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10 - O MISTÉRIO DOS 4 CAVALEIROS

Pr. Roberto Biagini


Queremos nós saber o que aconteceu no passado com a
igreja? Podemos aprender alguma coisa da História do Povo de
Deus no passado? Evidentemente. Em que época estamos
vivendo hoje? Por que existem tantas igrejas? Por que vemos
tantas religiões, em nossos dias? O que Deus nos revela
quanto ao futuro de Sua Igreja?
Quem são os 4 Cavaleiros dos 7 Selos, e qual é o seu
mistério? Podemos encontrar a resposta a estas perguntas em
Apo 6, onde encontramos os 7 Selos de um Grande Livro, o
misterioso Livro do Destino, escrito por dentro e selado por
fora, com 7 selos.
Mas, quem abre o 1º Selo?
Apo 6:1: “Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos e
ouvi um dos quatro seres viventes dizendo, como se fosse voz
de trovão: Vem!”
O Cordeiro abre o 1º Selo. Já sabemos quem é o
Cordeiro. A palavra “Cordeiro” aparece no Apocalipse 30 vezes
referindo-se a Cristo. Por que Ele é chamado de Cordeiro?
Porque morreu na Cruz, como o Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo, oferecendo a Sua vida, num sacrifício
expiatório para nos salvar da morte eterna.
Qual é o conteúdo do 1º Selo? Qual é a sua mensagem?
Apo 6:2: “Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu
cavaleiro com um arco; e foi-lhe dada uma coroa; e ele saiu
vencendo e para vencer.”
O que significam estas coisas? Aqui temos outra cadeia
profética de eventos que abrange o mesmo período coberto
pela profecia das 7 Igrejas, dentro da Era Cristã. Mas há uma
diferença. Enquanto as Cartas das 7 Igrejas revelam os
problemas internos das igrejas, os 7 Selos revelam os seus
problemas externos. Agora, enfrentamos um grande período
de guerras e conflitos entre a Igreja e os seus inimigos, prontos
para destruí-la.
Temos primeiramente, um CAVALO BRANCO.
O branco é símbolo de pureza, e o cavalo, que era usado
naquele tempo para as batalhas, é símbolo de guerra e
conflito, sendo uma figura apropriada da igreja na fase
militante de sua trajetória na Era Cristã (Jer. 8: 6; Eze. 38: 15;
Zac. 10: 3).
O 1º Período é a ERA DOS APÓSTOLOS, de 31-100 DC.
Aqui temos a Igreja Primitiva, em sua pureza de vida e de
doutrina, exemplificando na vida a doutrina santa, correta e
verdadeira, sem mistura de erros, a doutrina que os cristãos da
receberam dos apóstolos, santos homens de Deus.
Mas diz o texto, que o cavalo branco tinha um Cavaleiro
montado nele. O Cavaleiro da Igreja Primitiva é Jesus Cristo,
que enfrenta as lutas e peleja por ela. O arco é a arma que
também simboliza a batalha, e com ele o Cavaleiro lança as
suas flechas fulminantes contra os Seus inimigos. A coroa
representa a vitória, e, como diz o apóstolo João, Ele saiu
“vencendo e para vencer.” Cristo jamais perdeu uma luta
sequer nas batalhas da Sua Igreja.
Isso ocorreu do ano 31, quando Cristo morreu como o
Cordeiro, até o ano 100, quando morreu João, o último dos
apóstolos.
Nessa época, a Igreja enfrentou controvérsias e muitas
lutas, com os seus inimigos, mas os cristãos primitivos não
permitiram que a doutrina apostólica fosse manchada com o
erro. Os apóstolos ainda estavam vivos, e enviaram as suas
cartas para as igrejas, as suas epístolas, que temos até hoje,
dentro do Novo Testamento.
Nessa época, começaram as perseguições e Estêvão, o
primeiro mártir cristão, foi apedrejado pelos líderes da nação
judaica, no ano 34 d. C. Mas longe de ser isto uma derrota para
a Igreja, permitiu que ela se espalhasse por todas as regiões
circunvizinhas.
