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Robert A.

Sungenis

não somente pelas escrituras


Uma crítica Católica da doutrina Protestante do
sola scriptura

Prefácio por Peter Kreeft

tradução da 2° edição americana por


Túlio Christofoletti
Pedro Augusto Machado
Alessandro Demoner Ramos
Robert A. Sungenis
Não Somente pelas Escrituras — Uma crítica Católica da doutrina Protestante do
sola scriptura — 2022
Título Original
Not by Scripture Alone. Pennsylvania, "Catholic Apologetics International Publishing", Inc, 2013.
Tradução a partir da segunda edição americana:
Copyright © 2013 Catholic Apologetics International Publishing — Second Edition.
Todos os direitos adquiridos legalmente pelas Edições Cristo e Livros
Gestão e Conselho Editorial
Alessandro Demoner Ramos
Claudia Maiza Carvalho Godoy
Tradução
Túlio Christofoletti
Pedro Augusto Machado
Alessandro Demoner Ramos
Revisão
Alzira Patrícia Constantino Sabino Pinho
Vinícius Dias
Túlio Christofoletti
Alessandro Demoner Ramos
Capa e Diagramação
Claudia Maiza Carvalho Godoy

S958n Sungenis, Robert


Não Somente pelas Escrituras / Robert Sungenis; tradução Túlio
Christofoletti, Alessandro Demoner Ramos e Pedro Augusto Machado.
Fundão, ES: Edições Cristo e Livros, 2022.
572 p.

Título original: Not by Scripture alone

ISBN: 978-65-89125-26-6

1. Teologia. 2. Apologética. 3. Escrituras. I. Título.

CDU: 239

Elaborada por Luiz Gustavo Rodrigues Rangel: CRB/6 - 3353

Reservados todos os direitos desta obra. Proibida toda e qualquer reprodução desta edição por
qualquer meio ou forma, seja ela eletrônica ou mecânica, fotocópia ou gravação.

Os direitos desta edição pertencem às Edições Cristo e Livros


e-mail: cristoelivros@gmail.com
SUMÁRIO

Introdução 15
Prefácio 19
Prefácio à Edição Brasileira 25

CAPÍTULO I: sola scriptura, Um Projeto para a Anarquia 27


O que é o sola scriptura? 28
Como os Protestantes distorcem e deturpam os
Pais da Igreja 31
Falácias cometidas pelo Protestante ao argumentar
em favor do sola scriptura 36
#1: A falácia da “Palavra de Deus” 36
#2: A falácia da “Bíblia contra a Igreja” 38
#3: A falácia: “toda tradição é má” 39
#4: A falácia: “o sola scriptura é encontrado no
Novo Testamento” 42
#5: A falácia: “a Escritura se interpreta a si mesma” 43
Sola scriptura não é Bíblico 44
Sola scriptura como “bucha de canhão” 47
Alguns versículos utilizados por Protestantes 48
O sola scriptura é impraticável 51
capítulo ii: os problemas filosóficos e práticos
do sola scriptura 55
Parte I: Antecedentes históricos do debate 55
Parte II: O sola scriptura separa a pessoa das Tradições
Vivas da Igreja 59
Parte III: Os problemas filosóficos do sola scriptura 65
A. Problemas de coerência 66
1. É antibíblico 66
(a) A Bíblia não o ensina nem o supõe em
lugar nenhum 66
(b) A Bíblia supõe a existência de um contexto
mais amplo de autoridade instituída 67
(c) A Bíblia supõe tradições extrabíblicas 68
(d) A Bíblia supõe o contexto litúrgico da
comunidade de adoração 71
2. É logicamente inconsistente 72
(a) É em si mesmo inconsistente 72
(b) O sola scriptura viola o princípio da razão suficiente 81
B. Problemas de historicidade 86
1. É improvável 86
2. É inconsistente com a prática da Igreja do
Novo Testamento 88
3. Negligencia as influências extrabíblicas sobre
seus adeptos 89
4. Negligencia as influências históricas
extrabíblicas sobre sí 92
5. Supõe que a Bíblia pode ser compreendida
sem a Tradição 94
6. Leva a interpretações errôneas dos
Padres da Igreja 97
7. Leva a compreensões anacrônicas e
a distorções de fatos 99
(a) Falha em distinguir matérias dogmáticas
de matérias disciplinares 100
(b) Falha em compreender o princípio
do desenvolvimento doutrinal 101
(c) Falha em distinguir ensino oficial de
opinião privada 104
(d) Falha em avaliar a história 106
(e) Fracasso em traduzir as Escrituras
com precisão 106
Parte IV: Problemas práticos 108
A. Anarquia hermenêutica 108
B. Sectarismo de denominações 110
C. Deterioração da autoridade e da disciplina pastorais 117

