maior narrativa da missão de
Deus. De alguma forma, temos de reproduzir isso, mas seria
possível crescer em autoridade moral ou, é algo que alguém já
nasce com o dom? Podemos desenvolver isso? Se sim, como?

PARTE III - COMO DESENVOLVER AUTORIDADE


MORAL

COMO DESENVOLVER AUTORIDADE MORAL


As disciplinas-chave necessárias para desenvolver autoridade moral
são:
• Submeter-se à autoridade moral da Palavra de Deus.
• Permitir que o Espírito de Deus assuma o controle.
• Purificar-se e obedecer à consciência.
• Dizer não a atividades imorais.
• Submeter-se a prestação de contas.

SATURADO PELO MUNDO


O pai deve estar saturado pela Palavra para que a Palavra seja o
filtro de todas as suas decisões. Nossos filhos devem nos ver lendo
a Bíblia. Eles devem nos ver de joelhos. Eles devem ouvir o pai citar
a Bíblia, orar a Bíblia, viver a Bíblia. Se tudo o que eles veem é
leitura de jornal, conversas sobre o que ele traz ou assistir a TV, vão
deduzir que essa é a fonte da sabedoria paterna. Todos os pais
devem saber ler e entender a Bíblia. Veja o apêndice C sobre como
fazer descobertas básicas sobre a Bíblia.

Conquanto a leitura da Bíblia com a família não se torne uma mera


formalidade, os pais devem ler a Bíblia com a família todos os dias,
de preferência pela manhã. A compreensão de como viver a Bíblia é
essencial para a compreensão da Palavra de Deus. O pai, como o
treinador da vida dos filhos, deve saber como aplicar na prática as
verdades bíblicas.

A segunda carta a Timóteo, capítulo 3:16-17 diz: “Toda a Escritura é


inspirada por Deus e é útil para ensinar, para repreender, para
corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja
perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”

Na Bíblia, temos a fonte da eterna sabedoria, verdades que podem


sustentar você. De maneira muito prática, essa sabedoria nos ajuda
com os nossos desafios diários. Sabendo que a Bíblia é o manual
de vida, os pais não têm de saber de tudo antes do tempo. Pode
haver vezes que diremos aos nossos filhos, “Eu não sei filho, deixe-
me pedir a Deus, vamos ver o que a Bíblia diz sobre isso.” Assim
demonstramos a eles como devem usar a Bíblia como fonte de
sabedoria.

AUTORIDADE VEM POR MEIO DO VIVER PELO


ESPÍRITO
Deus nos deu Seu Espírito para que a lei não só fosse escrita em
pedra ou papel, mas para que Sua vontade fosse escrita dentro do
nosso espírito (“em sua mente ... no seu coração”). É por isso que a
Palavra diz em Jeremias 31: 31-34 (citado em Hebreus 8: 8-11):
“Vou fazer uma nova aliança. Porei a minha lei no seu
interior, e a escreverei no seu coração (A Bíblia Viva
acrescenta, de modo que eles devem querer honrar me34)
... um homem não mais dirá: Conhecei ao Senhor, porque
todos me conhecerão. Jesus também prometeu isso para
os seus discípulos em João 14:17, o Pai lhe dará o Espírito
da Verdade ... ele habita convosco e estará em vós.”

Para os cristãos, o espírito é o centro do nosso ser. Para as pessoas


de outras religiões, o seu conjunto de normas ou princípios
recolhidos a partir de seus escritos sagrados podem ocupar o centro
de sua existência. Para os não-crentes, o ego ocupa o espaço
central. Os cristãos devem saber que nada de bom pode acontecer
sem o Espírito (João 15: 5). Temos de orientar a nossa vida a partir
da presença e controle do Espírito (Romanos 8: 5, Gálatas 5:25).
Precisamos permitir que o Espírito nos renove de dentro para fora
(João 4:14, Gálatas 5:25). Devemos obedecer ao Espírito para que
o Espírito possa renovar o mundo por meio de nós (João 7:38, Atos
1: 8).

De dentro para fora! Por isso, o Espírito Santo escreve o código


moral em nosso espírito. A verdade está escrita em nosso espírito.
A verdade vive em nosso espírito. Nós temos autoridade moral em
nós. 2 Pedro 1: 3 diz:

“Seu divino poder nos deu tudo que precisamos para vida e
piedade através do nosso conhecimento de Deus. Ele nos
deu as suas grandiosas e preciosas promessas, para que
por meio delas você possa participar da natureza divina e
escapar da corrupção no mundo, causada pela cobiça.”

ESPIRITO X CARNE
Agora temos dois poderes que trabalham em nós: o espírito e a
carne. Esses dois poderes estão em constante batalha (Gálatas 5:
16-18) e nós só podemos viver com autoridade moral, se
permitirmos o Espírito vencer constantemente sobre nossa carne.
Podemos estar confiantes desta vitória já que a Palavra nos lembra
em Romanos 8:11: se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dos
mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo dentre os
mortos também dará vida aos vossos corpos mortais por meio do
seu Espírito, que habita em vós.

A imagem a seguir mostra-nos a orientação e frutos de nossa vida


quando vivemos no Espírito e quando vivemos pela carne.

Tudo de baixo de Cristo Tudo de baixo do nosso próprio


(Efésios 1:10) controle (Lucas 12:15–21)
Viver os propósitos de Deus Ânsias, luxúria e ostentação
(Atos 20:24) do mundo (1 João 2:15–16)
Buscar primeiro o Reino Amantes do prazer
(Mateus 6:33) (1 Timóteo 3:4)
Focar a mente nas coisas do Vida orientada por desejos
alto (Colossenses 3:2) (1 Pedro 1:14)
Amar a Deus e ao próximo
Orgulho e Ciúmes (Gálatas 5:26)
(Gálatas 5:22)
Ser altruísta (Gálatas 5:24) Egoísmo (2 Timóteo 3:2)
Ser guiado pelo Espirito
Paixões e Desejos (Gálatas 5:24)
(Gálatas 5:16-22)
Espirito e Verdade (João 4:23- Natureza pecaminosa
24) (Gálatas 5:17)
Viver no espírito Viver na carne

OBEDIÊNCIA X DESEJOS
Podemos ser saturados pela Palavra de Deus e podemos ter o
Espírito de Deus vivendo em nós, mas ainda cair em desobediência
e desastre. A obediência à voz da Palavra e do Espírito é essencial,
para o Pai estabelecer autoridade moral em nós.

A obediência não é um trabalho duro. A obediência não é o ranger


dos dentes é uma batalha difícil. A obediência à lei é dura e difícil,
mas a obediência à dinâmica do amor nunca é difícil. Quando estou
cheio de amor, as tarefas que tenho de fazer para manter o
relacionamento são de pura alegria. Quando estou na presença de
alguém a quem admiro, nunca me importo de fazer o que for
necessário para dar alegria a essa pessoa. Assim, obediência é ato
adivertido.

A obediência à Palavra e ao Espírito não é tanto uma coisa que eu


devo fazer, é algo que eu permito ser feito em mim. É permitir que o
Espírito flua por meio de mim. Ele não está fazendo a Palavra; está
se rendendo à palavra. É como se uma pessoa se rendesse a um
salva-vidas sabendo que ele sabe como levá-la para a praia. Em
obediência - diferente de ser conduzido pelos desejos - há um
momento definido e consciente de dar ou entregar as rédeas. Sendo
conduzido por nossos desejos e nosso ego significa que não há
freios, nenhuma verificação e nenhuma resistência para onde a
carne quer nos levar. Podemos dizer que é uma situação fora de
controle, mas estamos na verdade sob controle, o controle do poder
pecaminoso da carne. A imoralidade está vivendo em um estado
sem freios. Aqueles que têm autoridade moral, são controlados pela
Palavra e pelo Espírito.

DA FARMÁCIA OU DO LABORATÓRIO
Ir a uma farmácia e ir a um especialista são duas experiências
totalmente diferentes. Quando vou a uma farmácia eles me
perguntam o que eu quero ou qual é o problema. Quando eu
menciono o problema, eles vão diretamente a uma caixa de pílulas
pré-embaladas, tiram-na da prateleira e a entregam a mim. É um ato
generalizado, quase mecânico, para um problema que pode ter uma
variedade de causas. Às vezes, me pergunto, “É tão fácil encontrar
solução para uma questão complexa assim?”

Quando vou a um especialista, muitas vezes dizem: “Vamos ter


certeza. Vamos fazer uma biópsia, enviá-la para o laboratório para
encontrar o verdadeiro problema e cura, em seguida, resolver o
problema. “Há muito cuidado e investigação específica, antes de se
sugerir uma como solucionar o caso.”

Muitas crianças se sentem em relação ao próprio pai, como me sinto


sobre o farmacêutico; é tudo muito geral, pré-embalado e mecânico.
A criança preferiria que o pai fizesse uma biópsia e as levasse ao
laboratório. Ela gostaria que o pai a conhecesse individualmente. E
é isso que os pais devem fazer. Eles devem levar o problema de
cada filho para o conselho do Espírito Santo.

A criança deve saber que o pai não recebe respostas a partir de


conhecimentos pré-embalados. Ela quer que ele olhe mais
profundamente. Às vezes, a criança se sente mais segura quando o
pai não tem uma resposta pronta, mas o espera voltar com uma
resposta a partir do “laboratório” do Espírito Santo. Os pais têm de
obter o conselho do Espírito, se eles querem que seus filhos
acreditem que eles falam com autoridade moral. Eu aprendi muito
com Watchman Nee sobre isso, a partir de seu livro, “Release of the
Spirit - A liberação do Espírito”.35

Ele diferencia entre o viver do homem interior e o viver da parte


mais profunda do homem. O homem interior é o lugar em que os
nossos conhecimentos, experiências e sentimentos anteriores
governam. Quando essas coisas dominam, não permitem que a
parte mais profunda do homem se sobressaia, que é onde o Espírito
fala ao nosso espírito, para determinar nossas decisões. Nosso
homem interior é a nossa fonte de autoridade moral.
A criança não quer que o pai funcione como um call center clínico,
ativado por voz. Ela deve experimentar o Espírito de Deus falando
com Ele, por meio de seu pai, e não estar apenas sujeita ao domínio
da alma do pai (vontade, conhecimento, experiência, emoções). A
criança, instintivamente, quer que o pai aja com Autoridade Superior
e liberte o Espírito de Vida sobre ela. Ela deve saber: “Meu pai e eu,
estamos sujeitos a uma autoridade superior.”

PURIFICAR A CONSCIÊNCIA
A nossa consciência está situada em nosso homem interior. Se ela
não for constantemente revitalizada, pode crescer calejada e perder
a sensibilidade. Nossa consciência deve funcionar como um
diapasão para o nosso comportamento. Calibrada pelo o espírito
vivo, deve avisar-nos imediatamente quando desafinamos. Para
manter a consciência afinada, devemos ficar perto da Palavra e do
Espírito, e também constantemente examiná-la e permitir que
nossos mentores nos ajudem nesse processo.
Purificar a consciência significa regularmente:

1. Permitir que a luz da palavra brilhe nos cantos mais profundos


da vida e pedir a Deus que sonde nosso coração. (Salmos 139:23–
24)
2. Pedir a Deus que revele nossos verdadeiros motivos e
condutas egocêntricas em nossa vida.
3. Pedir a Deus que nos mostre os pecados ocultos.
4. Confessar todos os nossos pecados específicos conhecidos e
também pedir perdão pelos pecados ocultos.
5. Pedir a Deus que nos faça conscientes de Sua voz todos os
dias.
6. Pedir que Deus nos mostre em que temos falhado em
obedecer a certas instruções Dele.
7. Pedir aos que fazem parte de nossa “Mesa de Apoio”, que
questionem nossos atos.
8. Permitir que os da nossa “Mesa de Apoio” nos questionem a
respeito de todos os atos de obediência que talvez estejamos
evitando.
9. Ser mais obediente.

Richard Foster escreve sobre essa disciplina de examinar a


consciência. Ele nos encoraja a permitir que Deus ande conosco por
meio da nossa consciência:
Se nós somos os examinadores solitários do nosso
coração, mil justificativas surgirão para declarar nossa
inocência. Chamaremos o “mal de bem, e ao bem mal”,
como diz Isaías (Isaías 5:20). Mas já que Deus está
conosco na busca, estamos ouvindo mais do que estamos
defendendo. Nossas realizações mesquinhas e evasões de
responsabilidade simplesmente não vão tolerar a luz de
Sua presença. Ele vai nos mostrar o que temos de ver
quando é preciso vê-lo... Se o exame é apenas o
autoexame, nós sempre acabaremos com excesso de
louvor ou culpa. 36

Por que buscamos o exame da consciência?

Para sermos conformes a Cristo!


Para pensar os pensamentos de Deus.
Desejar as coisas que Ele deseja.
Amar as coisas que Ele ama.
Querer as coisas que Ele quer.

Andrew Murray escreveu:

O Espírito me ensina a ceder a minha vontade inteiramente


à vontade do Pai. Ele abre meus ouvidos para esperar com
calma o que o Pai tem no dia a dia para falar e ensinar. Ele
revela a mim como a união com a vontade de Deus é a
união com o próprio Deus; como a rendição completa à
vontade de Deus é crédito do Pai, o exemplo do Filho e da
verdadeira bem-aventurança da alma. 37

O pai tem que aprender a viver da parte mais profunda de si, onde a
consciência está alinhada e essa consciência precisa ser purificada
regularmente pela Palavra e pelo Espírito.

AUTORIDADE MORAL É DEMONSTRADA QUANDO AS


AÇÕES SÃO SINCRONIZADAS COM A CONSCIÊNCIA
PURIFICADA
Nossas ações estão em constante desafio com nossa consciência e
nosso senso comum. Quantas vezes você conheceu pessoas que
sabem o que fazer, mas simplesmente não fazem? Sabem que têm
de perdoar o cônjuge, mas desobedecem a voz interior. Sabem que
têm de dar certa quantia para os pobres, mas constantemente
rejeitam esse pensamento. Sabem o que têm de dizer e de fazer
com os filhos, mas simplesmente não dizem, não fazem. Quantas
vezes você já experimentou a mesma coisa na própria vida?

Essas mesmas pessoas são as primeiras a se queixarem de que


não podem ouvir a voz do Espírito, mas o problema não está na
audição, está na obediência ao Espírito. Carlos Juan Ortiz tem me
ajudado muito com isso pelo seu livro, Living with Jesus Today -
Vivendo com Jesus hoje. 38 Ele diz que se você se barbear pela
manhã e estiver com pressa, você não limpará os pelos da pia e
então, o Espírito pode lembrar-lhe: “Limpe a pia.” Se você ignorar
isso, o fruto de sua desobediência pode ser infelicidade na casa. Se
você obedecer a essa voz pequena de sua consciência, o fruto da
obediência pode ser apreço e felicidade.

Tendo feito isso, você agora está com pressa ainda e se esquece de
dar um beijo de despedida na sua esposa, mas na garagem você
ouve a voz pequena de novo, “Vá beijar sua esposa e se despedir
dela.” Se você ignorar a voz, o fruto da desobediência será
infelicidade, mas se você sair do carro, voltar a casa e der um bom
beijo de despedida em sua esposa, o fruto da obediência será
alegria e paz. Assim, é como treinamos a nós mesmos para agir
com consciência por meio da obediência. Precisamos entender
como purificar a nossa consciência e também como agir de acordo
com ela. As ações de um pai devem ser sincronizadas com uma
consciência purificada.

AUTORIDADE MORAL É DEMONSTRADA POR AQUELES


QUE INTENCIONALMENTE EVITAM E ENFRENTAM
ATIVIDADES IMORAIS.
Um pai deve dizer não para o que está errado. Na presença de um
comportamento imoral, ele não pode ser nem complacente, nem
fraco. Martin Luther King Jr. disse, “combater vigorosamente os
males do mundo com espírito humilde e amoroso. O não
conformista transformado jamais tem paciência passiva, que na
verdade é só uma desculpa para não fazer nada.”39

Temos que entender que, como pais vamos ter de dizer não a
coisas ao nosso redor e em torno de nossos filhos. O mundo é como
uma mistura do bem e do mal e temos de diferenciar e traçar linhas
para os nossos filhos. Eles não podem apenas receber de tudo, sem
filtro. E se o pai tem de estabelecer autoridade moral a seus filhos,
terá de demonstrar a eles como filtra a vida e ao que deve dizer não.
Isso não significa que temos uma atitude negativa em relação ao
mundo. Estamos de acordo com Paulo quando ele diz em 1Timóteo
4:4: “porque tudo o que Deus criou é bom, e nada deve ser
rejeitado”. Mas então, temos que saber que certas coisas têm de ser
(consagradas) por meio do filtro da Palavra e Oração. Nós somos o
sal do mundo (Mateus 5:13) e devemos preservar o mundo pela
dissolução do mal e afirmação do bem.

Tão importante quanto dizer “sim” para as coisas boas da vida e


saber desfrutá-las completamente, é importante também saber, ao
que se tem de dizer “não”. Coisas erradas tem que ser rejeitadas,
evitadas e enfrentadas. Coisas tais como pornografia, padrão
excessivamente alto de vida, armadilha do individualismo, o
capitalismo centrado em si, e o vício pelo poder, levam-nos a uma
cultura orientada pelo desempenho.

Sendo branco em um contexto Sul-Africano, nossos filhos tinham de


saber que nós dizíamos não ao racismo e iríamos enfrentá-lo em
todos os níveis. Eles cresceram em uma cidade muito orientada
para o desempenho, na qual a performance acadêmica e desportiva
são os valores mais altos, devido a uma cultura de alto rendimento,
que é uma força do mal real; tivemos que ensinar-lhes a dizer não à
vaidade e ao individualismo. Ao respirar o ar de sua geração em que
as pessoas se tornaram amantes de si mesmos, preocupando-se
pouco com os outros, tivemos de ensinar-lhes a dizer não para uma
orientação de vida centrada no próprio ego.

Um dos hábitos mais destrutivos dentro de um casamento e uma


vida pura é o de assistir a pornografia. Pais terão que liderar o
caminho para erradicar isso da vida dos nossos jovens.
Transparência e responsabilidade a respeito disso será o remédio
mais valioso para a cura desse mal. Esse não é um pecado sem
vítimas. O pecado contra mulheres e crianças usadas como objetos
na pornografia é bastante óbvio, mas a nova ciência do cérebro está
revelando como a pornografia está realmente mudando o cérebro
dos homens. Homens viciados em pornografia terem problemas
para manter postos de trabalho é apenas um sintoma que esta
ciência está revelando.

Em um mundo confuso sobre o certo ou errado, onde os que fazem


o certo são frequentemente acusados de serem críticos e
intolerantes, dizer que algo está errado não é bem recebido. É
essencial, então, que ajudemos nossos filhos a ter mente forte, para
que sejam líderes, mas também para que tenham coração macio,
porque o amor é o poder mais forte do mundo para transformar a
cultura.

Pais com autoridade moral dizem não ao que está errado.


Considere a sua cultura, e identifique cinco coisas comuns para as
quais você deve dizer não. Resgatar a cultura, filtrando o que é
errado é uma obrigação para todos os que vivem com autoridade
moral.

AUTORIDADE MORAL CRESCE EM SUBMISSÃO À


PRESTAÇÃO DE CONTAS
Um exame moral protege a autoridade moral. Muitas pessoas
pensam que se os pais são submetidos à prestação de contas, vão
perder a sua autoridade. Esse é um equívoco total. Como você pode
querer submissão, se você não demonstra submissão?

Quando os pais se submetem à prestação de contas, demonstram


grande exemplo para as crianças, para que elas façam o mesmo. A
intenção do pai nunca deve ser mostrar que ele está sempre certo,
apenas mostrar que ele tem um desejo sincero de fazer a coisa
certa. Para isso, o pai precisa de conselheiros e de correção para o
comportamento errado. Se ele convida a todos para ajudá-lo com
isso, a atitude da criança será aberta, acessível e dócil.

Esta é a abordagem da apresentação que eu tenho para mim


mesmo. Submeto-me a Deus para revelar o meu pecado. Essa é
uma expectativa que tenho quando me aproximo da Sua Palavra.
Submeto-me à minha esposa em relação às responsabilidades
domésticas. Minha esposa é dona de casa. Se ela quer pintar a
parede de verde e eu quero azul, vai ser verde. Se ela diz que eu
devo levar o cachorro para passear e tirar o lixo, é o que eu farei.
Isso me impede de ser o governante do castelo.

Eu submeto o nosso filho ao respeito da minha pureza sexual. Ele


agora é um adulto. Não é à minha autoridade moral que ele deve
submeter-se, é à autoridade bíblica moral que ambos devemos nos
submeter. Quando eu volto de viagem, ele me pergunta, “Com quem
você ficou sozinho? O que você viu na TV do hotel?”, e outras
perguntas como essas. Como eu presto contas a ele, ele também
está aprendendo.

Submeto-me à minha filha em relação às minhas atitudes para com


a minha esposa. Quando nossa filha mais nova tinha 6 anos, pedi
que que ela chamasse minha atenção sobre um assunto. Eu disse:
“Quero amar a mamãe, mas eu nem sempre sei fazer isso da
maneira certa. Você vai me ajudar a amar mamãe do jeito certo?”
Você tem que entender que, embora ela tivesse 6 anos, seu QE
(inteligência emocional) era muito alto. Mesmo aos 6, ela já era
muito inteligente. Então, minha filha concordou e nós fizemos um
acordo que se ela precisasse falar comigo, nossa frase código seria:
“Pai, é hora de passear com o cachorro.” Dessa forma, ela poderia
falar comigo sem pessoas ao nosso redor. Um dia, eu estava
conversando com minha esposa na cozinha e minha filha disse:

- Pai, é hora de passear com o cachorro.


Eu disse:
- Não, a hora de passear com o cachorro é às cinco horas.
Ela disse novamente, mais enfaticamente:
- Pai, é hora de passear com o cachorro!” - E eu recebi a
mensagem.
Quando começamos a passear com o cachorro, ela começou
dizendo:
- Papai, o que você disse para a mamãe estava certo, mas a
maneira como você disse…
- Mas ... - eu interrompi.

E ela disse:

- Não, não, não, você se lembra do acordo? O acordo foi: eu falo


e você ouve. Então, eu fechei meus lábios e ela explicou tudo
perfeitamente.

Em seguida eu disse:

Pequei diante de Deus e diante de você em minha atitude para com


a mamãe?” - Ela concordou mexendo com a cabeça. Então, eu me
desculpei e pedi perdão, e ela concedeu.

- Porque eu pequei na sua frente, eu preciso pedir perdão para a


mamãe na sua frente também. Assim fiz. E eu nunca vou me
esquecer da minha filha, de pé na porta da cozinha, com as mãos
na cintura, balançando a cabeça concordando com a situação. Ela
tinha um olhar brilhante.

EU ME SUBMETO AOS MEUS MENTORES


Nós todos, temos que ter pelo menos uma pessoa a quem foi dada
a autoridade de nos dizer “não”, a quem vamos, sem reservas,
obedecer. Eu tenho três mentores assim na minha vida.
Recentemente, escrevi a eles, para confirmar, por escrito, que, se
alguma vez eu discordar deles, eu ainda assim vou me submeter,
para que eu seja treinado em submissão e obediência. Estou
empenhado em fazer isso, enquanto estivermos vivos. Eu acredito
que se você não tem ninguém na terra para obedecer, você terá
dificuldade em obedecer a Deus quando Ele age de forma diferente
da qual você queria ouvir. É particularmente importante que eu
tenha alguém a quem minha esposa possa se aproximar quando eu
não estiver tratando-a bem - alguém que pode me colocar na linha!
Digo a meus mentores para manter-me responsável em todas as
dimensões da minha vida: espiritual, mental, fisica, emocional e
ambientalmente. Há 4 facetas específicas em minha vida e é
essencial que eu seja responsabilizado por elas: minha
responsabilidade financeira, incluindo o dízimo; quão sensível eu
sou em lidar com pessoas de diferentes culturas; o quão focado
estou com minhas disciplinas espirituais; e como manter uma boa
condição física. Meus mentores verificam regularmente essas e
outras questões que eles acham que são importantes.

EU ME SUBMETO AOS MEUS INIMIGOS


O quê? Você está louco? Talvez, mas você já considerou o valor de
ter alguém que expõe sua raiva, seus pontos cegos e coisas que
nenhum de seus amigos são suceptíveis a expor em você? Uma
das maiores disciplinas que Deus já me levou a entender, foi a
disciplina de apreciar meu inimigo. Há vários fatores importantes a
respeito de um inimigo:

• Os inimigos fornecem as melhores oportunidades de


autoaperfeiçoamento e iluminação.
• Os inimigos podem lhe dar novas perspectivas.
• Os inimigos testam o seu caráter como ninguém.
• Os inimigos levam você para fora de sua zona de conforto.
• Os inimigos evocam suas emoções mais profundas, e fazendo
isso, levam você a conhecer a si mesmo como ninguém.
• Inimigos aumentam sua capacidade de amar e perdoar como
ninguém.
• Inimigos lhe dão a oportunidade de aprender a amar como
Cristo.

E você pode imaginar o quão poderoso o impacto se torna quando


você torna seu inimigo em amigo! (Eu gostaria de ter tempo para
contar algumas histórias sobre os inimigos que se tornaram
amigos.). O poder dessa reconciliação convence a todos que “nada
é impossível”. Quais são os valores de um pai que aceita os
benefícios de se submeter a um inimigo?

• Se você pode ouvir um inimigo, você pode ouvir a todos.


• Se você pode se reconciliar com o seu inimigo, você pode
reconciliar as diferenças com o seu cônjuge facilmente.
• Se você pode ver o benefício de um inimigo, você vai apreciar
o valor de todos.
• Você pode ganhar com a autoaperfeiçoamento que os inimigos
podem promover, (como bons treinadores dizendo-lhe o que está
errado com seu jogo), então você vai ser forte o suficiente para
derrotar o inimigo final: “A impureza do coração.”

Pessoas com um coração submisso são imediatamente revestidas


com autoridade moral. Sua submissão demonstra que não fazem o
que fazem em benefício de si mesmos, mas para o benefício de
todos. Eles não estão lá para melhorar a si mesmos, mas para
melhorar a todos. Eles estão lá para aprender a fazer a coisa certa.
Fazer a coisa certa é o alimento das pessoas com autoridade moral.

VAMOS ENTRAR ALGUM DIA?


Será que algum dia, vamos entrar na terra prometida? Onde os pais
não falam a partir de seu orgulho ou de seu poder, mas a partir da
Bíblia? Um mundo em que ouvimos o Espírito Santo soprando a
partir da consciência purificada do pai, em vez de sua própria
mente? Um mundo em que o pai é tão responsável por fazer a coisa
certa, no qual ele luta contra todo o mal e imoralidade, porque esses
são inimigos da vida abundante que Jesus prometeu?

No fundo do nosso interior, deve haver um autossacrifício total.


Como pai, você terá de liderar o caminho da compreensão de que a
vida não é fundamentada sobre você ou eu. Trata-se de Deus. Você
não tem que provar nada a ninguém. A vida é a respeito de Deus.
Você não tem que impressionar os seus filhos. A vida é Deus.
Quando você entende isso, você está livre e a autoridade moral
permeia você e seus atos.

PARTE IV - O PAI DEVE ASSUMIR A


RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR
O pai, que representa Deus, o Pai, deve ser a figura disciplinar
primária da casa. Em um mundo em que a autoridade é mal
utilizada e incompreendida, tanto quanto é agora, tal
responsabilidade exige muita autodisciplina, muito discernimento,
amor e intenção benéfica.

Antes mesmo de falar sobre a forma como as crianças devem ou


não ser disciplinadas, temos de reconhecer que o ambiente em que
a disciplina é aplicada conta em 90 por cento do sucesso dela. Nós
nunca podemos falar sobre a disciplina de forma isolada a partir do
ambiente.

O capítulo 7 elabora sobre o meio ambiente (chamado de “terroir)


que precisa ser criado. A atmosfera geral em que a disciplina deve
ter lugar deve ser relaxada, agradável, positiva e encorajadora.

DIFERENTES INFLUÊNCIAS DISCIPLINARES


Existem várias maneiras diferentes de disciplinar uma criança. A
maneira mais eficaz não é por meio da pura correção, mas sim, pela
afirmação do comportamento positivo. O comportamento da criança
deve principalmente ser determinado por um sentimento de “bom
comportamento gera recompensas” ao invés de “mau
comportamento gera punições”. Afirmação é um educador muito
melhor do que a correção (ver capítulo 8).
ALGUMAS DAS DIFERENTES APLICAÇÕES DA
DISCIPLINA
1. Discipline pelo exemplo - Porque, como Albert Schweitzer40
afirma, “Exemplo não é a principal coisa em influenciar o outro. É a
única coisa. O pai deve demonstrar claramente como sua estrutura
de autorresponsabilização o mantém disciplinado (veja os capítulos
5 e 6). Com isso, ele dá exemplo aos filhos sobre valorização
disciplinar. Pelo seu exemplo em permitir que a Palavra de Deus e
sua estrutura de responsabilização o discipline e, por ficar debaixo
da disciplina das leis de um país, ele dá um exemplo para as
crianças o seguirem.

2. Disciplina espiritual –Uma vez que o pai estabelece


autoridade moral pelo exemplo e pela implementação do amor aos
mandamentos de Deus e do exercício regular das disciplinas
espirituais como a oração, o estudo, adoração, comunhão, serviço e
testemunho, a criança deve ser treinada assim também. A disciplina
deve ser principalmente proativa, e não reativa.

3. Disciplina pela afirmação –No capítulo 8, veremos como a


afirmação deve determinar o comportamento muito mais do que a
correção.

4. Autodisciplina –A partir de uma idade muito precoce, a


criança deve aprender a autodisciplina. Mesmo aos 2 anos de idade,
quando a criança começa a “fazer birra” e seus pais, se omitem,
naquele ambiente de falta de controle emocional, a criança é
deixada para encontrar por meio da autodisciplina, uma maneira
apropriada de lidar com distúrbios emocionais. À medida que as
crianças crescem, os pais devem diminuir a disciplina externa e
devem incentivar a autodisciplina, permitindo que elas tomem as
próprias decisões.

5. Disciplina holística – Uma disciplina doentia em uma


dimensão da vida, leva a disciplinas doentes em outras dimensões
da vida também. Por outro lado, se você se prepara espiritual, física
e mentalmente, isso ajuda você a exercer o controle emocional, que
ajuda a uma boa conduta social.

6. Disciplina coletiva – Há muitos anos, quando famílias de pelo


menos três gerações viviam juntas e eram muito mais integradas
dentro de uma comunidade mais ampla, a disciplina era para toda a
comunidade. Uma vez que somos agora tão individualizados e que
todo peso da disciplina é deixado sobre os ombros do pai e da mãe,
muitas vezes eles entram em brigas para chegar a um acordo sobre
a forma de como exercer a disciplina. Desde que nós como pais,
promovamos a prestação de contas, transparência e pensamento
coletivo dentro de um contexto de discipulado, queremos estimular a
participação de mais de uma geração, e a tomada de decisão
coletiva por parte do pai, mãe, avós e amigos.

7. Disciplina corretiva – Isso é o que nós queremos discutir


neste capítulo. A questão que eu quero abordar aqui é: O que eu
faço quando meus filhos se comportam mal? Eu gostaria que eles
jamais se comportassem mal, mas eles se comportam! Como devo
então corrigir esse comportamento?

A Bíblia nos ajuda tremendamente com a nossa orientação para a


disciplina corretiva. Hebreus 12: 7-11 nos mostra os belos valores
da disciplina corretiva de Deus. Embora o objetivo desse movimento
seja entender a disciplina de Deus, podemos derivar grandes
princípios para a nossa disciplina, como pais terrenos também.

1. Deus mostra, por meio da disciplina, que somos Seus


verdadeiros filhos. Deus Se importa tanto conosco que quer corrigir
nosso comportamento. Disciplina vinda de Deus não nos afasta para
longe Dele; na verdade, demonstra Seu cuidado e afirma nossa
legalidade como filhos Dele. Sendo assim, a disciplina testifica sobre
intimidade. Por mais que eu não discipline os filhos do vizinho que
eu não conheço, Deus nos disciplina, testemunhando sobre a íntima
relação que Ele tem conosco. Como diz o verso 8. Se você não for
disciplinado, você não é um filho verdadeiro.

i. Princípio, aplicável para a nossa responsabilidade disciplinar:


Não há lugar para o amor barato nos relacionamentos verdadeiros.
Amor rígido é o único amor verdadeiro. Amor rígido implica
disciplina e disciplina consolida o amor verdadeiro. Quando o pai
disciplina seu filho, tem que consistentemente afirmar para a
criança: É porque eu amo você e me preocupo com sua vida que eu
tenho de corrigi-lo. Eu não faço isso com as crianças que eu não
conheço, porque eu não me preocupo com elas da mesma forma
que eu me preocupo com você! Eu lhe disciplino porque você é meu
precioso filho / filha.

2. De acordo com o verso 9, Deus nos ensina a respeitar e nos


submeter à autoridade. Essa é uma razão essencial para a
disciplina. Obediência, submissão e respeito são três das principais
coisas que qualquer criança deve aprender. Disciplina não é uma
questão de impor o poder sobre alguém. É sobre ensinar às
crianças a obediência às regras (leis) das quais a intenção é nos
levar para a Terra Prometida (ver em Deuteronômio 6).

i. Princípio, aplicável para a nossa responsabilidade disciplinar:


Toda vez que uma criança é disciplinada, as regras (leis) devem ser
enfatizadas e a criança deverá ser lembrada da importância da
submissão / obediência, respeito pelos que aplicam as leis, e o valor
delas.

3. Os versículos 10 e 11 nos dão o resultado pretendido da


disciplina de Deus: o resultado pretendido é para o nosso próprio
bem, para que possamos participar de Sua santidade, e
experimentar justiça e paz. O objetivo da disciplina é a maturidade
espiritual. O receptor da disciplina deve apreciar as contribuições
positivas que surgem dela.
i. Princípio aplicável para a nossa responsabilidade disciplinar:
Os pais devem sempre explicar que a disciplina é para o bem da
criança e para o seu desenvolvimento positivo, e que a intenção da
disciplina não é má, mas tem um propósito benéfico.

Na ilustração abaixo, tirada do relatório Rueben Colina


Minnesota41, existem quatro reações diferentes de pais em relação
ao mau comportamento das crianças:

Reuben Hill Minnesota: Caso de Estudo

1. O pai permissivo – No gráfico, esse tipo de pai tem


pontuações mais altas em amar o filho, mas “baixas” em controlar
seu rebento. Esse pai tem medo de que a disciplina da criança
possa distanciá-lo do filho, portanto, é muito permissivo. Essa
negligência da disciplina gera insegurança na criança; disciplina
significativa, cria caminhos claros para as crianças seguirem e isso
gera muita segurança emocional. As crianças precisam de
disciplina. Uma criança mimada se tornará um mau parceiro em um
casamento mais tarde, querendo as coisas do seu jeito o tempo
todo.

2. O pai negligente – Analisando esse tipo de pai, precebe-se


que tem pontuações baixas no amor e no controle. Ele só se
preocupa consigo mesmo, e o mundo gira em torno dele o tempo
todo e, por causa da forma que abandona seus filhos, ele nunca
deveria ter tido um filho. A criança se sente negligenciada, ficando
com as cicatrizes da falta de intimidade, bem como a falta de
direção e orientação que a disciplina fornece. A criança deveria
acordar seus pais em relação à importância do outro, em considerar
o outro, um valor cristão central.

3. O pai autoritário – Já esse tipo de pai tem pontuação alta no


controle e baixa no amor. É claro que ele deseja que a vida siga de
acordo com suas vontades. A criança experimenta esse pai como
“contra mim” e quando a criança cresce, começa a se rebelar contra
o pai. A criança, em seguida, entra em um modo de luta ou fuga e o
pai tem um impacto positivo mínimo sobre a criança. As sementes
de violência são semeadas em uma sociedade dominada pela
violência e o fruto pode ser devastador.

4. O pai autoritativo tem pontuações mais altas no amor e no


controle. A criança recebe orientações claras dele, mas também é
altamente valorizada pelo pai. O filho experimenta uma segurança
sólida por meio da disciplina do pai e relaxa sem medo no amor
sincero dele. A criança sente que seu pai é “parceiro na jornada da
vida”. A validação do pai lhe proporciona uma autoestima sólida e a
compreensão dos limites dentro dos quais ela tem que operar, e
também oferece habilidades para lidar com diversas situações.
É claro que a disciplina significativa ocorre quando níveis elevados
de amor e de controle são demonstrados simultaneamente. Um
único valor não se opõe ao outro. Ambos devem andar lado a lado.
Estes são os mais valiosos “hormônios do crescimento” que Efésios
4:15 mostra: Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em
tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Verdade em amor - isso molda
nossa disciplina!

10 REGRAS DISCIPLINARES BÁSICAS


Antes de disciplinar o seu filho, leve sempre em consideração as
dez regras a seguir:

1. Compreender o mundo do seu filho. Se realmente amamos


nossos filhos, vamos tentar ver o mundo a partir da perspectiva
deles. Isso implicará mudar frequentemente sua visão, pois as
crianças mudam a cada novo ano. Quando você tenta ver o mundo
a partir da perspectiva de uma criança curiosa de dois anos de
idade, você vai entender que a criança pode puxar, talvez com as
mãos sujas, o vestido ou calça da mãe, se ela quiser ver o que está
acontecendo em cima do balcão na cozinha. Ninguém deve
disciplinar uma criança por isso.

2. Compreender os diferentes temperamentos. Para determinada


criança, uma correção mais direta é boa, para outra criança o que
funciona melhor é dizer: “Eu estou chateado pelo seu
comportamento”. E para outro filho você tem que explicar em
detalhes minuciosos, por que esse jeito é melhor que o outro.
Entenda o temperamento do seu filho e descubra qual seria a
melhor disciplina para ele.

3. Estar emocionalmente ligado à criança. Um olhar diferente


pode trazer os resultados esperados. No capítulo 7, vamos falar
sobre a inteligência emocional, com ênfase em dois aspectos
importantes: a) a forma de estar em contato com as emoções dos
outros e b) a forma de gerir as emoções dos outros. Os pais devem
aplicar os dois em casa, assim como fariam se fossem líderes em
uma empresa. Isso significa que eles seriam como um maestro de
uma orquestra, coordenando os diferentes músicos. Assim como o
maestro, por vezes, apenas move um pouco do dedo mínimo para
indicar a um músico o que fazer, o pai pode direcionar o
comportamento com um pequeno movimento dos olhos.

4. Apenas diga “Não!” quando for realmente necessário. Os pais


têm uma tendência de dizer “Não!”, mais do que dizer “Sim!” No
capítulo 8, veremos como a afirmação é um educador muito melhor
do que correção. Todo pai deve ter uma regra para si mesmo: Devo
dizer “sim” três vezes para cada “não” que eu disser. Isso significa
que o pai tem de encontrar três coisas boas pelas quais elogiar o
filho, antes de corrigi-lo uma vez.

Os pais também devem ter cuidado para não supervalorizar coisas


pequenas. Não se deve ter tantas regras em casa ao ponto dos
filhos se sentirem aprisionados. Deixe-os brincar e se divertirem em
casa. Eu cresci com um pai que preferia o “Não!” que o “Sim!” Isso
significa que eu nunca podia brincar dentro de casa. Eu fiz uma
promessa de que “um dia meus filhos iriam poder brincar dentro de
casa...” e como nos divertimos! O tapete era um ringue de luta, o
corredor era o campo de críquete, a cama um trampolim. E as latas
de lixo eram cestas de basquete. A casa deve ser um lugar para se
divertir!
5. Discipline “com” o seu filho, não “o” seu filho. Hebreus 12
destacou a intenção positiva de disciplina. Isso deve ser mantido em
nossa casa. Nós não estamos aqui para destruir nossos filhos, mas
para construí-los. Nós devemos ajudá-los a se tornarem o melhor
que possam ser.

6. Nunca discipline com explosões de raiva. Controle a sua raiva!


O maior desafio para os pais é o controle de suas próprias
emoções. Com o nosso primeiro filho, eu lutei tanto por causa da
minha própria imaturidade emocional aos 27 anos de idade. Eu me
saí muito melhor com o segundo e o terceiro filho. Temos que nos
concentrar em “como posso beneficiar meu filho por meio da
disciplina” e não em “como eu posso impor minha vontade”. Já que
a raiva surge principalmente a partir da raiz do orgulho, o pai deve
tratar essa causa, a fim de se livrar da raiva.

7. Apenas discipline desobediência, ações imorais e precauções


de segurança. Nós não estamos autorizados a disciplinar as
crianças por ignorância, cansaço ou erros, mas apenas por:

a) Desobediência: A obediência é talvez o valor espiritual mais


importante que as crianças podem aprender com os pais. Contanto
que os pais não imponham regras egoístas sobre seus filhos, mas
sim crie regras que possam ajudar os filhos e toda a família, eles
devem se certificar de que as crianças obedeçam a essas regras.
Se depois de duas advertências a criança desobedecer novamente
às medidas disciplinares, em seguida, as corretivas devem ser
aplicadas.

b) Ações Imorais: Uma vez que uma criança tem idade suficiente
para entender que uma ação específica é imoral, ação disciplinar
imediata deve ser tomada indicando claramente que isso nunca será
tolerado e que o autor terá que arcar com as consequências. Por
exemplo: quando uma criança de 12 anos de idade assiste
pornografia na internet, ela pode ter um aviso, mas com a próxima
transgressão ela deve ser impedida de todo o acesso à internet em
casa, por um longo período de tempo, até que haja boas evidências
de que isso nunca vai acontecer novamente.

c) Como precauções de segurança: quando você vê o seu filho


fazendo algo que possa pôr em perigo a própria vida, você terá que
intervir com disciplinas, antes que o estrago seja feito.

8. Sempre dar dois avisos para as crianças. Elas têm uma


atenção muito curta e podem facilmente esquecer as regras
acordadas. Muitas vezes, precisam de duas advertências. Quando
crescerem, por volta de sete anos, apenas um aviso pode ser
suficiente.

9. Seja super paciente entre as 17h e 20h. Essas são


normalmente as horas mais difíceis dentro de casa. Todo mundo
está cansado após um dia de tantos desafios difíceis ou diversões
emocionantes. Essas são, porém, as horas mais importantes e
influentes dentro de uma casa saudável. Este é o lugar onde o pai
deve assumir o controle da saúde emocional do ambiente (ver
capítulo 7). Discipline-se para criar um ambiente positivo e oriente a
criança sobre como lidar com o cansaço.

10. Sempre converse com a criança, após a punição disciplinar.

Logo após a punição (talvez cinco minutos depois), o pai deve


sentar com a criança para conversar com ela. Já que a punição
deve acontecer para a melhoria da criança, o conversar vai
desempenhar um grande papel nisso. Ao conversar o pai deve:

a. Dar a razão: Relembre a criança porque foi punida.


b. Reafirmar seu amor pela criança: lembrar a ela que você a
disciplinou porque você a ama e quer o melhor para ela.
c. Reafirmar as regras: relembre a criança quais são as regras,
porque elas estão lá e que haverá punição quando a criança
transgredir novamente.

Muito mais coisas podem ser ditas sobre a disciplina, mas não
temos espaço aqui. Para mais informações sobre este assunto,
você pode ler o apêndice D sobre o uso de castigos como forma de
disciplina, sobre como disciplinar uma criança teimosa e geniosa, e
no apêndice F técnicas que podem diminuir a agressividade em seu
filho.
GRUPO DE INTERESSE SOBRE A DISCIPLINA POSITIVA
Os pais têm pouca formação sobre como disciplinar as crianças e,
na maioria dos casos, os exemplos de disciplina de seus próprios
pais não ajudam muito. Isso muitas vezes cria muita tensão entre o
pai e mãe e deixa muitas incertezas sobre como ter uma boa
execução de disciplina. Acreditamos que a melhor cura para essa
situação reside na seguinte sugestão: reúna um grupo de interesse
com pais de crianças com mais ou menos a mesma idade e leve-os
a discutir questões relativas à disciplina. Essas perguntas podem
ser sobre temas como “o que eu faço quando o meu filho ...” ou
“qual é a melhor hora de voltar para casa?” ou “devo dar palmadas
no meu filho?” e assim por diante.
Os resultados pretendidos em discussões sobre este tema são:

a. Que os pais se tornem conscientes dos possíveis efeitos


positivos e negativos dos vários meios de punir o filho, tais como:
i. Palmada
ii. Mandar para o quarto
iii. Ficar em pé no canto de castigo
iv. Sem privilégios
v. Outros
b. Que eles tomem uma decisão sobre a melhor forma de
disciplina.
c Que eles decidam se a palmada é adequada em todos os
casos.
d. Que tomem uma decisão sobre como aplicar palmadas, “se
eles decidiram que a palmada é apropriada”.
e. Que estabeleçam regras sobre a disciplina da palmada.
f. Que tenham uma versão resumida sobre a sua política de
disciplina.

Os pais que vivem com autoridade moral geralmente acham mais


fácil disciplinar seus filhos. Eles ganham o respeito dos filhos, dando
o exemplo, criando um cenário no qual os filhos obedecem de boa
vontade e espontaneamente.
No livro de memórias de Beryl Markham, West With the Night, ela
afirma que sua origem é britânica, mas também queniana, pois foi
criada em uma Colônia da África Oriental. Em uma cena, ela é uma
menina que está sentada com seu melhor amigo, um menino
chamado Murani Kibii, quando ouvem difíceis histórias.

“Um mensageiro veio para a fazenda com uma história para contar.
Era uma história sobre a progressão da “primeira guerra mundial”
(WWI) na África Oriental Alemã e sobre um jovem homem alto, que
foi morto na guerra.”

Suponho que ele não era mais alto do que a maioria dos
que foram mortos lá e também não era melhor que os
outros. Era uma história comum, mas para Kibii e eu, que o
conhecia bem, achávamos que não havia nenhuma história
mais triste que aquela, e nós ainda pensamos assim.

O jovem amarrou seu Shuka no ombro um dia, pegou seu


escudo, sua lança e foi para a guerra. Pensou que a guerra
era feita de lanças, escudos e coragem.

Mas deram-lhe uma arma e então ele deixou a lança e o


escudo para trás, tomou coragem, e foi para onde o
enviaram, porque disseram que era seu dever e ele
acreditava assim. Ele cria no dever e no tipo de justiça que
conhecia, e em todas as coisas que eram da terra - como a
voz da floresta, o direito que o leão tinha de matar um
veado, o direito que o veado tinha de comer a grama e o
direito que o homem tinha de lutar ... ele pegou a arma e a
segurou da maneira que lhe tinham dito para segurar, e
andava por onde lhe diziam para andar ... e ele procurou
por um homem para lutar.

Ele foi baleado e morto por outro homem, que também


acreditava no seu dever, e foi enterrado onde caiu. Era
muito simples e sem importância.
Mas é claro que isso significava algo para Kibii e eu,
porque o homem alto, jovem, era o pai de Kibii e meu
amigo mais especial. Arab Maina morreu no campo de
batalha a serviço do rei. Mas alguns disseram que foi
porque ele tinha abandonado sua lança.

Quando eu for circuncidado e me tornar um Murani, disse


Kibii, bebendo sangue e leite coalhado como homem, em
vez de ugali e urtigas como mulher, vou encontrar quem
matou meu pai e vou colocar minha lança em seu coração.

Arab Maina sabia quem ele era, mas perdeu sua identidade, a sua
lança, como uma doença vista tantas vezes hoje em nossa cultura.
Mas ele tinha afirmado sua identidade, mesmo em seu filho mais
novo, porque Kibii sabia que ele seria um Murani e ser um homem
naquela cultura, era viver por sua lança.42

PARTE I - CONFUSÃO DE IDENTIDADES

O CHOQUE DE CULTURAS
Identidade é um enorme problema para os nossos filhos, hoje.
Visitar o país Ocidental Africano de Mali em 2002 abriu meus olhos
para o problema da identidade global. As crianças de Mali, que era
considerado o país mais pobre do mundo, foram confrontadas com
duas realidades em contraste. Naquela época, havia apenas uma
televisão para cada 40 ou mais casas. As pessoas que tinham TV
as colocavam na porta da frente voltada para a rua e as crianças do
bairro vinham e se sentavam sobre pedras ou pedaços de madeira,
como se fosse um teatro, para assistir a programas de TV. Dois
mundos diferentes colidiram muito obviamente: o mundo na tela da
TV, onde viam carros chamativos e o estilo de vida californiano, e o
mundo em que viviam, um mundo onde só possuíam uma panela,
um prato e dois conjuntos de roupas se fossem afortunados. Na
maioria dos casos, eles nem sequer tinham camas. Como você
concilia esses dois mundos em sua mente? À medida que cresciam
na busca por uma identidade, onde ancoravam a sua identidade?
Quem eles queriam ser? Aspiravam a quê?

Vemos o fruto da confusão de identidade mais severamente na


Rússia, com o colapso do comunismo e da ocupação do capitalismo
desenfreado. Como a identidade nacional foi mudando, o pai -
guardião da identidade - de repente, se viu em dificuldades e sentiu-
se perdido, então se voltou para o que conhecia: a vodka. Famílias
se separaram, o alcoolismo tornou-se galopante e o problema das
drogas entre os jovens, posteriormente, subiu para proporções
epidêmicas.

O fenômeno do trabalho imigrante também contribuiu


substancialmente para o problema. Mais de um milhão de filipinos
trabalham fora das Filipinas. Oito por cento dos cidadãos residem
nos Estados Unidos. Vinte e cinco por cento dos zimbabuanos têm
trabalhado na África do Sul por algum período de tempo.

Jovens em todos os lugares enfrentam esse dualismo de identidade.


Eles têm um pé na sua aldeia e um pé em um mundo virtual. Quem
eles vão ser? O homem da aldeia ou o homem global? A questão da
identidade não pode ser subestimada.

Cresci na era do apartheid na África do Sul, onde era muito


confrontado com a questão da identidade. Em meados dos anos 80,
o Senhor abriu meus olhos para o quão errado, prejudicial e mal
aquele sistema era. Trabalhava em um ministério de jovens, a partir
do início dos anos 90, e tentei criar um novo paradigma da situação
real na mente dos jovens brancos, fazendo-os interagir com a
juventude negra. Isso confrontou a atitude de muitos pais brancos e
me fez ter consciência de como pessoas diferentes poderiam se
tornar muito parecidas. Entendi claramente quanto a identidade é
algo fluido - é uma escolha - e a escolha de valores determina a
escolha de seus amigos, que juntos determinam a sua identidade.
De repente, nos encontramos um pouco alienados entre nosso
próprio povo, mas confiantes para criar uma nova identidade para as
futuras gerações.

Foi ainda mais difícil para os meus filhos. Não foi fácil para eles
crescerem, lidando com a cultura predominante do Apartheid, mas
suas dificuldades começaram muito antes disso. Quando eu tinha
19 anos, apaixonei-me por uma menina de raízes inglesas. Eu
venho de origem estritamente africana. Quando digo estritamente
africana, quero dizer, estritamente no sentido superlativo. Meu avô,
Casparus Johannes Brink (do lado da minha mãe) lutou contra o
bisavô do meu novo amor na guerra Anglo-Boer no início do século
XIX. Essa menina Inglesa se tornou minha esposa, a mãe dos meus
filhos. Então onde é que isso deixa as crianças sobre a questão da
identidade? Quem seriam eles? Britânicos ou africanos? Eles
podem se parecer com qualquer outra pessoa branca, mas eles são
de duas tribos tão distintas como qualquer outra na África.

Cada país, cada cultura, cada indivíduo tem de lidar com esta
questão da identidade: Quem sou eu? A questão da identidade é
profunda e vai aparecer ao longo da vida de uma criança. Ela terá
que ter uma justa compreensão de sua identidade, aprendida em
casa, antes de entrar na adolescência, de modo que não vai ser
completamente engolida pela identidade de grupo na fase de grupos
e aventura. Ela terá de descobrir a própria identidade social na
adolescência, ao interagir com seus pares. Isso vai determinar muito
de como vai funcionar como cônjuge, mais tarde no casamento. Ela
vai novamente recalibrar sua identidade na fase do “mover-se para
fora e para cima”. A cultura do ambiente de trabalho molda bastante
a identidade das pessoas também. Todas as profissões carregam
uma subcultura original dentro da cultura maior. Então, quando a
fase dos 43 a 48 anos chega, mais uma vez haverá uma oscilação
de identidade.

ORIENTAÇÃO DE CONTRACULTURA
Por definição, os cristãos vivem um conflito de identidade, uma vez
que são “nascidos de cima” e estão “neste mundo, mas não são
deste mundo.” Portanto, devem compreender sua identidade
definida de forma muito clara, de modo a não ficar confusos. Manuel
Castells diz no livro, “The Power of Identity - O poder da identidade”,
que temos três origens e formas de identidade.43

Primeiro, temos uma identidade legitimadora (eu chamo isso de a


identidade cultural). Essa é a identidade gerada pela sociedade civil
e introduzida pelas instituições dominantes da sociedade, por
aqueles que têm autoridade. Em segundo lugar, temos uma
identidade resistente (eu a chamo de a identidade da contracultura).
Essa é gerada por aquelas pessoas que são desvalorizadas e
estigmatizadas pela lógica da dominação. Elas formam municípios
ou comunidades para resistir à oposição insuportável ou à opressão,
e se estabelecem sobre as identidades já existentes definidas pela
história, geografia, biologia, crença, etnia, etc. É uma identidade
defensiva. Então nós temos a identidade protetora (eu chamo isso
de identidade do criador de tendências). Essa é construída em
algumas pessoas, ao buscarem construir uma nova identidade que
redefine sua posição na sociedade e, ao fazer isso, buscam a
transformação da estrutura social global.

Meus filhos tiveram de descobrir quem eram e o que eles queriam


ser, muito cedo na vida. Tiveram de descobrir a contracultura do
Reino em uma sociedade muito contaminada. Tiveram de aprender
que nasceram “não deste mundo” (João 17:14), que não pensam de
acordo com o “padrão deste mundo” (Romanos 12: 2), que a sua
verdadeira pátria está nos céus (Filipenses 3:20) e que têm uma
tarefa muito específica para influenciar e mudar este mundo como
“sal e luz” (Mateus 5: 13-14). A declaração que ouviam de mim mais
do que de qualquer outra era, “Nós não pensamos como as outras
pessoas; não falamos como as outras pessoas e não fazemos como
as outras pessoas, porque somos únicos e extraordinários, porque
nascemos de cima”.
Mesmo na igreja, que deveríamos ter uma contracultura, eles
tiveram de decidir se tornar formadores de opinião nesta
contracultura.

