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Formação da Pessoa e Pastor

José Alfredo Lopes Oliveira


Espiritualidade da Cruz: A vida cristã sob a cruz de Cristo – Gene Edward Veith Jr.
São Leopoldo, 26 de maio de 2022

O capítulo 3 do livro aborda sobre o “estilo” da teologia a qual pregamos, que


pode ser desconfortável quando observado pela perspectiva terrena e temporal,
porém reconfortante quando o foco está na vida eterna, conquistada à nós pelo mérito
de Cristo.

Essa esperança e foco na vida eterna são relatados no trecho em que cita o
pastor Eyer e seu relato sobre o sr Witti, seu paciente durante a capelania hospitalar.

“Quando sua filha o visitava, contudo, ela vinha cheia de


sorrisos, transbordando palavras reconfortantes, dizendo ao seu pai
para não se preocupar, porque Deus o curaria. “Mas de alguma forma,
o seu pai não parecia ser confortado com aquilo” relembra o pastor
Eyer, “e virava para mim para fazer o sinal da cruz”. A filha acreditava
que bastante fé conduziria à cura. “Não havia qualquer lugar para
fraqueza e sofrimento no entendimento que ela tinha da vontade de
Deus”. Mas enquanto ela se esforçava para fazer com que Deus se
rendesse à vontade dela, o seu pai havia se rendido à Vontade de
Deus. “Ele sabe que é a cruz que está no centro da confiança que se
tem no Senhor”

Espiritualidade da Cruz – Página 61

Ao analisarmos o relato, entendemos que o sr. Witti já havia percebido que a


morte não seria algo de todo o mal, pois para ele já havia perdido seu aguilhão e se
tornado apenas o processo do qual se encontraria com seu salvador, assim notamos
o contraste na fala de sua filha, que demonstra possuir fé, porém aplica as promessas
salvadoras no tempo e existência terrena, acreditando que podia “adiar” a morte e
evitar sofrimentos através da fé.

Compreendemos assim, estarmos reclusos nos planos de Deus, e que


depositamos confiança exclusivamente nEle, como perspectiva da salvação que já
obtemos através de Cristo. E ao enfatizar o através de Cristo, o livro também explana
nossa completa insignificância quanto a obra redentora, e a total insuficiência humana,
que por natureza pecaminosa é incapaz de cumprir a lei, mas ao mesmo tempo onde
aplica essa parte “desconfortável” aos ouvidos, também aplica a parte do evangelho,
onde explica que a teologia em que pregamos, é a teologia da Cruz!
A teologia da cruz, é explicada a partir de que não podemos fazer nada em
cooperação às nossas bênçãos, e que as recebemos exclusivamente de Deus por
meio da cruz de Cristo, contrastando muito com a teologia da glória, apresentada
como o princípio da recompensação pelas boas obras cometidas, como se as boas
atitudes de alguém colaborassem para a sua cura, sucesso financeiro, realizações
pessoais, etc.
O capítulo do Livro finaliza ressaltando sobre a perspectiva luterana para com
as bênçãos oferecidas a nós, como presentes de Deus e submissão a sua vontade,
mesmo que esta seja temporalmente a enfermidade e morte. Assim, podemos orar
pedindo por nossa carreira, saúde, planos próprios; mas sempre com a visão e
perspectiva de que prevaleça a vontade de Deus para nossas vidas.

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