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Apontamentos 2011/2012
Introdução
29. set
Cristianismo
3. out
Cristão – surge nos primeiros tempos: escrito pela primeira vez nos Atos dos Apóstolos, num
contexto de perseguição
Nos primeiros tempos, o Cristianismo não tem a percepção de que tem de cortar o
cordão umbilical com o judaísmo, que não era somente mais um grupo dentro do judaísmo.
Cristianismo – religião que surge há cerca de dois mil anos. É um dos fenómenos mais
universais do mundo; o ateísmo é um fenómeno recente e de pequena expressividade a nível
da população mundial (4%)
Muitas vezes acontece o Estado querer ser esse fundamento e único, substituindo-se à religião
proibindo-a e perseguindo-a, criando a religião de Estado
• Um só Deus;
o Bíblia/Corão/Torah
É do Corão que se faz a leitura mais literal: há várias escolas, mas o texto é considerado ditado
por Deus, palavra de Deus, e não “inspirado por Deus”
A Bíblia tem duas partes (AT com 46 livros; Novo Testamento (NT) com 27 livros), num total de
73 livros de estilos muito diferentes; o cristão lê o AT a partir do conhecimento que tem de
Cristo e, para ele, a palavra de Deus é Alguém, é Cristo (há lugar para a interpretação)
CRISTO
Nascimento da filosofia
O mito não se pode menosprezar – é um pensamento, só que não é racional, mas temos muito
a aprender com ele. Foi no século XVIII que se começou a desvalorizar o mito e hoje ainda não
recuperámos desse erro
O século VI a.C. é chamado pela fenomenologia das religiões o tempo axial, o eixo que estuda
a história da religião. Surge o caráter profético das religiões, passa-se de um caráter somente
místico para um dimensão profética (Isaías, p.e.). Sem perder a dimensão mística, abre-se a
janela para a preocupação com a justiça.
- Ortodoxos
- Protestantismo
Passa a ser uma religião oficial, isto é, permitida; até aí, tinha sido fortemente
perseguida. O seu fundamento é a ideia de igualdade das pessoas (Deus encarna), o que
chocava com a ideia vigente de então: “se todos somos filhos de Deus, não há diferença entre
nós”. Ainda hoje, o Cristianismo é das religiões mais perseguidas do mundo.
A divisão é fortemente motivada pela questão organizacional, ainda que a razão seja
outra: o “filioque”, será que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho ou procede do Pai
através do Filho. De fundo, há grandes diferenças culturais que se abismaram com a separação
dos impérios. O papel do bispo de Roma é fortemente contestado a Oriente.
Aqui sim, há divergências teológicas de fundo. Calvino e Lutero querem mudar a Igreja
– práticas e doutrina – e acreditam que cortar com o sentido de grupo é o único caminho.
Por não confiarem num mediador, há um atomismo muito forte nas igrejas cristãs
protestantes. Desde Paulo VI (década de 60, séc. XX) que se tem promovido o diálogo entre os
diferentes ramos do Cristianismo (Ecumenismo – movimento de aproximação dos três ramos
do cristianismo)
6.out
Igreja Antiga – Temos dois momentos distintos: durante dois terços do tempo, o Cristianismo
viveu como religião marginal, perseguido, um fenómeno maioritariamente de grandes urbes
com uma margem de expansão impressionante. Depois vem o édito de Constantino (313). A
prática da vida honesta e consistente dos cristãos atraia muitas pessoas a esta religião (p.e.
assistência aos moribundos empestados). A partir do édito de Constantino começa a granjear
alguns favores por parte do poder político.
Igreja Medieval – Com a queda do Império Romano do Ocidente toda a organização da cidade
desmoronou-se. Devido à incapacidade dos bárbaros em oferecer uma alternativa sólida,
acabam por ser estes a pedir aos líderes religiosos esse suporte, com a intenção de poder
eficazmente exercer o seu controlo. É por esta “delegação” que se vê surgir universidades,
hospitais, orfanatos.
Igreja Contemporânea – Reforma. Interesse dos príncipes e dos Estados. Separação de poderes
• a Incarnação de Deus;
Tal já foi dito por Jesus Cristo: “Ide por todo o Mundo” (Mt 28, 19) Para o cristianismo, a visão
do Pai é de tal forma universal que transforma qualquer um em irmão.