Se fôssemos perguntar às pessoas em nossa igreja quais eram as


cinco coisas que Jesus mais valorizava, deveríamos obter respostas
como amor, humildade, serviço, perdão e compaixão, mas se
fôssemos perguntar-lhes o que eles valorizam provavelmente
obteríamos respostas como casas , boa comida, carros, a internet,
etc. Se os dois não combinam, temos uma crise de identidade. As
chances são de que os membros da igreja refletem a cultura em
torno deles, em vez da nova cultura que Jesus ensinou. Precisamos
ser contraculturistas. Temos de ensinar nossos filhos, a partir do
momento que começam a dar seus primeiros passos, que vivemos
em uma contracultura. Nós somos formadores de opinião. Nadamos
contra a corrente. Isso nos torna líderes. Isso é quem nós somos.
Ou lideramos ou somos liderados. Nós somos criadores. Somos
feitos de cima e nossa identidade é ser criadores. Foi Longfellow,
que disse: “Neste mundo, o homem deve ser bigorna ou martelo. Ou
moldamos a sociedade ou é a sociedade que nos molda.”

A AUTOSSEGREGAÇÃO
Há outro fator sútil, mas muito pertinente e determinante no
estabelecimento de nossa identidade: integridade. A integridade tem
de estar enraizada em nós, de modo que o que nós pensamos,
dizemos e fazemos sejam sincronizados com ela. É ali que a vida
privada e pública são as mesmas; o ponto em que estamos em
contato com o nosso verdadeiro eu, confiante para expressá-lo e
não dissuadido por expectativas do público. Em suma, a integridade
é para ser real, para ser genuína e autêntica.

Somos reais? E o que é ser real? Vamos olhar para o dilema de


muitas pessoas que têm uma identidade difusa, na qual o
verdadeiro eu, e o “eu” que ela apresenta (veja o diagrama abaixo)
não são os mesmos de forma alguma. Alguns exemplos podem
esclarecer melhor esse ponto:

1. Sally é uma moça preciosa, mas sofre de complexo de


inferioridade grave. Ela é autoconsciente de que nunca se expressa
verdadeiramente. Há razões para essa inibição, mas todos que a
conhecem sabem que ela é um livro fechado. Se alguém pudesse
chegar por trás das defesas, descobriria um diamante muito
precioso; todos desfrutariam de seu verdadeiro eu, aquele que
relaxa e se expressa com menos inibição.

2. Como alternativa, há pessoas que vivem com tantas


inseguranças, que compram coisas que não querem, para
impressionar pessoas de quem não gostam. Tony era assim. Ele
comprava as coisas mais caras para criar uma imagem de
realização. Dirigir seu Lamborghini lhe dava uma sensação de
realização ao mostrar para os outros que ele era um homem que
veio do nada e conseguiu tudo o que queria. Uma vez que ele
percebeu que criara uma imagem de si mesmo, baseada em
motivos falsos e frágeis, descobriu uma base mais sólida e
duradoura para a sua identidade em Deus. Vendeu seu Lamborghini
e disse a um confidente. “Eu não preciso mais disso, já que a minha
identidade agora é construída sobre o fundamento certo.”

3. Conheci Daniel em uma conferência da igreja na Nigéria. Algo


em seu comportamento expressava, claramente, pelo meu olho
treinado, que ele tinha muita sabedoria. Quando disse a ele que eu
achava que Deus lhe havia presenteado com muita sabedoria, ele
respondeu que alguém já havia dito a mesma coisa a ele há muitos
anos.

- Quantos anos? - eu perguntei.


- Vinte anos atrás - ele respondeu.
- Alguma vez você já orientou homens mais jovens como uma forma
de expressar a sua sabedoria?
- Não, nunca - disse ele com uma expressão tímida no rosto.
- Então, faz vinte anos que você não é o seu verdadeiro eu? O que
o impediu de fazer isso?
Dava para ver o desânimo em seu rosto quando ele disse:
- Eu não sabia se as pessoas valorizariam isso.

O eu verdadeiro é o nosso eu mais profundo; pela consciência;


que nos faz lembrar o que Deus nos destinou a fazer e a ser. Esse é
o eu que nos lembra de que esta é a coisa certa a fazer. Stephan
Covey chama isso de a voz interior que leva à grandeza.

O eu atual é o nosso comportamento constantemente


expressado; o que as pessoas veem; nosso dia a dia; o
comportamento que geralmente temos.

O eu apresentado é o eu adaptado às expectativas, ou ao que


se espera de nós; o eu, que nos apresentam, da maneira que
gostaríamos de ser vistos.

O eu percebido é a forma como as pessoas nos leem ou até


mesmo nossos estereótipos; é o ponto de vista que as pessoas
têm sobre nós.

Em muitas pessoas, há um espaço entre o “eu verdadeiro” e o “eu


atual”. Elas nunca se tornam quem realmente são. Elas morrem
antes de isso acontecer. Levam ao túmulo canções não escritas,
valorização não expressa e talentos subdesenvolvidos. Lutam para
acreditar que o seu verdadeiro eu será valorizado e apreciado. Seu
significado original fica envolto em uma camada de uma substância
que acreditam que vai torná-los especiais. Elas precisam se
desembrulhar ou serem desembrulhadas. Precisam se revelar ou
serem reveladas.

Às vezes, vemos isso em alguns homens quando nos reunimos. É


um momento repleto de significado. O “eu atual” é silencioso, o “eu
verdadeiro” quer falar, mas devido ao medo de sermos julgados não
falamos. No capítulo sobre a autoridade moral, lidamos com isso.
Pessoas que colocam suas convicções em ação aprenderam a
fechar o espaço entre o “eu verdadeiro” e o “eu atual”.
Paulo explica isso bem em Romanos 7:14–20:

Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal,
vendido à escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo
o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que
detesto.Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é
boa.Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que
habita em mim.Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne,
não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não,
porém, o efetuá-lo.Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal
que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não
sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim.

Há também uma diferença entre o “eu atual” e o “eu apresentado”.


Às vezes, entramos em um ambiente que interpretamos de uma
forma específica ou achamos que tem certas condições, e por isso
nos tornamos alguém que não somos. Às vezes, pensamos que
essas pessoas vão gostar de nós, se preenchermos o vazio e
aparentarmos ser alguém que não somos. Crescemos em um
ambiente cheio de condições e tentamos satisfazê-las.
Adolescentes tendem especialmente a cair nessa armadilha.
Pergunte a eles o que acham que as pessoas querem que eles
sejam, quando estiverem na escola ou na rua. Você vai obter
respostas como: “Eu tenho que ser popular”, “Eu tenho que fazer
parte do melhor time”, etc. Esse é o momento em que nós temos de
ajudá-los a entender quem realmente são, e a acreditar que isso é
bom, é o suficiente e que eles não têm de agradar a todo mundo,
fingindo ser alguém que não são de verdade.

Muitos de nós crescemos em uma cultura centrada no desempenho,


e nos tornamos pessoas impulsionadas por ele. Cresci em um
ambiente assim. Ouvi muitas vezes que tinha de ser o bonzinho
porque era filho de pastor, mais tarde, também fui tentado a cair na
armadilha do desempenho, quando a concorrência se tornou a base
dos relacionamentos. Eu descobri como essa abordagem destruía
sinceridade, intimidade, confiança e outros blocos de construção
fundamentais dos verdadeiros relacionamentos.

Esse é o dualismo entre o “eu verdadeiro” e o “eu atual”, que


destruiu a autenticidade de muitas pessoas, porque optaram pela
conformidade e respeitabilidade, em vez de convicção moral. São
duas pessoas diferentes: uma em casa e outra no escritório. Esse é
dualismo que confunde as crianças sobre quem deveriam se tornar.

A questão do “eu percebido” também deixou claramente sua marca


no conceito da identidade de muitos. Diversos contextos traçam
uma linha entre o “eu verdadeiro” e o “eu percebido”. Se você é
estereotipado pela sociedade, é necessária muita segurança interior
para transcender essa desvalorização. A vida de Nelson Mandela no
contexto Sul-Africano é um grande exemplo em transcender o
estereótipo limitante. Ao superar a opressão racial da sociedade que
ele ajudou a libertar, muitas mulheres em todo o mundo ainda
precisam superar o impacto do “eu percebido” para que elas
descubram sua verdadeira identidade.

COMO SUPERAR UMA IDENTIDADE FRATURADA?


Como podemos diminuir a distância entre o “eu verdadeiro” e o “eu
atual”

1. Acredite que o mundo precisa de sua voz interior mais que seu
desempenho exterior.
2. Enfrente e lide com os medos de ser quem você é.
3. Aprenda a ouvir a sua consciência.
4. Aja com obediência imediata à voz de sua consciência.
5. Não fuja da intimidade ou confronto de uma vida verdadeiramente
vivida.

COMO PODEMOS DIMINUIR A DISTÂNCIA ENTRE O “EU


ATUAL” E O “EU APRESENTADO”?
1. Não se perca e não abra mão de suas características únicas,
esforçando-se para ser aceito.
2. Não caia na armadilha do desempenho.
3. Não deixe o seu orgulho criar uma imagem que satisfaz a
carne, mas não beneficia a alma.
4. Tire sua máscara para assegurar transparência. (Veja o
apêndice G para obter uma explicação da Janela Johari.)
5. Peça a pessoas próximas a você para revelar seus pontos
cegos.
6. Convide mentores e companheiros de alma para ajudar você a
expressar seu verdadeiro eu.
7. Ame as pessoas verdadeiramente e incondicionalmente para
que as atitudes delas não determinem a suas atitudes ou
comportamentos.
8. Sirva às necessidades (não às vontades) dos outros,
abnegadamente, para que satisfazer a si mesmo ao agradar os
outros não seja a força motriz de sua vida.

COMO PODEMOS DIMINUIR A DISTÂNCIA ENTRE O “EU


VERDADEIRO” E O “EU PERCEBIDO”?

Ninguém pode controlar totalmente o “Eu percebido”


já que os estereótipos impregnaram cada cultura.

1. Não permita que as outras pessoas o coloquem dentro de um


molde ou estereótipo.
2. Certifique-se de que você sabe quem você é, e entenda os
fundamentos da sua identidade.
3. Certifique-se de que você sabe a marca que quer deixar na
vida das pessoas e seja intencional sobre isso.

Uma das razões pelas quais Jesus disse que temos de nos tornar
como crianças (Lucas 18:17), pode ser porque em crianças as
lacunas entre o “Eu verdadeiro”, o “Eu atual” e o “Eu apresentado”
sejam muito menores. Elas são incrivelmente espontâneas. Quando
a vida continua, sua identidade torna-se dispersa. Temos, portanto,
que nos tornar como crianças. Temos que ser verdadeiros, mesmo
sobre os nossos pecados e defeitos. A nossa intenção nunca deve
ser ter boa aparência, mas devemos nos esforçar para ser bons no
nosso núcleo. Devemos nos esforçar para realmente amar as
pessoas sinceramente, de coração, de modo que não precisaremos
fingir que amamos. Jesus disse para amarmos uns os outros como
amamos a nós mesmos. Com isso, ele queria dizer que, já que
amamos a nós mesmos espontaneamente, com cuidado interior e
autopreocupação, devemos amar os outros da mesma forma. A
solução real para o “eu disperso” é que devemos ser transformados
a partir do nosso núcleo (Jesus disse: “você deve renascer” - João
3: 6). Então, quando o meu “Eu verdadeiro” ama e busca o benefício
de outras pessoas, podemos amar com sinceridade. Não há
fingimento e o “Eu verdadeiro”, o “Eu atual” e o “Eu apresentado” se
tornam um.

SABER SUA IDENTIDADE SIGNIFICA SABER QUEM


VOCÊ NÃO É
O que é identidade? Uma definição é: “O estado de ter
características de identificação detidos por nenhuma outra pessoa
ou coisa.” Isto é, as coisas que fazem você, você. A definição da
identidade, muitas vezes, nos obriga a definir as coisas que não
adotamos como parte da nossa identidade. Isso ajuda a cristalizar a
compreensão que temos da nossa identidade.
É fácil dizer sim para tudo, mas para o que devemos dizer não?
Martin Luther King Jr. disse: “A tendência da maioria é adotar uma
visão que é tão ambígua que as pessoas vão incluir tudo, e tão
popular que vão incluir todos.”

Nós ensinamos a nossos filhos quem eles são. Podemos ajudá-los


também, ensinando-lhes quem eles não devem se tornar. Devemos,
com frequência e claramente dizer, “Não somos assim” ou “Não
fazemos essas coisas”. Vamos supor que queremos ensinar a
nossos filhos que devemos respeitar a todas as pessoas. Essa
declaração é muito geral. Devemos ensinar a eles em situações
práticas o que isso significa. Poderíamos, por exemplo, estar em
uma reunião social com eles na qual alguém conta uma piada
racista. Então nos voltamos para eles e dizemos claramente: “Nos
não fazemos piadas desse tipo e não rimos disso, nos não somos
assim.”

Na década de 1990, em Bloemfontein, África do Sul, eu estava


treinando jovens voluntários cristãos, quando decidimos ter uma
noite social para relaxar. Decidimos ir assistir a uma partida de
críquete na cidade. Quando entramos na arena, imediatamente vi a
maior bebedeira que já tinha visto. Eu sou um esportista desde
minha juventude, então eu estava familiarizado com ambientes onde
as pessoas bebem, mas aquilo era diferente. Oitenta a noventa por
cento dos homens estavam intoxicados. Talvez o jogo não estivesse
indo muito bem. Eles eram barulhentos, antipáticos, tornaram-se
seres humanos menores ao se embriagarem.

Eu tinha 15 homens jovens comigo que tinham entre 19 e 20 anos -


no meio da sua fase de busca pela identidade - e isto foi o que
viram. Parei os jovens e pedi que eles entendessem o que estava
acontecendo ali, e em seguida, disse: “Se eles chamam essas
pessoas de Afrikaners, então eu acho que eu não sou um, mas, na
verdade, eu acredito que eu seja um verdadeiro Afrikaners, mas
eles não são.”

O pai deve não só ensinar aos filhos quem são; deve usar situações
que demonstrem o contrário do que quer que seus filhos sejam ao
afirmar claramente o que a sua família não é. Em um mundo de
contrastes, as crianças devem ver isso claramente.

É POSSIVEL TER CERTEZA DA NOSSA IDENTIDADE?


Sim! Podemos saber quem somos. E isso pode ser claro, definido e
focado. Devemos saber quem somos. Não deve haver confusão.
Isso é vital. O pai deve ser o primeiro a ter isso esclarecido, já que
as crianças vão olhar para ele, para tentar descobrir a própria
identidade.

O jogador de futebol americano Junior Seau não sabia quem ele


era. Desde menino, era conhecido como jogador de futebol
americano. Na escola, ele era a estrela da equipe. Foi o mesmo na
Universidade do Sul da Califórnia; ele era um jogador de destaque.
Quando voltou para casa, em San Diego, para jogar para os
Chargers, ele não era apenas um atleta da região, mas uma lenda
viva nacional. Mas, após a aposentadoria, que acontece muito
rápido no futebol americano, ele estava perdido. Voltou à antiga
escola e encontrou seu velho treinador e disse: “Treinador, eu não
sei quem sou. Sem o futebol, não sei quem sou.” Pouco mais de
um ano depois, Junior Seau tirou a própria vida. Saber quem somos
criados a ser é essencial para uma vida verdadeira.

PARTE II - IDENTIDADE PRIMÁRIA


Temos uma identidade primária e uma secundária. A nossa primeira
identidade é a identidade do Reino. Nossa identidade secundária é
a nossa identidade nacional e da família. Enfatize bem a palavra
“primária”. Essa identidade vem em primeiro lugar. Nós ouvimos um
monte de gente dizendo: “Família em primeiro lugar.” Onde vemos
isso na Bíblia? Deus vem em primeiro lugar, sempre. Quando Jesus
disse: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” Qual foi a
resposta? “Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está
nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.”

Na verdade, minha esposa me ensinou isso. Quando a conheci e eu


estava tão apaixonado, um dia ela me disse: “Você nunca será a
pessoa mais importante na minha vida.” Muito pouco romântico,
pensei. Ela disse: “Jesus é o primeiro homem na minha vida.” Eu
fiquei com ciúmes de Jesus durante três dias, antes de ceder e ver
que isso era certo e bom. Deus e seu Reino em primeiro lugar e, em
seguida, as identidades secundárias.

DEUS EM PRIMEIRO LUGAR? EM SEGUIDA, AGIR EM


CONFORMIDADE!
Eu posso facilmente vestir um Kilt, mas eu nunca vou ser escocês.
Eu poderia usar um Kanzu do Leste Africano, mas continuo um
branco sul africano. Identidade é algo muito mais profundo do que
as nossas roupas ou a cor da nossa pele. A identidade é quem você
é, e quem você é determina o que você faz. Da mesma forma, a
nossa identidade primária nunca poderia ficar apenas no nome. Ser
cristão significa que você deve agir como cristão. Isso implica que
você viva sua identidade primária.

Então, qual é a identidade primária da minha esposa? Ela é uma


filha do Deus vivo. Inseparavelmente ligado a isso é o que ela faz
com a sua lealdade primária, que é o seu trabalho com os pobres.
Deus está em primeiro lugar, não eu. Na prática, isso significa que
na hora do almoço, todos os dias, minha esposa dá alimento a mais
de 200 crianças pobres, mas ela não está em casa para fazer
almoço para mim (meu trabalho de casa). Eu tive de ter isso claro
em minha mente. A identidade primária da minha esposa é ser filha
de Deus e sua identidade secundária é capacitar pessoas
marginalizadas. Essas são as prioridades dela, antes da sua
identidade terciária que pode incluir coisas como ser esposa, mãe,
sul-africana, dona de casa, etc. Ela deve saber isso e agir em
conformidade.

É bom que Deus seja o primeiro na vida da minha esposa. Eu


recebo o melhor amor (melhor do que seu próprio amor), por meio
dela. Eu recebo o amor de Deus. Nós temos conversas melhores do
que apenas falar sobre o que comprar e aonde ir nas férias e o que
fazer com os problemas das crianças. Falamos sobre seus sonhos e
desafios do “Reino” em capacitar os marginalizados. É muito melhor.
Dado que um dos principais papéis do pai é o de conferir identidade,
ele deve garantir a identidade de sua esposa e se certificar de que
ela age em conformidade ao que ela é. O pai nunca deve permitir
que sua esposa ou seus filhos regridam a identidades menores.

Quando você é um príncipe, você deve agir como futuro rei. Quando
você é uma estrela nacional do esporte, deve agir em conformidade
com isso no campo. Já que minha esposa é muito mais do que uma
cozinheira e uma empregada doméstica, ela deve agir assim. O pai
deve certificar-se de que todos na casa sejam bem fundamentados,
conheçam e ajam de acordo com a própria identidade e vocação
primária.
CHAMADOS: FILHOS DE DEUS!
A declaração mais surpreendente é feita em 2 Crônicas 7:14: “Se o
meu povo que se chama pelo meu nome...” Aquele que criou as
galáxias e as estrelas nos chama pelo Seu nome. É fenomenal
pensar que esta é a nossa identidade primária.

Veja como claramente a Bíblia identifica quem somos:

• Colossenses 2: 9-10: “Pois em Cristo habita corporalmente


toda a plenitude da divindade, e, por estarem nele, que é o Cabeça
de todo poder e autoridade, vocês receberam a plenitude.”
• Colossenses 3: 3-4: “Porque já estais mortos, e a vossa vida
está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa
vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele
em glória.”
• Gálatas 4:7: “Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se
és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.”
• 1 João 3: 1: “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai,
que fôssemos chamados filhos de Deus.”

Quando meu filho George foi para a faculdade nos Estados Unidos
para jogar tênis eu o ajudei a se lembrar de que ele não deveria ser
conhecido como George, o tenista; mas George, o filho de Deus que
joga tênis. Nós ensinamos isso para atletas de elite também.
Lembramos-lhes de que primeiro são filhos de Deus. Ou seja, a sua
identidade primária. Apenas em segundo lugar, são atletas. “Viva a
sua identidade criada por Deus. Viva generosamente e
graciosamente para com os outros, assim como Deus vive para com
você.”44

ELA ME CHAMOU DE PAPAI


Abongile nasceu de um pai, sim, mas de um pai que ela nunca
conheceu.
- Nunca pensei em pai - ela disse - Sabe, a mamãe estava em casa
e a casa era a mamãe. E de repente, esse novo homem entrou em
minha vida quando eu tinha apenas cinco anos de idade.

De acordo com a cultura Xhosa, da qual ela faz parte, o novo marido
pode decidir se as crianças devem ficar ou ir, e ele disse:

- As crianças devem ir.


Ela tinha que ir. Deixar a casa. A mamãe. Mas para onde?
- Para a avó - disse a mãe.
Abongile foi abandonada aos cinco anos de idade.
- Mas a avó Kwena foi boa para nós - disse Abongile.

Alguns anos mais tarde a avó Kwena morreu e ela teve de sair de
casa novamente, dessa vez para a tia Ntombi. Logo depois que ela
se mudou, titia Ntombi adoeceu, e a doença simplesmente não ia
embora. Ela morreu aos 45 anos. Alguns sabiam que ela tinha “a
doença”. Outros simplesmente disseram que era tuberculose.

Para onde agora? O veredito veio. Ela foi para a casa da tia Thoko.
Dois anos mais tarde, ela foi enviada para a casa de uma amiga de
sua mãe. Ela tinha apenas 12 anos, e ficou lá por um ano. “Esse foi
um ano difícil. Eu não conhecia as crianças. Muitas vezes me sentia
como se eu fosse apenas tolerada por lá. Fui levada de volta para a
tia Thoko.”

Aos 14 anos, ela era uma das seis pessoas que moravam em um
pequeno barraco no município de Kayamandi. “Quatro de nós
dormíamos em um colchão. Um casal de namorados dormia no
quarto ao lado de nós.”
Isso não era bom. Tia Thoko não podia alimentar todos, e um dia
disse:
- Abongile, você terá que sair de casa e encontrar o seu próprio
lugar.
Ela teve que ir. Mas para onde?
- Há uma criança, uma das minhas crianças Kuyasa (membros do
coro), em busca de uma casa. Ela não tem onde ficar - minha
esposa Jenny me disse um dia.
- Mas, certamente, deve haver um lugar para onde ela possa ir - eu
respondi.
- Ela esgotou todas as possibilidades com os seus familiares e
amigos. Não há nenhum.
- Isto é impossível. Toda a família?
- Cassie, estamos procurando uma casa para ela há mais de duas
semanas. Essa criança vai dormir na rua e eu não posso permitir
que isso aconteça. Eu não sei o que fazer.
- Você deve se esforçar mais. Eu realmente não posso imaginar que
não exista ninguém que possa ajudá-la.
Uma semana mais tarde, Jenny tocou no assunto novamente.
- Nossa filha vai se casar em duas semanas, e vamos ter um quarto
vazio na casa. Eu não posso dizer que não temos quarto disponível.
Ela é a minha favorita entre todos os outros membros do coral. Eu
adoro o jeito dela. Parecia que minha esposa já estava com a ideia
pronta na cabeça.
- Podemos levá-la para nossa casa? - Jenny foi cautelosa.
- Quer dizer, a nossa casa?
- Sim.
- Você quer dizer, que ela vai morar com a gente?
- Sim.

Havia uma certeza em sua voz que não me agradava. Ela tinha me
dado uma escolha, eu precisava de tempo para tomar essa decisão.
“Eu vou orar sobre isso”, foi o que eu disse, quando na verdade o
que eu estava pensando era: “Essa é uma boa maneira de ganhar
tempo para sair dessa situação difícil”. Mas eu tinha de orar, porque
eu sabia que minha esposa iria voltar com o mesmo problema e eu
queria sair dessa. Isso poderia complicar nossa vida. Isso poderia
realmente complicar muitas coisas.

E eu comecei a orar. Ou, na verdade, eu queria começar a orar, mas


eu não conseguia encontrar uma oração. Como você ora em
situações como essa? Você diz: “Senhor, devemos adotar essa
criança?” Isso parece muito arriscado. Deus está do lado dos órfãos
e das viúvas, e você não quer perguntar isso para Ele, por que Ele
sempre estará do lado deles.

Você ora: “Senhor, dê uma boa razão para não adotá-la.” Isso me
pareceu bom, porque isso era o que eu realmente queria saber,
mas, de uma forma ou de outra, eu sentia que Deus não se
impressionaria com um pedido assim. E agora, como devo orar
então? O que você ora antes de dizer, “Que a sua vontade seja
feita”?

Não encontrando uma oração com a qual eu poderia comunicar-me


livremente com Deus, pedi mais tempo. “Eu preciso de mais uma
semana para ter mais clareza.” Eu disse a minha esposa. Ela
aceitou. Na outra semana seguinte, eu me vi em uma sala com
Deus, tentando falar com Ele, mas não encontrava palavras. É
incrível como o caráter e o comportamento de alguém determinam o
seu comportamento em relação a Ele. Neste caso, era mais do que
isso. Era como se o amor de um pai por uma criança órfã que Ele
favorece, se apresentasse como o agente de negociação para me
persuadir a adotá-la. Como nos aproximamos de um pai cheio de
tanto carinho? Como podemos falar com Ele?

De repente, percebi que a busca por um lar para esta criança órfã
tinha chegado ao fim. Não há mais necessidade de discutir ou falar
ou mesmo orar. A resposta era óbvia, “Abongile, pode vir!”
Ela veio de um barraco muito pequeno, de dois quartos ocupados
por seis pessoas, e agora está em uma casa muito maior ocupada
por cinco pessoas. Ela se mudou para um espaço totalmente novo,
um ambiente totalmente novo, toda uma nova maneira de pensar,
uma forma totalmente nova de fazer as coisas, toda uma nova
maneira de viver, e um modo de ser família, que ela nunca
experimentou antes.

Nas três primeiras semanas Abongile observava os meus filhos com


cuidado. Ela nunca tinha visto como uma criança deveria interagir
com um pai. Tudo era novo para ela.
Na hora de dormir ela ficava de longe assistindo os meus filhos
dizerem boa noite para mim. Ela os via, me dando abraços e, em
seguida, ela apenas acenava de longe e com um suave “Boa noite”,
e logo saia correndo.

Então, uma noite, quando eu estava folheando as noticias do dia, de


repente, eu notei que Abongile estava ao meu lado. Quando me virei
para ela, seus braços se abriram, e com seus grandes olhos ainda
maiores do que antes, ela sussurrou: “Boa noite, papai”.

Eu me abaixei e dei um abraço nela, e com a boca pertinho da sua


orelha, eu sabia que ela estava aguardando a minha resposta. O
peso do momento caiu sobre mim. Eu sabia que a minha reação
poderia definir o futuro de sua vida. Eu sabia que a minha reação
podia até definir o futuro da minha própria vida. E fui levado pela dor
de sua história, sabendo que ela nunca tinha tido, por todos os 15
anos de sua vida, a oportunidade de chamar qualquer um de
“papai”.

Pensei no peso da minha resposta. Se eu a chamasse de “minha


filha” agora, ela passaria de órfã a filha. Então, teria uma família, um
pai, pertenceria. Era como se uma onda de amor tivesse inundado
meu coração e caído sobre os meus lábios: “Boa noite, minha filha!”

Eu tinha uma nova filha! Ela tinha um pai!

O que realmente aconteceu em sua alma naquela noite eu não sei,


mas o que aconteceu comigo nunca vou esquecer. A alegria de
suas palavras reverberara no meu coração a noite toda: Ela me
chamou papai! Ela me chamou papai!

Enquanto as lágrimas não paravam de escorrer pelo meu rosto, um


novo mundo de compreensão se abriu para mim, a compreensão do
que significa ser um filho do Deus vivo.
Eu cresci conhecendo a Deus. Eu O conhecia e O amava, e tenho
uma lembrança bem remota disso na minha vida. Assim como meus
próprios filhos biológicos têm a tendência de não me valorizar, às
vezes, acho que eu não valorizava Deus.

Eu senti naquela noite que, embora eu soubesse que Deus, como


Cristo, o Salvador e o Espírito como guia, eu nunca realmente tinha
experimentado Deus como Pai. Eu redescobri o Deus Pai. Eu
redescobri o que significava ser filho do Deus Pai. Eu entreguei
minha vida a ele como criança. Eu nunca mais quis perder a
apreciação pelas coisas, de modo que a apreciação inundasse meu
coração para sempre.

Ela me chamou papai. Eu poderia chamá-lo de “Pai”!

ELE ME CHAMOU DE FILHO


Ao contemplar essa transição para Abongile eu tive de perguntar
para mim mesmo se eu tinha realmente feito a transição “do barraco
para a casa” com Deus. Será que eu realmente tinha feito a grande
transição? No que tal transição deveria implicar? A mudança de não
salvo para salvo ocorre com apenas um simples passo? Se não,
com quantos passos? Até onde vai essa jornada? E onde estou
nessa viagem? E quantos caminhos tem essa jornada?

À uma diferença significativa entre estar intimamente relacionado e


estar distante e familiarizado é a partilha de reputação. Eu poderia
desfrutar da gloriosa vitória da nossa seleção, mas se meu filho
fosse um membro dessa equipe, toda a equação mudaria. Agora eu
seria puxado para dentro do círculo de “glória”. Muito mais do que,
se eu mesmo fosse parte daquela equipe.

Isso é o que acontece com uma criança adotada. Você a coloca


dentro da reputação da nova família, seja boa ou ruim. As
referências que Abongile tem do “Irmão George” da “Irmã Jenny” da
“mamãe” e do “papai” coloriram sua própria reputação com toda
uma nova gama de cores!

Isso foi o que Abongile me ensinou. Sua adoção foi tanto para mim
como foi para ela. Eu estava impressionado com a descoberta de
que Deus queria me atrair para a sua própria reputação. Deus,
Aquele que tem tudo, que começou e mantém tudo o que acontece,
que é a origem e o destino, a razão do porque tudo existe. Deus,
Aquele que é o benevolente, que tem o poder sobrenatural,
merecedor de todo o respeito, aquele que é a manifestação do
poder caracterizado pela glória, que não somente exerce a glória,
mas é Glória. O Deus único não quer aproveitar da sua própria
glória Ele mesmo. Ele quer levar você e eu para dentro dela. O que
é uma verdade impressionante. Deus quer celebrar, manifestar, e
exercer a sua glória em nós!

Ele quer fazer isso de uma forma muito íntima. Não da mesma
maneira que um acionista obtém ou possui uma parte de alguma
coisa. Não, quando Deus declara Sua intenção de nos atrair para a
Sua glória (Hebreus 2:10), Ele quer fazer isso como um pai faz para
com seus filhos. Sendo pai, eu sei quanto minha vida é ocupada
pelos meus filhos. Toda a minha intenção é criar um ambiente em
que as suas capacidades possam ser alimentadas, criar um
ambiente no qual o seu caráter possa ser moldado e para criar um
ambiente no qual possamos compartilhar e desfrutar juntos. Isto é o
que Deus quer - uma partilha íntima da Sua glória.

Ele não quer compartilhar isso de uma forma que só o ambiente


seja preenchido com uma atmosfera gloriosa. Ele quer soprar Sua
glória em mim, e muito mais do que eu quero que os meus filhos
experimentem uma existência maravilhosa. Ele quer que isso seja
parte de nós, internamente.

PARTE III - IDENTIDADE SECUNDÁRIA


Para um cristão, a identidade primária descreve quem Ele é em
Deus. Por iniciativa de Deus, somos feitos “filhos de Deus” (1 João
3: 1). De acordo com a Palavra, está escrito em nossos
passaportes, “cidadãos do céu” (Filipenses 3:20). Somos chamados
de santos, “separados”. (Romanos 1: 7; 1 Coríntios 1: 2). Isso é
ótimo, mas ainda estamos caminhando na terra em uma zona com
tempo e lugar, portanto, uma história de passado, presente e futuro.
Quem somos nós comparados aos outros? Qual é a nossa
identidade secundária?

RECEBEMOS A NOSSA IDENTIDADE DO PASSADO?


Muitas vezes ouvimos as pessoas falarem sobre identidade, como
se fosse apenas hereditária. Tradicionalistas - tanto Xhosa ou Zulu
ou Africâners – sentimentalizam demais o passado como se
pudéssemos evitar o que está por vir. A orientação deles se
encontra no passado. Eles acreditam que caso se mantenham
apenas nas tradições do passado, sua identidade estará segura,
esquecendo-se facilmente de que eles não mantiveram todas as
tradições do passado, senão ainda estariam usando cavalos como
transporte e velas como luzes. De acordo com esses
tradicionalistas, somos o que nossos antepassados foram. Mas não
podemos viver no nosso passado. Identidade é passado, presente e
futuro. Quem eu sou agora e o que eu faço agora determina a minha
identidade. O que eu vou fazer amanhã determina também a minha
identidade. Identidade é passado, presente e futuro.

IDENTIDADE DO PASSADO: FILTRAR O PRÓPRIO


PASSADO
Há coisas que herdamos do nosso passado e não podemos mudar.
Eu não posso mudar a cor da minha pele, embora gostasse de
poder mudá-la para uma cor que parecesse mais Africana. Como eu
viajo ao redor do mundo, ninguém acredita que eu sou Africano
porque minha pele é branca. Com isso, gasto muito tempo para
convencer as pessoas. Eles geralmente pensam que eu sou um
missionário americano na África do Sul. Meus antepassados vieram
para a África em 1720. Se eu não sou Africano, o que sou eu? Eu
não posso mudar a cor da minha pele. Eu também não posso mudar
meu DNA, as minhas impressões digitais, a minha altura, a cor dos
meus olhos, os meus pais ou minhas experiências.

Há coisas que herdamos e podemos mudar, ou pelo menos nos


adaptar antes de adotá-las. Podemos, por exemplo, adaptar-nos às
restrições biológicas. Podemos decidir que parte da cultura nos
associaremos. Podemos decidir se vamos viver pelos valores dos
nossos pais. Podemos decidir como reagiremos às experiências,
estereótipos, etc. Podemos decidir qual parte da história de nossa
nação aceitamos como “nossa história”. O passado não tem
reivindicação sobre nós. Podemos afirmar ou negar o passado. Para
isso, temos de filtrar o passado, aceitando algumas coisas e
rejeitando outras. Temos que aceitar as coisas belas, mas rejeitar o
que estava errado.

Eu tive que olhar através da história da minha família com meus


filhos, para ajudá-los a filtrar o passado, como parte da
compreensão e da reivindicação de sua herança. Eles convidaram
para a própria vida fé, firmeza, resiliência, cuidados comunitários e a
acessibilidade do meu avô, mas a xenofobia criada pelo
colonialismo dos britânicos eles tiveram que rejeitar. Tiveram de
adotar a paixão por compartilhar o Evangelho, a fim de levar as
pessoas a receber Jesus, a ousadia, a disciplina e a luta por
excelência do meu pai, mas o racismo e os estereótipos do meu pai,
que vieram por meio do sistema do Apartheid, eles tinham de
rejeitar.

Ajudar meus filhos a rejeitar o racismo do nosso passado era muito


importante. Eles não faziam parte disso, mas eles tiveram que
adotar o fardo de se afastar disso e ajudar os outros a fazer o
mesmo, para que eles pudessem entrar no futuro sem estarem
totalmente desligados do passado.
Ajudar meus filhos a filtrarem o passado de uma igreja
institucionalizada à qual pertencíamos, também foi importante para
a saúde espiritual deles. Eles tinham que agarrar a centralidade da
Palavra da nossa igreja, mas rejeitar a passividade de alguns, por
exemplo. O pai tem de ajudar as crianças a entenderem a sua
herança. As crianças têm de aprender, o que elas devem aceitar do
passado. Ajude-as a filtrar o passado.

IDENTIDADE NO PRESENTE: ESCOLHER


OS VALORES CORRETOS, SELECIONAR
OS AMIGOS CERTOS E VIVER AS ESCOLHAS CERTAS
Identidade no presente é predominantemente formada por:
1. Os valores que adotei,
2. Os amigos com os quais eu me associo,
3. As escolhas holísticas que eu faço.

ESCOLHA INCULCAR OS
VALORES FAMILIARES CORRETOS
Os nossos valores são formados a partir de uma idade muito jovem.
Alguém disse bem: “Pessoas sem um sistema organizado de
pensamento estarão sempre à mercê de pessoas que têm um, ou à
mercê dos valores reinantes da sociedade.”

William Kilpatrick disse: “Os pais não podem, como já fizeram no


passado, se apoiar na cultura para reforçar os valores que deveriam
vir de casa. Na verdade, eles podem esperar que muitas das forças
culturais que influenciam seus filhos ativamente minarão esses
valores.”45

Sabendo disso, muitas vezes eu tinha de lembrar a meus filhos o


ditado “Você não pode crescer nobre na sociedade daqueles que
nunca tiveram um sentimento nobre ou deram à luz a um
pensamento bom; cuja conversa é somente sobre esportes, ou
intrigas, ou gado, ou dinheiro; cuja única ambição é uma boa
companhia, e cujo deus é o ouro.”46

Não só temos de advertir nossos filhos a respeito dos possíveis


impactos nefastos de certos valores, também temos de desenvolver
uma abordagem intencional de inculcar os valores corretos em
nossas crianças. Butch Heath escreveu:

Nós dotamos nossos filhos com a competência do


mercado,
mas não com convicção moral.
Ajudamos nossos filhos a se tornarem socialmente bem-
sucedidos,
mas não espiritualmente significativos.
Damos aos nossos filhos coisas boas, mas não as
melhores coisas.47

O guru do desenvolvimento de caráter, Kevin Ryan, explica que o


caráter é ensinado por Exemplo, Explicação, Exortação, Meio
ambiente e Experiência.

EXEMPLO
Se queremos que nossos filhos adotem um determinado conjunto de
valores, temos de lembrar da observação de Albert Schweitzer: “o
exemplo é a única coisa que realmente influencia os outros. Nossos
filhos são engolidos por diferentes sistemas de valores, muitos dos
quais vêm do que veem na televisão. Esses programas muitas
vezes têm a influência mais forte, uma vez que é um meio visual.”
Para combater essa forte influência, teremos de fazer melhor, por
meio da aplicação de todos os cinco fatores da inculcação de
caráter que Ryan fala a respeito.

Quando meu filho tinha 6 anos de idade, senti-me levado a lhe dizer:
“George, se você quer saber com o que um homem de verdade se
parece e como um homem deve amar a sua esposa, olha para mim
e eu vou lhe mostrar.” Por que eu tive o desejo de dizer isso a ele,
eu não sei, mas o que eu sei é que, quando me virei e sai do quarto
onde estávamos, uma enorme carga de responsabilidade caiu em
meus ombros. Era como se uma aliança com Deus e meu filho
tivesse sido selada. Daquele dia em diante, era como se meu filho
estivesse me olhando o tempo todo, mesmo quando eu estava
sozinho.

EXPLICAÇÃO
Depois de definir o exemplo, temos de acreditar que as crianças
podem copiar o que veem, temos de explicar a elas, porque esses
valores são escolhidos acima de outros valores. Temos de estar
convencidos de que os valores que escolhemos são melhores que
outras combinações de valores e devemos saber explicar o porquê
de termos dito isso. Os filhos devem saber que todas as escolhas
são feitas a partir da base de um sistema de valores, consciente ou
subconscientemente. Nossas explicações os ajudam a serem mais
conscientes, de modo que o sistema de valores contaminado pela
cultura reinante, não domine sua vida.

Como pai, o homem tem de demonstrar primeiro (exemplo) como


fazemos nossas escolhas (que carro comprar, como gastar nosso
tempo e dinheiro, onde passar nossas férias ou quando devemos
ajudar aos pobres), devido ao sistema de valores que escolhemos.
Então, temos de explicar/treinar nossos filhos como devem derivar
as suas decisões a partir de uma “vida de valores” que escolheram.
“Você vai ver o que fizemos, como família, para escolher nossos
valores familiares.” Esses valores determinaram nosso orçamento e
nosso tempo, e ao longo do caminho, explicamos aos nossos filhos
que os nossos valores determinam o porquê nós escolhemos o que
escolhemos.

EXORTAÇÃO (INCENTIVO)
Com exortação acreditamos que a afirmação positiva (incentivo) do
bom comportamento é sempre muito mais forte do que a correção
do comportamento errado. As crianças devem ser encorajadas a
expressarem claramente seus valores no comportamento que
adotam e devem ser recompensadas com uma forte afirmação,
cada vez que fazem isso. Ouvi meu avô dizendo para minha mãe,
quando eu tinha apenas cinco anos de idade que, quando eu fazia
algo, eu fazia bem feito. Isso ficou comigo por toda a minha vida,
como inspiração enorme para continuar a tentar fazer tudo da
melhor forma.

Entretanto, exortação também significa correção. O pai tem de


constantemente reajustar o comportamento dos filhos para garantir
que fiquem alinhados com seus valores. Quando o meu filho George
tinha 11 anos, disse-me que precisava de um novo par de tênis. E
essa foi a forma como a conversa se desenrolou:

- Você precisa um tênis novo?


- Sim, Pai, eu quero um Nike. (Imediatamente eu reconheci que
tínhamos uma contaminação da marca que tão facilmente se
instala.)
- Por que Nike, George?
- Porque eles são bons papai. (Eu fiquei chateado com essa
declaração, porque sabia que meu filho estava evitando a verdade
honesta e eu estava convencido de que nessa fase - isso foi por
volta de 1996 - Nike não fazia os melhores tênis.)
- Vamos George, por que Nike?
- Todo mundo usa Nike, pai. (Agora eu estava ficando louco. Eu
sabia que nem todos os seus amigos usavam tênis da Nike. Eu já fui
para a quadra de tênis com ele vezes suficientes para saber isso.)
- Isso simplesmente não é verdade George. Quando alguém mente,
isso me perturba muito. E, pior, se esse alguém nem percebe que
está falando bobagem.
- Ah, pai! Por que está tão estranho? Por que você é tão chato?
- Eu não sou chato. Você é quem está sendo chato; mentir é errado.
Diga-me a verdadeira razão pela qual você quer usar um tênis Nike .
- Ernst usa Nike, pai. (Isso não ajudou a sua causa).
- É Ernst quem vai decidir por você o que você calça? O que mais
está Ernst vai decidir por você? O que você estuda? A namorada
que você vai ter um dia? Quem é que vai se casar com você? (Você
pode ver que exagerei um pouco aqui.)
- Não, papai.
- Ok, então tome suas próprias decisões. Amanhã você vai até uma
loja e vai pesquisar quais são os melhores tênis que eles têm.
Encontre quatro razões pelas quais um tênis específico deve ser
comprado e eu vou comprá-lo. (Apenas para o registro, após a
pesquisa, compramos um tênis da New Balance).

Por que tudo isso? Você pode perguntar. Foi para ensinar para o
meu filho que eu não permitiria que os sistemas de valores da
cultura reinante determinassem as nossas decisões. Gostaríamos
de tomar nossas decisões, nós mesmos. E os nossos valores vão
determinar nossas decisões. Nesse caso, foi o valor de comprar o
melhor produto que podíamos e não permitir que a moda ditasse
nossas escolhas. A correção é muito importante.

AMBIENTE
Eu acredito que certos valores só podem influenciar nossos filhos
em ambientes específicos. Portanto, o pai deve expor
intencionalmente seus filhos a esses ambientes. Isso é
especialmente importante pouco antes de as crianças passarem da
fase “da casa” para a fase de “aventuras em grupo”.

Um ambiente específico que impactou a vida dos meus filhos foi


Kolkata (então Calcutá), Índia. Nós organizamos uma viagem
missionária à Índia, em 1998, com 19 amigos da Namíbia. Foi-nos
oferecido que trabalhássemos na “Theresa’s home for the dying”,
chamada Kalighat. Minha esposa e os meus filhos (que na época
tinham 16, 13 e 10 anos de idade) também foram.

Trabalhar com os moribundos, em um lugar tão extremamente


diferente de qualquer um que meus filhos já tinham experimentado,
desafiou o sistema de valores deles até a raiz. Analisar essa
experiência com eles e com o grupo que nos acompanhou, e reviver
regularmente essa experiência em nossa mente, enquanto
viajávamos de trailer pela Europa, depois do nosso tempo lá,
solidificou uma nova perspectiva de valor permanente. Desde
aquele dia, tivemos muito poucas queixas por não termos o
suficiente ou qualquer tipo de “espírito” exigente dominando sua
mente durante toda a adolescência. Eu, literalmente, não tinha
dinheiro para essa viagem e para a próxima experiência global que
eu tinha providenciado para nós, mas eu sabia que isso seria
essencial para os meus filhos. Por causa disso, refinanciei minha
casa, e acrescentei mais cinco anos para o pagamento da hipoteca,
mas o investimento na vida dos meus filhos não teve preço.

Saí da viagem acreditando que todo pai que têm crianças que
crescem em uma zona de conforto, de afluência privilegiada deve
levar seus filhos, quando eles tiverem cerca de 10 anos, para um
ambiente extremamente oposto, para que possam aprender e serem
transformados no seu modo de pensar. Isso é essencial, antes de
entrar na adolescência, tempo em que vão encontrar o impacto do
sistema de valores que um ambiente rodeado de amigos causa.

EXPERIÊNCIA
Em outubro, eu acho que de 1995, meus filhos começaram a falar
sobre presentes de Natal. Fiquei chocado quando começaram essa
discussão, dois meses antes do Natal. Meu segundo incômodo foi a
maneira como eles se envolveram nessa conversa. Eles começaram
assim:

- Pai, o que é que vamos ganhar de Natal?


- Natal? Faltam dois meses para o Natal e vocês já querem saber
isso? E por que vocês perguntam o que vão ganhar de Natal? O
Natal é época de dar ou de receber?
- Receber ou dar, qual é a diferença?
- Há uma grande diferença! Deus deu ou recebeu seu filho no
Natal?
- Ele deu o seu Filho por nós.
- Exato. E nós celebramos isso, portanto, devemos celebrar o dar e
não o receber.
- Ok, mas o que vamos ganhar de Natal, então?

Após uma breve discussão, decidimos dar presentes para as três


crianças mais pobres da cidade, na época. Quando o Natal se
aproximou, a “Child Welfare” selecionou as três crianças mais
pobres, com a mesma idade e sexo dos nossos filhos e nós
pegamos essas crianças e fomos às compras. Eu dei para cada um
dos meus filhos dinheiro suficiente para comprar um presente
decente para seus novos amigos, e também expliquei que eu estava
preparado para pagar um pouco mais, se necessário.
Depois de algum tempo, meu filho veio e disse:

- Pai, eu preciso de mais dinheiro.


- Por que, George?
- Você não vai acreditar em mim.
- Eu vou tentar. Por quê?
- Você realmente não vai acreditar em mim.
- Vamos, George. Por quê?
- Ele comprou uma boneca, pai.
- O que? Um menino de 11 anos de idade escolheu uma boneca?
Eu não acredito em você.
- Eu lhe disse que você não iria acreditar em mim.
- Por que, George? (Este “por que” estava carregado. Minha mente
estava pensando sobre a confusão sexual do mundo e o quanto
esse menino estava perdido).
- Você sabe por que, pai?
- Não (Minha resposta foi curta e afiada, um esforço para bloquear
todos os pensamentos negativos que eu estava tendo.)
- Ele comprou a boneca para a irmã dele, pai!
- Irmã dele?
- Sim, sua irmã.
- O quê? Eu estava atordoado. (Pela confusão dos meus
pensamentos, em contraste com a pureza dos pensamentos do
menino.)

Pela primeira vez na vida, esse pobre menino teve a oportunidade


de comprar para si algo novo, e ele não pensou em si mesmo, mas
voluntariamente comprou para sua irmã um presente. Fiquei
espantado! Minha esposa e eu não conseguíamos controlar as
nossas emoções. Meu filho saiu correndo com mais dinheiro para
convencer seu novo amigo a comprar um presente para ele
também. Nós choramos muito, escondidos atrás do rack de roupas
da loja.

Queríamos dar para esse menino um presente, mas em vez disso,


ele deu o maior presente de todos para meu filho - a experiência de
ver o que significa ter os valores corretos enraízados no coração.
Isso não teve preço.

Essa foi uma excelente experiência de construção de caráter para


meu filho. A experiência depositou o valor mais precioso da
abnegação na vida do meu filho. Isso se confirmou para nós quando
vimos o nosso filho distribuindo presentes de Natal para as crianças
de rua no ano seguinte, e nem era para termos ficado sabendo
disso. Dirigindo de volta para casa, George começou a falar sobre o
que ele aprendeu com seu pobre amigo. Para George, essa talvez
tenha sido a maior lição de sua vida: É melhor dar do que receber!

OS VALORES SÃO OS FILTROS DE DECISÕES, OS


PIVÔS DO COMPORTAMENTO.
Temos de compreender quão fundamental é escolher os valores
corretos. O nossos conjuntos de valores, que deveríamos receber
da Bíblia já que somos cristãos, são o sistema de filtragem que
forma nossa mente e nossas emoções, que por sua vez determinam
nossas decisões, e, em seguida, o nosso comportamento.
O Espírito para os cristãos, as crenças de outras religiões ou o ego
das pessoas não-religiosas dominam os valores que escolhemos.
Todas as informações que vêm a nós são filtradas pelos nossos
valores. Eles é que determinam com o que nos envolvemos, e o que
nós rejeitamos. Os valores que escolhemos determinam como
nossa mente reage e quais emoções expressamos. E nossa mente
mais nossas emoções determinam nossas decisões. E nossas
decisões moldam nosso comportamento. Nossos valores são,
portanto, fundamentais para a nossa vida.

ESCOLHENDO OS VALORES DA SUA FAMÍLIA


Minha filha biológica mais jovem tinha três anos, quando tivemos
nossa reunião para escolher os valores da nossa família. Eu era o
presidente autoproclamado dessa reunião, e o objetivo do dia era
apenas um: escolher de três a cinco valores principais para a nossa
família.

- O que são valores? - perguntou ela.


- Os valores são as coisas que deveriam ser mais importantes para
nós.
- Isso é fácil - ela respondeu. Devemos cuidar das crianças pobres.

Não havia incerteza em sua voz e sua confiança me assustou.


Tentei levá-la de volta a um nível mais aceitável de pensamento por
meio da clarificação, “Lembre-se, que agora estamos escolhendo as
três coisas que devem ser as mais importantes para a nossa
família.”
Eu esperava que ela respondesse coisas como, Jesus, união da
família e esportes, porque essas seriam respostas mais aceitáveis
que poderiam ter sido facilmente acomodadas em nossa orientação
familiar existente. Ela foi irredutível: “Devemos cuidar das crianças
pobres.”
Minha esperança era que as outras crianças tivessem uma opinião
diferente.

- O que você acha, Almarie?


- Jenni, você está certa, cuidar das crianças pobres é muito
importante.
- Mas isso deve ser uma das três coisas mais importantes para nós?
- eu tentei.
- Sim, definitivamente.

Minha esperança para nos tirar desse dilema estava em meu filho
George. Ele era o mais sensato de todos eles. Suas emoções não
determinavam suas decisões, e este não era o momento para
sentimentalismo.

- O que você diz, George?


Ele deu sua habitual analisada:
- Hmmm ... hmmm ...
E, em seguida, respondeu:
- Eu acho que cuidar das crianças pobres deve estar definitivamente
entre os três primeiros.

Chocado, eu me virei para minha esposa ao meu lado. Seus olhos


estavam arregalados. Eu podia vê-la calculando os custos e
pensando.

- Por que você fez essa pergunta tola? Jesus, nos tira dessa.
Eu estava tão assustado quanto ela; eu só fiquei pensando se eu
tinha o direito de veto nessa situação. Então minha esposa respirou
fundo e com os olhos inabaláveis respondeu:

- As crianças estão certas. Cuidar das crianças pobres deve ser o


número um.
Normalmente, eu consigo permanecer firme se ninguém mais
concordar comigo, mas dessa vez eu estava anestesiado. Era como
se uma grande mão, com um grande selo de autoridade, tivesse
carimbado “aprovando” essa sugestão. Eu estaria desafiando o
destino, se eu discordasse. Então eu concordei:

- Certo, então esta será a nossa prioridade número um.

Nós escrevemos mais alguns valores fundamentais naquele dia e


escolhemos o nosso top cinco. Até hoje nós revisamos esses
valores a cada dois anos, e por enquanto são:

1. Empoderar os outros (servir aos pobres, progredir para


capacitar os pobres).
2. Termos uma identidade do Reino excepcional (nosso
envolvimento intencional no discipulado está nos ajudando melhor
com isso).
3. Integridade (aqui a transparência é fundamental para nós).
4. Exposição (queremos aprender constantemente).
5. Enriquecimento intercultural (40 culturas enriquecem as nossas
vidas todo ano).

O pai precisa guiar sua família na escolha de seus valores. Mais que
qualquer outra coisa, os valores que você escolher vão determinar a
identidade de cada membro da família, se esses valores forem
seguidos.
Seguem dois conjuntos de valores. O primeiro poderia ser descrito
como um conjunto de valores cristãos e o segundo poderia ser
descrito como um conjunto de valores não cristãos. É sempre bom
não somente escolher os valores específicos, mas formular o valor
de contrapartida também. Isso define o valor que você escolhe, mais
especificamente. Se você, por exemplo, escolher simplicidade,
então você rejeita a acumulação de riqueza. Dessa forma, você tem
uma visão diferente. Há uma nuance diferente em seu significado.
Use os conjuntos de valores abaixo como indicadores de quais
valores você e sua família vão escolher juntos. Faça isso em uma
“reunião oficial em casa.” Anote os valores e os contra valores.
CONJUNTO DE VALORES 1 CONJUNTO DE VALORES 2
Verdade absoluta Verdade relativa
Integridade Imagem
Interdependência Individualismo
Envolvimento social Isolamento Social
Serviço Autosobrevivência
Participação energética Observação passiva
Originalidade/Criatividade Imitação
Reorientação constante Ações sem pensar
Habilidade e cuidado Apressado e descuidado
Autocontrole Impulsividade
Perspectiva de longo alcance Gratificação instantânea
Produtividade Procrastinação
Ocupação por vocação/chamado Ocupação por sobrevivência
Lucro como um meio de
Lucro como o objetivo principal
segurança
Honestidade Desonestidade
Sem responsabilidades
Laços familiares importantes
familiares

SELECIONE OS AMIGOS DA FAMÍLIA


COM O DNA CERTO
“Vocês se parece com as pessoas à sua volta”. Essa é uma
convicção crescente em mim. As pessoas mais próximas a você não
só determinam quem você é, elas também expressam quem você é.
Seus filhos vão entender muito mais sobre você pelas pessoas que
andam com você e outras pessoas vão conhecer você muito melhor
pelas pessoas que lhe rodeiam. Essas pessoas têm a
responsabilidade de ajudar você a se desenvolver em todas as
esferas de sua vida: espiritual, emocional, social, intelectual e física.

