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INSTITUTO EDUCACIONAL TEOLÓGICO FIEL


Uma nova realidade de ensino

CRISTOLOGIA

CURSO BÁSICO

ALUNO:______________________

PROFESSOR:_________________

DATA:____/_____/_____________

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Cristologia – Nível Básico
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CRISTOLOGIA

Introdução:

“Há mais de dois mil anos existiu um homem cujo nascimento contrariou as leis
biológicas”. Ele viveu em pobreza e cresceu na obscuridade. Não fez extensas
viagens. E só uma vez cruzou as fronteiras da terra onde viveu. Isso ocorreu na
infância, quando teve de fugir de sua pátria.
Não possuiu riquezas, nem exerceu influência na sociedade. Seus familiares
não eram pessoas de projeção, não tinham muita instrução, nem alto grau de
escolaridade. Quando ainda era bebê, perturbou um rei; quando menino deixou
perplexos alguns doutores. Já adulto, dominou o curso da natureza, andou
sobre as ondas como se fosse terra firme, e fez o mar aquietar-se. Curou
multidões sem o emprego de medicamentos, e não cobrou nada por seus
serviços.
Não escreveu nenhum livro, e, no entanto, nem todas as bibliotecas deste país
poderiam conter os livros que já foram escritos a seu respeito. Nunca compôs
uma música, e, no entanto tem sido tema de hinos e corinhos cujo número
ultrapassa todas as outras músicas somadas. Nunca fundou uma faculdade ou
seminário, mas o total dos que estudam seus ensinos é muito maior do que a
soma de todos os alunos de todas as escolas.

Nunca comandou um exército, nem convocou um soldado, nem disparou um


fuzil. E, no entanto nenhum outro capitão contou com maior número de
voluntários que, sob suas ordens, fizeram rebeldes baixar as armas e render-se
a ele, sem dar um único tiro. Nunca praticou a psiquiatria, mas tem dado alívio
a mais corações aflitos que todos os médicos juntos. Uma vez por semana, o
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comércio fecha as suas portas, e multidões de fiéis se encaminham para


reuniões de adoração, onde lhe prestam culto.

Grandes estadistas da Grécia e Roma surgiram no cenário mundial e depois


caíram no esquecimento. No passado, tivemos grandes cientistas, filósofos e
teólogos, e também esses foram esquecidos. Mas o nome desse homem
permanece cada vez mais lembrado. Embora já se tenham passado quase dois
mil anos desde que foi crucificado, Ele ainda está vivo. Herodes não conseguiu
destruí-lo. O túmulo não pôde detê-lO. Agora Ele - o Cristo vivo, nosso Senhor
e Salvador - se encontra no pináculo da glória celestial, exaltado por Deus,
reconhecido pelos anjos, adorado pelos santos e temido pelos demônios!"

Jesus Cristo, afirmam teólogos conceituados, se encontra entre as figuras mais


populares da história da humanidade. Essa, pelo menos, é a impressão que
temos, ao estudar as religiões e filosofias, mesmo as seculares. Até as
pessoas que se opõe à fé cristã querem receber a Jesus como uma espécie de
profeta, ou líder religioso ou um homem sábio e digno de respeito. Ele é tão
estimado nas esferas religiosas que é comum as religiões citarem-no em seus
ensinos e livros. Outros dizem que, a princípio, Jesus parecia apenas ser mais
um profeta entre dezenas de pregadores que disputavam a atenção do povo na
cidade de Jerusalém; a antiga Judéia era um ambiente bastante conturbado
naquele primeiro século da Era Cristã; todos os profetas da época
apresentavam um discurso semelhante. Jesus não foi reconhecido como o
verdadeiro Messias e teve pouco seguidores em vida.

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I - DEFINIÇÃO E CONCEITUAÇÃO DA CRISTOLOGIA

Não há dúvida de que Jesus Cristo é a pessoa mais influente de toda a


história da humanidade. Mas afinal quem é Jesus Cristo? Esta indagação traz
em seu bojo a necessidade de identificar corretamente a verdadeira identidade
do Filho de Deus. Outra pergunta crucial é a seguinte: Qual é a natureza e o
significado do que Jesus Cristo realizou na encarnação? Este questionamento
importante, por sua vez, está profundamente relacionado à obra de Jesus. A
tarefa da Cristologia, então, é achar as respostas para essas indagações
cruciais. Embora nem todos os evangélicos estejam conscientes há uma
necessidade enorme de se conhecer cada vez mais o Filho de Deus, em
especial nesta era pós-moderna saturada de "messias".
A propósito é imprescindível, em tempo oportuno, definir a disciplina
cristológica, integrada à Teologia Sistemática, cujo objeto de investigação é
Jesus Cristo - sua vida e obra.
Cristologia é, em suma, o estudo teológico que procura responder a
duas perguntas principais: "Quem é Jesus?" (identidade) e "Qual é a natureza
e o significado do que Jesus realizou na encarnação?" (obra). Cristologia (do
grego christhos - ungido + logia - estudo): estudo sistemático e ordenado que
tem como objeto a vida e a obra de Cristo. A metodologia é fator crucial na
Cristologia. Logo, dependendo da mesma, ela pode ser:
Ontológica - define Jesus por aquilo que ele é; ressalta a existência
eterna de Deus Filho, e tende a enfatizar sua divindade, às custas da sua
humanidade (a Cristologia Ontológica tem sido proposta, em grande medida,
pelos teólogos sistemáticos).