Conclusão 124

capítulo iii: a escritura ensina o sola scriptura? 125


Uma análise da terminologia de Paulo em
2 Timóteo 3:16-17 126
A. Os derivados lexicais de “artios” e “exartismenos” 127
B. Artios e exartismenos usadas no contexto 128
C. O contexto geral de 2 Timóteo 3:16-17 131
D. Ouvindo a Palavra de Deus 137
E. A Escritura é a única fonte infalível da
verdade Divina? 140
O caso dos “nobres” Bereianos — Atos 17:11 143
“Não ir além do que está escrito” — 1 Coríntios 4:6 151
A. Possibilidades para o significado de “está escrito” 152
B. Outras considerações gramaticais e textuais
na exegese de 1 Coríntios 4:6 160
C. Conclusão preliminar 163
D. 1 Coríntios 4:6 à luz do seu contexto geral 163
E. Convocando o contexto para sustentar a
exegese de 1 Coríntios 4:6 167
F. Conclusão 171

Jesus condena a tradição dos fariseus — Marcos 7:5-13 172

capítulo iv: qual é a relação entre escritura


e tradição? 177
Tradição extrabíblica no Antigo Testamento 184
Tradição extrabíblica no Novo Testamento 185
Suficiência formal vs. suficiência material da Escritura 188
A continuidade do modelo Bíblico 196
Sucessão apostólica: O testemunho dos Padres 199
Desenvolvimento da Tradição: O testemunho Bíblico 201
Conclusão 213

capítulo v: ponto/contraponto: objeções


protestantes e respostas católicas 215
Escritura 215
Tradição 237
O cânon 264
Os Padres da Igreja 289

capítulo vi: o que os reformadores protestantes


ensinam sobre o sola scriptura? 315
Variedades de Protestantismo 316
Martinho Lutero e os Luteranos 316
A compreensão Calvinista/Reformada do sola scriptura 325
A concepção Anglicana do sola scriptura 335
Sola scriptura e a reforma radical 339
Os problemas com o sola scriptura 349

capítulo vii: a doutrina católica oficial


sobre a escritura e a tradição 355
Os períodos Patrísticos e Medievais 358
Os teólogos da Reforma 361
O Concílio de Trento 362
A visão do Vaticano II sobre a Escritura e a Tradição 367
Conclusão 372

capítulo viii: o que os pais da igreja ensinaram a


respeito das escrituras, da tradição e da
autoridade da igreja? 375
Introdução 375
A suficiência das Escrituras de acordo com os Padres 377
Os Padres Apostólicos e Apologistas 382
Pais do segundo e terceiro séculos 387
A. Os Padres e os Gnósticos 388
Padres do quarto e quinto séculos (período clássico) 404
A. Atanásio: Defesa de acordo com a Regra
de Fé Católica 406
B. O credo Niceno 408
C. Agostinho contra Maximino, o Ariano 411
Hereges e a interpretação privada 413
Hereges e a rejeição da Regra de Fé 415
Dissensão e divisão 417
Interpretação de acordo com o sentido eclesiástico 418
A Regra de Fé: Escritura e Tradição 419
Tradição: Apelo aos Padres da Igreja 422
Tradição: Catequese e pregação 427
Tradição: o sentido da Fé 428
Tradição: Lex orandi, Lex credendi 430
A Igreja: Guardiã e intérprete das Escrituras 434
A Igreja e o cânon do Novo Testamento 436
A autoridade magisterial e a Sucessão Apostólica 438
Autoridade magisterial e os Concílios 440
Autoridade magisterial e a Sé de Roma 442
Em direção à síntese 449
Resumo 455

apêndice 1: um dossiê patrístico ilustrando a


autoridade da tradição e da igreja 459
apêndice 2: parênteses sobre mateus 15:1-20
e marcos 7:1-23 513

apêndice 3: um debate formal sobre o sola scriptura 527

Bibliografia selecionada 547


Versículos bíblicos citados 561
Lista de autores e pessoas ilustres 567
Lista dos Pais da Igreja, Concílios e seus oponentes 570
Orações finais 572
Dedicatória

Este livro é dedicado ao Papa João Paulo II, que nos inspira com
seu amor pelas Escrituras e sua dedicação em tornar a leitura e o
estudo das Escrituras uma parte diária e permanente da vida Católica.