Então, quem você tem perto de você? Abaixo está uma tabela de
apoio que indica o tipo de pessoas que você deve ter a seu lado
para terem um impacto real sobre a sua vida e por meio do qual
você pode ter um impacto real sobre as outras pessoas.

Deve haver entre sete e nove pessoas muito próximas na vida de


todos nós. Elas são:

• O mentor - pessoa que é o nosso mentor para toda a vida (se


você quiser diferenciar entre o discipulador e o mentor, e só
imaginar o discipulador como um treinador espiritual e o mentor
como um treinador de vida). Para mim, tanto o discipulador e o
mentor têm a mesma função: treinadores para toda a vida.
• O aluno - pessoa com quem fazemos coaching a vida toda.
• O treinador - alguém que nos treina em uma habilidade
específica.
• O herói - alguém a quem admiramos, embora não sejamos
capazes de nos tornar como essa pessoa. (Martin Luther King, Jr. é
um dos meus.)
• O membro da família - pessoa na família que tem intimidade
emocional muito próxima com a gente, quase como uma alma
gêmea dentro da família. Essa pessoa vai ser alguém dentro da
família com quem seremos totalmente transparentes.
• O círculo interior - amigos que são almas gêmeas de verdade
(mesmo sexo). Seu cônjuge não pode ser uma dessas pessoas (a
esposa tem o lugar próprio dela).
• O validador - pessoa que vai continuar com a nossa missão na
vida, e dar continuidade a ela mesmo quando não estejamos mais
aqui.

Olhe para a figura a seguir e veja como muitas cadeiras em torno da


mesa da sua vida estão preenchidas e quantas estão vazias. Anote
o nome de cada um que está sentado em uma cadeira, em volta da
mesa da sua vida. Em seguida, comece a fazer um esforço
intencional para encher as cadeiras vazias, abordando possíveis
candidatos e pedindo que preencham essas cadeiras e assumam as
respectivas funções.

ESCOLHAS IMPLEMENTADAS
DETERMINAM A NOSSA IDENTIDADE
Nós realmente trabalhamos nossa identidade em uma base diária.
Confirmamos nossa identidade escolhendo como moldá-la ou violá-
la. Cada escolha que fazemos, faz uma coisa ou outra. É por isso
que as escolhas são tão vitais.

1. FAZER UMA ESCOLHA!


William James disse: “Quando você tem de fazer uma escolha e não
faz, isso em si é uma escolha.” Então, o mundo em que vivemos faz
as escolhas para nós e define o nosso destino. É por isso que Denis
Waitley diz: “Há duas decisões principais na vida; aceitar as
condições como elas são, ou aceitar a responsabilidade de mudá-
las. E eu quero acrescentar:

Há pai que permite que seus filhos cresçam com mentalidade de


vítima. Eles caem no jogo da culpa ou o jogo da vergonha e têm
pouquíssima responsabilidade pelo próprio destino na vida. Esses
filhos ficam esperando pela sorte para mudar a vida e, assim, se
desumanizam em uma dormência do destino. Algumas pessoas
espiritualizam isso, deixando de contar com a sorte e passam a
contar com Deus, como espécie de mágico que vai polvilhar o pó de
“pirlimpimpim” e mudar a vida sem o nosso esforço. Devemos ter
intencionalidade em nossas ações e devemos ensinar nossos filhos
a assumirem a responsabilidade pela elaboração e aplicação das
escolhas certas.

Se queremos que a nossa identidade seja bem definida, temos de


fazer as escolhas certas. Nossas escolhas nos fazem os autores de
nosso próprio destino. Cada escolha redefine o sentido da nossa
vida.

Victor Frankl aprendeu com os desafios nos campos de


concentração nazistas que, se uma situação não pode ser alterada,
se o sofrimento não pode ser evitado, o que é retido é a liberdade
de mudar a nós mesmos. Um potencial exclusivamente humano é o
de transformar uma tragédia em um triunfo pessoal. George Eliot
estava certo quando disse: “O princípio mais forte do crescimento
reside na escolha humana.”

2. DETERMINE QUAL VAI SER O SEU PADRÃO PRINCIPAL


A constituição de um país determina as decisões de um país. Da
mesma forma, a “constituição” que cada pessoa usa para tomar
suas decisões é o conjunto de valores que escolheu. Quando você
tem de tomar qualquer decisão, conscientemente ou
inconscientemente, reflete as decisões determinadas por um padrão
principal. Seu padrão principal é a influência mais determinante em
sua vida. O que ou quem quer que seja esse padrão, vai determinar
como você faz escolhas.

Se você não determinar o seu padrão principal, algo ou alguém o


fará por você, e suas escolhas seguirão os valores dessa cultura.
Complete as frases abaixo para entender melhor por quais valores
você estará vivendo, se você não tiver certeza do seu “padrão
principal”:

• Se a cultura da nação decide por mim, então.


• Se meus amigos decidem por mim, então.
• Se a minha família decide por mim, então.
• Se meu manual de fé decide por mim, então.
• Se os meus valores determinam as minhas decisões, então.

Compreender o ponto de referência de suas decisões é


absolutamente vital para fazer as escolhas certas. O pai deve treinar
seus filhos a compreender isso.
3. FAÇA ESCOLHAS PARA CADA ÁREA DA VIDA
As escolhas que você faz em todas as seis dimensões do ser
humano vai expressar uma grande parte da sua identidade.

As seis dimensões que compõem o Ser Humano

O pai deve ajudar os filhos a fazer escolhas certas em cada


dimensão da vida. A seguir, você encontra uma tabela de escolhas
possíveis em cada uma das dimensões. Todos devem fazer a sua
escolha e compreender as consequências de cada escolha.

ESCOLHA QUEM VOCÊ QUER SER EM CADA DIMENSÃO


FÍSICA
Descolado
Sarado
Magro
Atraente
Fashionista
Saldável
ESPIRITUAL
Comprometido
Influenciador
Ligado
por princípios
Disciplinado
Fiel
EMOCIONAL
Estável
Entusiástico
Empolgado
Diferente
Intenso
Relaxado
SOCIAL
Caloroso
Divertido
Solido/Genuíno
Ouvinte
Aventureiro
Carinhoso
AMBIENTE
Encaixa-se
encaixa com
a cultura
Cria
nova cultura
Rico
Cuida do
meio ambiente
INTELECTUAL
Trabalhador
Criativo
Filosófico/
Pensativo
Esperto
Tem
conhecimentos
gerais
Sobressai-se
Calculista

4. ESCOLHAS TRAZEM CONSEQUÊNCIAS


Cada escolha que você fez a partir das listas citadas tem
consequências. Por exemplo, se eu decidir que quero estar em boa
forma física, eu não posso simplesmente sonhar em ficar em forma.
Eu tenho de treinar muito para isso. Isso significa horas de dor e
suor. As crianças também têm de compreender a cada escolha que
dizem sim, há alguma coisa por implicação, para qual também
dizem não. Se eu disser sim à intoxicação, eu digo não para à
sobriedade. Se eu digo sim ao sexo antes do casamento, eu digo
não para me casar virgem.

Na minha responsabilidade como pai, eu, por várias vezes, lembro a


meus filhos que todos nós aspiramos viver na “Terra Prometida.”
Para chegar à Terra Prometida, temos de deixar a “escravidão do
Egito.” Nós não podemos alcançar a Terra Prometida e sermos
escravos ao mesmo tempo.
Quando eu era um menino de 13 anos de idade, morria de amor por
uma linda jovem. Nunca vou me esquecer do dia em que eu estava
sentado em frente a ela na sala de sua casa, dizendo: “Se
continuarmos com esse relacionamento até nos casarmos, levará
pelo menos dez anos, antes que isso aconteça. Eu quero me casar
virgem e eu sei que você também. Isso significa que teremos que
ser super cuidadosos e respeitar um ao outro fisicamente. Eu quero
que você saiba que isso é muito importante para mim.”

Não nos casamos, mas o importante é sabermos que, não há


arrependimento sobre a forma como tratamos um ao outros
fisicamente. Eu quero que meus filhos também possam se orgulhar
das restrições que eles aplicam a si mesmos que lhes permitirá
chegar à terra prometida.

5. IMPLEMENTAR ESCOLHAS
Scott Belsky escreve em seu livro, Making Ideas Happen - Fazendo
ideias acontecerem, que diz que implementar é mais importante do
que ter a idéia. Ele usa esta equação:

Imaginação x Implementação = Inovação.


A equação a seguir (adaptada de seu livro) nos confronta com uma
dura realidade:

Se tivermos uma visão normal (5), mas nenhuma implementação


(0), então não temos resultado (0). A equação: 5 × 0 = 0.

Se tivermos uma visão enorme (110), mas nenhuma implementação


(0), então ainda não temos resultado (0). A equação: 110 × 0 = 0.

Se tivermos uma visão pequena (3), mas implementar quase tudo


(2), então temos resultados reais positivos (6). A equação: 3 × 2 = 6.
48
Nós homens, como pais, temos que ensinar a nossos filhos que
devem ser firmes em suas escolhas, se essas são metas que
estabeleceram para si próprios na escola ou no esporte, ou alvos
morais que eles estabeleceram para si próprios; para manter um
certo caráter, eles terão de ser firmes com essas escolhas:

3 Se nós decidimos que vamos determinar os resultados pelas


escolhas que fazemos,

+2 então, fazer as escolhas certas em todas as áreas da vida e


implementar as nossas escolhas com resiliência para alcançar a
meta, Vamos ter esculpido a nossa identidade com clara distinção
em relação aos outros.

=6 Vimos que a identidade é derivada de um passado filtrado,


valores, os amigos e as escolhas feitas no presente. Vamos passar
ao que determina a minha identidade no futuro.

IDENTIDADE NO FUTURO:
VIVER A MISSÃO CERTA

QUEM EU QUERO ME TORNAR NO FUTURO?


Já que a identidade é fluida, o futuro vai dar forma à minha
identidade também. Mas como isso funciona? Quando meu filho
deixou a África do Sul para jogar tênis universitário nos EUA, aos 19
anos de idade, uma de suas últimas perguntas foi: “Pai, o que nos
reserva o futuro?” De repente, me lembrei de um ditado que ouvi há
muito tempo pelo professor John Schaar:

“O futuro não é um lugar para onde estamos indo, mas que


estamos criando. Os caminhos não são para serem
encontrados, mas feitos. E a atividade de fazê-los muda
tanto quem o faz quanto o destino.49”
No capítulo 5, lidamos com a nossa declaração de missão. Esta
declaração é o “desenho do arquiteto” da nossa futura identidade.
Devemos fazê-la em oração com o arquiteto de todos os destinos.
Ela é o que nos esforçaremos para ser. O pai deve ajudar todos os
membros da família a ter e viver uma declaração de missão de vida.
A partir dos 10 anos de idade, as crianças devem ter uma
declaração de missão de vida que vai se desenvolver melhor à
medida que crescerem. Antes disso, mesmo a partir de 5 anos de
idade, elas devem ter modelos para seguir, alguém mais real do que
o Homem Aranha.

NOSSA MISSÃO DEFINE A NOSSA


IDENTIDADE, MAIS DO QUE A NOSSA VISÃO
Apesar de que ter uma visão cristalizada do futuro ideal seja muito
importante, o processo (a missão) é tão importante quanto alcançar
o destino. Em nossa cultura de gratificação instantânea temos
desvalorizado o processo. Temos de lembrar esta parte do ditado,
“E a atividade de fazê-los muda tanto quem faz quanto o destino.” A
escalada, não o topo da montanha, treina-nos bem.

Em seu livro sobre as disciplinas espirituais, John Ortberg compara


tentativa com treinamento.50 Podemos tentar nos parecer com um
famoso jogador de tênis, mas é somente por meio da formação que
desenvolvemos o potencial para nos tornarmos um. Ajudar nossas
crianças a moldarem a sua identidade futura, focando na missão
certa, será a melhor contribuição para uma identidade sólida.

Todos os membros da família devem ter uma declaração de missão.


Esse deve ser o assunto de discussão mais regular em casa. Sem
forçar declarações de missão devemos montar em conjunto e,
devemos olhar se há denominadores comuns e se eles indicam uma
missão compartilhada para toda a família. Essa é uma força
poderosa para o espírito de solidariedade na família e cria um
melhor ambiente para uma identidade compartilhada. Se for
possível, crie um brasão em que a missão ou missões da família
sejam retratados. Isso vai incutir um senso de identidade ainda
maior.

Um pai afirma identidade quando:

1. Ajuda seus filhos a peneirarem o passado e manter apenas as


partes benéficas de sua herança.

2. Retém os valores corretos, associar-se a amigos certos e


implementar as escolhas certas no presente.

3. Dirige seus filhos para que mantenham o curso da missão


benéfica que escolheram.

Como homens que são pais, devemos ajudar nossos filhos a


responder a perguntas sobre identidade, porque vão buscar em nós
a resposta, mais do que em qualquer outra pessoa em sua vida.

Todos os membros da família devem ter uma declaração


de missão. Esse deve ser o assunto de discussão mais
regular em casa.
Ao cuidar do meu neto por uma tarde, pude observar sua
necessidade de segurança. Ele tinha três anos na época, e eu
estava trabalhando na minha mesa. Ele estava na sala ao lado, e eu
podia ver a maioria das coisas que ele estava fazendo e ouvia tudo.
Ele estava brincando com carros, blocos e parecia perdido em um
mundo próprio. De vez em quando, parecia que o nosso mundo
entrava no seu imaginário e ele olhava para ver se eu ainda estava
lá, ou andava até mim e colocava a mão no meu braço. Um sorriso
era suficiente e ele estava livre para voltar para o seu mundo de faz-
de-conta.

Quando o pai é a autoridade moral adequada, a profundidade de


suas convicções e a liberdade de sua disciplina criam uma
sensação de segurança para os filhos. Quando a identidade do pai é
refletida em seus filhos - valores, amigos, escolhas - eles se sentem
seguros por saber quem são. O mundo lá fora pode ser um lugar de
sombras, cinzas indistintas e incerteza, mas a nossa casa deve ser
um lugar de refúgio das sombras. É vital estabelecer uma base de
autoridade moral e identidade, mas igualmente importante, é “o ar
que você respira” na casa. De nada adianta, a fundação ser forte, se
a atmosfera for tóxica. Já que a segurança é encontrada na
combinação de verdade e amor, o pai contribui para a segurança
fundamental, estabelecendo a verdade com a segurança
atmosférica de amor. O pai deve criar um ambiente de amor, um lar
em que a estabilidade emocional e a comunicação transparente
gerem uma garantia de bem-estar, um lugar de certo equilíbrio e
respiração livre.

PATERNIDADE QUE CRIA MEDO,


CULPA E VERGONHA
Claire poderia ser a garota propaganda para os efeitos de crescer
sem sensação de segurança. Seu pai era advogado; o principal
valor que ele comunicava era o de fazer dinheiro. Homem muito
religioso, o pai de Claire governou sua casa como se fosse um
castelo. Ele não era um parceiro para a esposa; estava mais para
tirano, constantemente depreciando-a e a humilhando em casa,
enquanto declarava seu amor por ela e falava sobre a importância
do casamento, quando estava na igreja. A mãe de Claire nunca
podia fazer o suficiente para agradá-lo.

Claire tinha três irmãos mais velhos, e o pai tinha grande orgulho
deles por causa de suas realizações atléticas. Quando os filhos
tratavam a mãe como seu pai fazia, ele não percebia. Como
poderia? Claire, que tinha um talento natural para a arte, era tratada
como se sempre estivesse atrapalhando. Seus projetos de arte
eram um inconveniente, não importando onde ela decidisse fazê-los.
Ela foi muitas vezes disciplinada pelo pai, simplesmente por estar no
meio do caminho e apanhava da mãe, pois ela queria agradar ao
marido. Na adolescência, veio à tona que seu pai teve vários casos
com jovens estudantes de Direito e Claire observava a mãe ser
humilhada e culpada por esse comportamento. O ar da casa sempre
foi pesado e tenso, e Claire saiu de lá assim que foi possível.

Quando chegou à fase adulta, Claire não sabia quem era. A


consciência não lhe permitia que assumisse a identidade do pai. Se
se sentiu amada em casa, foi de forma muito condicional. A vida
girava entorno do capricho do pai. Por mais que tentasse, Claire
raramente sentia que lhe agradava. A fundação escorregadia e a
atmosfera nociva geraram um fruto que podia ser visto em sua
página do Facebook. Seu status era dirigido a amigos e parecia ser
sobre o que acontecia naquele dia, e até mesmo os leitores mais
destreinados podiam ver seu desejo por trás de tudo; saber quem
ela era, e ser amada. Cara a cara, Claire contava histórias de
relacionamentos quebrados e abusos. Ela procurava homens para
dar o que ela sentia falta. Uma e outra vez Claire encontrava
homens como seu pai e seus irmãos que a tratavam como um
objeto a ser usado e descartado. Incapaz de compreender o seu
desenraizamento e insegurança, a arte de Claire era sombria,
obscura e cheia de autoaversão. No entanto, ela era generosa e
engraçada. Seus amigos adoravam seu humor leve, mas tinham de
formar uma rede de apoio para ela quando ficava depressiva e tinha
pensamentos suicidas.

Dizer que, sem uma fundação segura, uma criança vai ser insegura
parece afirmar o óbvio, mas nós o vemos com tanta frequência que
isso não deve ser tão evidente como pensamos. Dá para fazer um
experimento social simples sobre esse assunto. À próxima festa
para a qual você for convidado, observe as interações. Quem na
multidão parece confiante e relaxado? Não apenas animado, mas
confiante. Os que são a “luz” da festa estão muitas vezes
mascarando inseguranças e escondendo a vergonha. Quando
alguém parece confortável em sua própria pele, normalmente tem
uma história para contar de um pai afetuoso e amoroso.
PATERNIDADE QUE IMPULSIONA
O DESEMPENHO
Stellenbosch, cidade universitária em que eu cresci, é sem dúvida
uma das mais belas cidades do mundo, mas por trás do ambiente
de excelência, residem sete “irmãos da destruição”, cujos nomes
são: expectativa, performance, frustração, rejeição, vergonha, culpa
e medo. Eles são um bando de ladrões que vão para a guerra juntos
e atacam em sequência.

O irmão mais antigo é a expectativa, que constantemente move o


conceito de sucesso para cima. Porque ele nunca para de crescer,
continua a levantar a barra, dizendo: “Aqui é onde você tem de
chegar!” O segundo irmão é o líder de torcida. Ele é tão
entusiasmado que consegue que muitas pessoas sigam o seu
mantra, “Performance vence!” Ele faz com que todos acreditem que
não há valor maior do que o alto desempenho e que, no caso de
Stellenbosch é prestígio acadêmico e esportivo. O terceiro irmão
oscila em suas emoções. No momento em que você se desvia um
pouquinho da perfeição, ele começa a sussurrar em seu ouvido:
“Você não atendeu às expectativas. Você nunca vai conseguir fazer
nada direito.” Ele arrasta pra baixo e com o seu peso, sufoca a
muitos. Em seguida, o quarto irmão o gângster, Rejeição, entra em
cena e enfia uma faca em sua alma. Ele anuncia com convicção,
“Você não é bom o suficiente! Você não é aceito. Ninguém precisa
de você.” Principalmente deixa você com a convicção de que você
não é bom o suficiente, mas, às vezes, ele até consegue convencer
os outros a acreditarem o mesmo, sobre você também. Os três
irmãos, vergonha, culpa e medo são trigêmeos. Trabalham em
conjunto para enterrá-lo em um buraco profundo e escuro sob o
solo.

Estes sete irmãos não conseguiram me matar em Stellenbosch,


porque eles não podiam me pegar. Eles não conseguiam me pegar
porque eu não me importava com essas coisas, mas de vez em
quando de fato, as minhas expectativas aumentavam. Eu era
regularmente bem-sucedido e, portanto, escapei de suas presas.
Isto é, até o dia que eu falhei.

Foi o que aconteceu quando eu tinha uns 11 anos de idade. No


trimestre anterior, eu tinha chegado em primeiro lugar na classe com
a nota mais alta, 94 por cento, mas dessa vez cometi alguns erros
no exame, que me puxaram para baixo, a um 92. Eu ainda estava
feliz, mas meu pai não. Os “sete irmãos”, conseguiram colocá-lo sob
seu poder, e eles o convenceram.
Quando ficou sabendo dos meus resultados do exame, explodiu:
“Você está escorregando! Em qual colocação você está na classe?”
Eu tive de contar para ele, a terrível notícia de que eu estava agora
em quarto lugar e não mais em primeiro.

- Onde está Dawie na lista?” (Dawie era um bom amigo).


- Ele é o número dois agora - eu respondi.
Isso foi o suficiente para o meu pai perder o controle:
- Você sabe qual é seu problema? Você nunca estuda. Eu só vejo
você jogando rugby com seus amigos. Nunca vejo você estudando.

Ele estava tão furioso que quase me bateu. Tive de negociar com
lágrimas e promessas, de melhores performances no futuro.

Naquela noite, eu estava deitado na minha cama pensando sobre


isso. No começo, não conseguia entender, mas de repente me
lembrei da segunda pergunta do meu pai: “Onde está Dawie na
lista?” O que Dawie tem a ver com o meu sucesso ou fracasso?
Então me dei conta que, Dawie era o filho de um amigo do meu pai,
um professor na universidade com quem meu pai competia desde
seus anos universitários. Agora, ele queria ganhar pontos com seu
amigo, por causa de mim. O meu pai tinha sido atraído pela
armadilha do desempenho e se tornou um agente secreto dele. Ele
estava trabalhando com esse bando de “ladrões”, que agora estava
tentando me matar ou me fazer um deles. Eu decidi não jogar esse
jogo. Não houve vencedor nessa guerra; as poucas vezes que eu
entrei nessa guerra sempre optei por sair, golpeado e ferido.

Por que eu optava por sair? Porque os “ladrões” queriam roubar a


minha capacidade de ser amigo. Concorrência cria tensão e medo,
e isso reduz significativamente a sua capacidade de amar. Quando
você é muito competitivo acaba criando distância, e embora seja
fácil impressionar a uma certa distância, você não pode influenciar
ou amar. Você só pode amar e influenciar pessoas quando está
perto delas, e eu queria ser um amigo próximo, que poderia
influenciar os meus amigos por meio do amor. Eu descobri que o
desempenho é o oposto do amor.

Paternidade por meio do desempenho não só cria distância entre


seus filhos e os amigos; ela cria distância entre você e seus filhos
também, porque ela é condicional. “Só se você (preencher este
vazio com expectativas), então eu vou te amar”, isso não é
realmente bom o suficiente.

PATERNIDADE QUE É CONTRATUAL


Este foi o grande avanço na relação entre meu genro e eu. Nós não
tínhamos percebido a disfunção básica na nossa “relação muito
boa”, até o dia em que ele passou dos limites ao disciplinar o filho
(meu neto), enquanto eles estavam nos visitando. Depois, ele ficou
terrivelmente perturbado, inundado por uma grande culpa e
vergonha, e imediatamente se retirou da nossa companhia.

Deus me convenceu a me aproximar dele com essas palavras:


“Stefan, você está cheio de vergonha, porque você ainda não me
aceitou como seu pai. Você me aceita como seu sogro, mas não
como seu pai.” O que eu estava tentando dizer a ele foi: “A relação
com um sogro é uma relação contratual. Você acha que eu espero
certas coisas de você e, portanto, sente que tem que atender às
minhas expectativas. E quando você não consegue, você sente
vergonha e por causa da vergonha você se retira.” Assim, muitas
pessoas fazem o mesmo com Deus.

Ele se quebrou emocionalmente, percebendo que nunca tinha


conhecido esse tipo relacionamento. Essa ligação contratual era o
que ele conhecia. O relacionamento com seu pai era dirigido pelo
medo, não pelo amor. Ele nem sempre atingia os níveis que esse
relacionamento condicional motivado por desempenho exigia, e
muitas vezes até mesmo era punido por isso, o que o fez crescer
com muita tensão “em não manter o contrato”: Sou bom o
suficiente? Vou conseguir? Atendo às expectativas que as pessoas
têm com relação a mim? E aqui, ele tinha acabado de falhar como
pai, na frente de seu sogro que dava grande valor à educação dos
filhos - vergonha era a resposta mais natural.

Eu pedi a ele que me aceitasse como pai, não apenas como sogro.
Sendo seu pai eu iria libertá-lo de todas as condicionalidades. Ele
então, seria livre para arriscar e falhar. Ele estaria livre para cometer
erros sem medo ou vergonha, e continuar tentando fazer o seu
melhor, sabendo que seus erros não colocaria o nosso
relacionamento em risco. Ele estaria livre para viver com a
segurança de que seriamos pai e filho para sempre; perdão e
aceitação seriam sempre a rede de segurança por baixo do nosso
relacionamento. Nós estaríamos unidos para lidar com a vida e os
desafios dela; desafios não iriam nos separar, mas nos unir. Em
lágrimas, ele me aceitou como pai e sua profunda necessidade de
pertencer e ser aceito incondicionalmente foi atendida.

NÃO EXISTE MEDO NO AMOR


Vemos uma imagem sobre isso em Romanos 8, onde o Apóstolo
Paulo está discutindo a Vida no Espírito, em oposição à lei com as
suas expectativas e desempenhos. “Porque todos os que são
guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus. Porque não
recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em
temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual
clamamos: Aba, Pai.” (Romanos 8: 14-15.) Quando somos filhos de
Deus, o Pai, somos filhos sem medo, segurança perfeita!

Em 1 João 4:18 lemos, não há temor no amor. Uma paráfrase da


Bíblia51 explica isso claramente para nós:

Nós não precisamos ter medo de alguém que nos ama


perfeitamente; Seu amor perfeito em nós, elimina todo o medo do
que ele poderia fazer para nós. Se estamos com medo, é por que
temos medo de que ele possa fazer algo contra nós, e mostra que
não estamos totalmente convencidos de que ele realmente nos
ama.

Vemos essa liberdade do medo que nos é oferecida, por conta do


amor de Deus por nós. Ele nos ama de maneira tão diferente do
mundo em que vivemos, um mundo que criou o monstro do amor
que se alimenta de outros. Deus, a única fonte de amor puro, pode
mudar o conceito do amor deste mundo, que é:
a. Determinado externamente (você tem o poder de me fazer
infeliz).
b. Determinado por troca (você precisa ganhar o meu amor ou
devolvê-lo).
c. Determinado por expectativas (você tem que atender às
expectativas do meu amor).

Deus quer mudá-lo para o puro amor de Seu coração, que é:


a. De fonte interna e eterna.
b. Unidirecional incondicional.
c. Intencional.

O AMOR QUE É ETERNO (E INTERNAMENTE DEPOSITADO) É PURO E


NÃO CRIA NENHUM MEDO.
Muitas pessoas têm dado a coisas e pessoas o direito de fazê-las
felizes ou infelizes. Vemos isso de forma muito clara quando dizem
à esposa “Você me faz tão feliz!” ou: “Você me faz infeliz.” Ou dizem
a seus filhos: “Meus sonhos estão centrados em você. Eu só vivo
por vocês.”. Isso pode parecer altruísmo, mas é carregado de
expectativas.

Por mais que pareça, não está certo e poderia ser chamado de
“amor idólatra” pelos estudiosos da Bíblia. Quando amamos assim,
temos dado a outras pessoas ou coisas (esposa, filhos, trabalho,
coisas recreativas, etc.) o direito que só deveria pertencer a Deus.
Somente Deus deve ser a fonte que nos dá felicidade, realização e
significado. Quando os outros, em vez de Deus, tornam-se o centro
da nossa orientação de vida, colocamos uma pressão indevida
sobre eles. Eles não são livres no nosso amor. Eles devem, em
seguida, fornecer coisas que só Deus pode fornecer de forma
completa e permanente. Temos de amar a partir de uma fonte que é
constante e permanente e que vem de Deus e somente Deus.

SE FIZERMOS DE ALGUÉM OU DE ALGUMA COISA O CENTRO DA


NOSSA FELICIDADE, ELES SERÃO, NA VERDADE, UM ÍDOLO. NÓS NOS
DESLIGAMOS DE DEUS, A FONTE DO AMOR VERDADEIRO.
É por isso que em 1 João 4 diz tão claramente: Caríssimos, amemo-
nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus. Todo aquele que
ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama
não conhece a Deus, porque Deus é amor. É assim que Deus
manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho unigênito ao
mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. (Vs. 7-9) E então
ele acrescenta: E assim nós conhecemos, e cremos no amor que
Deus tem por nós. Deus é amor. Quem vive no amor vive em Deus
e Deus em si. (Vs. 16) É claro, Deus e só Deus deve ser a fonte do
amor. Se você está, portanto, à procura do puro amor, não olhe para
qualquer outro lugar. Isso libera seus filhos e sua esposa do medo
de tentar criar amor em você. Você já tem amor abundante em seu
relacionamento com Deus.

Isso implica que devemos constantemente nos certificar de que


estamos preenchidos com o amor de Deus. O sociólogo Tony
Campolo estabeleceu uma prática de não se levantar imediatamente
quando acorda pela manhã, mas fica na cama por alguns minutos
imaginando Deus ao enchê-lo com Seu amor dos dedos dos pés até
o topo da cabeça. Assim que ele termina esse momento com Deus,
ele se levanta com a convicção: agora eu tenho o amor que Deus
precisa.

Somente Deus deve ter o poder de nos fazer felizes ou infelizes. Só


Deus pode dar o amor de que o mundo precisa. Sua fonte de amor
é eterna e ilimitada. Ele quer encher-nos com o Seu amor. Devemos
amar o mundo somente com este amor!

O AMOR QUE É UNIDIRECIONAL (INCONDICIONAL E SEM


EXPECTATIVAS) NÃO CRIA MEDO ALGUM
Quando um conselheiro pré-marital perguntou a uma jovem o que
ela normalmente fazia para conseguir que seu amado fizesse o que
ela queria, ela respondeu: “Eu apenas dou um sorriso e jogo um
charme.” Ficou claro que ela trabalhava fortemente com um ciclo de
troca: Ela dá sorrisos ... e ele responde ... ela sorri novamente. Mas
e se ele não responder ao que o sorriso dela quer “comprar?” É
importante ver que o amor que é usado como moeda de troca cria o
medo de que “A minha moeda vai se desvalorizar e eu não vou mais
poder comprar o que eu quero”. Ou nos deixa indecisos sobre quem
deve a quem e quanto deve. Essa forma de amor baseada em troca
nunca tirou o medo. E nunca vai tirá-lo.

Muitas vezes tenho a sensação de que quando falo em público em


um lugar novo tenho de “ganhar o meu direito de ser ouvido.” Esse é
o mesmo conceito. Eu preciso primeiro pagar antes de os que me
ouvem me darem atenção. Eu preciso primeiro dar-lhes “algum
valor”, antes de me darem apreciação. Esse é o conceito de troca.
Amar assim é extremamente condicional. Se você fizer isso, então
eu vou recompensá-lo.

O medo é impulsionado pela ansiedade de não ter a moeda de troca


para comprar amor ou apreciação. Isso é muitas vezes
experimentado por mulheres e filhos que sentem ter feito o seu
melhor, sem serem apreciados. O problema é que muitas vezes eles
dão amor de uma maneira muito específica, mas o receptor o
comercializa com uma moeda diferente.52
O amor puro que não cria medo algum é um amor unilateral,
unilateral na sua doação, gerando graça imerecida
independentemente do seu retorno. É um amor sem expectativas ou
manipulação. Ele flui em uma direção e não espera respostas
vindas do outro lado. Ele continua a dar e a perdoar; é abnegado e
sacrificial e vem de dentro para fora, sem esperar recompensa ou
retorno. Assim é exatamente como Jesus nos amou. Em 1 João 4:
9, lemos que Ele nos amou para que pudéssemos viver por meio
Dele (unidirecional) e continua no versículo 10, Isto é amor: Não que
nós tenhamos amado a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou
seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.

Assim, muitos pais ou mães com problemas conjugais sentem que o


amor só vem deles.

Bem, deveria! Eles sentem que seu amor merece mais. Minha
resposta é: “amores verdadeiros não merecem nada, mas o amor
falso sempre merece tudo.” E mais, parece uma troca na qual o
comerciante está sempre querendo o melhor negócio.

Uma criança é livre do medo se ela souber “que ela nunca precisará
pagar nada de volta para a mamãe e o papai, porque a graça que
lhe deram foi um presente, e não um empréstimo.”

Norm Wakefield teve um grande despertar para um amor sem


expectativa no dia do nascimento do seu quarto filho.53 Assim que
seu quarto filho nasceu, ele abraçou o bebê e a esposa com beijos
e lágrimas de alegria. Quando o bebê foi levado para ser limpo,
Norm agarrou a mão de sua esposa e deu louvores a Deus em uma
oração de exultação:

“Obrigado Jesus por este grande dom. Ele é perfeito. Não


poderíamos imaginar um presente melhor vindo de Ti. Muito
obrigado pela Tua graça imerecida e pelo maravilhoso presente que
é esse bebé para nós. O bebê é tão bonito, tão precioso, tão
perfeito. Obrigado, obrigado, obrigado, nós Te louvamos e Te
honramos! Amém.”

Quando terminaram esta oração, o médico chegou ao lado deles


com o bebê limpo e disse: “Eu sinto muito.” Norm respondeu:
“Desculpe, sobre o quê?” Em seguida, o médico deu a notícia. “Você
não viu? O bebê sofre de Síndrome de Down.” Ainda que a notícia
fosse muito surpreendente e tenha chocado Norm, ele ouviu
imediatamente a voz de Deus instruindo-o, “Faça a mesma oração
agora! - Exatamente a mesma oração que você fez dois minutos
atrás. “O bebê é tão bonito, tão precioso, tão perfeito! Obrigado,
obrigado, obrigado!” Norm estava atordoado. Ele não podia fazer
essa oração. Então ele ouviu o veredicto de Deus: “Você é um
homem mau. Você não ama o bebê. Você ama a imagem do bebê.
Você ama as suas expectativas para o bebê, mas você não ama o
bebê. Seu amor é baseado em suas expectativas, e não no bebê.
Seu amor se baseia nos seus próprios desejos, e não o bebê. Você
tem amor próprio, e não um amor real.” Norm então descobriu que
ele realmente não amava ninguém. Seu amor por sua esposa era o
amor próprio e esse foi seu amor por seus filhos. Ele os prendeu em
seu próprio amor contratual. (Será que todos nos amamos assim?)

Esse tipo de amor impulsionado por expectativas cria um monte de


medo - o medo de que as expectativas não serão atendidas. Amor
altruísta, por outro lado, é amor incondicional, amor sem
expectativas, amor que não procura retorno - amor que deixa a
pessoa livre. A pessoa (criança) é valorizada não por causa de sua
capacidade de atender a expectativas, mas é valorizada pelo amor
que brota do coração do pai. Esse é um amor de uma via só. Ele
não depende de forma alguma do destinatário do amor, mas sim do
doador do amor! Amor que não tem expectativas ou condições é
puro e não cria nenhum medo!

O AMOR QUE É DIRIGIDO PELA INTENCIONALIDADE EM VEZ DE


EXPECTATIVAS, NUNCA GERA MEDO
Quando o amor é impulsionado por expectativas egoístas, o doador
do amor quer ser o receptor dos benefícios; ele, em seguida, quer
receber retorno sobre o investimento. Esse é o amor próprio.
Quando o amor tem intenção em vez de expectativa, o doador do
amor não o doa pensando no que pode receber em troca, ao
contrário, pensa no que o receptor do amor pode se tornar. Aquele
que ama, não vive com a mão aberta para receber, mas sim com um
dedo apontado que indica qual o potencial máximo que a pessoa
pode alcançar e, por meio do seu amor, impulsiona essa pessoa,
elevando-a rumo ao seu sonho. O receptor do amor é o beneficiário.
Isto é o que 1 João 4: 12 diz: Então, o amor de Deus é aperfeiçoado
em nós!

Isso é o que Norm Wakefield descobriu Seu filho que sofre de


Síndrome de Down, nunca iria completar a lista de expectativas de
uma criança normal, mas seu filho poderia completar uma limitada
lista de expectativas, de acordo com suas limitações. Então o amor,
o guiaria em direção a esse potencial de forma que aquele que é
amado possa ser beneficiado, não aquele que ama.

Uma criança é livre do medo se ela sentir que, “Não há expectativas


egoístas do lado dos seus pais, apenas intenções altruístas -
intenção de que ela (a criança) seja o beneficiária”.

Não há medo no amor!

MAMÃE VEM EM PRIMEIRO LUGAR


Não há nada que proporcione mais segurança para uma criança que
a certeza de que a mamãe vem em primeiro lugar. Meus filhos
ouviram isso centenas de vezes ao longo da vida deles: “A mamãe
vem em primeiro lugar.” A mamãe apoia as crianças em qualquer
desafio que encontrem. E se mamãe estiver realmente errada, o
papai conversará sobre isso com ela, quando as crianças não
estiverem presentes para que possa apoiá-la novamente quando as
crianças estiverem ao redor. Isso dá a ela um grande senso de
apoio e depois de um tempo, as crianças percebem facilmente que
há uma frente unida impenetrável chamada “meus pais.”

Sabendo que o papai nunca vai deixar a mamãe (no melhor ou no,
pior até que a morte os separe), por bem ou por mal, eles vão
encontrar uma maneira de resolver seus conflitos e que eles têm um
compromisso total de respeitar, confortar e apoiar um ao outro, isso
fornece um “complexo de segurança” para as crianças.

Podemos aprender a amar um ao outro se isso não acontecer


naturalmente. Esta foi uma lição difícil que aprendi quando tinha 32
anos, e minha ambição me levou a uma órbita egocêntrica longe da
minha esposa. Felizmente, Deus me confrontou sobre isso e disse
que iria me ensinar a amar minha esposa.

O treinamento foi a seguinte: Deus resolveu não abrir os ouvidos


para me escutar quando eu orava até que eu dissesse uma coisa
boa sobre a minha mulher - só depois de me ouvir falando bem
sobre a minha esposa, ele iria em seguida, tirar os dedos dos
ouvidos e escutar meus pedidos. Eu tive que fazer isso
religiosamente por 30 noites consecutivas.

Na noite do dia 13, eu realmente estava lutando para pensar em


outra boa qualidade da minha esposa. Levei 45 minutos para pensar
em alguma coisa, mas quando eu consegui, senti uma indicação
clara de Deus de que Ele agora estava disposto a me ouvir. Depois
de 30 noites, tendo mencionado 30 diferentes qualidades da minha
esposa, senti a satisfação de Deus, de tal forma que Ele me instruiu
a repetir o processo por mais 30 noites.

Pela manhã, após as 60 noites apreciando minha esposa diante de


Deus, eu a cumprimentei com uma maravilha recém descoberta, “Eu
sou muito privilegiado e honrado de ser seu marido!” Desde então,
essa valorização floresceu e cresceu em um amor muito profundo.
A forma como amamos a mãe dos nossos filhos é a primeira e
principal relação que nossos filhos observam. Amar bem a esposa é
o núcleo da segurança dos filhos. Se abandonarmos nosso cônjuge,
as crianças sentem isso pessoalmente; elas também se sentem
abandonadas. Qualquer psicólogo honesto irá lhe dizer que filhos de
pais divorciados lidam com problemas de abandono, mesmo que o
pai pague pensão alimentícia e os busque toda semana. Se o pai é
aquele que sai de casa, a ferida paterna do abandono é infligida e
se não for tratada pode ficar para toda a vida.

A SEGURANÇA DE DIZER NÃO AO DIVÓRCIO


Uma questão comum hoje é: A Bíblia permite o divórcio? Dentro do
contexto de amor, descrito anteriormente neste capítulocomo
indicional e sem expectativas, essa pergunta fica sem sentido. A
pergunta que deveria ser feita é: É possível o divórcio à luz de um
amor altruísta como o amor de Deus? A resposta parece óbvia.
Entretanto, para aqueles que são insistentes que o divórcio ainda
pode ser discutido a Bíblia tem uma abordagem legalista para os
que não que se sobram a abordagem do amor. O profeta Malaquias
faz uma declaração inflexível, “Eu odeio o divórcio.” E por que ele
odeia? É o rasgar de uma só carne criada no casamento e ele
danifica as crianças. “O que Ele (Deus) desejou? “descendência
santa”... “O próprio Senhor amarra o crescimento ascendente e a
transformação de nossos filhos à nossa relação com ‘a mulher de
nossa juventude’, e à nossa fidelidade”. Aqui está a passagem no
contexto:

Malaquias 2:
10 Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo
Deus? Por que agimos aleivosamente cada um contra seu irmão,
profanando a aliança de nossos pais?
11 Judá tem sido desleal, e abominação se cometeu em Israel e em
Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do Senhor, o qual ele
ama, e se casou com a filha de deus estranho.
12 O Senhor destruirá das tendas de Jacó o homem que fizer isto, o
que vela, e o que responde, e o que apresenta uma oferta ao
Senhor dos Exércitos.
13 Ainda fazeis isto outra vez, cobrindo o altar do Senhor de
lágrimas, com choro e com gemidos; de sorte que ele não olha mais
para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão.
14 E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a
mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a
tua companheira, e a mulher da tua aliança.
15 E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E
por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus.
Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para
com a mulher da sua mocidade.
16 Porque o Senhor, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio, e
aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o Senhor dos
Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais
desleais..54

Na cultura do divórcio que muitos de nós vivemos, essa ligação não


é sempre facilmente vista e muitas vezes negada. No Ocidente,
apenas uma geração atrás, casais costumavam ficar juntos por
nenhuma outra razão que, “o bem das crianças.” A geração atual
tem escarnecido desse conceito e justificado abandonar a esposa -
bem como os filhos - pelo ídolo da felicidade, acima da segurança
das crianças. The current generation has sneered at that concept
and justified abandoning their wives — and thereby their children —
for the idol of happiness, over and above the security of the child.

Certa vez, falei com um homem que fez exatamente isso. Ele e sua
esposa haviam “se afastado.” Ele admitiu que eles tinham se
concentrado tanto nas realizações de seus filhos que eles “não
sabiam mais quem eles eram como um casal.” No entanto, em vez
de dar o passo lógico de reintroduzir a si mesmo, este homem
deixou sua esposa e filhos, dizendo: “não tenho o direito de ser
feliz?” Você podia ouvir a autopiedade no tom da voz dele.
A busca pela felicidade destruiu a felicidade de sua esposa e filhos.
Ele revogou as suas responsabilidades por um estado ilusório em
sua mente. Ele se casou com a mulher com quem tinha tido um
caso - o dano foi feito em seus filhos também - e depois de alguns
anos ele ainda está perseguindo sua felicidade. Ele não tem ideia de
que perdeu a alegria duradoura e contentamento, quando ele
escolheu perseguir essa miragem.
Muitos argumentam que não se pode simplesmente ficar junto por
causa das crianças; que tipo de ambiente é esse para as elas? Eles
têm razão, claro. Devemos ficar juntos e amar uns aos outros.
Temos de aprender a fazer isso. É possível.

Uma pesquisa mostrou o impacto negativo de pais ausentes. A


maior parte dessa ausência hoje é causada pelo trabalho ou pelo
divórcio. Malaquias exprime o coração de Deus claramente quando
diz que Deus deseja “uma descendência santa” e nos adverte contra
duas coisas que podem nos roubar deste sonho de Deus.

Em primeiro lugar, ele nos adverte contra a idolatria, que é encontrar


a nossa segurança, propósito, identidade e alegria em outras coisas
que não Deus. É por isso que Israel não tinha permissão para se
casar com mulheres de outras nações, porque a sua orientação não
vinha de Deus. Se, portanto, não temos uma cosmovisão bíblica e
sistema de valores, não podemos esperar por uma “descendência
santa”.

A tradução da mensagem não deixa incerteza: E dizeis:


Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a
mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo
ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança.
E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o
espírito? E por que somente um? Ele buscava uma
descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso
espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua
mocidade.
Porque o Senhor, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio,
e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o
Senhor dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso
espírito, e não sejais desleais.
Enfadais ao Senhor com vossas palavras; e ainda dizeis:
Em que o enfadamos? Nisto que dizeis: Qualquer que faz o
mal passa por bom aos olhos do Senhor, e desses é que
ele se agrada, ou, onde está o Deus do juízo? (Malaquias
2:14–17)

Malaquias 2:16, indica uma segunda razão possível para não


termos uma “descendência santa”. Malaquias diz que, Deus odeia o
divórcio e “homens cruéis.”55 Isso poderia significar divórcio e
abuso, ou divórcio e uma atitude violenta para com os outros.
Também é possível que isso signifique que o divórcio tenha um
impacto doloroso nas crianças, causado pelo rasgar violento de dois
que se tornaram um.

É absolutamente incrível quão paternalista nos tornamos quando


nossa discussão sobre divórcio, envolve as crianças. Decidimos “em
seu nome” quando é “o melhor momento para eles” nos
divorciarmos. Desvalorizamos a sua dor por meio de nossos
argumentos. No entanto, Deus está sempre do lado dos
pequeninos, e Jesus é extremamente duro com qualquer um que
faça com que os pequeninos se desviem de sua finalidade. Ele diz
que seria melhor para um homem ter uma grande pedra de moinho
pendurada em seu pescoço e se afogar nas profundezas do mar
(Mateus 18: 6). É hora de entender que o divórcio é algo
extremamente sério e quebrar os grilhões do espírito em nosso
tempo, que são as pessoas serem amantes de si mesmos (2
Timóteo 3: 2-3).

Temos que entender que as crianças sofrem uma ferida muito


profunda (e muitas vezes espiritualmente fatal) se os pais se
divorciam, quando as crianças têm entre 6 e 11 anos de idade. Pelo
resto da vida, essas crianças sentirão falta das impressões digitais
que o pai deveria ter deixado nelas durante esses anos. Nós
simplesmente temos que voltar à nossa aliança - eu me casei com
você para melhor ou para pior, na riqueza ou na pobreza….

PAPAI ESTÁ EM CASA!


Quando minha filha tinha três anos, minha esposa e eu organizamos
um fim de semana de enriquecimento familiar, distribuindo folhetos
de papel que tinham desenhos de rostos que mostravam várias
emoções. A missão era encontrar entre as 70 faces, uma que
representasse o papai, a mamãe, o irmão mais velho e assim por
diante.

Como você se sente hoje


Minha filha de três anos de idade, foi a primeira a responder. Antes
de a folha encostar na mesa, ela gritou:

- Esse é o papai! E ela apontou para o rosto mais deprimido e


exausto no papel. Fiquei chocado.
- Por que você diz isso? - perguntei.
- Todos os dias você chega a casa com essa cara - disse ela. E,
embora tentado a discordar, eu achei melhor não discutir com uma
criança de três anos.

Deus me condenou tão fortemente! Depois da reunião, eu me retirei


para um lugar solitário e disse a Deus: “Isto tem que parar.” Deus
concordou. “Mas como, Deus?” Eu resisti dizendo, que quando você
trabalha duro você fica cansado e quando você está cansado, então
você está cansado. Mas Deus teve um argumento melhor dizendo
que eu deveria me lembrar de que eu sou um representante Dele. E
nesse processo eu estava criando para ela o conceito de um Deus
cansado que não estava interessado em interagir com Seus filhos, e
isso espiritualmente pode criar uma sensação de abandono.

Deus me convenceu de que isso deveria mudar imediatamente e


permanentemente. Eu tive que fazer o seguinte: antes de sair do
carro depois de chegar em casa do meu turno de trabalho das 8:00-
18:00, eu tinha que me motivar e deixar o cansaço de lado, e
entender que as duas horas seguintes seriam as horas mais
importantes do dia para os meus filhos.

Automotivação não é tão difícil como pensamos – nós nos


motivamos o tempo todo. Basta pensar em como as pessoas se
comportam e como é bom seu desempenho, apesar de seu estado
emocional, quando elas se sentam em uma entrevista de emprego
de que precisam desesperadamente. Eles se tornam a pessoa mais
energizada no planeta. Imagine um homem cansado, voltando para
casa, mas os campeonatos nacionais estão passando na TV
naquela noite. Ou imagine como uma pessoa muito cansada vai
reagir, motivar-se internamente assim que um leão africano entrar
pela porta da sala. Para um cristão, essa automotivação deve ser
fácil. Nós somos os filhos do Deus vivo. Estamos cheios do poder
da ressurreição. Somos embaixadores de Deus para mudar o
mundo.

Então, em casa novamente, após o meu primeiro dia de volta ao


trabalho, eu me automotivei dentro do carro. Saí, bati a porta do
carro com confiança, caminhei até a frente da casa, abri a porta e
gritei “estou de volta!” Houve um silêncio mortal por dois minutos.
Então eu vi as crianças espreitando pelos cantos. Levou alguns
dias, mas lá pelo final da semana eles estavam correndo para a
porta para me receber. Até mesmo minha esposa e o cão corriam
para mim. Depois de um abraço em grupo na porta e troca de
informações sobre como o dia foi para todos nós, eu fazia o grande
anúncio: “Hora da brincadeira!”

Brinque com seus filhos durante uma hora, com dedicação integral.
Brinque de “lutinha” com seu filho e brinque de bonecas com sua
filha, em seu mundo da fantasia, que por sinal descreve muito bem
como ela sonha a respeito da realidade. A importância de brincar
não pode ser menosprezada. As crianças aprendem muito com
brincadeiras. E nós aprendemos sobre nossos filhos durante as
brincadeiras; o brincar revela o caráter e desejo deles. Platão disse:
“Você pode aprender mais sobre uma pessoa em uma hora de
brincadeira, do que em um ano de conversa.”

Em seguida, o jantar, com todos ao redor da mesa, e se atualizar


sobre onde todos estão emocionalmente e na prática. As
estatísticas mostram que fazer o jantar da família um hábito, pode
ter um efeito positivo sobre tudo, desde a melhorar notas até
diminuir o risco de fumar, beber e usar drogas e uma diminuição da
probabilidade de depressão e de pensamentos suicidas.57
A gestão do tempo é o grande obstáculo para muitas famílias, mas
não deveria ser muito difícil se pensarmos bem sobre isso. O dia
pode ser dividido em três partes de 8 horas. Oito horas para dormir
e se vestir. Oito horas para o trabalho (para crianças irem à escola e
praticar seus esportes ou artes ou deveres de casa) e 8 horas de
tempo dividido para a família e tempo pessoal. O tempo da família
deve incluir, pelo menos, 2 horas de tempo juntos cada dia - 1 hora
para brincar e 1 hora para jantar e contar histórias. Então podemos
ter uma hora para assistir TV juntos (não mais). Já que crianças
pequenas devem dormir por volta de nove horas por dia, eles devem
estar na cama por volta das 21:00 e levantar às 6:00. Isso significa
que a hora de brincar deve ser das 6:00-19:00; Hora do jantar das
19:00 - 19:30, Hora de assistir TV das 19:30-20:15, Hora do banho
das 20:15-20:30, e seguida pelo próximo grande momento — Hora
da história!

Hora da história é um momento ótimo para ensinar às crianças


sabedorias de vida. História é a forma que Deus usa para Se
comunicar conosco, e não importa quanto a tecnologia mude, desde
pinturas rupestres de livros até filmes, de enviar e-mails até assistir
vídeos no YouTube, são histórias que estamos tentando contar uns
aos outros como seres humanos. Crianças têm prazer em ouvir
história de seus pais. Pode ser algo tão simples como contar a eles
suas experiências do dia, mas empregando uma narrativa criativa.
Usar o mundo animal como metáfora é uma técnica experimentada
e válida.

Por exemplo, “Era uma vez um gato bem grande (este é o seu
chefe), e havia este pequeno ratinho (este é você), que estava com
muito medo do gato grande. Então, um dia, este gato grande
confrontou o pequeno ratinho. Vocês acham que o ratinho ficou com
medo?” “Sim, papai”, eles diziam. “E o que o rato fez quando ficou
com medo? Ele se lembrou de que foi criado por Deus para um
propósito poderoso. Um diam ele iria levar as pessoas a mudarem o
mundo, até mesmo o mundo do gato grande.”
Você vê o que estamos fazendo com isso? O pai dá a si mesmo
tempo para trabalhar por meio de suas tensões daquele dia (seria
bom se mamãe ouvisse essa história também) e ele ensina a seus
filhos lições valiosas sobre como um cristão (neste caso,
rato”cristão”) deve reagir nas circunstâncias. E se o papai ficar preso
em sua história, porque o ratinho não sabe o que fazer, ele pode
pedir conselhos para as crianças ou simplesmente dizer: “Esta noite
o ratinho vai ler a Bíblia e orar, e amanhã ele vai saber o que fazer.”
Este é o céu na terra para as crianças – atenção, amizade, conforto
e sabedoria de seu paizinho. Ouvir o coração de seu pai é o que
toda criança anseia.

Então, quando as luzes se apagam as 21:00, é a hora da Rainha. A


rainha do castelo, precisa de sua atenção e de se “desintoxicar”
emocionalmente. Para isso, você pode fazer para ela uma xícara de
chá (a TV deve estar desligada) e agora você pode escutar o que
ela tem para dizer e estabelecer uma boa comunicação.

