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SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO

JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO

STHANER MENDES DE SOUSA

RESUMO HISTÓRIA DA IGREJA I

São Paulo

2022
STHANER MENDES DE SOUSA

O CRISTIANISMO ATRAVÉS DOS SÉCULOS:


UMA HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ

Resumo atendendo às exigências da matéria


História da Igreja lecionada pelo Rev. Christian
Brially de Medeiros

SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO


JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO
SÃO PAULO - 2022
A Igreja sofreu muito com a perseguição do império romano durante seus
primeiros séculos, isso é um fato histórico já bem conhecido. Poderíamos chamar
essa Igreja da época de Igreja Católica Antiga, para diferenciá-la da Igreja Primitiva,
durante o período dos apóstolos e do livro de Atos.

Enquanto a Igreja era tida como seita judaica, não possuía problemas, mas a
partir do momento que foi enquadrada como independente e também sociedade
secreta, começou a sofrer repressão que se sucedeu por diversos fatores. A
primeira delas sem dúvidas era a política, pois uma vez tido como organização
secreta, não poderia ter-se como rival ao império. Além da questão política, não
podemos descartar as razões religiosas, afinal, uma vez instaurado o culto ao
estado, a figura do imperador, qualquer outra divindade poderia ser anexada ao
panteão, mas isso não é aceito pelo cristianismo, onde o único Deus verdadeiro, o
caminho a verdade e a vida, é Jesus Cristo. Esse afastamento da idolatria do
imperador, bem como uma ideia errada de antropofagia por conta da ceia, e ideias
incestuosas por casar-se “entre os irmãos”, levou a um grande levante contra a
Igreja.

Além da questão religiosa, as questões sociais não podiam ser descartadas.


O cristianismo crescia entre pobres e escravos, enquanto eram rechaçados pela
aristocracia da sociedade. Os líderes os viam com desprezo, mas temiam uma
revolução, por terem livre acesso entre os pobres. As questões econômicas também
não podem ser descartadas como motivo de perseguição. Uma grande quantidade
de ourives e artesãos no geral ganhavam muito dinheiro com ídolos e afins. Afora
eles, havia também o anseio dos sacerdotes e líderes no geral perderem seus
lugares, devido a perca de fiéis, o que poderia levar a uma crise econômica, o que
agravou ainda mais a situação para os cristãos.

Por muitos anos a Igreja passou por períodos de perseguição, podemos dizer
por décadas, e até séculos. Até o ano 100, a perseguição se concentrou em Roma e
seus arredores, levando a morte de Pedro e Paulo, além da prisão e exílio de João,
e de centenas, talvez milhares, de cristãos por toda a Roma.

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Por volta de 100 d.C. até 250 d.C., a fé cristã passou pela sua primeira
interdição estatal. Certo Governador, chamado Plínio, pediu ajuda sobre suas
atitudes para junto aos cristãos, os quais, após interrogados três vezes sobre sua fé,
se a afirmassem, eram mortos. Segundo Plínio, os cristãos eram uma ameaça aos
templos e também aos vendedores de animais, um risco a economia. Esse tipo de
postura tornou-se comum e cresceu cada vez mais, após essa carta, endereçada ao
imperador Trajano. Nessa perseguição que morreu o Pai da Igreja chamado Inácio.

Após o ano 250 até próximo ao ano 400, a perseguição tornou-se cada vez
mais violenta e abrangeu universalmente, todo o império. Nos períodos de Décio e
Valeriano havia uma enorme perseguição, mas a situação de agravou ainda mais,
no período de Diocleciano, que dissolveu o poder do senado e achava religiões fora
da cultura greco-romana uma ameaça a cultura do império. No ano de 303 reuniões
eram proibidas, igrejas fechadas, oficiais depostos e mortos, e Escrituras Sagradas
queimadas.

As perseguições tiveram suas consequências, obviamente negativas. Claro


que mesmo com a perseguição, o crescimento do cristianismo chegava a ser
exponencial e nada pode contê-los, como era dito pelos pais: “o sangue dos mártires
é a semente da Igreja”, mas a perseguição teve fortes impactos no cristianismo,
sendo talvez o mais acentuado deles, o problema do cânon no Novo Testamento, e
o fato de muitos traidores terem sobrevivido, e agora quererem voltar a Igreja. A
ideia se era possível serem aceitos ou não foi amplamente discutida, e cada caso
analisado separadamente.