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Funcional - define Jesus por aquilo que ele fez; ressalta ação de Jesus na
Terra, como homem, e tende a enfatizar sua humanidade, às custas da sua
divindade (tem sido proposta por teólogos e exegetas bíblicos).

II - HERESIAS ACERCA DA PESSOA DE JESUS CRISTO

Há consenso quanto à influência singular de Jesus na história humana.


Mas a "fama" não evitou o surgimento de teorias heréticas atinente à sua
pessoa e à sua obra. Uma seita, porém, disseminar heresias é normal. O
problema é quando segmentos ditos evangélicos ignoram a Bíblia para
sustentar suas teologias incoerentes e perniciosas. Os expoentes do
"Movimento da Fé" recriam o homem à imagem de Deus, rebaixam Deus à
condição humana, e deificam Satanás como se fora um deus; Jesus, por sua
vez, é rebaixado ao nível dum mortal comum, visto como mero homem sujeito
ao pecado, trazido à existência, pela palavra, do mesmo modo que o Universo.
As heresias que surgiram nos primeiros cinco séculos da Igreja Cristã
podem ser agrupadas da seguinte maneira:
a) Em primeiro lugar, podemos mencionar as negações da humanidade de
Jesus Cristo, que seriam o docetismo, o apolinarismo e o eutiquianismo.
b) Em segundo lugar, podemos mencionar as negações da divindade de
Cristo, que seriam o ebionismo, o adocionismo e o arianismo.
c) Em terceiro lugar, podemos mencionar a negação da união pessoal de
Cristo, que seria o nestorianismo.
d) Em quarto lugar, podemos mencionar as negações da distinção entre o
Pai e o Filho, que seriam o sabelianismo e o modalismo.

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Confira, a seguir, algumas das heresias que surgiram ao longo dos


séculos que deturpam a pessoa e a obra de Jesus Cristo.
HERESIA SÉCULO HUMANIDADE DIVINDADE
Ebionismo I Afirmada Negada
Docetismo II Negada Reduzida
Cerintianismo II Afirmada Reduzida
Monarquismo
III Negada Afirmada
Sabeliano
Mutilada (deu base
para a origem dos
Arianismo IV Reduzida
Testemunhas de
Jeová)
Apolinarianismo IV Reduzida Afirmada
Afirmada (mas
Nestorianismo V dividiam a pessoa Afirmada
de Cristo)
Eutiquianismo
V Reduzida Reduzida
(Monofisismo)
Monotelismo VI Reduzida Reduzida
Adocianismo VIII Afirmada Negada
Socinianismo XVI Afirmada Negada
Liberalismo XVIII - XIX Afirmada Negada
Unitarianismo XIX Afirmada Negada
Extremamente
Neo-ortodoxismo XX Afirmada complexo para ser
definido
Liberalismo
XX Afirmada Negada
Contemporâneo
VERDADE SÉCULO HUMANIDADE DEIDADE
Jeovismo (Jesus é
I-Até a Eternidade 100 % Homem 100 % Divino
o Deus Jeová
(Cl.1:19; 2:9) (ITm.2:5) (Ap.1:8)
Encarnado)

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III - A NATUREZA HUMANA DE JESUS CRISTO

Você já ouviu falar de união hipostática? É a expressão que se usa para


descrever a união entre as naturezas humana e divina na Pessoa única do
Senhor Jesus Cristo; a expressão vem do grego hupostasis, substantivo usado
pelos teólogos orientais nos primeiros séculos da história eclesiástica em
referência às pessoas da Trindade. Não pretendo, com esta análise lacônica,
seccionar a pessoa de Jesus nem legitimar o dualismo greco-romano. Nos
espaços geográficos predominantemente helenistas as igrejas receberam uma
mensagem contextualizada do Evangelho favorável a concepção tricotômica. A
religião judaica, por sua vez, tinha crenças ontológicas e soteriológicas
próprias. Assim sendo, sem levar em consideração o fator dicotomia-tricotomia,
vamos analisar alguns elementos do homem Jesus.