Às 22h, o pai pode ter uma hora para si próprio e se relaxar. Para os
homens o que normalmente funciona melhor são coisas onde ele
possa ficar em silêncio, por exemplo: vídeos de esporte na TV ou
algum hobbie. Em seu livro, Influência Sagrada, Gary Thomas diz o
seguinte sobre o cérebro masculino:

O cérebro masculino geralmente tem menos serotonina do que o


cérebro feminino. Já que a serotonina acalma as pessoas, os
homens são mais propensos a agirem de forma explosiva e
compulsiva. Os homens também têm menos ocitocina no cérebro. A
ocitocina é parte do que os biólogos chamam de “tender à amizade”
instinto, muitas vezes, contrastado com o instinto da “luta ou fuga”.
Quanto mais elevados os níveis de ocitocina, menos agressiva a
pessoa é susceptível a ser. Além disso, a pessoa com níveis de
ocitocina mais elevados tende a ser mais imediata e diretamente
empática e mais propenss a ter uma ligação com os centros verbais
do cérebro, perguntando: “Como você está se sentindo?” Ou “Está
tudo bem?”
O cérebro dos homens também precisa de “descanso”
mais do que o cérebro das mulheres, com o resultado de
que os homens estão mais inclinados a procurarem por
“cochilos mentais.” Por que os homens se voltam para a
tela da televisão e, em seguida, começam a mudar de
canais em vez de se concentrarem em um programa? O
cérebro está cansado. No final do dia, não queremos
enredo, histórias, ou desenvolvimento de personagem; nós
só queremos escapar (pense em edifícios explodindo,
carros batendo e pneus cantando).

Muitos fatores fisiológicos ajudam a explicar: os homens


têm um hipocampo menor no sistema límbico (que
processa as experiências emocionais); as mulheres têm
mais caminhos neurais de e para os centros emotivos do
cérebro; e o feixe de nervos que ligam a parte esquerda a
direita do cérebro - permitindo o processamento de
pensamentos e comunicação com as emoções – isso é
cerca de 25% menor em homens do que em mulheres.58

É por isso que o cérebro masculino precisa descansar em um


espaço de privacidade. Coloque seus fones de ouvido, e escape
para um mundo seu durante uma hora completa. Não minta para si
mesmo que mais que isso é necessário. Enquanto isso, sua esposa
se preparou para ir para cama! (Já que este livro não é em primeiro
lugar um livro de enriquecimento matrimonial, nenhum detalhe será
dado sobre este momento).

O PAI É O TERMOSTATO DA CASA


Há uma grande diferença entre um termômetro e um termostato. O
termômetro mede a temperatura, enquanto o termostato determina a
temperatura. O pai deve determinar a temperatura emocional da
casa, e não a mãe.
Talvez você seja um dos 80 por cento ou mais no mundo que
dizem: “Minha mãe, não o meu pai, foi o termostato emocional da
nossa casa. Minha mãe deu o tom. Minha mãe determinou a
atmosfera”. Temos que mudar essa cultura. Temos de liderar a
revolução em casa, e talvez nada menos do que uma revolução em
casa seja necessária antes que o mundo possa ressuscitar, a partir
da implosão desastrosa da vida familiar.

Por que digo, com tanta convicção, que o pai é o principal


responsável por ser o termostato da casa? Daniel Goleman, em seu
livro “Os novos líderes”59, faz uma declaração muito bem
pesquisada, “O líder é o ingrediente mais dominante na sopa
emocional.” E ele está tão certo! Isso também é válido para
empresas, igrejas, grupos de amigos e famílias.

Portanto, se o pai quer assumir o papel dado por Deus como cabeça
(principal iniciador) da casa (Efésios 5: 23-24), ele tem de se tornar
o “ingrediente mais dominante da sopa emocional.” Se não, é
melhor abdicar do papel de líder para a mãe e, assim, transferir as
suas responsabilidades dadas por Deus.

O pai é o termostato. Ele não só faz a coisa certa; ele está criando o
ambiente certo. Segurança emocional vem quando você transforma
a casa em um lugar seguro. Seus filhos precisam de um refúgio em
sua casa, um lugar onde estejam relaxados, a desfrutar, a se
divertir, a viver abertamente. O lar deve ser um abrigo para voltar,
porque há um pai que os ama, ama sua mãe, ama a vida e ama a
Deus.

UM PAI CRIA RESSONÂNCIA


A palavra “ressonância” significa o prolongamento do som.
Goleman, em “Os Novos líderes”, diz que os líderes criam
ressonância. Espera-se que líderes definam o tom para que os
outros possam seguir; não cegamente, mas o tom que ressoa
dentro daqueles que seguem. É por isso que eu chamo o pai de “o
termostato da casa”.

Ressonância, de acordo com Goleman, coloca o centro emocional


das pessoas em sincronia, para que possam seguir com coerência.
Isso acontece por meio de algo chamado de “Open Loop,” que é um
processo de regulação límbica interpessoal. Ele afirma que uma
pessoa transmite sinais que podem alterar os níveis hormonais, a
função cardiovascular, os ritmos do sono e mesmo a função, imune
de uma outra. Os perfis fisiológicos das pessoas correspondem em
ressonância (isso é chamado espelhamento), razão pela qual em
equipes (ou famílias) humores são sincronizados ao longo de um
período de tempo.60

O líder (o pai) é o guia emocional do grupo, dirigindo as emoções


coletivas (por meio de ressonância) em uma direção positiva e da
limpeza da poluição atmosférica criada por emoções tóxicas. O líder
define o padrão emocional. A emoção que as pessoas sentem, é a
cola que as une, e isso se reflete na qualidade do seu trabalho.
Seguidores (crianças) também buscam em seus liderados a
conexão emocional favorável, chamada empatia. O pai é, portanto,
o responsável por liderar condição emocional da família. Seu
otimismo e entusiasmo vai manter a sua família unida, mas também
confortá-la e orientá-la na direção certa. O riso na família vai indicar
a temperatura emocional dela.

Não é preciso dizer que é um desastre quando o termostato está frio


e imóvel, quando o líder é egocêntrico, pessimista ou arrogante.
Muitas equipes e famílias foram dilaceradas pelas venenosas
emoções descontroladas de um líder.

O PAI CRIA O ‘TERROIR’


A ‘terroir’(Terroá) é definido como um grupo de vinhas (ou até
videiras) da mesma região, pertencente a uma denominação
específica, e partilham o mesmo tipo de solo, condições climáticas,
as uvas e produção de vinho “savoir-faire”, que contribuem para dar
uma personalidade específica para o vinho.

Terroir = Região + Apelação + Uvas + produção de vinho. Terroir é,


de acordo com um vinicultor bem conhecido, toda a atmosfera
(ambiente), determina um vinho específico.

A responsabilidade do pai é exatamente essa, criar o “terroir” ideal


para a família prosperar. Da mesma forma que todo CEO de uma
empresa deve gastar uma boa parte de tempo elaborando
estratégias de como criar o “terroir” certo para que sua empresa
possa alcançar seus objetivos, o pai deve investir uma boa parte do
tempo para criar estratégias, executar, avaliar e recriar estratégias
para esse importante papel que tem de desempenhar. As crianças
são mais sensíveis a sentir a atmosfera à sua volta (amor,
aceitação, apreciação, paz, otimismo, etc., ou seus opostos), e o
que elas sentem vai afetá-las mais do que as coisas que ouvem. Se
você perguntar a uma criança se ela se sente confiante, amada,
valorizada etc., ela será imediatamente capaz de dizer sim ou não.

Qual ambiente que o pai deve criar? Todos devem formular isso no
caminho escolhido, mas aqui é o exemplo de um pai:

“Minha casa é uma libertação, baseada na Bíblia,


capacitando experiências de aceitação, transparência e
intimidade, em que a cultura do Reino, humildade, serviço
e alegria, são cultivados e paixão e compaixão levam todos
a trazerem o céu à terra todos os dias e em todos os
lugares.”

Esta é uma declaração de missão de um pai que, quer ser o


termostato responsável pela ressonância que vai criar o “terroir”
correto, em que as crianças possam se desenvolver da forma ideal.

UM PAI DEVE DESENVOLVER A


INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Para criar o “terroir” ideal para a família, a fim de que, por meio de
ressonância, possa de forma sincronizada se desenvolver da melhor
maneira, o pai precisa ter alto nível de Inteligência Emocional (QE).
Como o Dr. Mario Denton, ex-professor de negócios da
Universidade de Stellenbosch, África do Sul diz:

O QE oferece ao desenvolvimento do pai uma


oportunidade incomum e muito valiosa de aprender mais
sobre si e sua vida emocional já que isso impacta sua
família, seus relacionamentos e sua saúde. Por meio do
desenvolvimento da consciência de si mesmo, atitudes e
valores que influenciam o comportamento individual para si
e os outros, o pai estará construindo suas capacidades
tanto como líder quanto como membros da equipe de sua
família.

Minha experiência com o fornecimento de avaliação e


desenvolvimento da inteligência emocional para muitas
organizações diferentes desde 1997 é que este foco está
trazendo uma dimensão importante de volta às famílias.
Nossa vida emocional dita, em grande parte, nossa
energia, motivação e felicidade pessoal - não há correlação
evidente entre a excelência da família e sucesso nos
relacionamentos pessoais.

Eu acredito que quanto mais nos envolvemos com


tecnologia, maior é a necessidade de não perdermos o
contato mais próximo, um com o outro, mas é a capacidade
de otimizar os pais e, especificamente, o potencial
emocional do pai que vai garantir a sobrevivência a longo
prazo. Uma pesquisa exploratória indica que mais de 70
por cento das competências de liderança podem ser
classificadas como competências emocionais.
Somente se o pai se tornar consciente de suas emoções,
estará em posição de geri-las de forma positiva. Seu
relacionamento com esposa e filhos também vai melhorar,
quando o nível de inteligência emocional aumentar.
Família, paternidade e assumir o papel de pai é muito
importante.61

Quando resumimos inteligência emocional, vemos que ela é


composta por quatro componentes principais:
• Autoconhecimento
• Autogestão
• Consciência social
• Gestão de Relacionamento

Os pais devem constantemente desenvolver essas quatro


qualidades para serem capazes de criar o “terroir” certo.

Há muitas habilidades interpessoais nas quais você precisa para ser


competente, a fim de ter alta inteligência emocional, mas o
fundamental é a habilidade de se comunicar de forma eficaz. Para
mais informações sobre inteligência emocional, consulte o apêndice
H.

INVESTIGANDO E ESCUTANDO
Na comunicação, muitas coisas são importantes: fazer contato
visual apropriado, expressar-se facialmente de forma correta, usar
gestos certos, manter a distância correta do receptor, controlar o
tom de voz, etc., mas dois dos mais importantes sub-habilidades da
comunicação são:
• Ouvir bem.
• Ser sensível aos sentimentos que são comunicados.

Para escutar bem, precisamos entender que as palavras muitas


vezes enviam “mensagens não verbalizadas”. Embora todos nós já
tenhamos ouvido sobre “ler nas entrelinhas”, não somos muito bons
em fazer isso. No entanto, apenas ler nas entrelinhas é muito
perigoso, porque se não verificarmos o que a pessoa quis dizer nas
entrelinhas, fazemos suposições e agimos sobre isso sem verificar
se as suposições estão corretas. Em vez de ler nas entrelinhas,
deveríamos ler por trás das linhas.

O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Na imagem anterior, o remetente (fonte) tem uma ideia ou
sentimento para compartilhar com o receptor. No processo de
escolher as palavras certas (codificação) para compartilhar a ideia
ou sentimento, o conceito passa por um filtro na mente do
remetente. Esse filtro pode ser manchado por experiências
passadas que criaram inseguranças, inferioridades, fingimentos,
etc.; condições atuais de vida (estresse, pressa, raiva, medos,
desmotivação, etc.), ou padrões comportamentais adotados
(manipulação, força, agradar as pessoas, cinismo, etc.). O efeito
desses filtros contaminados sobre a comunicação é que eles
mudam as palavras pretendidas para palavras faladas e estas
palavras pretendidas e faladas não carregam a mesma mensagem.
O remetente, em si mesmo, pode nem estar consciente disso. Por
exemplo, uma criança pode dizer para o pai: “Estou cansado”,
enquanto que na verdade ela está profundamente frustrada ou
desiludida. Quando o pai reage as palavras ditas em vez de
esclarecer as palavras pretendidas, ele pode responder de forma
inadequada.

Criança: - Estou cansada.


Pai: - Você deveria dormir mais.
Criança: - Eu durmo o suficiente.
Pai: - Então deixe de ser preguiçoso.

Isto pode levar a um conflito porque o pai não escutou bem o


suficiente, pois não refletiu sobre as palavras (enviando a
mensagem de volta para esclarecimento) para a criança. Deveria ter
perguntado: “Você está cansado por causa de pouco sono ou você
está frustrado com alguma coisa?”

Os pais devem desenvolver interesse sobre o que os filhos querem


que saibam (palavra pretendida), e não sobre o que eles estão
dizendo (palavra falada). Repetindo isso para a criança, mostrando
que você entende o que seu filho quer que você saiba, você
também está verificando se ele está limpo para que a decodificação
correta possa ser feita. Ideias preconcebidas, falta de atenção ou
até mesmo uma diferença de geração pode tornar muito difícil a
interpretação da mensagem.

Pais devem investigar e ouvir de tal maneira que comunique


claramente o desejo de entender o que seu filho tem a dizer, sem
parecer intrometido.

FICAR NO QUARTO DO SENTIMENTO


Nós nos comunicamos em um dos cinco níveis possíveis:
Nível 1: Conversa fiada - muito superficial, como, por exemplo,
“Como você está?”
Nível 2: Fatos - quando você quer compartilhar ou pede detalhes,
por exemplo, “Como você se saiu na prova?”
Nível 3: Opiniões ou soluções - ocorre quando você responde a uma
ideia ou sugere solução para o problema em questão.
Nível 4: Sentimentos - quando você se conecta com a pessoa em
um nível elevado “de sentimentos “, refletindo que você entende
mais do que os fatos. Isso mostra que você entende o que a
situação tem feito com as emoções da pessoa.
Nível 5: Transparência total - Esta comunicação íntima é
experimentada quando não há nada escondido entre duas pessoas.

Como você pode ver, à medida que esses níveis progridem, as


amizades se aprofundam.
O pai tem a tendência a se comunicar com as crianças
principalmente nos níveis dois e três. Quando apenas
compartilhamos fatos ou damos soluções, comunicamos à criança
que, embora o que estejam fazendo possa valer o nosso tempo,
elas não são suficientemente importantes como pessoa.

Na família o nível de comunicação deve ser muito mais íntimo do


que no mundo exterior. Na família, mais do que em qualquer outro
lugar, devemos nos interessar pela pessoa como um todo, uma vez
que o laço familiar ocorre na fraqueza e não na força; devemos
estar tão intimamente ligados uns aos outros que seremos capazes
de compartilhar todos os sentimentos, positivos e negativos.

Quando aprendermos a ouvir, encontramos os profundos


sentimentos por trás das palavras. NÃO DÊ UMA SOLUÇÃO assim
que seu filho compartilhe um sentimento! Aprofunde-se no
sentimento que seu filho acabou de compartilhar para você;
parafraseie o que você ouviu para indicar que você escutou bem,
então permaneça no “QUARTO DO SENTIMENTO”, abordando e
abraçando o sentimento.

É assim que isso soa:

Criança: - Meus amigos riram de mim hoje.

Pai: - Como você se sentiu quando eles fizeram isso?

Criança: - Eu me senti como um tolo.

Pai: - Quer dizer que se sentia isolado?

Criança: - Sim.

Pai: - Não é bom se sentir tão só (Este é o lugar onde o pai fica no
quarto do sentimento.)
Criança: - É terrível.

Pai: - Eu sei. Muitas vezes me sinto assim. Você se sente


negligenciado e não apreciado. (O pai continua a abraçar o
sentimento da criança. Ele não saiu do “quarto do sentimento”.)

Ao ficar no “quarto do sentimento” sem oferecer uma solução, você


se comunica com a criança que é importante e não está sozinha em
sua aflição. Somente quando o filho pede uma solução, você deve
oferecer uma.

Se você fizer tudo que vimos anteriormente, logo vai descobrir como
a criança o valoriza como uma “alma gêmea” e total transparência o
seguirá. Assim, o pai faz a coisa mais importante, o título de
representação, que é inaugurar “um Deus que se preocupa” com a
vida do seu filho.

SEGURANÇA PARA TODA A VIDA


Desde o início do livro, temos lidado com muitos componentes
diferentes sobre segurança.

Em primeiro lugar, a segurança espiritual vem da autoridade moral


fornecida pelo pai que vive a partir da base normativa da Palavra e
da disciplina que flui a partir dessa autoridade. Adicionado a isso,
est a direção que vem ao encontrar o seu propósito na vida como
uma parte da missão global de Deus.
Em segundo lugar, a segurança mental vem da sabedoria destilada
sobre o que é a vida.

Em terceiro lugar, a segurança social vem do ambiente de amor na


casa entre pai e mãe e a segurança dos amigos que você encontra
na mesa de apoio.
Em quarto lugar, a segurança emocional vem de todo o ambiente
emocional (terroir) que o pai como líder cria em casa.

Em quinto lugar, a segurança física vem do pai, quando cuida da


segurança física das crianças. O pai tem a responsabilidade de criar
um ambiente seguro para os filhos brincarem enquanto são
pequenos (construindo limites adequados), e, ao ser a figura
disciplinar primária, ele se certifica que os filhos (especialmente as
filhas) não vão correr riscos físicos quando forem adolescentes.

Finalmente, a segurança financeira vem do pai como provedor.


Como Deus Pai é o nosso provedor, o pai deve se parecer com
Deus em prover para os filhos. Aqui, queremos abordar brevemente
duas questões-chave que prevalecem em nosso tempo:

1. Pais que negligenciam a responsabilidade financeira para com


os filhos.

2. Responsabilidades financeiras compartilhadas entre o pai e


mãe.

O PAI TEM A RESPONSABILIDADE DE SER PROVEDOR


Em países como Seychelles, os líderes religiosos locais dizem que
90 por cento das crianças nascem fora do casamento e, portanto, na
sua maioria crescem sem a presença do pai biológico. Na África do
Sul, o mais recente censo nacional revela que apenas 33 por cento
das crianças crescem com o pai biológico em casa. Isso cria uma
receita para o desastre financeiro. Muitos pais negligenciam suas
responsabilidades pelas crianças que criam.

A Bíblia não nos deixa qualquer rota de fuga sobre esse assunto.
Mateus 18:10 diz: Cuidado para não desprezarem um só destes
pequeninos! Pois eu digo que os anjos deles nos céus, estão
sempre vendo a face de meu Pai celeste. Os anjos dos nossos
filhos regularmente nos mantêm responsáveis perante o Pai sobre a
forma como nós os tratamos ou os negligenciamos, com
repreensões fortes ligadas a Ele. Como Deus Pai é o Provedor, nós
homens, no papel de pais O representamos, por meio da provisão
para nossos filhos, se vivem conosco ou não. A ideia de ser
responsável por outros não é um conceito amplamente aceito em
algumas culturas individualistas, mas é fundamental na cultura do
Reino.

Para dar fim à grande negligência de provisão para as crianças,


teremos de treinar meninos antes da idade adulta, em que seus
futuros filhos serão de responsabilidade financeira deles, estejam
eles casados ou não. As crianças devem crescer com a sensação
de segurança que “meu pai vai prover para mim.”

RESPONSABILIDADES FINANCEIRAS
COMPARTILHADAS ENTRE PAI E MÃE
Principalmente, devido a padrões de vida que têm subido tão
drasticamente, a disparidade entre os ricos e os pobres e o
desemprego, muitas mulheres estão também trabalhando fora de
casa. Esses são problemas que ocorrem em muitos países; o pai
tem que compartilhar a carga da responsabilidade financeira para
proporcionar renda para a família. Nos Estados Unidos, quarenta
por cento das famílias com crianças, têm a mãe como o principal
provedor.62

Com a responsabilidade financeira compartilhada, existem dois


principais perigos a se levar em consideração: mãe que negligencia
sua responsabilidade de comunicar intimidade à criança e pai que
abdica de sua responsabilidade de prover o sustento familiar.

Quando a mãe compartilha a responsabilidade de trazer dinheiro


para casa, não deve haver separação de verbas entre o pai e ela. A
família deve viver como um só, e contar toda a renda como um
esforço mútuo para o bem comum. Em uma sessão de perguntas e
respostas durante uma conferência sobre casamento, um pastor
ficou pasmo com a pergunta de um jovem casal sobre o quanto
cada um deve contribuir para o aluguel. Esse jovem casal foi
igualmente surpreendido quando o pastor respondeu: “O casamento
não é uma parceria de negócios; é o começo de uma nova família.
Deve haver uma conta bancária, se você quiser, a partir do qual a
família compra seu pão de cada dia. Você precisa entender os
pontos fortes e fracos financeiros uns dos outros, mas trabalhar a
partir de uma carteira.”

Responsabilidades compartilhadas exigem acordos compartilhados


e expectativas esclarecidas. Isso significa que bastante discussão e
satisfação mútua sobre os acordos são necessárias.

Tradicionalmente, entre culturas, a mãe tem sido a principal


cuidadora, cuja ocupação, geralmente, é a casa. Não podemos
subestimar a importância deste tempo gasto com as crianças -
lembre-se, de 1 a 5 anos de idade são os “anos de impacto da
mãe.” Tempo longe de casa nesses anos deve ser limitado. Se não
houver opção de sobrevivência que não seja a de trabalhar fora de
casa, o pai terá de compartilhar responsabilidades gerais em casa
de tal forma que a mãe tenha tempo sozinha diariamente com as
crianças, em uma relação emocional íntima. O pai deve criar espaço
para que a mãe possa gastar mais tempo com os filhos, e ele pode
ajudar nisso, assumindo mais responsabilidades domésticas em
seus ombros. O pai pode colocar a roupa no varal, esfregar o chão e
limpar a cozinha, enquanto a mãe passa tempo com as crianças,
naquele “cubículo” íntimo emocional tão necessário, especialmente
até os 5 anos de idade.

Dito tudo isso, queremos enfatizar fortemente que o pai nunca deve
negligenciar a responsabilidade de ser o provedor de segurança
financeira. O trabalho é valorizado (em termos monetários) de uma
forma desequilibrada (professores, por exemplo, não ganham o
suficiente em comparação com os que estão envolvidos em
tecnologia da informação), e isso pode muito bem significar que a
provisão financeira do pai será menor do que a da mãe. E não há
problema nisso; nós nunca devemos avaliar uma pessoa por sua
situação financeira ou por sua fraqueza, mas isso não dá permissão
para o homem tornar-se preguiçoso e negligente no trabalho.

O pai deve retratar a mensagem de forma clara: ele trabalha duro


para prover! Quando o pai perde o emprego e se esforça para
encontrar outro, é essencial que a mãe se certifique de que ele
nunca se sentirá desvalorizado devido a isso. O conceito de um
homem sobre autoestima depende muito de sua habilidade
profissional. Acordos amigáveis entre os cônjuges, sobre quem deve
ficar com determinada responsabilidade, determina o senso
necessário de segurança criado para as crianças.

O TESTE DA SEGURANÇA
O jeito que os nossos filhos dizem, “O papai chegou!” É muito
revelador. É uma exclamação de alegria e emoção ou é momento
de insegurança e pavor? Se elas correm para a porta, isso que dizer
que elas se sentem seguras em nosso amor, mas se elas se
escondem, isso significa que estão vivendo em um ambiente
baseado na vergonha e no medo, que vai produzir um conceito de
um Deus perpetuamente irritado. A reação externa mais comum
para esse conceito de Deus é a rebelião, o que é mais pronunciado
na adolescência.

O cantor country americano, George Strait, teve mais canções como


número um na paradas de sucessos, do que os Beatles. Esta é a
letra da sua primeira música que ficou no topo, por mais de uma
semana. Ela ficou popular porque respondia a algo que todos nós
almejamos. O menino que se torna um homem na canção, aprendeu
sobre o amor de Deus, por meio do amor incondicional de seu pai.

Fui enviado da escola para casa um dia


Com um roxo no meu olho
Lutar era contra as regras e não importa porque
Quando papai chegou à casa, contei a história,
como se eu tivesse ensaiado
Então fiquei ali de joelhos trêmulos
E esperei pelo pior

Ele disse: “ Deixe-me contar-lhe um segredo


sobre o amor de um pai,
Um segredo que meu pai disse que era só entre nós.”
Ele disse: “Papais não apenas amam
seus filhos de vez em quando.
É um amor sem fim, amém, é um amor sem fim,
amém.”

Quando me tornei pai, na primavera de ‘81


Não havia dúvida de que o menino teimoso
Era como o filho do meu pai.
E quando eu pensei que a minha paciência
tinha sido testada até o fim,
Peguei o segredo do meu pai e passei-o a ele.

Disse, “ Deixe-me contar-lhe um


segredo sobre o amor de um pai,
Um segredo que meu pai disse que era só entre nós.”
Ele disse: “Papais não apenas amam seus
filhos de vez em quando.
É um amor sem fim, amém, é um amor
sem fim, amém.”

Na noite passada sonhei que havia morrido


e estava fora daqueles portões de pérolas

Quando de repente me apercebi que


devia haver algum engano

Se eles sabem a metade das coisas que


eu fiz, nunca vão me deixar entrar
Então em algum lugar do outro lado
eu ouvi essas palavras de novo

E Eles disseram: “ Deixe-me lhe contar


um segredo sobre o amor de um pai,

Um segredo que meu papai disse


que era só entre nós.

Veja bem, Papais não apenas amam


seus filhos de vez em quando.

É um amor sem fim, amém,


é um amor sem fim, amém” . 64
OLHA, PAPAI, OLHA!
Potencial inexplorado descrevia perfeitamente este “zimbabuense”
de 21 anos de idade. Em seu estado atual de incerteza, nada
emergia. Tudo estava como engarrafado, e dolorosamente o corroía
por dentro, o deixava confuso, com a expressão facial caída e a
linguagem corporal letárgica. Eu estava ensinando sobre liderança,
mas esse não era um rosto de um líder. Após o seminário, ele se
aproximou de mim com apreensão.

- Senhor, você pode me ajudar, por favor? - disse ele, e então


contou sua história.
- Eu era o adolescente mais confiante que você possa imaginar.
Mesmo aos 13 anos, basicamente era líder na escola. Assumia a
liderança em quase tudo, era reconhecido por outras pessoas como
tal e seguido por meus amigos. Até mesmo adolescentes mais
velhos me seguiam e o futuro parecia brilhante e promissor. No
entanto, aos 21 anos, estou em lugar nenhum. Minha confiança
desapareceu. Não consigo fazer algo significativo. Não sei o que
está acontecendo de errado comigo. Você pode me ajudar, por
favor?”
- Quando você sentiu essa perda de energia emocional e
confiança? - eu comecei a procurar por pistas com minha pergunta.
- Quando eu tinha cerca de 16anos, desapareceu de repente;
não sei o motivo.
- O que aconteceu quando você tinha 16 anos de idade? -
continuei a investigar.
- Não (ele enrugou a testa) ... você não quer dizer ... Quer dizer
que ... este poderia ser o motivo? Ele me deixou no ar, mas eu podia
ver que a resposta já estava se revelando.
- O que aconteceu aos 16 anos?
- Meu pai morreu. Você acha que esta é a razão por que eu
perdi a minha confiança?
- Um pai desempenha um papel enorme em afirmar o que
fazemos - respondi.
- Uau, isso faz muito sentido. Sabe, eu chegava da escola todos
os dias e quando entrava na nossa pequena casa, os olhos do meu
pai claramente refletiam a sua confiança em mim. Muitas vezes, ele
apenas se encostava no meu ombro e dizia uma palavra de
afirmação. Mas quando ele morreu, eu fiquei com esse vazio.
- Posso, por um momento, ser o seu pai? – perguntei.

Ele imediatamente abriu os braços e me abraçou. Quando eu o


abracei, sussurrei palavras de afirmação em seu ouvido, supondo
que seu pai provavelmente teria feito o mesmo, e o jovem teve a
oportunidade de estar com o pai, mais uma vez. Chorou como um
bebê, mas quando se soltou do abraço, houve uma nova luz em
seus olhos e, eu espero, um novo futuro.
Desde aquele dia, eu comecei a me perguntar se essa é a razão
pela qual tantas crianças, quando fazem pequenas cambalhotas,
passos de dança ou truques de malabarismo, chamam a atenção do
pai, gritando: “Olha papai, olha!” Tenho notado que, mesmo quando
as crianças têm relacionamento mais forte com a mãe, elas ainda
assim chamam a atenção do pai, ao invés da atenção da mãe. Eles
não gritam, “mamãe olha, olha” tão regularmente. Será que isso
significa que Deus nos concebeu dessa maneira, que nós
precisamos muito da atenção do pai? As crianças choram pelas
mães, primeiro quando se machucam, mas correm para os pais em
busca de afirmação. E parece que a afirmação do papai é
indelevelmente gravada na vida dos filhos quando feita da maneira
certa.

ENTÃO PAPAIS - OLHEM!


AFIRMAÇÃO É UM EDUCADOR MUITO MELHOR DO QUE
A CORREÇÃO
Alguns pesquisadores dizem que, pais e mães normalmente se
comunicam entre 19 e 36 minutos por dia com seus filhos, e outros
pesquisadores afirmam que 70 por cento do que é comunicado65 é
negativo/corretivo. Se isso é uma imagem verdadeira ou não, eu
não sei, mas o que eu sei é que, o pai acha mais fácil observar os
comportamentos negativos do que os positivos.

Eu agia da mesma maneira com meu primeiro filho. Achava que a


responsabilidade dos do pai e da mãe era corrigir o comportamento
negativo, mas não sabia que a minha primeira responsabilidade era,
na verdade, afirmar o comportamento positivo. Até que eu li um livro
sobre educação que dizia; a afirmação é muito mais eficaz na
educação do que a correção. Nessa fase, a minha filha mais nova
era ainda bebê, então decidi testar essa técnica com ela.
Ao observar, cuidadosamente, suas atitudes logo que eu via um
comportamento positivo, eu o afirmava com um elogio. Com meus
filhos mais velhos, passava devagarinho pela porta do quarto deles,
para evitar ser incluído em seu mundo de fantasia, quando eu os via
brincando tranquilamente com os brinquedos. Mas com a minha
filha mais nova eu fazia de forma diferente. Assim que eu a via
brincando, entrava no quarto e dizia: “Papai estava vendo você e o
papai está tão orgulhoso de ver a minha filha brincando tão bem
com suas bonecas!”

Eu queria um refrão ecoando e ressoando em sua mente, “Eu posso


fazer as coisas de uma maneira boa. Eu agrado a meu pai e a
minha mãe. Eu quero continuar a agradar a eles”. Quando você
afirma seus filhos regularmente, parece que eles têm tendência de
querer agradar a você com mais frequência. Logo, eu descobri que
essa nova criança só iria querer nos agradar o tempo todo. Ela
brincava por horas com suas bonecas. É como se a afirmação,
evocasse o bom comportamento nela.
Aplauda seu filho por um comportamento exemplar. Louve a boa
conduta na vida. Sugestões no site do Governo de Victoria, na
Austrália66, valem realmente a pena para a construção de um
comportamento positivo em seu filho:

• Elogie seus filhos por arrumarem o quarto ou compartilharem


alguma coisa. Elogios reforçam o bom comportamento.
• Agradeça-lhes por ajudar em casa ou no supermercado.
• Deixe-os saber que você tem fé em suas habilidades. Uma
criança que ouve constantemente para ter cuidado, ou que eles vão
se machucar, acabará perdendo a confiança em suas habilidades.
• Permita muitas oportunidades para que façam as coisas de que
gostam - isso faz bem. Sentir-se competente aumenta a autoestima.
• Elogie os seus esforços, não apenas seus resultados. A
criança precisa saber que é normal falhar.
• Evite corrigir constantemente os erros do seu filho. Tentativa e
erro fazem parte da vida de cada criança. Seu filho pode se sentir
desanimado e sem esperança se cada esforço seu é criticado.
• Separe a criança de seu comportamento. Desaprove a
atividade, não a criança. Para uma criança ter um senso melhor de
si mesmo, é melhor você dizer: “Desenhar nas paredes é uma coisa
muito errada de se fazer” em vez de dizer: “Você é uma criança
desobediente!” Seu filho precisa saber que seu amor é
incondicional.
• Não pense que eles sabem quanto você os ama – você tem de
dizer quanto você os ama, muitas vezes.
• Diga à criança o que você quer que ela faça e não o que você
não quer que ela faça. Na maioria dos casos, é simples, é só
transformar uma sentença negativa em uma positiva. Por exemplo,
em vez de dizer: “Não ande tão perto da estrada” diga: “Vem
caminhar ao meu lado.”
“Você consegue imaginar a sensação de merecimento que a criança
terá se ouvir com frequência o quão felizes os pais são em relação
ao seu comportamento”?

ELE DEVE SENTIR-SE TÃO BEM QUANTO VOCÊ


Ken Blanchard tem ajudado um grande número de líderes, com seu
profundo pequeno livro, The One Minute Manager67, a descobrirem
o poder da afirmação. Ele sugere os seguintes passos:

• Elogie as pessoas imediatamente.


• Diga às pessoas o que elas fizeram certo - seja específico.
• Diga às pessoas quão bem você se sente em relação ao que
elas fizeram certo, e como isso ajuda na organização e às outras
pessoas que trabalham lá.
• Pare por um momento e as deixe “sentir” o quão bem você se
sente.
• Incentive-os a fazer mais do mesmo.
• Aperte as mãos ou toque nas pessoas, de uma forma que
deixe claro para elas que você apoia o sucesso delas na
organização.

Estes passos são muito valiosos e os pais podem aplicá-los


diariamente. O pai precisa encontrar formas de afirmar as crianças.
Desses passos, o quarto, provavelmente, tem o maior impacto.
Imagine-se na pele de seu filho. Aqui, meu pai está me elogiando
por algo que eu estou fazendo bem (passo um e dois) e ele mesmo
disse que isso está ajudando a família a ser uma família melhor
(terceira etapa). Agora, meu pai para por um momento, lentamente
inspira, e, em seguida expira, um suspiro de prazer, e então ele diz:
“Você é tão bom!”

Se você experimentar isso uma vez, há chances de querer


experimentar muitas outras vezes. O único outro ato afirmativo que
teria o mesmo impacto, seria quando o seu filho ouve você falar com
seu cônjuge sobre coisas boas que você viu seu filho fazer. Você
consegue imaginar a sensação de merecimento que a criança terá
se ouvir com frequência o quão felizes os pais são em relação ao
seu comportamento?

Cinco responsabilidades importantes sobre afirmação:

INCENTIVAR SANTIDADE HOLÍSTICA


Quando construímos a força interior de uma criança, por meio da
afirmação, devemos fazer isso em todos os aspectos da vida.
Queremos motivar nossos filhos espiritualmente, intelectualmente,
emocionalmente, socialmente e fisicamente. Uma criança deve se
sentir valiosa e única em todos esses níveis.

Espiritualmente, a criança deve se sentir cheia de amor, que é


sincero, único, perdoador, grato e satisfeito. Intelectualmente, a
criança deve se sentir inteligente, criativa, boa em leituras e boa em
aprender rápido, etc. Afirmações emocionais transmitem
sentimentos de ser amado, ser bonito, ser satisfeito, etc. Afirmações
sociais criarão crianças amigáveis, boas ouvintes, com compaixão e
facilidade expressão, etc. A afirmação física criará na criança uma
boa autoimagem física.

Deve notar-se, é claro, que o objetivo é ajudar a criar uma boa


autoimagem na criança, mas não mimá-la de tal forma que criamos
crianças arrogantes, inconscientes de sua natureza pecaminosa ou
que têm ideias irrealistas de seus próprios pontos fortes e fracos.

ELOGIE SEU FILHO DE ACORDO COM AS


NECESSIDADES DO MOMENTO EM SUA VIDA
Como já vimos, cada criança passa por estações, em que
desenvolvimentos específicos são importantes. De 1 a 6 anos, o
intelecto se desenvolve mais rápido. Naqueles anos, a criança deve
ouvir coisas como: “Você é tão esperto”, “Você é tão inteligente”,
“Muito bem” ou “Você pensou direitinho nisso.”
De 6 a 8 anos, as suas realizações como pequenas tarefas
domésticas devem ser aplaudidas, bem como sua manutenção de
certos valores.

De 9 a 11 anos (para os meninos, talvez 2 anos depois), seu


desenvolvimento físico deve ser saudado. Sempre que vejo meninos
dessa idade, eu os elogio em relação à sua força física e inúmeras
vezes eu os vejo logo depois flexionando seus músculos no
espelho.

Dos 12 aos 18 anos, eles precisam ouvir, “Você é um bom amigo”


ou “Seus amigos devem realmente gostar de você.”

Dos 19 aos 21 anos, eles devem ser elogiados por causa de seus
bons valores, boas escolhas e sobre certos traços de sua
identidade.

Tudo isso é, mais uma vez, para reforçar o crescimento positivo e


saudável em coisas como a confiança, a laboriosidade, uma boa
imagem de si mesmo, etc. Temos que tomar cuidado com a
presunção, especialmente na fase dos 12-18 anos, do impacto dos
amigos. As crianças precisam de um senso de seu próprio bem-
estar, mas não à custa de comparações imprudentes ou denegrindo
amigos.
ELOGIE CADA CRIANÇA DE ACORDO COM OS SEUS
DONS E ESTILO ÚNICO.
Conhecer a singularidade de seu filho é absolutamente essencial.
Aos 11 anos, minha filha mais velha, queixou-se, certa vez: “Eu não
sou tão boa quanto os dois mais novos.” Ela estava comparando-se
a seus irmãos, usando os valores da cultura de nossa cidade como
sua referência: fundamentada no desempenho acadêmico e
esportivo. Eu tinha que libertá-la deste pensamento. Levou um longo
tempo, e uma abordagem forte, para fazê-la entender que existem
outros valores igualmente ou - no contexto do Reino - ainda mais
importantes do que o desempenho acadêmico e esportivo. Sendo
tão ligada como ela era, sua lealdade e atitude de apoio foi afirmada
como um valor, com o qual ela está enriquecendo a nossa família
mesmo até hoje.
Certifique-se de que você está muito consciente dos dons de seus
filhos. Exalte-os pela sua singularidade. A sociedade vai
reconhecer aqueles que executam bem as coisas que ela valoriza.
Devemos nos concentrar nas coisas que a sociedade não
necessariamente valoriza abertamente: integridade, humildade,
serviço, lealdade, apoio, responsabilidade, respeito, amor altruísta,
bondade, hospitalidade, etc.

ELOGIE CADA CRIANÇA DE ACORDO COM SEU ESTILO


SOCIAL ÚNICO
Você deve conhecer não só os dons, mas também o estilo social
único de seus filhos. Há tantos estilos sociais para analisar
disponíveis hoje em dia, tais como DISC, Myers-Briggs ou Strengths
Finder.

Eu teria ferido as emoções do meu filho severamente se eu


ignorasse o fato de que ele era muito diferente de mim socialmente.
Na avaliação DISC (veja o resumo curto mais à frente), ele mostrou-
se como um alto “C”. Isso significa que ele é muito analítico e
reacionário. Um de seus pontos fracos, portanto, seria que
demoraria mais tempo para tomar decisões. Eu sou o oposto, já que
eu sou um alto “I”. Eu sou muito mais rápido na tomada de decisões
e, por isso, espero respostas rápidas. O jeito do meu filho lidar com
decisões teria me levado à loucura, se eu não soubesse que ele
processa isso de forma diferente. Conhecer suas características não
só me deu mais tolerância; isso também me ajudou a afirmar os
pontos fortes de acordo com o estilo único de cada um dos meus
filhos e a saber como motivá-los. No resumo a seguir, você vai
encontrar sugestões sobre como fazê-lo.

Leia as quatro seções do quadrado na figura a seguir. Veja qual


descrição corresponde a cada um de seus filhos. Em seguida, leia o
resumo de cada perfil na tabela da figura e tente averiguar as
características de seus filhos, pontos fortes e fracos, como trazem
valor para os outros, são motivados, e podem melhorar as suas
relações.68
AFIRMAR A ORIENTAÇÃO SEXUAL DE CADA CRIANÇA.
Já que o pai afirma identidade (como discutido no capítulo 7),
também desempenha grande, talvez até mesmo o papel dominante,
na afirmação da identidade de gênero. O exemplo feminino da mãe
e o exemplo masculino do pai (que não pode ser confundido como
fraqueza e aspereza) desempenham um papel importante nesse
assunto.

Por mais que os padrões de comportamento sejam estabelecidos


por meio de afirmação, a afirmação do gênero também desempenha
forte papel no estabelecimento da orientação sexual. E parece que a
afirmação do pai tem um impacto maior que a afirmação da mãe.

Por isso, queremos incentivar os pais (homens) a afirmarem seus


rapazes dizendo frases como: “Um dia você será um grande pai” ou
“Um dia, quando você for um homem adulto” ou “Nós, homens,
temos as seguintes responsabilidades.”

Quando meu filho tinha 6 anos de idade, eu fiz uma jogada


arriscada e disse a ele: “George, se você quiser crescer e ser um
grande homem e um bom marido para sua esposa, me observe e eu
vou lhe mostrar como.” Isso não só colocou uma responsabilidade
enorme sobre meus próprios ombros, mas também contribuiu para a
orientação de George na idade adulta. E na verdade, ele teria me
observado mesmo assim, mesmo se eu não tivesse dito isso tão
especificamente.
Essa orientação deve ser estabelecida antes da puberdade (para
meninas de 9 a 11 ou 12 anos, e para os rapazes entre 10 e 13
anos). Nessa fase, há uma superssensibilidade para o
desenvolvimento e orientação sexual, e esses últimos anos antes da
adolescência provavelmente vão finalmente estabelecer orientação
sexual.

A filha, da mesma forma, deve ouvir o pai dizendo quão linda ela é,
que vai crescer e ser uma grande mulher, e possivelmente futura
esposa de um homem abençoado. As crianças devem entender
que, predominantemente, extraímos nosso valor dos dons que Deus
nos deu. Para isso, temos de celebrar o nosso talento físico com
eles. Se excedermos os limites sobre isso, podemos cair na
armadilha da beleza física ser elevada acima da beleza interior.
Também não devemos destacar a beleza física como uma
mercadoria exclusivamente feminina. A beleza interior e força são
valorizados como valores do Reino.

Durante a fase de transição, quando as crianças passam da


puberdade para a adolescência, Lucy Maud Montgomery (autora da
série de Anne of Green Gables) observou que, “A amizade pode ser
tão forte como eros.” Isso pode se tornar muito confuso,
especialmente para as meninas. Precisamos ajudá-las a ver que é
normal e saudável sua busca por, como Montgomery chamou,
“almas gêmeas”, ou amigos do seu círculo interno.

Tantas incertezas estão afligindo a mente dos jovens de hoje! Ajudar


a terem certeza de sua singularidade antes de entrarem na
tumultuada fase social da adolescência, vai fazer com que se sintam
seguros afirmá-los ao desempenhar o prório papel na “salada
social”.

O PODER DA AFIRMAÇÃO
LIBERADO PARA O DESTINO - O DIREITO DA
PASSAGEM
O Bar Mitzvah é a cerimônia de iniciação religiosa do menino judeu
que tenha atingido a idade de 13 anos; está considerado pronto
para observar preceitos religiosos. “Bar” significa “filho”, “mitzvah”
significa “mandamento”. O Bat Mitzvah é o equivalente para as
meninas.
De acordo com a lei judaica, o menino ou menina, em seguida,
torna-se responsável por suas ações, é permitido fazer certos rituais
religiosos, é capaz de participar em todas as áreas da vida da
comunidade judaica. Atingir a idade de Bar Mitzvah significa se
tornar um membro de pleno direito da comunidade judaica, com os
privilégios e responsabilidades que vêm com isso. Muitas
congregações exigem que crianças que vão entrar na idade do bar
mitzvah? , participem de um número mínimo de cultos de oração de
Shabat na sinagoga, estudem em uma escola hebraica, assumam
um projeto de caridade ou serviço comunitário, sejam membros e
tenham bom relacionamento com a sinagoga.

Ao longo da história humana, em regiões distantes no globo, o


fenômeno do ritual de iniciação masculina prevaleceu. Algumas
culturas, como a cultura judaica, também têm esses ritos para
meninas. Eles são únicos para as culturas que os criaram, mas seus
efeitos são muitas vezes idênticos. O ritual de iniciação é visto como
rito de passagem na vida de um homem, e, simbolicamente, define
o momento em que deixa a infância para trás e torna-se homem. Em
muitas culturas, são testadas a coragem, a força e a capacidade de
um homem de fazer uma contribuição útil para a sociedade. Para as
meninas é a transição da infância a mulher.

Embora muitos desses rituais incluam atos brutais sem sentido e


devam ser condenados pelo que fazem, ritos de passagem podem
proporcionar fortes trampolins para a transição dos jovens por
diversas fases. Eles podem ajudar os jovens a deixarem para trás a
disposição de uma época anterior e adotarem uma abordagem mais
madura para a vida.
Queremos sugerir dois ritos de passagens para meninos e meninas:
para a masculinidade e para a feminilidade. Uma carta de um amigo
e o relatório sobre a forma como eu fiz com meu próprio filho vão
introduzir os princípios e elementos necessários para essas
ocasiões transformadoras.

O rito preparando-os para a fase de grupos e aventura - celebrar o


fim da infância.

Como seu filho está chegando ao fim dos anos de impacto do pai (6-
11), ele está deixando de ser menino para se tornar homem. Esse
processo vai demorar dez anos; oito anos em que ele vai,
principalmente, aprender a se socializar e de dois a três anos em
busca de identidade, nos quais vai aprender principalmente a fazer
escolhas certas.

Precisamos enviar nossos filhos para essas fases, para garantir


intencionalidade, transição e crescimento. O rito de passagem
fornece a plataforma de lançamento.

Um amigo meu me escreveu a seguinte carta sobre o rito que ele


fez para “formar” o seu filho e enviá-lo para a fase de grupos e
aventura. Embora tenha feito isso mais tarde, sugerimos que isso
deva ser feito com os meninos mais ou menos aos 13 anos de idade
e meninas em torno de 12 anos de idade. Meu amigo escreveu:

Para a cerimônia de rito de passagem do meu filho, para


enviá-lo à fase de grupos e de aventura, comecei a orar
cerca de quatro meses antes. Durante o meu tempo de
oração, senti que o Senhor estava me dizendo que lhe
desse as chaves para a vida que o Senhor tinha escolhido
para ele.
Quanto mais eu orava, mais eu tinha a impressão de que
as “chaves” que o Senhor estava falando deveriam ser
símbolo das diferentes virtudes descritas na Bíblia. Então,
comecei a pesquisar um pouco sobre as diferentes virtudes
e seus contextos. Ao longo das semanas seguintes, Deus
me deu toda uma lista de virtudes que eu poderia escolher.
Elas foram, entre outras coisas, honestidade, lealdade e
humildade.
Decidi que o meu próprio círculo de amigos deveria ser o
que apresentaria ao meu filho essas “chaves.” Expliquei o
conceito a eles e pedi que se preparassem para a noite do
rito de passagem. Eles estavam dispostos e aceitaram a
responsabilidade. Também achei que seria bom convidar
alguns dos amigos do meu filho para a ocasião. Exceto
pela presença da minha esposa, foi uma noite só de
homens.
Para tornar isso bem tangível, fui ao mercado e comprei
algumas chaves antigas de diferentes formas e tamanhos.
Havia chaves de porta, uma chave allen, uma chave de
mandril, uma chave de carro velho e algumas outras. Na
noite da cerimônia, eu tinha um fogo aceso, porque após a
cerimônia nós iríamos fazer um bom churrasco. Comecei a
cerimônia, dei boas-vindas a todos, especialmente a meu
filho. Iniciei com uma palavra de oração e continuei
entregando a primeira chave, explicando que ela
representava o princípio bíblico da humildade. Expliquei,
por dois ou três minutos, o que é humildade e, por que é
necessária na vida do homem de Deus, como seria viver
com humildade, como isso iria beneficiar o Reino de Deus,
já que ele deveria viver uma vida com humildade. Meus
amigos mais próximos fizeram o mesmo entregando para o
meu filho as outras chaves da virtude, um após o outro.
Minha esposa também teve a sua vez.
Quando terminamos, pedi ao meu filho que entrasse no
círculo dos homens. Expliquei-lhe que ele não era um
homem ainda, mas estava no processo de se tornar um. Eu
também expliquei que, até aquele ponto, ele tinha sido
tratado como menino. As pessoas falavam com ele como a
um jovem rapaz, explicavam para ele coisas da infância e
elas o tratavam como menino. No processo de se tornar
um homem, tudo isso teria de mudar. As coisas seriam
diferentes, a partir daquele momento. Enfatizei que
precisava entender que, como seu pai, nunca mais eu iria
tratá-lo novamente como se ainda fosse um menino.
Continuei a falar sobre as qualidades que ele tinha que
fazem minha esposa e eu orgulhosos de sermos seus pais,
elogiando-o em muitos aspectos, mesmo nos que
gostaríamos de vê-lo melhorar. Como seu pai, o ungi com
óleo, o abençoei e fiz uma oração sobre a sua vida.
Então, eu lhe presenteei com um símbolo, uma lembrança
do que aconteceu. Era uma cruz de aço inoxidável muito
especial e uma corrente. Nunca imaginei quão importante
isso acabaria se tornando para ele. Desde o dia do rito de
passagem, ele usa aquele colar dia e noite. Ele nunca o
tirou! É muito valioso para ele!
Meu filho entrou naquela cerimônia um menino, mas desde
então eu o vi crescer e se tornar um jovem adulto, cujo
único propósito é trazer glória ao seu Pai Celestial,
espiritualmente muito forte e de pé na brecha por seus
amigos.
Eu tenho plena confiança de que ele vai se transformar em
um grande homem.

O RITO DE PASSAGEM PARA A FASE ADULTA


Na minha cultura Africâner, não há nenhum evento conhecido que
celebre essa passagem. Quando tivemos em guerra no século
passado, a crença era “Você vai para a guerra como menino e
retornará como homem.” Os desafios físicos e psicológicos, e
dificuldades da guerra pareciam ser suficientes para preparar jovens
para os desafios da vida. O problema, porém, é que a definição de
masculinidade foi manchada na vida de muitos. Os assassinatos, o
consumo de álcool e as práticas sexuais que muitas vezes andam
de mãos dadas com a guerra, em alguns casos, contribuíram mais
para uma visão distorcida da masculinidade do que uma visão
adequada ou bíblica. Eu queria dar a meu filho, um rito de
passagem aos 21 anos de idade que iria enviá-lo para a vida
adulta.

Isto foi o que fiz: convidei alguns homens para representarem cada
década da vida de um homem, a partir dos anos 20 aos anos 70.
Esses homens eram pessoas que meu filho sabia que eu tinha
algum tipo de relacionamento com eles. Em outras palavras, eles
eram representantes críveis. Ambos os avôs de George estavam
presentes e, com uma permissão especial para esta reunião de
homens, minha esposa.

Aluguei um quarto com uma mesa de reuniões grande e quando


George entrou na sala toda misteriosa e cheia de prestígio, as
pessoas estavam sentadas em torno da mesa oval. Quando ele
tomou o assento vazio na ponta da mesa, você podia ver em seu
rosto que estava extasiado. Foi uma grande surpresa para ele.

Então, expliquei-lhe que cada pessoa ao redor da mesa


representava uma década da vida do homem. A cada uma dessas
pessoas foi então dada uma oportunidade para incentivar George
com uma mensagem, a partir do período de tempo que cada um
representava. Para cada década, havia também um objeto em
exposição, com um símbolo representando mais ou menos como
era a vida de um homem.

Os 20: Um espelho como símbolo de encontrar a sua própria


identidade e como você se vê.
Os 30: Um canivete suíço para simbolizar a aventura lá fora, o
descobrir e o viver.
Os 40: Uma medalha que simboliza o sucesso e o desempenho.
Os 50: Uma impressão digital como símbolo de deixar sua marca na
vida.
Os 60: Uma corrente com um elo para representar a transmissão de
um legado às gerações seguintes.
Os 70: Uma coroa de louros representando vitória.
Aos avôs de George também foi dada a oportunidade de dizer algo
a ele, e, em seguida, foi a minha vez. Eu disse a George para se
lembrar da imagem dos homens ao redor da mesa, sempre que
pensasse sobre o seu papel como homem. Havia algumas cadeiras
vazias na mesa e eu disse que elas representavam todos os
homens da Bíblia - Moisés, Abraão, Davi, Josué, Pedro, João,
Paulo, etc. Compartilhei uma passagem da Bíblia (Josué 1: 9) para
incentivá-lo a entrar na Terra Prometida com coragem.

Em seguida, foi a vez dos últimos atos simbólicos e um presente.


Seis meses antes, George expressou seu sonho de ser visto como
um guerreiro, um dia eu me lembrei disso. Antes da cerimônia, eu
comprei para ele uma espada do século 17.

Em um canto da sala havia uma cruz com uma almofada na frente


dela. Nós todos fomos para lá e George se ajoelhou sobre a
almofada na frente da cruz, onde todos os homens, representando
todas as décadas da vida, se revezaram para abençoá-lo com
palavras que levavam a mensagem de ser um homem e também ser
um guerreiro no Reino de Deus. Finalmente, minha esposa e eu
oramos e abençoamos sua vida, ungindo-o com óleo. Então eu o
“ordenei a cavalheiro”, simbolicamente passando para a idade
adulta com um toque da espada em cada ombro e na cabeça.

Eu presenteei George com a espada como símbolo de seu rito de


passagem como um homem. E quando eu o abracei, eu sussurrei
em seu ouvido: “Você é agora um homem, meu filho. Eu nunca mais
vou falar com você como se fala com um menino. Eu vou falar com
você de homem para homem. Eu te amo. Que Deus te abençoe!”

Isso foi tudo completamente novo para todos nós. Eu não sabia
como o meu filho se sentia sobre essa única, mas estranha
experiência. No dia seguinte, ele pendurou a espada na parede de
seu quarto. Ficou claro, pelo menos, que havia apreciado.
Mais tarde naquele dia, o seu melhor amigo veio visitá-lo e, quando
George disse a ele o que aconteceu, percebia em seus olhos um
desejo em sua alma: “Eu queria que meu pai tivesse feito isso
comigo.” Desde esse dia, temos feito numerosos ritos de passagem
e celebrações. Cada ocasião é muito especial e tem sido mesmo
uma experiência divisora de águas na vida de muitos.

