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Ribeiro
VINHA Editora
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
2012
A Criança é Membro do Corpo
Categoria: Religião / Educação Infantil / Bíblia
Como Deus vê
as crianças
P
or que devemos investir em
crianças? Essa foi a pergunta que
fiz a Deus há alguns anos, quando
Ele me entregou um ministério com
crianças. Eu não compreendia a relevância des-
se chamado, mas a motivação do meu coração
era correta ao perguntar, porque eu queria
obedecer e não apenas questionar. Deus é tão
amoroso e gentil, que falou comigo todas as
vezes em que perguntei a respeito de coisas
que eu não sabia e que não estavam escritas
nos livros.
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deste livro, e espero que, assim como elas foram suficientes para
me levar a obedecer a Deus e permanecer firme nesse chamado,
também possam ser suficientes para você.
Acredito que esta ainda seja uma pergunta que está presente
na mente de muitos irmãos na igreja, inclusive pais e pastores.
Mas, perguntar por que a igreja deve investir nas crianças é o mes-
mo que perguntar por que os pais devem investir em seus filhos.
Assim, creio que, embora as crianças na igreja não sejam nossos
filhos naturais, devemos investir nelas como se fossem. Contudo,
isso só é possível quando as enxergamos como Deus as vê.
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é importante para Deus, também é importante para nós. Certa
vez, durante o período em que eu estava fazendo seminário, um
pastor entrou na sala para começar a ministrar sobre 2 Coríntios,
mas disse que leu o livro e não achou nada interessante, por isso,
decidiu voltar a estudar 1 Coríntios. Aquilo me deixou cismada,
pois pensei: “Bem, se está na Bíblia, é porque deve ter algo im-
portante lá”. Como não estudamos o livro, depois que terminei o
seminário, fui ler e estudar 2 Coríntios, e descobri a preciosidade
dele ao me deparar com o caráter de Paulo, e Deus falou muito
comigo através desse estudo.
Nesse episódio, Deus viu algo nas crianças que ninguém havia
visto. Ele viu um louvor perfeito! Algum dia, Deus já fez alguma
declaração desse tipo sobre algo que você tenha feito? Ou sobre
tantos homens e mulheres descritos na Bíblia? Mas, ele o fez em
relação ao louvor dessas crianças. Portanto, se você nunca rece-
beu tal elogio da boca de Deus, certamente é porque você tem
algo a aprender com elas.
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c) Jesus também usou uma criança como modelo
para alguém entrar no reino dos céus.
E ele fez isso exatamente para seus discípulos, os futuros pas-
tores da igreja. Em Mateus 18, Jesus pergunta aos discípulos quem
eles achavam que era o maior no reino de Deus, e para respon-
der a essa pergunta, Jesus toma uma criança e a coloca no meio
deles. Veja, ele coloca a criança no meio, um lugar de evidência,
para que não tivessem dúvida do modelo apresentado por Ele.
Isso não é confrontador?
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Primeira parte
Devemos investir
nas crianças
porque...
Capítulo 1
Deus trabalha
de geração
em geração
A
primeira razão pela qual deve-
mos investir em crianças é por-
que Deus trabalha de geração
em geração.
Você deve conhecer a corrida de quatro por cem no atletismo.
Ela ilustra bem o que estamos falando. Nessa modalidade, quatro
atletas devem correr 100 metros cada um para completar o total
de 400 metros, e passar um bastão para o colega de equipe ao
terminar sua parte do percurso. O critério para ser vencedor não
é apenas a velocidade, mas chegar com o bastão, o que torna a
passagem do bastão crucial na corrida. Todos os atletas devem se
concentrar na passagem do bastão, porque toda a prova depen-
de desse momento. Para garantir que a passagem aconteça com
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segurança, os atletas devem chegar o mais perto possível do atle-
ta à sua frente. Uma vez que todos completem o percurso mais
rápido e cheguem com o bastão, o pódio está garantido. Porém,
o pódio não é apenas daquele que chegou com o bastão, mas de
todos os que correram.
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libertar Seu povo da escravidão do Egito. É interessante a forma
como Deus se apresenta a ele, como o Deus de gerações:
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para ir e pregar o Evangelho a “toda criatura”, ou seja, todo ser
humano, incluindo crianças. Deus quer que todos sejam salvos.
O diabo está escravizando milhares de pessoas, e a igreja é a res-
posta para elas. Deus nos envia ao mundo para levar libertação
aos cativos, assim como Moisés foi enviado para libertar o povo
de Deus no Egito.
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Moisés entendeu que as crianças estavam incluídas no plano
de salvação de Deus para seu povo. Hoje, a salvação de Deus está
à disposição de todo aquele que crê em Jesus como seu Senhor
e Salvador. As crianças creem, por isso podem ser salvas, porque
a salvação é pela fé.
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Negociamos quando achamos que trabalhar com crianças na
igreja é só entretenimento e colocamos qualquer pessoa para
distraí-las. O diabo não se importa que a igreja tenha trabalho com
crianças, contanto que seja para brincar com elas. É o mesmo que
Faraó propôs, pois é como se ele dissesse: “Deixe as crianças aqui.
Elas vão se distrair enquanto vocês vão adorar seu Deus”.
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Essa responsabilidade é nossa, pastores, pais e líderes aos quais
Deus tem confiado as crianças.
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não negociou. Se pensarmos em trabalho, nunca teremos filhos,
muito menos filhos espirituais.
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de pais e filhos, porque ele sabia que aquelas crianças não teriam
chance alguma se continuassem debaixo do domínio de Faraó, por
isso ele achou que valia a pena todo aquele trabalho.