Jesus era portador de características pertinentes ao ser humano. Sentia


fome, sede, ansiedade, vontade, cansaço, desapontamentos, etc. (Mc 2.16; Jo
4.6). Pedro apresentou Cristo no Dia de Pentecostes como "Jesus, o Nazareno,
varão aprovado por Deus" (At 2.22). Paulo realçou a doutrina da união
hipostática descrevendo Jesus como totalmente divino e totalmente humano (1
Tm 2.5).
Jesus tinha espírito - capacidade de comungar com Deus, sede das
qualidades espirituais da pessoa. A palavra ruach (espírito), no Antigo
Testamento, aparece mais de 370 vezes; significa "ar em movimento", "sopro",
"vento", "hálito"; também descreve "a totalidade da consciência imaterial do
homem" (Pv 16.32; Is 26.9). Já no Novo Testamento utiliza-se o termo grego
pneuma que tem os mesmos significados expostos; mas faz alusão ao "âmbito

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espiritual que está além do controle humano". Lucas usou tal palavra para
indicar o aspecto da existência humana que havia em Jesus Cristo (Lc 23.46).
Jesus tinha alma. No Antigo Testamento os hebreus usavam o termo
nephesh que foi empregado mais de 700 vezes. Em sentido amplo significava
"almas", "pessoas", às vezes, "vontade" ou "desejo" de uma pessoa (Gn 23.8;
Dt 21.14). O Novo Testamento empregou psichê mais de 100 vezes, referindo-
se a sede da vida (Mc 8.35), a parte interna humana (personalidade), etc.
Como elemento conceitual, expressa: vontade, disposição, sensações, poderes
morais, discernimento (Mt 22.37); e elas fizeram parte da vida de Jesus (Mt 26.
36-38).
Jesus tinha corpo. Jesus era de carne, sangue e osso, ou seja, ele
possuía sistemas esquelético, circulatório, respiratório, digestório, membros
superiores e inferiores. Sua vida humana era sustentada pelo sangue que
corria nas veias, bombeado pelo coração. Quando fazia uma longa viagem a
pé cansava-se como qualquer pessoa (Jo 4.6). Seu organismo, sem alimentos,
deixou-o faminto (Mt 4.2).
Jesus Cristo, em síntese, aceitou voluntariamente ficar limitado num
corpo humano. Se quisesse algo precisava esticar o braço para pegar; para ir a
outra cidade evangelizá-la teria que se contentar com a reduzida velocidade
dos passos humanos; morreu, por último, numa cruz dando prova final da sua
humanidade. E ao rebaixar-se voluntariamente à posição humana, mesmo
sendo Deus, tornou-se igual a qualquer mortal; ele, porém, jamais pecou (Hb 2.
14-18).

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IV - A NATUREZA DIVINA DE JESUS CRISTO


(DEIDADE)

Jesus Cristo não é apenas humano. Também há nele, de acordo com a


Bíblia, qualidades inerentes a Deus. Atributos sobrenaturais que se encontram
especificamente no Pai aparecem nas Escrituras presentes na vida de Jesus.
Os mesmos nem homens nem anjos possuem, pois são apenas seres criados
por Deus. E quais são?
1. Eternidade (Hb 1.12; Ap 22.13; Jo 8.58).
2. Onipotência (Jo 1.3; Ef 1.22; Cl 1.17; Hb 1.3. Ap 1.8).
3. Onisciência (Jo 16.30; 21.17; Ap 2.2, 19; 3.1, 8, 15).
4. Onipresença (Mt 28.20; Ef 1.21), etc.
O Messias declarou sua existência contínua descrevendo-a como a do
Pai (Jo 8.58;Ex3.14). Foi exatamente o que Paulo enfatizou (em Fp 2.5-7): a
existência de Cristo está no mesmo nível de igualdade de Deus. Ainda na
encarnação ele era Deus. A mesma não demoliu a Deidade de Jesus. Ele
apenas auto restringiu os seus atributos divinos, mas incorporava a plena
divindade no seu próprio ser.
A deidade cristológica está presente nos Evangelhos, nas cartas,
epístolas paulinas, nos escritos joaninos, nos sermões e textos de Pedro...
Após os alvores da Igreja Primitiva, os teólogos, também, reiteraram a doutrina
da divindade de Jesus Cristo. Quando o Concílio de Calcedônia (451 d.C.) se
reuniu a fim de discutir a relação da humanidade de Cristo com sua divindade,
Cirilo elaborou uma carta a João de Antioquia, declarando que ele é
"coessencial com o Pai, quanto à sua divindade, e coessencial conosco, quanto
à sua humanidade". A essência da Cristologia de Calcedônia foi assim definida:

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O Senhor Jesus é completo na Sua divindade e na Sua humanidade; idêntico


ao Pai em Sua divindade, idêntico à humanidade, porém sem pecado; essas
duas naturezas coexistem numa só Pessoa (União Hipostática). Mais: partiu de
Cristo a declaração: "Quem me vê a mim, vê o Pai"(Jo 14.9). Ele recebeu
adoração (Mt 2. 2, 11; 14. 33; 28.9) e perdoou pecados (Mc 2. 1-12); revelado a
Pedro através do Pai (Mt 16.16,17). Tomé exclamou: "Senhor meu e Deus
meu!" (Jo 20.28). Ele é a "imagem do Deus invisível" (Cl 1.15), a completa
revelação de Deus à humanidade (Hb 1. 1,2).

