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Sumário
1-Alguns apontamentos sobrea arte e a dança na bíblia
2-Estudo e ensino

3-Santificação
4-O Propósito em Dançar
5-Dons
6-Compromisso
7-Princípios para uma liderança abençoada

8- A Dança no Louvor
9-Composição Coreográfica
10-Objetos Cênicos
11-Significado das Cores com Referências Bíblicas
12-Exemplo de Regimento Interno (Regras)
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Olá Ministros, a paz do Senhor!

Este E-book tem como propósito ser um manual para a iniciação e capacitação
ministerial, abordando temas relevantes que irão agregar conhecimento,
entendimento e visão espiritual para exercer a linguagem da dança no meio cristão.

Alguns apontamentos sobrea arte e a dança na bíblia

O Senhor se agrada com as artes em geral. Podemos ver isso claramente na


Bíblia ao olhar para os detalhes artísticos dos ornamentos do Tabernáculo: “e o enchi
do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de conhecimento, em todo
artifício, para elaborar desenhos e trabalhar em ouro, prata e bronze” (Êxodo 31:3:4).

Esta verdade também é expressa quando lemos sobre:

1. As danças na cultura dos hebreus (Juízes 11:34; 21:21-23);- as danças de


Miriã e de Davi (Êxodo 15:20; II Samuel 6:14);
2. As vestes dos sacerdotes (Êxodo 39:1:31);
3. Os livros poéticos de Jó (9:25,26), Salmos (91:1-7), Provérbios (8:22-26) e
Cantares de Salomão (1:2-4);- os detalhes do templo de Salomão (1 Reis 6:14-
36);- a riqueza artística nos detalhes da Jerusalém Celestial (Apocalipse
21:10-21).

As artes não são pecado e muito menos propriedade de Satanás. Ele apenas as
usa para os seus fins. Contudo, Satanás não criou e não cria nada; ele rouba. Tudo vem
de Deus; os dons naturais, talento artístico ou aptidão vem do Senhor. O nosso Deus
é o artista supremo, pois o Céu, os anjos, nós e toda a criação são obras primas de
suas mãos.

A diversidade faz parte da arte cristã e, assim como os costumes, deve variar
de país para país. Não podemos esperar que um artista japonês se expresse como um
brasileiro ou um africano. Os livros, os poemas, o teatro, as pinturas, as danças devem
comunicar artisticamente conforme a cultura de cada país para facilitar o
entendimento.

A arte cristã dos dias atuais deve ser uma arte do século atual,
a arte muda, a linguagem muda. A pregação de hoje deve ser
feita em uma linguagem de comunicação atual; caso contrário,
haverá obstáculo ao entendimento (SCHAEFFER, 2010, p. 63).

Quero dar um ótimo exemplo sobre a dança: os cristãos africanos tem como
costume dançar alegremente em seus cultos por horas, bem diferente dos cristãos
brasileiros e também dos Judeus messiânicos. E quem somos nós para dizer qual
expressão artística agrada ou não a Deus?
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Ao meu ver, se fizemos tudo com zelo, temor, ordem, decência e para
edificação da igreja, estaremos dentro dos princípios bíblicos.

Que fazer, então, irmãos? Quando vocês se reúnem, um tem


um salmo, outro tem um ensino, este traz uma revelação,
aquele fala em línguas, e ainda outro faz a interpretação. Que
tudo seja feito para edificação (I Coríntios 14:26).

Uma análise das referências bíblicas sobre a dança revela o fato de que as
danças israelitas consideradas como apropriadas eram de natureza litúrgica, sendo
acompanhadas por hinos de louvor a Deus, sem qualquer insinuação sensual. Veja por
exemplo:

A profetisa Miriã, irmã de Arão, pegou um tamborim, e todas


as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças
(Êxodo 15:20).

Quando Jefté voltou para a sua casa, em Mispa, a filha saiu ao


seu encontro, tocando o tamborim e dançando. E ela era filha
única; ele não tinha outro filho nem filha (Juízes 11:34).

Fiquem vigiando. Quando as moças de Siló saírem a dançar em


rodas, saiam das vinhas, e cada um agarre uma mulher para si.
E então voltem para a terra de Benjamim (...). Assim fizeram
os filhos de Benjamim. E dentre as moças que saíram para
dançar eles tomaram para si mulheres, conforme o número
deles. Depois voltaram para a sua herança, reedificaram as
cidades e habitaram nelas (Juízes 21:21 e 23).

E aconteceu que, quando eles estavam voltando para casa,


depois de Davi ter matado o filisteu, as mulheres de todas as
cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e
dançando, com tamborins, com alegria e com instrumentos
musicais (I Samuel 18:6).

Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor; ele


estava cingido de uma estola sacerdotal de linho (II Samuel
6:14).

Quando a arca da aliança do Senhor estava entrando na Cidade


de Davi, Mical, filha de Saul, olhou pela janela. E, ao ver o rei
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Davi dançando e se alegrando, ela o desprezou em seu coração


(I Crônicas 15:29).

Louvem o nome do Senhor com danças; cantem-lhe salmos ao


som de tamborins e harpas (Salmos 149:3).

Louvem-no com tamborins e danças; louvem-no com


instrumentos de cordas e com flautas (Salmos 150:4).

Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando voltava, ao


aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças (Lucas
15:25).

Nesta última citação, a Parábola do Filho Pródigo em Lucas 15, identificamos a


dança em uma ilustração especial, não só por ser uma menção feita por Jesus, mas
também por ilustrar a relação do homem com Deus e a alegria que existe no Céu
quando um pecador se arrepende. Essa alegria é traduzida de várias formas, sendo
uma delas a dança.

Talvez no Céu isso realmente aconteça numa situação como a apresentada na


parábola e, se assim for, existem danças no Céu! Fico imaginando a linda cena dos
anjos dançando e celebrando quando um pecador volta para Deus.

A Bíblia fala também de pelo menos duas ocasiões em que pessoas estavam
envolvidas em danças inadequadas. A primeira delas foi a dança idólatra dos israelitas
no contexto da adoração ao bezerro de ouro

Logo que se aproximou do arraial e viu o bezerro e as danças,


Moisés ficou muito irado. Arremessou as tábuas de pedra das
suas mãos e quebrou-as ao pé do monte (Êxodo 32:19).

A segunda foi a dança da filha de Herodias em um banquete para agradar o rei


Herodes e seus convidados. Com sua dança, ela conseguiu a execução de João Batista:

(...) a filha de Herodias entrou no salão e, dançando, agradou


a Herodes e aos seus convidados. Então o rei disse à jovem: –
Peça o que quiser, e eu lhe darei (Marcos 6:22).

Hoje a maioria das danças modernas seculares é praticada sob o ritmo sensual
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de músicas inapropriadas. O mesmo ocorre com os movimentos, que costumam ter


referências sensuais igualmente inadequadas, contradizendo o princípio enunciado
em Filipenses 4:8

Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é


respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que
é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se
algum louvor existe, seja isso o que ocupe o pensamento de
vocês.

Nós como cristãos devemos alicerçar a nossa dança neste versículo. Ela precisa
gerar a verdadeira adoração: ser respeitável, pura, amável, de boa fama, virtuosa e
louvável dentro da liturgia da igreja.

A Liturgia e a dança

Você sabe o que é liturgia? Segundo o dicionário, liturgia “é a reunião dos


elementos ou práticas que, regulamentados por uma igreja ou seita religiosa, fazem
parte de um culto religioso” (LITURGIA, 2020). Também pode ser entendido como um
“conjunto dos modos usados no desenvolvimento dos ofícios e/ou sacramentos; rito
ou ritual” (LITURGIA, 2020). A liturgia trata da ordem (formato) do culto de cada igreja,
e isso varia para cada denominação, doutrina e visão do pastor local.

No Novo Testamento, o Apóstolo Paulo nos dá algumas orientações relevantes


no que diz respeito ao culto congregacional:

Que fazer, então, irmãos? Quando vocês se reúnem, um tem


um salmo, outro tem um ensino, este traz uma revelação,
aquele fala em línguas, e ainda outro faz a interpretação. Que
tudo seja feito para edificação. No caso de alguém falar em
línguas, que não sejam mais do que dois ou, quando muito,
três, e isto sucessivamente, e haja alguém que interprete. Mas,
não havendo quem intérprete, fique calado na igreja, falando
consigo mesmo e com Deus. Tratando-se de profetas, falem
apenas dois ou três, e os outros julguem. Se, porém, vier uma
revelação a alguém que esteja sentado, cale-se o primeiro (I
Coríntios 14:26-33).

Neste texto podemos identificar que Paulo está organizando a confusão em


que a igreja de Corinto se encontrava, zelando pela ordem e decência do culto a Deus,
e não ditando um modelo de culto exclusivo dos cristãos.

Já para os efésios e colossenses, Paulo escreve:

(...) falando entre vocês com salmos, hinos e cânticos


espirituais, cantando e louvando com o coração ao Senhor
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(Efésios 5:19).

Que a palavra de Cristo habite ricamente em vocês. Instruam


e aconselhem-se mutuamente em toda a sabedoria, louvando
a Deus com salmos, hinos e cânticos espirituais, com gratidão
no coração (Colossenses 3:16).

No contexto destas passagens, não vemos a palavra liturgia, mas sim


orientações sobre caráter cristão, vida com Deus e relacionamento entre irmãos.
Paulo ensina a igreja sobre esses aspectos, mas não diz em momento algum que eles
são um formato de culto congregacional.

Biblicamente, temos referências de louvor com danças no Velho Testamento


em Salmos 149:3 e 150:4. Já no Novo Testamento, não encontramos referências a
favor da dança na ordem de culto, contudo também não encontramos referências
contra. Os objetivos do culto segundo o Novo Testamento são explicar e esclarecer
verdades da fé, dar orientações sobre como devemos viver e agir como cristãos,
edificar a igreja, fortalecer a fé, consolar e animar os que estão em dificuldades. A meu
ver, a dança executada de forma santa e desenvolvida com princípios de caráter
cristão consegue alcançar esses objetivos.

Sobre esse tema, Luciana Pinheiro Torres (2012, p. 89) diz que:

A dança é, então, uma forma de expressão do ser humano, e


para ser aceita como forma de oração e adoração a pessoa que
realiza deve ser consagrada ao Sagrado, se mantendo firme
dentro dos padrões de caráter e santidade do protestantismo.

Aceitar ou não a dança nos cultos da igreja evangélica contemporânea irá


depender da linha de pensamento teológico e forma de administrar o culto de cada
pastor ou denominação. Isso visando a ordem e decência nas formas de expressar
adoração a Deus e no ensino da Palavra; tudo voltado para o fortalecimento da fé e a
edificação da igreja.

Devemos respeitar o formato (liturgia) de culto adotada pelo outro, assim


como respeitamos nossas diferenças doutrinárias. Como Paulo diz: “Tudo, porém, seja
feito com decência e ordem” (I Coríntios 14:40).
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Estudo e ensino
Antes da equipe sair dançando eu indico um tempo de oração, jejum e estudos
(de 1 a 3 meses). Nesse tempo vocês irão compartilhar estudos focando a dança na
área espiritual e prática, busquem conteúdo na internet, apostilas, vídeos, assuntos
sobre ministério de dança e suas atribuições. Paralelo a esse aprendizado podem
definir os motivos de oração e jejum. Futuramente quando estabelecerem os ensaios
separem sempre entre 15 e 20 minutos de estudo em grupo.

Bíblico

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que


não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da
verdade.” (2 Timóteo 2:15)

Nós precisamos manejar bem a palavra de Deus, saber usar a bíblia, ter o
máximo de conhecimento, estudar e meditar nela diariamente, precisamos conhecer
a bíblia pois tudo que vamos fazer precisa estar baseado na palavra para ser bem-
sucedido.
Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de
dia e de noite. (Salmos 1:2)

Precisamos ser estudiosos, ter prazer na lei do Senhor e meditar nela dia e
noite, uma forma de incentivar o ministério a estudar a palavra é fazer uma escala de
estudos, em cada ensaio um integrante traz um estudo ou uma reflexão sobre temas
livres ou pré-combinados pela equipe, assim todos irão estudar em casa e criar o
hábito de ler e ensinar a palavra de Deus.