Mas lembremos de suas grandes vitórias. Três mil pessoas
se converteram ao Cristianismo, só no dia do Pentecostes.
Pouco dias depois, esse número se elevou a 5.000 conversos.
Logo também se converteu Saulo de Tarso, que se tornou
em Paulo, o maior apóstolo já conhecido, que realizou mais
trabalho missionário do que todos juntos. Além disso, deixou
escritas 14 epístolas inspiradas e inspiradoras, alimentando a
Igreja, em todos estes séculos.
Foi uma época áurea, em que o Evangelho foi pregado em
todo o mundo conhecido de então [Col. 1:23].
Entretanto, todos os apóstolos foram martirizados, até o
ano 100, exceto João, que ficou para receber as visões do
Apocalipse, e escrever o seu Evangelho e as suas cartas que
nós temos o privilégio de estudar hoje.

Então, abre-se o 2º Selo: O CAVALO VERMELHO.


Apo 6:4: “E saiu outro cavalo, vermelho; e ao seu
cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens
se matassem uns aos outros; também lhe foi dada uma grande
espada.”
É a ERA DOS MÁRTIRES. O 2º Período vai de 100-313 DC.
O cavalo, nesta guerra da Igreja contra as forças do mal,
muda de cor, e se apresenta com o pelo vermelho. Qual é o
seu cavaleiro?
O que simboliza a cor vermelha? O profeta Isaías
responde, onde lemos esta grande promessa, Isa 1:18: “Ainda
que os vossos pecados ... sejam vermelhos como o carmesim,
se tornarão como a branca lã.”
Portanto, o vermelho é símbolo do pecado. O pecado do
orgulho, da inveja, da controvérsia levou a muitos pregadores
e filósofos da igreja primitiva a questionar certas doutrinas
estabelecidas por Cristo e pelos apóstolos, do primeiro
período, quando a Igreja tinha uma doutrina pura e imaculada.
Muitos filósofos cristãos apresentaram doutrinas
estranhas aos ensinos de Cristo. As controvérsias surgiram
sobre a Divindade, a Natureza de Cristo, a Personalidade do
Espírito Santo, a Posição de Maria, o Celibato e a Autoridade
da Igreja.
Mas a grande questão era: Quem é o Cabeça da Igreja?
A Igreja tinha crescido. Já não era mais formada por
aquele pequeno grupo que seguiu a Jesus. Havia igrejas cristãs
nas maiores metrópoles da época. A quem deviam eles
obedecer? Tinha que haver um cabeça. Naquele tempo, todos
consideravam Jesus como o Cabeça da Igreja. "Mas já que
Cristo não estava mais presente, alguém devia assumir a
liderança da Igreja" - pensavam alguns. E o mais natural é que
fosse o bispo de alguma das igrejas existentes. Mas quem?
Ora, se Roma era o poder político que dominava o mundo,
seria lógico que o bispo de Roma passasse a ter o comando da
Igreja mundial. Mas os bispos das outras cidades não
aceitaram isso facilmente, o que deu origem a guerras
sanguinárias.
Então se cumpriram as palavras do profeta: “para que os
homens se matassem uns aos outros.” Eram guerras internas
motivadas por orgulho.
E Quem era, então, o seu cavaleiro? Diz a profecia que
“ao seu cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra,” e que
recebeu uma grande espada. [Apo 6:4]. É evidente que já não
fosse mais Cristo o cavaleiro. “O Príncipe da paz” foi
destronado da liderança da Igreja, e foi substituído pelo Bispo
de Roma, que liderava a guerra contra os que discordavam
dele.
A cor vermelha do cavalo então, passa a representar não
só o pecado dos líderes, mas também o derramamento de
sangue, que é o resultado natural do pecado. A cor vermelha e
os símbolos deste selo representam indiscutivelmente o
derramamento de sangue.
Mas, quando os cristãos estão lutando entre si, Deus lhes
envia o fogo das perseguições externas. Isso purifica a Igreja.
Como eu disse, esta é a Era dos Mártires. Mártires das
perseguições de dentro e de fora da Igreja.