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incredulidade, pereceram no deserto. Veja, aquela geração de
adultos não entrou na terra prometida:
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futuro à nossa frente que nós não vemos, mas Deus vê. Se Ele nos
manda hoje investir nas crianças, é porque Ele tem preparado um
propósito certo para elas.
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Capítulo 2
A criança é
membro do
Corpo
A
segunda razão pela qual deve-
mos investir nas crianças é porque
a criança é membro do Corpo.
Bem, o que faz de alguém membro do Cor-
po de Cristo? Certamente não é uma ficha de membro,
não é seu grau de escolaridade, nem mesmo sua ida-
de. O único requisito que encontramos na Bíblia que
torna alguém membro do Corpo é o novo nascimento.
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Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de
serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu
nome. (Jo 1.12)
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um olho pode comprometer em muito o equilíbrio de todo o cor-
po. Portanto, quando um membro não é devidamente cuidado,
talvez o corpo não perceba instantaneamente, mas a cabeça per-
cebe, e logo envia mensagens (sintomas) para que o corpo possa
reagir. O mesmo acontece na igreja: quando as crianças não são
reconhecidas como membros que precisam de cuidado, Jesus, o
cabeça, percebe, e logo todo o Corpo sofrerá com isso. Portanto,
independentemente do tamanho dos membros, todos são impor-
tantes para Deus e para o Corpo.
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E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome,
a mim me recebe. (Mt 18.5)
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Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos. (Mt 18.10)
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Creio que a razão por que muitos filhos saem da comunhão da
Igreja está baseada em dois aspectos: nunca nasceram de novo, ou
não se sentem parte do corpo. Há vários motivos para uma pessoa
se sentir assim, mas isso é um fato. Eu tive essa experiência – cresci
na igreja, sempre desejei estar na igreja, mas, algumas vezes, não
me sentia parte dela, porque não me sentia aceita pelas pessoas.
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coração, mas a igreja via apenas minha aparência. Quantos jovens,
hoje, estão em situação semelhante à que eu estava! Eles querem
Deus, mas a igreja não os acolhe, apenas impõe condições.
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Capítulo 3
Formar uma
geração
vencedora
A
terceira razão pela qual a igreja
deve investir em crianças é por-
que estamos edificando uma igre-
ja de vencedores. Essa é nossa visão.
Esse é o propósito para o qual Deus nos chamou, seja
como pastores, pais ou líderes, todos edificam com
o mesmo propósito.
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Podemos observar como, em momentos cruciais da história,
Deus decidiu realizar seus propósitos começando com crianças.
Desde a criação, era a intenção de Deus que Adão tivesse filhos à
imagem e semelhança de Deus, e Ele planejou que esse processo
de reprodução começasse na infância. Deus não mudou os planos
desde então.
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a) Uma geração semeia a geração seguinte.
Deus começa a agir em uma geração, agindo na geração ante-
rior a ela. Aquela geração que pereceu no deserto por increduli-
dade não foi uma exceção nesse processo. Deus começou a agir
através dos pais de Moisés, que o protegeram desde pequeno.
Depois, através de Moisés, que foi um intercessor em sua geração,
até que a geração seguinte entrasse e tomasse posse da terra.
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crianças, não seremos uma ameaça ao inferno. Nós só temos tido
êxito no ministério com crianças em Goiânia porque foi estabele-
cida uma liderança séria e comprometida, na qual as esposas de
pastores assumiram a frente, juntamente com as demais esposas
de líderes e, juntas, demos um basta ao inferno; em nossas crian-
ças, o inimigo não toca!
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despertar o desejo de estudar, de ter uma profissão, de ser um
cidadão que produza e contribua para o crescimento de seu país.
E no reino de Deus não é diferente. Se quisermos edificar uma igre-
ja de vencedores, temos que investir no ministério com crianças,
pois muitos adultos praticarão apenas cinquenta por cento dessa
visão, porque já trazem dentro de si uma mentalidade doentia, às
vezes legalista, clerical e com muitos outros “vírus”. Mas as crian-
ças, ao receberem a visão desde pequenas, têm mais chances de
praticar cem por cento dela.
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Na verdade, o que Deus havia dado a Rebeca era mais do que
uma palavra – Ele havia lhe dado a responsabilidade de formar o
herdeiro da promessa. E o mesmo acontece hoje: Deus nos chama
para preparar herdeiros espirituais. Mas, formar uma mentalidade
é um processo que leva tempo, certamente um período que dura
toda a infância. Portanto, se a igreja deixar para investir nessa ge-
ração após os doze anos de idade, a mentalidade já estará forma-
da, a forma de pensar já terá sido estabelecida.
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Onde mais eu poderia ouvir isso? Em que livro estava escrito,
que eu nunca li? Por que ninguém jamais me falou sobre isso? A
igreja precisa acordar! Deus nos chamou para edificar uma igreja
de vencedores, onde cada membro é um ministro, um sacerdote,
um líder na casa de Deus. E isso deve começar na infância.
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Segunda parte
A criança na
vida da igreja
Capítulo 4
O pastor da
centésima
ovelha
P
orque o Filho do Homem veio salvar
o que estava perdido. Que vos parece?
Se um homem tiver cem ovelhas, e uma delas se
extraviar, não deixará ele nos montes as noventa
e nove, indo procurar a que se extraviou? E, se porventura a
encontra, em verdade vos digo que maior prazer sentirá por
causa desta do que pelas noventa e nove que não se extra-
viaram. Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste
que pereça um só destes pequeninos. (Mt 18.11-14)
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no reino de Deus, e logo coloca uma criança no meio deles e passa
a ensinar sobre o reino.