Técnico
Agora falando sobre estudo técnico, os Levitas eram considerados Mestres e
instruídos Tecnicamente, eles são nossa referência.

“Todos estes estavam sob a direção de seu pai, para a música


da casa do Senhor, com saltérios, címbalos e harpas, para o
ministério da casa de Deus; e Asafe, Jedutum, e Hemã,
estavam sob as ordens do rei.
E era o número deles, juntamente com seus irmãos instruídos
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no canto ao Senhor, todos eles mestres, duzentos e oitenta e


oito.” (1 Crônicas 25:6-7)

Esse exemplo bíblico nos ensina que precisamos ser instruídos em nosso
instrumento ministerial, que em nosso caso é o corpo, sim, instruídos tecnicamente.
Especialmente os líderes, ao meu ver, precisam ser mestres no manejo da
palavra e mestres tecnicamente para poder ensinar, capacitar e inspirar os integrantes
a serem excelentes.

“E subiu ao monte, e chamou para si os que ele quis; e vieram


a ele. E nomeou doze para que estivessem com ele e os
mandasse a pregar, e para que tivessem o poder de curar as
enfermidades e expulsar os demônios:” (Marcos 3:13-15)

O ministro precisa estar preparado e capacitado espiritualmente, fisicamente


e emocionalmente para cumprir a obra e ministrar com autoridade.
Que possamos ser mestres na palavra de Deus, obreiros aprovados que
manejam bem as escrituras, mestres com o nosso instrumento ministerial, assim
como os Levitas eram, nós precisamos nos esforçar para estudar, aprender e ensinar.

Santificação
Santo significa ser separado do mundo, separado do pecado, de tudo aquilo
que nos afasta do Senhor Jesus, tudo aquilo que entristece o coração Dele.
Precisamos buscar a santidade todos os dias, não somente nos dias de culto ou
nos dias de ministração de dança, mas todos os dias em todos os momentos em todos
os lugares, em casa, no trânsito, na escola, na faculdade, iremos conseguir ser santos
se seguirmos as orientações da palavra de Deus, ela nos orienta, é o nosso manual de
instrução, quanto mais você ler, mais vai conhecê-lo, e saber a vontade Dele, e mais
se parecerá com Ele, quanto mais nos parecemos com Ele mais santificado seremos.

“Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.


Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei
ao mundo.
E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles
sejam santificados na verdade. E não rogo somente por estes,
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mas também por aqueles que pela tua palavra hão de crer
em mim;” (João 17:17-20)

Vemos aqui a oração de Jesus pelos discípulos, por mim e por você, a oração
dele pede que Deus faça todos puros e santos.

“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também
santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está
escrito: Sede santos, porque eu sou santo.” (1 Pedro 1:15-16)

Essa busca precisa ser constante, é isso que Ele espera de nós como ministros
de dança, sermos santos e separados pois sem a santificação ninguém verá a Deus. A
santificação é um processo diário, e só irá se completar na glória com o Senhor.
Busquemos a santificação constantemente para que o Senhor se alegre de nós
e nos use em suas mãos em prol do reino, assim como Ele usou os seus discípulos

O Propósito em Dançar
Você sabe o que é propósito? É o motivo, a razão, o porquê ou para que nós
dançamos.
Nós temos três propósitos básicos que são a adoração, edificação e o
evangelismo, então eu danço para adorar, eu danço para edificar, eu danço para
evangelizar, e como podemos cumprir esses propósitos de uma forma eficaz e
agradável aos olhos de Deus?
Precisamos passar por dois processos: o conhecimento e o entendimento.

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que


apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
E não sede conformados com este mundo, mas sede
transformados pela renovação do vosso entendimento, para
que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita
vontade de Deus.” (Romanos 12:1-2)

Temos que apresentar os nossos corpos como sacrifício vivo, santo e


agradável, buscar a santificação diariamente, e precisamos ser separados do mundo,
pois sem a santificação não estaremos aptos para ministrar.
O versículo 2 nos orienta a renovar o nosso entendimento, em algumas
traduções vemos renovar a nossa mente, todas as vezes que aprendemos algo
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estamos renovando nosso conhecimento, renovando nossa mente, precisamos ter


essa renovação através da teoria e prática.
Preciso renovar na prática o conhecimento do meu instrumento ministerial,
assim como o ministro de música estuda o seu instrumento, adquire técnica com seu
instrumento para adorar ao Senhor, também precisamos adquirir essa técnica e
conhecimento do nosso instrumento que é o nosso corpo, e vamos adquirir essa
técnica fazendo aulas, nos matriculando no Ballet, Jazz ou contemporâneo, onde você
se sentir melhor e mais confortável. Precisamos ter essa busca de conhecimento para
que possamos entregar algo com mais excelência ao Senhor.
Na parte teórica devemos buscar conhecimento através da palavra de Deus,
nós devemos buscar conhecimento nas escrituras para não perecermos.

“O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento;


porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei,
para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te
esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de
teus filhos.” (Oséias 4:6)

Através do conhecimento seremos mais íntimos de Deus, iremos nos parecer


cada dia mais com ele e assim conheceremos a vontade dele para nós, para o nosso
ministério e para cada ministração de dança.

“Portanto o meu povo será levado cativo, por falta de


entendimento; e os seus nobres terão fome, e a sua multidão
se secará de sede.” (Isaías 5:13)

Ter entendimento de tudo aquilo que o Senhor quer de nós nas ministrações
é essencial, nossas danças precisam ter um motivo, uma mensagem, um porquê, um
propósito específico para o grupo ou para a igreja, nós não podemos dançar uma
música apenas por ser bela ou sair copiando uma coreografia inteira no YouTube,
precisamos dançar aquilo que for da vontade de Deus para nós.
O propósito se dá após a nossa busca de conhecimento e entendimento da
vontade de Deus, meu desejo é que possamos nos aproximar cada dia mais do Senhor
para experimentar a boa agradável e perfeita vontade dele para as nossas vidas, para
o nosso ministério e para cada ministração.
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Adoração
O que o Senhor espera de nós como Adoradores da dança através da
adoração? Vamos para o significado, a tradução em grego significa, prestação de
honra e homenagem, como temos prestado honra e homenageado ao Senhor? Só aos
domingos durante o culto? Só no altar enquanto dançamos? Como temos adorado ao
Senhor?
Ele procura verdadeiros adoradores como diz em sua palavra em João 4:23

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores


adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura
a tais que assim o adorem.”

O verdadeiro adorador não tem hora marcada para adorar, o Senhor espera
de nós adoração vinte e quatro horas por dia, ele espera que tenhamos uma vida de
adoração e não momentos marcados para adorar. Deus vive dentro de nós através do
Espírito Santo e o que ele espera é que sejamos adoradores o tempo todo.
Você deve estar se perguntando, mas como serei um adorador tempo integral?
Em 1 Coríntios 10:31 o apóstolo Paulo fala sobre isso:

“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer


coisa, fazei tudo para glória de Deus.”

A maneira que você se comporta, as suas atitudes, o seu testemunho pessoal


honra ao Senhor, o verdadeiro adorador tem um estilo de vida diferente das outras
pessoas, você se mostra sensível ao Espírito Santo a todo momento, se você estiver
conectado ao Espírito de Deus, estará honrando e homenageando ao Senhor através
das suas atitudes.
Isso é ser um verdadeiro adorador, é isso que o Senhor espera de mim e de
você!
Que possamos ter um estilo de vida diferente, que a primeira coisa que
pensemos pela manhã possa ser o amado das nossas almas, que possamos passar o
dia todo até o deitar a nossa cabeça com Ele, honrando e homenageando a Ele.
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Edificação
“Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós
tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem
interpretação. Faça-se tudo para edificação.” (1 Coríntios
14:26)

Nessa passagem bíblica o apóstolo Paulo está orientando os irmãos a respeito


dos dons, tudo que for feito dentro da igreja precisa ser para edificação dos irmãos,
se não for edificar não é para fazer.
Primeiramente costumo dizer que e a nossa dança precisa gerar adoração, nós
adoramos com a dança e se ela for pura, santa, uma verdadeira adoração, agradará
ao Senhor e Ele nos usará para edificação da sua igreja.
Mas qual o significado de edificação?

“Ação que faz com que alguém seja conduzido em direção ao


aperfeiçoamento moral e/ou religioso: culto de edificação dos
fiéis.” Fonte: https://www.dicio.com.br/edificacao/

Então a nossa dança precisa gerar isso, ela tem o papel de conduzir ao
aperfeiçoamento por meio da mensagem que levamos. Assim como o pastor prega a
palavra através da oratória para levar a mensagem e edificar o corpo de Cristo, nós
usamos a linguagem corporal para levar uma mensagem dançada.
Mas se nossa dança conter apenas passos e sequências bonitas ela será vazia,
será um entretenimento de culto, e apenas isso. Mas se você se preocupar em agregar
a palavra de Deus de acordo com aquilo que o Espírito Santo direcionar, aí sim você
estará entregando algo espiritual, fazendo diferença na vida dos irmãos.
O nosso ministério é exercido em um ambiente totalmente espiritual, por isso,
tudo o que é feito nesse ambiente precisa carregar um cunho espiritual.
Nós precisamos nos preocupar com essa mensagem desde o início da
composição coreográfica, precisamos nos preocupar com a letra da música, saber qual
a mensagem e sentimento que o Espírito quer que você transmita para a igreja
naquele momento.
Como saber se a sua dança está edificando ou não?
Eu vou sugerir para você um teste que eu fiz, e encorajar você a fazer!
Você irá escolher alguns irmãos da igreja, aqueles irmãos sinceros, sempre
temos esses irmãos em nossa igreja, pergunte:
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Na sua opinião para que serve o ministério de dança na igreja?


Dependendo das respostas você saberá se está edificando ou não, se ele está
gerando transformação no interior das pessoas. Se as respostas forem:
“Ah eu não sei responder”, “Para mim não faz diferença ter ministério de dança
na igreja ou não”, “Para mim é apenas um grupo de dança, acho bonito”, “é apenas
um grupinho que se reúne para fazer uma dança, elas enfeitam o culto, é legal”.
Isso significa que o ministério de dança não está sendo um instrumento nas
mãos do Espírito Santo para tocar o mais profundo da alma, não está edificando.
Esse é o nosso dever dentro da igreja, edificar a vida dos irmãos, se o nosso
ministério não estiver gerando edificação, precisamos nos ajoelhar e orar, pedir ao
Senhor para nos direcionar para que possamos corrigir nossos erros, e assim fazer
realmente o que Ele espera dentro da igreja, a edificação do corpo de Cristo.
Falo isso com muito amor, repensem, se o seu ministério não faz diferença
dentro da igreja ou para a igreja, se chega ao ponto do pastor ou alguém da liderança
falar que se o ministério de dança acabasse seria um alívio, é porque esse ministério
não está edificando.
Amados que os nossos ministérios sejam benção dentro de nossas igrejas e
que gerem edificação, gerem mudança, cura, restauração e muitas outras coisas que
o Senhor pode fazer através das nossas vidas.

Evangelismo
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-
os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-
os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis
que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos
séculos. Amém.” (Mateus 28:19-20)

Esse trecho da palavra de Deus se trata da grande comissão, é a ordenança do


Senhor, a missão que ele nos deixou, não é opcional, é uma ordem, nós precisamos
atender e obedecer a ordem do Senhor Jesus.
As artes são ótimas ferramentas para alcançar vidas, a dança pode aguçar
vários sentidos e potencializar o evangelismo, geralmente quando fazemos
evangelismo com danças usamos músicas cantadas, eu prefiro aquelas que tem uma
mensagem que chega de encontro ao coração sedento por Deus, letras que falam do
amor e salvação que só o nosso Deus pode dar. Não aconselho usar músicas que
tenham linguagens tipo: “O fogo cai”, “Incendeia Senhor a sua noiva”, “Só o sangue”
essa linguagem pertence a nós e entendemos muito bem o que significa, mas as
pessoas que não são cristãs podem estranhar, não entender e até achar que somos
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loucos falando para o “Senhor incendiar uma noiva”, vamos usar de sabedoria na
escolha das músicas.
No evangelismo de rua a pessoa primeiramente ouve a música, então nós
estamos aguçando a audição, esse é o primeiro sentido que iremos despertar,
podemos usar movimentos para causar curiosidade ou admiração através da técnica,
estaremos aguçando a visão, isso chamará a atenção e teremos a oportunidade de
entregar a mensagem através dessa linguagem artística.
Estamos trabalhando com os sentidos da audição e visão, a soma dos dois
poderá proporcionar a emoção e uma auto análise interior, podendo gerar um
quebrantamento do coração, que é o quebrantamento da Alma, onde o Espírito Santo
age profundamente.