Muitos cristãos nesse tempo foram mortos. Destacaram-
se os imperadores Nero, Calígula, Domiciano, como os
perseguidores da Igreja. Mas nessa época, houve uma
perseguição em série, chamada de Dez Perseguições, por 10
anos, impostas por Diocleciano, desde o ano 303-313 DC.
Foi grande a carnificina, e milhares de cristãos foram
ceifados pelas perseguições mais atrozes. Eles eram lançados
às feras famintas do Coliseu de Roma, eram massacrados,
torturados, eram queimados vivos, e os seus templos eram
incendiados com os cristãos dentro.
Certamente, foi uma época muito difícil, mas como disse
Tertuliano, o sangue dos cristãos era semente, que gerava
outros cristãos: quanto mais se matavam os cristãos, mais
cristãos renasciam.
Mas, então, se abre o TERCEIRO SELO: O CAVALO PRETO
Apo 6:5-6: “5 Quando abriu o terceiro selo, ...Então, vi, e
eis um cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na
mão.
6 E ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres
viventes dizendo: Uma medida de trigo por um denário; três
medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e
o vinho.”
O que representam estas palavras?
Ora, se o cavalo branco era símbolo de uma igreja lutando
com a doutrina pura, o cavalo preto é símbolo do contrário, e
representa a degradação da verdade.
Portanto, temos A ERA DA APOSTASIA, de 313-538 DC.
O que aconteceu, então?
No ano 313 DC, o imperador Constantino teve uma grande
ideia. Usou a política da tolerância. Os outros imperadores
temiam que o crescimento dos cristãos levaria à sua queda.
Mas, Constantino, viu nesse crescimento uma oportunidade
para ele mesmo crescer junto à Roma. Então, ele baixou um
decreto de tolerância, o Edito de Milão, em que ele dava plena
liberdade religiosa aos cristãos.
Ele disse aos seus liderados: “Ao invés de matar os
cristãos, vamos usar a sua força. Vamos tê-los ao nosso lado!”
E os cristãos gostaram do seu novo imperador. E cessaram as
terríveis perseguições.
Mas, este era outro engano, porque Satanás mudou de
tática: se ele não vencera os cristãos com a perseguição,
então, os venceria por meio da apostasia da verdade.
Constantino era agora o Cavaleiro do Cavalo Preto. Quem
dominava a igreja não mais era o Bispo da Igreja, mas o
imperador Constantino. Numa batalha, ele disse que viu um
sinal no céu, o sinal da Cruz, com as palavras dizendo: “Com
este sinal vencerás!” Então, ele se converteu ao Cristianismo, e
se batizou. Mas era uma conversão interesseira.
Ele foi a um rio com todos os seus soldados, cruzou o rio a
cavalo com eles, e disse que estavam todos batizados. Assim,
com tudo isso, o próximo passo foi a união da Igreja com o
Estado, considerado por Deus como prostituição. Antes o
Cristianismo era proibido. Agora, era a lei do estado.
Então, veio a apostasia. Constantino estabeleceu algumas
condições. E os cristãos fizeram as concessões. O imperador
disse que os romanos estavam acostumados a adorar vendo as
imagens dos seus deuses. Então, por que os cristãos não
colocavam os seus deuses em imagens para todos adorar
juntos as mesmas coisas? Daí, foram erguidos os ídolos com a
face de Cristo, juntamente com imagens dos apóstolos e da
virgem Maria. E tudo isso foi introduzido nos seus templos.
Mas, o segundo mandamento da Lei de Deus ainda dizia:
“Não farás para ti imagens de escultura... Não as adorarás nem
lhes darás culto.” [Êxo 20:4-5]. Então, os líderes cristãos
mandaram retirar esse mandamento do seu Catecismo. Mas,
como os Dez Mandamentos ficariam com falta de um, eles
dividiram o décimo em dois. E a idolatria se estabeleceu na
igreja apostatada.
Mas, Constantino também queria fazer outras reformas, e
uma delas foi o Dia de Adoração. Ele adorava o Sol, o “Sol
invictus”, o Sol invencível. E o dia do Sol era o primeiro dia da
semana, o Sunday dos ingleses, dia em que todos os romanos
pagãos do Mitraísmo adoravam o deus Mitra.