Historicidade – não há qualquer dúvida em relação à existência histórica de Jesus Cristo. Para
justificar a sua origem, o Cristianismo faz referência a um conjunto de acontecimentos
históricos ligados à pessoa de Jesus, à sua vida e à sua morte. Há, no entanto, dois episódios da
sua vida que não são objeto de investigação histórica: a incarnação e a ressurreição. Esta
crença tem impacto histórico, pois é por aqui que nascem os primeiros mártires da religião.
Pretensão de Absoluto – como se trata de uma comunicação direta e expressa de Deus como
pessoa (Deus que se faz homem para chegar aos homens) não há mais mediação ou
acrescento a fazer. As outras religiões são vistas pelo cristianismo como caminho de
preparação para chegar a Deus. Absolutamente, Deus já falou. Nada mais há a acrescentar.
Mas tal afirmação não é, não pode ser, uma pretensão elitista. É missão e abertura às
manifestações de verdade expressas e patentes nas outras religiões.
13.out
Dimensão Integral – não pretende chegar a cada pessoa de uma forma qualquer, mas em
todas as suas dimensões. Pretende atingir cada pessoa em todas as dimensões da existência
humana: agir querer pensar conhecer amar …
(utopia = [topos (lugar)] em nenhum lugar; não é inalcançável, é alcançável em nenhum lugar)
17.out
Liberdade (humana) – como caminho de libertação: usando-a para o bem, estou a libertar a
minha liberdade. Para o Cristianismo, o estado maior de libertação humana é Jesus Cristo: a
liberdade, para o Cristianismo, acaba por ser um processo de identificação com Cristo. A
liberdade não está toda feita: a liberdade é um caminho que se faz com cada opção. Quando
não há vigilância/atenção, o poder maior impõe.
20.out
Relação com o Fundador – o mesmo é dizer com Cristo, com Deus, que se fez homem
(incarnou) e ressuscitou. A relação no cristianismo com o fundador é vivencial, existencial,
vital, pessoal, atinge a vida toda; é distinta da relação de um pai com um filho, é distinta da
relação de um Mestre com o seu discípulo, é mais. Não é uma teoria, não é uma moral, é uma
proximidade vivida: se Cristo é o máximo das potencialidades humanas, da liberdade humana,
a vida humana é um caminho de identificação com Cristo.
Conhecer
E o cristianismo não fica pelo conhecer: o conhecimento conduz ao amor que nos faz servir. É
um conhecer que não é uma qualquer coisa, mas uma conaturalidade (S. Tomás de Aquino).
24.out
Origem do Universo
(ler – “Porquê Deus se temos a ciência?”)
O “big-bang” traz um grande problema: indica uma fonte. Até ao século XX, pensava-se
que o cosmos era infinito (espaço), que era eterno (não tinha um início temporal) e que era
estático (que sempre fora assim, e assim permaneceria inalterável): o estado estacionário.
Até ao século XV-XVI, vingava a teoria geocêntrica. Com Copérnico, Kepler, Galileu,
chegamos à teoria heliocêntrica. Desde Aristóteles que se pensava que as leis que regiam os
astros eram diferentes das que regiam os corpos na terra. Newton veio provar que não,
reformulando as leis de Kepler de uma forma mais geral. No seguimento disto, Einstein
evidencia que as leis de Newton não funcionam para velocidades muito grandes, próximas da
velocidade da luz. Einstein prova que a gravidade não é uma força mas uma deformação do
espaço, o que faz com que o caminho mais curto entre dois pontos não seja um segmento de
reta (sistema euclidiano) mas uma curva.