V - PROFECIAS E EXPECTATIVAS ACERCA DA VINDA DO


MESSIAS

A história intertestamentária (abrange o período entre a composição dos


últimos livros do Antigo Testamento e o início da história do Novo Testamento),
mostra alguns fatos cruciais que antecederam o nascimento do Messias.
Grandes impérios floresceram e caíram (o grego, por exemplo), enquanto
outros estavam a caminho da consolidação (o romano). Israel, sob o jugo de
ambos os impérios, havia perdido seu prestígio político, religioso, econômico. A
nação judaica, sem recursos, mesmo hostil aos dominadores romanos optou
relativamente por uma coexistência pacífica (exceto os grupos revolucionários
que queriam livrar a nação da escravidão).
Deus também estava em silêncio. Não se manifestava. Nada dizia sobre a
libertação do seu povo que, impotente, padecia nas mãos dos exatores
romanos. Isso era pior que a decadência política, econômica, religiosa. E mais
fácil lidar com a opressão, o desânimo, a penúria, as pressões quando Deus
fala com o seu povo, dando-lhe esperança. Mas Deus parecia taciturno,
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distante, silente. Esse era um grande problema para o judeu genuinamente


religioso.
Análise do Contexto Externo - a expectativa entre pagãos - Parece
que até alguns pagãos esperavam a chegada de um Messias pudesse dar
novo significado à existência humana. Os hindus viviam na esperança da
chegada de outro Avatar, a encarnação de seu deus principal, que modificaria
o destino da humanidade. Os persas, adeptos de Zoroastro, aguardavam o
Sosiosh, ou Homem do Mundo. Os chineses (adeptos de Confúcio), o Santo do
Oeste. A profetiza Sibila alertou sobre a chegada do Senhor da Terra (há quem
diga que sua profecia referia-se, na verdade, ao imperador Otávio Augusto, não
a Jesus Cristo). Suetônio, grande historiador romano, observou nos seus dias:
"É persuasão antiga e fixa, predominantemente no Oriente, estar predestinado
que alguém se levantará na Judéia, para estabelecer um império universal".
Tácito, outro romano de renome, também registrou a seguinte expectativa:
"Muitos estavam persuadidos de que nos livros antigos dos sacerdotes estava
declarado que naquele tempo o Oriente prevaleceria e que alguém havia de vir
da Judéia, e possuir o predomínio".

Análise do Contexto Profético Judaico - A vinda de Jesus ao mundo


era evento singular. Todos os fatos cruciais sobre a vinda, vida e ministério do
Messias foram vaticinados. Com tais dados o povo não seria ludibriado pelos
embusteiros que se passavam por Messias. Confira algumas das principais
profecias sobre o Filho de Deus:
• Seria a semente da mulher (Gn 3.15; Gl 4.4; Ap 12.5).
• Descendente dos patriarcas - Abraão, Isaque e Jacó (Gn 17.19; 18.18;
12.3; 28.14; At 3.25; Mt 1.1,2; Nm 24.17; Lc 3.34, etc).
• Da tribo de Judá (Gn 49.10; Lc 3.33; Mt 1.2,3).
• Herdeiro do trono de Davi (Is 9.7; 11.1-5; Mt 1.1,6).
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• Nasceria em Belém (Mq 5.2; Mt 2.1; Lc 2.4-7).


• Marcos na época de seu nascimento (Dn 9.25; Lc 2.1-7).
• Concepção milagrosa (Is 7.14; Mt 1.18; Lc 1.26-35).
• Fugiria para o Egito (Os 11.1; Mt 2-14,15).
• Teria ministério na Galileia (Is 9.1,2; Mt 4.12-16).
• Conhecido como profeta (Dt 18.15; Jo 6.14; At 3.19-26).
• Sacerdote como Melquisedeque (SI 110.4; Hb 6.20; 5.5,6).
• Rejeitado pelos judeus (Is 53.3; Jo 1.1; 5.43; Lc 4.29).
• Virtudes marcantes (Is 11.2-4; Lc 2.52; 4.18).
• Sua entrada triunfal (Zc 9.9; Jo 12.13, 14).
• Um amigo iria traí-lo (SI 41.9; 55.12-14; Jo 13.18).
• Vendido por 30 moedas de prata (Zc 11.12, 13; Mt 26.15).
• Quando acusado ficaria em silêncio (Is 53.7; Mt 26. 62, 63).
• Sofreria no lugar dos pecadores (Is 53.4-6,12; Mt 8.16,17).
• Seria crucificado com pecadores (Is 53.12; Mt 27.38).
• Suas mãos e pés seriam vazados (SI 22.16; Zc 12.10; Jo 20.27).
• Seria escarnecido e insultado (SI 22. 6-8; Mt 27. 39, 40,43).
• Fel e vinagre ser-lhe-iam dados (SI 69. 21; Jo 19.29).
• Seu lado seria trespassado (Zc 12. 10; Jo 19.34).
• Suas vestes seriam repartidas (SI 22. 18; Mc 15.24).
• Seus ossos não se quebrariam (SI 34.20; Jo 19.33).
• Seria sepultado com os ricos (Is 53.9; Mt 27. 57-60).
• Sua ressurreição (SI 16.10; Mt 16. 21; 28.9).
• Sua ascensão (SI 68.18; Lc 24.50, 51; At 1.9)... Afirma-se que mais de
300 profecias sobre Jesus proferidas no
Antigo Testamento teve perfeito cumprimento.