Alguns exemplos de evangelismo com dança:


Para o evangelismo aconselho ter uma equipe de apoio, enquanto o ministério
dança, essa equipe de apoio se posiciona em volta do evento para abordar as pessoas
oferecendo oração, uma palavra, o ombro, algumas até choram, é muito importante
ter essa equipe pois quando você termina de dançar as pessoas se dispersam muito
rapidamente, fica muito chato você sair correndo atrás delas.
FlashMob: é uma celebração, geralmente usamos músicas animadas ao ritmo de
danças urbanas, isso irá despertar a curiosidade e as pessoas irão se aproximar do
grupo,
Dança espontânea: Pode ser feita em parceria com o ministério de louvor, com a
banda ao vivo, essa dança irá potencializar a mensagem que está sendo cantada, vivi
uma experiência muito boa com esse tipo de evangelismo no meretrício da minha
cidade, fomos convidados para participar de um festival promovido pela prefeitura
municipal, conseguimos fazer ali em parceria com a prefeitura um Louvorzão com uma
banda amiga nossa. Dançamos espontaneamente assim como fazemos na igreja, e
isso despertou a curiosidade das pessoas, algumas paravam para olhar, um homem
que estava passando com carro parou, ficou dentro do carro ouvindo os louvores
vendo as danças e ele voltou, não entrou no bairro de meretrício, o técnico de som da
prefeitura que não era cristão, relatou que, enquanto observava a dança, sentiu uma
paz muito grande, uma paz que ele não sabia explicar de onde veio, e ali falamos de
Jesus para ele, falamos de onde vinha essa paz, e quem era a paz, tudo isso fruto de
uma dança espontânea.
Dança teatro: é uma dança que transborda emoções, usamos encenações para contar
uma história, uma mensagem, é muito eficaz para o entendimento das pessoas, ela
exige mais expressão corporal, facial e tempo de ensaio, mas essa dança tem o
potencial de aguçar os sentimentos e pensamentos, levando-as a entenderem a
mensagem mais facilmente.
Lembrando que o nosso foco no evangelismo sempre será transmitir a
mensagem de Cristo, nunca uma mera apresentação ou exibição, devemos sempre
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pedir a direção de Deus para esse tipo de evento porque nós estamos saindo de dentro
da igreja, de dentro da casa do Pai e indo para uma guerra, entrando no terreno do
inimigo, lembrem-se, oração e jejum sempre, a nossa dança pode penetrar a alma,
abrindo caminho para a mensagem da salvação, de cura, e libertação dos pecados.

Dons
Naturais
Significado: Qualidade inata, natural; aptidão, talento: tem o dom da pintura.
Aptidão natural para algo ruim; tinha o dom de ser chato! Presente oferecido por
alguém; dádiva. (fonte: https://www.dicio.com.br/dom/)
Deus nos criou com dons naturais diferenciados com um plano, propósito, para
usarmos como um instrumento em prol ao nosso chamado que é servir as pessoas.
Nosso dom natural será a linguagem que usaremos para adorá-lo e honra-lo com tudo
o que somos e também servir aos irmãos por meio dessa linguagem artística que é a
dança.
O dom natural (dança) é apenas um veículo de comunicação, nos expressamos
por meio dele, mas é necessário que esse veículo leve o conteúdo certo para o local
em que ele é exercido.
A igreja e o reino são ambientes onde tudo se move a partir do sobrenatural,
no mundo espiritual, portanto nosso dom natural não terá eficácia sem estar alinhado
com nosso dom Espiritual.

Espirituais
“Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo.
Há diferentes tipos de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem
efetua tudo em todos.
A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito,
visando ao bem comum.
Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, a
palavra de conhecimento, pelo mesmo Espírito;
a outro, fé, pelo mesmo Espírito; a outro, dons de cura, pelo
único Espírito;
a outro, poder para operar milagres; a outro, profecia; a
outro, discernimento de espíritos; a outro, variedade de
línguas; e ainda a outro, interpretação de línguas.
Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e
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único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um,


conforme quer.” (1 Coríntios 12:4-11)
É essencial que usemos nosso dom natural como uma forma de manifestar
nossos dons espirituais. Só assim nosso ministério de dança será um instrumento nas
mãos do Espírito Santo.

Já ouvi muitos testemunhos de pessoas que disseram ter sido libertas,


restauradas ou que receberam alguma confirmação de Deus enquanto eu exercia meu
dom natural (a dança). Pessoas dizendo que foram tocadas pelo Espírito Santo
gerando conhecimento sobre a mensagem contida na dança, e em outros cura,
libertação e edificação através da mensagem levada com a linguagem da dança.

“Mas procurai com zelo os maiores dons. Ademais, eu vos


mostrarei um caminho sobremodo excelente.” (1 Coríntios
12:31)

Compromisso
“Jesus respondeu: "Certo homem estava preparando um
grande banquete e convidou muitas pessoas. Na hora de
começar, enviou seu servo para dizer aos que haviam sido
convidados: ‘Venham, pois tudo já está pronto’.
"Mas eles começaram, um por um, a apresentar desculpas. O
primeiro disse: ‘Acabei de comprar uma propriedade, e preciso
ir vê-la. Por favor, desculpe-me’. "Outro disse: ‘Acabei de
comprar cinco juntas de bois e estou indo experimentá-las. Por
favor, desculpe-me’. "Ainda outro disse: ‘Acabo de me casar,
por isso não posso ir’”. (Lucas 14:16-20)

As desculpas para não cumprir ao compromisso firmado com o Senhor são


muitas, a cada semana escutamos uma diferente!
Meu concelho é que você tenha a visão de que o ministério/ ensaio/
composição/ coreografias fazem parte do chamado de Deus, o compromisso é
diretamente com Ele.
As pessoas erroneamente acham que seu compromisso é com a líder do ministério
ou com o coreógrafo, não se lembram que quem o escolheu para isso foi o próprio
Deus, quando temos essa consciência levamos tudo mais a sério.
17

O compromisso exige:

Renúncia:
 Do Eu
 Da carne (desejos)
 Do pecado
 Dos meus projetos pessoais

Disciplina:
 De oração
 De meditação na palavra
 De jejum
 De consagração
 Nos ensaios
 Nas agendas e escalas

O que determina nosso compromisso com Deus:


O nosso amor a Ele...

"Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?"


Respondeu Jesus: " ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu
coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’.
Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é
semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’.
Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os
Profetas". (Mateus 22:36-40)

O nosso desejo de exercitar os dons que recebemos...

“Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros,


administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas
formas.
Se alguém fala, faça-o como quem transmite a palavra de
Deus. Se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê, de
forma que em todas as coisas Deus seja glorificado mediante
Jesus Cristo, a quem sejam a glória e o poder para todo o
sempre. Amém.” (1 Pedro 4:10,11)
18

Características dos cristãos compromissados:


1. Consideram os serviços da Igreja como ministério, ao invés
daqueles que os vê como serviço voluntário e comunitário;

2. Executam suas tarefas com destreza e não se queixam do tempo e


custo que irão dispor;
3. Trabalham na solução dos conflitos pela unidade da Igreja;

4. Recebem críticas e procuram aprender com ela, acreditam que


podem fazer melhor do que já fazem;

5. Quando surge alguém com talentos superiores louvam ao Senhor


pela distribuição dos dons e talentos segundo a sua vontade;

6. São perseverantes, não desistem diante da adversidade ou


desânimo, eles vão até o fim;

7. São humildes e totalmente dependentes de Deus, não agem sob


pressão e não aceitam imposições;

8. Entendem que serem usados por Deus é a maior e mais


recompensadora experiência que se pode ter na vida, não se
vangloriam em seus talentos ou capacidades, mas louvam ao Senhor
pelo privilégio de poder servir.

Princípios para uma liderança abençoada

Liderança é a capacidade de influenciar outros através da


inspiração gerada por uma paixão, motivada por uma visão
nascida através de uma convicção produzida por um
propósito.

Pr. Myles Monroe


Um líder verdadeiro, e seguro, provavelmente não tem o
desejo de liderar, mas é pressionado a aceitar uma posição de
liderança pelo chamado interno do Espírito Santo e pela
pressão das circunstâncias externas… Será humilde, gentil,
terá espírito sacrificial, pronto tanto para liderar como para ser
liderado, quando o Espírito tornar-lhe claro que apareceu
19

alguém mais sábio e bem-dotado de dons do que ele.


Dr, A. W. Tozer

Liderança, no inglês, vem do verbo “to lead”, que significa conduzir, guiar
(LEAD, 2020).

O pastor Bill Thompson ([?] apud SANDERS, J. O, 2007) nos diz que liderança
cristã é a arte de motivar, inspirar, envolver e dirigir pessoas, direcionando-as a um
propósito e metas comuns. A direção dada deve ter a intenção de glorificar a Deus e
promover o bem daqueles que Ele colocou em nosso meio.

O líder precisa ter bom testemunho, ser cheio do Espírito Santo e ser sábio
para desempenhar bem a função de direcionar os ministros. Atos 6:3 indica essas
características essenciais: “(...) escolham entre vocês sete homens de boa reputação,
cheios do Espírito e de sabedoria, para os encarregarmos desse serviço”.

Além disso, é interessante que o líder tenha alguma experiência em dança ou,
pelo menos, se interesse em estudar e se aprimorar, procurando sempre oferecer o
melhor a Deus.

Um bom líder deve ser exemplo em tudo, deve ensinar e incentivar seus
liderados a crescer, tanto espiritual, quanto tecnicamente. Não é fácil. Você precisa
realmente ter chamado de Deus para essa função, pois vai exigir muito de você. Como
Lucas 12:48b diz: “Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele
a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão”.

Em I Timóteo 3:2-13 podemos observar o que é esperado de um bispo ou


obreiro da casa do Senhor. Para mim, isso também precisa ser buscado pelo líder de
dança.

É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, esposo de


uma só mulher, moderado, sensato, modesto, hospitaleiro,
apto para ensinar; não dado ao vinho, nem violento, porém
cordial, inimigo de conflitos, não avarento; e que governe bem
a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o
respeito. Pois, se alguém não sabe governar a própria casa,
como cuidará da igreja de Deus? Que o bispo não seja recém-
convertido, para não acontecer que fique cheio de orgulho e
incorra na condenação do diabo. É necessário, também, que
ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair na
desonra e no laço do diabo.
Do mesmo modo, quanto a diáconos, é necessário que sejam
respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho,
não gananciosos, conservando o mistério da fé com a
consciência limpa. Também estes devem ser primeiramente
experimentados; e, caso se mostrem irrepreensíveis, que
20

exerçam o diaconato. Do mesmo modo, quanto a mulheres, é


necessário que elas sejam respeitáveis, não maldizentes,
moderadas e fiéis em tudo. O diácono seja marido de uma só
mulher e governe bem os seus filhos e a própria casa. Pois os
que desempenharem bem o diaconato alcançarão para si
mesmos uma posição de honra e muita ousadia na fé em Cristo
Jesus.

Caráter do líder

Como líderes é imprescindível buscarmos constantemente:

1. Santidade:

Pelo contrário, assim como é santo aquele que os chamou,


sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, porque
está escrito: “Sejam santos, porque eu sou santo” (I Pedro
1:15,16).

2. Sabedoria:

Porque Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer à pessoa


que lhe agrada; mas ao pecador dá trabalho, para que ele
ajunte e amontoe, a fim de dar àquele que agrada a Deus.
Também isto é vaidade e correr atrás do vento (Eclesiastes
2:26).

3. Humildade:
com toda a humildade e mansidão, com longanimidade,
suportando uns aos outros em amor (Efésios 4:2).

4. Paciência:

O servo do Senhor não deve andar metido em brigas, mas deve


ser brando para com todos, apto para ensinar, paciente (II
Timóteo 2:24).