27.out
Em 1929, Hubble constata que as galáxias se estão a afastar, graças ao efeito Doppler
(as estrelas tendem para o vermelho), a teoria do estado estacionário encaixa esse dado, mas
começam a acumular-se inconstâncias. Em 1965, prova-se a radiação de fundo. No ano
seguinte, 1966, a teoria do “big-bang” é aceite
31.out
2 teorias
Cristianismo e Cultura 8
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o força gravítica
o força eletromagnética
(os 4% que conhecemos do Universo; o resto, 23% chamamos matéria escura e 73% energia escura)
3 fatos experimentais
Só aos 380 mil anos (380 000) é que a luz se separou da matéria
O problema da origem é um problema limite: o zero não é físico, a física não pode
tratar totalmente deste ponto. Precisamos da metafísica (exemplo: Stephen Hawking). Ao
átomo primitivo chama-se agora singularidade inicial (mecânica quântica).
A Causa Primeira (em Aristóteles, motor imóvel) é, por definição, uma causa
incausada. Se tiver sido causada, não é a primeira, é na melhor das hipóteses, a segunda. Esta
causa, que é a causa de todas as coisas e causada por nada, também se pode chamar a causa
real: o fundamento real das coisas reais. Esta causa é necessária, é imprescindível, não é
contingente: se ela não tivesse sido, nada era. É imutável: é causadora, incausada e, como tal,
imune às outras causas. É meta-temporal (eterna): está fora do tempo, porque o tempo é,
também, coisa segunda.
via real/ontológica
Dependência ontológica
Via lógica
7.nov
Cosmologia
Ontologia/Metafísica
Causa Primeira
Cristianismo
Criação/Criador
História: linear
Princípio Antrópico: parece que o Universo se forma para albergar vida, e desta a vida humana
(não é científico)
Cristianismo e Cultura 10
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O Amor em geral é criador e fecundo, daí a necessidade de criar: não por estar obrigado a
criar, mas porque quis criar, por liberdade em gratuidade. É próprio do Amor sair de si, não se
centrar em si mesmo (este seria o egoísmo.)
(Deus não criou a partir de si, mas a partir do nada: nada é diferente de Deus)
(“Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e este pagou na mesma moeda”)
Com estes dois pontos formulamos a teoria da participação dos seres em Deus.
Criar a partir do nada implica não só o tempo inicial, mas também a sua existência agora.
“Creatio ex nihilo” implica estas duas dimensões. Há dois livros da Revelação: Bíblia e
Natureza. E nunca podem estar em oposição.
a) Desdivinização do Mundo
10.nov
Ciência fala do COMO (how questions); Teologia fala do PORQUÊ/PARA QUÊ (why questions)
Cultura
Forma como um grupo de pessoas vive, pensa, sente, se organiza, celebra e partilha a
vida. A toda a cultura está subjacente um sistema de valores, significados e visões do mundo e
da pessoa humana, que se expressam exteriormente na língua, nos gestos, nos símbolos, nos
ritos, nas produções artísticas e nos estilos de vida.
O cristianismo já tinha uma relação com os povos invasores, por força de iniciativas
evangelizadoras, ainda que com muitas heterodoxias, como o arianismo. Os bárbaros eram
povos muito desorganizados e confiam na estrutura hierárquica da Igreja; por força disso, os
séculos VI a VIII são uma confusão: a Igreja ajuda o poder político, o que acaba por a tornar
centro de tensões, alvo de atenções. O cesaropapismo (estrutura de poder em que o político
quer subjugar o religioso) vai tendo forte expansão dos séculos V a X.
Aparecem outros grupos com o mesmo desejo radical, mas expressando-o vivendo em
pequenas comunidades: cenobitas, é dizer “vida em comum” (Koinos bios, no grego).
Começam então a escrever as primeiras regras de vida (Santo Antão), umas bastante
equilibradas, outras nem tanto. O engenho de Bento de Núrsia permite a redação da Regra de
S. Bento (529), fundando os beneditinos, cujo lema é “Ora et labora”.
Os monges têm três votos: pobreza, pois Cristo também foi pobre e pretendem viver
sem luxo, sem excesso, sem o supérfluo; castidade, tal como Cristo foi casto; obediência,
reconhecendo no seu superior eleito – o Abade – a autoridade de Deus.