Então, o cavaleiro Constantino baixou outro decreto, a Lei
Dominical, o decreto que ordenava a todos para adorar no
“dia venerável do Sol”, o primeiro dia da semana. E isso
aconteceu a 7 de março de 321 AD, um fato registrado na
História do Cristianismo, como mais um elemento de sua
apostasia. É a lei dominical mais antiga que existe.
Então, os cristãos raciocinaram que o sábado era coisa de
judeu, que lembrava os judeus, os quais eram odiados pelos
romanos, e, como Cristo ressuscitou mesmo no domingo,
então, celebraram o domingo, apoiaram a ideia do imperador,
e passaram a guardar o domingo, em detrimento do sábado.
Era a paganização do Cristianismo.
Mas a Lei de Deus ainda diz: “Lembra-te do dia de sábado,
para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra.
Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás
nenhum trabalho.” [Êxo 20:8-10].
Mas, há outros símbolos. João viu o cavaleiro levando
uma balança na mão. Disse Jó 31:6: “Pese-me Deus em
balanças fiéis e conhecerá a minha integridade”. E Daniel falou
de Belsazar que foi pesado na balança e achado em falta [Dan
5:27]. A balança é símbolo do instrumento de Deus para pesar
caracteres, para provar se o homem anda na verdade ou na
mentira. O trigo e a cevada são cereais muito parecidos, mas
um não é o outro.
Mas o que significam? O trigo simboliza a verdade. Disse
Deus: “Aquele em quem está a minha palavra fale... com
verdade. Que tem a palha com o trigo? — diz o Senhor.” [Jer
23:28]. O trigo representa a verdade, e a cevada, que era mais
barata, representava a mentira, uma contrafação da verdade.
Era o tempo em que proliferavam a mentira e as tradições
humanas, enquanto que a verdade era mais rara. Havia uma
inflação espiritual, uma fome e carência da verdade, uma
escassez da Palavra de Deus.
O apelo era para que não danificassem o azeite (símbolo
da doutrina do Espírito Santo) e o vinho (símbolo da doutrina
do sangue de Cristo). Ainda restava uma esperança para os
fiéis remanescentes: Se eles preservassem estas doutrinas,
eles teriam o Espírito da verdade guiando-os de volta para a
realidade espiritual da morte de Cristo na Cruz do Calvário,
como fonte de salvação, em sua luta contra as astutas ciladas
do Diabo.
Então, se abre o 4º SELO: O CAVALO AMARELO
A ERA DA IDADE MÉDIA: De 538-1517 DC
Apo 6:8: “E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu
cavaleiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava
seguindo, e foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da
terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por
meio das feras da terra.”
O cavalo amarelo representa uma época de grande
angústia para a igreja.
O amarelo pálido é a cor da morte. O seu cavaleiro que se
chama de Morte, era agora novamente o Bispo de Roma.
Então, o imperador Justiniano baixou um decreto, em 533,
segundo o qual o Bispo de Roma devia ser considerado “o
cabeça de todas as igrejas”. Então, quem comandava a igreja
não era mais o imperador romano, porque a Roma dos Césares
já havia caído em 476 d.C., com a derrota do seu último
imperador, Rômulo Augusto. Quem mandava agora,
novamente, era o Bispo de Roma, “chefe de todas as igrejas”,
com o nome de papa, que significa “pai”.
Então, em 538 d.C., com a derrota dos ostrogodos, um
povo bárbaro, ariano, que não cria na divindade de Cristo, foi
perseguido pelo Bispo de Roma, até ser derrotado, vencido e
morto. Nesse tempo, não eram mais pagãos perseguindo os
cristãos; não eram mais os cristãos perseguindo os pagãos.
Agora, eram cristãos perseguindo e matando outros cristãos.
A palavra “Inferno” aqui, vem do grego original “Hades” e
significa a “sepultura”. A “4ª parte” representa um grande
número de cristãos sinceros e fiéis que foram mortos no
tempo da Inquisição, que perseguiu os valdenses, os
albigenses, e os huguenotes, nos vales do Piemonte, na Itália,
e noutros lugares, que eram verdadeiros cristãos
remanescentes, cujo único crime era servir a Deus de acordo
com os ditames de sua própria consciência.