5. Compaixão:

Finalmente, tenham todos o mesmo modo de pensar, sejam


compassivos, fraternalmente amigos, misericordiosos,
humildes. Não paguem mal com mal, nem ofensa com ofensa.
Pelo contrário, respondam com palavras de bênção, pois para
isto mesmo vocês foram chamados, a fim de receberem
bênção por herança (I Pedro 3:8,9).
21

6. Ser exemplo:

Seja você mesmo um exemplo de boas obras. No ensino,


mostre integridade, reverência, linguagem sadia e
irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado, não
tendo nada de mau a dizer a nosso respeito (Tito 2:7-8).

7. Dar frutos:

Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, eu os


escolhi e os designei para que vão e deem fruto, e o fruto de
vocês permaneça, a fim de que tudo o que pedirem ao Pai em
meu nome, ele lhes conceda (João 15:16).

8. Submissão ao pastor:

Obedeçam aos seus líderes e sejam submissos a eles, pois


zelam pela alma de vocês, como quem deve prestar contas.
Que eles possam fazer isto com alegria e não gemendo; do
contrário, isso não trará proveito nenhum para vocês (Hebreus
13:17).

Calma! Se você está começando agora, deve estar apavorado com tanta
responsabilidade e às vezes pensando que não é capaz de metade disso. Esses
adjetivos irão sendo incorporados a você através das experiências. Deus vai nos
moldando e ensinando na prática. Basta ter uma vida de comunhão e intimidade com
Ele, e o Seu Espírito irá te ensinar em cada situação.

Postura do líder

Além da vida com Deus, o líder de ministério precisa ter a postura certa para
ser bem sucedido nessa missão. Veja na lista abaixo as principais diferenças da postura
de um líder autoritário, fora do padrão ideal, e da postura de um líder exigente,
conforme a vontade de Deus:

Postura errada: líder autoritário

1. Prioriza muito a hierarquia, gosta de mandar e ser obedecido;


2. Inspira mais medo do que respeito;
3. Aponta erros em vez de indicar caminhos para consertá-los;
4. Se acha superior, não ajuda nas tarefas.
22

Postura correta: líder exigente

1. É rigoroso em seus princípios e se preocupa em dar o exemplo para os que o


seguem;
2. Consegue estabelecer ambientes leves, todas as opiniões são levadas em
conta;
3. Sabe delegar tarefas e cobrar resultados com o rigor de seus princípios;
4. Está presente auxiliando e sempre que preciso, põe a mão na massa.

Ser líder de ministério é servir aos outros com humildade, firmeza, princípios,
visão e amor. Como nos direciona I Pedro 4:10: “Sirvam uns aos outros, cada um
conforme o dom que recebeu, como encarregados de administrar bem a multiforme
graça de Deus”.

Jesus: exemplo de líder

Devemos aprender com o comportamento de Jesus. Como líder, Ele recebeu


uma missão do Pai: salvar o homem. Ele aceitou esse grande desafio. Como
conhecedor das Escrituras, ensinava com sabedoria, autoridade e amor.

Assim como Jesus, o bom líder precisa conhecer bem a Palavra de Deus para
ensinar e orientar seus liderados.

Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não


tem do que se envergonhar, que maneja corretamente a
palavra da verdade (II Timóteo 2:15).

Jesus escolheu 12 liderados (discípulos). Todos eram pessoas comuns, com


seus erros e defeitos, mas isso não foi um empecilho. O Messias via o potencial de
cada um mesmo com suas limitações e estava disposto a investir em suas vidas,
ensinando-os através de palavras, exemplos, histórias (parábolas) e atitudes.

Nós líderes devemos investir em nossos liderados, ensinar com paciência e


amor, estar sempre juntos, ter intimidade, dar exemplo de vida e caráter cristão, pois,
algumas vezes as atitudes valem mais que mil palavras.

Vamos analisar o perfil de alguns dos discípulos liderados de Jesus (BÍBLIA DE


ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL, 2004):

1. Simão Pedro: era pescador de profissão e tinha pouco estudo. Em sua


personalidade era impulsivo, amoroso, tímido, explosivo e entendia com
dificuldade os ensinamentos;

2. André: era sócio de seu irmão Pedro na pesca. Foi um homem zeloso, sincero
e dedicado em sua tarefa de apóstolo;

3. Tiago: tinha personalidade forte e ambiciosa. Foi um dos mais íntimos


23

discípulos de Jesus;

4. João: trabalhava com seu irmão Pedro na pesca. À princípio, tinha


personalidade forte e ambiciosa mas, depois se tornou amoroso. Fazia parte
também do rol dos discípulos mais chegados a Jesus;

5. Filipe: provavelmente exercia a profissão de pescador. Possuía uma


personalidade tímida e, inicialmente, um pouco incrédula;

6. Bartolomeu: de profissão desconhecida, foi uma pessoa em quem não se via


fraude. Ele era honesto;

7. Tomé: era pescador por profissão. Foi uma pessoa determinada mas, no
momento necessário, não creu na ressurreição de Jesus;

8. Mateus: trabalhava como cobrador de impostos (publicano). O fato de ter


abandonado a sua profissão demonstrava humildade, apesar de ser muito
desprezado pelas pessoas;

9. Judas Iscariotes: sua profissão é desconhecida, mas é provável que tivesse uma
habilidade administrativa que o levou ao cargo de tesoureiro do grupo. Era
egoísta, ambicioso e possuía um espírito egocêntrico. Cometeu suicídio após
ter traído Jesus.

Como podemos ver, Jesus liderou um grupo de pessoas normais, com defeitos
e qualidades: impulsivo, amoroso, tímido, explosivo, amigo íntimo, dedicado,
honesto, sincero, de personalidade forte, incrédulo, ambicioso, egoísta e traidor...
Podemos identificar facilmente algumas dessas características nos liderados de hoje.

Precisamos ser como Jesus! Ao lidar com os discípulos, Ele os corrigia em seus
pontos fracos e trabalhava os pontos fortes. Na verdade, estava preparando pessoas
normais para ser novos líderes. E foram esses líderes que fizeram com que o evangelho
chegasse até nós.

Lembre-se: o bom líder gera líderes independente do perfil de seus liderados.


Ele deve preparar novas pessoas para dar continuidade à sua visão e trabalho.

Entendendo o que é autoridade e liderança

Nos dias de hoje está cada vez mais difícil exercer a autoridade dentro do
ministério. A sociedade atual prega a filosofia do ego, onde cada um é dono de si e
não deve satisfação ou obediência a ninguém, nem mesmo aos próprios pais; quem
dirá ao líder de dança. A situação piora quando alguns líderes não sabem lidar ou não
entendem a autoridade que lhes é instituída. Isso acontece porque confundem
autoridade com autoritarismo.

Autoridade tem a ver com uma função estabelecida por Deus. Na Bíblia é
comum encontrarmos textos em que uma pessoa é ungida para assumir uma função
24

de liderança no Reino de Deus: Arão foi consagrado sacerdote por Moisés (Levítico
8:12),

Josué foi consagrado sucessor de Moisés antes de sua morte (Números 27:18-
23), Saul e Davi foram consagrados reis de Israel pelo profeta Samuel (I Samuel 10:1 e
16:13), o próprio Jesus foi confirmado/ungido ao descer sobre Ele o Espírito Santo em
seu batismo e ser chamado Filho de Deus pelo próprio Pai (Mateus 3:16-17).

Contudo, é importante observarmos que em nenhum momento essa


autoridade pode ser exercida longe da vontade de Deus, ao contrário, a autoridade
provém de Deus. O próprio Jesus afirmou que foi ungido pelo Espírito do Senhor
(Espírito Santo) para realizar Suas obras na Terra (Lucas 4:17-19) e, portanto, Ele
cumpria a vontade do Pai (João 6:38). Assim, os líderes são pessoas escolhidas por
Deus para ser boca dEle, para dirigir o povo segundo a Sua vontade. Essa é a
autoridade.

Quando um líder utiliza de sua posição para impor respeito e exigir que todos
façam o que acha certo, ou o que o líder deseja que seja feito, isso é autoritarismo.
Um líder autoritário é o dono da verdade, tem sempre a primeira e última palavra e
não compartilha. Mais ainda, um líder autoritário tende a não se submeter à vontade
de Deus.

Um líder verdadeiro não nega o coletivo, não deixa de ouvir os outros, pois
sabe que Deus pode falar através de outras pessoas. O Senhor vai confirmar as
direções que deu ao líder no coração dos liderados ou nos frutos. Ao exercer a
autoridade que recebeu de Deus, o líder busca nEle a palavra final.

Muitas vezes a dificuldade em exercer a autoridade de modo correto está na


insubmissão dos liderados, que acham que quem exerce autoridade não pode ser
humilde e companheiro. Essa concepção errada gera nos líderes o receio de exercer
aquilo que o próprio Deus instituiu sobre a sua vida. Um líder que não exerce sua
autoridade tem muita dificuldade em conduzir o ministério, lidar com adversidades e
corre o risco de falhar em sua missão. Lembre-se: não existe crescimento sem
organização e não existe organização sem autoridade.

A autoridade é a essência da liderança. Uma boa liderança tem a habilidade de


definir alvos claros e de saber conduzir o ministério na direção correta, pois busca em
Deus essas direções e as constrói firmadas na Palavra.

Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque


não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades
que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele
que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os
que resistem trarão sobre si mesmos condenação (Romanos
13:1)

Um bom líder ensina e orienta seus liderados a serem obedientes e submissos


à liderança, pois, assim estarão sendo obedientes ao próprio Deus. Entretanto, a
25

desobediência e rebeldia vão contra a Sua Palavra e trazem condenação a eles.

Não seja um líder autoritário, mas tome posse e exerça a autoridade


vinda do céu. Assim você será um líder bem sucedido, com um
ministério abençoado.

Uma das grandes dificuldades do líder é lidar com pessoas rebeldes e essas
devem ser tratadas de forma um pouco diferente das que tem outro tipo de problema.
O liderado rebelde é motivado por um desejo de controlar e, por isso, acaba causando
divisão e confusão através da queixa, da crítica e da resistência à autoridade.

Pois a rebelião é como o pecado da feitiçaria, e a obstinação é


como a idolatria e cultos a ídolos do lar. Por você ter rejeitado
a palavra do Senhor, também ele o rejeitou como rei (I Samuel
15:23).

Algumas características do rebelde são: ser muito insistente e agressivo,


possuir auto-estima excessivamente alta e atitudes rígidas, tendência a irar-se, ser
manipulador, agir de forma independente e, geralmente, ser muito inteligente. Essas
pessoas raramente se consideram a fonte dos problemas e costumam se meter em
assuntos da liderança que não são de sua alçada, além de tirarem a paz do seu líder.
Um bom líder corrige essa pessoa de perto, exerce autoridade com firmeza e
sabedoria, impõe limites e, quando julgar necessário, aplica a disciplina como
correção.

Antes de ser afligido eu andava errado, mas agora guardo a tua


palavra. Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os teus decretos.
Os soberbos têm forjado mentiras contra mim, mas eu guardo
de todo o coração os teus preceitos. O coração deles se tornou
insensível, como se fosse de sebo; mas eu me alegro na tua lei.
Foi bom que eu tivesse passado pelo aflição, para que
aprendesse os teus decretos. Para mim vale mais a lei que
procede da tua boca do que milhares de peças de ouro e de
prata (Salmos 119:67-72).

Aplicando a correção

Para a correção, eu uso e indico método do “sanduíche”: inicie a correção com


um elogio, afinal, todos tem seus pontos fortes. Fale aquilo que seu liderado faz de
melhor, pois isso o desarmará, tirará ele da posição de ataque. Falo isso porque muitos
se defendem atacando. Quando ele se mostrar aberto para uma conversa evidencie o
seu erro deixando claro o motivo da advertência. Termine com um encorajamento,
26

falando que você o ama e está orando por ele e, inclusive, está disposto a ajudá-lo
superar essa situação. E claro, faça isso sinceramente, não como um mero protocolo.

Lidando com temperamentos

É importante também que o líder entenda sobre os 4 temperamentos e suas


características para lidar da melhor forma possível com cada pessoa. São eles:

1. Sanguíneo:

Este temperamento é expansivo, otimista e impulsivo.