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VI - O NASCIMENTO VIRGINAL

Este é um assunto polêmico e essencial na Cristologia: 1) esta doutrina


depende, para sua própria existência, da realidade do sobrenatural; 2) a
história do desenvolvimento de sua doutrina nos leva para muito além dos
simples dados que a Bíblia fornece; a própria expressão "nascimento virginal"
reflete essa questão. Um dos aspectos mais discutidos do nascimento virginal
é a origem do próprio conceito. Alguns estudiosos têm procurado explicá-la por
meio de paralelos helenísticos (os enlaces que os deuses mantinham com
seres humanos na literatura grega da antiguidade).
E o que quer dizer "nascimento virginal"? O nascimento virginal significa
que o Filho de Deus foi concebido quando Maria era virgem, e que ela ainda
era virgem quando ele nasceu (e não que as partes do corpo de Maria tenham
sido preservadas, de modo sobrenatural, no decurso natural de um nascimento
humano).
Quanto à alegação de que o nascimento de Cristo, de uma virgem, foi
inspirado na literatura grega da antiguidade (que narra os enlaces entre deuses
e humanos) haja vista que o Novo Testamento é posterior a ela, não é
sustentável, pois a profecia acerca do miraculoso nascimento fora apresentada
há séculos (Is 7.14). Mas, mesmo assim, ainda há a controvérsia semântica.
Os teólogos liberais questionaram a tradução "virgem" para a palavra hebraica
alma, afirmando que bethulah deveria ter sido usada caso Isaías realmente
desejasse dizer "virgem". A alegação também é refutável, pois não há casos
em que se possa provar que alma se referia a uma jovem não virgem.

Ainda há o problema no que tange a interpretação correta da complexa


profecia de Isaías, ela pode ser:

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•Não-messiânica.

•Estritamente messiânica.
•Não-messiânica e messiânica26 (presente e futura).
Em suma, essa passagem, constitui-se um dos maiores problemas de
interpretação de todo o Antigo Testamento. 27
Alguns teólogos cristãos afirmam que o profeta Isaías não podia transmitir
um sinal para outras gerações de homens; este devia servir para os seus
ouvintes; além do mais, o texto expressa que o nascimento é iminente; de
qualquer forma, as releituras messiânicas, como a que faz Mt 1.23, são
corretas, mas em seu próprio momento e contexto.28
Discussões à parte, o vocábulo hebraico almah (Is 7.14) se traduz por "virgem"
e, de acordo com o contexto, aponta para uma virgem com idade para se
casar. Tanto Mateus como Lucas demonstram enfoques característicos
diferentes nas suas narrativas, mas acerca de Maria usam o termo grego
parthenos, isto é, uma jovem solteira e sexualmente pura. E certo que a
profecia messiânica não era apenas ao descrente rei Acaz. O sinal
sobrenatural prometido por Deus tinha valor e realce histórico.

VII - JESUS CRISTO A LUZ DO NOVO TESTAMENTO

A Teologia Sistemática ao se ocupar da pessoa de Jesus Cristo,


estudando sua natureza, seus nomes, sua obra, suas funções peculiares,
beneficiam à Igreja Cristã. Por isso, conquanto ciente de que mesmo uma
cristologia coerente, direta, clara, objetiva, confiável, jamais desvendará a
infinitude dos mistérios espirituais, convido-lhe a pesquisar alguns títulos de

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Jesus Cristo nas páginas do Novo Testamento. Devido o espaço restrito de


que dispomos não será possível analisá-lo minuciosamente. Mas nem por isso
nosso esforço será infrutífero. Cada título acrescentará muito ao nosso
conhecimento bíblico/teológico bem como à nossa busca por um estilo de vida
condizente com os princípios preconizados pelo Filho Deus; ademais, o saber
não deve nos conduzir apenas à erudição, mas, também, à ação! Alguns títulos
selecionados: Senhor e Cristo, Servo, Profeta, Líder Eficiente e Eficaz,
Messias, dentre outros.

1. JESUS É SENHOR E CRISTO

A autoridade é desafiada na área familiar, social, política, educacional,


comunitária, profissional e, especialmente no âmbito religioso. Para funcionar
melhor e evitar transtornos todo navio deve ter um capitão, todo lar um cabeça,
toda nação um governante, toda escola um diretor, toda empresa um
administrador, todo reino um bom monarca, toda igreja um líder capacitado,
etc. Isto inclui o reino de Deus, pois nele também torna-se necessário a
presença de um Senhor.