A Roma cristã não crucificava as pessoas como a Roma
pagã fazia. A Roma cristã as queimava vivas. A Roma pagã
torturava criminosos por seus delitos, mas a Roma cristã
torturava cristãos por lerem a Bíblia.
Só na Espanha, foram vítimas da Inquisição, promovida
pelo papado:
31.912 queimados vivos,
291.450 forçados à submissão e torturados,
900.000 fiéis cristãos foram assassinados, violentamente.
1 milhão de cristãos pereceu no massacre dos albigenses.
Não admira que o cavaleiro da Igreja apostatada se
chamasse de Morte e a Sepultura o seguia.

Agora, VEM O 5º SELO: A ERA DA REFORMA: 1517-1755.


Apo 6:9:
“9 Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as
almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra
de Deus e por causa do testemunho que sustentavam.
10 Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó
Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o
nosso sangue dos que habitam sobre a Terra?
11 Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca.”
Aqui não vemos mais os cristãos sendo mortos, porque a
Reforma desviou a atenção do papado, que ficou se ocupando
com os seus oponentes intelectuais, que ameaçavam a
estrutura do seu sistema.
Aqui temos a visão das “almas debaixo do altar.” O que
significam estas palavras? Alguns entendem que as almas dos
cristãos mortos na época do 4º selo foram ao Céu diretamente
e ficaram debaixo do altar. Será que essa expressão ensina que
as almas desencarnadas dos mártires estão conscientes no
Céu?
Isso não pode ser. O altar que está no Céu é o altar de
incenso, e aqui temos o altar de sacrifício, e o seu lugar é a
Terra. Antigamente, o povo judeu levava os seus sacrifícios
para o santuário, e eram imolados no altar de holocaustos, e o
sangue desses animais era derramado à base do altar de
sacrifícios. Os cristãos, igualmente, foram sacrificados na Terra,
e o altar de sacrifícios fica na Terra, onde também Cristo foi
sacrificado.
Mas, então, O que significam as “almas”? A palavra
“alma” vem do original grego “psychê” e significa “vida“, mas
de acordo com Lev 17:11, a vida está no sangue. Portanto,
quando João viu as almas debaixo do altar de sacrifícios, ele
viu de fato o sangue dos mártires, que representava a vida
deles que foi sacrificada por amor a Jesus.
Mas, E o clamor dos mártires por vingança? Por que
clamam? Não podemos imaginar os cristãos clamando por
vingança, e insatisfeitos, depois de estarem na glória do Céu, e
ainda querendo a destruição dos seus inimigos.
Se a ideia popular que coloca as almas dos mártires no Céu
fosse verdade, seus perseguidores já estariam queimando no
Inferno. Por que essas almas ainda estariam clamando por
vingança? Que vingança maior poderiam querer?
Esta é uma figura de linguagem, como lemos em Gên.
4:10: “E disse Deus [para Caim]: Que fizeste? A voz do sangue
de teu irmão clama da terra a mim.” Não era Abel que estava
clamando; era o seu sangue. Assim também, o sangue dos
mártires é que clamava simbolicamente.
O sangue derramado de homens, mulheres e crianças
inocentes ao longo dos séculos clama por justiça. Este não é
apenas um clamor de vingança contra os seus assassinos, mas
também um clamor para que eles sejam vindicados, para a
glória de Deus.
No v. 11, eles receberam uma vestidura branca, que é
símbolo da justiça de Cristo [Isa 61:10], porque se eles eram
condenados pelos homens, seriam justificados por Deus. A
promessa feita aos vencedores é a de serem vestidos com
vestes brancas (Apo 3:5), como recompensa da vitória. Embora
tivessem sido mortos na Terra, haveriam de ressuscitar para
viver eternamente, embora ainda devessem repousar na
sepultura, por mais um pouco de tempo, até se completar o
número dos salvos.