Extrovertidos e sensíveis, os sanguíneos são indivíduos que
não passam despercebidos, pois são espontâneos e gostam de
interagir. Além disso, costumam fazer gestos largos e falar bem
em público. Pontos fortes: são comunicativos, adaptáveis e
entusiastas; pontos que precisam ser trabalhados:
impulsividade, falta de atenção, superficialidade e exagero
(EQUIPE SBIE, 2019, online).

2. Fleumático:
Este temperamento é sonhador, pacífico, dócil. Os
fleumáticos prezam a rotina, o silêncio e dificilmente perdem
o controle, pois costumam avaliar antes de reagir. São
pacientes, observadores, disciplinados, preferem não
manifestar suas opiniões em público e não costumam reagir
bem às críticas. Pontos fortes: são equilibrados e confiáveis;
pontos que precisam ser trabalhados: lentidão, resistência às
mudanças e indecisão (EQUIPE SBIE, 2019, online).

3. Colérico:

Este temperamento é explosivo, ambicioso e dominador.


Indivíduos coléricos são determinados e possuem grande
capacidade de planejamento, além de muita energia e
impulsividade. São líderes natos e explosivos. Pontos fortes:
determinação, habilidade de liderança e praticidade; pontos
que precisam ser trabalhados: egocentrismo, intolerância e
impaciência (EQUIPE SBIE, 2019, online).

4. Melancólico:
Este temperamento é tímido, artístico e solitário. Os
melancólicos tem a sensibilidade muito aflorada e são
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pessoas profundas, detalhistas e introvertidas, com


tendência a guardar seus sentimentos. São fiéis, desconfiados
e tendem a escolher profissões que possam exercer sozinhos.
Pontos fortes: lealdade, dedicação e sensibilidade; pontos
que precisam ser trabalhados: egoísmo, pessimismo e
inflexibilidade (EQUIPE SBIE, 2019, online).

No geral, apresentamos dois temperamentos mais evidentes, combinando as


características positivas e negativas deles. Quando a pessoa é dirigida pelo Espírito
Santo, ela aflora o lado positivo. O líder deve ter a habilidade de lidar com todos os
tipos de pessoas e ser um ajudador para que seus liderados exerçam os pontos fortes
de seus temperamentos. Saiba utilizar o que eles tem de melhor, tenha paciência e
lapide-os.

É melhor ter paciência do que ser herói de guerra; o que


domina seu espírito é melhor do que o que conquista uma
cidade (Provérbios 16:32).

O temperamento é, basicamente, um aspecto dinâmico da personalidade,


relacionado às particularidades do nosso comportamento. Ele tem a ver com a forma
de enxergar o mundo, com os interesses, as habilidades e os valores mais evidentes.
O temperamento é inato, mas também é capaz de se desenvolver (EQUIPE SBIE, 2019,
online). Mais ainda, ele pode ser controlado pelo Espírito Santo e, a vontade de Deus
é transformá-lo:

Agora, porém, abandonem igualmente todas estas coisas: ira,


indignação, maldade, blasfêmia, linguagem obscena no falar.
Não mintam uns aos outros, uma vez que vocês se despiram
da velha natureza com as suas práticas e se revestiram da
velha natureza com as suas práticas e se revestiram da nova
natureza que se renova para o pleno conhecimento, segundo
a imagem daquele que a criou (Colossenses 3:8-10).

Existe um remédio para as fraquezas do temperamento: encher-nos do


Espírito Santo de Deus:

Por esta razão, não sejam insensatos, mas procurem


compreender qual é a vontade do Senhor. E não se
embriaguem com vinho, pois isso leva a devassidão, mas
deixem-se encher do Espírito, falando entre vocês com salmos,
hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando com o
coração ao Senhor, dando sempre graças por tudo a nosso
Deus e Pai, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo. Sujeitem-
se uns aos outros no temor de Cristo (Efésios 5:17-21).
28

A arte da comunicação

Tenho de confessar que, no início da caminhada como líder, tive muita


dificuldade com a comunicação, pois era tímida e insegura. Não conseguia expor meus
pensamentos de forma direta e clara, então sempre usava palavras como “eu acho”
em minhas frases. Até que, um dia, uma liderada indagou: “Você acha ou tem certeza
do que está falando?” Depois disso, percebi que precisava melhorar minha
comunicação para liderar de forma eficaz o ministério.

Busquei ao Senhor em oração e procurei estudar sobre o assunto, em como


melhorar. Passei a usar as palavras como: “creio que” e tudo era comunicado pautado
na Bíblia. A partir desse momento, fui aprimorando minha comunicação e oratória em
grupo. Hoje não tenho mais problemas com isso.

A boa comunicação pode ser aprendida e aprimorada, mas isso demanda


esforço e boa vontade em ser um líder eficaz; ela não é feita no ”achismos”. Toda
atitude do líder comunica, seja no fazer ou no dizer. Portanto, cabe a ele ser paciente
e objetivo.

Nas palavras de Bloch (1977, p[?]): “Metade da vitória no


mundo consiste em saber comunicar-se adequadamente, de
acordo com que se pensa, sente, é, faz e deseja”.

Delegando funções

Delegar é “incumbir; fazer uma transmissão de; conceder


poderes ou obrigações a uma outra pessoa: delegou
responsabilidades; delegou as tarefas ao funcionário” ou
membro da equipe (DELEGAR, 2020).

Um líder seguro não teme delegar tarefas ao seu ministério; pelo contrário, ele
sabe que dessa forma não levará tudo em suas costas e poderá focar em novos
projetos. Isso também desenvolve o potencial de cada ministro, fazendo com que se
sinta útil para a equipe, preparando e amadurecendo pessoas para uma futura
liderança, se for da vontade de Deus.

Delegar tarefas não significa que você se desligará delas, mas que deixará a
cargo de outra pessoa uma determinada atividade. Lembre-se: ao delegar, a
responsabilidade continua sendo sua! Para fazê-lo de forma eficiente, você precisa
conhecer os pontos fracos e fortes do seu ministério, para saber exatamente o que
esperar de seus liderados e quais tarefas cada um poderá cumprir.
29

Exemplos de funções para o ministério de dança:

1. Vice-líder: auxilia e aconselha a liderança;

2. Secretário(a): responsável em anotar todas as decisões tomadas em reuniões,


projetos, cronograma e agenda de ministrações durante o ano;

3. Tesoureiro(a): administra a parte financeira do ministério, organizando as


entradas, saídas e saldo de caixa. Cria estratégias para levantar recursos;

4. Líder de intercessão: responsável em organizar relógios de oração, escala de


jejum, escala de estudos ministrados durante os ensaios;

5. Figurinista: responsável em cuidar, zelar e produzir novos figurinos/vestes


ministeriais;

6. Coreógrafo(a): responsável em criar sequências e passos técnicos para as


coreografias produzidas durante o ensaio. Sua composição coreográfica pode
ser total ou parcial, incentivando outras pessoas a criarem juntamente com
ele(a).

Todas essas funções devem estar alinhadas com a liderança, sempre


consultando o líder para tomar decisões dentro da sua área de atuação.

Organizando o ministério

Hoje em dia, temos alguns estilos de ministérios de dança dentro e fora das
igrejas. Eu mesma já passei por alguns: já fui líder e liderada em um ministério interno
(ministério que serve a uma igreja local); já fui líder e coreógrafa de um grupo
composto por quatro ministérios de igreja diferentes (ministério
interdenominacional), onde as idades variavam entre 10 e 50 anos; já fui líder e
diretora de uma companhia de dança cristã interdenominacional...

Atualmente, sou líder do Ministério Passos, o ministério interno de minha


igreja; tenho o ministério solo Lu Vidança e, através dele ministro em congressos e
eventos por todo o Brasil, além de ser produtora de conteúdo do canal Lu Vidança no
YouTube, onde ensino assuntos relacionados a dança cristã na teoria e na prática.

Deus pode nos usar de várias maneiras por meio da dança, mas para melhor
30

organizar um ministério interno e sua atuação na igreja local, podemos pensar em


dividir os grupos de trabalho. Abaixo, cito algumas possíveis divisões, que devem ser
adequadas conforme a sua realidade:

De acordo com a idade:

1. Infantil: de 3 a 6 anos e de 7 a 12 anos;


2. Adolescentes: de 13 a 16 anos;
3. Adulto: a partir de 17 anos;
4. Casados(as);
5. Melhor idade.

De acordo com o foco:

1. Com técnica (ou por estilo técnico);


2. Com gestos;
3. Evangelístico.

Essa divisão organizacional será conforme as necessidades de sua igreja. Por


isso, considero importante deixar uma dica: nunca tente copiar o estilo ou formato de
outro grupo, porque as realidades doutrinárias podem ser diferentes da sua. A igreja
pode não se identificar com o estilo/formato. Precisamos nos atentar à essas
informações e ter sabedoria em nossas escolhas. Por exemplo, uma igreja mais
conservadora pode ter dificuldade com uma Dança Moderna ou Contemporânea.
Nesses casos, um estilo mais lírico e o uso de encenações podem ser melhor aceitos.

Na dúvida da escolha dos estilos, não hesite em consultar o pastor e pedir sua
opinião.

A Dança no Louvor
Dançar durante o período do Louvor no culto é uma experiência ímpar, pois
estamos adorando em sintonia com o ministério de música e com a própria igreja,
todos juntos com o mesmo alvo, entregar a adorar em diversas linguagens, mas
também é um momento imprevisível, bem diferente da dança coreografada que
ensaiamos e programamos cada passo e roteiro de tudo o que irá acontecer, talvez
esse seja o motivo pelo qual esse momento é tão temível por alguns ministros de
dança, é bem comum o ministério de louvor trocar as músicas na última hora ou até
durante o momento do louvor, a incerteza, a timidez e o medo de não conseguir
improvisar passos diante de imprevistos podem ser grandes barreiras nesse
momento.
Mas, quando o ministro de dança supera essas dificuldades consegue exercer
uma dança livre, profunda, intima e totalmente direcionada pelo Espírito Santo,
31

dançar nesse momento passa a ser mais prazeroso do que a coreografada, pode
chegar a ser uma experiência sobrenatural como se o próprio Espírito nos tirasse para
dançar.
Formas de dançar no momento de louvor:

1-Espontânea

Significado de Espontâneo:
Que se faz por si mesmo, sem elementos ensaiados ou
estudados
Fonte - https://www.dicionarioinformal.com.br
Significado de improviso:
1.Repentino, súbito, inopinado. sm.
2.Aquilo (esp. produto intelectual) que é concebido e feito na
própria ocasião. Sem preparação prévia: Discurso
'de improviso'.
Fonte - https://www.dicionarioinformal.com.br
Dançar espontaneamente é subir no altar sem premeditar a movimentação
ou sequência, deixar se guiado pelo Espírito Santo 100% no improviso, entregando
uma nova dança e a sua essência de forma sincera e verdadeira, assim como Davi
nos dá o exemplo em Salmo 149:1-3.
A nova dança brota espontaneamente do nosso coração para o coração de
Deus, é uma experiência de adoração profunda.

2-Ensaiada
Podemos também preparar as coreografias ministradas no louvor antes,
inteiras ou parciais, muitos ministérios usam essa forma, eu indico deixa-la para os
momentos de ministrações diretas e específicas, mas, em contra ponto, temos
também a opção de coreografar apenas o refrão e reservar as estrofes para o
espontâneo usando técnicas de improviso.

3-Dança Profética
Muitas pessoas se confundem quando o assunto é dança profética. Nós
cristãos não usamos rituais, movimentos prontos para cada situação, ou uma dança
rotulada profética. Minha visão é que podemos exercer o dom da profecia através do
nosso dom natural, nosso talento que é a dança.
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A dança em si é apenas um instrumento usado pelo profeta ou profetisa. O


poder da mensagem não flui do movimento dançado, mas da pessoa usada por
Deus.