Mahatma Ghandi, um dos grandes líderes dos últimos séculos e grande


admirador de Jesus Cristo como homem, ressaltou: "Eu não posso conceder a
Cristo um trono solitário, porque eu creio que Deus já se encarnou muitas
vezes". Assim, Ghandi colocou Jesus no mesmo nível de outras
personalidades renomadas como Buda, Confúcio, Maomé, Zoroastro... Esta é
a concepção do pluralismo teológico pós-moderno que, dentro da perspectiva
da soteriologia (doutrina da salvação), procurar explicar que Jesus Cristo é
apenas mais um caminho que conduz a Deus e não o único caminho.
Outros gurus espirituais também, nesse sentido, se constituem
mediadores entre Deus e o homem. Lego engano. Pode até ser que um grande
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líder exerça influencia tamanha que consiga libertar seu povo de determinadas
opressões. Quando a questão, porém, é tão-somente de caráter salvifico,
apenas o Cordeiro de Deus pode tirar o pecado do mundo. Não há outro nome
capaz de nos salvar - declarou contundentemente o apóstolo Pedro! (At4.12).
Apenas Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida e ninguém vai ao Pai a
não ser por intermédio dele (Jo 14.6). Ele deu a sua vida para salvar aqueles
que crêem e o confessam como Senhor e Salvador.
O termo Senhor, teologicamente falando, dá a idéia de um dono que tem
controle absoluto sobre tudo o que possui. Senhor representa o vocábulo grego
kurios, e os hebraicos Adonai (meu Senhor, meu Mestre, aquele a quem
pertenço) e Yahweh (o nome pessoal de Deus). Na cultura do Oriente Médio e
Próximo antigos o vocábulo Senhor era essencialmente reverente por ser
aplicado aos governadores e, em muitos casos, até aos supostos deuses.
Imagina, então, quando atribuído a Jesus? Ele é, sim, o Senhor (Fp 2.9-11).
Pedro apregoou: "Jesus Cristo...é o Senhor de todos" (At 10.36). Tomé, ao vê-
lo após a ressurreição, exclamou: "Senhor meu e Deus meu!" (Jo 20.28). Paulo
confessou: "Quem és tu, Senhor? Senhor, que farei?" (At 9.8; 22.10). Ele
próprio afirmou: "Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o
sou" (Jo 13.13). John MacArthur diz que Jesus é citado como Senhor no Novo
Testamento mais de 740 vezes; em Atos aparece 92 vezes e como Salvador
apenas 2 vezes! A pessoa, portanto, que opta por segui-lo deve calcular o
preço de tal decisão e suas implicações (Mc 8.34; Lc 9.23).

2. JESUS CRISTO É O SERVO MODELO

Parece que há uma gigantesca contradição, um paradoxo evidente entre


esses dois atributos: como pode Jesus Cristo ser Senhor e servo ao mesmo
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tempo? Não há, à luz das Escrituras, incoerência alguma entre seu poderio
incomum e sua postura de servo. Jesus é o rei messiânico e o Senhor de toda
criação; sua primazia e preexistência foram realçadas por Paulo (Cl 1.15-20; 1
Co 8.6; Rm 11.36). Outras referências bíblicas, porém, o apresentam como
servo; servo, aliás, é um dos mais importantes títulos de Jesus Cristo.
O apóstolo Paulo justificou que Jesus Cristo verdadeiramente "esvaziou-
se" para assumir a forma de homem (Fp 2.6), "deixou" as vantagens de ser
Deus para experimentar as desvantagens de ser homem. Provisoriamente
autoabdicou os benefícios da infinitude para habitar um corpo limitado, sujeito
às leis físicas do crescimento (Lc 2.40, 52), no qual sentia fome, sede e
cansaço (Mc 2.15, Jo 4.6), ansiedade e desapontamento (Mc 9.19), até
sucumbir diante da morte (Mc 14. 33,37; 15. 33-38). Até nisso identificou-se
com a humanidade (Hb 2.9,17; 4.15; 5.7,8; 12.2).

3. JESUS CRISTO É O GRANDE PROFETA

Jesus foi apresentado na Bíblia como autêntico Profeta. Moisés disse,


profeticamente, que o futuro enviado de Deus possuiria tal atributo (Dt 18. 15-
19). O Profeta vindouro:
 "Do meio de ti" - havia de nascer na terra santa.
 "Dentre teus irmãos" - seria israelita.
 "Semelhante a mim" - teria as características de Moisés: salvador,
legislador, guia e profeta.
Em várias páginas do Novo Testamento também fica evidente o ofício do
Filho de Deus como profeta. Ele, de fato, "encarnou" plenamente a profecia
supracitada. Seu completo cumprimento, com exclusividade, foi na pessoa de
Cristo. Os demais profetas, embora sinceros e tementes, provaram apenas
uma pequena e incompleta parcela das designações expostas na profecia ora
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em pauta. Cristo, sim, corporificou o tríplice caráter das principais autoridades


de Israel: Rei, Sacerdote e Profeta.