Jesus não estava falando para as crianças, mas sobre elas. Por-
tanto, a ênfase dessa parábola está no pastor. Ele começa a pa-
rábola dizendo que o Filho do homem veio para buscar e salvar o
que estava perdido. Por um lado, Jesus se coloca como o modelo
de pastor, por outro lado, ele está afirmando que as crianças estão
entre os perdidos e que ele veio também para salvá-las. Quando
Ele diz “...assim pois”, está dizendo: faça da mesma maneira!
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A visão que aquele pastor tinha dos fatos foi determinante
para sua atitude. Ele sabia que a centésima ovelha era sua, assim
como a responsabilidade de cuidar dela e também de buscá-la de
volta; ele sabia que o prazer de tê-la no rebanho seria dele, e que
os lucros que ela renderia também seriam dele. É assim que Jesus
descreve a atitude daquele pastor.
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Este é um ponto interessante: muitos pastores não sabem
quantas crianças há em sua igreja porque não contam. Como elas
não são membros, não são contadas. É aceitável esse argumento,
mas não está totalmente correto, pois as crianças fazem parte do
rebanho que Deus confiou ao pastor. Portanto, cada pastor de-
veria contar até cem e não apenas até noventa e nove. Não estou
sugerindo incluir as crianças na contagem dos membros, apenas
contá-las, porque são ovelhas como as outras. O fato de não sa-
ber quantas crianças há na igreja demonstra que o pastor não as
vê como seu rebanho. Mas, qual pai não sabe quantos filhos tem,
ou se esquece de incluir o caçula na família?
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2. Incluir as crianças na vida normal da igreja.
É importante incluir as crianças na vida da igreja, para que elas
não se desviem. A verdade dessa parábola é que a ovelha perten-
cia àquele rebanho, ou seja, ela não era estranha. Por isso, creio
que antes de irmos atrás dos perdidos, temos que cuidar daqueles
que já estão no nosso meio. Na parábola, a responsabilidade de
cuidar da ovelha era do pastor, e se ela se desviou foi porque ele
não cuidou devidamente do que era seu.
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Não gosto de falar sobre esse assunto enfocando o ponto de
vista dos pais negligentes, que certamente existem, pois isso acaba
gerando acusação naqueles que não foram negligentes e, ainda
assim, tiveram filhos que se desviaram. Abel e Caim eram filhos
dos mesmos pais e receberam as mesmas instruções, mas um foi
aprovado por Deus e o outro não. Assim também foi com Jacó e
Esaú, e tantos outros. Como não sabemos as escolhas que nossos
filhos farão, temos que fazer nossa parte como pais e pastores e
ensinar o caminho a eles desde pequenos.
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equipe de louvor para o culto dos adultos, estender isso para as
crianças também. Assim, elas participarão da vida normal da igreja.
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na célula, mesmo não tendo ninguém convertido em sua família.
Assim que ela completou 13 anos, foi atropelada numa rodovia e
morreu. Porém, por causa de uma célula, o destino eterno dessa
garota foi completamente alterado. Assim como ela, existem mi-
lhares de outras crianças esperando ser encontradas. Elas depen-
dem completamente da igreja.
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3. Inconformismo com a perda.
O inconformismo é uma atitude de alguém que quer virar o
jogo, que não entrega os pontos. A razão da falta de ministérios
grandes e fortes com crianças nas igrejas locais é que muitos pas-
tores são conformados. Mas, Deus é inconformado! Ele não se
conforma com a perda de nem um filho sequer, como o pastor da
parábola, cujo inconformismo é percebido no momento em que
ele decide ir buscar sua ovelha de volta. Hoje, seu inconformismo
se traduz em sua decisão em ir atrás e reverter o prejuízo, em não
aceitar a falta de resultados, em não conviver com a falta de reali-
dade espiritual. É preciso avaliar os fatos: Deus está movendo no
meio das crianças? Como? Onde?
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caminho de volta. Ela estava perdida! Você já ficou perdido algu-
ma vez, sem saber que direção tomar? Se isso já é difícil para um
adulto, imagine para uma criança?
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e, a menos que os pastores das igrejas se posicionem e invistam
na evangelização de crianças de maneira séria, eles perecerão.
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lazer, não é brinquedoteca, é um lugar para adorarmos ao Senhor. As
crianças precisam associar culto com reverência, adoração, oração
e ensino da Palavra. Assim, elas crescerão aprendendo a discernir o
que é igreja. É preciso investir em uma estrutura que permita focar e
trabalhar onde Deus está movendo. Vinho novo exige odres novos.
a) Não delegar.
Na igreja, nós pastores temos que pôr em prática o princípio
de delegar, mas é bom esclarecer o que podemos ou não delegar.
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Autoridade se delega, mas responsabilidade não. Os pais podem
delegar autoridade para alguém cuidar de seus filhos, mas, no final,
a responsabilidade é deles. Na igreja, o pastor delega autoridade
para outros pastores e líderes cuidarem do rebanho, mas, no fi-
nal, a responsabilidade do rebanho é dele. O pastor da parábola
não delegou a outro a responsabilidade de ir atrás da ovelha; ao
contrário, ele mesmo foi procurá-la.
O que o pastor poderia ter feito, mas não fez? Ele poderia ape-
nas ter gritado e chamado pela ovelha, para ver se, lá de longe,
ela ouviria. Ele também poderia ter culpado alguém pela perda.
Quem sabe, ter feito uma oração para que Deus fizesse um mila-
gre e ela aparecesse? Ou talvez ter tido uma atitude “espiritual”
de entregá-la nas mãos de Deus e ir embora com as outras; ou
ainda, simplesmente chorar a perda da ovelha. Mas, ele não fez
nada disso. O pastor fez o que tinha que ser feito: foi procurá-la.