Contudo, o mais importante é entendermos que o verdadeiro profeta é aquele


que tem intimidade com Deus, fala com Ele, ouve a Sua voz e sabe identificá-la
facilmente. Deus não irá direcionar uma profecia ou ato profético na frente de toda a
igreja a alguém com quem Ele não tem intimidade, com quem Ele não está
acostumado a conversar.
Se você tem o desejo de ser um profeta, busque a intimidade e a vida
devocional com Deus, fale e escute a Sua voz no secreto. Somente assim Ele te usará
publicamente. Como Jesus nos orientou:
“Mas, ao orar, entre no seu quarto e, fechada a porta, ore ao
seu Pai, que está em secreto. E o seu Pai, que vê em secreto,
lhe dará a recompensa” (Mateus 6:6).
Lembre-se: a profecia não está na dança, mas no profeta que dança.

4-Dança vertical
A visão de dança vertical está ligada a adoração direta a Deus como prioridade
no altar, visa colocar o Senhor como o centro do nosso culto e alvo da nossa dança.
Ao meu ver primeiro adoramos e depois ministramos as vidas de quem está ao
nosso redor, pois nós vamos a igreja para prestar um culto a Deus e não as pessoas,
primeiramente somos adoradores e depois ministros, em João 4:23 Jesus nos diz que
o Pai procura verdadeiros adoradores, a igreja é um lugar propício, reservado para a
adoração e prestação de culto.
Ele é o centro e o motivo de todas as coisas (Romanos 11:36), a razão da nossa
vida e dança, portanto a nossa adoração na linguagem da dança precisa ser vertical,
para cima, com a intenção de chegar ao trono do Altíssimo como cheiro suave. E Ele
se agradando dela irá derramar a sua unção e essa unção se manifestará de forma
horizontal, alcançando toda a igreja.
Precisamos tomar cuidado com a filosofia do ego que inundou a sociedade que
nos rodeia, onde nós somos o centro, somos prioridade, empoderados, tudo precisa
nos favorecer. E infelizmente esse pensamento tem invadido algumas igrejas onde as
pessoas só vão ao culto para receber, tudo gira em torno delas, o culto precisa
corresponder as suas expectativas e necessidades, e não entregam ou prestam um
culto a Deus, com Cristo como alvo principal.
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Não podemos cometer o erro de priorizar as pessoas como alvo central do


culto, mas colocar o nosso Deus no seu devido lugar, entroniza-lo no alto centro e
direcionar nossa dança verticalmente para adora-lo e honra-lo a cima de todas as
coisas.

Composição Coreográfica

Algumas das minhas composições

Todas as minhas composições são relatos de vivências que tive com Deus.
Dentre elas, quero compartilhar a história das mais recentes, acessíveis no canal Lu
Vidança.

A coreografia solo intitulada como “A cura” foi composta logo após minha cura
emocional, quando Deus retirou da minha alma alguns medos e complexos que
carreguei por mais de vinte anos. Durante a coreografia, vou retirando ataduras
(faixas) dos meus braços e pernas, ilustrando a libertação de minha alma das coisas
que me amarravam e produziam dor.

Na coreografia solo “A paz”, relato a descoberta do diagnóstico de meu


esposo. Nela eu ilustro a paz que o Senhor tem me dado apesar de viver uma situação
que teria tudo para ser desesperadora e frustrante. Represento essa experiência
através de uma mala que contém objetos pessoais do Robson, cada um ligado a uma
etapa da doença. Também uso a Bíblia representando a voz de Deus me acalmando
em meio a tudo isso.

A coreografia “Diz” nasceu num período em que estava recebendo alguns


comentários contrários ao meu ministério e minha vida. Nessa coreografia uso
movimentos fortes, totalmente conectados à letra da música. Ela é uma reafirmação
de que minha vida está baseada no que Deus diz sobre mim e não as pessoas. Declaro
que comentários maldosos e sem base não irão me abater, pois minha identidade está
nEle.

Compondo dessa forma você sempre dançará suas vivências, suas


verdades, com convicção sobre a mensagem. Isso faz toda a
diferença no mundo espiritual.

Dance sobre o que aprendeu com Deus e convide o Espírito Santo a compor
com você. Tenho certeza que suas coreografias subirão para outro nível e começará a
colher muitos frutos espirituais através delas.

Agora, quero compartilhar com você como é o meu processo de criação e


composição, te motivando e encorajando a dançar sobre você e Deus.
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Meu processo de composição

Um dia li uma frase que dizia: “Como você quer que sua dança tenha o mover
do Espírito Santo se Ele não fez parte da composição dela?” Concordo plenamente
com essa colocação, pois aprendi isso na prática.

Como Paulo nos adverte:

“Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela


sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo
coisas espirituais com espirituais” (I Coríntios 2:13).

Precisamos dançar e levar a mensagem, não com a sabedoria humana, mas


com a sabedoria do Espírito Santo. Quando nos preocupamos apenas em compor uma
coreografia com passos bonitos e técnicos, a nossa dança se torna vazia. Ela até
renderá elogios, mas serão comentários sobre os passos, de como dançamos bonito;
serão comentários sobre o que viram e isso é superficial, alcança apenas os olhos e
logo caem no esquecimento. Quando dançamos uma coreografia cheia da unção do
Espírito, alcançamos o mais profundo da alma, gerando algo permanente.

Eu te pergunto: Qual o propósito da nossa dança? Mostrar passos e sequências


bonitas? Mostrar técnica? Ou ser um canal de unção nas mãos de Deus? Se a sua
resposta é a última opção, você precisa convidar o Espírito Santo para o processo de
composição desde o início.

Precisamos dançar conforme II Pedro 1:21 orienta:

“porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade


humana; entretanto, homens falaram da parte de Deus,
movidos pelo Espírito Santo”.

A escolha da música é muito importante, pois ela irá definir a mensagem a ser
levada, e esta deve ser direcionada pelo Espírito Santo para falarmos/dançarmos
coisas espirituais. Nessa fase o ministério deve entrar em oração para que o Espírito
revele a Sua vontade sobre o tema, a música, etc. A música não pode ser escolhida
por ser bonita, por ser a “Top do Momento”, ou por ser a utilizada na coreografia da
internet. No último caso, o Espírito Santo inspirou aquele grupo para o contexto do
ministério deles, da igreja deles, e esse contexto pode não ser o seu.

Quero deixar um alerta a você: copiar uma coreografia inteira sem autorização
do coreógrafo é crime, se chama plágio. Fazendo isso estará em pecado, e o Senhor
não compactua com o pecado.

O Espírito Santo é o autor mais criativo do mundo. Entregando a


coreografia a Ele, você irá se surpreender com o resultado. Não
ouvirá apenas elogios, mas sim testemunhos espirituais de pessoas
que foram tocadas e edificadas por Ele.

Na montagem da coreografia, você precisa ter a visão de tudo o que vai fazer
durante a música, do começo ao fim, e assim criar uma estrutura (roteiro). Depois vai
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encaixando os passos e as sequências.

Nesta fase é preciso sentir, entender, estudar e compartilhar entre os


integrantes do ministério o que o Espírito mostrou a cada um sobre a música. Esse é
o primeiro exercício em grupo para compor ouvindo a Voz do Espírito. Funciona da
seguinte forma:

1. Todos se sentam ou deitam no chão de olhos fechados e escutam a


música toda em espírito de oração, pedindo para que Deus revele Sua
vontade em cada detalhe;

2. Depois se sentam em roda e compartilham aquilo que viram ou


sentiram durante a música. Exemplos: se visualizou alguma encenação,
objeto, movimentos, detalhes do figurino... você ficará impressionado
com os comentários que irão se encaixar como um quebra-cabeças.
Anote todos os detalhes em uma folha ou em um caderno para não
esquecer;

3. Depois combine entre vocês de estudar passagens bíblicas com o tema


da mensagem e compartilhem no próximo ensaio ou no grupo do
WhatsApp ou do Facebook.
Vou compartilhar um exemplo de como os textos bíblicos podem ajudar na
composição coreográfica. Uma vez, durante esse processo com as minhas alunas,
introduzi uma cena coreográfica, baseando-me neste texto abaixo:

Entretanto, o barco já estava longe, a uma boa distância da


terra, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário. De
madrugada, Jesus foi até onde eles estavam, andando sobre o
mar. Os discípulos, porém, vendo-o andar sobre o mar, ficaram
apavorados e disseram: –É um fantasma! E, tomados de medo,
gritaram. Mas Jesus imediatamente lhes disse: –Coragem! Sou
eu. Não tenham medo! Então Pedro disse: –Se é o Senhor
mesmo, mande que eu vá até aí, andando sobre as águas.
Jesus disse: –Venha! E Pedro, descendo do barco, andou sobre
as águas e foi até Jesus. Reparando, porém, na força do vento,
teve medo; e, começando a afundar, gritou: –Salve-me,
Senhor! E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, o segurou
e disse: –Homem de pequena fé, por que você duvidou?
Subindo ambos para o barco, o vento cessou. E os que estavam
no barco o adoraram, dizendo: –Verdadeiramente o senhor é
o Filho de Deus! (Mateus 14:24-33).
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Eu introduzi na coreografia o desespero dos discípulos durante a tempestade.


Uma integrante representava Pedro saindo do barco, o qual era representado por um
grupo de pessoas amontoadas. Ela foi ao encontro de Jesus e, no meio do caminho
caiu, representando a hora em que Pedro afunda e Jesus a pega pelo braço
levantando-a. Ambos vão até o grupo (barco) e tudo se acalma. A tempestade cessa
e, no final, todos reconhecem o Filho de Deus e O adoram, tudo isso dançando. Foi
maravilhoso ver como cada detalhe foi se encaixando, ver o agir do Espírito Santo.

Agora vamos falar sobre passos e sequências. Depois da coreografia estar


totalmente estruturada espiritualmente, entra a parte técnica. Nessa fase vamos
encaixando as sequências conforme a estrutura já criada.

A maioria dos ministérios tem dificuldade nessa fase, mas a dificuldade só irá
passar fazendo aulas de dança e adquirindo conhecimento de novos movimentos e
técnicas. Alguns ministros não tem condições de pagar aula, eu sei disso pois também
não tinha. Como já contei aqui, comecei a fazer aula de Ballet Clássico em um projeto
social com 34 anos junto com crianças e adolescentes, então, se você acha que já é
tarde para começar a fazer aulas, eu estou aqui para te dizer: “Nunca é tarde. Comece
o quanto antes!” Você pode buscar informações sobre projetos na sua cidade ou fazer
audições para bolsas de estudo em escolas e academias de dança, e eu tenho certeza
que Deus te ajudará nesse processo, basta você se esforçar.

Eu não vejo problema nenhum em assistir vídeos de dança no YouTube com a


intenção de estudar novos passos, isso é válido. Eu recomendo estudar vídeos e
escolher um passo que você nunca fez e treiná-lo, isso é estudo técnico, mas
lembrando que isso não substitui as aulas, apenas ajuda um pouco.

Não se contente em ser um clone de alguém que você admira, pois


Deus te criou com características só suas para um propósito. Deixe
Ele te usar como você é.

Seja autêntico, por mais que isso gere esforço e sacrifício. Entregue ao Senhor
a sua essência e excelência. Dependa do Espírito Santo para produzir algo autoral que
irá impactar a alma daqueles a quem você ministra com dança. Assuma a identidade
que Ele te deu desde o ventre da sua mãe.
Como Salmos 139:13 declara:

“Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de


minha mãe.

Figurinos/ Vestes ministeriais


Esse é um item essencial para que a composição coreográfica seja completa, a
escolha do figurino certo irá potencializar o entendimento da mensagem e o visual
37

estético da sua composição, tente na medida do possível, criar figurinos que combine
com a sua mensagem, personagem ou estilo de dança.
O grande problema é que nem sempre todos tem recursos para investir em
figurinos que podem ser caros e a maioria das igrejas não tem condições de assumirem
esse custo. Mobilize o ministério a vender algo, por exemplo doces, panos de prato,
trufas, pão de mel, cachorro quente, pasteis e etc.

Eu aconselho a colocarem como regra que os participantes doem seus figurinos em


forma de oferta para o ministério em caso de desligamento.