O popular vocábulo profeta deriva-se do gregoprophetes, ou seja,


alguém que anuncia. No Antigo Testamento usa-se frequentemente o termo
hebraico navi', tradução de uma palavra antiga que significa "aquele que fala".
Tecnicamente seria "alguém que fala por Deus ou deuses" (1 Rs 18.19). No
mesmo termo está intimamente envolvida noções de proclamação, pregação e
informação. Nem sempre, nos tempos bíblicos, tais mensageiros deveriam
incluir a capacidade de olhar/prever para o futuro. Uma vez que algo fosse
revelado sobre o futuro, o mérito total era de Deus que tanto via como revelava
o futuro. Dependendo da maneira como o profeta enxergava sua mensagem,
seja incutida na mente, em sonhos ou em visões, poderia ser chamado
também de vidente (lSm 9.9; Is 29.10; 30.10), etc.

4. JESUS CRISTO É O LÍDER EFICIENTE E EFICAZ

Cristo também foi um líder eficiente e eficaz. O maior líder, o líder por
excelência, foi Jesus Cristo: não se preocupou em ser o primeiro, mas em ser
aquele que estava disposto a servir (Mc 10.42-44); a liderança de Jesus não foi
exercício de poder, não era autoritária, estava centrada no indivíduo.
Especialistas dizem que sem integridade, coração de servo e mordomia, é
impossível construir uma equipe verdadeiramente eficiente... ou tornar-se um
líder verdadeiramente eficiente.

5. JESUS CRISTO É O LOGOS

Afirma-se que o fantástico Evangelho do apóstolo João foi escrito e


publicado em Éfeso a pedido dos apóstolos André e dos bispos asiáticos para

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combater erros doutrinários que estavam surgindo sobre a divindade de Jesus


Cristo; alguns, inclusive, resultaram nas heresias cristológicas supracitadas.

João, no seu Evangelho magnífico, apresenta o Filho de Deus como


aquele em quem as pessoas devem crer; nas suas epístolas, como aquele a
quem devem amar profundamente; e no seu Apocalipse, como aquele em
quem devem esperar paciente e confiantemente. Quanto ao Evangelho, João
menciona a tríplice revelação:
a). Jesus Cristo é o Verbo Eterno (Jo 1.1). Logos significa
palavra , demonstração , mensagem , declaração ou tala .
Alguns eruditos definem Logos mais especificamente: refere-se a uma
hipostasis (Hb 1.3), isto é, uma existência distinta e pessoal de um ser real e
específico. Assim, Cristo, além de ser a expressão de Deus, estava com Deus
e Ele também era Deus. O Logos existiu sempiternamente com o Pai. Nem
antes, nem depois, pois sempre esteve com Deus, sendo também o Criador
atuante de todas as coisas (Jo 1. 2,3).
b). Jesus Cristo é a Luz Eterna (Jo 1. 4-10), da qual testificou João
Batista. A Luz de Deus resplandeceu, porém poucos conseguiram focá-la,
outros repudiaram-na, alguns escarneceram-na, porém, quem decidiu segui-la,
não precisou mais nascer física e especificamente do povo de Israel para fazer
parte da aliança e, doravante, ter a oportunidade de ser reconhecido como filho
de Deus (Jo 1.12).
Na verdade, bastava crer na luz, receber a luz e seguir fielmente a luz
para obter o direito ou autoridade de se tornar filho de Deus (Jo 1.13). Resumo:
a luz foi revelada (Jo 1.6-9), rejeitada (Jo 1.10,11), e recebida (Jo 1.12,13).
c). Jesus Cristo também é o Amor Eterno, cheio de graça e de
verdade (Jo 1.14-18), que se encarnou com o objetivo de reconduzir a Deus a
humanidade decaída, pecadora, aflita, distante do Pai (Jo 3.16), dando por ela
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a sua própria vida. Ele mostrou - ensinando/ fazendo/vivendo - o quanto amava


o ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, embora afetada pelo
maldito pecado. Seu amor incondicional o levou à cruz a fim de morrer a nossa
morte, assumir as nossas culpa para, finalmente, com alegria, nos justificar
diante de Deus!
Numa linguagem mais teológica pode-se dizer que o Verbo, também
citado por Paulo em Cl 1.16, foi referido na literatura estóica, em Filo e
parcialmente nas tradições sapienciais judaicas.

6. JESUS CRISTO É O FILHO DO HOMEM

"Filho do Homem" foi a forma predileta de Jesus se referir a si mesmo.


Ele deve ter optado por este por não ser um título conhecido das pessoas e por
não estar associado a idéias populares.
Jesus usou tal título a si mesmo de três maneiras distintas:
•Usou o título de modo genérico, quase como termo substituto do
pronome "eu" (Lc 7.33,34; 9.58).
•Usou o título para enfatizar que "era necessário que o Filho do Homem
sofresse" (Mc 8.31). A expressão "ser necessário" implica que seu sofrimento
havia sido predito pelos profetas (Mc 9.12; 14.21, 49).
•Jesus usou o título "Filho do Homem" para referir-se a si mesmo aquele
que exercia autoridade excepcional - delegada por Deus (Mc 2.10, 28; 13.26;
14.62).
Jesus, como Filho do Homem, seguiu o padrão estabelecido para
"alguém semelhante a um filho do homem", em Dn 7.13. Eles possuía
autoridade; sofreu nas mãos de seus inimigos e foi vindicado e exaltado por

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Deus. Como Filho do Homem, conclamou seus discípulos a seguirem-no nesse


padrão de vida.
•Eles eram o povo eleito de Deus e possuíam a autoridade divina
concedida a esse povo.
•Eles precisavam sofrer mantendo-se fiéis ao compromisso com Jesus.
•Quando Deus tiver realizado seus propósitos e executado seu juízo
sobre todos os povos, eles serão vindicados e restaurados ao devido lugar de
autoridade.