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que nos mostra que elas estavam sempre por perto para ouvi-lo falar
– não porque eram obrigadas, mas porque ele as atraía para perto.
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elas permaneceriam lá até que ele voltasse. Essas são caracterís-
ticas dos adultos: aqueles que já têm vida própria, sabem seguir
orientações do pastor e não precisam ser conduzidos como crian-
ças. E esse grupo inclui as mulheres.
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deixar as noventa e nove e decidir ir atrás da que se perdeu, pois
ela não conseguiria encontrar o rebanho sozinho.
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você me chama”. Ela não entendeu, mas eu precisava exatamen-
te de pessoas para me ajudar a organizar. Outras vezes, me per-
guntavam por que eu não largava esse “abacaxi” e passava para
outro. É em momentos assim que muitos desistem de procurar e
abrem mão dos frutos.
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Prazer significa alegria, mas também sucesso. O sucesso se
traduz em alegria. O pastor é o primeiro a se alegrar, pois ele é
também o primeiro a investir. O ministério com crianças tem sido
motivo de alegria para muitos, pois famílias inteiras têm sido al-
cançadas através das crianças. Pais, familiares, amigos... Muitos
desses são, hoje, líderes, discipuladores, e até pastores, alcança-
dos através das células de crianças.
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de crianças”, todos nós ficamos surpresos. Quem imaginava que
daria nisso? Mas, aquilo que o homem não viu, Deus viu.
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Capítulo 5
O coração
do pai
A
proximavam-se de Jesus todos os
publicanos e pecadores para o
ouvir. E murmuravam os fariseus e os es-
cribas, dizendo: Este recebe pecadores e
come com eles. Então, lhes propôs Jesus esta parábola:
O coração do pai
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trata-me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-
-se, foi para seu pai.
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é a mais preciosa de nossa vida, pois, somente depois de tê-la é
que podemos nos relacionar com Deus como nosso pai. A maneira
como nós O vemos define a maneira como vamos nos relacionar
com Ele, e também como vamos expressá-lo.
Creio que o alvo de Deus não é apenas nos levar a nos relacio-
narmos com Ele como pai, mas também nos usar para revelar a
outros Seu coração. À medida que nos relacionamos com Deus,
desenvolvemos esse coração paternal em relação a nossos filhos
espirituais. Isso não é algo que se aprende em um manual, mas no
relacionamento pessoal com o Pai.
O coração do pai
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filhos como seus discípulos, e exercer o papel de discipuladores.
Isso é o que Deus chama de converter o coração dos pais aos fi-
lhos e o dos filhos aos pais.
Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato
de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
(Rm 5.8)
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Há alguns aspectos importantes que nos mostram como Jesus
demonstrou o amor do Pai, ou seja, a maneira como Ele se rela-
ciona com Seus filhos.
O coração do pai
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somente depois preparar o material e o ambiente para receber as
crianças. Se um líder chega apenas na hora de receber as crianças,
é dispensado da escala, porque acreditamos que quem não ora
não pode ministrar.
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a restituição. Lidamos com as pessoas de maneiras diferentes, de
acordo com o tipo de relacionamento que temos.
O coração do pai
69
Aluízio pela primeira vez depois que tivemos nossas filhas. Elas fi-
caram com minha mãe, mas assim que cheguei lá, liguei para casa
e, depois de desligar o telefone, eu chorei, e só não voltei porque
ele não deixou. Que sentimento é esse que nos leva a agir assim
em relação aos filhos? Uma pequena separação deles gera uma
enorme sensação de perda.
Imagine o que aquele pai sentiu! Ele não tinha outra escolha
a não ser esperar, porque ele amava o filho. Quantos de nós já
perderam seu filho por alguns instantes e quase entraram em de-
sespero? Dificilmente ficaríamos conformados. Aquele pai não se
conformou com a perda do filho, e mantinha os olhos na estrada.
Até que, um dia, o pai o avistou. Antes mesmo que o filho enxer-
gasse o pai, ele o avistou:
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de pais. E, como o pai se compadeceu? Ele correu ao encontro do
filho. É a compaixão que nos move no ministério com crianças.
O coração do pai
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limpo, pois não dependo e nunca dependi da opinião das pessoas
para obedecer a Deus e trabalhar com crianças.
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A nobreza do pai reconquistou o coração do filho. As crianças
não têm, aparentemente, nada que justifique o investimento que
fazemos nelas; elas são indignas porque não fazem nada para
merecer, e também não podem retribuir. É um investimento de
amor. Mas quando agimos assim com elas, nós as conquistamos
para Deus.
O filho confiava na bondade do pai, pois ele sabia que o pai era
bom até com os empregados. Mas, ele não sabia nada sobre graça.
Ele esperava ser recebido como empregado, jamais com festa. Suas
palavras diante de seu pai revelam o que estava em seu coração:
“... não sou digno de ser chamado seu filho...” Mas, antes que ele
terminasse, o pai definiu como ele seria tratado:
O coração do pai
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O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor
roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos
pés; trazei também e matai o novilho cevado... (Lc 15.22,23)
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A salvação é expressão da graça de Deus por nós, mas, realizar
sua obra também é. Muitos veem a liderança na igreja como uma
obrigação, alguns até como fardo, porque não discernem o que é
a graça. Vejamos como Paulo enxergava a graça de Deus:
O coração do pai
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Deus aquilo que é fruto de dependência dEle, aquela obra que
Deus mesmo realiza através de nós. Liderar é graça de Deus a nós,
mas temos que enxergar a liderança do ponto de vista de Deus.
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boa, a terra mais fértil, ou seja, o coração que crê e recebe a Pa-
lavra com mais facilidade. Portanto, não despreze seu chamado,
porque ele é expressão da graça de Deus para com você.