Assim quando outra pessoa entrar, ela poderá usar juntamente com o grupo
os figurinos já existentes, não sendo necessário confeccionar mais uma peça para o
novo participante. Isso facilita bastante pois é muito difícil encontrar o mesmo tecido
ou malha para a confecção de um novo figurino igual.
“Que se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a
iniquidade, e purificar para si um povo todo seu, zeloso de
boas obras.” (Tito 2:14)
Precisamos ser zelosos, cuidadosos com a obra do Senhor, zelosos na maneira
em que nos vestimos, nossos figurinos precisam ser decentes, com decotes altos para
não expor o colo e os seios, não usar figurinos extremamente apertados no quadril e
pernas para não expor as curvas, tudo isso é zelar para que a nossa imagem
permaneça pura, longe da aparência do mal e de qualquer nota de sensualidade em
cima do altar.
Zelar por nossa imagem dentro e fora da igreja, não podemos expor nosso
corpo nas ruas ou redes sociais de forma inadequada ou indecente, com decotes
profundos, roupas curtas e justas ao extremo, pois as mesmas pessoas que veem seu
corpo de forma sensual na rede social, podem estar sentadas no banco da igreja
observando sua ministração, e infelizmente por mais que estejamos com figurinos
tapando até os pés, a imagem que ele irá ter em mente é do corpo exposto, podendo
até cometer o pecado da fornicação, isso é muito sério!
Lembrem-se de que dentro da igreja temos novos convertidos e irmãos mais
fracos na fé, não podemos ser pedra de tropeço por aquilo que vestimos. Vamos vigiar
e zelar.

Maquiagem
A maquiagem pode contribuir muito para a estética da sua composição
coreográfica, valorizando e reforçando a expressão facial, ela pode ser tradicional ou
cênica.
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A tradicional é aquela que também usamos em outras ocasiões como festas e


casamentos, mas para a dança, na minha visão precisamos fazer algumas observações.

É interessante reforçar os pontos fortes do rosto como sobrancelhas, olhos e boca,


claro que de forma moderada e sensata, assim se sua igreja for grande e o altar for
alto mesmo quem estiver longe poderá enxergar sua expressão facial.

A maquiagem Cênica é parte da composição da sua dança/teatro, é um


instrumento fundamental que auxilia na criação do personagem e na transformação
estética dos dançarinos/atores. Usar ou não maquiagem irá depender da doutrina de
cada igreja, algumas não permitem, outras autorizam penas as claras e discretas, e
outras já dão total liberdade para usa-la da melhor forma.
Se você puder use sempre maquiagem, não é só estética ou vaidade, ela irá
valorizar muito sua expressão enquanto dança e isso irá auxiliar na forma como você
leva a mensagem.

Compondo Tecnicamente
Os 3 elementos principais que constituem a composição coreográfica são:

1. Movimento;
2. Expressividade;
3. Técnica;

Movimento
Dançar é imprimir no corpo a sensação do movimento,
Dantas, 1999
O movimento é o protagonista da nossa composição coreográfica, pois sem
ele a dança não existe. Cada um de nós tem uma forma específica de se movimentar,
uma identidade corporal e alguns movimentos só nossos. Precisamos nos utilizar
deles para imprimir a mensagem em nosso corpo, exteriorizar a nossa essência em
movimentos dançados que irão refletir nosso relacionamento com Deus.

Em uma entrevista, a bailarina e coreógrafa alemã Pina Bausch referência na


dança mundial disse: “Não estou preocupada como as pessoas se movem mas sim
com o que move as pessoas”.
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Percebe-se aí a preocupação da coreógrafa com o estímulo que impulsiona as


pessoas a fazer algo, no caso, criar, movimentar-se, dançar. O estímulo faz toda a
diferença em nosso movimento, nos motiva, nos inspira, nos impulsiona e produz
movimentos expressivos, nosso estímulo deve se exclusivamente Cristo.

Expressividade Facial e Corporal


Geralmente, a expressividade é entendida como uma propriedade que as
obras de arte possuem de transmitir uma emoção do artista.
Gosto muito de trabalhar com a expressão emocional, para desenvolve-la
precisamos viver e sentir a mensagem proposta na música, ou seja, nos transferir para
dentro dela, a música precisa ser real em nós, e nós nela, precisamos sentir suas dores,
tristezas, alegrias e esperanças ao ponto de nos emocionarmos e exteriorizarmos essa
emoção em expressão corporal e facial.
Dessa forma o nosso público alvo se identificará com nossas emoções e teremos
uma coreografia impactante potencializando a entrega da mensagem.

1-Expressão emocional é contagiante


Somos movidos por emoções e nos sentimos vulneráveis quando nos
deparamos com pessoas se expressando de forma mais emotiva,
então tendemos a dar mais atenção ao que está sendo dito, e
podemos ser facilmente contagiados com a emoção exposta. Ex:
Choro ou Riso.

2-Trabalhando a barreira emocional (timidez)


Muitas pessoas sentem um tipo de bloqueio ou barreira quando
precisam se expressar, geralmente isso está ligado a timidez e
doenças emocionais ligadas a traumas psicológicos, falo isso por
experiência própria, eu era assim. Tinha muito medo da exposição.
Precisamos trabalhar isso com oração específica e entendimento
sobre nossas emoções, adquirir inteligência emocional, melhorar
nossa autoestima, ser assertivo e ter resiliência.

3- Cantar ajuda na expressão?


Cantar não ajuda e nem atrapalha expressividade desde que a pessoa
domine a técnica, mas o que posso notar é que a grande maioria das
ministras(os) que cantar durante a dança acabam não se expressando.
Vemos ministérios inteiros dançando sem expressar nenhum tipo de
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sentimento relacionado a mensagem que está levando, chegando a


ser algo sem vida.
Nesses casos eu aconselho a não cantarem e focarem apenas na
expressão, a tentarem comunicar a mensagem com a linguagem do
corpo e face, como se estivessem fazendo mímicas com a intensão de
que o público entenda sua mensagem sem nenhuma palavra
proferida.

4- Melodias e planos de altura


As melodias e tons musicais nos dão dicas a respeito da expressão do
corpo e os planos de altura, o corpo tem sua própria linguagem, e é
primordial entendermos um pouco sobre isso para nos comunicarmos
de forma eficaz e com entendimento.
Músicas que nos dão um tom mais grave nos dão a sensação de peso,
geralmente abordam temas mais sérios como lutas, pecado, morte,
sofrimento e outros, quando passamos por esse tipo de situação
temos a tendência a ficarmos tristes, reflexivos, sem forças e
cabisbaixos, esses sentimentos nos sugerem um corpo pesado,
introvertido, em planos de altura baixo ou médio.
Melodias e tons musicais mais agudos nos dão a sensação de leveza,
geralmente abordam temas como esperança, bondade, liberdade,
amor, vitória e outros, estes sentimentos nos sugerem um corpo mais
leve e expansivo, transitando assim pelos planos de altura alto com
picos que sugerem pequenos ou grandes saltos.
É importante ressaltar que muitas músicas das quais trabalhamos irão
nos presentear com uma crescente de sentimentos, a mensagem
começa falando da dor, sofrimento, luta e a seguir desenvolve uma
trajetória pela esperança e termina com a vitória. Sendo assim, nosso
corpo também irá acompanhar toda essa trajetória migrando pelos
planos de altura.

Técnica
“É um procedimento que tem como objetivo a obtenção de
um determinado resultado, seja na ciência, na tecnologia, na
arte ou em qualquer outra área. Por outras
palavras, técnica é um conjunto de regras, normas ou
protocolos que se utiliza como meio para chegar a uma certa
meta.” Fonte: dicionarioinformal.com.br
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Na dança a técnica é uma maneira de realizar movimentos segundo as regras


de cada estilo, através da técnica aprimoramos nosso corpo aprendendo e
treinando-o a executar movimentos elaborados e pré-definidos.
Na dança ministerial a técnica precisa ser algo almejado pelo ministro, para
assim ter o mínimo de conhecimento da forma correta em executar um salto, giro,
torção ou cambalhota, além de proteger de lesões e acidentes também irá gerar
uma dança mais bela. Podemos adquirir a técnica por meio de aulas presenciais e
algumas online, esse estudo irá nos ajudar a ter uma coleção de novos movimentos
facilitando a composição coreográfica.

Princípios estéticos

Um coreógrafo deve ter em mente alguns princípios durante a criação,


podendo utilizá-los ou não na sua composição. São eles:

1-Planos de altura
Exemplos: Alto é quando dançamos de pé, médio quando dançamos de
ajoelhados e baixo quando dançamos no chão que geralmente se aplica a dança
contemporânea.
Procure usar os três planos de altura para que sua coreografia fique diversificada e
dinâmica visualmente.

2-Repetição
Cuidado com a repetição excessiva durante a coreografia, use com moderação
para que não fique maçante e enjoativo, é válido usa-la no refrão, mas caso a música
tenha alteração de tom ou intensidade, a repetição deve acompanhar a mudança.

3-Contraste
Você pode usar o contraste em pequenas pinceladas, em um tempo de oito,
fazendo com que todos dancem diferentes uns dos outros ao mesmo tempo.

4-Transições
Use as transições como: caminhar, girar, rolar ou correr, para ligar desenhos
coreográficos distintos, troca de bailarinos ou elementos de dança.

5-Ritmo
Modo harmônico de dispor os tempos entre uma
movimentação e outra; marcação do tempo de um gênero
musical. Fonte: www.dicio.com.br

É de suma importância que o coreografo entenda de tempo musical para


alinhar a marcação e velocidade da coreografia.
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6-Simetria
É a harmonia resultante de certas combinações e proporções
regulares. Fonte: www.dicio.com.br

Muita atenção na proporção de espaço entre as posições, a simetria precisa


acompanhar o desenho coreográfico mesmo em deslocamentos.

7-Assimetria
É a discrepância; em que há diferença; falta de igualdade e de
semelhança; com discordância: assimetria das formas. Fonte:
www.dicio.com.br

Em determinados momentos você pode dar pequenos toques de assimetria


com sua coreografia, como desigualdade de espaços e planos de altura em uma
mesma sequência.

8-Alteração de velocidade
A velocidade da coreografia está totalmente ligada ao tempo e compasso,
exemplo você pode variar a velocidade dos passos com um tempo de oito e um tempo
de oito dobrado deixando a sequência mais rápida dando mais dinâmica a sua
coreografia.

9-Ponto focal
É quando você coloca uma pessoa ou duo em evidência e o grupo em segundo
plano, é bem interessante para fazer uma cena ou contar uma história com
protagonista ou indivíduos distintos. Essa variação enriquece a coreografia.

10-Troca de formação
Isso é muito bem aplicado para grandes equipes, não é legal que muitas
pessoas fiquem em cena durante toda a coreografia, isso se torna maçante para quem
está assistindo, o ideal é a cada uma ou duas estrofes da música trocar os bailarinos
com entradas e saídas, isso dá dinamismo e te dará a possibilidade de trabalhar
sequências diferenciadas de acordo com a técnica de cada um.

11-Harmonia visual
No âmbito da estética, a harmonia indica uma característica
do que é considerado "bonito", e indica uma concordância
entre cores, tamanhos e movimentos. Fonte:
www.significados.com.br

Para que sua coreografia seja harmoniosa visualmente é necessário fazer a


limpeza coreográfica, isso pode ser feito em etapas ou no final da composição, filme
e analise cada detalhe, mãos abertas ou fechadas, pés em ponta ou flex, altura de
braços, altura de pernas, enfim, tudo precisa estar igual, outro ponto importantíssimo
é a sincronia, sem ela não há harmonia, é preciso trabalhar duro para que sua
coreografia tenha harmonia nos movimentos.
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Observe com cuidado toda a coreografia após terminada e analise se todas as ideias
se encaixaram, se estão combinando, em concordância de tal forma que se entenda
perfeitamente a mensagem e que esteja agradável aos olhos.

Minha dica é filmar cada etapa do processo estético e ir corrigindo aos poucos
o que não deu certo visualmente.