Com a perseguição e falta de uma boa literatura de ensino, além do


isolamento, muitas heresias surgiram, como as legalistas, que exaltavam a “lei de
Moisés” em decréscimo da graça. Mas além das legalistas, também encontramos as
heresias filosóficas, as quais muitas persistem até dias atuais, sobre nova
roupagem.

O gnosticismo foi a maior de todas essas ameaças, surgindo no período dos


apóstolos, sendo combatido por Paulo, e perdurando por séculos a fio na história.

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O maniqueísmo era muito semelhante ao gnosticismo, nos aspectos dualistas entre
sagrado e profano separados pelo intelecto e separação entre Deus e homens por
um grande vazio. Suas principais diferenças são apontadas pelo sincretismo do
pensamento cristão com o zoroastrismo e religiões orientais, que personificavam o
aspecto dualista dessa religião. Neoplatonismo foi uma outra corrente mística de
heresia, que defendia uma criação por emanação de energia divina do ser absoluto,
e esse ser absoluto buscava essa energia novamente, para prendê-la.

Além de erros absurdos e heréticos dignos do inferno, interpretações menos


agressivas, mas ainda assim falhas das Escrituras surgiram. O montanismo é um
deles, e seu objetivo era libertar a igreja de seus formalismos, e do governo humano.
O monarquianismo já negava a divindade de Cristo, centrando a questão da
divindade no Eterno Rei, na pessoa da Trindade do Pai, como se fosse o único da
divindade. Um grande apreço pelo monoteísmo, mas um desprezo pela Trindade
marca esse erro teológico.

Os erros teológicos não eram ignorados pela Igreja, na realidade eram


combatidos, como deve ser feito. A esses combatentes da fé, eram chamados de
apologistas. Os apologistas podiam ser separados em orientais e ocidentais.
Aristides, Justino o Mártir e Tacianos são exemplos de apologistas orientais,
defendendo ordem de culto e superioridade da Fé sobre a filosofia mundana.

Tertuliano e Minúcio Félix são exemplos dos Ocidentais, buscando o combate


as religiões pagãs e converter aqueles que amavam. Os polemistas também
marcavam presença, assim como os apologistas. Os apologistas buscavam uma
defesa justificada e racional, enquanto os polemistas respondiam as polêmicas,
calúnias levantadas contra adversários da fé. Ireneu é um dos grandes
representantes polemistas, combatendo gnósticos.

Para vencer definitivamente as perseguições, a Igreja tomou atitudes por


precaução, como por exemplo, exaltar o poder do bispo, tornando ele semelhante
um monarca, o desenvolvimento de uma uniforme regra de fé, a definitiva
estruturação do cânon do Novo Testamento e uma liturgia bem estabelecida.

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CONCLUSÃO PESSOAL

A perseguição assídua do império, e a vitória do cristianismo como instituição,


embora tenha perdido muitos membros. As perseguições tiveram suas vantagens
para o cristianismo, também provocaram feridas que demoraram para se curar,
todavia, o mesmo Deus que perdoa os nossos pecados, também nos sara de toda a
ferida, e independente dos mortos e das vezes que a Igreja foi “sepultada”, nosso
Deus sabe o caminho da tumba.

Olhar para o passado, é uma das formas de não cometer os mesmos erros no
futuro. Que possamos ver uma igreja triunfante no passado que combateu não só
uma perseguição ferrenha, mas também discussões e heresias internas que podiam
romper com a fé, todavia, o nosso Senhor pela sua graça e misericórdia, não
permite que sejamos totalmente destruídos. Louvado seja nosso Senhor Jesus
Cristo, amém.

Sobre o livro, continua sendo preciso, com ensino claro e linguagem fluida,
conciso sem ser superficial, oremos por mais servos de Deus que tenham a
disposição de trabalhar com tanto afã pelo ensino da Palavra do Senhor.

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