Este foi o período da Reforma, de 1517-1755. Em 1517,
Lutero colocou as 95 Teses Sobre a Justificação pela Fé, que
protestavam contra os abusos da Igreja papal, e foram fixadas
à porta da igreja em Wittenberg, Alemanha.
Outros nomes se destacaram como João Huss, Jerônimo
Zwinglio, João Knox, Calvino, as estrelas da Reforma
Protestante, que ajudou a cessar as perseguições contra a
Igreja, trazendo também a grande luz sobre a doutrina da
Justificação pela Fé, que iluminou as trevas que a igreja
apostatada deixara no mundo.
Abre-se então, o 6º SELO:
A ERA DO TEMPO DO FIM [1755 – 7 Últimas Pragas]
Apo 6:12:
“12 Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e sobreveio
grande terremoto. O sol se tornou negro como saco de crina, a
lua toda, como sangue,
13 as estrelas do céu caíram pela terra, como a figueira,
quando abalada por vento forte, deixa cair os seus figos
verdes.”
O 6º selo alcança as 7 Pragas que serão derramadas pouco
antes da Segunda Vinda de Cristo. No tempo certo do
Calendário de Deus, essas predições se cumpriram. Há aqui 4
grandes sinais que identificam o início do Tempo do Fim, que
começou em 1798.
O 1º Sinal: No dia 1º de novembro de 1755, houve o
maior Terremoto do Mundo para anunciar que o Tempo do
Fim estava chegando. Foi o terremoto de Lisboa (Portugal),
uma cidade que contava 150.000 habitantes, que nesse dia foi
quase inteiramente destruída.
Em apenas 6 minutos, um violento tsunami, seguido de
um grande terremoto, trouxe a desgraça para a cidade, além
de muitos outros lugares distribuídos em 3 continentes, em
uma área de 8 milhões de quilômetros quadrados. As ondas do
mar se elevaram a 50 pés acima do seu nível normal, num
grande tsunami, quando a humanidade não sabia o que era
isso.
Esse terremoto foi o mais abrangente de todos até agora,
atingindo a maior parte dos continentes da Europa, África e
América. Em Lisboa, era o Dia de Todos os Santos, quando as
igrejas e conventos estavam repletos, sendo poucas as pessoas
que escaparam... O terror do povo não pode ser descrito.
Ninguém chorava; era além das lágrimas.
Corriam todos de um lado para outro, delirando de horror,
pasmo, e desespero, batendo na face e no peito, gritando:
“Misericórdia! O mundo vai se acabar!” Mães esqueciam os
filhos, e corriam, carregando crucifixos. Desafortunadamente,
muitos corriam às igrejas em busca de proteção; mas em vão
foi ministrado o sacramento; em vão as pobres criaturas
abraçavam os altares; imagens, sacerdotes e o povo foram
soterrados na ruína comum. Noventa mil pessoas sucumbiram
naquele dia fatal. [Estudos Bíblicos, p. 242].
O 2º sinal da proximidade da Vinda de Jesus Cristo, no 6º
selo foi o Escurecimento do Sol que ocorreu a 19 de maio de
1780. O maior Dia Escuro da História surpreendeu a milhares
de pessoas na Nova Inglaterra, nos Estados Unidos, e em
outros lugares, onde os cristãos protestantes conheciam estas
profecias de Cristo no Apocalipse.
O 3º Sinal foi a Cor Vermelha da Lua que apareceu como
sangue. Isso aconteceu logo na noite do Dia Escuro, de 19 para
20 de maio de 1780. E o povo ficou em alerta.
O 4º sinal foi A Queda das Estrelas. Era uma chuva de
meteoros cadentes. Isso se cumpriu exatamente a 13 de
novembro de 1833, e as multidões novamente julgaram que
havia chegado o Dia do Juízo. Mas era apenas mais um sinal de
que o fim estava próximo.
Já conheci muitos ateus, mas eles nunca puderam me
explicar como estas profecias se cumpriram exatamente como
diz o Apocalipse. Um ateu que fez um Blog para defender a
inexistência de Deus não pôde me responder quando eu lhe
apresentei algumas profecias da Bíblia, que se cumpriram com
exatidão matemática.