O coração do pai
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Pai para ligar e desligar na terra e no céu. Jesus queria fazer deles
herdeiros de Sua unção.
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restituiu como seu herdeiro. Certa vez, uma criança olhou para
uma das pastoras e disse assim: “Você é tão diferente! Quando
você fala, parece que a gente é seu filho!”. Certamente, essa
criança se sentiu como filha, porque ela foi tratada como tal.
Como é bom quando as crianças nos veem assim, pois nosso
chamado é para expressar Deus a elas!
O coração do pai
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bem, seus filhos também comerão, se ele tiver boas roupas, seus
filhos também se vestirão bem. Mas, sendo eles seus filhos, seria
estranho se esse pai os privasse de usufruir de tudo isso.
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Quem não honra o Filho não honra o Pai. (Jo 5.23)
O coração do pai
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o novilho cevado, que era usado apenas em ocasiões especiais,
e deu uma festa, o que também se faz em ocasiões assim. Tudo
para honrar o filho.
O filho pródigo não esperava ser honrado, ele só queria era ser
aceito. Quando nós fazemos o melhor para oferecer às crianças,
estamos lhes dizendo que elas são aceitas, amadas, e fazem par-
te da família. Existe algo melhor do que saber que somos aceitos
por Deus? E mais ainda, saber que, como herdeiros, temos tudo de
Deus? O pai honrou aquele filho não apenas lhe dando o melhor,
mas dando tudo o que tinha.
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propósito; tendo o cuidado de não ficarmos deslumbrados com
tudo o que Deus tem nos dado e nos esquecermos de prepará-las
como herdeiras, aquelas que continuarão depois de nós. De nada
adiantará termos uma herança se não tivermos os herdeiros. É por
isso que temos de liderá-las com esse propósito.
O coração do pai
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Capítulo 6
Os princípios
da visão no
ministério com
crianças
P
ortanto, vede prudentemente como
andais, não como néscios, e sim
como sábios, remindo o tempo, por-
que os dias são maus. Por esta razão, não
vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a
vontade do Senhor. (Ef 5.15-17)
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A visão é o propósito que queremos alcançar. Ela define nossa
prática, nossa maneira de ver e de ser igreja. Quando afirmamos
que nossa visão é edificar uma igreja de vencedores, onde cada
crente é um ministro, estamos declarando que cremos que cada
crente deve exercer seu sacerdócio e funcionar como membro
dentro do corpo.
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a) Falta de liderança.
A razão de não termos ministérios bem estruturados com
crianças é que não há uma liderança espiritual à frente. A falta de
liderança determina a falta de propósito. Por exemplo, se os pais
querem que seus filhos cresçam bem educados, eles mesmos pre-
cisam investir na educação dos filhos, não delegar isso a outros. Se
quisermos ver frutos no ministério com crianças, precisamos ter à
frente dele uma liderança com visão, e não delegar a pessoas que
não a têm. O ministério com crianças na igreja precisa ter à frente
um pastor que discirna a visão da igreja e leve essa visão às crianças.
b) Negociar a visão.
A visão que temos recebido não é fruto de um modismo, nem
do capricho pessoal de um pastor. Dou graças a Deus porque, an-
tes desse mover de células, nós já éramos uma igreja em células.
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cresçam sabendo que o propósito dEle para elas é serem sacer-
dotes. Isso é lindo! Para cumprirmos a visão de Deus como igreja,
temos que falar a mesma coisa para crianças, jovens e adultos, pois
a visão é uma só para todos. O pastor do ministério com crianças
não tem que escolher uma visão ou uma direção a seguir, ele tem
apenas que seguir a mesma visão da igreja.
c) Desviar-se do propósito.
Nós nos desviamos do propósito quando perdemos a visão
daquilo que estamos fazendo e ficamos apenas com a estrutura,
a organização, mas sem a essência, que é a vida de Deus. Temos
salas, brinquedos e até células, mas as crianças não têm experiên-
cia com Deus, não são alimentadas com a Palavra e não dão frutos,
e a liderança pensa que tem um ministério.
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Muitas coisas podem nos desviar do propósito: um programa
de televisão, a gravação de CDs, teatro, dança etc. Podemos fazer
todas essas coisas dentro do ministério, mas elas não podem nos
desviar do propósito, que é edificar as crianças na vida normal da
igreja. Por isso, sempre ajustamos o foco da liderança para manter
os olhos nos discípulos e no rebanho.
d) Falta de oração.
Todo ministério é edificado com oração, e o ministério com
crianças não é diferente. Os pastores de crianças devem ser pesso-
as que oram e que formam líderes que oram também. No mundo
espiritual, tudo é gerado através da oração. No livro do profeta
Ezequiel, Deus diz: “Busquei entre eles um homem que ... se colo-
casse na brecha a favor dessa terra [a favor da salvação das crianças]
... mas a ninguém achei! (Ez.22.30).
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absolutos. Contudo, o fato de os métodos serem relativos não
significa que podemos fazer o que quisermos, pois tanto os prin-
cípios quanto os métodos são dados por Deus.
É preciso ter cuidado com o método. Primeiro, ele deve ser dado
por Deus, e não ser fruto da criatividade humana. Precisamos ape-
nas ter a revelação dele. Deus nos dá os princípios e nos mostra
como aplicá-los, ou seja, o método certo para fazer Sua obra. Por
exemplo: “Ide e fazei discípulos” é o princípio; “ensinando-os” é
o método. Um de nossos princípios é fazer das crianças discípulas
de Cristo. O método é o Encontro.
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1. O centro do coração de Deus é ter filhos
semelhantes a Jesus.
Deus quer que ganhemos as crianças para Cristo.