7. JESUS CRISTO É O MESSIAS

O título Messias nos remete a alguém que é ungido para realizar uma
missão que envolve redenção, julgamento e representatividade do próprio
Deus (Is 45.1-7), referindo-se à expectativa escatológica (Dn 9.25,26), assim
como à expectativa de um redentor que inaugurasse um reino sem fim (Is 9.1-
7). Por isso o objetivo dos Evangelhos sinóticos foi apresentar Jesus como o
Messias. No grego, Christos (ungido) traduzia apropriadamente o termo
hebraico Mashiach, aparece na nossa Bíblia como Messias ou Cristo. O
significado fundamental da expressão possivelmente baseia-se no ato de ungir
com azeite de oliva, referindo-se à unção de reis, sacerdotes e profetas.
Mas por que o povo judeu não aceitou Jesus como Salvador?
Para entender melhor a questão é mister levar em consideração duas
tematizações cruciais: a ontologia e soteriologia judaica. A soteriologia judaica,
mesmo no contexto do Novo Testamento, estava atrelada a obediência à
prática das boas obras da Lei. O povo judeu, doravante, por já se considerar
salvo por Deus não carecia de outro Salvador. O Messias esperado, por
conseguinte, seria aquele que o libertaria da opressão política e o colocaria no
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topo das nações. E isso Jesus não fez. Sua prioridade, a princípio, era outra.
Sua missão, conforme diz a Bíblia, era anunciar o Reino de Deus e resgatar a
humanidade pecadora (Lc 4. 16-21; Mt 9.36-39; 28. 18-20). Tal Messias a
religião judaica repelia. Chegará, no entanto, o dia no qual o Cristo virá como o
glorioso rei messiânico e implantará definitivamente o bendito Reino de Deus!
Maranata...

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BIBLIOGRAFIA

DOUGLAS, J.D. O Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo, SP. Edições Vida

1995.

MENZIES, WILLIAN W., HORTON, STANLEY M. Doutrinas Bíblicas Uma


Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro, RJ. CPAD 1995.

ANDRADADE, CLAUDIONOR CORREA de. Dicionário Teológico. Rio de


Janeiro, RJ. CPAD 1996.

RYRIE, Charles C. Teologia Básica ao Alcance de Todos. São Paulo: Mundo


Cristão, 2004.
GRENZ, Stanley & GURETZKI, David & NORDLING, Cherith Fee. Dicionário de
Teologia. São Paulo: Vida, 2002,
HANEGRAAFF, Hank. Cristianismo em Crise. Rio de Janeiro: CPAD, 4' ed.,
2004.

SCOTT, Benjamin. As Catacumbas de Roma. Rio de Janeiro: CPAD, 9' ed.,


1991.

MOTA, Carlos G. & LOPEZ, Adriana. História & Civilização. São Paulo: Ática,
1995.

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ATIVIDADE PROPOSTA AO ALUNO PARA AVALIAÇÃO TEÓRICO-


PRÁTICA DE APRENDIZADO

Avaliação:

1.O que é, de maneira clara e objetiva, a Cristologia?

2. Explique o que é:
a)Cristologia Ontológica

b)Cristologia Funcional:

3. Cite alguns exemplos de grupos heréticos que deturparam a pessoa e obra


de Jesus Cristo durante séculos.
Resp. ___________________________________

4. Quais alguns dos títulos de Jesus em o Novo Testamento?


Resp. ____________________________________

5. Resuma sua experiência de conversão com Jesus - como você foi


alcançado pelo Evangelho, quando, como...
Resp.____________________________________

6. Qual sua opinião sobre o conteúdo desta disciplina?


Resp. ________________________________

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7. Como você avalia o seu aproveitamento deste módulo - tempo dedicado ao


estudo da disciplina, comentários importantes suscitados, possíveis
descobertas?
Resp. _______________________________________

8. De que maneira você pretende aplicar em sua vida e ministério o que


aprendeu nesta disciplina?
Resp. _______________________________________

9. Como você avalia a forma como as informações foram transmitidas


pelo professor-escritor: você conseguiu compreender o que ele quis
lhe passar ou teve dificuldades? O que poderia ser melhorado?
Resp. _______________________________________

10. Qual a diferença entre Jesus Cristo o Messias e Jesus cristo o Filho do
Homem?

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Folha de Resposta.

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