PREPARAÇÃO PARA A CERIMÔNIA DE RITO DE


PASSAGEM
Preparar-se para o rito de passagem do seu filho ou filha requer
muita oração, intencionalidade, discernimento e um bom esforço em
estudar a Palavra quando você usa um símbolo da Bíblia. (Ver
anexo I para uma série de símbolos sugeridos e seus significados
bíblicos.)

Você terá de decidir com o seu cônjuge qual será a mensagem da


cerimônia que vocês vão realizar. Essa mensagem deve ser uma
combinação do que a Bíblia quer dizer para o seu filho e das
“impressões digitais de Deus” que você já tenha deixado nele. Por
exemplo, se seu filho tem uma sincera busca por justiça, você pode,
portanto, escolher o “cinturão da verdade” (Efésios 6:13) como o
símbolo que representa isso. Mas você também deve escolher algo
que você acha que ele possa melhorar. Depois de ter escolhido o
símbolo e seu significado estiver firmemente impresso em sua
mente e orações, você pode começar a organizar a ocasião.

Quando você fizer a cerimônia de rito de passagem com seus filhos,


sugerimos os seguintes elementos:

1. O dom de um símbolo personificando os valores ou propósitos


pretendidos da pessoa ou um valor fundamental para a
masculinidade/feminilidade.
2. Destacar as qualidades do caráter positivo da pessoa.
3. Considerar as palavras proféticas. (Isto não pode ser forçado).
4. A confirmação da identidade de gênero.
5. Pronunciamento de bênção pessoal específica pelo pai e pela
mãe.
6. Liberar a pessoa para aventuras em grupos ou para a fase da
idade adulta.
7. Atos simbólicos, como a unção do seu filho ou a “ordenação a
cavalheiro” passando para a idade adulta com um toque da espada
em cada ombro e na cabeça.

“MEU FILHO AMADO EM QUEM ME COMPRAZO”


Você pode imaginar o momento do batismo de Jesus? Naquele dia,
quando os céus se abriram, o Espírito Santo na forma de uma
pomba desceu sobre Jesus e uma voz veio do céu, dizendo: Tu és
meu Filho amado em quem me agrado. (Lucas 3:22) Isso fez com
que João dissesse: eu vi e testifico que este é o Filho de Deus.
(João 1:34)
Essa validação incrível de Jesus pelo Pai veio no início do Seu
ministério e deve ter sido um conforto incrível para Ele. Servindo
como ser humano, Jesus precisava disso no meio de todos os
espectadores que duvidaram Dele ao longo da vida. Devemos
pensar bem nessa questão. Que peso essa afirmação tem?

Quando lemos a história de Isaque, Esaú e Jacó, e como


intencionalmente Jacó enganou Isaque com a ajuda de sua mãe,
Rebeca, para receber a bênção de seu pai doente e a história de
vida abençoada que Jacó teve, então, novamente, temos de
perguntar a nós mesmos, qual é o peso que essa bênção carrega?

Viajando por toda África e observando os privilégios de


primogênitos, que recebem a bênção do pai, mais uma vez nos vem
a pergunta: Qual é o peso que a benção do pai traz?

Devemos pensar sobre isso quando vemos, nas Escrituras, Jesus


falando aos Seus discípulos palavras que os levaram a romper as
barreiras das limitações humanas. Ele constantemente desafiava
seus paradigmas, quebrando velhos padrões de pensamento e
comportamento, influenciando-os de uma forma que ninguém mais
faria.

Jesus disse nos Evangelhos: Vós sois o sal da terra, e a luz do


mundo
(Mt 5: 13-14); Ele os enviou com as palavras: curem os doentes,
ressuscitem os mortos ... expulsem os demônios. De graça
recebestes; dar livremente (Mateus 10: 8). E acrescentou: Quem
vos ouve a vós, a mim me ouve; e quem vos rejeita a vós, a mim me
rejeita (Lucas 10:16). Ele continua com: Aquele que crê em mim fará
também as obras que tenho realizado, e fará coisas ainda maiores
do que estas. (João 14:12); Então Ele disse: Como o Pai me enviou,
eu também vos envio. E com isso, soprou sobre eles e disse: (João
20: 21-22); “Recebei o Espírito Santo”. Terminou a validação
capacitando-os, surpreendentemente, ao afirmar que “todo o poder
no céu e na terra foi dado a mim. Portanto ide, fazei discípulos ...
batizando-os ... ensinando-os ... e eis que estou convosco todos os
dias, até o fim dos tempos”.

João, Paulo e os outros discípulos logo entenderam essa


convincente afirmação, assumiram os seus propósitos e nos
encorajam a fazer o mesmo dizendo:

• 2 Coríntios 5:20 - Portanto, somos embaixadores de Cristo,


como se Deus estivesse fazendo o Seu apelo por meio de nós.
• 2 Timóteo 2: 20-21 - Alguns são para fins especiais e outros para
uso desonroso. Aquele que se purificar deste último será
instrumento para fins especiais, santificado ao Senhor, preparado
para toda boa obra.

• Hebreus 2: 5, 7-8 - “Pois não foi a anjos que sujeitou o mundo


que há de vir, sobre o qual estamos falando; Fizeste-o, por um
pouco, menor que os anjos, de glória e de honra o coroaste [e o
constituíste sobre as obras das tuas mãos]. Todas as coisas
sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou todas
as coisas, nada deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda
não vemos todas as coisas a ele sujeitas”

• 1 Pedro 2: 9 - Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real,


a nação santa, a posse especial de Deus, que você pode declarar
as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz.

• 2 Pedro 1: 3-4 - Seu divino poder nos deu todas as coisas de


que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno
conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e
virtude. Por meio delas, Ele nos deu Suas grandiosas e preciosas
promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da
natureza divina e fugissem da corrupção que há no mundo, causada
pela cobiça.

É essa compreensão elevada da intenção de Deus para nós que


deve ser confirmada pelo pai de uma criança em todos os aspectos
de sua vida. Nossa identidade e vocação em Cristo devem ser
validados de forma clara. Nossas qualidades e oportunidades únicas
devem ser destacadas para os filhos, para que possam usá-las
como asas para voar acima da tempestade.

Não há nada mais valioso para uma criança do que ouvir de seu pai,
“Você é filho amado meu e de Deus, sobre os quais o meu agrado.
Você foi concebido, escolhido e designado para algo especial. Você
é valioso e vale a pena. Deus sabia que o mundo precisaria do
potencial que Ele lhe deu. Agora vá e faça!”
POR FAVOR, ME DESCULPE
Antes mesmo de começar um treinamento sobre paternidade, é
levantada e uma voz desanimada pergunta: “E se eu errei? Existe
alguma esperança de restauração? Posso consertar o que eu fiz de
errado? Ou meus filhos serão obrigados a colher os frutos amargos
dos meus erros?”

Há, certamente, consequências para os nossos erros, e as coisas


não podem ser desfeitas como se nunca tivessem acontecido, mas
Deus em Sua misericórdia provou ao longo dos anos que Ele pode,
pelo caminho do perdão e restauração, nos levar a um lugar onde,
apesar de tudo, grande favor abunda.

O primeiro passo essencial para essa jornada é pedir perdão. Não é


fácil, mas essencial. Percebi isso um dia, há muito tempo, quando,
em um voo de volta para casa de algum lugar, vi um pai, exausto,
que estava no seu limite com a filha de 2 anos de idade, e batia nela
sem qualquer controle emocional. Eu fiquei tão irritado! Ele estava
sentado à direita na minha frente, e eu queria dar-lhe um gosto de
seu próprio remédio. Como eu estava lutando para controlar minhas
próprias emoções, Deus começou a me lembrar dos primeiros anos
da minha paternidade, nos quais eu também, muitas vezes não
tinha grande controle sobre as minhas emoções e também batia na
minha primogênita, muitas vezes por causa da minha imaturidade.

Eu me sentia tão culpado a caminho de casa que quando cheguei,


imediatamente, fui até o quarto da minha filha mais velha e a chamei
para tomar um café comigo. Ela tinha 17 anos naquele ponto. Ela
estava superanimada em sair para tomar café com seu pai. Naquela
tarde, eu estava sentado do outro lado da mesa no restaurante,
olhei fundo nos olhos da minha filha e confessei sinceramente os
erros que eu tinha cometido em sua educação. Disse-lhe que eu era
emocionalmente imaturo naquela época; que eu sempre a amei,
mas não sabia o que fazer quando ela desobedecia. Pedi que me
perdoasse. Disse-lhe a ela que isso era vitalmente importante,
porque eu não queria que nenhum dos meus erros e más condutas
tivesse impacto negativo em seu estado emocional ou espiritual, e
eu também não iria querer que isso tivesse qualquer impacto
negativo sobre a minha espiritualmente. Implorei a ela por perdão
total.

Lágrimas rolaram pela face de minha filha. Seus olhos tinham um


tipo de espanto em si, mas estavam principalmente cheios com a
alegria mais profunda que se poderia imaginar. Senti fontes de
perdão fluindo de sua alma e me banhando enquanto ela declarva:
“Papai, eu te perdoo!” Eu estava livre. Ela estava livre. Choramos
abraçados e rimos. Eu fiquei com vontade de beijá-la como eu fazia
quando ela era um bebê, na testa, bochechas, pescoço, nariz,
lábios. Eu me senti como um pai com um recém-nascido, um
primeiro filho. Foi emocionante e liberador.
Eu só me arrependo de uma coisa sobre esta ocasião memorável -
de não ter pegado uma mesa mais escondida atrás do pilar.
Fizemos um espetáculo público de nós mesmos, chorando e nos
abraçando; as pessoas devem ter pensado que estávamos loucos.

Quatro anos mais tarde, na véspera de Natal, estávamos em família


relembrando as melhores experiências de nossa vida; meu filho
mencionou esquiar em Denver, Colorado, uma filha mencionou outra
coisa, e, em seguida, minha primeira filha, quando foi a vez dela,
fitou-me com seus belos olhos grandes, e disse: “O dia em que meu
pai me levou para tomar café.”

O que?! Apesar de ter sido muito significativo, foi horrível, porque eu


chorei em público. Mas para ela, esse foi o melhor dia de sua vida.
Naquela véspera de Natal, aprendi mais uma lição maravilhosa: os
laços se fazem na fraqueza e não na força.

OS LAÇOS SE FAZEM NA FRAQUEZA E NÃO NA FORÇAa


Aprendi isso com a minha esposa. Nós participamos de um curso de
enriquecimento de casais depois de 5 anos de casados. Uma das
perguntas que um dos facilitadores fez foi: “Qual foi o melhor dia em
seu casamento?” Sendo homem, nos primeiros anos de casamento,
imediatamente pensei em todas as noites românticas e tentei
encontrar algo que eu poderia realmente compartilhar publicamente.
Enquanto eu estava fazendo uma triagem em minhas memórias,
minha esposa foi rápida ao responder, “A noite quando nós
choramos juntos assistindo a um filme. Ele, então, compartilhou
seus medos comigo. Foi a primeira vez que fez isso.”
Dá para acreditar? Em primeiro lugar, eu quase nunca vejo filmes na
TV com minha esposa. Em segundo lugar, nenhum de nós é do tipo
chorão. Em terceiro lugar, eu me lembro disso como uma das
minhas piores memórias. Como você pode se sentir bem por ter
chorado com sua esposa? No entanto ela disse: Este foi o melhor
dia que já tivemos juntos. Foi chocante, mas uma verdadeira
revelação. Minha esposa se sentiu perto de mim na minha fraqueza.

Com experiências como essa com a minha esposa, em seguida,


com minha filha, e mais tarde com outras pessoas na dor, descobri
esta verdade essencial: os laços se fazem na fraqueza e não na
força. Somos atraídos pelos nossos pontos fortes, mas nos unimos
nas nossas fraquezas. A jornada de restauração começa com
profundo sentimento de fraqueza e reconhecimento honesto de
falha.

JOGO DA CULPA - PARE!


JOGO DA VERGONHA - PARE!
Justificar a si mesmo é o oposto de avançar na fraqueza. Se nós
nos justificamos prontamente por que não fazer o que devemos
fazer? De Adão no Paraíso até hoje o jogo da culpa é jogado. É o
nosso cônjuge, nosso trabalho, nossos parentes, circunstâncias,
etc., que são responsáveis por nossas falhas. Nós não queremos
assumir as responsabilidades por nossas próprias falhas. Bem, se
nós não assumirmos as próprias responsabilidades, não poderemos
corrigir os nossos erros. E se nós não corrigirmos isso, nós e nossos
filhos, seremos mantidos como reféns dos nossos erros. As coisas
não são apenas erradas quando nós somos o primeiro transgressor;
elas também estão erradas quando a reação à transgressão não
está certa. Portanto, devemos parar com o jogo da culpa e assumir
os nossos problemas.

Uma maneira como as pessoas lidam com a vergonha é o orgulho.


Isso parece um contrassenso, mas é verdade. Lá no fundo, existe
vergonha para as transgressões egocêntricas que fazemos, mas o
nosso orgulho nos impede de admitir isso. Ou seja, é quando o jogo
da culpa começa.
Outro jogo do qual muitas pessoas participam é o jogo da vergonha.
Elas não apontam o punhal para os outros; elas empurram o perigo
várias vezes em seu próprio coração. Sua autopiedade é tão
destrutiva, que ela nunca pode se levantar do chão. Elas são
viciadas por atenção e se alimentam da piedade dos outros. Isso é
como areia movediça que quanto mais se cava, mais se afunda. A
escuridão da vida os envolve. Elas se degradam e se desvalorizam.
Fazer-se de vítima não as liberta e não faz bem ao mundo. Não há
nada de nobre em se diminuir para que outras pessoas possam
levantar você. Mesmo quando ganham a piedade das pessoas, no
fundo não era isso que elas procuravam. Isso as escraviza ao invés
de libertá-las. Assumir o problema nos pede para dar um passo em
direção à solução, e não em direção ao “spa da autopiedade”. Ele
nos pede para assumir a responsabilidade pelas necessidades das
outras pessoas e para um processo que vai levar a benefícios
mútuos.

CONFISSÃO
Admitir nossos erros e impasses é o primeiro passo. Confessar e
pedir perdão é o segundo. Quando quiser resolver o passado com
seu filho, você tem que mostrar a ele que este é um passo sério que
você toma. Sugiro que estabeleça um compromisso específico para
isso, em um lugar especial, para que a pessoa se lembre da
ocasião. Para se certificar de que a confissão é levada a sério,
sugiro o seguinte processo prático, que inclui os princípios mais
importantes.

“O papai deveria ter afirmado o seu potencial quando você tinha 6


ou 7 anos de idade. Você era bom em música / esporte - incentivei,
mas nunca reconheci isso porque eu era muito envolvido com o meu
trabalho”. Seja específico. Identifique exatamente por que você está
pedindo perdão. No caso do pai que passou pelo treinamento sobre
paternidade, deve saber o que deixou de fazer e em que faixa etária
específica.
• “O papai era imaturo, de pavio curto e ...” Reconheça sua
deficiência, sem mencionar a culpa da outra pessoa.
• “Agora o papai está com medo de que você possa viver com
muitas inseguranças que poderiam ter sido evitadas ... eu tenho
medo que haja lacunas na sua autoconfiança, causadas por minha
ausência. Quero tentar preencher esses lacunas.” Mencione as
consequências que você percebe ter sido prejudiciais para a outra
pessoa. Isso mostra que você se importa com ela.
• Adicionar: “Eu gostaria que isso tudo desaparecesse, mas
simplesmente não vai acontecer.” Isso mostra que você entende a
gravidade da transgressão.
• “Eu quero ser o pai que Deus realmente quer que eu seja, a partir
de agora. Já aprendi muito sobre o que isso significa e eu vou tentar
fazer o meu melhor. Quero mudar de ______________ para
_______________ (nomeie três ou quatro coisas). Isso mostra que
você é sincero em querer colocar seu compromisso em ação.
• “Eu preciso do seu perdão, em primeiro lugar. Por favor, perdoe-
me e dê-me outra oportunidade para fazer melhor no futuro. Não
quero ser prisioneiro do passado. Eu preciso de você para me dar
liberdade.” Isso mostra um coração muito vulnerável e humilde.
• Após a absolvição (perdão do filho): “Muito obrigado. Eu não
mereço. Mas vou lhe mostrar o quanto eu aprecio isso, vivendo de
forma diferente.” É muito importante dizer que você não merece, de
modo que reconhece que a graça é imerecida.
• “No futuro, por favor, diga-me imediatamente quando eu não
mantiver o meu compromisso, tudo bem? Além disso, vou pedir à
mamãe que me observe e vou prestar contas ao meu mentor.”

Com isso, você mostra ao seu filho como construiu uma estrutura de
responsabilidade em torno de você para garantir a fidelidade ao seu
compromisso.

MELHORIA INTENCIONAL
Depois da confissão, e esperançosamente, o perdão, o pai agora
deve provar seu compromisso em melhorar por meio da aplicação
de tudo o que aprendeu sobre paternidade. Esse treinamento lhe
dará conhecimento suficiente em relação ao que você precisa saber
e fazer. É muito importante que a família seja mantida informada
sobre o processo (metas, etapas e avaliações). A validação da mãe
também é essencial aqui. Se a mãe apoia as intenções honestas do
pai, e funciona como uma consultora, não só o pai será motivado,
mas os filhos também irão apreciar o esforço sincero.

Também é importante mencionar que mesmo um esforço perfeito


não pode garantir o sucesso completo ou imediato. Existem
camadas de mágoas e hábitos que devem ser trabalhadas. O
cérebro tem de desenvolver novas sinapses. Paciência e humildade
devem marcar o homem arrependido. Há tantos fatores que
desempenham na sociedade um papel que podem impulsionar a
criança para direções diferentes; não há nada garantido, mas, pelo
menos, o pai precisam saber que fizeram tudo que poderia ter sido
feito. Esse é o início do processo.

O APOIO PARA A JORNADA


Se você realmente quer restaurar os erros do passado, o melhor
remédio é decidir não tentar viver sozinho a vida. Quase todas as
incríveis histórias de restauração que tenho visto têm uma “equipe
de restauração” nelas.
Você primeiro deve se cercar com as pessoas da sua mesa de
apoio. (Veja o capítulo 7.) Essa é a sua estrutura de prestação de
contas que o ajudará a alcançar os objetivos que definiu para si
mesmo relacionados com seus filhos e a outras coisas na vida. Esse
é também o grupo que se certifica de que você seja verdadeiro/real
e que não se esconda atrás de máscaras ou que o seu
comportamento não seja dominado por suas inseguranças. Uma vez
que esse grupo inclui também seus discípulos, isso ajuda você a
passar adiante o que você aprendeu.
A segunda equipe de apoio na qual você deverá estar envolvido, em
benefício de ser um pai melhor, é a comunidade de prática (Veja o
capítulo 13.). Este grupo vai ajudá-lo com sabedoria de vida e
conselhos práticos, enquanto você compartilha ideias com ele. As
pessoas dessa equipe também o apoiarão emocionalmente,
enquanto você se retrata com seus filhos, porque com eles você
sabe que nunca estará sozinho em suas lutas.

Se o incentivo, apoio e correções dessas pessoas são levados a


sério, a probabilidade de sucesso do pai é alta.
Ao almoçar no primeiro dia de um treinamento da OMPP, a maioria
dos pais presentes sente-se como candidatos ao prêmio “o pior pai
do mundo”, quando começam a perceber todos os erros que
cometeram. No final do dia, eles geralmente estão convencidos de
que as esposas também deveriam participar do treinamento. Se
você se sente assim, está com sorte. Há um treinamento para as
mães, e este capítulo apresenta seu conteúdo e princípios básicos.
No entanto, é apenas um resumo manual muito mais detalhado, que
você pode obter em treinamentos ou entrando em contato conosco
pelo nosso site www.omundoprecisadeumpai.com.br Então,
coloque o seu marcador de livros aqui, e quando terminar, leve o
livro para sua esposa e diga: “Este capítulo é para você, querida”.

QUERIDAS ESPOSAS
Você pode ser uma das mulheres afortunadas cujo marido participou
de um treinamento e recebeu um homem radicalmente novo em
casa, ou você pode ter acabado de receber este livro no tom das
palavras acima. De qualquer forma, se você é uma esposa ou mãe,
este capítulo é especificamente para você.
Se você já trabalhou nos capítulos anteriores, deve ter uma
compreensão muito melhor do propósito e das funções do marido
como homem, marido e pai. Se esta é a primeira vez que você vê
este livro, ou se você pulou direto para este capítulo, há uma visão
geral do livro na introdução, mas eu recomendo fortemente que
você volte e leia o resto do livro antes deste capítulo, porque fornece
um contexto importante para o que é discutido aqui.

No entanto, antes de entrarmos nos papéis da mãe, há um conceito


importante a recapitular que é fundamental para este capítulo - as
diferentes fases na vida das crianças. As mães precisam entender
como muda seu papel entre a fase de impacto da mãe (0 - 5 anos),
a fase de impacto do pai (6 - 11 anos) e a fase de impacto dos pares
(os de igual nível, 12 - 18 anos). Ela precisa ser pró-ativa e planejar
com o marido como atender às necessidades espirituais,
emocionais, sociais, intelectuais e físicas dos filhos. (Para mais
informações, leia o capítulo 3.) Você encontrará um Formulário de
Planejamento da Criança no APÊNDICE K, no final deste livro, para
ajudá-lo a traçar as fases e as necessidades específicas de seu
filho. Isso deve ser feito para cada criança, pelo menos uma vez por
ano, e incluir coisas como:

• Os temas específicos de desenvolvimento de cada ano.


• Como você pode desenvolver as competências específicas que
seu filho aprende durante cada fase.
• Como você pode ajudá-los a ajustar seus pontos fracos.
• Quaisquer eventos importantes que você e seu marido devem
começar a planejar, como um rito de passagem.
• Pedidos de oração por cada criança (este formulário também
pode servir como uma referência de super oração para levar cada
aspecto da vida do seu filho ao trono de Deus.)
Como a oração é uma parte crítica do papel de uma mãe na família,
sugeri algumas orações para várias circunstâncias durante este
capítulo, que você pode encontrar no APÊNDICE L. Encorajo você a
tomá-las e torná-las suas. Aqui está uma adaptada de Números
6:24-26, que é ótima para usar a qualquer hora, ou como um
exemplo para começar a orar por bênçãos específicas na vida do
seu marido.

Querido Deus, abençoe meu marido …….. (nome) e proteja-o. Faça


resplandecer Seu rosto sobre ele e tenha misericórdia dele. Levante
o Seu rosto sobre ele, Senhor, e lhe dê paz.

AS 5 RESPONSABILIDADES DE UMA MÃE


Já estabelecemos os papeis do pai, mas e os da mãe? Após
conversar com casais ao redor do mundo, de todas as idades e
culturas, identificamos cinco responsabilidades principais que a mãe
exerce na família:

1. Deixar que o marido brilhe: validar o marido


2. Reforçar a proximidade: transmitir intimidade
3. Aplicar o princípio da feminilidade: Nutrir e cuidar
4. Desenvolver conectividade e compaixão: manter as relações
interpessoais
5. Criar um espaço de adoração: ser a principal dona de casa

1. DEIXAR QUE O MARIDO BRILHE: VALIDAR O MARIDO


Compreender como validar eficazmente seu marido é uma das
maneiras mais importantes de levar o céu para o lar. Sem sua
validação, o pai de seus filhos sempre terá que lutar para cumprir
suas quatro funções principais corretamente. Não se engane:
validação não é uma prioridade secundária ou um prêmio de
consolação. Seu papel é fundamental para garantir que o céu
chegue em casa.

“Não se engane: validação não é uma prioridade secundária ou um


prêmio de consolação. Seu papel é fundamental para garantir que o
céu chegue em casa”.

VALIDAÇÃO
Devido ao alto valor que a sociedade coloca no papel do líder
posicional, o impacto do segundo no comando, ou primeiro seguidor,
é frequentemente subestimado. Enquanto o líder, que também é
conhecido como o iniciador, deve estabelecer o padrão ou iniciar a
visão, é o entusiasmo com o qual o primeiro seguidor apoia a
direção do líder que determina se o terceiro, quarto e o resto
seguirão.

Derek Sivers descreve esta influência subestimada em um vídeo


curto e perspicaz, Leadership Lessons From Dancing Guy.* Ele
define três papéis: o iniciador (que em nosso contexto é o pai), o
primeiro seguidor ou validador (que em nosso contexto é a mãe), e
o impactador de pares (que no nosso caso é o primogênito, o filho
mais velho). Neste vídeo, ele ilustra como é realmente o validador,
não o líder, que leva as pessoas a seguir uma ideia:

1. O iniciador tem uma ideia.


2. O validador afirma a ideia do iniciador (e, quando necessário,
valida o iniciador como pessoa), valida que é uma boa ideia seguir o
exemplo do iniciador. O validador, geralmente, demonstra
praticamente como o que se segue deve ser feito.
3. O segundo seguidor, geralmente, mantém seus olhos mais no
validador do que no iniciador. Quando o filho mais velho segue o
validador - neste caso a mãe – então torna-se o impactador dos
seus pares.

4. O impactador de pares influencia o restante da família a seguir


a ideia sugerida pelo iniciador e validada pelo validador.

A força dessa disseminação de influência é frequentemente


subestimada. As mães devem entender o impacto do seu papel e
capitalizá-lo. Como validadora, a mãe desempenha o papel central
de afirmar a autoridade e a iniciativa do pai e, ao mesmo tempo,
assume a responsabilidade influente de fazer com que as crianças
se movam na mesma direção. Essa responsabilidade de “ligação”
pode determinar o sucesso da família.

BRILHO PURO
Quando Cassie tinha 11 anos, descobriu o brilho puro de sua mãe.
Ele a ouviu conversando com seu pai no quarto, discutindo uma
decisão que eles tinham que tomar para a família. Mesmo que o pai
tenha sido muito brusco em suas declarações, a mãe respondeu de
maneira educada e gentil:

“Mas meu querido marido, se você preferir fazer assim, as crianças


...”

Depois de algumas declarações secas e do resultante “Meu querido


marido”, seus pais foram à sala de jantar, o pai chamou os seis
filhos para anunciar sua decisão sobre a questão específica da
família, de sua brusca e típica maneira: “Então, o que vamos fazer
é… “

Cassie percebeu imediatamente que não era ideia do pai dele, mas
da mãe. Ele olhou para a mãe, esperando que ela reivindicasse
algum crédito, mas sua resposta foi simplesmente genial:

“É uma ótima ideia!”


Ela disse como se fosse a primeira vez que ouvia a ideia. Suas
ações e atitude honravam o pai pela ideia, embora fosse dela a
sugestão. Ela então se voltou para o mais velho dos seis filhos - o
impactador de pares - para conquistar seu apoio, dizendo:
“Concordamos, não é, Hennie?”

Cassie acabara de ver, da melhor maneira, o poder da validação.


Ele viria a entender, à medida que envelhecesse, que a verdadeira
influência não vem necessariamente do topo, do líder posicional,
mas muitas vezes - até mesmo principalmente - do validador que
conecta a ideia com o impactador de pares.

Ele também descobriu quão forte poderia ser a influência unida dos
pais se houvesse um forte validador conectando a ideia do iniciador
com o resto da equipe familiar. Ele percebeu porque Deus criou
homens e mulheres com papéis diferentes. Como chefe da família, o
homem deve trazer autoridade moral para dentro do lar e a mãe
deve fazer eco a um poder influente que move toda a família a
dançar ao ritmo dessa música celestial!

Cassie ficou surpreso por sua mãe não se importar em permitir que
outra pessoa alcançasse o reconhecimento que merecia. Refletindo
agora, ele percebeu que sua mãe estava pensando na imagem mais
ampla; no sacrifício do ganho pessoal para o lucro da família. A mãe
entendeu que como o aspecto mais essencial da liderança, a
influência é mais importante do que a posição. Deus deu às mães o
papel crítico de influenciar a família.

“Ele acabara de ver, da melhor maneira, o poder da validação… a


verdadeira influência não vem necessariamente do topo, do líder
posicional, mas muitas vezes - até mesmo principalmente - do
validador que conecta a ideia com o impactador de pares”.

A LUTA PARA SUBMETER-SE


Talvez você esteja se perguntando o que a palavra validação
realmente significa. O dicionário descreve como “tornar válido”,
“ratificar” e “confirmar”. Validar seu marido e pai de seus filhos é
visível e verbalmente afirmar seu valor, habilidade e relevância, por
quem ele é e pelo que faz.

Muita validação é verbal é importante, mas nossa atitude e


linguagem corporal falam mais que mil palavras. Nossa atitude é
frequentemente expressa em nossos olhos. As crianças seguem
nossos olhos e sabem quando não somos francos. Eles sabem
quando a mamãe não está validando o papai, antes mesmo de abrir
a boca.

Você pode sentir que não há nada em seu marido que possa validar,
mas deve haver pelo menos uma coisa que ele faz e que vale a
pena validar. Comece afirmando-o para isso e faça-o com
convicção. Muitas vezes a esposa está preocupada demais com a
razão pela qual não pode ou não deve validar o marido. O foco deve
estar em trazer o céu para o lar, não em quantas maneiras o marido
falha. Se você acha que é o líder em casa, pratique a liderança pela
retaguarda. Chamamos isso de “manter a coroa na cabeça dele”. Na
história da mãe do Cassie, ela manteve a coroa na cabeça do
marido porque sabia que era o melhor para a família.
Como mulheres, devemos ter muito cuidado para não ir contra a
ordem de Deus para a família; todos nós nos submetemos a Deus e
uns aos outros; o marido se submete a Deus, a esposa se submete
a seu marido e os filhos se submetem aos pais. A maneira como um
marido trata sua esposa deve capacitá-la e nutrir seu crescimento
em Cristo. Ele nunca deveria fazê-la inferior! Se ele tentar fazê-la
inferior, ele não está se submetendo a Deus, como não é a intenção
de Deus de fazer as mulheres inferiores. Quando a ordem de Deus
para a vida familiar não é seguida, experimentamos o inferno. A
Bíblia é o manual de Deus para a vida celestial.

AMOR E RESPEITO
Os primeiros cinco anos da vida de uma criança são os “anos de
impacto da mãe”. O papel principal do pai durante este estágio é
apoiar e validar a mãe e, especificamente, ajudá-la com disciplina.
Nesse estágio de mãe dominante, é bom que a mãe comunique à
criança que papai é o chefe da família. Ela deve coroá-lo, por assim
dizer, e certificar-se de manter a coroa em sua cabeça. Isso é
especificamente importante para a sua formação espiritual, uma vez
que aos seis anos de idade, o pai é a principal influência no conceito
que a criança tem de Deus. Manter a coroa na cabeça do pai não é
uma questão de igualdade ou posição, mas de simples honra,
respeito e validação.

A Bíblia enfatiza o valor da afirmação no contexto familiar em


Efésios 5. Começa com “Sede, pois, imitadores de Deus, como
filhos amados;e andai em amor, como também Cristo nos amou e se
entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em
aroma suave.” (Ef 5.1–2)

O verdadeiro amor e a verdadeira validação começam com humilde


sacrifício pessoal. Essa é a lente através da qual devemos olhar
para toda a passagem em Efésios. Nós devemos “andar no caminho
do amor”, que não é jorrar emoção, mas ação sacrificial. O amor de
Deus é amor sacrificial. Vamos ao verso 21: “sujeitando-vos uns aos
outros no temor de Cristo.” (Ef 5.21)

A ordem para submeter-se (ou como eu prefiro dizer, validar) é


dada a todos - homens e mulheres, crianças e adultos, velhos e
jovens. Isso é importante lembrar. Há momentos em que o marido
valida a esposa e há momentos em que validamos nossos filhos.

Então diz: “As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido,


como ao Senhor;porque o marido é o cabeça da mulher, como
também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador
do corpo.Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também
as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.Maridos, amai
vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se
entregou por ela,para que a santificasse, tendo-a purificado por
meio da lavagem de água pela palavra,para a apresentar a si
mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa
semelhante, porém santa e sem defeito.” (Ef 5.22–27)

“Onde quer que alguém tenha controle sobre a vontade do outro, o


mal está encoberto. Mas a livre submissão de nossa própria vontade
tem atitude e fruto totalmente diferentes”.

Deus deseja submissão livremente escolhida. Ele quer que imitemos


Seu filho em na submissão a Deus e em Seu amor sacrificial para
conosco. No paradigma de novas criações em Cristo, o amor
sacrificial é a submissão gratuita da nossa vontade à liderança do
nosso marido. É uma distinção importante não ver isso como uma
submissão imposta. É uma submissão de nossa própria iniciativa.
Deus deu a homens e mulheres o livre arbítrio. Onde quer que
alguém tenha controle sobre a vontade de outro, o mal espia. Mas a
livre submissão de nossa vontade tem atitude e fruto completamente
diferentes. Em vez de impor a vontade por intimidação, os homens
devem demonstrar submissão ao carregar sua cruz e autosacrifício.

Paulo termina o capítulo com, “No entanto, cada um de vocês


também deve amar sua esposa como ele ama a si mesmo, e a
esposa deve respeitar seu marido”. Ele está nos chamando para
amar o outro na linguagem que outro entende. Em seu livro Love
and Respect, Emerson Eggerichs nos ajuda a decodificar essa
linguagem.

As mulheres entendemos o conceito de amor com muita facilidade.


É uma das nossas necessidades mais profundas na vida, e nós
desejamos mais do marido. Nosso cérebro é programado dessa
maneira. Deus nos criou para amar e amar bem, e especificamente
instruiu maridos a amar a esposa (Efésios 5:33). Eggerichs explica
como as mulheres precisam se sentir amadas por meio de
expressões de proximidade, compreensão, pacificação, lealdade e
estima. Da mesma forma, Deus criou homens para precisar de
respeito. A necessidade de um homem por respeito é tão profunda
quanto a nossa necessidade de amor. Eles obviamente precisam se
sentir amados também, mas os homens experimentam o amor na
linguagem do respeito, que Eggerichs expressa como conquista,
hierarquia, autoridade, discernimento, relacionamento e honra às
necessidades sexuais. Por mais louco que pareça, a pesquisa
mostrou que, se a um homem é perguntado se ele prefere ser
respeitado ou amado, ele quase sempre escolhe respeito. Seu
cérebro interpreta a falta de respeito como falta de amor! Eu desafio
você a ser objetiva e a dizer ao seu marido o quanto você o respeita
e as coisas pelas quais você o respeita. Assista (e provavelmente se
surpreenda com) sua reação. Mais tarde (se você é corajosa e
amorosa o suficiente), eu desafio você a perguntar a ele: “Quais são
as coisas que eu faço que mostram desrespeito a você?” Você
provavelmente ficará tão surpresa quanto eu com a resposta dele.
Uma das respostas de Cassie quando lhe fiz essa pergunta foi:
“Você não deveria se estressar com as coisas; você pode confiar em
mim para lidar com os desafios”.

Enquanto minha filha trabalhava como professora de escola, seu


bebê estava acordando muito à noite. O marido ofereceu-se para se
revezar para ajudar com o bebê, mas ela geralmente recusava,
depois reclamava com amigos e familiares que não dormia o
suficiente. Seu marido se sentiu desrespeitado porque nunca contou
a ninguém que ele havia se oferecido para ajudá-la. Ela não
percebeu isso, pois gostava da compaixão que recebia das pessoas
pela falta de sono.

As crianças se sentem seguras quando sabem que seus pais se


amam e se respeitam mutuamente. Se você quer uma compreensão
mais profunda das linguagens do amor e do respeito, recomendo
muito o livro de Eggerichs. Isso revolucionou minha compreensão
sobre amor e respeito.

CRÍTICA
Nunca devemos minar ou desonrar o pai de nossos filhos criticando-
o na frente deles. Isso lhes causa confusão. Diferenças de opinião
sobre decisões são mais bem resolvidas a portas fechadas. Uma
família que eu conheço tem sete filhos, os três mais velhos são
meninas. As filhas entraram na tumultuada adolescência em rápida
sucessão. O pai notou que a esposa estava como que andando na
montanha russa da emoção com as filhas. Quando ele tentou
sutilmente falar com ela, ela o acusou de não entender. Isso não foi
bom; ele se deparou com muita crítica e sentiu-se encurralado em
um canto.

Mais tarde naquela noite, ele lembrou à esposa que as meninas


estariam nessa fase por vários anos, então, como pais, precisavam
ser um espaço de segurança para as meninas - uma linha de base
de estabilidade emocional. Isso se tornou sua palavra de código na
frente das meninas. Sempre que as emoções na casa entravam em
ebulição, o pai usava uma sentença com “linha de base”. A esposa,
então, reconhecia que estava entrando na “fervura” e conseguia
permanecer “fria”, o que fez uma enorme diferença.

Minha querida mãe brilhante, tal é o poder de uma mulher que ela
pode edificar ou destruir sua casa (Provérbios 14:1). Uma das
maneiras mais seguras de destruí-lo é minando ou criticando o
marido diante dos filhos. A autoridade moral do pai é quebrada. As
crianças ficam confusas, imaginando qual dos pais está certo e a
quem devem seguir? Isso abre a porta para que os filhos manipulem
os pais. Uma mãe dominadora e agressiva também abre caminho
para a confusão de gênero em seus filhos. O pai deve ser o modelo
que seus filhos desejam. Eles devem admirar o papai e querer ser
como o papai, mas isso é difícil quando a mamãe não permite que o
pai desempenhe seu papel.

O pai é o representante de Deus-Pai no lar. A imagem que uma


criança de seis anos tem de Deus é baseada na que ela tem de seu
pai. É compreensível que isso afete a fé da criança quando a figura
de Deus é minada e criticada regularmente. Nós, como mães,
esforçamo-nos muito para nutrir a fé em nossos filhos, mas muitas
vezes esquecemos que honrar o marido está intimamente ligado à
nossa honra a Deus. As crianças devem ver unidade e respeito
mútuo em uma base contínua. Deve ser a atmosfera normal da
casa.

UMA FRENTE UNIDA


Mesmo antes de o primeiro filho nascer, os pais devem decidir sobre
o ambiente moral que desejam criar para o filho. Quais são os
valores da família? De que maneira celebrarão eventos sociais?
Para qual igreja irão? Qual será o código de disciplina empregado?
E assim por diante. As decisões vão sendo adaptadas naturalmente
ao longo do tempo, mas o pai e a mãe devem concordar e apoiar
um ao outro nessas escolhas.

O princípio mais importante para uma criança aprender é o da


obediência. Se ela não aprender a obedecer aos pais como figuras
autoritativas em sua vida, realmente achará difícil obedecer a Deus
quando crescer. Para isso, é essencial que a mãe afirme o marido
imediatamente quando ele dá instruções aos filhos. Na mesma
linha, o pai devem apoiar quaisquer instruções dadas pela esposa e
assegurar que os filhos sigam com obediência. Se você não
concordar com o que seu cônjuge disse, fale com eles em particular
sobre isso e, se for absolutamente necessário, mude a decisão
como uma frente unida.

Devemos formar uma frente unida para as crianças, para que elas
possam se sentir seguras. As crianças se sentem seguras porque
conhecem os limites em que podem agir. Essas fronteiras devem
ser identificadas na política de disciplina que os pais decidiram
(discutidas no capítulo 6).

Uma frente unida impede que as crianças usem a manipulação


como uma ferramenta eficaz. Crianças de até 12 meses podem
aprender a manipular um pai que está cansado demais para aderir
às disciplinas acordadas. Os novos pais costumam ficar
impressionados com a forma como as crianças pequenas podem
manipular pai e mãe, se os limites não estiverem claramente
definidos.

Nessas situações, que inevitavelmente surgem quando os pais não


tiveram uma discussão prévia, o pai deve ser consultado. Em
decisões importantes, ele deve desempenhar um papel
fundamental. Isso mantém a coroa em sua cabeça. As mães devem
elogiar as boas decisões do marido, mesmo que tenham sido
originalmente uma ideia dela.

Quando há uma frente unida, as crianças veem que seus pais se


amam e que operam a partir de um firme alicerce de entendimento.
Isso cria uma atmosfera segura de amor, que desencoraja o
divórcio. As crianças aprendem observando os outros, e seu
principal exemplo de relacionamento é aquele entre a mamãe e o
papai. Quando elas veem a confiança e o amor expressos, o
modelarão em suas expressões de amor aos outros.

Entender quem é a família em Cristo (filhos do Deus vivo) e


conhecer os valores da família ajuda a promover a autoestima nas
crianças e um profundo senso de segurança em quem elas são.
Cassie e eu sempre dissemos aos nossos filhos que eles eram
crianças especiais porque eram filhos de Deus. Quando nossa única
filha teve que escolher entre um acampamento bíblico e participar
de um evento de atletismo, ela escolheu o acampamento bíblico,
para o espanto de seu treinador que teve que organizar transporte
especial para ela, para que ela pudesse fazer as duas coisas! Saber
que está tudo bem em ser diferente de outros jovens da mesma
idade fortalece nossos filhos para seus anos de impacto dos pares.
Conhecer seus valores e o que eles representam protege-os da
pressão negativa dos colegas na adolescência.
CRIAR UMA FRENTE UNIDA POR MEIO DE
REUNIÕES FAMILIARES
(VEJA MAIS DETALHES SOBRE REUNIÕES FAMILIARES NO APÊNDICE M.)

Se o pai não é um líder natural, está frequentemente ausente ou


não tem boa ligação emocional com os filhos, as reuniões familiares
podem ser extremamente úteis. De fato, embora Cassie seja um
líder forte, nós achamos as reuniões familiares essenciais, e uma
vez por semana era ideal para nós.

Todos devem sugerir tópicos de antemão, o que dá tempo ao pai


para pensar e preparar a agenda. Ter uma agenda o ajuda a
assumir a liderança na reunião, fornece à mãe uma maneira de
lembrar-lhe de qualquer coisa que ele se esqueça durante a reunião
sem remover a coroa de sua cabeça e capacita-a a observar e
depois apontar quaisquer atitudes e padrões comportamentais que
ele pode ter perdido. Na reunião, ela pode validá-lo sem ter que falar
muito e, conforme os problemas surgirem no final da semana, ela
pode validar as decisões tomadas na reunião, repetindo as palavras
do marido, que instintivamente mantêm autoridade adicional. A
validação faz parte da apresentação de uma frente unida. Isso
produz um ambiente saudável para as crianças. Elas sabem o que é
esperado. Eles sabem quando estão desobedecendo. A validação
desempenha um papel importante na derrota da manipulação e nos
ajuda a sermos mães mais consistentes com o acompanhamento
das decisões. A mensagem é claramente retratada: não é apenas
minha decisão; é a nossa decisão.

2. REFORÇAR A PROXIMIDADE: TRANSMITIR


INTIMIDADE
A intimidade é a conexão especial entre duas pessoas em que as
palavras nem sempre são necessárias. É a criação de espaço para
outro simplesmente ser. É confiar e abandonar seu coração para o
outro sem pensar em traição. É uma maneira de estar juntos, onde
você encontra novos horizontes na mistura de almas.
Em geral, as mulheres têm desejo mais profundo de intimidade do
que os homens. Tem sido dito que amigos homens vivem ombro a
ombro com poucas palavras – ao pescar juntos, assistir esporte,
trabalhar em um carro - enquanto mulheres vivem cara a cara – ao
tomar uma xícara de chá, discutir um livro - conversar em conjunto
com a atividade principal. As mulheres querem contato visual,
conversa e afeição não sexual.

É fácil esquecer o quão diferente os gêneros são conectados. Meu


marido, às vezes, simplesmente me quer na sala com ele quando
está trabalhando. Para ele, isso é intimidade. Para mim, parece que
eu sou um enfeite em uma prateleira, se não estivermos falando ou
fazendo contato visual. Então eu não me sinto conectada. Eu
prefiro, por outro lado, conversar com Cassie sobre cada realização
ou preocupação que tenho sobre meu trabalho. Ele é paciente, mas
às vezes sente que eu me detenho em muitos detalhes. Pode ser o
contrário para você e seu marido (porque a humanidade é
maravilhosamente diversa), mas com o passar dos anos, Cassie e
eu vimos que os homens geralmente preferem o companheirismo, e
as mulheres preferem interação.

Dado o vasto número de diferenças entre marido e mulher, é


essencial que busquem intimidade de formas variadas,
acomodando-se às preferências pessoais. A intimidade nutre e
refresca o relacionamento, lima as arestas mais nítidas de nossas
fraquezas de gênero e cria uma atmosfera de segurança para as
crianças.

Um casal, Frank e Rosie, começou uma briga quando seus filhos


eram pequenos. Isso assustou os quatro filhos e um se lembra de
se esconder debaixo da cama. Rosie ficou tão furiosa que bateu a
porta do quarto, pegou as chaves do carro e saiu de casa. Frank a
parou e disse:

“Onde você vai?”


“Vou sair.”, ela disse. “Só preciso ir a algum lugar e pensar.”
“Posso ir com você?”, ele perguntou.
“Ir comigo? Vou porque estou com raiva!”
“Eu sei”, disse Frank suavemente, “mas eu gosto de estar com
você.”

O absurdo, mas a verdade, dessa declaração reduziu Frank e Rosie


a gargalhadas, e a luta terminou. Seus filhos saíram do esconderijo
para ver seus pais voltarem para casa rindo. Embora não tenha sido
bom ter assustado as crianças com seus gritos, todos os quatro,
agora adultos, citam a resolução dessa luta como incutindo neles
uma sensação de segurança de que seus pais nunca se
divorciariam.

As crianças prosperam em uma atmosfera de harmonia. As crianças


são muito rápidas em perceber a conexão ou a desconexão entre
pai e mãe, especialmente do lado da mãe, já que ela muitas vezes a
expressa mais visualmente, e isso se traduz em insegurança,
incerteza e medo. Casais terão episódios de conflito, o que é
normal, mas as crianças devem ver a resolução e o
restabelecimento da intimidade e da conexão após o conflito.

ESTAR CONECTADO PELOS OLHOS


Como nossos olhos comunicam a conexão ou a desconexão melhor
do que qualquer outra coisa, precisamos prestar muita atenção à
maneira como nos olhamos. As crianças são super sensíveis ao que
os olhos estão transmitindo. Eles sabem se a mãe é apegada ao
marido pelo olhar. Eles sabem se são ou não aceitos
incondicionalmente pelo modo como seus pais os olham.

Eles sabem se todos são igualmente amados pelo modo como são
olhados pelos diferentes membros da família. Eles percebem se os
olhos que se conectam a eles são diferentes dos olhos que se
conectam ao pai. Eles leem intimidade em nossos olhos. Eles
precisam ver a intimidade entre pai e mãe para capacitá-los a
cultivar a intimidade no próprio casamento, ou pelo menos o desejo
por isso. Se eles não veem ou experimentam conexão e intimidade
em casa, anseiam por isso, mas não sabem como realmente é.

COMPARTILHAR FERIDAS UNE


Na busca da intimidade, os casais desnudam o coração ao serem
transparentes. Em uma atmosfera de aceitação, devemos admitir
nossas falhas, nossos medos e nossa dor. Somos atraídos um pelo
outro por nossos pontos fortes, mas nos ligamos em nossas
fraquezas. Nossas fraquezas confirmam que precisamos um do
outro. Sentimo-nos muito mais perto quando compartilhamos nossos
medos, sejam eles lágrimas pelos filhos ou preocupações com
negócios. O espaço mais íntimo é o espaço da dor compartilhada. O
choro compartilhado nos aproximará mais do que o riso. Meus
momentos mais íntimos com meu marido foram os que choramos
juntos por causa de medos ou dor. Esses tempos nos uniram de
uma maneira única.

Nosso primeiro filho nasceu com um defeito no coração, que só


descobrimos uma semana depois do nascimento. A dor de ter uma
criança morrendo na casa, e depois a de perder o mais precioso de
todos os presentes quando morreu em nossos braços cinco
semanas depois, foi enorme, para dizer o mínimo. Olhando para
trás, esta memória nos enche de muito apreço um pelo outro. Como
marido e mulher, ela nos apresentou uma vida juntos num nível
muito mais profundo e emocionalmente mais íntimo do que a
maioria dos casamentos pode testemunhar. Felizmente,
caminhamos juntos por esse vale de dor e, embora muitas vezes
não encontrássemos boas palavras para expressar nossa profunda
tristeza e confusão, dividíamos o quarto da dor orando juntos e
verbalizando o que quer que fosse um ao outro.

PAIS QUE ORAM JUNTOS PERMANECEM JUNTOS


Orar juntos é outra prática muito íntima. Quando oramos juntos, não
como um ritual, mas como uma conversa íntima com Deus,
compartilhamos a conexão espiritual mais profunda. Estar juntos
quando um de nós revela a alma diante de Deus cria tanta confiança
e reconhecimento de codependência, que une vidas. Desde que
meu marido e eu começamos a orar juntos diariamente, nosso
senso de amizade e ‘colegas no negócio do Reino’ cresceu
tremendamente.

Quando os pais oram juntos todas as manhãs, a primeira impressão


que os filhos têm de seus pais é de sinceridade, intimidade e amor,
e assim a manhã começa com uma entrada perfeita nas
preocupações diárias. Depois do café da manhã, a oração da família
sela a intimidade com Deus e uns com os outros, e lança todos os
membros da família na missão familiar do dia.

ENTRAR NO QUARTO DO SENTIMENTO


Um casal prestes a se casar estava muito animado com a cerimônia
de casamento, mas seus olhos retrataram tal incerteza e profunda
apreensão que se perguntaram: “Isso vai funcionar?” Conhecendo
sua necessidade de conexão e sua intensa orientação para tarefas,
o pastor perguntou-lhes: “Você realmente sente que ela entra na
sala de seus sentimentos quando compartilha seus sentimentos
com ela? Você sente que ela está do lado de fora da porta, no limiar
da porta, ou ela realmente entra?” O medo entrou em seus olhos
enquanto respondia com honestidade: “Eu sinto que ela está na
porta, mas não entra comigo no quarto”.

Eles tinham um problema sério para solucionar. A mãe do rapaz


estava muito ocupada com outras coisas quando ele era bebê, o
que o deixava com um desejo insatisfeito de intimidade. Com a
noiva sucedia o mesmo, porque ela também não tinha referência de
intimidade transmitida pela mãe. Eles corriam o risco de se tornarem
ilhas um do outro.

Com grande intencionalidade, eles tiveram que resolver esse


problema. Eles tiveram que aprender a estar emocionalmente nus
diante do outro. Eram parceiros, mas não almas gêmeas. Estavam
perto, mas não conectados. Perto, mas não íntimos. Dois, mas não
um.

Como poderiam restaurar isso? Tiveram que assumir o problema e


trabalhar pela transparência com base firme na confiança e na
vulnerabilidade. Tiveram que escolher não apenas entrar, mas viver
no espaço privado um do outro. Tiveram que decidir
conscientemente: quero que você seja um comigo em meus pontos
fortes e fracos.

Não haverá, absolutamente, qualquer distância entre nós. Não há


segredos escondidos. Nenhuma emoção oculta. Vamos
constantemente fechar todas as lacunas.

Treinar-se na intimidade, se você não a teve transmitida pela sua


mãe desde o nascimento, não é uma tarefa fácil. A limpeza
espiritual profunda nos ajuda a não querer nos esconder uns dos
outros, e o amor desinteressado nos livra das mãos e corações
fechados. Então os dois podem se tornar um.

INTIMIDADE ENTRE MÃE E FILHO


A intimidade entre mãe e filho começa no nascimento. Esse vínculo
é reforçado quando ela cuida e alimenta seu bebê. A liberação do
neurotransmissor oxitocina no cérebro da mãe ajuda nesse
processo. O vínculo é especialmente reforçado pelo contato pele a
pele da amamentação. Afago é instintivo com bebês. Conforme as
necessidades da criança são satisfeitas, ela se sente segura. Se
pudessem conversar, diriam: “Este é um lugar seguro”. Para que a
criança continue a experimentar essa segurança, a mãe precisa
criar um ambiente de estabilidade contínua, onde o encontro de
necessidades é previsível. Isso cria uma capacidade de confiança
que pode ser transferida para outras pessoas nos anos posteriores.
Esta intimidade abre o caminho para a intimidade com os pais,
família e amigos. No momento em que a criança completar cinco
anos, a mãe deve encorajá-los a se relacionar com o pai, se isso já
não tiver ocorrido de maneira significativa. Ela pode encorajar isso
facilitando contextos como jogos de bola, passeios no carro ou outro
tempo sozinho com o pai. As mães devem sempre ajudar a forjar o
vínculo de intimidade entre o pai e cada um dos filhos.

INTIMIDADE PROTEGE
É muito importante que as mães nutram relação de confiança,
transparência e intimidade com o filho. Não só ajuda a criança a
construir relacionamentos saudáveis com os outros, mas também
mantém as linhas de comunicação abertas quando a criança se
depara com situações difíceis. Conflitos com outras crianças e
adultos, a experiência de perda com a morte de um avô ou mesmo
de um animal de estimação da família, todos precisam ser
discutidos. É bom que as crianças falem sobre mágoas emocionais.
Isso não é encontrar soluções, mas elas aprendem a verbalizar seus
sentimentos em seu nível de compreensão.

E é fundamental que as ouçamos ao nível delas. Uma criança


estava no funeral de seu avô. Os adultos estavam muito
preocupados com a avó e outros adultos, enquanto as crianças
eram amplamente ignoradas. Mas, às vezes, as crianças são ainda
mais sensíveis ao que está acontecendo do que os adultos.
Precisamos descobrir seus sentimentos e ajudá-las a trabalhá-los. É
importante entender o pensamento delas e usar a terminologia
correta quando as abordarmos. Nesse funeral, alguém disse a uma
criança: “Jesus veio e levou o vovô para o céu”. Como você pode
imaginar, isso causou tremendo medo na criança. Será que ela
também seria “levada”? Depois, os pais tiveram que reservar um
tempo para acalmar a criança e restaurar uma compreensão
saudável do que aconteceu e que Jesus não a “tomaria” deles.
A criança deve se sentir livre para discutir qualquer problema com a
mãe. A transparência total é necessária. Nada deve ser tabu.
Certifique-se de que seus filhos saibam que você os ouvirá e
acreditará neles. O abuso é um assunto em que é vital que a criança
se sinta segura o suficiente para falar com a mãe. Um
relacionamento seguro e confiável pode impedir o abuso, mas uma
quantidade terrível de abuso continua porque as crianças sentem
que não serão ouvidas quando falam.