Para além dos três votos de perfeição evangélica, os beneditinos fazem um quarto
voto: o de estabilidade, comprometendo-se a ficar no mosteiro em que entram para a vida
religiosa, contrariando a tendência de então. Esta estabilidade do monge era essencial na
fixação da população rural, funcionando como garantia de continuidade dos aldeamentos
vizinhos, e era também útil nos verdadeiros centros de formação que os mosteiros eram na
arte de trabalhar a terra e na criação de pequena indústria. Dedicam-se também estes monges
à cópia de documentos antigos e livros que se estavam a perder, por força da volatilidade dos
tempos que se vivia. Todos os mosteiros são dotados de uma área a que se chama “scriptoria”.
Aos monges beneditinos chama-se justamente “pais da Europa” pelo impato que a sua
rede de mosteiros teve na história deste continente.
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Os concílios dos bispos tomam decisões que influenciam radicalmente a vida de então,
sendo uma destas a criação de escolas, ainda que não abundassem pessoas com fome de
saber porque a grande, vastíssima, quase universal maioria estivesse demasiado ocupada a
tentar sobreviver. Criam-se três tipos de escolas: paroquiais; catedralícias e monásticas.
17.nov
… erudita inteletual
Contexto histórico: meados séculos VI-VIII
Com a combinação do poder político com o poder espiritual, o bispo acaba por assumir
o papel de dirigente da cidade. Ainda assim, os invasores bárbaros não abdicam do controlo,
convocando inclusive alguns concílios de âmbito local para tratar de matérias do seu interesse
de forma que mais lhes conviesse. Eis o cesaropapismo.
São tempos de grande tentativa de renovação da Igreja, de educação dos povos num
quadro cultural muito desfavorecido, mas onde despontaram figuras insignes como S.
Martinho de Dume (séc. VI – a sua obra “sobre a correção dos rústicos” é uma delícia e está
disponível na biblioteca da nossa faculdade), S. Patrício (séc. VI), S. Bonifácio (séc. VIII).
O Islão
Foi a partir deste momento que se inicia a Reconquista Cristã, que só viria a terminar
em 1492 com a tomada de Granada. Foi uma tarefa que ocupou a cristandade ibérica durante
sete séculos, do séc. VIII ao XV.
Fala-se da primeira fase da construção europeia, uma união baseada na cultura cristã,
um império cristão, concretizado na coroação de Carlos Magno (neto de Carlos Martel, filho de
Pepino, o Breve) pelo Papa em 800. Este ato liberta o Papa de funções políticas e sublinha a
subordinação teleológica do poder político ao primado espiritual
Alcuíno de York, monge beneditino em Tours, vai sugerir a Carlos Magno uma reforma
do Império que provocará o 1º Renascimento, ou renascimento carolíngio, tendo por base um
plano de estudos fundado nas 7 artes liberais.
21.nov
Cristianismo e Cultura 14
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Trivium – gramática/retórica/lógica
Quadrivium – Aritmética/Geometria/Astronomia/Música
Finais séc.s IX-X – 2ªs invasões bárbaras: magiares / árabes (pelo Oriente) / vikings
24.nov
Séc. X-XII são marcados pelo florescimento da cultura inteletual: nas escolas
monásticas dá-se a especialização do conhecimento em áreas como Medicina, Teologia,
Direito, Astronomia.
Séc. XI – reforma de Cister, onde irá pontificar S. Bernardo de Claraval, que pretende
recuperar a simplicidade da regra original, entendendo o enfoque na liturgia, no rito, pouco
conforme com a experiência original (p. 33-34)
28.nov
Arroteamento de terras
Limpeza de florestas
Pecuária
Fábrica
Uso das máquinas hidráulicas e eólicas na moagem dos cereais e produção de tecidos.
O uso da força das águas é uma das razões que justificam a localização dos mosteiros perto de
cursos de água.
Metalurgia
Genética (Mendel)
Deus
homem
5.dez
No início há poucas estruturas materiais: as aulas têm lugar nos sítios que então
reuniam condições para albergar grandes grupos de pessoas, como mosteiros ou igrejas.
Surgem também as bolsas de estudo, concedidas por reis: D. Sancho I, por exemplo, vendo
em Coimbra gente muito capaz, envia-os a Paris obter graus académicos.