...para serem conformes a imagem de seu Filho, a fim de que
seja o primogênito entre muitos. (Rm 8.29)
91
No episódio da transfiguração de Jesus, registrado em Mateus
17.1-5, Pedro teve uma ideia brilhante, mas a voz de Deus apenas
disse: “...a ele ouvi!”. Ministérios reconhecidos servem de referên-
cia apenas na medida em que ilustram Jesus como modelo, não
como referência absoluta. Portanto, não tente imitar o que outros
estão fazendo, mas que não tenha base bíblica. Jesus e Sua Palavra
devem ser pregados, esse é o alvo do ministério.
92
São mais ensináveis. São mais abertas a ouvir;
São mais sensíveis a Deus. Elas creem na Palavra com
mais facilidade;
São imitadoras por natureza. Elas aprendem por imitação.
Um menino de seis anos, filho de um de nossos pastores, disse as-
sim: “Quando eu crescer, vou ser igual aos meu pais; eu vou ser pas-
tor e vou empurrar minha pasta de rodinha com meu computador!”.
93
Porém, a grande revelação não é a graça da salvação, e sim
que não existe graça maior do que poder realizar algo que Deus
queira receber. Nossa maior graça é sermos chamados coopera-
dores de Deus.
94
As crianças são ensinadas e treinadas na célula e nos cultos
para se tornarem discípulas de Cristo. Elas aprendem a orar, a ler
e declarar a Palavra, a louvar e adorar a Deus, a ofertar, a teste-
munhar. Tudo isso pode ser ensinado na infância; não devemos
esperar que cresçam.
95
discípulos de Cristo. A Bíblia diz que toda obra será avaliada
de acordo com a Palavra. Por isso, vamos avaliar hoje, en-
quanto há tempo de mudar os resultados. É bom lembrar
que as qualificações para ser um pastor são os frutos!
96
Para que as crianças cresçam conhecendo o que é igreja;
Para que possam se multiplicar juntos.
A visão é simples e a prática também deve ser, pois a simpli-
cidade estimula a multiplicação. Até as crianças podem conhecer
e praticar.
97
Capítulo 7
A criança na
vida da igreja
O
certo é que há muitos mem-
bros, mas um só corpo (1Co
12.20). Para ilustrar a união entre
Cristo e a Igreja, Deus compara a
Igreja com um corpo. No capítulo 12 de 1 Coríntios,
vemos a descrição do funcionamento do corpo atra-
vés da versatilidade dos membros, o que contribui
para a saúde de todo o corpo.
99
1. Evangelizando
Pregando o novo nascimento para que a criança receba a vida
de Deus em seu espírito.
Todo ser humano nasce com espírito, alma e corpo (1Ts 5.23),
e a função do espírito é ter contato com Deus. Esse contato acon-
tece a partir do momento em que a pessoa recebe a vida de Deus
em seu espírito, o que a Bíblia chama de “novo nascimento”. O
novo nascimento é resultado de uma escolha pessoal pela pessoa
de Jesus Cristo.
100
Alguns acreditam que toda criança é salva pelo simples fato
de ser criança. Mas a Bíblia afirma que todos nascem pecadores e
precisam nascer de novo: “pois todos pecaram e carecem da glória
de Deus” (Rm 3.23). Se o simples fato de ser uma criança a tornas-
se salva, Deus poderia salvar todos permitindo que morressem na
infância, pois Ele mesmo afirma que Sua vontade é que todos se
salvem: “o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem
ao pleno conhecimento da verdade” (1Tm 2.4).
Creio que, aos doze anos, a criança pode ter convicção de novo
nascimento. Com essa idade, Jesus tinha convicção de que era o
Filho de Deus. Portanto, se Jesus é padrão para nós em todos os
aspectos de sua vida, porque não seria também em relação à sua
infância? Por isso, o melhor é que as crianças sejam evangelizadas
durante toda a sua infância, pois elas têm necessidade de ouvir o
Plano de Salvação várias vezes para que possam entender e ter
convicção de seu novo nascimento.
101
recebam. Assim, todos se tornam membros do corpo através do
novo nascimento, inclusive as crianças.
2. Investindo
Reconhecendo o valor e a função da criança como membro.
102
do olho é ver, a do ouvido é ouvir e a da boca é falar. Todos são
importantes porque são necessários.
3. Envolvendo
Motivando-as a participar da vida da igreja.
103
O alvo desse relacionamento é envolver as crianças na vida da
igreja para que cresçam e tenham consciência de que fazem parte
dela. À medida que as crianças são envolvidas nos cultos, nas ativi-
dades e na vida da igreja de maneira geral, elas vão se conscienti-
zando de que fazem parte do Corpo. Essa consciência é poderosa,
e merece ser vista de maneira mais aprofundada.
104
Mas aqueles que têm a vida de Deus são diferentes, eles se
importam com os outros. É a vida de Deus que percorre através
dos membros que nos faz um só Corpo. As crianças, embora não
sejam contadas como membros, muitas vezes de fato são, porque
podem nascer de novo e perceber o toque de Deus em sua vida.
105
Veja, ninguém me disse que eu estava errada, ninguém viu, mas o
Espírito Santo estava me ensinando a ser guiada por Ele.
O envolvimento das crianças por parte dos pais, dos líderes e dos
pastores faz toda a diferença para que elas cresçam conscientes de
que são membros do Corpo. Por isso é tão importante investir nas
crianças, pois a infância é o tempo certo de aprender o que é ser
Igreja. E creio que as crianças saberão o que é isso quando nos virem
106
vivendo a vida da igreja. Assim, quando adultas, elas não precisa-
rão fazer um seminário para descobrir, pois já crescerão sabendo.
4. Treinando
Treinando-as a funcionar como membros.