DEFINIR SENTIMENTOS
A mãe, geralmente, é melhor em definir sentimentos do que o pai.
Devemos assumir a liderança, definindo nossos próprios
sentimentos, especialmente com nossos filhos. Nossas filhas vão
pegar isso mais facilmente. Tire um tempo com seus filhos. Se você
ainda não estabeleceu isso com seus filhos em tenra idade, suas
primeiras tentativas podem ser atendidas com: “Dá um tempo, mãe.”
Não se acanhe. Persevere! Vai valer a pena.

Eu não estou falando de tentar tornar nossos garotos mais


parecidos com as meninas, emocionalmente. Ajudar nossos filhos a
se comunicarem efetivamente em âmbito emocional fornece-lhes
uma habilidade inestimável que será relevante em todos os
relacionamentos em sua vida, mesmo no relacionamento com eles
mesmos. Estamos preparando nossos filhos para a vida. A mídia e a
tecnologia tiveram um impacto negativo na capacidade das pessoas
de se comunicarem frente a frente. Para todos os avanços em
“comunicações”, as pessoas estão lentamente perdendo as
habilidades para se conectar de forma honesta e vulnerável. O
tempo de convivência face a face não deve ser um aplicativo de
celular, mas um hábito real e atual.

“Ajudar nossos filhos a se comunicarem efetivamente em


um nível emocional lhes proporciona uma habilidade
inestimável que será relevante em todos os
relacionamentos de sua vida, mesmo em seu
relacionamento com eles mesmos. Estamos preparando
nossos filhos para a vida.”

INTIMIDADE ENTRE MÃE E FILHO


A questão do gênero está se tornando cada vez mais complexa. As
pessoas não estão dispostas a transmitir suas opiniões por medo de
serem rotuladas como críticas ou sem amor.

A mídia também está explorando o problema tanto quanto possível.


Está se tornando cada vez mais difícil tomar uma posição clara
contra a confusão de gênero. Isto é particularmente importante para
os nossos filhos, especialmente quando são jovens (as meninas são
mais propensas a lutar contra a confusão de gênero durante a
adolescência). A mãe brilhante deve garantir que o filho se relacione
bem com o pai. Mantemos nossa conexão com nossos filhos, mas a
partir dos três anos de idade, você deve encorajar seu filho a ver o
pai como seu herói e facilitar oportunidades de tempo e conexão de
qualidade, de modo que, aos cinco anos de idade, ele é o filho de
seu pai (ao contrário de ser o filho de sua mamãe).

O vínculo entre pai e filho deve ser encorajado ainda mais


insistentemente a partir dos cinco anos de idade, a fim de preparar o
caminho para os anos de impacto do pai. Esse processo também é
importante para as filhas, mas não deve ser esquecido pelos filhos.
Uma amiga minha contou como o marido montou uma barraca no
jardim, e seu filho de cinco anos informou-a com orgulho que
apenas os meninos foram convidados. Papai estaria dormindo na
tenda e ela teria que dormir sozinha em casa. A mãe brilhante
deveria planejar essa atividade com o pai, ficar de fora da diversão
já que esta é uma excelente oportunidade para promover o vínculo
entre pai e filho.

Quando seu filho tiver 12 anos, ele definitivamente deve imitar o pai
mais do que a mãe. É importante encontrar interesses que eles
compartilhem e incentivá-los a gastar tempo fazendo-os juntos.
Acampar é um excelente exemplo, e seu marido pode até convidar
os amigos de seu filho ocasionalmente. A mãe brilhante deve ser
proativa nesse processo, encontrando maneiras criativas de
organizar essas atividades, se necessário.

INTIMIDADE E A ADOLESCENTE

A época da adolescência é a época da metade menina,


metade mulher e, assim como o primeiro parto,
é uma crise neurologicamente traumática. Embora meio adulta,
a adolescente é muito vulnerável, emocional e fisicamente.
- Michael Gurian

A adolescência tem reputação de ser época problemática para pais


e filhos adolescentes. Esse período é temido por muitos pais, mas
não precisa ser assim. As coisas são mais fáceis se entendermos o
que nossos adolescentes estão passando e como podemos ajudá-
los a se entenderem. As coisas também são mais fáceis se
cultivamos uma relação de confiança e intimidade desde tenra
idade. Em seu livro, The Wonder Of Girls, Michael Gurian cita
pesquisas provando que se uma mãe tem uma boa conexão com
sua adolescente entre as idades de 8 e 13 anos, minimizará o risco
de rebelião aos 15 anos de idade, ano do desconforto mais profundo
entre mãe e filha.

A primeira coisa que temos que entender é que os nossos


adolescentes estão na fase de impacto dos pares, em que a
socialização deles toma a frente. É vital que aprendam a se
socializar efetivamente durante essa fase, já que isso terá um
grande impacto sobre como eles se socializam quando adultos.

Se você tiver uma filha se aproximando da adolescência, faça


algumas pesquisas sobre as mudanças físicas e emocionais pelas
quais ela passará. Nós fornecemos algumas informações sobre isso
no APÊNDICE M, mas valerá a pena pesquisar mais sobre esse
assunto. Mesmo que você também tenha passado por isso na
adolescência, existe uma grande quantidade de informações
disponíveis que a ajudarão a entender melhor essa fase, lembrando-
se de algumas das coisas que você pode ter esquecido e ensinando
coisas que talvez você nunca tenha percebido. Também lhe dará a
oportunidade de compreender melhor a sua filha, ajudá-la a
compreender-se melhor e conduzi-la da melhor forma para o seu
futuro desenvolvimento a todos os níveis. Por favor, compartilhe
qualquer informação relevante que você encontrar com o pai, pois
isso o ajudará a entender melhor a filha (e você). Se a sua filha
ainda não estiver lá, você deve procurar estar completamente
informada quando ela completar dez anos, já que essa é geralmente
a idade em que o desenvolvimento sexual das meninas começa.

Há quatro fatores principais que determinam a jornada de suas


filhas durante a puberdade: sua constituição genética
(personalidade central), seus ambientes (casa, escola, círculos de
amizade, etc.), o modo como seu cérebro se desenvolve e os
hormônios e conexões hormonais. Para um exame mais detalhado
desses quatro fatores, leia o APÊNDICE M.

INTIMIDADE E O FILHO ADOLESCENTE


Aos 10 anos de idade, os meninos, em sua maioria, são amáveis,
obedientes e cooperativos, mas quando completam 11 anos,
geralmente há uma notável mudança na disposição. Eles se tornam
mais amuados do que o habitual, irritam a mãe e irmãos e desafiam
o pai, levando a fronteira da disciplina aos limites. O que está
acontecendo?

Esse tipo de comportamento nessa idade é um sinal claro de que o


hormônio testosterona começou a bombear as veias do seu filho
com intenção séria, e a adolescência está a caminho. Enquanto os
níveis hormonais dos meninos são geralmente estáveis (o que
explica a falta de humor), eles têm cerca de 20% a mais de
testosterona do que as meninas, o que explica o comportamento
turbulento, competitivo, impulsivo e arriscado típico dos meninos.
Esse comportamento é completamente normal e deve ser aceito
pela mãe brilhante.

Ao contrário das meninas, os meninos são bastante previsíveis em


relação ao seu comportamento e necessidades. Papai é geralmente
seu companheiro de brincadeira escolhido para uma luta no tapete
ou no gramado, mas é para a mãe que eles correm quando seu
comportamento turbulento termina em lágrimas, arranhões e
contusões. Use esses horários para se aproximar de seu filho e
ajude-o a verbalizar seus sentimentos. Uma lesão grave pode
impedi-lo de praticar esportes por algum tempo, e ele precisará de
apoio para canalizar seu desapontamento e frustração de maneira
saudável. Ele se lembrará disso quando tiver que ajudar os próprios
filhos um dia se eles se encontrarem na mesma situação.

Se você decidir ter reuniões familiares, será uma boa ideia dar a ele
oportunidade de definir a agenda e liderar a reunião. Isso irá
transmitir confiança nas suas capacidades e encorajá-lo a participar.

Lembre-se de realizar um evento especial para o rito de passagem


da fase inicial para a fase de aventura em grupo, por volta dos 12
anos, e da fase de aventura em grupo para a idade adulta, por volta
dos 21 anos. Como os colegas desempenham um papel importante
em sua vida nesta fase, seria uma boa ideia convidá-los. Essa é
uma ótima oportunidade para expô-los aos seus valores familiares e
modo de vida, e para afirmá-lo na frente de seus pares. (Veja o
capítulo 9 para mais informações sobre o rito de passagem.)

O impulso sexual de seu filho atinge seu pico entre 16 e 18 anos. O


tema deve ser tratado pelo seu marido (incluindo tópicos
potencialmente desconfortáveis, como sonhos molhados e
masturbação), antes de o seu filho completar 11 anos. Mesmo que
seu filho esteja no final da adolescência, essa conversa criará
intimidade entre ele e o pai, se for tratada com honestidade e
sensibilidade. Este tópico, geralmente, não é fácil de discutir, mas é
crucial que seu filho desenvolva uma compreensão saudável da
sexualidade e de seus próprios impulsos biológicos desde tenra
idade, caso contrário ele aprenderá essas coisas com a mídia
secular, seus amigos e mais provável, com material pornográfico.
Esse também é um bom momento para enfatizar o quão precioso é
quando o casal se casa virgem. Se ele concordar, um evento de
pureza pode ser organizado a qualquer momento a partir de 14
anos, dependendo da cultura. Algumas culturas usam um anel que é
dado ao adolescente que é usado como uma promessa de
permanecer virgem até o casamento.

Por volta dos 16 anos, seu filho deve começar a se acalmar, mas
ainda precisará de orientação sobre a conexão e a verbalização de
seus sentimentos. Lembre-se de que nós, mães, costumamos estar
mais bem equipadas para isso.

É essencial que não deixemos disciplina durante os anos


tempestuosos da adolescência. Precisamos ser criativos com
nossos métodos de disciplina para tornar o processo o mais
benéfico possível para o seu filho, e os pais precisam se apoiar
mutuamente para fazer bem o trabalho.

A mãe brilhante que assume seu papel de transmitir a intimidade a


seus filhos e no casamento colherá os benefícios do céu no lar, e
terá criado os filhos para desfrutar um relacionamento íntimo com
seus pares e cônjuges um dia.*

3. CUMPRIR O MODELO FEMININO: NUTRIR E


CUIDAR
A MÃE MODERNA ESTÁ SOB PRESSÃO.
Em seu livro, The Wonder Of Girls, Michael Gurian descreve como
as mulheres são fisiologicamente ligadas para nutrir e se conectar. A
partir de como o sangue flui através do cérebro até o modo como o
corpo caloso, o giro do cíngulo e o sistema límbico são projetados,
as mulheres receberam todas as ferramentas para nutrir seus bebês
e cuidar de seus filhos. A questão é: elas estão tendo a
oportunidade de usar essas ferramentas? Os bebês de hoje estão
recebendo os melhores cuidados que uma mãe pode dar?

Ao longo da história, a função primordial da mãe foi a de cuidar e


educar. No entanto, as últimas décadas viram uma mudança das
mães como cuidadoras para as mães como principais fontes de
sustento em muitos contextos do terceiro mundo, e assistentes de
sustento em muitos contextos do primeiro mundo. Mais do que
nunca, as mães de hoje estão sob pressão. A mãe urbana hoje tem
muito mais ajuda na forma de eletrodomésticos, produtos
descartáveis, acesso a cuidados de saúde e informações, mas
apesar disso, a vida é uma correria. Administrar uma casa, trabalhar
fora em tempo integral e criar filhos a deixa exausta e
emocionalmente vulnerável.

No entanto, a alternativa costuma ser um estilo de vida menos


estável financeiramente, com menos oportunidades para seus filhos.
O que ela deveria escolher?

Tire um minuto e avalie quais são os motivos por trás de suas


decisões de estilo de vida. É uma questão de sobrevivência e você
literalmente não tem outra escolha? Você está tentando trazer um
pouco de dinheiro extra para tornar o estilo de vida de sua família
mais confortável? Você está tentando alcançar objetivos pessoais
ou profissionais? Qualquer que seja seu estilo de vida, lembre-se de
que seu marido e seus filhos precisam desesperadamente de seu
envolvimento emocional na vida deles. Não há nada de errado em
ter desejos e sonhos na vida, mas tenha cuidado para não persegui-
los à custa do bem-estar emocional, psicológico e espiritual de seus
filhos.

AMOR E CARINHO
A maioria das mães concorda que nossa principal função é amar o
marido e os filhos. Como mãe cristã, significa amá-los como Cristo
fez; significa colocar as necessidades e o bem-estar de nossos
filhos antes dos nossos.

As crianças nem sempre entendem os sacrifícios que


fazemos por elas, mas elas se lembram dos abraços e
beijos, tanto da mamãe quanto do papai.

Por mais difícil que seja, depois de um dia cansativo ou frustrante, a


mãe ainda deve ter uma abundância disso para seus filhos e
marido. É fundamental que bebês e crianças pequenas se sintam
amados e desejados, pois criam uma base de valor e autoconfiança.
As crianças precisam ver que o papai também ganha sua parte, pois
confirma sua confiança no amor que seus pais têm um pelo outro.

“As crianças nem sempre entendem os sacrifícios que fazemos por


elas, mas elas se lembram dos abraços e beijos, tanto da mamãe
quanto do papai”.

NECESSIDADES DOS BEBÊS


Um ambiente acolhedor é um espaço onde todos podem prosperar,
e um ingrediente central nesse ambiente é o amor e o afeto
incondicionais. A maioria das crianças tem necessidade infindável
de acariciar, abraçar e ser querida, mas com bebês recém-nascidos
e jovens a necessidade de contato físico é ainda mais pronunciada.
Sabe-se que bebês em instituições morrem por falta de contato.
Nossa necessidade de amor e carinho realmente vai além da nossa
necessidade física de comida.

Com a amamentação, a mãe transmite tanto o toque físico quanto a


melhor nutrição para o bebê, além de proteção contra a infecção
pela transferência de seus anticorpos através do leite. Tal
combinação maravilhosa só poderia ser orquestrada por um Criador
amoroso!
Com a internet sendo tão facilmente acessível para a maioria das
pessoas hoje, poucas mães podem alegar ignorância por não
fornecer uma dieta saudável para sua família. Como mães, é nossa
responsabilidade garantir que nossa família coma alimentos
saudáveis, evitando o excesso de açúcar e junk food (fast food).

Em relação à roupa, devemos garantir que nossas filhos usem


roupas adequadas à sua idade. Devemos ajudar nossos filhos a
evitar a armadilha de “precisar” das últimas tendências ou rótulos
mais sofisticados, modelando-os pela maneira como nos vestimos e
como falamos sobre moda. Há uma enorme diferença entre querer
comprar roupas que durem e comprar marcas simplesmente porque
são populares atualmente, na escola ou na TV.

Como mães, nossa responsabilidade pelo desenvolvimento


intelectual de nossos filhos recai principalmente nos primeiros cinco
anos, quando deveríamos estar passando muito tempo com eles e
eles são os mais dependentes de nós. Somos as figuras primordiais
da vida deles, à medida que aprendem confiança, autonomia e
indústria, e a estimulação intelectual regular é necessária à medida
que sua imaginação decola e eles começam a explorar o mundo
(veja as páginas 39 a 43 para saber mais sobre isso). Há muitos
recursos disponíveis no desenvolvimento da primeira infância para
ajudar as mães a criar um ambiente de nutrição eficaz.

SUFOCAR
O instinto protetor de uma mãe é uma força poderosa e vital da
natureza, mas quando é fica muito forte torna-se sufocante. Isso,
geralmente, acontece por causa de uma reação exagerada a
experiências passadas, como a perda de entes queridos, uma mãe
dominadora ou totalmente indiferente, ou a experiência de perda de
controle.
Meus dois primeiros bebês morreram de causas muito raras: a
primeira como resultado de cardiopatia e a segunda como resultado
de uma constrição do cordão umbilical. Por causa disso, eu tomei
muito cuidado com meu terceiro bebê, tanto que se ela pegasse um
resfriado, eu não a levava para fora. No entanto, quando tinha 14
anos, sentiu-se chamada a ir para o norte de Moçambique, uma
área muito remota e anteriormente devastada pela guerra. Ela seria
a mais nova do grupo e viajariam primeiro em um pequeno avião e
depois de ônibus. Isso significava nenhum contato por pelo menos
14 dias, mas o Senhor me disse para deixá-la ir. Lembrei-me com
lágrimas que foi a coisa mais difícil que já fiz.

Moçambique tem desempenhado um papel significativo em sua vida


desde então. Uma paixão comum por Moçambique levou-a a
conhecer o seu futuro marido e mais tarde passou três anos a
trabalhar num orfanato. Permitir sua liberdade e exposição a
preparou para a vida, que é nossa principal função como mães;
preparar nossos filhos para a vida. Eu poderia tê-la mantido por trás
de meus medos ou necessidades emocionais, mas Deus me treinou
para deixá-la ir e confiá-la a Seu cuidado e orientação.

LIBERAR NOSSOS FILHOS


Às vezes, nós, mães, lutamos para libertar nossos filhos
emocionalmente, já que temos um vínculo especial com eles, mas
devemos ser muito cautelosos ao usar nossos filhos como uma
muleta emocional. Isso, geralmente, acontece quando há uma
desconexão emocional entre marido e mulher, se existe uma
necessidade emocional que não é fornecida pelo marido, ou
perdemos seu apoio emocional por causa de morte ou do divórcio.
Isso é muito egoísta e injusto para nossos filhos, pois os
sobrecarrega com pressões indevidas, falsas responsabilidades e
culpas quando não correspondem às nossas expectativas. Entre os
estudos, os relacionamentos e a variedade de estresse que o
adolescente tem, nossos filhos têm pressão suficiente sobre eles e
devemos ser muito cuidadosos para não colocar qualquer carga
emocional extra sobre eles. É nossa responsabilidade fornecer
ambiente emocional saudável no qual nossos filhos possam
prosperar.

Devemos também nos lembrar de libertar nossos filhos


emocionalmente quando eles se ligam a pessoa de sua escolha. O
namoro, o noivado e o casamento devem ser momentos de liberar
nossos filhos para que eles possam se relacionar com seus futuros
cônjuges, que serão nossos novos filhos.

CUIDAR É CONECTAR
A mãe, muitas vezes, tem que desempenhar um papel
complementar para compensar as deficiências na personalidade do
pai, particularmente quando se trata de emoções. Pais introvertidos,
às vezes, lutam para se conectar com seus filhos. Como mães,
devemos interpretar o comportamento de ambas as partes e, sem
prejudicar o pai, encorajá-lo a se conectar com seu filho, apoiando
seus esforços mesmo quando pareçam triviais se comparados aos
nossos. Mantenha-o atualizado sobre a jornada emocional de seu
filho e torne isso uma prioridade para manter os canais de
comunicação abertos entre eles. (Veja a página 247 para mais
informações sobre comunicação.)

CUIDADO ESPECIAL
A mãe brilhante deve tentar identificar os dons e habilidades
especiais de cada criança. Isso é fácil quando o presente é muito
óbvio, mas para as crianças menos dotadas a tarefa é muito difícil,
ainda mais importante, pois identificar as coisas em que elas se
saem bem é crucial para sua autoestima e valor próprio. Minha filha
mais velha encontrou-se na posição de ter dois irmãos mais jovens
muito talentosos. “Mamãe, eu não posso fazer nada realmente
bem”, ela reclamava. Eu, constantemente, lhe assegurava que
descobriríamos a coisa especial em que ela era boa, e depois de
uma busca minuciosa, percebemos que ela se destacava em
mímica. Ela frequentou as aulas e ficou em primeiro lugar no
concurso regional de mímica! É tão importante que cada criança se
sinta afirmada. Mesmo que eles nunca sejam “os melhores” em
alguma coisa, faça de tudo para descobrir o que eles gostam e no
que são competentes, e afirme suas habilidades nesse campo. O
ponto não é comparação, mas maestria. Se o seu filho perceber que
pode dominar algo, ele fará maravilhas pela sua autoestima e
fortalecerá a crença de que também pode fazer outras coisas.

Algumas crianças não são dotadas academicamente, mas vale


sempre a pena investigar se é devido à aptidão natural ou a outros
problemas mais solucionáveis. Quando testamos os olhos da nossa
filha mais velha, descobrimos que ela tinha dislexia limítrofe. A ela
foi prescrito um par de óculos e exercícios para os olhos por um
terapeuta ocupacional, e foi concedida permissão para que ela
recebesse meia hora extra para cada exame. Suas notas subiram
20%! Respeite o ritmo e a capacidade de cada criança, mas não se
esqueça de investigar a possibilidade de obstáculos que podem ser
resolvidos, pois isso pode mudar a vida do seu filho.

Também é essencial não colocar pressão indevida sobre seus filhos


em relação aos estudos. Entender as habilidades e fraquezas de
cada criança ajudará você a desenvolver o melhor ambiente de
aprendizado e métodos para elas sem criar tensão. Se tivermos
tempo para conhecer as diferentes necessidades de nossos filhos,
isso nos levará a uma jornada muito mais fácil para todos quando
crescerem.
Cada criança deve ser tratada de acordo com o seu tipo de
personalidade. Quando se tratava de disciplina, nossos filhos
diferiam muito*. Minha filha mais velha gritava como se estivesse
sendo assassinada depois de ser punida, mas no minuto seguinte
tudo era perdoado. Nosso filho não gritava de jeito nenhum. Em vez
disso, ele se escondia no quarto e caía no sono. Tivemos que
conversar com ele durante toda a experiência de punição para
garantir que ele entendesse por que ele estava sendo punido e que
ainda o amávamos muito. Eu me lembro de um incidente em que ele
adormeceu atrás do sofá e passamos horas procurando por ele!**
A CRIANÇA E ESTRESSE
Todo mundo tem agenda cheia nos dias de hoje - as realidades da
vida adulta, o caos dos adolescentes, a surpreendente carga de
trabalho que as crianças da escola fundamental têm que lidar
atualmente. Nossos filhos devem saber que, apesar do foco do
mundo em realizações e produtividade, simplesmente os amamos
por quem eles são e desejamos mais que tudo que amem e sirvam
a Jesus. Eles nunca devem receber a mensagem de nós que o mais
importante para eles é atuar, seja nos estudos, esportes, cultura ou
em qualquer outro lugar. O amor baseado na expectativa sempre
resulta em dor (capítulo 8). De tempos em tempos, leve seus filhos
para tomar uma refeição e pergunte-lhes como estão lidando com
as várias pressões que sofrem. As refeições em família, também
são uma ótima oportunidade para aprender sobre os problemas de
seus filhos. Às vezes, isso acontece naturalmente, e às vezes você
terá que empurrar a conversa na direção certa, mas uma vez que a
conversa comece, isso pode ser muito revelador.

As crianças experimentam estresse em vários níveis diferentes.


Mesmo que eles tenham um ambiente familiar relativamente livre de
estresse (o que é surpreendentemente raro), eles lidam com o
estresse acadêmico por pelo menos 12 anos da vida, e estresses
sociais em vários níveis diferentes à medida que crescem.
Precisamos conversar com as meninas sobre estresse, enquanto os
meninos precisam ser ajudados para identificar os sentimentos que
os causam, e ser ensinados a como processá-los. Uma boa maneira
de aliviar o estresse para meninos e meninas é o exercício físico,
então certifique-se de que seus filhos estão fazendo exercícios de
uma forma ou de outra, seja participando de esportes ou hobbies
(como skate, escalada ou dança), umas três vezes por semana.

Cuidado com os sinais que indicam alto estresse. Podem ser


qualquer mudança súbita de comportamento, como uma criança
falante que se torna estranhamente quieta e retraída, ou uma
criança relaxada que fica agitada, ansiosa ou hiperativa. Outros
sinais incluem agressão incomum, uma mudança perceptível nos
hábitos alimentares, perda súbita de peso ou ganho, problemas de
sono ou mudanças drásticas no cronograma. Qualquer mudança
repentina deve ser investigada. Se você acha que algo pode estar
acontecendo, consulte seus professores, amigos e qualquer um que
esteja próximo ao seu filho adolescente para ter uma melhor
compreensão.

TRATAR DA TECNOLOGIA E MÍDIAS SOCIAIS


Mídias sociais e tecnologia mudaram o mundo completamente. Quer
você considere isso bom ou ruim, você precisa entender como a
mudança global em direção à tecnologia e às mídias sociais afetam
seu filho. Nenhuma geração conseguiu acessar a internet com a
mesma facilidade, ou teve uma variedade de tecnologias digitais tão
amplas quanto as nossas crianças. Muitos de nós, pais, não temos
ideia de como guiar nossos filhos ou estabelecer limites saudáveis,
mas é vital que entendamos porque o mundo só vai se tornar mais
saturado em tecnologia, e o mundo digital é tão natural para nossos
filhos quanto andar de bicicleta foi para nós. Há duas coisas
importantes para estar ciente quando se trata de seu filho e da
internet. Em primeiro lugar, a quantidade de tempo que ele gasta e,
em segundo lugar, o que está fazendo on-line.

O vício do celular (e ou tablet) é, na verdade, mais uma obsessão


com a “conexão” e o entretenimento oferecido, do que com o próprio
dispositivo em si. Aplicativos como Twitter, Facebook, WhatsApp,
Instagram, Snapchat e inúmeros outros criaram um espaço digital
onde “interação social” está disponível a partir da conveniência de
seu telefone. Essas tecnologias têm seus benefícios quando usadas
apropriadamente, mas são fáceis de abusar e, sem supervisão
adequada, podem se tornar um vício legítimo, com alterações de
humor e sintomas de abstinência quando são removidos deles.
Discuta limites saudáveis com seu marido para toda a família e,
quando ficarem mais velhos, envolva seus filhos na criação deles.
Como a tecnologia é tão central em seu contexto, eles precisam
entender por que você está estabelecendo os limites e concordando
com eles, de modo que seja mais fácil responsabilizá-los.

A internet é uma ótima ferramenta para pesquisa e comunicação, e


algumas escolas estão até transferindo todas as suas aulas para
laptops e tablets. No entanto, existem perigos reais para estar
ciente. É fácil encontrar conteúdo pornográfico, violento e
agressivamente anticristão, e os valores retratados em muitos sites
são, na melhor das hipóteses, questionáveis, se não são totalmente
tóxicos. Os vírus também são uma ameaça muito real e podem
fazer qualquer coisa, desde copiar todas as informações do
dispositivo infectado até criptografar o software e exigir um resgate
para desbloqueá-lo. Há softwares antivírus disponíveis, mas a
melhor proteção é o hábito inteligente de navegação. Além disso, se
você não for cuidadoso, seu filho pode se deparar com altas contas
(acidentalmente ou intencionalmente) em subscrição de serviços ou
na compra de jogos/aplicativos.

A tecnologia tem um potencial incrível para o bem, mas os perigos


são reais demais. A maioria deles é evitável se você e seu marido
tiverem cuidado com a forma como você gerencia o acesso do seu
filho à tecnologia e se mantém linhas de comunicação abertas com
eles. Analise esse problema potencialmente complicado com eles,
em vez de forçá-los a descobrir isso pelas suas costas.

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
A questão da comida pode ser séria para os nossos adolescentes,
para ambos os sexos. Mesmo quando vem de lares felizes e
saudáveis, a pressão social pode levar à anorexia, bulimia e outros
transtornos alimentares em todas as culturas. É fundamental que
você fale abertamente sobre essas coisas com sua filha, e nunca
banalize-as ou trate-as como estupidez ou desobediência.
Transtornos alimentares são questões psicológicas enraizadas em
feridas emocionais e precisam ser levadas a sério e tratadas com
cuidado. Se sua criança tiver um distúrbio alimentar, consulte um
terapeuta ou um conselheiro o mais rápido possível.

Outra questão importante é a da obesidade. A obesidade tem sido


associada a uma variedade de doenças e, geralmente, tem efeito
destruidor no bem-estar psicológico e emocional. Sua família se
beneficiará de uma boa dieta a longo prazo. Se você alimentar a sua
família com alimentos saudáveis e deliciosos, geralmente,
continuarão comendo da mesma maneira quando forem adultos.
Lanches saudáveis são uma obrigação, e tente minimizar a ingestão
de produtos carregados em açúcar e gordura, como chocolates e
batatas fritas. Você também deve evitar o uso de açúcar branco e
farinha de trigo, macarrão ou pão não integrais, pois são altamente
refinados e pouco saudáveis. Carboidratos são um importante grupo
de alimentos, mas devem ser consumidos com moderação e em
forma crua ou não processada, quando possível. Se você tiver um
orçamento muito restrito, concentre-se em manter o máximo de
valor nutricional possível em sua comida - não cozinhe demais os
legumes e compre frutas e legumes para lanches, quando puder
pagar por eles. Incentive sua família a comer tanto vegetais crus
quanto frutas. Legumes podem ser cultivados em qualquer jardim e
até mesmo em pequenos vasos na varanda. Morangos, tomates e
ervilhas são fáceis de cultivar em recipientes e seus filhos vão
adorar comê-los (veja quais são os vegetais típicos de sua região).
Meus netos não podem esperar pela estação do morango e adoram
visitar a horta da vovó!

Embora a água seja a melhor maneira de se hidratar, se você mora


em uma área com água não potável, será necessário ser criativa.
Ferver a água é, geralmente, eficaz, e há muitos recursos na
internet que sugerem maneiras alternativas de obter água de boa
qualidade. A maioria das bebidas e sucos frescos tem alto teor de
açúcar, e refrigerantes, em geral, especialmente os “cola” são
grandes contribuintes para a obesidade. Mesmo sucos de fruta são
geralmente ricos em açúcar, então beba com moderação.
CUIDADO EMOCIONAL
LIDAR COM A RAIVA
Todos os relacionamentos saudáveis envolvem conflitos. Se você
estiver conectada com seus filhos, terá conflitos com eles
(particularmente com suas filhas). Isto é perfeitamente normal, e
como você lida com isso vai deixar uma impressão duradoura sobre
eles. Quando confronta com rajadas de raiva, o mais importante é
manter a calma. Muitas vezes, isso é muito difícil de fazer, já que os
adolescentes conseguem verbalizar em um alto nível intelectual e
geralmente não poupam às mães. A mãe não deve competir com o
filho e precisa manter o controle da situação. Se ela não consegue
controlar a raiva, ela deve ter tempo para se acalmar. Ela deve dizer
a seu filho que está com raiva demais para falar agora e que precisa
de tempo para se acalmar, mas não deve sair da sala ou do espaço
sem marcar um horário para retomar a conversa. Se ela fizer isso,
ela indica que perdeu o controle da situação. Quando a conversa for
retomada, o respeito deve ser devolvido ao relacionamento (se
necessário) pela repreensão de quaisquer palavras ou
comportamentos desrespeitosos que possam ter ocorrido. Se a
criança não for repreendida, ela aprenderá que o desrespeito é
aceitável e pode perder o respeito pela mãe. No entanto, é
importante lidar com isso de maneira calma e amorosa, pois a
repreensão pode levar a mais conflitos. Se necessário, peça a seu
marido que fale com seu filho sobre o desrespeito antes ou depois
de lidar com o problema em questão. É importante para uma mãe
saber controlar a raiva por seus filhos, já que esse exemplo os
ajudará a administrar a própria raiva no futuro, tanto para si quanto
para os outros. Se a situação realmente ficar fora de controle, o pai
deve intervir e restaurar o respeito para com sua esposa, pois ele é
o responsável final pela disciplina na casa. Os pais formam uma
frente unida e disciplina como equipe.

LIDAR COM REBELIÃO


A Bíblia deixa bem claro que a rebelião é um assunto sério. Um dos
dez mandamentos é honrar mãe e pai, e em Deuteronômio 27:16
lemos que, “Amaldiçoado é qualquer um que despreze seu pai e sua
mãe”. Conte com a ajuda de pessoas que cercam seu filho, como
você e seu grupo de apoio, família extensa, professores, mentor,
treinador e até mesmo seus amigos. Mantenha a calma e certifique-
se de que você e seu marido formam uma frente unida, e que vocês
pensam da mesma maneira em relação a tudo o que afeta seu filho
adolescente. Atenha-se aos valores e à ética da sua família, pois
eles ajudarão a criar a estabilidade e a segurança que seu
adolescente precisa. Também é importante escolher sobre o que
lutar - algumas coisas não valem a pena, mas quaisquer questões
éticas importantes, como honestidade ou respeito, precisam ser
abordadas. Se em algum momento seu filho adolescente desafia o
pai, o pai deve manter a disciplina acordada como chefe da família.

Dito isto, enquanto a maioria dos adolescentes forçará os limites até


certo ponto, a genuína rebelião geralmente resulta de um estilo
autoritário de parentalidade, onde o nível de disciplina é alto, mas há
conexão emocional limitada. (Veja a página 149 para mais sobre
isso). Se seu filho for muito rebelde, você e seu marido devem
perguntar aos seus parceiros de prestação de contas se seu estilo
de ser pai ou disciplina pode ser o problema. Não se defenda se as
questões forem apontadas e, se necessário, reconsidere sua
abordagem de parentalidade ou disciplina. Lembre-se, o objetivo da
disciplina é ajudar seu filho a crescer e amadurecer, nunca
desabafar sua raiva ou estabelecer seu controle, e o trabalho como
pais é ajudar seus filhos a se tornarem as melhores pessoas que
podem ser. Estar emocionalmente ligado aos seus filhos é uma das
principais chaves para abrir o céu em casa e ajudá-los a entrar na
terra prometida.

Embora o comportamento rebelde não deva ser tolerado, é


frequentemente uma expressão de necessidade para ser notado e
amado. Deixe seu filho saber que ele é amado, apesar de seu
comportamento, e dê uma atenta olhada em seu relacionamento
com ele. Se o arrependimento for necessário, não hesite em fazê-lo.
Lembre-se, ligamo-nos na fraqueza, não em força. (Para mais
informações, leia o capítulo 10.)

LIDAR COM TRISTEZA


A maioria das adolescentes experimentará uma forma de tristeza na
segunda metade do ciclo menstrual. Isto é normal. No entanto, se a
sua filha ou filho estiver mais triste do que o habitual por um longo
período de tempo, você deve procurar uma causa. Isso pode ser
qualquer coisa, desde a perda de uma amizade ou relacionamento
até grandes mudanças em seu ambiente, como mudar de casa ou
trocar de escola, trauma em casa ou na escola, divórcio ou a morte
de um ente querido. Você deve estar particularmente atenta aos
sinais de vergonha ou autoculpa. As adolescentes provavelmente
assumem a culpa por um relacionamento fracassado ou até por um
suicídio, independentemente de ela ter feito algo errado. Se nem
você nem seu marido forem capazes de identificar um gatilho óbvio,
e seu filho estiver se alimentando de forma saudável e exercitando-
se o suficiente, você deve procurar aconselhamento e / ou
aconselhar seu filho. A tristeza é saudável no contexto certo, mas a
depressão pode afetar crianças desde tenra idade e nunca deve ser
ignorada.

OUVIDO SELETIVO
Os adolescentes não são conhecidos por suas habilidades
auditivas. Eles são frequentemente acusados de ter “audição
seletiva”, pois parece que eles só ouvem o que escolhem ouvir.
Embora isso às vezes seja verdade, também pode ser que eles
estejam tão concentrados no que estão fazendo que simplesmente
não estão cientes de qualquer outra coisa. Você não deve perder
seu tempo incomodando ou gritando com eles. Em vez disso, toque
o seu filho de leve no braço, e depois de ter feito contato visual e
tiver certeza de que tem a atenção dele, diga o que precisa dizer-
lhe. Missão cumprida! Ele provavelmente não pretende ignorar ou
irritar você. Ele está simplesmente tão absorvido em seu próprio
mundo que não a ouve.

4. DESENVOLVER CONECTIVIDADE E
COMPAIXÃO: MANTENDO OS CONTATOS SOCIAIS

EU PERTENÇO!
Somos seres sociais e, para a maioria de nós, o isolamento traz um
medo profundo. Desejamos e nos esforçamos por relacionamentos
significativos baseados no amor real, porque todos nós temos
necessidade de amar e ser amados. Deus nos criou dessa maneira;
uma das maiores marcas registradas de ser Dele é nossa
capacidade e desejo de demonstrar amor. Nossas necessidades
mais fundamentais, como seres humanos, são amar e pertencer.

OUTRAS PESSOAS SIGNIFICANTES


As mães costumam ser conhecidas como a cola que mantém a
família unida. Nós somos aquelas que sabem quando o próximo
bebê está para nascer, e quando tivemos a última reunião de
família. Mantemos toda a engrenagem social funcionando. Nós
planejamos e executamos encontros familiares. Mantemos a família
conectada à comunidade. Isso também faz parte da nossa imagem.

Somos amplamente responsáveis pela manutenção da rede social


pessoal da família. Apresentamos nossos filhos aos amigos
significativos nos primeiros anos e incentivamos relacionamentos de
qualidade nos anos posteriores. Seu filho será enriquecido por todos
os adultos significativos com quem passar tempo, sejam eles
professores, treinadores, líderes de grupos de jovens ou amigos da
família. Descobrimos que isso é tão verdadeiro para todos os
nossos filhos que não posso enfatizar o suficiente. É aqui que o
grupo de suporte desempenha um papel proeminente. (Para mais
informações, veja o capítulo 7.) Seu filho deve interagir com as
pessoas em torno de sua mesa de apoio com bastante regularidade
e, à medida que ele cresce, você também deve ajudá-lo a construir
sua própria mesa de apoio. A cadeira do validador provavelmente
ficará vazia até que o seu filho atinja a puberdade, e o mentor ou
discipulador seja pelo menos 5 anos mais velho do que ele até que
tenha cerca de 21 anos de idade. Ao fazer a transição para a idade
adulta, ele deve começar a procurar por mentores pelo menos 10
anos mais velho que ele. A mesa de apoio serve como uma rede de
segurança para o seu filho em tempos difíceis, e uma fonte de
habilidades e coaching para a vida.

Lembro-me de pedir a uma de minhas amigas para ser a professora


da escola dominical de minha filha no o último ano dela. Ela
concordou e desempenhou um papel maravilhoso no crescimento
espiritual da minha filha naquele ano. O treinador de tênis do nosso
filho foi um bom modelo para ele. Precisamos ser proativos na
busca daqueles que podem orientar e agregar valor aos nossos
filhos.

Fortalecer os laços familiares também é uma responsabilidade vital


da mãe. Em um mundo que se tornou tão individualista, precisamos
ser mais proativos sobre isso. Eu venho de uma família de sete
irmãos, mas minha mãe e meu pai fizeram questão de não perder
um único aniversário ou celebração da conquista de um membro da
família. Nós valorizamos e encorajamos uns aos outros
tremendamente, e com amor incondicional nos agarramos um ao
outro. Que grande oportunidade para expressar o amor
incondicional que Deus nos por meio de nossa responsabilidade
familiar, apesar de posições sociais completamente diferentes.

Temos que modelar a importância dos laços familiares com nossos


filhos. Os avós, primos, tias e tios devem estar em nossas
discussões, e ser alvos de cuidado e preocupação o tempo todo.
INFLUENCIAR AS HABILIDADES SOCIAIS DE SEUS
FILHOS
Como mães temos uma tremenda oportunidade de observar e
cultivar as habilidades sociais dos filhos. Devemos criar uma
atmosfera convidativa para os amigos dos nossos filhos, pois é uma
oportunidade para conhecer a eles e a seus valores, e
possivelmente até para ser um dos adultos importantes na vida
deles.

Abaixo está um diagrama de uma estrutura social típica em uma


aula na escola. Mostre isso ao seu filho e peça-lhe que desenhe
uma de suas turmas para você.

Linhas finas denotam um relacionamento normal, linhas duplas, um


relacionamento próximo e uma linha em ziguezague, um
relacionamento ruim. Você será capaz de ver se o seu filho tem
muitos ou poucos relacionamentos, e de quem eles são amigos. Se
ele se desenha como um solitário, então você sabe que precisa de
sua ajuda para se tornar um amigo. Se ele é o centro do grupo, as
chances são boas de que irá definir o tom de valores para o grupo, o
qual você pode influenciar se for necessário. Quanto mais cedo
descobrirmos onde nossos filhos estão socialmente, mais cedo
poderemos resolver quaisquer problemas.
ESTRUTURA SOCIAL DE AMIZADE?
Uma amiga minha mora a meio quarteirão da escola secundária de
seus filhos. Eles convidavam colegas para casa na hora do almoço,
o que ela incentivava. Às vezes, uma ou duas crianças, às vezes
meia dúzia ou mais. Minha amiga se certificava de estar em casa na
hora do almoço, sempre que possível, porque depois do primeiro
“oi”, os adolescentes muitas vezes esquecem que você está por
perto. Isso deu à minha amiga a oportunidade de ver qual era o
clima social com os amigos de seus filhos e que parte seus filhos
desempenhavam. Eles eram o trovão ou o raio?

Mais tarde, ajudaria seus filhos a desenvolver sua inteligência


social. Ela fazia perguntas como: “O que você acha que estava
realmente por trás do desabafo de Kate hoje?” Ou: “O que você quis
realmente dizer ao Jamie?” Se minha amiga não estivesse em casa,
ela perguntaria: “Quem veio almoçar hoje?; Você fez sanduíches
para todos? ”Ou,“ Davi limpou tudo de novo ou os outros ajudaram?”
Isso abre o pensamento deles para a intenção, não apenas reações.

Eu costumava convidar as amigas da minha filha para fazer


biscoitos. O que foi ganho valeu a bagunça e o esforço.
Conhecendo os amigos, podemos ajudar melhor nossos filhos a se
tornarem bons amigos, e é uma excelente oportunidade para formar
uma conexão com os colegas de seu filho. Fazer cabelo e
maquiagem pode abrir o caminho para conversas mais profundas de
orientação e influência. Os amigos dos meus filhos estão todos fora
do ensino médio agora, mas muitos deles passam por nossa casa
para conversar e buscar conselhos.

O seu filho e os seus amigos são mais propensos a praticar


desporto ou jogos de computador, por isso, disponibilize a sua casa
e jardim, se tiver espaço. Se não, você poderia oferecer para levá-
los ao parque mais próximo, ou se juntar ao seu marido, se ele levá-
los a um acampamento, pois é uma grande oportunidade para
conhecê-los melhor. Incentive seus filhos a procurar amigos em
potencial e ensine-os a ser um bom amigo, contatando as crianças
solitárias da classe e servindo aos outros.

E AGORA AO GRANDE ACONTECIMENTO SOCIAL:


APAIXONAR-SE!
Construir uma conexão transparente e íntima com o seu filho abre
caminho para que ele fale sobre todos os seus relacionamentos com
você. Se a sua cultura desencoraja relacionamentos desassociados,
ou se o sua filha tem uma paixão insalubre (como uma queda por
um professor casado), seu objetivo é nutrir o tipo de relacionamento
que lhes permita falar sobre isso. Isso dará à mãe brilhante uma
oportunidade de oferecer conselhos e perspectivas gentis e sábios
quando seus sentimentos estiverem mal colocados. Seu marido
provavelmente deve ser incluído em algum momento, especialmente
se o seu filho estiver envolvido, para dar clareza a partir de uma
perspectiva masculina. Todo adolescente experimentará a paixão
em algum momento, e é melhor falar sobre isso do que
simplesmente viver em negação.

Quando seu filho se apaixona, é uma corrida tão emocional que


você deve ser capaz de identificá-la imediatamente. Você deve ser a
única a orientar seu filho através do fluxo e refluxo emocional de sua
paixão, enquanto a contribuição de seu marido provavelmente
estará nos contornos mais amplos do relacionamento, como os
valores, a visão de mundo, o chamado, a identidade e as
responsabilidades estão envolvidos. Você tem um papel importante
a desempenhar para ajudar seu filho a não ser impulsionado por
oscilações emocionais, mas por um gerenciamento emocional
responsável - um aspecto fundamental da inteligência emocional.

MODELAR O ALTRUÍSMO
A maioria das mães tem um instinto de cuidado que as leva mais
naturalmente ao altruísmo. Nós havíamos escolhido o serviço como
um dos principais valores de nossa família, e minha expressão disso
era cuidar dos doentes e dos que estavam morrendo no hospital da
nossa cidade. Meus filhos aprenderam a minha atitude e paixão por
isso, assim como eu havia aprendido com a minha mãe. Lembro-me
muito da prática e carinho da minha mãe em cuidar de parentes
mais velhos. Eu aprendi com ela pelo seu exemplo. Mesmo que
tenhamos menos tempo disponível para nós quando nossos filhos
são pequenos, seja proativa no ensino e na maneira de cuidar dos
outros.

Quatro anos depois de começar a trabalhar em um hospital local,


levamos as crianças a uma viagem à Índia. Nós nos oferecemos por
dois dias na casa de Madre Teresa para os necessitados e
moribundos em Khaligat, Kolkata. Meu filho de 13 anos trabalhava
com meu marido entre os homens e minha filha de 15 anos
trabalhava comigo do lado das mulheres. Era incrível como as
crianças se davam bem trabalhando entre os doentes e moribundos.
Eles provavelmente não teriam feito tão bem se eu não estivesse
trabalhando no hospital, moldando-lhes a compaixão e cuidando de
pessoas que estavam morrendo. Essa experiência causou uma
impressão tão duradoura em nossos filhos que meu filho George me
disse depois: “Mamãe, podemos abrir um lar para pessoas doentes
em nossa casa, se você quiser.” Algumas coisas não podem ser
ensinadas com teoria. Eles têm que experimentar. Nós nunca
abrimos uma casa para os doentes em nossa casa, mas a atitude
de George foi muito significativa para mim, e dois anos depois ele
estava conduzindo regularmente um grupo de amigos para ir a uma
prisão juvenil próxima para brincar com os meninos de lá.

Em 2001, eu era a cofundadora de uma instituição pós-escola sem


fins lucrativos para crianças vulneráveis em um município perto de
nossa casa em Stellenbosch, África do Sul. Minha filha mais nova,
Jenni, começou a orientar as crianças neste centro depois da
escola, quando ela estava no 9º ano, e passou a realizar
acampamentos para adolescentes de famílias desfavorecidas.
Todos nós conhecemos o velho clichê: “Ações falam mais alto que
palavras”. Quando se trata de crianças, é realmente o caso. É
assustador como atentamente estamos sendo vigiados por nossos
filhos. Nenhuma palavra pode compensar nossa atitude e ações.
Devemos atentar ao que fazemos, sabendo que nos tornamos
referência para os nossos filhos, para o seu futuro modo de vida.

BONS ADMINISTRADORES
O instinto natural e atencioso das mães é uma das expressões da
imagem de Deus. Como suas portadoras de imagem, devemos
modelar o amor e o respeito pela criação de Deus. Quase todas as
crianças querem um tipo de animal de estimação, e é uma grande
ocasião para escolher um. O pai pode comprar o animal de
estimação e pagar pela ração, mas geralmente é a mãe que precisa
lembrar e iniciar a alimentação e o cuidado com o animal de
estimação, além de fazer os arranjos de acomodação relevantes
quando a família sai. Essas são tarefas que as mães devem
companhar, e sua atitude ao delegar ou realizar essas tarefas irá
claramente servir de modelo para as crianças o quanto elas são
importantes.

Enquanto estávamos na Índia, passamos por um homem que tinha


um urso em uma corrente. Todos os dentes do urso foram
arrancados para impedir que mordessem alguém. O homem estava
cobrando dinheiro das pessoas para tirar uma foto com o urso e,
naturalmente, meus filhos queriam uma também. Eu não permiti, e
tive que explicar como e por que esse urso estava sendo abusado
para ganho humano. Meu filho ainda lamenta sua falta de
consciência do abuso e o fato de querer posar com o urso - a
experiência deixou uma impressão indelével nele, e promoveu sua
sensibilidade em relação aos animais.

Devemos ensinar nossos filhos a serem bons administradores da


terra também. No funcionamento da casa, podemos ensinar nossos
filhos a reciclar, compostar, reduzir o desperdício e conservar a água
e a energia. A jardinagem contém muitas lições sobre a terra, o
cuidado, a matemática e a poesia, se nos concentrarmos nela. Você
pode fomentar o amor pela jardinagem nos seus filhos ao cultivar
ervas e legumes em vasos ou no jardim. Descobri que hortelã e
morangos crescem facilmente, e as crianças gostam de comer os
morangos quando estão maduros. Lembro-me de como foi divertido
quando meus filhos eram pequenos, cultivar feijões em um pires
usando apenas algodão e água. A alfafa em germinação em uma
garrafa também era divertido, embora meus filhos não estivessem
interessados em comer nada disso.

5. CRIAR UM ESPAÇO DE ADORAÇÃO: SER A


PRINCIPAL DONA-DE-CASA
“Um espaço de culto é um lugar de harmonia, paz e pertencer onde
Deus está presente e é glorificado. Um lugar onde cada membro se
sente livre para participar da adoração comunitária da vida
cotidiana. ”

BEM-VINDO A CASA!
Um lar é um espaço de pertencimento e nem sempre está ligado a
um lugar específico. Lar é onde eu posso ser eu mesmo, onde
posso me recarregar e onde me sinto segura e aceita. O lar deve
ser um lugar para onde todos nós queremos voltar, onde podemos
respirar pacificamente. Todos nós, independentemente da idade,
precisamos de um lugar que possamos chamar de lar.

Para crianças, deve ser um local que facilite a exploração e estimule


a imaginação; para as crianças deve ser um lugar onde possam se
expressar e brincar, e para os adolescentes deve ser um espaço
onde eles possam sentar e conversar ou brincar e ter diversão. Essa
atmosfera prepara o palco para um espaço de culto onde todos se
sintam aceitos e amados.
Oito anos atrás, adotamos uma garota de Xhosa de quinze anos.
Mesmo que a amássemos como fazíamos com nossos outros filhos,
não tínhamos certeza se ela consideraria nossa casa como seu lar,
considerando as diferenças culturais entre nós. Nós a incentivamos
a frequentar sua própria igreja e escola e a escolher seus próprios
amigos. No ano passado, ela veio até nós na noite de seu
aniversário de 22 anos e pediu para falar conosco.

“Mamãe e papai”, ela disse, “Eu não mencionei isso para você no
ano passado na festa de aniversário de 21 anos que você me deu,
já que foi muito emocionante, mas eu realmente considero minha
casa aqui com todos vocês. Eu só queria que você soubesse que eu
te amo e aprecio tudo o que você faz por mim”. Isso foi maravilhoso
de ouvir, e foi especialmente significativo quando planejávamos nos
mudar naquele tempo, o que a afastaria de seus amigos e da igreja.
O lar não é apenas um lugar físico, mas um lugar no qual estamos
juntos.

DIVERSÃO E JOGOS ... E COMIDA DA MÃE


Casa é um lugar de diversão e alegria! Muitas mulheres orgulhosas
de sua casa cometem o erro de fazer dela uma extensão de sua
própria autoimagem. Elas criam pequenos monumentos que se
comparam ou competem bem com os vizinhos e imitam as fotos de
revistas de decoração que são publicadas regularmente, mas
negligenciam sua responsabilidade primordial de criar um lar para
todos na família.

Uma casa é um lugar para relaxar, brincar, rir, gritar, pular, correr e
lutar. Precisei de coragem para me acostumar com isso, já que eu
não havia sido criada assim, mas meu marido muitas vezes lutava
com meus filhos no tapete da sala de jantar, e as almofadas dos
sofás da sala eram usadas como trampolins e sacos de mergulho. .
Tivemos crises de caos sagrado quando todos nós lutávamos com o
meu marido em ataques de grupo. Que grande experiência de
diversão e união! Lar era um lugar onde meu marido mal podia
esperar para voltar depois do trabalho, um lugar que o chamava, um
lugar onde ele celebrava a riqueza da vida com as crianças e eu.
Era um lugar de descanso, recarga e união. (Ainda são essas
coisas, e agora que as crianças são adultas, a união tem um
significado ainda mais rico.)

O VALOR DAS REFEIÇÕES


Em uma era de fast food e terceirização, as mães não são mais
conhecidas por sua comida caseira ou roupas. Subestimamos o
valor de declarações como: “Minha mãe fez isso” ou “Nada é tão
bom quanto a comida da minha mãe”. Felizmente, parece que uma
tendência que aprecia habilidades como tricô, crochê e comida
caseira está voltando. Vamos torcer.

Dr. Blake Bowden, do Hospital Infantil de Cincinnati, pesquisou


sobre o valor de familiares comendo juntos. Ele descobriu que as
famílias que comiam juntas pelo menos cinco vezes por semana,
independentemente do tipo ou local de refeição, experimentavam
efeitos positivos notáveis (ver página 170 para saber mais sobre
isso). A variável mais importante deste estudo foi a interação familiar
durante a refeição. É altamente aconselhável desligar a TV e os
telefones celulares durante as refeições, para tornar as interações
mais íntimas e minimizar a possibilidade de distrações. A intimidade
da interação familiar regular constitui uma rede de segurança para
nossos filhos. As refeições familiares também podem ser usadas
como um período de adoração em família ou estudo bíblico.
Uma mãe modela a adoração para as crianças

As mães desempenham um papel fundamental na transferência da


fé para os filhos nos primeiros cinco anos de vida. Como cristãos,
nosso foco principal deve ser encorajar e ajudar nossos filhos a
conhecer e servir a Cristo. Devemos orar por eles antes de
nascerem, e uma vez que eles nascerem, modelem fé e adoração
genuínas para eles. Nossos filhos vão assimilar mais do que
podemos imaginar.
Eu mantenho minha Bíblia, devocionais e diários em uma cesta, e
sem que eu pensasse ou planejasse conscientemente, a cesta se
tornou um símbolo para meus filhos passarem tempo com Deus.
Nossa única filha me imitou nisso; ela colocava a Bíblia numa cesta
e ia para o jardim para se encontrar com Deus.

Além do processo natural de modelar a fé, a mãe precisa apoiar o


pai em sua transferência intencional de fé. O pai, que têm a
responsabilidade de estabelecer autoridade moral, deve tomar a
iniciativa, sugerindo que orem e leiam juntos a Bíblia, o que a mãe
deve apoiar de todo o coração e com entusiasmo. Devemos lembrar
que para os filhos pequenos, o pai deles representa Deus Pai. As
crianças devem ouvir frequentemente o seguinte tipo de
declarações da mãe: “Papai acredita que Deus quer que nós… e eu
acho que ele ouviu diretamente de Deus”.