Surgem por esta altura os colégios, criados pelos nobres, providenciando aos
estudantes abrigo, refeições e, por vezes, até lições próprias. Os nobres sustentavam estes
dotando-os de rendas. Normalmente tinham nomes alusivos à fé (Trindade, Jesus, Maria,
outros santos, apóstolos), mas nem sempre; famosa é hoje a sucessora do colégio criado
por Sorbon, em Paris, cuja sala principal ganhou o título pela qual hoje a instituição é
conhecida: Sorbonne.
Mestrado
Licenciatura
Bacharelato
Exame de admissão
Teologia
Medicina
“Quodlibet” (questão livre) – abordar um tema não suficientemente tratado; foi daqui
que se evolui para o que conhecemos como teses de Mestrado ou Doutoramento.
12.dez
15.dez
O Método Escolástico impõe um grande rigor racional. As pessoas eram educadas para
debater argumentos e não sentimentos ou “achismos”: ”achologia” e “sintologia” não têm
lugar na Universidade. Um aluno tem de estar muito bem treinado nas subtilezas da linguagem
e nas ciladas da argumentação.
Pedro Hispano (1226-1277), arcebispo de Braga, mais tarde João XXI, foi um
reconhecido matemático, lógico, médico, filósofo e teólogo. Do séc. XIII, fez estudos na
catedralícia de Lisboa (recordemos que a universidade de Coimbra só é criada em 1290), tendo
depois rumado a Paris onde foi aluno de S. Alberto Magno, e colega de S. Boaventura e S.
Tomás de Aquino. Até ao século XVIII, a sua “Summulae Logicales” conheceu 166 edições,
caindo apenas em desuso com o trabalho de Leibniz (quatro séculos depois dele).
Conclusão
5 e 9.jan
Caridade Cristã
Todos podemos reconhecer a ajuda e solidariedade por trás da caridade cristã, de um
dar sem receber que deveria estar inscrito em toda a ação de um cristão. Voltaire (p.185) fala
disso, e também Juliano, o Apóstata, apontando o dedo ao principal culpado: o primeiro
“legislador”, Jesus Cristo. Este é a base para o proceder cristão: imitar o amor de Cristo; atuar
de acordo com a Sua revelação de que somos todos irmãos porque temos o mesmo Pai.
Os gregos têm 5 palavras distintas para Amor: eros; filia; storgé; csenía; agapé.
Filantropia Estóica
Estoicismo (séc. III a.C. – séc. II): a origem da palavra é do grego “stoa” (pórtico),
lugares onde estes homens frequentemente se reuniam e promoviam as suas discussões.
A filosofia grega quer descobrir a sabedoria, mas também a felicidade: a alma (psyché)
sábia é a alma feliz, e esta é aquela que vive de acordo com o “Logos”, as razões da Natureza.
Cosmos é lugar de ordem, beleza, harmonia, sendo regido por um “Logos” universal,
estabelecido por uma razão divina.
O sábio deve viver em ataraxia e apatia, em imperturbalidade (acima das coisas, fora
da zona de impato) e sem paixões (emoções, sentimentos). Ainda hoje encontramos resquícios
desta sabedoria: “um homem não chora”. Defendem que o bem é um “a fazer”, mas para eles
a justiça é um dever intrínseco à condição humana, mas distanciado. A grande viragem
introduzida pelo Cristianismo é a implicação compassiva e gratuita com o que sofre.
A maior inovação da história é o perdão, porque é ação atributiva de futuro: tudo dar,
dar ao outro tudo o que ele precisa para não voltar a ofender, a história da relação não acaba
ali. O amor é perdão.
Hospitais
A partir do século IV começam a surgir os primeiros hospícios (não sendo bem o que
hoje chamamos de hospício, serve para não confundir com hospital, que tem outro alcance),
atendendo doentes (principalmente vítimas de doenças contagiosas, como a lepra, que eram
rejeitados pelas próprias famílias), órfãos (auxiliando quaisquer crianças), idosos, pobres,
peregrinos. Nos mosteiros, os monges assumem a tarefa de estudar as coisas da medicina.
AVALIAÇÃO
Cosmologia: científica atual e cristã – ponte entre as duas feita pela filosofia
Importância Monges: cultura erudita e artes práticas (ou sai uma, ou outra)
Universidades