Embora façam parte do corpo, muitos membros precisam ser
treinados antes de funcionar apropriadamente. Quando nasce, um
bebê não consegue abrir bem os olhos, mas isso não significa que
ele tenha algum problema. Na verdade, seus olhos são perfeitos,
apenas ainda não funcionam perfeitamente.
Assim também são as pernas, que têm a função de andar. Elas
são perfeitas, mas ainda não funcionam perfeitamente. Do mesmo
modo a boca, que tem todo o potencial de falar, mas ainda não
o faz. Isso mostra que, antes de exercer sua função no corpo, os
membros precisam aprender a funcionar. Esse é um processo que
demanda tempo, mas é importante e necessário.
O mesmo acontece com as crianças na igreja. Elas podem nascer
de novo, ter valor e função como membros, podem e devem ser
evolvidas na vida da igreja, mas ainda não funcionam devidamente.
As crianças precisam ser treinadas para desenvolver seu potencial.
Por isso o ministério com crianças na igreja é tão importante.
A ênfase num ensino bíblico eficaz e o treinamento desses mem-
bros fará com que cada um desenvolva seu potencial e aprenda a
funcionar como membro do corpo. Precisamos ensinar as crian-
ças a orar, louvar, ofertar, evangelizar, pregar e declarar a Palavra
umas às outras. Tudo isso faz parte de um treinamento que fará
com que desenvolvam sua fé e treinem seu espírito.
107
Não basta ter apenas um trabalho com crianças. É preciso ter
investimento com propósito, ensino e treinamento eficaz. Quan-
do a igreja ignora esse potencial das crianças, perdemos a melhor
fase para treinar nossos membros.
108
Capítulo 8
Os sinais do
mover de Deus
no meio
das crianças
N
arrai isto a vossos filhos, e vossos
filhos o façam a seus filhos, e os
filhos destes, à outra geração. Eis
que vos envio o cereal, e o vinho, e o óleo, e
deles sereis fartos, e vos não entregarei mais ao opróbrio
entre as nações. [...] E acontecerá, depois, que derramarei o
meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas
profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão
visões; (Jl 1.3; 2.19,28)
109
Cristo e não apenas uma parte dele. A profecia de Joel é direcio-
nada aos filhos, jovens e velhos. Além disso, o livro começa ins-
truindo a falar a promessa de Deus para os filhos, e os filhos dos
filhos, e estes às suas gerações.
1. O cereal – a Palavra
“...Eis que vos envio o cereal.” O cereal é um alimento, e vemos
que o mover de Deus descrito em Joel é caracterizado pela abun-
dância de cereal.
110
O maná é simbólico, assim como o cereal citado na profecia de
Joel, pois ambos simbolizam a Palavra de Deus que alimenta nosso
espírito. Portanto, quando Deus se move na igreja, há abundância
de alimento espiritual, isto é, da Palavra. Um dos sinais do mover
de Deus em nossos dias é a revelação da Palavra. Temos experi-
mentado de manjares celestiais, pois a Palavra tem sido liberada a
nós com revelação. Creio que isso é o começo do mover de Deus
porque, quando a Palavra é liberada, Deus tem liberdade para agir
em nosso meio, pois Ele e Sua Palavra são um.
...as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.
[...] Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos?
Tu tens as palavras da vida eterna; (Jo 6.63, 68)
Nós precisamos dos dois tipos, da palavra escrita, para ler, es-
tudar, meditar, conhecer, e também da palavra liberada com vida,
para alimentar nosso espírito, para crescermos espiritualmente,
para conhecermos a Deus, que é Espírito. Portanto, quando Deus
está movendo é porque tem a Palavra liberada e revelada – “eis
que vos envio o cereal... e dele sereis fartos!”.
111
Assim que Deus me chamou para o ministério com crianças,
Ele me disse: “Não olhe como os outros estão fazendo, porque eu
mesmo te instruirei”. Eu não tinha a menor ideia do que o Senhor
estava falando, mas creio que era em relação à visão e à estrutura
que temos hoje, e Deus nos deu uma visão preciosa que tem sido
escrita em cada um dos nossos materiais.
Essa foi uma das primeiras coisas que Deus me mostrou que
deveria ser corrigida. Então, começamos a ministrar às crianças os
mesmos estudos da Bíblia que eram ministrados aos adultos, de
forma adaptada a elas, tirando os princípios mais adequados para
serem aplicados à vida delas. O mesmo aconteceu em relação ao
Encontro e às células de crianças, fazendo toda a diferença para
que o trabalho crescesse e se multiplicasse.
112
É interessante observar que, no livro de Atos, o crescimento
da Igreja está associado ao da Palavra:
113
pastor deve ser o primeiro a ler. Se essa palavra não nos alimentar,
também não alimentará o espírito das crianças. Se o que come-
mos em nossa casa não alimenta nosso corpo apropriadamente,
também não alimentará nossos filhos. É preciso avaliar o padrão
que tem sido usado para ministrar a Palavra às crianças, ou reco-
nhecer a falta de um.
114
modo, a palavra ministrada nas células de crianças começa a ser
lida, a cada semana, na reunião de discipulado das pastoras e nos
demais discipulados, até chegar às crianças nas células.
115
2. O vinho – a alegria do Espírito
No original, a palavra “vinho” usada no texto de Joel significa
“o vinho novo”, aquele vinho recém-espremido. Embora para os
entendidos o melhor vinho para se beber seja o mais velho, isso
não se aplica à vida cristã.