Agradecimentos especiais a:
Steven Engle e John Collorafi pela edição do manuscrito. Scott
Bulter, William Bora, Maureen Reed, Christina Lange e Mr. & Mrs.
Ron Friddle por sua elevação e incentivo contínuos durante todo o
curso deste projeto. Martin Schäffer por sua dedicação a este traba-
lho e sua generosa subscrição financeira. A Universidade Católica da
América em Washington por sua ajuda pessoal e pelo uso da bibliote-
ca universitária. A todos os colaboradores deste livro: Philip Blosser,
Robert Fastiggi, Joseph Gallegos, Peter Kreeft, Patrick Madrid, Rev.
Mitchell Pacwa, Mark Shea e o Rev. Peter Stravinskas. Agradecimen-
tos especiais a Kari Oppliger por redigitar o manuscrito.
introdução
Peter Kreeft

A
s divisões que visivelmente fragmentam a unidade da Igreja
são escandalosas e intoleráveis. Se você não concorda com esta
afirmação, ou você não acredita que a Bíblia é a Revelação da
própria Sabedoria Divina e, portanto, totalmente verdadeira, ou você
não sabe ler. A divisão mais séria hoje, e a mais séria na história, é a
divisão entre Católicos e Protestantes.
Há muitas divergências entre Católicos e Protestantes — sobre a
natureza e número dos sacramentos, sobre a natureza e a autoridade
da Igreja, sobre o papa, sobre os santos, sobre Maria, sobre o purga-
tório, sobre a justificação, sobre a missa, sobre a transubstanciação
— uma longa lista. No entanto, todas essas divergências possuem
uma raiz comum. Em cada uma dessas questões controversas, os Pro-
testantes dizem que os Católicos acreditam demais e os Católicos
dizem que os Protestantes acreditam de menos. Protestantes veem os
Católicos como semi-idólatras, e os Católicos veem os Protestantes
como semi-céticos.
Por que Católicos creem em tanto, para padrões Protestantes, e
por que os Protestantes acreditam em tão pouco, para padrões Ca-
tólicos? Por apenas uma razão: Protestantes aceitam, e os Católicos
negam, o princípio do sola scriptura — a ideia de que somente a
Escritura é a revelação divina infalível. Todas as doutrinas e práticas
Católicas que os Protestantes rejeitam são negadas porque os Protes-
tantes não as encontram claramente expressas na Bíblia. E a razão
pela qual os Católicos as aceitam não é porque eles raciocinaram cada
uma delas por um critério teológico, racional e independente. An-
tes, os Católicos as aceitam pela autoridade da Igreja. Os Católicos
não aceitam o princípio do sola scriptura. Eles acreditam no que a
Igreja ensina sobre si mesma: que os seus ensinamentos dogmáticos

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não somente pelas escrituras

são também infalíveis e revelação divina. Argumentam que Jesus não


escreveu uma Bíblia, mas sim estabeleceu uma Igreja — a qual, por
sua vez, escreveu o Novo Testamento. Se a causa (a Igreja) não é in-
falível, como poderia o seu efeito ser infalível? Por qual autoridade
nós sabemos quais livros constituem o Novo Testamento? A resposta
não é dúbia; é tão historicamente certa quanto a resposta da pergunta
“quem foi o primeiro presidente dos Estados Unidos da América?”.
Nós sabemos o cânon do Novo Testamento por causa do magistério
(autoridade de ensino) da Igreja Católica.
Sabendo que este problema do sola scriptura é logicamente a raiz
de todos os celeumas entre Protestantes e Católicos, se ele pudesse ser
resolvido, a grande cisão na Igreja poderia ser curada. Se os Católicos
aceitassem o sola scriptura, eles se tornariam Protestantes, e se os Pro-
testantes o rejeitassem, eles se tornariam Católicos.
Existem outras duas incompatibilidades com os “solas” — ou
formulações do “sola” — da Reforma Protestante, especialmente a
Luterana: sola gratia e sola fide. Mas estes não são tão fundamen-
tais quanto o sola scriptura, e isso por duas razões. Em primeiro lu-
gar, não são a causa de todas as divergências, como é o caso do sola
scriptura. Além disso, eles não são forçosamente questões polares
(de “sim” ou “não’’), já que a Igreja Católica também, em certo
sentido, os aceita. Ela explicitamente aceita o sola gratia — todos
somos salvos pela graça divina. Isto é clara e vigorosamente ensi-
nado pelos Padres da Igreja: Agostinho, Tomás de Aquino, o Con-
cílio de Trento, e pelo novo Catecismo. Porém, o entendimento
Católico desta formulação não exclui o livre-arbítrio, como visto
no entendimento de Lutero. Estranhamente, a maioria dos Pro-
testantes concorda mais com a Igreja Católica do que com Lutero
neste assunto!
Portanto, a questão logicamente mais importante da Reforma é
o sola scriptura. Este livro é o mais importante tratado sistemático,
lógico, sólido, direto e multifacetado desta questão central que eu
conheço. Sendo assim, julgo ser um meio poderoso para o excelso
fim de encontrar a verdade. E a verdade é a única base possível para a
reunião da Igreja, porque é disso que a Igreja trata: da verdade.
A união é possível porque a verdade é única. O “pluralismo” — a
versão contemporânea da heresia medieval da “dupla verdade” — é
falsa, além de autocontraditória. Se uma doutrina é verdade para você,
mas não para mim, ou verídica no domingo, mas não na segunda, ou
legítima na Idade Média mas não hoje, ou genuína para Católicos,