Mas, a profecia continua, dizendo: Apo 6: 14: “E o céu
recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então,
todos os montes e ilhas foram movidos do seu lugar.”
Agora, somos levados para a 7ª Praga, de Apo 16:20, onde
lemos: “Todas as ilhas fugiram e os montes não foram
achados.” Será uma grande convulsão da Natureza: As
montanhas sendo transportadas para os mares e as ilhas
desaparecendo na profundidade dos abismos líquidos.
Então, chegamos ao final, Apo 6: 15-17: Todos os ímpios
“15 se esconderão nas cavernas e nos penhascos dos montes e
[16] dirão aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e
escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira
do Cordeiro, 17 porque chegou o grande Dia da ira deles; e
quem é que pode suster-se?”
Será uma grande reunião de oração, mas eu não desejo
estar presente nesse culto de preces às rochas inanimadas. E a
história se repetirá. Como no terremoto de Lisboa, ou no
tsunami do Japão, as pessoas correrão de um lugar para outro,
em desespero e angústia, batendo no peito e clamando:
“Misericórdia, misericórdia! é o fim do mundo.”
E nesse dia, virá mesmo o fim, e não haverá mais
oportunidade de salvação. Será tarde demais para quem não
estiver pronto. Amigo, você está preparado? Você tem um
bom relacionamento com Jesus Cristo, o nosso Salvador?

O 7º SELO é descrito em Apo 8:1: “Quando o Cordeiro


abriu o sétimo selo, houve silêncio no Céu cerca de meia
hora.”
PERÍODO: DA 7ª PRAGA ATÉ A VOLTA DE CRISTO – UM
TEMPO RARO E ÚNICO DE SILÊNCIO NO CÉU.
Apenas estas palavras: SILÊNCIO NO CÉU.
Mas, Por que haverá Silêncio no Céu? O Céu é um lugar
de contínuos louvores. Os anjos nunca cessam de louvar e
engrandecer a Divindade. Continuamente, os querubins estão
louvando: “Não têm descanso, nem de dia nem de noite,
proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-
Poderoso, Aquele que era, que é e que há de vir.“ [Apo 4:8].
No entanto, lemos que se fará silêncio no Céu.
Há uma grande razão para este silêncio, No Céu. Cristo
estará voltando a esta Terra. Mas Ele disse: “Quando vier o
Filho do Homem” então, trará “todos os anjos com Ele.” [Mat
25:31]. De fato, quando Cristo voltar, todos os anjos da Sua
glória virão com Ele, a fim de reunir os escolhidos de todo o
mundo [Mat 24:31]. Então, se fará silêncio no céu, porque lá
não haverá ninguém para louvar, nem para ser louvado.
Quanto tempo durará este silêncio? Por “quase meia
hora”. Este é um tempo profético. Se considerarmos que um
dia vale um ano, então, temos que dividir 360 dias por 24
horas = 15 dias. Meia hora seriam 7 dias e meio. “Quase” meia
hora, significa exatamente 7 dias literais. Logo, os fiéis estarão
no Céu dentro de 7 dias com Cristo no mar de vidro [Ver
E.G.White, Primeiros Escritos, p. 16 § 3].
Mas, enquanto haverá silêncio no céu, aqui Na Terra
haverá muito barulho, com o som das trombetas de bilhões de
anjos, e com a voz do Arcanjo Miguel [1Tess 4:16], o próprio
Jesus Cristo, ordenando as coisas, e Sua voz é a “voz do
Onipotente” [Eze 1:24;], e alcança a todos os confins da Terra
[Apo 1:15].
Prezado amigo, você está se preparando, buscando o
Salvador Jesus Cristo, a fim de ser levado para o Céu, quando
Ele voltar? Ele quer levar a você para lá, também.
Faça isso, prepare-se antes que seja tarde demais. Aceite a
Cristo no seu coração agora, e esteja em paz com Deus.
Estude a Bíblia e siga a vontade de Deus.

Pr. Roberto Biagini


Mestrado em Teologia
prbiagini@gmail.com

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