116
final do Encontro, embora estivesse com o corpo cansado, meu
espírito queria continuar. Já senti isso muitas vezes, e é dessa ale-
gria do Espírito que precisamos para fazer a obra de Deus. Mesmo
tendo que nos desgastar, nós nos alegramos, porque é uma alegria
que vem dele, não é natural. Ela nos põe de pé e não prostrados,
ela nos motiva e não desanima. Por isso, pastores cansados e so-
brecarregados não deveriam ficar à frente do ministério, porque
essa atitude impede o mover de Deus.
O diabo usa tudo isso para nos roubar a paz de Deus e a alegria
de desfrutarmos do nosso trabalho. Por isso, para que possamos
experimentar a alegria do Espírito, precisamos aprender a lidar com
todos esses sentimentos negativos que o diabo usa contra nós.
Além disso, precisamos aprender a descansar em Deus e confiar
nele, a declarar como o salmista Davi: “O Senhor é a minha força
e a minha fortaleza!”
117
Se tem faltado vinho, é porque tem faltado a pessoa de Jesus.
Em Caná da Galiléia, Jesus só interveio quando foi chamado, e
isso aconteceu somente depois que as talhas estavam vazias. Se
as talhas não fossem esvaziadas, o vinho novo não viria. Portanto,
para que possamos experimentar a alegria do Espírito, precisamos,
primeiro, nos esvaziar, tirar do coração aquilo que tem ocupado
o lugar do Senhor em nossa vida. Depois disso, o que precisamos
fazer é buscar o Senhor, começar a encher nosso coração e nos-
sa boca da Palavra até transbordar e, com certeza, rios de alegria
fluirão do nosso interior.
118
Há um rio que sai do trono de Deus e precisa fluir nas células
de crianças, nos cultos, nos Encontros, para que elas bebam e se-
jam fartas. É isso o que temos de desejar e buscar para o nosso
ministério. Porque o Senhor nos ungiu para “... pôr sobre os que
[...] estão de luto [...] óleo de alegria, em vez de pranto” (Is 61.3a).
3. O óleo – a unção
O terceiro elemento que aparece na profecia de Joel é o óleo.
Naquela época, o óleo tinha três utilidades básicas: curar, cozinhar e
ungir. Quando viajamos para Israel, vimos, em Cafarnaum, um lugar
onde o óleo era produzido. À medida que o fruto da oliveira era es-
premido, os produtores iam separando a porção para cada utilidade.
119
A unção serve também como combustível espiritual; ela nos
sustenta. Em Êxodo 29.2 e Levítico 2.4, vemos que o azeite era
usado para fazer comida, pois as ofertas de manjares eram feitas
com ele. Comida nos fala de sustento, portanto, a unção é neces-
sária para nos sustentar espiritualmente. É ela que nos mantém
de pé, fortalecidos. Naquela época, os manjares eram usados para
fazer o sacrifício a Deus, e o mesmo acontece em nossa vida hoje:
quando vivemos na presença de Deus, a unção flui em nós e, por
isso, podemos guerrear e ser mais que vencedores. A unção tem o
poder de quebrar as setas malignas, os pesos que o diabo coloca
sobre nós, pois lemos no livro do profeta Isaías: “o jugo que será
despedaçado por causa da gordura [unção]” (Is 10.27).
Deus quer dar o óleo em fartura, para que outros também ex-
perimentem da mesma unção. No Salmo 133, lemos o seguinte:
120
precisam experimentar a unção de Deus em sua vida, porque elas
precisam de cura, força e capacitação espiritual. Elas precisam da
unção para vencer o mundo. Vamos construir uma geração de
crianças atentas ao mundo à sua volta e que saibam que ser igreja
é estarmos preparados para cumprir a grande comissão.
121
4. A chuva – os frutos
...porque ele vos dará em justa medida a chuva; fará descer,
como outrora, a chuva temporã e a serôdia. As eiras se en-
cherão de trigo, e os lagares transbordarão de vinho e de
óleo. (Jl 2.23,24)
122
de Seu Espírito. Quando há um ambiente assim, há conversões,
crescimento e também multiplicação.
Não podemos abrir mão dos frutos, pois eles são sinais do mover
de Deus entre nós. Os frutos são a confirmação do nosso trabalho.
123
Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me
essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a
minha fé. (Tg 2.18)
124
A geração de Moisés, em Deuteronômio 29: “...os vossos
olhos viram os sinais e grandes maravilhas”.
A geração de Daniel, no exílio: “Ele livra, e salva, e faz sinais
e maravilhas no céu e na terra” (Dn 6.27).
O ministério de Jesus foi marcado por sinais e maravilhas:
“Estando ele em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos,
vendo os sinais que ele fazia, creram no seu nome.” (Jo 2.23)
O ministério dos apóstolos: “Muitos sinais e prodígios eram
feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos” (At 5.12).
Jesus também deixou uma palavra para as gerações seguintes:
“Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu
nome, expelirão demônios; falarão novas línguas” (Mc 16.17).
Se o mover de Deus foi marcado por sinais em tantas gerações,
não será diferente na nossa. Por isso, se crermos e buscarmos o
poder de Deus no meio das crianças, os sinais se manifestarão. Os
sinais estão associados ao poder de Deus, e precisamos de ambos.
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Poder para pregar a Palavra;
...porque, com grande poder, convencia publicamente os
judeus, provando, por meio das Escrituras, que o Cristo é
Jesus. (At 18.28)
126
correndo de um lado para outro, ocupados com atividades, e ou-
tros ainda estão apenas comendo e bebendo. Mas há aqueles que
estão orando e clamando a Deus por esta geração. Escolha em
que grupo você quer estar, porque somente aqueles que clama-
rem a Deus verão e experimentarão os sinais do mover de Deus
no meio das crianças.
Mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouvi-
ram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus
tem preparado para aqueles que o amam. (1Co 2.9)
127