Dito isso, você deve ter em mente que as crianças são incrivelmente
rápidas em detectar inconsistências entre palavras e ações. Quando
você apoia seu marido com suas palavras, sua atitude e ações
precisam ser congruentes. Caso vocês orem juntos e leiam a Bíblia,
mas não vivam os valores sobre os quais leram e oraram, isso
confundirá seus filhos. A congruência entre palavras e ações é o
aspecto mais importante na modelagem de sua fé para seus filhos.

A mãe, geralmente, está em uma boa posição para saber quais são
as necessidades espirituais de seus filhos. Por volta dos oito anos,
nossos filhos começam a pensar de maneira abstrata, momento
ideal para apresentar o Evangelho a eles, pois poderão entendê-lo
melhor.

Precisamos ser criativos para descobrir como alimentá-los


espiritualmente. Isso inclui escolher a mídia e a literatura cristãs
certas para impactar adequadamente seus filhos e encontrar o
melhor professor de escola dominical e outras influências divinas
para eles. Os pais sábios cercam seus filhos com adultos de
qualidade. Mantenha um bom contato com os professores da escola
dominical para que ambos possam servir à criança da melhor
maneira possível para lhe garantir o crescimento espiritual. A regra
mais importante a seguir, porém, seguir apaixonadamente e servir a
Cristo por nós mesmos, e as crianças vão absorver isso.

MODELOS DE PAPEL
Nossos filhos sabem quando somos reais e quando temos um
relacionamento genuíno com Cristo. Eles nos observam bem de
perto e perceberão se amamos a Jesus ou não. Eles devem ver
Jesus em nós e devem estar seguros de nosso amor e fé em Deus.
Eles devem saber quais são as prioridades para a própria vida.
Repetidamente, disse o seguinte para meus filhos: “Mamãe ama
muito a Jesus. Para a mamãe, a coisa mais importante do mundo é
que você conheça e sirva a Jesus ”. Eu também costumava
compartilhar com meus filhos o que Deus estava dizendo para mim
no meu tempo a sós com Ele.

Como mães, devemos derramar nutrição espiritual na alma de


nossos filhos. Isso só é possível quando conquistamos uma posição
de confiança com eles, e onde existe uma conexão de amor e
compreensão.

Nós somos o ponto de referência para nossas filhas quando elas se


tornam mães, e para os nossos filhos somos o modelo de sua futura
esposa. Seus filhos podem não admitir ou ter consciência disso,
mas você estabelece um certo padrão que será lembrado. Muitas
vezes me pego pensando em minha própria mãe e no exemplo que
ela deu a respeito de cuidar de nossos idosos e frágeis membros da
família. Isso inspirou todos os seus filhos a fazer o mesmo. Ela
também fez vários trabalhos domésticos que me inspiraram a tentar
também. Tenho paixão por uma grande variedade de coisas, muitas
das quais provavelmente provêm da influência da minha mãe.
Muitas vezes pensei que, se minha mãe pudesse fazê-lo,
certamente eu também poderia fazê-lo. Eu fiz todos os vestidos de
noite da minha filha. Quando chegou a hora da dança matrimonial
da minha filha biológica mais jovem (o equivalente sul-africano de
sua formatura), acabei fazendo a maquiagem, o cabelo e também
dei uma de fotógrafa. Ela parecia deslumbrante e as fotografias
ficaram surpreendentemente boas. Revendo a noite, depois, ela se
virou para mim e disse: “Mamãe, você pode fazer qualquer coisa!”
Minha oração é que como mãe um dia ela adore o Deus Pai em
tudo o que ela faz, e seja inspirada a tentar qualquer coisa.

Como mães, precisamos ser cheias do Espírito Santo todos os dias


para sermos mães brilhantes e esposas brilhantes. Precisamos
estar saturadas da Palavra e interceder em oração para nos
defendermos dos ataques diários ao nosso casamento e família.
Que Deus a abençoe e lhe dê capacidade ainda maior de alcançar
os órfãos e pais solteiros.

* Este é um relato de experiência pessoal, vivido


numa cultura específica. Devemos aprender os
princípios bíblicos de disciplina e aplicá-los com
sabedoria ao nosso dia a dia, não cedendo a
pressões culturais ou experiências de nosso
passado. Um alerta importante é que disciplina
bíblica é fruto de amor e não pode ser motivada
por vingança ou ira da parte dos pais, é correção
de rumo e não punição. A vara no sentido bíblico
guia o filho para o caminho certo.
** Os livros How to Develop your Child’s
Temperament e Understanding Your Child’s
Temperament by Beverly LaHay deram-me uma
grande visão sobre esse tópico.
EU VEJO VOCÊ
As histórias do livro de Gênesis saem das páginas de modo simples.
Simples, mas muito profundo. Elas contêm o ABC da fé. Às vezes,
quando a vida fica confusa - e isso, inevitavelmente acontece - é
uma boa ideia voltar a esse livro, para relembrar as razões e
intenções divinas. Deus criou a primeira família, homem e mulher e
isso parece bastante simples. Todas as pesquisas nos capítulos
anteriores desse livro parecem confirmar, a partir da perspectiva
contemporânea, que a intenção original de Deus era o melhor
design, mas como espécie, estragamos tudo.
É preocupante agora, e era preocupante naquela época. Mal
estamos no primeiro terço de Gênesis, quando uma mãe solteira
aparece. Essa não era a vontade de Deus ou o design pretendido
Dele. Abraão e Sara era um casal sem filhos em uma cultura que
valorizava a fertilidade. Status era adquirido por meio da fertilidade,
e as crianças eram um ativo econômico. Havia um estigma social
associado à esterilidade. Deus lhes havia prometido uma criança,
mas parecia que os anos passavam e eles continuavam sem um
filho, então arquitetaram um plano para ajudar a Deus.

Como é típico quando alguém sai do desígnio de Deus, um pecado


leva a outro e ninguém sai ileso. Hagar era escrava de Abraão e
Sara. Sara sugere que Abraão tenha um filho com ela. Essa foi uma
espécie de medida extrema, último recurso, que era aceitável em
sua cultura, mas não sem suas consequências. Hagar mal
engravida quando as sementes do pecado começam a cair em
forma de rivalidade e inveja. 251

Isso destroçou a vida deles ao ponto que Hagar fugiu. Na cultura


deles, era como em algumas culturas são ainda hoje: uma mulher
sozinha, sem um homem, está em perigo físico e financeiro. Hagar
está correndo através do deserto quando o anjo do Senhor vem a
ela. Apesar de seus pecados, os pecados de Sara e os pecados de
Abraão, Deus é misericordioso com Hagar. Ela deixa aquele lugar
com esta convicção: “O Senhor é o Deus que me vê.”

Se você está lendo e é mãe solteira, tenha certeza de que Deus lhe
vê. Quaisquer que sejam as circunstâncias que lhe trouxeram para
este deserto particular, Deus lhe vê. Ele vê os seus pecados e vê os
pecados cometidos contra você. Ele traz esperança em situações
difíceis. É o primeiro pai do seu filho. Quando os caminhos que
tomamos nos levam para longe Dele, Deus tem um mapa de volta
para Suas boas intenções para os nossos filhos.

Quando Cassie e eu visitamos Seychelles em 2011, eu estava


encantada pela linda paisagem e pelas acomodações do resort. Mas
deixando de lado essas coisas, a realidade daquele lugar não é
muito agradável. A dura realidade é que quase 90 por cento das
crianças concebidas lá nascem de mães solteiras. Parece que
Seychelles é o paraíso só para o turista. A maioria dessas mães
solteiras são mulheres jovens que trabalham longas horas na
indústria hoteleira.

Em Moscou era ainda pior, líderes locais dizem que a taxa de


divórcio é de mais de 80 por cento, dando lugar a uma taxa de
dependência de drogas de 33 por cento entre os rapazes de 15
anos de idade. E isso acontece em um país com uma economia
crescente. Parece que um dos resultados de economias crescentes
é o “luxo” do divórcio.

De volta para casa na África do Sul, temos uma grande força de


trabalho migrante. As pessoas deixam as áreas rurais para trabalhar
nas cidades e as crianças ficam com as mães e avós. A África
Subsaariana tem sido desafiada por HIV/AIDS, TB e outros fatores,
que nos deixaram com 11 milhões de órfãos. Parece um fenômeno
global - em culturas liberais e conservadoras, nações ricas e pobres
- que a monoparentalidade está superando a família convencional.

DEVEMOS VÊ-LOS
Alguém disse uma vez que Deus criou Eva para que Adão pudesse
ter só metade do egoísmo que ele tinha quando estava sem ela. E
para terminar o trabalho mortificante do egoísmo dos dois, ele os fez
três; deu-lhes filhos. Como crentes, nós oramos pelos nossos filhos
enquanto eles ainda estão no útero para que conheçam ao Senhor e
possam servir a Ele.

Uma vez que uma criança nasce, a realidade do que queremos para
ela e como alcançá-la, torna-se ou deve tornar-se, um dos nossos
principais objetivos. Sejam quais forem as circunstâncias do
nascimento dessa criança, a primeira decisão de uma mulher é, “eu
vou encaixar esta criança no meu estilo de vida com o mínimo
possível de esforço” (a escolha egoísta) ou “eu vou fazer os
sacrifícios pessoais que a criação dos filhos exige” (a escolha que
leva ao melhor de Deus).

Não podemos assumir que o nosso amor natural e boas intenções


são suficientes. Precisamos ser intencionais em nossas ações e
estratégicos em nosso ensino, para que os melhores desejos para
nossos filhos, na verdade, os levem a cumprirem o seu potencial
dado por Deus.

Não importa a posição ou o status, ser um pai ou mãe solteira é


difícil. Para muitas mães solteiras, o objetivo é apenas sobreviver de
um dia para o outro. Fornecer as necessidades básicas é tudo o que
as consome, e muitas ficam cansadas demais para pensar no resto.

Há um provérbio Africano que diz: “É preciso uma aldeia para


educar uma criança.” Isso é verdade para todas as famílias, mas a
família de uma mãe solteira deve inclinar-se sobre isso com ainda
mais peso. Ela precisa de uma mesa sólida de apoio (ver capítulo
7). Você deve escolher quem se senta à sua mesa com cuidado.

Se você perceber que sua mesa está um pouco vazia agora ore
sobre isso e procure por mais apoio em potencial. O papel do
mentor, treinador e outros é o de lhe manter responsabilizada de
acordo com os valores que você escolheu para a sua família. Isso é
de vital importância quando as circunstâncias e as emoções se
tornam difíceis. Você deve sonhar alto ao preencher sua mesa de
apoio. Deve procurar por pessoas íntegras.

Ana, mãe solteira, começou a namorar um homem e as coisas


pareciam ir bem. Depois de um tempo, ele pediu que ela e a filha
fossem morar com ele. Enquanto Ana considerava a proposta,
lembrou quão difícil foi para ela quando criança, quando sua própria
mãe trocava de namorado atrás de namorado. Por outro lado,
também pensou não só no apoio emocional que esse homem
poderia dar, mas também no alívio financeiro, pelo menos na hora
do aluguel e outros custos. E isso foi apenas o seu pensamento
objetivo, sem aquela nuvem de emoções que vêm de tais relações.

Naquele ponto, enquanto Ana tinha de tomar a decisão, estava em


apuros. A lista de prós e contras era simples e sua paixão por
aquele homem estava no auge. Ela não tinha sido estratégica em
seu sistema de apoio. Ela pediu conselhos, mas começou a pedi-los
a outras mulheres que ela conhecia, que viviam cada qual com seu
namorado. Você pode imaginar o seu ponto de referência.

Felizmente para Ana, ela havia confiado em Lupe antes de ela ter
conhecido o seu namorado. Em um momento de clara intenção, Ana
havia contado para Lupe as esperanças que tinha para sua filha,
como ela esperava quebrar o ciclo de sua família de serem mães
solteiras. Ela queria mais para a sua filha. Como acontece em
cidades menores, Lupe ouviu algo de outras pessoas sobre o
namorado de Ana e interveio. Lupe foi capaz de lembrar a Ana o
que ela valorizava, antes que estivesse na névoa da atração
romântica.

Ana disse ao namorado que não se mudaria para a casa dele ou


fazer qualquer outra coisa que gerasse outra criança. O homem
seguiu em frente e Ana ficou muito consciente do que tinha sido
salva. E embora este tenha sido um momento difícil para Ana, sua
filha nunca conheceu esse homem e foi poupada das
consequências naturais que poderiam ter acontecido.

Você precisa de pessoas ao seu redor que possam lhe ajudar a ser
fiel aos seus valores e prioridades. Da mesma forma, é importante
cercar seus filhos com adultos significativos, que possam orientá-los
de formas diferentes e em diferentes momentos. Um treinador de
esporte, um professor da escola dominical ou um líder de jovens
podem ter relacionamentos significativos com o seu filho. (Se você
não consegue encontrar uma família mentora, essas pessoas
podem servir como a família mentora.) Seja intencional na seleção
de seus próprios amigos. Selecione amigos com os valores corretos,
cultura e visão de mundo. Seus filhos vão observá-los e aprender
com seu exemplo.

Quando você olhar em volta da sua mesa de apoio, seu mentor, seu
treinador e seus companheiros de alma (amigos próximos como
Lupe), todos serão mulheres por razões óbvias. Mas é importante
para ambos, tanto meninos quanto meninas, terem uma figura
paterna na vida. Se, estrategicamente, você não prever isso, eles
vão procurá-los por conta própria.

Leo era um homem de negócios, mas também atleta de arremesso


de peso, e treinador de arremesso de disco em uma escola local.
Ele tinha treinado suas três filhas, quando elas estavam na escola, e
nunca desistiu dessa atividade porque gostava do esporte. Ele
treinou horas extras com Lawanda, porque viu um potencial real
dentro dela. Não demorou muito para perceber que Lawanda e seu
irmão, Peter, poderiam começar logo a se meterem em enrascadas.
A mãe deles, Jackie, era uma mãe solteira que trabalhava por
longas horas.
Já que o treino acabava por volta da hora do jantar, Leo muitas
vezes levava Lawanda e Peter para casa, para comer com ele e sua
esposa, Cheryl. Ele notou a curiosidade que ambos tinham na
relação entre ele e Cheryl. Ele logo se organizou para que as
crianças pudessem se juntar a eles para as refeições cerca de três
vezes por semana e Jackie se juntava a eles, aos domingos. Cheryl,
professora aposentada, seria tutora de Peter e Lawanda nas
matérias que eles tinham dificuldades, e começou a ajudar Jackie a
se organizar financeiramente.

Quando Peter começou a ter problemas com colegas do time de


futebol, foi na casa de Leo que a polícia apareceu depois da meia-
noite. Leo conversou com Peter até o amanhecer, quando Jackie
chegou para buscá-lo. Essa crise levou Leo, Cheryl e Jackie a
formalizarem o relacionamento que até esse ponto surgiu
naturalmente. Para compensar seu mau comportamento, Peter teve
que construir uma nova cerca para Leo e consertar seu telhado. É
claro que Leo teve de mostrar a Peter como fazer, antes de deixá-lo
fazer sozinho, mas esse foi um tempo inestimável para aprender
coisas novas e falar sobre a vida.

Ao ver o problema e ser estratégica sobre isso, Jackie foi capaz de


prover o que seus filhos não tinham. O problema que Leo percebeu
foi usado para fornecer a Peter melhores habilidades na tomada de
decisões, e deixou Jackie muito agradecida, porque Leo foi além,
em todos os aspectos de treinamento.

Às vezes, você tem de olhar ao redor, para os “Leos e Cheryls” na


vida de seus filhos. Pode ser que você, simplesmente, tenha que
pedir ajuda.

A FAMÍLIA MENTORA
É amplamente aceito que as crianças de famílias monoparentais
que tenham sido expostas a uma família mentora se mostraram
mais ajustadas do que as que não tiveram tal oportunidade. Alguns
pais solteiros podem aproveitar o apoio de seus pais ou outros
membros da família, mas alguns não são tão afortunados. É aqui
que você vai ter que ser mais estratégico e mais intencional. Quais
famílias você conhece, cujos pais e filhos carregam os mesmos
valores e fé? Será que eles têm um bom relacionamento com os
filhos?

O PRIMEIRO COMPROMISSO
COM A FAMÍLIA MENTORA
O pastor de Jackie, Pr. Edward, deu-lhe um livro sobre pais
solteiros. O livro sublinhou a importância de ter o apoio de uma
família mentora, como escolher os valores da família e como realizar
reuniões de família, o que as crianças precisam em determinadas
idades e muitas outras coisas. Jackie estava muito animada sobre o
livro, porque ela realmente queria o melhor para seus filhos e sabia
que não poderia fazer isso sozinha. Então, onde ela poderia
encontrar uma família mentora? Leo e Cheryl foram a escolha óbvia.

Até então, Leo e Cheryl tinham sido voluntários em sua assistência.


Jackie ficou apreensiva em pedir que eles fazerem ainda mais do
que já tinham feito. Ela precisava saber quais eram seus valores
familiares, se eles poderiam ajudá-la com as regras da família,
planejamento futuro e capacitação específica nas áreas de
necessidades e de desenvolvimento em determinados períodos.
Mas ela tinha que fazer isso por Peter e Lawanda. Jackie tomou
coragem e ligou para Cheryl.
Jackie sabia que deveria telefonar para Cheryl, e não para Leo,
embora ele tenha sido o primeiro ponto de contato com os filhos.
Todas as mães solteiras devem abordar a esposa de sua potencial
família mentora. A razão para se aproximar dela é que a mulher é a
chave para a sustentabilidade da relação. Você não quer dar a
Satanás qualquer motivo para causar ciúmes entre as duas
mulheres. Mães solteiras não devem encontrar-se sozinhas com o
marido da família mentora. As reuniões devem acontecer em grupo,
caso um acordo tenha sido feito e, a partir de então, eles agiriam
como família mentora. No cenário de Leo e Cheryl, eles se tornaram
a família mentora fora do seu envolvimento com as crianças. Mesmo
assim, as regras ainda se aplicam e seria sensato Jackie sempre
encontrá-los em conjunto, se possível, ou informar Cheryl se ela
tivesse que encontrar com Leo sozinha, como na pista de atletismo
por exemplo.

O que segue é uma diretriz para a primeira entrevista, na qual você


como a mãe solteira vai solicitar opiniões específicas do casal de
mentores.

EM PRIMEIRO LUGAR, EXPLICAR-LHES QUE AS CRIANÇAS PRECISAM


DE UMA MÃE E UM PAI PARA O SEU DESENVOLVIMENTO.

Como mãe solteira, você pode agir somente até certo ponto em
relação ao desenvolvimento de seus filhos, mas está empenhada
em fazer tudo o que puder. Até agora, tem feito tudo e vai continuar
independentemente, mas há certas coisas que têm efeito mais
profundo quando feito por uma figura paterna. Um jovem rapaz
precisa de um homem para dizer a ele que ele está fazendo um bom
trabalho na escola, no esporte ou em casa. Um homem precisa de
outro homem para lhe dizer que ele tem o que é preciso para ser um
homem. Uma jovem precisa de uma figura paterna para dizer que
ela é uma mulher bonita e que ela merece respeito e amor. Todas as
crianças precisam de uma boa figura paterna que representa Deus
Pai. Como pode a sua fé crescer sem Ele? Meninos jovens
precisam ver como um bom pai age, e como um bom marido age.
Uma jovem precisa saber o que uma boa esposa faz. Cada um
deles precisam desesperadamente ter um bom ponto de referência
para ser capaz de tornar-se bom pai, marido e esposa, um dia.

EXPLIQUE QUE É IMPERATIVO QUE OS VALORES DE AMBAS AS


PARTES SEJAM COMPATÍVEIS.
Se os seus principais valores diferem dos da possível família
mentora, vai ser difícil para você e os pais formarem uma frente
unida no exercício da disciplina e na tomada de decisão. Mesmo
que ambas as partes concordem com os valores bíblicos, é melhor
esclarecer o que isso significa na prática, pois muitas pessoas têm
opiniões diferentes sobre os valores bíblicos. Por exemplo, o
seguinte deve ser discutido: posicionamentos sobre namoro, aborto,
questões de orientação sexual, drogas e álcool, métodos de
disciplina, tempo para a família, ética de trabalho, etc. Discutir os
valores que são importantes para ambas as partes. É sempre
complicado descobrir mais tarde que os grandes valores diferem,
pois isso pode causar confusão entre os seus filhos. Uma das
principais tarefas dentro desse acordo familiar é a validação mútua
entre a mãe solteira e os pais mentores. Você não vai ser capaz de
validar um princípio no qual você não acredita.

Se você está convencido de que existe um terreno comum suficiente


sobre valores, você pode avançar para o próximo passo e solicitar
reuniões familiares. Veja o apêndice J sobre as reuniões familiares
para mais detalhes e aprofundamento.

SOLICITAR DUAS REUNIÕES FAMILIARES MENSAIS EM SUA CASA OU


NA CASA DA FAMÍLIA MENTORA.
O objetivo dessas reuniões é promover o envolvimento das crianças
na tomada de decisões, nas regras da família e nos valores
familiares. Também capacita as crianças a tomar posse de sua
situação familiar e manterem-se mutuamente responsáveis. Não
entre em muitos detalhes sobre as reuniões, se eles não precisarem
de mais informações. Nós não queremos sobrecarregar a família na
primeira visita. Se a família concordar com as reuniões, adicionar o
seu pedido final.

EXPLICAR À FAMÍLIA QUE SEUS FILHOS PRECISAM DA AFIRMAÇÃO DE


UMA FIGURA PATERNA EM DETERMINADOS MOMENTOS DA VIDA E EM
CERTAS FASES DO SEU DESENVOLVIMENTO.
Depois que um acordo com a família mentora foi feito, tenha o que
está a seguir completo para ser submetido, antes da primeira
reunião de família.

• Um perfil de cada criança com as datas de marcos importantes


e aniversários, eventos importantes na vida da criança, sonhos e
planos para o futuro e seu mais recente relatório de progresso da
escola. Liste as realizações da criança que o pai precisa afirmar.
Esteja ciente de certos marcos: como tornar-se uma adolescente
aos 12 anos para as meninas, um rito de passagem aos 13 para os
meninos, e a passagem para os 18 ou 21 para ambos. Diferentes
culturas têm diferentes eventos, em diferentes idades. Esse perfil
deve ser atualizado a cada três meses, quando necessário.

• A lista de oração por seus filhos. Lembre-se também de


solicitar uma lista de oração da família mentora e seus filhos, para
que você possa orar por eles, também como forma de
agradecimento pela assistência.
• Uma lista dos cinco valores mais importantes para a sua
família; descreva por que são importantes para você. As crianças
podem ajudá-la com isso. Assinale cada valor de três maneiras em
que pode implementar cada um na prática. Isso irá ajudar a família
mentora a compreendê-la melhor. Como família, você pode alterar
esses valores no futuro; eles devem ser revistos e atualizados.

• Uma lista de regras da família e como você tem disciplinado


seus filhos. Diga que você está aberta para correção e discussão,
pois é importante que os três, as duas mães e o pai, tenham a
mesma opinião sobre a paternidade e a disciplina. Todos vão formar
uma frente unificada, a fim de trazer estabilidade para as crianças.

Quando você tiver todos os itens acima prontos, entre em contato


com a mãe mentora e peça oportunidade para vir e compartilhar
com o casal esses tópicos, para que vocês possam discutir
quaisquer incertezas. Também seria útil discutir sobre os valores e
métodos disciplinares que ambas as famílias usam. Dê à família
mentora uma cópia da agenda da reunião familiar, para que tenham
algumas informações sobre o que está acontecendo na reunião. É
bom manter o primeiro encontro o mais informal e leve possível,
além de compatível com a idade das crianças.

Jackie ficou muito aliviada por Leo e Cheryl terem concordado em


ser a sua família mentora. Leo e Cheryl comentaram que ficaram
impressionados com o desejo de Jackie de querer o melhor para
seus filhos, e estão preparando um esforço adicional para garantir
que isso aconteça. Jackie ficou emocionada e enxugou uma lágrima
quando expressou sua gratidão para com eles. Ela não se sentia
mais tão sozinha; passou a se sentir parte de uma equipe.

Com a energia renovada, Jackie começou a preparar o perfil das


crianças. Ela até mesmo colocou uma foto de Lawanda bebê e uma
imagem do primeiro troféu do Peter no time de futebol. Listar seus
valores não era tão fácil assim;, ela perguntou para eles, quais eram
as características de uma família dos sonhos. Peter disse que uma
boa família é a aquela em todos se apoiam mutuamente. Lawanda
acha que uma família dos sonhos é uma em que todos se sentem
seguros para serem quem são e sejam respeitados. “Como Leo e
Cheryl”, disse Lawanda.

“Eu sempre pude confiar no Leo”, disse Peter, “Ele nunca nos
decepcionou. Está sempre lá por nós. Estava lá quando tive
problemas com a polícia.”

Jackie sorriu. As crianças não só já tinham aprendido muito com Leo


e Cheryl, mas também tinham começado a expressar os próprios
valores familiares.

O PAPEL DA MÃE SOLTEIRA NO RELACIONAMENTO


COM A FAMÍLIA MENTORA
O seu papel mais importante, como mãe solteira, é validar o pai da
família mentora quando ele interagir com seus filhos. Faça isso
especificamente em questões de disciplina e valores. Por exemplo,
ele pode dizer que devemos sempre agir com integridade e não
fingir que estamos machucados, como fazem alguns jogadores de
futebol na TV. Valide essa indicação na próxima vez que um jogador
fingir uma falta no jogo da escola e discuta sobre isso no carro, a
caminho de casa. Após a reunião com a família mentora, você deve
refletir sobre o que foi dito e feito pela família mentora. Isso fortalece
a abordagem da equipe, bem como dá reconhecimento/validação
para a figura do pai como chefe da família.

Seu segundo papel mais importante é afirmar a interação positiva


entre o pai mentor e mãe. Por exemplo, durante a oração para a
refeição, a mãe agradeceu a Deus pela comida e também ao seu
esposo que forneceu esse alimento para eles, trabalhando duro. Ela
também notou que o pai ajudou a limpar os pratos sujos, após a
refeição. Todas essas ações e palavras devem ser observadas e
refletidas em casa com seus filhos para reforçar a exposição.
“Ouviu o quão grata a mãe estava, porque o pai trabalha duro para
prover para eles?”

“Você viu que o pai ajudou a limpar os pratos? Eu vi a mãe dando-


lhe um beijo na bochecha por causa disso.”

Essas conversas são importantes, para construírem um reservatório


de referências positivas para aplicações em suas próprias famílias
futuras. Esta é a forma como o seu filho aprende a ser um pai e um
marido e é assim que sua filha aprende a ser uma esposa e uma
mãe.

Em terceiro lugar, é preciso acompanhar o que seus filhos


necessitam e em que momento, e consultar a família mentora a
respeito disso. Você deve ajudar os seus filhos a fazerem as
escolhas de vida adequadas em coisas como carreiras, parceiro de
vida, compras, poupança, estudos, etc. Coloque essas opções na
lista para discutir na próxima reunião de família.

Também é uma boa ideia ter reuniões privadas com os pais


mentores, de tempos em tempos. Isso vai lhe dar oportunidade para
discutir problemas ou questões que você está experimentando com
seus filhos.

É essencial ter reuniões familiares regulares sem a família mentora,


já que isso capacita seus filhos a tomarem posse de sua situação
como unidade familiar única. Isso impede-os de terem uma
mentalidade de vítima. Isso os ajuda a resolverem os próprios
problemas e assumirem responsabilidade uns pelos outros e pela
própria situação. Você deve ter cuidado para não ser muito exigente
com a família mentora. Um relacionamento duradouro com eles é
necessário para os seus filhos, pois isso favorece a estabilidade.
Você deve fazer tudo que esteja a seu alcance para colocar o
mínimo de pressão possível sobre a família mentora, já que suas
contribuições são muito valiosas para os seus filhos.
Você deve estar antenada para saber como pode contribuir com as
crianças da família mentora, já que elas também precisam de um
relacionamento com um adulto significativo.

OS PAPÉIS DA FAMÍLIA MENTORA


O papel mais importante é o de estabelecer uma base de amor e
disciplina. Amor incondicional, autossacrificial estabelece as bases
para a confiança, que é essencial nesse relacionamento. Quando as
regras da família são quebradas, o pai mentor deve intervir e aplicar
a disciplina apropriada. Então você vai validar e apoiar o pai tutor
em suas decisões e ajudar a impor a disciplina. Em tempos de crise,
o pai deve intervir e dar apoio como vimos no caso, quando Peter foi
preso e como Leo se posicionou sobre isso.

O pai mentor, com membros da família ou amigos da família, deve


se envolver em um rito de passagem com o seu filho. (Veja no final
do capítulo 9.)

Da mesma forma, você e a mãe mentora estarão envolvidas nas


celebrações de sua filha, ao comemorar sua introdução à
feminilidade, ou seu 21º aniversário, ou outras ocasiões que são
relevantes para a sua cultura, como eu fiz para minhas duas filhas
no aniversário de 21 anos de cada uma delas. A uma, dei um
medalhão em forma de coração, com cristais representando a luz, e
coloquei cristais de sal dentro do medalhão para lembrá-la de ser
sal em um mundo secular. Nesse momento, ela está fazendo
exatamente isso no local de trabalho corporativo. Minha segunda
filha também recebeu um medalhão no qual coloquei sementes de
mostarda. Ela foi chamada para crescer como uma semente de
mostarda em uma árvore, onde muitos podem encontrar abrigo. No
momento, ela está em seu segundo ano na universidade, estudando
Serviço Social. Esperamos que muitos encontrem abrigo em seus
ramos nos anos vindouros.
A família mentora também deve honrar e respeitar você como a mãe
de seus filhos. Eles não devem prejudicar você. Se houver
diferenças de opinião, elas devem ser discutidas e resolvidas em
particular. É vital que vocês trabalhem juntos como equipe e como
frente unida, para fornecer o melhor ambiente de crescimento para
os seus filhos.

DIVÓRCIO E EX-MARIDOS
O divórcio é uma questão muito sensível e muito difícil, quase
sempre dolorosa e devastadora para todos os envolvidos. Na vida
dos filhos é traumático. Muitas crianças carregam cicatrizes e
feridas ao longo da vida como resultado do divórcio de seus pais.

Essa passagem é dirigida à mãe solteira que tem a custódia dos


filhos e cujo ex-marido é capaz de desempenhar um papel positivo
como pai. Você, como a principal cuidadora dos seus filhos deve
decidir:

• Estou preparada para envolver meu ex-marido como figura


paterna verdadeira na vida dos meus filhos como expressado neste
livro?

• Estou preparada para envolver meu ex-marido e sua nova


esposa como uma família orientadora na vida dos meus filhos?

Pouquíssimas mães solteiras sequer consideraram tais opções,


porque essa decisão é repleta de emoção. Alguns podem perguntar:
“Será que isso não significa admitir que o meu marido tinha razão
em se divorciar de mim?”, ou, “Eu falhei como mãe?” Tenho certeza
que existem infinitas perguntas e justificativas, e que elas têm seu
mérito. Estou adicionando essa opção simplesmente porque sinto
que vai beneficiar os seus filhos.

Nada pode mudar o fato de que seu ex-marido é o pai de seus


filhos, por isso considere essa opção. Vai ser muito difícil, é uma
grande lição de humildade, mas eu acredito que vai ser bom para
seus filhos, se feito adequadamente e com oração.

Aplique todas as regras com a família mentora e, sim, se ele tiver


uma esposa, você deve fazer tudo passando por ela primeiro. Isso
pode ser ainda mais difícil para você.

Gostaria apenas de salientar o seguinte:

• Abstenha-se de criticar o pai dos seus filhos e elogie o que ele


faz direito. Você pode ter que realmente cavar fundo para encontrar
algo para validar. Alguns exemplos possíveis:

“Seu pai sustenta você.”


“Seu pai quer que você tenha sucesso na sua
educação/esporte/música.”
“O seu pai fica muito feliz quando você se empenha e recebe notas
altas.”
“O seu pai pode não expressar isso claramente, mas eu sei que ele
se preocupa com você.”

• Compartilhe com ele os valores que você escolheu como


família e peça apoio nessa questão. Dê a ele oportunidade para
adicionar valores da família também. No cenário de guarda
compartilhada, na qual o pai está envolvido, será bom ter reuniões
de família juntos. Se isso coloca muita pressão emocional sobre
você, em seguida, a próxima melhor coisa a fazer será mandar para
o pai um relatório da reunião de família que você tem com seu filho.
Se ele tiver uma reunião de família com as crianças, peça que envie
um relatório também. Isso vai ajudar muito você a manter contato
com seus filhos e seu desenvolvimento quanto a valores, disciplina,
responsabilidade e qualquer coisa nova que ambos precisem saber.

• Compartilhe com ele os marcos importantes e realizações dos


seus filhos, como faria com uma família mentora. Qualquer
amargura ou raiva deve ser superada pelo bem das crianças. Vocês
podem já não estar casados, mas devem estabelecer parceria
parental.
Meu marido e eu participamos de uma cerimônia, na qual cerca de
100 adolescentes e seus pais comemoraram o rito de passagem da
infância para a idade adulta jovem. Entre os pais havia algumas
famílias monoparentais. Alguns dos casais divorciados decidiram
assistir juntos para o bem de seus filhos, enquanto outros
convidaram pais mentores para participar, de modo que os filhos
não perdessem o evento.

A interação com o seu ex-marido vai ser difícil para algumas de


vocês, mas lembrem-se, de que isso é para o bem dos seus filhos.
Erga a sua cabeça e lembre-se de que, embora isso possa ser
degradante, é o melhor para os seus filhos.

As crianças querem uma mãe de verdade; aquela que está disposta


a se confessar a seus filhos. Seja transparente e honesta com seus
filhos a respeito de relacionamentos e até mesmo sobre as razões
para o seu divórcio, e sua caminhada com Deus, à luz da Palavra.
Se o seu divórcio foi antibíblico, confesse isso para seus filhos (com
idades adequadas e em linguagem apropriada); como isso vai afetar
o testemunho de seu relacionamento com Deus, também atestará
sua força, verdade e realidade. Seus filhos merecem uma mãe
honesta muito mais do que uma mãe perfeita. Crianças perdoam
prontamente e precisam de você para dirigi-los na sua caminhada
com Deus.

Se o pai tem influência negativa sobre os filhos ou tem uma relação


conflituosa com você, é ainda importante que você, como mãe, não
o critique na frente de seus filhos. Por mais difícil que seja,
mantenha a coroa na cabeça dele.

Embora eu sugira que você envolva o seu ex-marido e


possivelmente também a sua esposa atual, isso não significa que o
seu papel é de pouca importância. Não! Seu papel como mãe é de
valor fundamental para os seus filhos. Ninguém pode tomar o seu
lugar como mãe. Deus os colocou sob seu cuidado, e como mãe
solteira você é responsável por eles. Deus cobrará
responsabilidades dos pais de acordo com Sua palavra. Eu acredito
que os anjos de seus filhos vão estar de pé diante do trono de Deus,
pedindo justiça por eles. Você, como mãe, deve fazer o que você
sabe que Deus quer que você faça. Não vai ser fácil, exige
sacrifício, mas você vai experimentar a paz de Deus no processo.
COMUNIDADES DE PRÁTICA
Saber o que fazer é diferente de fazer o que sabe. O que você
aprendeu neste livro é um caminho para fora de um vale
disfuncional, mas é apenas o começo de uma escalada até uma
grande montanha. Entendo que o trabalho prático para alcançar
tudo isso é árduo. Muitas vezes, quando lemos um livro, nossa
mente concorda, ficamos animados com as possibilidades, mas, às
vezes, trabalhar essas ideias não é tão fácil quanto gostaríamos; e
os hábitos levam tempo para serem formados.

O que é necessário depois de ler este livro ou ter feito o treinamento


é criar uma comunidade de prática que vai apoiar o desenrolar
desses ideais. Um homem comentou recentemente sobre sua
experiência com esse tipo de grupo de discussão:

“Minha esposa e eu, não tínhamos a menor ideia em


relação à criação de nossos filhos. Nós dois crescemos em
lares disfuncionais e a vida passou muito rápido para que
estivéssemos bem preparados para os desafios que
enfrentaríamos, em relação à educação de nossos filhos.
Agora, este grupo de discussão que temos, após a nosso
treinamento no curso de Paternidade, é realmente a minha
unidade de resgate. Aqui é onde eu avalio se a maneira
que eu aplico os princípios que eu aprendi, está correta.”

Sonhamos com grupos de discussão mensais como este, para


homens que são pais, em todos os lugares, em todo o mundo, nos
quais eles possam encorajar, apoiar e formar uns aos outros para
viver esta nova compreensão de paternidade. Queremos estimular
comunidades de prática no movimento de paternidade porque:

• Não é fácil criar os filhos.


• Saber o que fazer é diferente de fazer o que sabe.
• O pai que tem crianças pequenas está muitas vezes na fase
mais ambiciosa de sua vida e precisa de apoio emocional, porque o
estresse que vem com crianças pequenas pode facilmente ser a
gota d’água que faz transbordar o copo.
• As crianças devem ser criadas por uma comunidade e como o
mundo está tão individualizado, este é pelo menos um passo no
sentido da “normalidade”, onde aprendemos o desenvolvimento
social uns dos outros.
• Há certo DNA que é transferido por meio da formação. Quase
todo mundo percebe que esta é uma nova cultura, com uma nova
linguagem que deve ser desenvolvida, que vai na contramão da
cultura existente. Uma pessoa não estabelece uma nova cultura
dentro de três dias de treinamento, mas um pequeno grupo
(comunidade de prática) pode estabelecer essa cultura por um longo
período de tempo.
• Validação mútua e reforço constante dos valores irão
determinar e manter a cultura.

Dessa comunidade de prática, que também é uma comunidade de


aprendizagem, devemos sair com quatro coisas fundamentais:

• Devemos aprender a SER. A menos que o nosso caráter seja


mudado primeiro, o nosso comportamento renovado não terá
qualquer integridade, qualquer base verdadeira, ligada a ele.
• Devemos aprender a CONHECER. O mundo sofreu
tremendamente por causa da falta de conhecimento e treinamento
sobre paternidade. O conhecimento existente deve agora ser
espalhado, e novos conhecimentos e compreensão devem ser
descobertos em nosso esforço para encontrar respostas para os
desafios do cotidiano.
• Devemos aprender a FAZER. Até que nossas ações estejam
em conformidade com nossas convicções, ninguém vai acreditar
que somos íntegros ou que mudamos para melhor. Na comunidade
de prática é onde aprendemos, uns com os outros, o que fazer e
como fazer.
• Devemos aprender a SER COMUNIDADE. Em uma sociedade
extremamente individualista, quase não se entende coisa alguma
sobre a genuína comunidade. Comunidade é uma maneira de
estarmos juntos, compartilhar valores, responsabilidade, dor,
sucesso, fracasso, ideias, sabedoria, etc., e onde há transparência,
respeito e responsabilidade. É uma fase na formação do grupo em
que o ‘eu’ e ‘meu’ mudam para ‘nós’ e ‘nosso’. É uma condição em
que rompemos as barreiras que nos separam (orgulho, estereótipos,
individualismo, condições, não transferência, etc.), até
compartilharmos o mesmo coração e propósito.

A comunidade de prática é uma comunidade de aprendizagem.


Essas comunidades de aprendizagem devem ser estabelecidas em
todos os lugares em que o curso de paternidade é ministrado, para
embasar o aprendizado necessário e para incutir isso na fibra da
sociedade. Procure no apêndice K por alguns princípios
fundamentais sobre, como cultivar uma comunidade de prática, e
apêndice L, para um exemplo de como uma escola bem conhecida
na África do Sul implementou esse conceito.
Para que o movimento O Mundo Precisa de um Pai tenha um
grande impacto em todo o mundo, precisamos manter os princípios
consistentes, compartilhados e uma estrutura descentralizada.
Centralizar tudo em uma sede de tomada de decisão, com um líder
em um pedestal, mataria o movimento. Temos que proteger este
princípio em todos os países onde o movimento recebe uma
posição. A verdadeira dinâmica deve estar em cada comunidade de
prática que esse movimento consegue criar, e não na sede ou
conduzida por líderes posicionais.

Queremos ter certeza de que o movimento não seja sufocado pelos


limites de uma organização centralizada. Para isso, queremos
aplicar quatro princípios e dez regras para a manutenção de um
movimento, adaptados do livro inovador sobre a diferença entre um
movimento e uma organização, por Brafman e Beckstrom, The
Starfish and the Spider. 69 (Ver apêndice M para um resumo de
alguns dos princípios-chave do livro.)

OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PARA O MOVIMENTO


SÃO:
1. INFLUÊNCIA, NÃO CONTROLE.
O sonho que o pai deve estabelecer autoridade moral, identidade,
segurança emocional e afirmação, deve ser o dínamo do
movimento, em vez de o músculo da gestão.

2. PURIFICAÇÃO CONSTANTE DO MOVIMENTO.


Queremos que o movimento seja desafiado. Desafio purifica e
fortalece quando o receptor permanece dócil, com a única intenção
de servir. Isso também vai abrir ainda mais o movimento, o que
estimulará o seu crescimento.

3. COMUNIDADES DE PRÁTICA TOMAM AS DECISÕES.


As comunidades de prática dentro do movimento vão tomar as
decisões. Contextualização deve sempre ser um princípio-chave no
movimento, e isso exige a tomada de decisão local. Os princípios--
chave do conteúdo deste livro devem ser um guia geral, e não
oferecer uma aplicação prática definitiva.

4. A INTELIGÊNCIA ESTÁ ESPALHADA POR TODO O SISTEMA.


Este princípio é particularmente importante. “Um sistema aberto não
tem inteligência centralizada; a inteligência está espalhada por todo
o sistema”. Não só todos têm acesso a tudo, mas espera-se que
todos contribuam para a saúde geral e crescimento do sistema. O
desenvolvimento das comunidades de prática em escolas, igrejas,
mesquitas, clubes, etc. devem discutir e, assim, aprender uns com
os outros e isso é essencial. A enorme falta de sabedoria que existe
atualmente no mundo sobre esta questão é causada por uma
extrema individualização/isolamento, quando se trata de assuntos
de família.

AS REGRAS-CHAVE PARA O MOVIMENTO SÃO:

1. A REGRA PEQUENA
Ao dar a propriedade local à comunidade de prática, descentralizada
em todo o mundo, nós aplicamos a regra pequena.

2. CADA MEMBRO AGREGA VALOR À REDE COMO UM TODO


Uma das principais responsabilidades da comunidade de líderes de
prática seria disseminar o conhecimento recém-descoberto
(aplicação prática).

3. O PODER DA CRIATIVIDADE
É essencial a troca constante de conhecimento e ideias.

4. CONHECIMENTO DIFUNDIDO
Como diferentes membros das comunidades de prática alimentam o
grupo com suas ideias, as melhores práticas devem ser transmitidas
para o corpo mundial.
5. TODOS QUEREM CONTRIBUIR
Coisas, tais como diversidade, parcerias, inclusão, equipes e
partilha, devem ser sempre valores essenciais.

6. A VIDA NÃO DEPENDE DO CABEÇA


A nossa compreensão de uma comunidade de prática carrega o
princípio essencial do empoderamento, o que significa que você
constantemente empurra os outros para o topo. Uma constante
sucessão é promovida a partir do momento em que alguém assume
uma responsabilidade posicional. Somos muito sensíveis aos
perigos da liderança posicional e promovemos fortemente a
liderança servidora.

7. A REGRA CATALISADORA
Um catalisador é por definição alguém que fornece uma rota
alternativa para que uma ação ocorra, assim como a ativação de
energia necessária para tanto. As pessoas que treinamos devem
cumprir esse papel e, fazendo isso, devem lembrar que
questionamentos estimulam o efeito catalisador mais do que
afirmações. Isso mantém a comunidade de prática viva e pulsando.

8. OS VALORES SÃO A ORGANIZAÇÃO:


Os valores fundamentais do movimento são claros. O contraste do
sistema de valores versus o sistema de valores da cultura reinante
sobre a paternidade também é claro. Isso deve sempre ser o fator
motivador para promover a mudança.

9. OS CÍRCULOS ESTÃO SAUDÁVEIS?


Todos os princípios de uma comunidade de aprendizagem dados
acima devem ser aplicados. “Caminhar juntos em humildade,
enquanto descobrimos como trazer o céu para a terra!” Este deve
ser o lema de cada grupo.

10. NIVELAR OU SER NIVELADO


Os princípios serão compartilhados por meio do boca a boca de
pessoas transformadas e empenhadas em transformar outras
pessoas, sem títulos ou qualquer tipo de marketing severo, como se
o produto fornecesse a solução que vai mudar tudo.

“Uma organização descentralizada se sustenta em cinco pernas;


quando você tem todas as pernas trabalhando juntas, uma
organização descentralizada pode realmente decolar”. Resumimos a
sincronização do conceito das cinco pernas a seguir:

Quando um catalizador
(O facilitador do grupo, a quem chamamos de iniciador)
junta-se com um campeão
(o organizador da comunidade praticante,
a quem chamamos de validador)
para ser arquitetos de um movimento,
e criar círculos de autocapacitação,
(a comunidade de praticantes)
que trabalham com uma ideologia cuja hora chegou
(o novo conceito de paternidade)
e baseia-se em uma rede preexistente,
(escola, igreja ou mesquita, etc.)
eles podem mudar o curso da história.70

MULTIPLICAÇÃO
O flagelo da orfandade é tão grande que a velocidade com a qual
temos de retaliar deve ser equivalente ao ataque. Passamos da fase
de baixa dosagem. O tamanho da solução deve ser contrariado pelo
tamanho do problema. Não se trata de querer grandes números;
trata-se de encontrar uma solução! Precisamos de um grande
exército de homens a ser treinado para assumir a vanguarda dessa
nova cultura da paternidade.

No livro T4T: A Discipleship Re-Revolution*, vemos como esse


movimento começou não apenas treinando pessoas, mas pela
formação de pessoas para treinar outros. Cento e trinta mil igrejas
foram plantadas em dez anos, de 2001 até 2011.

Queremos seguir o mesmo padrão de formação de treinadores.


Queremos treinar 100 Treinadores Master em cada nação, que
devem, por sua vez, treinar 20 treinadores a cada ano. Cada
treinador deve, em seguida, treinar 50 pais a cada ano. Isto significa
que cada Treinador Master comandará indiretamente 1000 pais,
enquanto orienta seus 20 treinadores, os quais orientam 50 pais a
cada ano.

PATERNIDADE
“Se você quiser ir rápido, vá sozinho; se você quiser ir longe, vá
junto” é um provérbio africano bem conhecido. Queremos ir longe e,
portanto, nos é vendido o conceito de parcerias inclusivas. Cada
pessoa ou ministério, ao trabalhar com a questão da orfandade, tem
uma valiosa contribuição a dar, e uma polinização cruzada de ideias
de todos irá aperfeiçoar e fortalecer o movimento. Nós, portanto,
estendemos a mão para esses parceiros e dizemos: “Como
podemos ser mais eficazes juntos do que quando estamos
sozinhos?” (Para maiores informações, o apêndice N enumera uma
série de outros ministérios e movimentos que também lidam com o
flagelo da orfandade.)

Um problema que barra o livre fluxo de movimentos acontece


quando nos tornamos doutrinários. A igreja é muitas vezes o
principal construtor de barragens. Para os movimentos crescentes
de parceria é importante que nos concentremos no que temos em
comum e não nas diferenças. Neste movimento sobre paternidade,
a crise da orfandade conduz nossos esforços. Devemos tomar
cuidado para não construirmos enclaves doutrinais, mas sim
multiplicar e capacitar esses movimentos. Nossa energia deve fluir
para fora, para a necessidade, não para dentro, para nosso próprio
benefício.
ALÉM DAS FRONTEIRAS DA MINHA CASA
A figura a seguir demonstra a realidade em muitos países. Isso
representa uma fatia da sociedade. Para cada bom casamento,
você tem três casamentos disfuncionais e seis famílias
monoparentais. Há talvez dois órfãos nessa mistura também. O que
vamos fazer com essa situação? Será que basta cruzar os braços e
dizer: “Este não é um problema meu; já tenho o suficiente para me
preocupar”? Ou vamos ver a devastação, ouvir os gritos das
crianças, receber o coração de Deus e oferecer-nos como um
sacrifício vivo, para que a terra possa ser curada?

Uma mulher entrou em uma sessão só para homens e sentou-se


atrás do pilar, de modo a não ser notada. Depois da palestra, ela se
aproximou de mim, e perguntou: “E quanto a mim?”

“Qual é o seu problema?”, eu perguntei.


“Eu me divorciei do meu primeiro marido. Ele me deixou com os dois
meninos. Então, casei-me mais uma vez e, infelizmente, me
divorciei novamente. Eu também tive dois filhos com o segundo
marido. Agora, fiquei com quatro rapazes, e sem marido. E todos os
quatro meninos estão nos anos de impacto do pai, entre 6 e 11 anos
de idade. Eu sei que uma figura masculina é essencial na vida
deles, mas o que eu devo fazer?” O desespero nos olhos dela era
profundo!

- Você frequenta uma igreja?, perguntei.


- Sim!
-Bem, então o problema vai ser resolvido.
- O que quer dizer?
-Você participa de um grupo de células na sua igreja?
- Sim, ela respondeu, ainda sem perceber a relevância.
- Há homens lá no grupo de células?
- Sim, há três.
- Bem, então eu presumo que você tem a resposta para o seu
problema ali mesmo.

Ela olhou para mim como se eu fosse um estranho em uma terra


onde as pessoas só cuidam de si. E sim, talvez eu seja um
estranho, mas se nós não cuidarmos do órfão, quem o fará? Nesse
grupo de células existem três pais, mas apenas dois deles fazem
parte de uma família funcional. Um casal está passando por muita
dificuldade e mais três mulheres são mães solteiras.

O nosso tempo exige pais adotivos, famílias tutoras, assistência


social, famílias estendidas e treinadores esportivos que assumirão a
responsabilidade de serem treinadores de vidas71. Em uma
situação dessas, devemos nos preocupar com as crianças e não dar
uma lição na mãe em relação aos seus dois divórcios. Isso não vai
ajudar seus quatro filhos. Lembre-se de que é a nossa
autojustificação que culpa a vítima para apoiar o nosso não
envolvimento.
O bom pai deve incentivar os filhos a que convidem seus amigos
para que vejam como se comporta um verdadeiro pai e marido.
Precisamos de uma vontade em comum, para que possamos ir além
das fronteiras da nossa zona de conforto e nos tornarmos pais de
órfãos!

Se sofremos de falta de impulso para isso, devemos lembrar que a


paixão é criada na tensão entre a crise e a visão. Se nos falta
paixão, então devemos ser expostos de forma mais dramática à
crise que estamos enfrentando. Talvez devêssemos gastar mais
tempo em orfanatos e prisões juvenis. Talvez devêssemos nos
aproximar de gangues na nossa cidade e de lares para crianças
órfãs. Talvez devêssemos ir a campos de refugiados para que a dor,
e com isso, o descontentamento santo, possa entrar em nosso
coração. E talvez devêssemos permitir que nossos sonhos por uma
terra prometida se reacendam. Um sonho sobre um mundo em que
nenhuma criança vai sofrer as dores da negligência; um mundo sem
o abuso de pai; um mundo onde o pai realmente represente Deus, o
Pai; um mundo onde a autoridade moral emana de líderes
governamentais, porque primeiramente praticam isso em casa; um
mundo onde não há inseguranças prejudiciais encontradas em
líderes, para que eles possam servir sem interesse, para o benefício
de todos.

Então, deveríamos permitir que essa tensão entre o “o que é, e o


que poderia ser” transmita em nós uma energia regenerativa que vai
dizer: “Chega!

A esperança começa agora. O futuro já começou aqui no meu


coração, e eu estou dando os primeiros passos para uma nova
responsabilidade.”
Apêndice A – FIRA documentos e
correspondências (trechos)

FIRA: Desenvolvimento emocional, físico e cognitivo

Bebês de pai altamente envolvido, que apresentam níveis mais altos


de atividades lúdicas e de cuidado, são cognitivamente mais
competentes aos seis meses de idade e têm maior pontuação na
escala de Bayley de Desenvolvimento Infantil.

Com um ano, eles continuam a ter maior funcionamento cognitivo,


são melhores solucionadores de problemas como crianças e têm QI
mais elevado aos três anos de idade. Quando comparado com as
mães, as conversas que pais têm com as crianças são mais
caracterizadas por perguntas (por exemplo, “o que”, onde”, etc.),
que requer que as crianças assumam responsabilidade mais
comunicativa na interação. Isso incentiva a criança a falar mais, usar
um vocabulário mais diverso, e produzir enunciados mais longos ao
interagir com o pai.72 Prof. Frans Cronje

Relação entre emoções e doença


Todas as doenças afetam-nos psicologicamente de alguma forma;
muitas doenças têm gatilhos ou mediadores emocionais; alguns
males parecem ser puramente psicosomáticos. Isso reflete a
posição de muitos médicos atualmente. Como, exatamente, essas
associações ocorrem e onde mente e corpo se sobrepõem é
questão de debate – e muita pesquisa. Ainda assim, embora os
mecanismos que ligam mente e corpo nem sempre sejam
aparentes, a associação entre estresse, hostilidade e depressão e
muitas doenças modernas está bem fundamentada.