Definições de categorias
Durante a composição é interessante você pré-definir as categorias de acordo
com o roteiro da mensagem proposta, exemplo de como você pode trabalhar as
categorias nas estrofes e refrão:

 Solo
 Duo
 Trio
 Grupo

Usando Técnicas de movimentação


Varie as técnicas de movimentação entre as frases, estrofes e refrão.
1-Uníssuno
Quando dançamos de forma idêntica, simultaneamente, ao mesmo tempo.
2-Canon
Quando dançamos passos idênticos em tempos diferentes, uma pessoa depois
da outra. Exemplo: a onda do estádio de futebol.
3-Antífona
Quando dançamos uma sequência de passos diferentes em tempos diferentes,
uma pessoas após a outra.
4-Contraste simultâneo
Quando dançamos passos e sequencias diferentes ao mesmo tempo, todos de
uma vez.
Para visualizar essas 4 técnicas assista o vídeo: Técnicas para dançar no louvor do
Canal Lu Vidança YouTube.
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Laboratório de movimentos
Separe um dia de ensaio para exercícios criativos de composição em grupo,
isso é muito importante para despertar a criatividade de cada um e também criar
novos movimentos, passos e sequências.
Você pode optar em fazer com o grupo todo ou separar grupos específicos para
cada uma das atividades.
Vou dar algumas sugestões de laboratório:
1-Versículos
Separe um versículo ou vários e peça para que o grupo dance interpretando
cada frase ou o contexto.
2-Poses
Numere cada um do grupo, peça para cada um criar um pose de dança, depois
na ordem irão apresentar a pose, na sequencia crie um movimento de ligação
(transição) entre a pose um e dois, depois ligue a pose dois e três e assim por diante,
no final você terá uma sequência coreográfica.
Para aprender compor com poses assista o vídeo: Compondo com poses no Canal Lu
Vidança YouTube.
3-Sugestões
Peça para que cada um crie em casa uma ou duas sequências de oito com um
determinado trecho da música que está sendo composta, assim no próximo ensaio
cada um irá apresentar o que criou, isso é muito bom para desenvolver a criatividade
de todos do grupo.
4-Improvisação
Você pode pedir para que criem de improviso um oito durante o ensaio e assim
encaixando as sequências como um quebra cabeças.

Objetos Cênicos
Como o nome já diz, são objetos que ficam em cena ou adereços criativos que
deixam a dança mais bonita, ajudam a transmitir a mensagem de forma mais clara.
Devemos ter cuidado ao usar esses objetos, pois, temos que entender o propósito, e
usar cada adereço de acordo com a mensagem.
Há inúmeros objetos que podem ser utilizados e seus significados podem
variar, é preciso ter um coração sensível à voz do Espírito Santo e seguir à vontade
Dele.
Eis alguns exemplos de objetos cênicos e seus significados:
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Arco
O arco é usado em músicas de celebração, pode ser usado também para
representar a aliança com Deus. Outro objeto que pode substituir o arco é o bambolê,
que é mais barato e mais fácil de encontrar.
Fita
A fita pode ser usada em ministrações de adoração, a depender da mensagem
a ser transmitida (ex. mover do Espírito Santo) também pode ser usada em
ministrações de celebração. A fita é composta por duas partes: o estilete, que é uma
vareta que pode ser feita de madeira, bambu ou plástico e deve medir de 50 a 60 cm,
e a fita, que é uma tira de tecido, cetim ou seda, medindo de 4 a 6 cm de largura e de
5 a 6 m de comprimento.
Bandeiras
As bandeiras têm vários significados: são usadas para representar um povo e
também são símbolos de vitória. A mensagem da bandeira varia de acordo com a cor
ou com a imagem estampada nela.
Vasos
São utilizados em ministrações que falam de enchimento do Espírito Santo;
Ministrações que falam do Oleiro; Ministrações sobre o vaso de alabastro.
Os vasos podem ser de barro (mas deve-se ter uma atenção redobrada pelo
fato de ser pesado e frágil), podem ser também de fibra de vidro.
Tecidos
Os tecidos são usados com inúmeros significados. Podem representar o sangue
de Cristo, podem representar o rio de Deus, isso vai depender a cor utilizada. Pode
também utilizar tecidos estampados representando alegria.
Leque ou Fanvel

Esse tipo leque pode representar o fogo ou água, o mover do Espírito Santo.
Arco com fitas
Os arcos com fitas são utilizados em ministrações de júbilo e celebração.
Lanças
São usadas em ministrações de guerra, luta, combate.

Bancos
Significam apoio, lugar de oração.
Guarda-chuva
Representa a cobertura do Espírito Santo, a submissão, estar embaixo de algo.
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Significado das Cores com Referências Bíblicas


A escolha da cor certa para cada coreografia tem o seu valor, na medida do
possível tente conciliar a cor e seu significado a mensagem que você está levando.

Vermelho / Escarlate: É a cor do sangue e lembra sacrifício. Essa cor se refere


a obra redentora de Cristo ao oferecer sua vida em sacrifício derramando seu sangue
pelos pecados de todos nós. Representa o sacrifício de Jesus. Fogo, vida, sangue,
sofrimento, guerra, reconciliação. Levítico 17:11, Isaías1:18, Mateus 27:28, êxodo
25:4, 2Reis 3:22, Zacarias 6:2, Isaías 63:2, Hebreus 9:22

Azul: É naturalmente a cor do céu. Pode representar Água. Na Palavra de Deus


também é cor celestial. Sempre se refere a figura de Deus celestial, revelação divina e
a espiritualidade. Êxodo 24:10, Ezequiel 1:26 (safira-pedra preciosa azul), 1 Cor 15:47-
49.

Branco: Inocência, pureza, santidade, paz, vitória, vestes de salvação, Espírito


Santo e Juízo. Salmo 27:1, 51:7, Daniel 7:9, Ezequiel 9:3 (linho), Mateus 17:2, Ap 1:14,
3:4-5, 7:14, 19:8 (linho), 20:11

Roxo / Purpura: Realeza, majestade, riqueza, e autoridade. Juízes 8:26,


cânticos 3:10, Daniel 5:7, Lucas 16:19, João 19:1-3,

Amarelo: Em referência ao óleo: Celebração, alegria, unção e cura. Salmo


92:10 e 14, Salmo 45:7, Tiago 5:14, Isaías 1:6, Marcos 6:13, Lucas 10:34, Zacarias 4:11-
14

Preto: Submissão, ausência da minha vontade, pecado, luto, humilhação e


lamentação. Lamentações 4:8, 5:10, Malaquias 3:14, Jeremias 8:21, 14:2, Salmos 17:8,
18:11, Efésios 5:11, Salmos 97:2, Ap 6:5

Verde: Alimento, vigor, prosperidade, renovo, esperança. Gên1:30, 9:3, êxodo


10:15, Salmo 52:8, 1Reis 17:12-16, Jó 8:16, Oséias 14:8

Laranja: É usado em referência ao fogo = Juízo, provação, Espírito Santo.


Romanos 12:20, 1 Coríntios 3:13, 2 Tessalonicenses 1:7, Hebreus 10:27

Dourado: Divindade, realeza, refinamento – o ouro sempre está relacionado a


divindade, a natureza divina, para a glória de Deus. 2 Crônicas 4:20-22, 9:17-20, Ap
4:4, Jó 23:10, 1Pe 1:7, 2Pe 1:4, Ap 21:21-22, Ap 1:13-14, 3:18,

Prata: Esse metal precioso relaciona-se com a redenção, com a expiação, com
o valor do resgate e com Deus, o Filho. Essa relação se torna evidente no preço pago
pela traição de Cristo, nosso resgatador (veja também: Ex 30.11-16; Zc 11.12,13 e 1 Pe
47

1.18-20).

Marrom / Cinza: Arrependimento e humilhação Éster 4:3.

Bronze / Cobre: Julgamento – Ex 27:1-3, Ex. 30:17-21, Nm21:9

12-Exemplo de Regimento interno para Ministérios de Dança

Ministério...

(Colocar logo Tipo)

Visão

Adorar a Deus através da Dança, mostrar o Seu amor para aqueles que ainda não o
conhecem e utilizar a Dança como forma de pregação para a edificação do corpo de
Cristo.

Missão

Usar a dança como instrumento de edificação, restauração e cura através do Espírito


Santo de Deus.

Compete ao ministério

1- Conduzir o louvor congregacional através da dança Litúrgica,

2- Produzir coreografias para cultos especiais ou segundo a necessidade da igreja.

3- Formar discípulos e prepará-los para serem futuros líderes.

4- Zelar e preservar o patrimônio do mesmo (Roupas e espaço do armário)

5- Obedecer aos Critérios estabelecidos pela igreja, seu estatuto, suas diretrizes e
suas doutrinas.

Perfil do Líder

Irmãos, escolham entre vocês sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e
48

de sabedoria. Passaremos a eles essa tarefa. Atos 6:3O

Líder precisar ter bom testemunho, ser cheio do Espírito Santo e ser sábio, para
desempenhar bem a sua função em direcionar os ministros da maneira certa e ter o
perfil de 1 Timóteo 3: 1-13.

Além disso é interessante que o líder tenha alguma experiência em dança ou pelo
menos se interesse em estudar e se aprimorar, procurando sempre oferecer o
melhor a Deus, e ser exemplo.

O líder do Grupo compromete-se em dar apoio e orientação aos participantes


trazendo aulas teóricas, práticas e oficinas para o crescimento espiritual e técnico do
ministro de dança.

Perfil do Ministro

As pessoas que tem o desejo de ingressar ao ministério ................. precisam ter em


mente que elas irão ministrar sobre a vida de outras pessoas e sendo assim,
precisam ter algo para oferecer. Precisam ser cheias do Espírito Santo e buscar a
santidade constantemente, ser exemplo em caráter cristão, ter um bom testemunho
e estudar a palavra de Deus.

Em 1 Timóteo 3: 1-13 temos o perfil do ministro segundo a vontade de Deus, leia


com atenção.

Deveres do líder e do ministro

1- Ser membro ativo da igreja....................................., participando da EBD, Cultos


aos domingo a noite, eventos da igreja em geral, salvo por motivo de trabalho, saúde
ou pré-avisos e autorizados pelo líder do Ministério.

2- Ser batizado nas águas em igreja evangélica.

3- Ter vida devocional e de bom testemunho.

4- Respeitar a escala de ministração no louvor quando solicitado.

5- Estar em Comunhão com a Igreja participando regularmente da Santa Ceia.

6- Ser Dízimista e ou Ofertante.

7- Ser pontual aos ensaios, não sendo permitido faltas ou atrasos. Se eventualmente,
houver algum motivo em que o participante tenha que faltar, casos de extrema
necessidade, avisar com antecedência á liderança.

8- Ter disposição para desenvolver o talento através das aulas técnicas aos sábados e
49

nos ensaios aos domingos.

9- Zelar pela comunhão e pelo bom relacionamento entre os integrantes do


ministério, tratando das diferenças com respeito, e se caso houver qualquer
desentendimento com integrantes ou até mesmo com membros da igreja, procurar
consertar o mais rápido possível. Havendo dificuldades, procurar a líder do
Ministério para que possa lhe ajudar com orações, pois entendemos que é muito
importante para o nosso crescimento espiritual o bom relacionamento e a plena
comunhão com os irmãos.

10- Estar em plena comunhão com Deus, e se houver qualquer tipo de problemas
pessoais que possam estar atrapalhando seu relacionamento com Deus e com o
Ministério, procurar aconselhamento com o líder para que possa te ajudar e a unção
de Deus possa fluir através de você.

11- Todo candidato que almeja fazer parte do Ministério .............................. passará
por um estágio de avaliação que durará três meses, no qual será observado seu
comportamento na igreja, sua conduta, sua dedicação e seu compromisso com a
Obra de Deus.

Figurinos

Todos os figurinos serão produzidos com recursos pessoais de cada ministro ou


recurso de cantina, os figurinos deverão ser doados em forma de oferta para a igreja,
sendo assim se o ministro sair, seus figurinos permanecerão para serem usados por
novos ministros.

Cada ministro cuidará do seu figurino levando o mesmo para casa para lavar após
usá-lo e depois irá devolve-lo no domingo seguinte ao armário da dança.

Eu li e concordo com os termos declarados acima:

Ministro:

Assinatura:___________________________________________________________

Nome:_______________________________________________________________

Rg:_______________________________Cpf:________________________________
50

Responsável se menor

Assinatura:___________________________________________________________

Nome:_______________________________________________________________

Rg:_______________________________Cpf:________________________________

O desejo do meu coração é que esse conteúdo tenha edificado sua vida e
ministério, tenha agregado um maior conhecimento a respeito da dança no contexto
cristão e aberto a sua visão espiritual referente a essa linda linguagem corporal, a
nossa dança.
Luciana Rios / Lu Vidança
51

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