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introdução

mas não para Protestantes, então a verdade não é única. Entretanto,


esta doutrina pressupõe, mesmo assim, que a verdade seja única. A
afirmação do pluralismo deve sempre ser feita de uma posição não
pluralista. Você não pode julgar A como tendo falhado em atingir o
padrão de B a não ser que você conheça B. Portanto, a negação de
uma verdade objetiva e universal (B) pressupõe esta mesma verdade.
O “pluralismo” é autocontraditório.
Então, como proceder para nos unirmos? Encontrando a Ver-
dade. A Verdade é o único fundamento possível para a união. Pois
quando um Cristão fala sobre Verdade, não se trata apenas de um
fenômeno psicológico, ou histórico, ou político, ou sociológico, mas
sim das obras de Cristo, que disse: “Eu SOU a Verdade” (Jo 14:6), e
sobre a Igreja deste Cristo, a qual a Escritura descreve como “coluna
e sustentáculo da verdade” (1 Tm 3:15).
Os colaboradores deste livro (inclusive eu) pedem apenas uma
coisa ao leitor: fanatismo pela Verdade; uma demanda pura e absolu-
ta pela Verdade; um amor fiel e monogâmico pela Verdade; uma sim-
ples e pura honestidade. Se este único pedido for satisfeito, a Igreja
estará em total unidade. Se todos os membros da orquestra olharem
para o Maestro e seguirem a sua batuta, tocarão a mesma partitura
(embora cada um toque partes harmônicas e diferentes entre si). Esta
partitura do Maestro é a Verdade.
O Papa João Paulo II sugeriu que o milênio que se aproxima pode
ser o milênio da reunificação, já que o primeiro milênio foi o milê-
nio da unidade e o segundo, de desunião (1054, 1517 e os mais de
20.000 grupos e denominações que vieram de 1517). Se esta profecia
for verdadeira, este livro será um meio significativo de cumpri-la.
O mundo moderno está morrendo, mudou seus deuses, se des-
conectou da Fonte da vida. A melhor descrição que eu já li sobre o
século XX está em Jeremias 2:9-13:
Por isso, novamente, entrarei em processo contra vós — orá-
culo do Senhor — contra os filhos de vossos filhos entrarei
em processo. Passai, pois, às ilhas de Cetim e vede, mandai
inquirir em Cedar e considerai atentamente e vede se acon-
teceu coisa semelhante! Acaso um povo troca de deuses? — e
esses não são deuses! Mas meu povo trocou a sua Glória pelo
que não vale nada. Espantai-vos disso, ó céus, horrorizai-vos e
abalai-vos profundamente — oráculo do Senhor. Porque meu
povo cometeu dois crimes: Eles me abandonaram, a mim,

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não somente pelas escrituras

fonte de água viva, para cavar para si cisternas, cisternas fura-


das, que não podem conter água.
Essas feridas mundanas só podem ser curadas pelo Grande Mé-
dico. Contudo, o mundo vê uma pluralidade de médicos, onde cada
um afirma falar e agir em nome do Grande Médico. Portanto, este
livro não ajudará apenas a promover unidade, mas também a salvar
o mundo.
Se isto não é razão suficiente para lê-lo, o que mais seria?

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