O “medo” produz seus distúrbios mais significativos dentro e através


dos sistemas de sinalização elétrica (informação) que são derivados
do ectoderma (ou seja, o cérebro, pele, nervos, face e cabeça, e
todos os nossos sentidos especiais). Da mesma forma, “culpa” ou
“hostilidade” interfere com os componentes circulatórios e
estruturais (matéria) que se originam do mesoderma (ou seja,
músculo, coração, rins, sistema locomotor, medula óssea, sistema
imunológico, sangue, etc.). Por fim, “vergonha”, derrota ou nojo
interfere preferencialmente nos tecidos endodérmicos responsáveis
pelas funções metabólicas e pela troca de energia (ou seja,
pulmões, intestinos, fígado e partes do sistema endócrino) .8

Dr. Van Der Walt: “O Bem-estar coletivo” do cérebro (p. 15)

As pessoas não percebem que, para que o cérebro se sobressaia


em um jogo em que são necessárias reações rápidas, o cérebro
precisa estar coletivamente bem. Isso significa que coisas como
sentimento de pertencer, de identidade clara e senso de significado,
são potencializadores que criam esta “solidez” emocional no
cérebro, que por sua vez ajuda-o a funcionar de forma ideal quando
reação rápida (mesmo instintiva) é necessária. O centro de controle
emocional do cérebro, a amígdala, é que determina a solidez do
cérebro, portanto tem influência direta no alto desempenho.73

Mario Denton: Inteligência emocional


Nossa vida emocional dita, em grande parte, nossa energia,
motivação e felicidade pessoal - há correlação evidente entre a
excelência da família e sucesso nos relacionamentos pessoais. É a
capacidade de otimizar pais e, especificamente, o potencial
emocional do pai que vai garantir a sobrevivência a longo prazo. A
pesquisa exploratória indica que mais de 70% das competências de
liderança podem ser classificadas como competências emocionais.

Inteligência emocional elevada (QE) oferece iniciativa, inovação e


criatividade, enquanto o custo de um baixo quoeficiente emocional
(QE) pode ser medido em termos de tempo perdido em conflito não
resolvido e potencial bloqueado (impacto emocional) (impacto
social) e doenças relacionadas ao estresse (impacto físico).

FIRA: Benefícios do envolvimento de pais com seus filhos

Crianças cujo pai está envolvido nos seus cuidados são mais
propensas a serem firmemente ligadas a ele, serão mais capazes
de lidar com situações estranhas, de ser mais adaptáveis perante
situações estressantes, mais curiosas e interessadas em explorar o
ambiente, terão relacionamentos mais maduros com as pessoas,
reagirão mais competentemente a estímulos complexos e
inovadores e serão mais confiantes em suas explorações.

Filhos de pai envolvido são mais propensos a demonstrar maior


tolerância ao stress e frustração, resolvem problemas mais
facilmente e têm mais habilidades adaptativas, são mais
brincalhões, engenhosos, hábeis, atentos quando apresentados a
um problema e são mais capazes de gerir as suas emoções e
impulsos de modo adequado. O envolvimento do pai contribui
significativamente e de forma independente para a felicidade do
adolescente.

Filhos de pai envolvido são mais propensos a demonstrar maior


extensão de controle interno, têm maior capacidade de tomar
iniciativa, autodireção e controle ao exibir menos impulsividade.
Filhas de pais envolvidos estão mais dispostas a experimentarem
coisas novas, a se manterem mais ocupadas, e são mais felizes. Os
jovens adultos que tiveram carinho e pai disponível enquanto
cresciam são mais propensos a pontuação alta em medidas de
autoaceitação e ajustamento pessoal e social, são confiáveis,
práticos e amigáveis, são mais propensos a terem sucesso no
trabalho, e são mentalmente saudáveis. A variável que é mais
consistentemente associada a resultados positivos de vida para as
crianças é a qualidade da relação pai-filho. As crianças se saem
melhor quando seu relacionamento com o pai é seguro, solidário e
recíproco, sensível, próximo e carinhoso.74

FIRA: O impacto social do envolvimento do pai


Filhos de pai envolvido são mais propensos a terem bons
relacionamentos, serem mais populares e bem vistos pela
sociedade. Seus relacionamentos são tipificados por
comportamentos menos negativos, menor taxa de agressão, menos
conflitos, mais reciprocidade, mais generosidade e qualidades de
amizade mais positivas. Além disso, o envolvimento paternal direto
está positivamente relacionado com boas amizades na
adolescência. Por outro lado, envolvimento paternal negativo, está
ligado a altos níveis de hostilidade, tem efeitos diretos e indiretos
significativos sobre o comportamento social negativo do
adolescente, que por sua vez se reflete em baixa aceitação social.

Filhos de pai envolvido são mais propensos a terem interações


sadias entre irmãos, mostram menos reações emocionais negativas
durante brincadeiras com os colegas, experimentam menos tensão
na interação com outras crianças, e resolvem conflitos por si
mesmos, em vez de procurar a ajuda do professor. As crianças que
têm pai envolvido são mais propensas a serem tolerantes e
compreensivas, tornam-se adultos bem socializados e bem
sucedidos, têm redes sociais de apoio constituídas por uma estreita
amizade de longo prazo, e se ajustam bem na faculdade - tanto
pessoalmente quanto socialmente.

Além disso, crianças que se sentem perto do pai também são mais
propensas a terem casamentos bem-sucedidos, a estarem
satisfeitas com os seus parceiros românticos, têm relacionamentos
íntimos mais bem-sucedidos, e são menos propensas ao divórcio.

O mais forte preditor de empatia em crianças e adultos é o alto nível


de envolvimento paterno, ainda na infância. Calor e cuidado
paternos refletem-se significativamente na maturidade moral das
crianças, e estão associados a um comportamento mais pró-social
moral e positivo em meninos e meninas e está positivamente
correlacionado com notas mais altas em medidas de julgamento
interno moral, valores morais, e de conformidade com as regras.75

FIRA: O efeito do envolvimento do pai sobre a saúde


Taxas de mortalidade infantil são 1,8 vezes maiores para os filhos
de mães solteiras do que de mães casadas, em parte porque as
mães não casadas têm menos probabilidade de obterem assistência
pré-natal, mais probabilidade de terem um bebê de baixo peso ao
nascer, e mais propensas a usarem cigarro durante a gravidez.

As crianças que vivem longe do pai são mais propensas a serem


diagnosticadas com asma e a experimentarem algum tipo de
emergência relacionada com asma, mesmo depois de levar em
conta as condições demográficas e socioeconômicas. Destruição
matrimonial após o nascimento está associado com um aumento de
6 vezes na probabilidade de uma criança precisar de emergência
médica e aumento de 5 vezes de ter uma emergência relacionada à
asma.
Jovens diabéticos que vivem em lares de mães solteiras
apresentaram saúde mais precária, mesmo quando estatisticamente
levamos em conta a raça, a idade da criança e os níveis
socioeconômicos da família. Crianças que vivem em lar de pai
ausente são mais propoensas à obesidade. No geral, a criança que
vive sem o pai é mais propensa a ter problemas de saúde.76

Feridas da mãe
Negligência da concessão de intimidade
- Eu me esforço para me abrir emocionalmente.
- Quando as pessoas ficam muito perto de mim emocionalmente eu
me retraio.
- Muitas vezes me sinto sozinha, mesmo quando estou cercada de
pessoas.
- Eu me retiro para um lugar solitário para criar espaço entre mim e
os outros.
- Eu fico à porta da vida das pessoas, mas raramente entro nas
câmaras internas emocionalmente.
- Eu mostro sinais de um espírito órfão, freqüentemente sentindo
como se eu não pertencesse.

Negligência de cuidado da mãe


- Eu tenho sérios ataques de medo.
- Eu me sinto sozinha na minha dor.
- Eu não quero ou preciso compartilhar minha dor com mais
ninguém.
- Eu reajo com fortes emoções quando sinto que minha esposa não
é sensível aos meus sentimentos.

Negligência da orientação social


- Eu não consigo imaginar as complexidades da vida de outras
pessoas.
- Eu me esforço para pensar e funcionar fora da minha própria
perspectiva.
- Eu não estou emocionalmente ligado a outras pessoas.
- Eu para controlar as emoções de outras pessoas.

Negligência de demonstração de validação


- Eu me esforço para dar ou receber apoio de outras pessoas.
- Eu tenho que me esforçar quando não sou o líder.
- Eu luto com submissão.
- Eu luto com mover outros para apoiar uma causa que não é minha
iniciativa
Apêndice C: Propósito de vida – Como escrever sua declaração de
missão

Há três conceitos-chave para entender e escrever sua declaração


de missão. A ordem é muito importante.

Em primeiro lugar, precisamos saber o que Deus está tentando


mudar ou realizar no mundo agora.

Em segundo lugar, precisamos de uma compreensão de como o


nosso contexto específico afeta a maneira como o propósito de
Deus pode ser alcançado.

Por último, consideramos como nossas paixões, habilidades e


caráter únicos podem ajudar a concretizar esse propósito.

A preparação é o aspecto mais importante para desenvolver uma


declaração de missão. Estamos na missão de Deus, não na nossa,
por isso temos que sondar o Seu coração profundamente. Sabemos
que Deus quer construir Seu Reino e trazer tudo para a conclusão
em Cristo (Efésios 1.10), mas para compreendermos como Ele quer
fazer isso e como ele quer usar-nos, exige passar uma boa parte do
tempo em Sua presença.

“Com o que Deus está ocupado, tentando mudar ou realizar no


mundo, agora?”
Se você se esforça para responder a esta pergunta, a seguinte
consideração deve ajudar a esclarecer as coisas: Se Jesus fosse
enviado por Deus hoje para mudar este mundo para o Seu Reino,
qual seria a primeira coisa que Ele faria? Nós precisamos ser
práticos aqui. Se acreditarmos, por exemplo, que a sua primeira
prioridade seria a juventude, temos que considerar que ele poderia
implementar isso em todas as esferas da vida (em casa, na escola,
empresas, governos, etc.).

Por isso, vamos começar por completar a frase: Deus está ocupado
com
............................................ no mundo de hoje.

“Como o meu contexto afeta a maneira como o propósito de Deus


pode ser alcançado?”

Deus trabalha em nosso mundo de forma diferente do que fazia no


tempo de Abraão, Paulo ou até mesmo de seus avós. Nossos
desafios atuais exigem uma resolução diferente aos de outras
gerações, porque mesmo que enfrentemos muitos dos mesmos
problemas, a sua natureza e as ferramentas que temos para
trabalhar são muito diferentes. Às vezes, há janelas de oportunidade
que estão abertas apenas por um momento específico, e temos que
aproveitar o momento. Para fazer isso, é preciso listar o maior
número de problemas e oportunidades mais promissoras em nosso
mundo agora. Você pode fazer isso, completado as seguintes
frases:

• As cinco necessidades mais pertinentes no meu contexto são:

…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………
• As cinco oportunidades mais urgentes para o avanço do Reino
de Cristo, no meu contexto são:
…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………

“Em que minhas paixões, habilidades e personalidade únicas têm a


ver com o que Deus está ocupado na minha geração?”

Deus nos fez todos diferentes, para que possamos atender a


diferentes necessidades e oportunidades, mas primeiramente
precisamos entender as intenções de Deus em nosso contexto, para
que as nossas vontades não se sobressaiam às vontades de Deus,
e nossas suposições sobre nós mesmos não nos distraiam das
necessidades mais ardentes do nosso contexto. Nós nunca
devemos tentar espremer Deus em nossos contextos; devemos
sempre perguntar como é que nos encaixamos no Dele.

Depois de ter uma ideia sobre com o que Deus está ocupado, e
como nosso contexto afeta isso, precisamos descobrir como nos
encaixamos na missão de Deus. As seguintes perguntas podem nos
ajudar a descobrir isso.

Se você olhar para a lista a seguir como uma diretriz, qual grupo de
pessoas atrai mais o seu interesse? (Não marque mais de três.)

Bebes Crianças Juventude


Mães Adolescentes Pais solteiros Fazendeiros
Divorciado Viúvo Solteiro
Mulher de Carreira (Ex) Militar Profissionais
Outras religiões Outros Educadores
Órfãos Pessoa de Negócios Idoso
Universitário Sem teto Recém-casado
Refugiado Esportistas Artistas
Pais Pobre Casais sem crianças
Executivos Desempregado Aposentado
Prisioneiro Hospitalizado Líder
Outros

Se você abrir um jornal / site com artigos sobre todos os tópicos


listados abaixo, qual deles você está mais propenso a ler do início
ao fim? (Não marque mais de três.)

Meio
ambiente Cuidado com
crianças Homossexualidade
Discipulado AIDS Politica
Violência Injustiça Racismo
Educação Vícios Internacional
Economia Alcançar o perdido Corrupção
Sem teto Crime Saúde
Pobreza Família Aborto
Fome Literatura Igreja
Esporte Cuidados médicos Artes
Abuso domestico Tecnologia
Outros

Qual foi a “coisa mais importante que você já fez para tornar este
mundo um lugar melhor”? Pode ter sido algo muito pequeno, mas,
naquele momento você soube: ‘Agora eu fiz o que eu fui criado para
fazer ‘. O que foi?

Você também tem que olhar para os seus dons / talentos e


habilidades para entender para o que Deus lhe criou. Marque em
cada uma das seguintes listas com o que você se identifica (não
marque mais de três em cada lista):

Dons/Talentos:
Administração Iniciativas pioneiras Sabedoria
Determinação Comunicação criativa Esporte
Discernimento Encorajamento Organização
Influenciar Escrever Conectar pessoas
Compartilhar Serviço Treinamento
Hospitalidade Motivação Aconselhamento
Conhecimento Liderança Compaixão
Outros

Habilidades:
Analise Escrever Criar
Influenciar as pessoas Treinamento Trabalho manual
Implementação Liderar times Organizar
Marketing Persuasivo Artístico (drama, musica, etc.)
Recrutamento Pesquisa Artes visuais (design, pintura etc.)
Falar em publico Ensino Design estratégico
Administrar pessoas Administrar projetos Administrar
dinheiro
Habilidade com computadores Habilidade técnica Habilidades
manuais
Outros

A última coisa a considerar para descobrir o que Deus quer de


forma única para fazer por meio de você é olhar para a sua história
e perguntar-se se vê uma tendência em experiências que teve,
quase como um fio de ouro ao longo de sua vida. Podem ser
pequenas ou grandes coisas que constantemente parecem
acontecer com você, não importa o contexto em que esteja:
• Sinto-me frequentemente em posições de liderança

• Frequentemente ajudo as pessoas carentes

• Frequentemente incentivo as pessoas

• Eu sempre fui organizador de eventos


• Eu sempre fui o iniciador de coisas

• As pessoas sempre parecem vir a mim para o conforto ou


conselho

• Outros

Depois de ter respondido às últimas perguntas, você pode começar


a escrever sua declaração de missão. Lembre-se de não se limitar a
uma zona de conforto, mas seja aberto para descobrir para o que
Deus o colocou na Terra. Isso precisa ser feito cuidadosamente,
mas não ignore a resposta óbvia, se Deus falar com você. Se você
luta para encontrar alguma maneira prática de ligar as três
respostas principais, compartilhe seus resultados com um amigo e
peça ajuda para discernir o plano de Deus para sua vida. Às vezes,
leva alguns anos, ser obediente e revisar essas questões de novo e
de novo antes que sua missão se torne clara como cristal. Não se
preocupe; Ele tem um propósito específico para você agora,
também já lhe deu tudo o que você precisa para realizá-lo.

Comece nomeando o grupo-alvo no qual você tem de se concentrar


na sua missão única.

Conclua: o grupo-alvo na minha missão é.

Seja o mais específico possível. Por exemplo, se você disser “a


juventude”, em seguida, escolha uma faixa etária (por exemplo, de
18 a 21 anos). Se eles não são do seu país ou região, indicá-lo (por
exemplo, Sri Lanka).

Depois de saber o seu grupo alvo, e seu objetivo com ele, descreva
a condição atual que precisa mudar (por exemplo, jovens de 18 a 21
anos de idade do Sri Lanka não têm nenhuma esperança para o
futuro), então descreva a nova situação transformadora em que
você deseja vê-los (por exemplo, cheios de propósito e paixão pela
vida). Pode ser uma condição espiritual, emocional, social, mental,
física ou ambiental que deseja ver mudar e acontecer com esses
jovens, contanto que seja um movimento do negativo para o
positivo. Pode ajudar pensar na história dos israelitas, em que Deus
os tirou do Egito (um lugar de escravidão) para a Terra Prometida
(local de liberdade e realização). Embora nós não sejamos Deus,
estamos agindo como seus representantes na Terra.

Agora complete:
…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………

Situação atual:
…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………
Estado desejado:
…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………

O próximo passo é descobrir os meios pelos quais você deseja


ajudá-los a saírem de um lugar de escravidão para a terra
prometida. A fim de fazer isso, você tem que “ver” o seu papel neste
movimento de pessoas. A lista de verbos a seguir pode ajudá-lo a
entender isso melhor. Se um deles descreve a sua necessidade,
ótimo. Se não, pense em outra ação:

Treinar Energizar Ser um refúgio para


Facilitar Cultivar Confortar
Motivar Cuidar Catalisar
Construir Apoiar Empoderar
Outros

O passo final, antes que possamos completar nossa missão é


determinar o método ou ‘veículo’, o que nós queremos usar para
mover o grupo-alvo para o resultado desejado. Aqui é
especialmente importante não limitar-se a certas possibilidades ou
habilidades. Você deve pensar como se a pessoa mais rica, mais
talentosa e mais engenhosa do mundo fosse sua amiga e ela
quisesse ajudá-lo a cumprir sua missão.

Agora complete: eu quero usar o veículo de


.............................................. para levá-los para a Terra Prometida.
Se você ficar sem idéias fale com um amigo que possa ajudá-lo a
pensar mais amplamente.
“Minha declaração de missão é…”
Agora você pode completar a sua declaração de missão da seguinte
forma:
Tenho a intenção / propósito de ……………… (verbo) ………………
o … (grupo alvo) ………………

De……………… (status atual do grupo-alvo) ………………


Para ……………… (o resultado desejado) ………………
Pelos meios ……………… (o veiculo) ………………

E aí? Você tem a sua declaração de missão de vida? Agora


compartilhe-a com alguém que vai mantê-lo responsável por
começar a se mover em direção à sua vocação. Que Deus abençoe
você ao fazer isso como parte de sua grande missão de trazer o
Céu à Terra!

Apêndice C: Estudos bíblicos de descoberta

Estudo bíblico de descoberta é um método prático para descobrir o


que a Bíblia diz sobre Deus, sobre nós e sobre como Deus quer nos
ajudar a construir o seu Reino.

A sessão deve ser iniciada falando sobre o que aconteceu desde a


última sessão, porque a aplicação prática da mensagem da Bíblia é
essencial. É por isso que perguntas como:

• O que mudou na sua vida como resultado do que descobrirmos


na semana passada?

• Como é que você aplicou a mensagem da semana passada?


• O que aconteceu quando você compartilhou a mensagem com
alguém?

• Ter clareza sobre o que a Bíblia quer dizer é essencial. Para


garantir que vamos entender completamente, precisamos recontar a
passagem em nossas próprias palavras.

Para isso:
• Leia a passagem da Bíblia em silêncio.

• Peça a alguém do grupo para recontar a passagem em suas


próprias palavras.

• Pergunte aos outros, se algo de essencial foi deixado de fora


na releitura da história.

A cada sessão, três grupos principais de perguntas precisam ser


feitas:

1. O que a passagem diz sobre Deus, tais como:

• O que esta passagem nos revela sobre o caráter de Deus (Pai,


Filho e Espírito Santo), por meio do que Ele diz, faz ou não faz?

• Que promessas ou declarações de fato são feitas sobre Deus


ou por Deus?
2. O que a passagem diz sobre a humanidade ou a nossa nova
vida em Cristo que conduz à transformação pessoal, tais como:

• O que esta passagem nos ensina sobre a humanidade?

• O que devemos acreditar ou fazer como seguidores de Jesus?


3. O que deve mudar em nossa vida, e o que nós devemos
compartilhar com outra pessoa para iniciar o processo de
reprodução, tais como:

• Se acreditamos que esta passagem é de Deus, como devemos


mudar?

• Qual é a sua resposta à essa mensagem? Comece a sua


resposta com: “eu vou …..”

• O que você deve fazer nas próximas 48 horas, com o que você
aprendeu na passagem?

• Com quem você vai compartilhar essa passagem, antes de nos


encontrarmos de novo?

• Qual você acha que seria a melhor maneira de compartilhar


essa mensagem?

• Existe uma necessidade na sociedade ou de um indivíduo que


devemos abordar com a mensagem desta passagem?

Apêndice D: Castigo é uma técnica eficaz para disciplinar crianças?

As seguintes observações são uma opinião sobre este tópico. Como


acontece com qualquer forma de disciplina, certifique-se de seja
apropriada, de acordo com o mau comportamento, e sempre preste
muita atenção à forma como o seu filho responde a isso. E se é
eficaz, continuar a usá-lo. Se não for eficaz, discuta alternativas e
métodos com as pessoas ao redor da sua mesa de apoio ou outros
pais no seu grupo de interesse.
• Castigo é um método de remoção de uma criança de uma
situação específica.

• A melhor ocasião para usar um castigo é quando a criança


exige uma ruptura com a ação, quando suas emoções estão
tomando conta delas.

• Castigos lhes permitem algum tempo para pensar sobre o seu


mau comportamento.

• Eles precisam passar um tempo específico pensando sobre


suas ações, e isso tem que ser claramente comunicado.

• Você deve encontrar o lugar certo para aplicar castigos. Um


castigo em um quarto com muitas distrações não é a melhor opção
se a sua intenção é que a criança pense sobre o seu mau
comportamento; por outro lado, se você quiser dar a sua criança
algum tempo para se acalmar, um quarto com distrações pode ser a
melhor opção.

Apêndice E: Como disciplinar uma criança de temperamento forte


ou resistente

As sugestões a seguir são orientações gerais de como disciplinar


uma criança teimosa. Lembre-se de que essas dicas são as
diretrizes - cada criança é diferente e a forma como você lida com
elas precisa ser específica e pessoal.

• Uma criança de temperamento forte precisa estar segura em


saber que você está sempre no controle. Elas vão frequentemente
testar isso, no entanto certifique-se de ser consistente em suas
interações e disciplina para que a criança possa facilmente
encontrar segurança e confiança em você, em vez do conflito pela
sua permissividade.

• Crianças teimosas normalmente vão tentar assumir o controle


de qualquer situação.

• Crianças teimosas precisam testemunhar as consequências de


suas ações - isto é frequentemente muito mais eficaz do que apenas
atentar argumentar com elas.

• Tire a criança da situação quando ela não respeita os seus


desejos, ou saia da sala se exibirem mal humor. Por exemplo, se o
seu filho está se comportando mal em um restaurante, saia do
restaurante.

• Deixe a criança chorar, desde que ela não seja prejudicada de


alguma maneira. Quando ela percebe que uma birra não está dando
certo, vai parar.

• Seu filho precisa saber que tem sua atenção, assim olhe em
seus olhos quando você falar com ele.

• Não permita que seu filho se desvie por qualquer distração.

• Não permita que seu filho tire vantagem por você estar
cansado ou ocupado ao testar os limites.

• Você deve manter a sua palavra. Consistência é a regra de


ouro.

Apêndice F: Quatro técnicas simples que podem frear a agressão


em seu filho

A agressão em uma criança é uma forma de comunicação dos


desejos profundos e, portanto, compreender os fatores subjacentes
pode ajudar a corrigir o comportamento agressivo.
1. Não dê um mau exemplo: Xingamentos, palavras de ódio e
agressão física por parte dos pais são diretamente copiados por
crianças agressivas. Portanto, é essencial que os pais mantenham a
calma e nunca percam o controle emocional.

2. Limitar o consumo de mídias agressivas (ou competitivas): Se


o seu filho tem problema com comportamento agressivo, você
definitivamente deve limitar o consumo deste tipo de mídia. O
consenso geral entre os pesquisadores sobre este tema é que
mídias violentas ou competitivas não fazem crianças passivas se
tornarem violentas, mas este tipo de mídia pode fazer com que
tendências agressivas latentes floresçam.

3. Seja consistente com sua disciplina: Se você coloca o seu filho


de castigo por bater uma vez em alguém, então você deve colocá-lo
de castigo todas as vezes que ele bater em alguém. Caso contrário,
ele não saberá qual é o limite para tal comportamento.

4. Dê ao seu filho a opção de ficar de castigo um pouquinho, para


a sua raiva passar, antes que ela atinja um nível de agressividade
muito alto: Desta forma, o castigo não é tanto uma punição, é uma
oportunidade para a criança obter controle.
Apêndice G: A janela Johari

Joseph Luft e Harrington Ingham desenvolveram o conceito da


Janela Johari em 1955, com a esperança de diminuir o conflito. Sua
teoria afirma que quanto menor a arena é, maior o conflito. Existem
duas maneiras em que a arena pode ser ampliada:

1. Desmascarar

2. Revelar os pontos cegos de uma pessoa

Estas duas ações vão trazer um nível muito mais elevado de


transparência. Maior transparência constrói uma base de confiança
muito maior, com essa confiança elevada, e “permissão” para ser
quem você realmente é, sem qualquer medo de rejeição.

Transparência deve começar com o pai. Onde há integridade


sincera, o medo some, a transparência aumenta, a relação é
forjada, e todo mundo começa a ser quem realmente é.

A Janela johari
Comportamento conhecido para si Comportamento
desconhecido para si
Comportamento
conhecido pelos outros Arena Ponto cego
Comportamento desconhecido pelos outros Escondido (Máscara)
Desconhecido

Apêndice H: Inteligência emocional

Simplificando, a inteligência emocional é a capacidade de identificar


e gerenciar suas próprias emoções e as emoções dos outros. Nós
organizamos isso em quatro habilidades: autoconsciência,
autogestão, consciência social e gestão de relacionamento.

1. A autoconsciência:
Há três aspectos fundamentais para a autoconsciência:
autoconhecimento emocional, autoavaliação e autoconfiança.

Autoconsciência emocional vem naturalmente para algumas


pessoas, e não a outras. A capacidade de identificar o que você
está sentindo, e reconhecer o impacto de quaisquer ações, pode
fazer a diferença entre o conflito e a paz, palavras destrutivas ou de
afirmação, raiva ou paciência. Quando alguém tem uma forte
autoconsciência emocional, tende a ser mais confiante em sua
intuição - o seu “instinto” - sobre um assunto, onde outros tendem a
esperar por mais clareza ou por confirmação factual.
Para uma autoavaliação precisa, é necessário estar bem ciente de
seus pontos fortes, limitações, e autoconfiança. É ter enraizado um
conhecimento da sua autoestima e capacidades. Vale a pena notar
que a segurança em sua autoestima e capacidades normalmente
lhe darão uma estimativa mais realista dos seus pontos fortes e
limitações, especialmente na prática. Já conheceu alguém que
aceita qualquer tarefa que lhes são dadas, mas apenas completam
algumas delas? Ou alguém que, obviamente, consegue realizar
mais do que faz, mas raramente se eleva à altura do desafio?
Ambas são respostas a uma baixa autoestima, e a forma como
pensamos sobre nós mesmos, não o que somos realmente capazes
de ser.
2. Autogerenciamento:
Uma autogestão eficaz decorre de boa autoconsciência. Quando
você se conhece bem, as seguintes características geralmente
começam a surgir.

• Autocontrole emocional: emoções perturbadoras e impulsos


são mais fáceis de manter sob controle, e você se vê respondendo a
situações que geralmente ativaria algo negativo em você com mais
graça e humildade.

• Transparência: Você não teme ser você mesmo em qualquer


situação, porque você sabe quem você é, e como resultado disso,
honestidade e integridade tornam-se as normas a partir das quais
você opera e se torna uma pessoa de confiança.

• Adaptabilidade: Embora algumas pessoas naturalmente se


adaptem às mudanças mais facilmente do que outras, ser seguro de
quem você é e saber o que você pode e não pode fazer, leva para a
confiança quando confrontado com situações de mudança ou
obstáculos que precisam ser superados.

• Realização: O esforço para melhorar e atender aos padrões


internos de excelência é agravado porque você está bem ciente do
que poderia alcançar e que poderia ter feito melhor.
• Iniciativa: Quanto mais autoconsciente você estiver, menos
energia emocional você perde com incertezas, e isso lhe deixa com
maior capacidade de agir e aproveitar as oportunidades.

• Otimismo: É muito mais fácil ver o lado positivo em uma


situação quando sua perspectiva é fundada na confiança de saber
quem você é; quando o seu mundo está instável, como você pode
se sentir bem sobre o que está acontecendo ao seu redor?

3. Consciência social:
Conhecer a si mesmo lhe permite fazer muito mais; consciência
social lhe permite fazer muito mais para os outros. Uma boa
indicação de o quão socialmente consciente você é, são as
seguintes características:

• Empatia: Você tem capacidade de sentir emoções de outras


pessoas, compreender o seu ponto de vista, e ter um interesse ativo
em suas preocupações. A empatia é essencial para qualquer grau
de intimidade relacional, e pode ser um grande piloto para a ação
reparadora.

• Consciência organizacional: Você é capaz de ler as correntes,


redes de decisão e política em âmbito organizacional.

• Serviço: Você rapidamente reconhece e satisfaz as


necessidades dos seguidores, clientes, e servir aos outros é um
prazer, não um fardo.

4. Gestão de relacionamento:
Embora as relações individuais seja o coração dessa habilidade,
alguém com uma alta capacidade de gestão de relacionamento não
é apenas bom em se conectar com indivíduos, mas também se
destaca na avaliação e respostas precisas em dinâmicas de grupo.
• Liderança inspiradora: As pessoas naturalmente vão seguir
você quando liderar dessa maneira. Você orienta e motiva os seus
seguidores com uma visão convincente, e frequentemente coloca a
mão na massa com as pessoas que você lidera.

• Influência: Você tem grande variedade de táticas para


persuadir os outros; é mais natural contar com ferramentas
relacionais do que as ferramentas de autoridade para alcançar um
resultado.

• Desenvolvimento dos outros: Você instintivamente quer ajudar


os outros a crescerem seja por meio de pequenas mudanças
incrementais, ou grandes surtos de crescimento, você sempre
reforça as habilidades dos outros por meio de feedback e
orientação.

• Mudança de catalisador: Sempre que for necessário (e por


vezes mesmo quando não é) você se encontra iniciando,
gerenciando, e liderando rumo a novas direções.

• Gestão de conflitos: Você lida com o conflito e resolve


desacordos em sua vida pessoal e dentro de sua equipe de
confiança.

• Construção de laços: Você entende o valor de cultivar e manter


uma rede de relações, e é algo no qual você investe tempo e
energia.

• Trabalho em equipe e colaboração: Você tem a capacidade de


promover a cooperação em sua equipe, e de colocar um valor alto
na colaboração, e usa seus recursos com sabedoria.

Há muitos mais recursos na Internet sobre este tema, que vão


desde apresentações simples até estudos aprofundados.

Introdução
http://www.psychologytoday.com/basics/emotional-intelligence
http://psychology.about.com/od/personalitydevelopment/a/emotionali
ntell.htm
http://www.helpguide.org/mental/eq5_raising_emotional_intelligence.
htm

Compreensão
http://www.danielgoleman.info/topics/ecological-intelligence/
http://eq.org/
http://en.wikipedia.org/wiki/Emotional_intelligence

Apêndice I: Os símbolos do rito de passagem

Símbolos de rito de passagem para homens e garotos


Significado
Espada Indica cavalheirismo ou bravura como característica
essencial da masculinidade
Cabresto Indica força controlada (como redirecionar a força de um
cavalo)
Chaves Indica sabedorias da vida ao desbloquear “quartos da
vida" e mostrar princípios essenciais para a vida.
Brasão da Família Indica a identidade (pode ser um compilado dos
diferentes valores da família).
Anel Indica compromisso com Cristo, amigos ou com uma causa
significativa.
Bíblia Indica orientação.
Bússola Indica direção.
Faca de bolso Indica aventura ou conscientização de preparação.
Caixa de ferramentas pequena, com uma variedade de ferramentas
Indica "equipado para a vida".
Peças de xadrez Indica o pensamento estratégico, sabedoria ou a
tomada de boas decisões.
Martelo de madeira Indica bom julgamento.
Cinto Indica a verdade (ou outros símbolos de Efésios 6).
Símbolos de rito de passagem para Garotas e Mulheres
Significado
Sapatos bonitos Indica a passagem para uma nova fase de
responsabilidade e maturidade.
Pingente Com valores gravados nele para manter perto do coração;
indicam centrar a vida em princípios-chave.
Joias de Família Indica passar legado para a próxima geração.
Brasão da família Indica a identidade (pode ser um compilado dos
diferentes valores da família).
Anel Indica compromisso com Cristo, amigos, pureza ou uma causa
significativa.
Bíblia Indica orientação.
Bússola Indica direção.
Bracelete Indica os frutos do Espírito, quando gravados nele.
Chaves Indica sabedorias da vida ao desbloquear “quartos da
vida" e mostrar princípios essenciais para a vida.
Peças de xadrez Indica o pensamento estratégico, sabedoria ou a
tomada de boas decisões.
Pingente Pode ser colocado sal para indicar influência ou sementes
de mostarda para indicar fé ou crescimento ou grãos para indicar
uma colheita, etc.
Cinto Indica a verdade (ou outros símbolos de Efésios 6).

Apêndice J: A reunião familiar

O objetivo da reunião familiar é promover o crescimento espiritual,


coesão, responsabilidade mútua e identidade familiar.

1. É essencial que cada membro sinta que desempenha um papel


importante no evento e que a reunião não é dominada por uma
única pessoa. Cada membro deve sentir que será ouvido e lhe será
dada oportunidade de falar.
2. A família decide sobre o tempo, o lugar e a frequência do
evento, bem como a duração da reunião, para que a agenda de
todos seja considerada. Normalmente, as reuniões semanais são
realizadas para atualizar os outros membros sobre os problemas e
sucessos. A reunião mensal pode ser uma reunião mais utilizada
para a tomada de decisões e resolução de problemas.

3. O pai, o pai mentor ou mãe solteira, geralmente, guiam a


reunião da família. No caso de crianças mais velhas e adolescentes,
a liderança pode ser revezada como desejado.

4. A agenda é definida com contribuições de todos os


interessados. Com crianças mais novas os pais vão fazer isso. A
reunião é um bom momento no qual o pai que é quieto ou pouco
envolvido pode se envolver. É também um bom momento em que a
mãe geralmente mais vocal pode preparar a plataforma para o pai e
o ajudar com a agenda.

5. Para as famílias monoparentais, é melhor ter as reuniões


familiares semanais sem a família mentora já que isso capacita as
crianças a tomarem posse de sua situação como família
monoparental. Isso os impede de terem uma mentalidade de vítima.
Ela os ajuda a resolverem os próprios problemas e também a
assumirem a responsabilidade por si e para a sua situação. A
família mentora pode assistir às reuniões mensais tal como
acordado por ambas as partes. Algumas dessas reuniões podem
ser realizadas em sua casa, se assim o desejar. A reunião de família
combinada pode ser útil, mas se isso causar problemas, pare.

6. É uma boa ideia manter um registro das decisões tomadas nas


reuniões. Uma das crianças pode levar a ata de cada reunião. Um
registro muitas vezes prova ser um recurso útil quando os
problemas posteriores emergem.

7. É importante, no entanto, que as reuniões não girem em torno


de regras e resolução de problemas. Deve haver diversão e prazer
mútuo. É importante que os problemas sejam colocados sobre a
mesa e discutidos, mas esta não deve ser a maior parte da reunião.
Os membros não devem ser responsabilizados ou criticados na
reunião, para que não haja boicote por medo de ser criticado.

Os itens a seguir podem ser possíveis pontos da reunião familiar:

• A missão da família (ver Capítulo 6).

• Os valores da família (ver Capítulo 7).

• As regras da família.

• Feedback sobre programação semanal da família.

• Diversão em família, passeios e férias.

• A partilha de tarefas e deveres.

• Feedback positivo.

• Passos para a resolução de problemas.

Apêndice K: Cultivar comunidades de prática

No livro, Cultivando Comunidades de Prática: Um Guia para a


Gestão do Conhecimento 77 estes princípios para as comunidades
de prática são mencionados.

1. Design para a evolução. Como as comunidades de prática são


orgânicas, projetá-las é mais uma questão de pastorear sua
evolução do que criá-las do zero.
2. Abra diálogo entre perspectivas internas e externas. Um bom
design de comunidade requer compreensão do potencial da
comunidade para desenvolver e administrar conhecimento, mas
muitas vezes leva a uma perspectiva de fora para ajudar os
membros a enxergarem as possibilidades.

3. Convide diferentes níveis de participação. Uma boa arquitetura de


comunidade convida diversos níveis diferentes de participação.
Alguns são mais no centro; outros são mais na periferia, observando
a ação à distância. As pessoas participam de comunidades por
razões diferentes - alguns porque a comunidade fornece valor
diretamente, alguns para a conexão pessoal, e outros para terem
oportunidade de melhorar suas habilidades.
4. Desenvolva espaços comunitários e privados. Como em um
bairro local, comunidades dinâmicas são ricas em conexões que
acontecem nos locais públicos da comunidade - reuniões, website –
e em espaço privado - a rede um a um de membros da comunidade.
A maioria das comunidades têm eventos públicos nos quais os
membros se reúnem - face a face ou eletronicamente - para trocar
dicas, resolver problemas, ou explorar novas ideias, ferramentas e
técnicas. Esses eventos são públicos e estão abertos a todos os
membros da comunidade, ainda que muitas vezes sejam fechados
para pessoas de fora da comunidade. Às vezes, incluem
apresentações formais, mas na maioria das vezes são discussões
informais dos atuais problemas e questões. Como já enfatizado
antes, as comunidades são muito mais do que o seu calendário de
eventos. O coração de uma comunidade é a teia de relações entre
os seus membros, e grande parte do dia a dia ocorre em encontros
um a um. Assim, um erro comum de design de comunidade é se
concentrar demais em eventos públicos.

5. Concentre-se no valor. Valorize os problemas e necessidades


atuais dos membros da comunidade. À medida que a comunidade
cresce, o desenvolvimento de um corpo sistemático de
conhecimento que possa ser facilmente acessado torna-se mais
importante. Ao invés de tentar determinar o seu valor esperado com
antecedência, as comunidades precisam criar eventos, atividades e
relacionamentos que ajudem o seu valor potencial a emergir e
capacitá-os a descobrir novas maneiras de colher esse potencial.
Quando alguém compartilha uma visão, muitas vezes não sabe
quão útil essa visão é até o destinatário relatar como a ideia foi
aplicada. O impacto da aplicação de uma ideia pode levar meses
para ser percebido. Assim, traçar o impacto de uma ideia partilhada
leva tempo e atenção.
6. Combine familiaridade e empolgação. Como um bar ou padaria
de bairro, uma comunidade se torna um “lugar” onde as pessoas
têm a liberdade de pedirem conselhos sinceros, partilhar as suas
opiniões e tentar suas ideias sem repercussão. Ao contrário dos
membros de equipe, os membros da comunidade podem oferecer
conselhos sobre um projeto (neste lugar neutro) sem o risco de ficar
preso nele; eles podem ouvir os conselhos, sem obrigação de levá-
los em conta. Atividades de rotina fornecem estabilidade para a
construção de relacionamentos; eventos emocionantes
proporcionam sensação de aventura comum.

7. Crie um ritmo para a comunidade. Comunidades de prática ativas


também têm um ritmo - reuniões periódicas, teleconferências e
almoços informais juntamente com a batida do coração da
comunidade. Quando a batida é forte e rítmica, a comunidade tem
uma sensação de movimento e vivacidade. Se a batida é muito
rápida, a comunidade se sente sem fôlego; as pessoas deixam de
participar, porque elas estão sobrecarregadas. Quando a batida é
muito lenta, a comunidade se sente desanimada. O ritmo da
comunidade é o indicador mais forte da sua vitalidade. Há muitos
ritmos em uma comunidade: a síncope de eventos familiares e
emocionantes, a frequência de interações particulares, o fluxo de
pessoas do lado de fora para participação ativa e o ritmo da
evolução global da comunidade. A combinação de encontros da
comunidade inteira e de pequenos grupos cria equilíbrio entre a
emoção da exposição a muitas ideias diferentes e o conforto dos
relacionamentos mais íntimos. Uma mistura de partilha de ideias e
de projetos, a construção de ferramentas que promova ambas as
conexões casuais e a ação comunitária dirigida. Não há ritmo
correto para todas as comunidades, o ritmo é susceptível à
alteração enquanto a comunidade evolui. Mas encontrar o ritmo
certo em cada fase é fundamental para o desenvolvimento de uma
comunidade.

Apêndice L: Time de pais

Uma escola bem conhecida na África do Sul enviou esta carta para
os pais de meninos de 13 anos de idade:

Identificar os paizinhos que são pais de amigos de seu filho é


obviamente ideal e também vai ser útil na prática, se você vive na
mesma área. Como você vai colocar este grupo juntos, no entanto,
é com você. O ponto é que nós não mudamos tanto por meio de
eventos (como o acampamento), como nós mudaremos por meio do
processo (como a viagem com os colegas pais). A ideia da equipe
de pais é não sobrecarregar sua agenda ocupada com mais coisas
para fazer, mas criar um sistema de apoio que vai garantir que as
coisas mais importantes serão feitas.

Tamanho do grupo: De três a oito pais

Qual a frequência dos encontros:


Um mínimo de duas vezes ao ano apenas os pais e uma vez com
os filhos. Mais regularmente, obviamente, seria bom, mas pode não
ser possível na prática..

Esclarecer expectativas: É importante que os membros da equipe


tenham o mesmo resultado em mente, e encontrem um consenso
por que vocês estão juntos como equipe e determinem as
necessidades do grupo.
Sugestões:

Termos do primeiro encontro:


• Identificar a equipe e reunir apenas os pais.

• Discutir informalmente a forma como você experimentou o


treinamento de paternidade e como seus pensamentos sobre a
paternidade foram desafiados, também pela leitura de livros sobre o
tema.

• Identificar resultados e princípios que vão reger o seu grupo.

• Identificar alguns dos principais temas sobre masculinidade


que você gostaria de incutir no seu filho. Discutir passos práticos
sobre como isso pode ser alcançado.

• Decida o que você vai compartilhar com seus filhos a respeito


do propósito do grupo (por exemplo, decisões sobre limites,
princípios, etc. será feita em comunidade).

Termos do segundo encontro:


• Leve seus filhos e faça alguma atividade, por exemplo, uma
caminhada na montanha, acampar em algum lugar, ou ainda algo
mais breve como boliche ou outro esporte.

• Explique para o seus filhos a razão pela qual vocês estão


juntos em equipe.
• Delineie as principais coisas que você gostaria que seus filhos
soubessem sobre masculinidade.

• Pergunte-lhes sobre os desafios do ambiente escolar.

• Discuta detalhes práticos e forneça orientação sobre como lidar


com questões difíceis como a sexualidade, pornografia e outros
desafios de ser adolescente.

Termos do terceiro encontro:


• Somente pais

• Compartilhe sua própria jornada como pai. No que você sente


que foi bem sucedido até agora neste ano? Em que áreas você tem
falhado ou que gostaria de melhorar? Como vocês podem se apoiar
mutuamente nestas áreas?

• Que desafios você experimentou com o seu filho ao longo do


ano? Como você lidou com eles?

Termos do quarto encontro:


• Rito de passagem com os meninos!

• Esta reunião será facilitada pela escola e será realizada na


escola?

• Se você não puder fazer isso e quiser criar o seu próprio rito de
passagem, entre em contato com a escola para alguma
documentação que possa fornecer orientações nesta matéria?

Apêndice M: Movimento x Organização

Ori Brafman e Rod Beckstrom escreveram um livro profundo, O


Peixe-estrela e a Aranha, para descrever a diferença entre um
movimento (descentralizado) e uma organização (centralizada). A
figura abaixo resume alguns dos princípios do livro.

O líder não é o aspecto mais importante do movimento, mas objetivo


e ideologia são.

Se cortar a cabeça, o organismo facilmente faz crescer uma nova;


tenta se dividir e multiplicar.

Quando atacada, uma organização descentralizada tende a se


tornar ainda mais aberta e descentralizada.
Muitos ataques servem apenas para fortalecer o movimento e torná-
lo difícil de derrotar.

Um sistema aberto não tem inteligência central; a inteligência está


espalhada por todo o sistema.

Os membros são capazes de responder mais rapidamente porque


cada um tem acesso ao conhecimento e capacidade de fazer uso
direto dele.
Modelos de movimentos sociais abertos podem facilmente se
adaptar e se transformar.

A coisa mais perigosa que você pode fazer a um movimento social é


tentar controlá-lo. As decisões são tomadas na periferia.

É fácil subestimar uma estrela do mar.

Organizações descentralizadas chegam de mansinho e seu poder é


facilmente ignorado. A maioria das pessoas não as compreende, e
confundem a estrela do mar com uma aranha e tentar lidar com ela
dessa maneira.

Apêndice N: Lista de outros ministérios sobre Paternidade

Abaixo está uma lista de outros ministérios e movimentos em todo o


mundo que lidam com a família, especificamente com a paternidade.
Muitos deles têm algum grau de influência internacional, mas são
listados de acordo com o local em que seu centro operacional está
baseado . Se você estiver envolvido em algum ou sabe de outros
movimentos sobre paternidade ou ministérios, por favor, vá para o
site
www.theworldneedsafather.com e conte-nos sobre eles, incluindo
detalhes de contato. Esta lista é apenas uma amostra dos muitos
esforços para lutar contra o flagelo que é orfandade paterna.
Internacional
MenCare International:
http://www.men-care.org

Africa
Fatherhood Foundation of South Africa:
http://www.fatherhoodsa.com
African Fatherhood Initiative:
http://www.africafatherhood.co.za

Front Page Father:


http://frontpagefather.co.za

Engage:
http://engageschools.org/about-us/visionmission

Fathers.co.za:
http://fathers.co.za

Passed Thru Fire:


http://passedthrufire.co.za/experience
Europa
The Fatherhood Institute:
http://www.fatherhoodinstitute.org

Modern Fatherhood:
http://www.modernfatherhood.org/themes/father-and-families

European Fatherhood:
http://www.european-fatherhood.com/knowledge.php

Asia
Dads for Life Singapore:
https://www.facebook.com/DadsforLife
Centre for Fathering:
http://fathers.com.sg
Austrália
Australian Research Alliance for Children and Youth:
http://www.aracy.org.au

Americas
Family Foundations:
http://www.familyfoundations.com

Focus on the Family:


http://www.focusonthefamily.com

National Responsible Fatherhood Clearinghouse:


https://www.fatherhood.gov
Fathers for Life:
http://fathersforlife.org

The Fatherless Generation Foundation:


http://www.tfgf.org

National Fatherhood Initiative:


http://www.fatherhood.org

Ken Ta Mi Tata:
www.kentamitata.com
Notas do capítulo 1:

1 Malaquias 4:6, Bíblia, Versão King James, Domínio Público


(1987)

Notas do capítulo 2:
2 Robert Lewis, Raising a Modern-Day Knight: A Father’s Role in
Guiding His Son to Authentic Manhood, Tyndale House (2007)
3 www.fathersforlife.org
4 Relatório FIRA: The Effects of Father Involvement: An Updated
Research Summary of the Evidence Inventory, Sarah Allan, PhD and
Kerry Daly, PhD (2007)
5 Ibid.
6 Warren Bennis, On Becoming a Leader, Basic Books (2009)
7 Relatorio FIRA
8 Dr. Frans Cronje (personal communication, 2013)

Notas do capítulo 3:
9 Erik H. Erikson, Childhood and Society, W.W. Norton &
Company (1963) and Identity and the Life Cycle, W.W. Norton &
Company (1980)
10 Bob Buford, Half Time: Moving from Success to Significance,
Zondervan (2008)
11 Dr. J. Robert Clinton, The Making of a Leader, NavPress (1988)
12 Stephen R. Covey, The 8th Habit, Free Press (2005)

Notas do capítulo 4:
13 Mac Davis, “In the Ghetto,” RCA Records (1969)
14 Frederick Buechner, The Magnificent Defeat, HarperCollins
(1985)
15 Fr. Richard Rohr, como citado em:
http://anunhurriedlife.org/2011/02/28/richard-rohr-healing-the-father-
wound-pt-1/ by Alan Fadling
16 Dr. Richard Fitzgibbons, entrevista com Fathers For Good:
http://www.fathersforgood.org/ffg/en/month/archive/march10.html
17 Lewis B. Smedes, The Art Of Forgiving, Random House
Publishing Group (1997)

Notas do capítulo 5:
18 Robert Lewis, Raising a Modern-Day Knight: A Father’s Role in
Guiding His Son to Authentic Manhood, Tyndale House (2007)
19 Myles Monroe, Applying the Kingdom: Rediscovering the
Priority of God for Mankind, Destiny Image (2007)
20 Donald Capps, Deadly Sins and Saving Virtues, Wipf & Stock
(2000)
21 http://www.architectsofpeace.org/architects-of-peace/elie-
wiesel
Notas do capítulo 6:
22 Sermão de Martin Luther King, Jr., A Christmas Sermon for
Peace(1967)
23 Tyndale Charitable Trust, The New Living Translation, Tyndale
House (2007)
24 Martin Luther King, Jr., A Knock at Midnight, sermon (1958)
25 Joseph S. Excell, The Bible Illustrator, Nesbit Edition (2011)
26 Steven Covey, The 8th Habit: From Effectiveness to Greatness,
Free Press (2004)
27 Myles Munroe, Rediscovering The Kingdom, Destiny Image
(2010)
28 Eugene H. Petersen, The Message, NavPress (2002)
29 Ibid.
30 Dietrich Bonhoeffer, The Cost of Discipleship, SCM Press
(2001), Ethics, Touchstone (1995)
31 Discurso deMartin Luther King, Jr. Beyond Vietnam: A Time to
Break Silence,(1967)
32 Soren Kierkegaard, paraphrased version in letter to Peter
Wilhelm Lund (31 August 1835) of journal entry, Gilleleie (1 August
1835) Journals 1A:
http://en.wikiquote.org/wiki/S%C3%B8ren_Kierkegaard
33 George Bernard Shaw, Man and Superman, BiblioBazaar
(2007)
34 Tyndale Charitable Trust, The Living Bible, Tyndale House
(2004)
35 Watchman Nee, The Release of the Spirit, Christian Fellowship
Publishers (2000)
36 Richard Foster, Prayer, Hachette (2012)
37 Andrew Murray, With Christ in the School of Prayer,
ReadaClassic.com (2010)
38 Juan Carlos Ortiz, Living With Jesus Today Creation House
(1982)
39 Martin Luther King, Jr., Strength to Love, Fortress Press (2010)
40 Albert Schweitzer, Thoughts For Our Times, The Peter Pauper
Press (1975)
41 Reuben Hill’s research as presented by Dr. Richard Meier in a
seminar on parenting, MinirthMeier Clinic, Dallas, Texas, 1988

Notas do capítulo 7:
42 Beryl Markham, West with the Night, North Point Press (1983)
43 Manuel Castells, The Power of Identity, Blackwell (2010)
44 Eugene H. Peterson, The Message, NavPress (2002)
45 William Kilpatrick, Why Johnny Can’t Tell Right from Wrong,
Simon & Schuster (1992)
46 Joseph S. Excell, The Bible Illustrator, Nesbit Edition (2011)
47 http://ezinearticles.com/?Becoming-a-Godly-
Father&id=6532159
48 Scott Belsky, Making Ideas Happen: Overcoming the Obstacles
Between Vision and Reality, Portfolio Press (2010)
49 John Schaar, Legitimacy In The Modern State, Transaction
Publishers (1981)
50 John Ortberg, The Life You Always Wanted: Spiritual
Disciplines for Ordinary People, Zondervan (2010)

Notas do capítulo 8:
51 Tyndale Charitable Trust, The Living Bible, Tyndale House
(2004)
52 Gary Chapman, The 5 Languages of Love, Zondervan (2010)
53 Norm Wakefield, Equipped to Love: Idolatry-Free Relationships,
Spirit of Elijah Ministries (2001)
54 Malaquias 2:10-16, Versão revisada, Harper-Collins (1952)
55 Malaquias 2:16, Tyndale Charitable Trust, A bíblia viva, Tyndale
House (2004)
56 http://www.howdoyoufeeltoday.com
57 Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine, 2004. Para o
novo website visite http://archpedi.jamanetwork.com/journal.aspx
58 Gary L. Tomas, Sacred Influence: How God Uses Wives to
Shape the Souls of Their Husbands, Zondervan (2006)
59 Daniel Goleman, The New Leaders: Transforming the Art of
Leadership into the Science of results, Time Warner Books (2003)
60 Ibid.
61 Dr. Mario Denton (personal communication, 2013)
62 Pew Research, 2011
63 See Chapter 12, section on intimacy.
64 Aaron Barker, Love Without End, Amen, MCA Records (1990)

Notas do capítulo 9:
65 A partir do relatório: O Instituto Nacional de Estatística olhou
para cerca de 4.950 pessoas com mais de 16 anos na Grã-Bretanha
para descobrir o que eles fazem durante todo o dia. Os resultados
fazem uma leitura desagradável para os pais que já se preocupam
porque passam muito tempo no trabalho - e muito pouco em casa.
Os pais que trabalham em tempo integral gastam apenas 19
minutos todos os dias “cuidando de [suas] próprias crianças”,
segundo a “Time Use Survey” da ONS, publicado ontem. Mais 16
minutos é gasto cuidando de seus filhos como uma “atividade
secundária”, mas isso significa que eles estão fazendo algo mais -
como uma ida semanal ao supermercado -, ao mesmo tempo que
estão cuidando dos seus filhos.
Leia mais em: http://www.dailymail.co.uk/news/article-
396609/19-minutes--long-working-parents-
children.html#ixzz2XDnHFRV2
66 www.betterhealth.vic.gov.au
67 Kenneth Blanchard, Ph.D., Spencer Johnson, M.D., The One
Minute Manager, William Morrow & Co. (1982)
68 Este gráfico e o gráfico a seguir é um resumo de um número de
diferentes fontes em linha relacionadas com as análises DISC. Para
mais informações sobre a história das análises DISC, consulte
http://en.wikipedia.org/wiki/DISC_assessment

Notas do capítulo 13:


69 Ori Brafman, Rod A. Beckstrom, The Starfish and the Spider:
The Unstoppable Power of Leaderless Organizations, Penguin
Group (2006)
70 Ibid.

Notas do apêndice:
72 Relatório FIRA: The Effects of Father Involvement: An Updated
Research Summary of the Evidence Inventory, Sarah Allan, PhD and
Kerry Daly, PhD (2007)
73 Dr. Etienne van der Walt (Comunicação pessoal, 2013)
74 Relatório FIRA
75 Ibid.
76 Ibid.
77 Etienne Wenger, Richard McDermott, and William M. Snyder
Harvard Business School Press (2002).

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