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Resposta ao Ensaio sobre Gn 1:2

do Prof. Oswaldo Luiz Ribeiro

Qual seria a tradução correta de Gn 1:2? Poderia ser a de um


“vento” que pairava sobre as águas?

Em seu ensaio, o Prof. Osvaldo Luiz Ribeiro introduz algumas


“observações preliminares” que são advertências coerentes sobre o
que vai tentar explicar com muito empenho. Ele diz que o seu
escrito não deve ser lido como algo certo e final: “não deve ser lido
com um ‘e assim o é’ final.” Nisso vemos a sinceridade do autor,
pelo que podemos saber logo de início que vamos perder muito
tempo com o que ele mesmo diz que não será a expressão da
verdade, mas uma tentativa de interpretar um texto baseado numa
ideia preconcebida dele contra os princípios da Trindade, expostos
pela Igreja Batista, que ele pretende favorecer em uma solicitação
dela para que ele se expresse sobre a Trindade no Antigo
Testamento.

Ele diz que o seu ensaio é apenas uma proposta, “uma proposta
crítica”. Nossa sede da verdade não se satisfaz apenas com uma
simples proposta que pretende diminuir a nossa crença na
verdade já confirmada por muita pesquisa, oração e jejum.
Felizmente, a Igreja Adventista é muito perfeccionista e exigente
em questões de exegese da Bíblia e não se contenta com meras
tentativas de descobrir o que é a verdade.

Em uma leitura superficial podemos logo perceber que o grande


objetivo do autor é desfazer a tradução aceita de Gn 1:2,
insinuando que a palavra “Espírito” seja uma versão incorreta.
Baseado nessa opinião preconcebida, tudo pode ser feito para
sustentar qualquer outra coisa, menos a verdade de que o Espírito
Santo seja visto ali como um Ser Pessoal, atuando na Criação.
O autor prossegue citando A Declaração Doutrinária da
Convenção Batista Brasileira (DDCBB) que afirma a personalidade
do Espírito Santo e cita no rodapé a passagem de Gn 1:2, pelo que
podemos crer que os responsáveis da mesma vêem nesse texto a
personalidade do Espírito Santo (Pág 2). Ora, essa declaração cita
12 textos referentes ao tema da personalidade do Espírito.
Portanto, a visão da personalidade do Espírito Santo em Gn 1:2 é
apenas o reflexo de uma evidência que é comprovada por muitos
textos da Bíblia, e o último texto citado é Mat. 28:19. Mas, o que
fazem os antitrinitaristas? Fazem uma outra guerra contra esta
passagem. Mas este já é um outro assunto, sobejamente
respondido, no e-book “100 Respostas sobre a Trindade”. Mas, se
a Declaração cita Gn 1:2, ao lado de mais 11 textos, isso indica que
a sua crença na personalidade do Espírito não está baseada apenas
nessa passagem, mas está respaldada em muitos outros textos.

De fato, a doutrina da Trindade não repousa sobre um texto da


Bíblia apenas, mas ela está construída na base de uma estrutura
teológica do que a Bíblia diz em muitos textos tanto do Novo como
do Antigo Testamento, independentemente das filosofias de
homens. Nunca afirmamos uma doutrina em um só texto, mas
num conjunto que possui uma estrutura lógica e clara.

O autor começa a sua exegese (pág. 2), copiando as frases do texto


bíblico de uma Bíblia hebraica e da Septuaginta que contém o
mesmo texto em grego, e usa propositadamente expressões
incomuns ao longo de todo o documento a fim de impressionar,
com a possível veracidade de suas afirmações, com que pretende
discordar dos mais abalizados dicionaristas, embora se confessa
apenas um “estudante de exegese” (pág. 12). Após expor cada
sentença, opta pela tradução de que “ruach” significa “vento”, da
Bíblia de Jerusalém, e logo mais “vento impetuoso” (pág. 15, 17),
baseado na tradução da Bíblia Vozes. Ora, sugerimos que não
havia necessidade de perder tanto tempo e energia para saber que
a palavra “ruach” no hebraico e “pneuma” no grego têm também
esse significado, não exclusivo.

Veja os seguintes significados da palavra “ruach” do Strong’s


Hebrew and Greek Dictionaries, que aparecem em BOL (Bíblia on
Line – CD-ROM, Léxico Hebraico e Grego de Strong), em Gn 1:2:

07307 ruwach

procedente de 07306; DITAT-2131a; n. f.

1) vento, hálito, mente, espírito


fôlego de ar
espírito (quando se respira rapidamente em estado de animação
ou agitação)
1c1) espírito, entusiasmo, vivacidade, vigor
1c2) coragem
1c3) temperamento, raiva
1c4) impaciência, paciência
disposição (como, por exemplo, de preocupação, amargura,
descontentamento)
espírito profético
1d) espírito (dos seres vivos, a respiração do ser humano e dos
animais)
1e) espírito (como sede da emoção)
1e1) desejo
1e2) pesar, preocupação
1f1) como sede ou órgão dos atos mentais
1f2) raramente como sede da vontade
1f3) como sede especialmente do caráter moral
Espírito de Deus, a terceira pessoa do Deus triúno, o Espírito
Santo, igual e coeterno com o Pai e o Filho
energia vital
jamais referido como força despersonalizada

Veja agora, a palavra “pneuma” da mesma fonte referida acima,


em Jo 3: 8:

4151 pneuma
de 4154; TDNT-6:332,876;

1) terceira pessoa da trindade, o Santo Espírito, co-igual,


coeterno com o Pai e o Filho
1a) algumas vezes mencionado de um modo que enfatiza sua
personalidade e caráter (o Santo Espírito)
1b) algumas vezes mencionado de um modo que enfatiza seu
trabalho e poder (o Espírito da Verdade)
1c) nunca mencionado como um força despersonalizada
2) o espírito, i.e., o princípio vital pelo qual o corpo é animado
2a) espírito racional, o poder pelo qual o ser humano sente, pensa,
decide
2b) alma
3) um espírito, i.e., simples essência, destituída de tudo ou de pelo
menos todo elemento material, e possuído do poder de
conhecimento, desejo, decisão e ação
3a) espírito que dá vida
3b) um espírito superior ao homem, contudo inferior a Deus, i.e.,
um anjo
3b1) usado de demônios, ou maus espíritos, que pensava-se
habitavam em corpos humanos
3b2) a natureza espiritual de Cristo, superior ao maior dos anjos e
igual a Deus, a natureza divina de Cristo
4) a disposição ou influência que preenche e governa a alma de
alguém
4a) a fonte eficiente de todo poder, afeição, emoção, desejo, etc.
5) um movimento de ar (um sopro suave)
5a) do vento; daí, o vento em si mesmo
5b) respiração pelo nariz ou pela boca

Ora, se as palavras “rûach” e “pneuma” possuem tantos


significados conhecidos por todos os teólogos e dicionaristas, não
é nenhuma novidade que, por vezes, se levantem alguns
“intérpretes” colocando significados não comprovados pela
própria teologia bíblica, plenamente “baseados” e citados os
próprios eruditos, mas colocados fora da intenção e teologia deles.

Mas se tais palavras em estudo oferecem tantas possibilidades de


significação, como podem os tradutores acertar a verdadeira
versão das palavras? Naturalmente, eles seguem regras rígidas e
lógicas, dentro de um contexto mediato e imediato, a fim de não
incorrer em erro.

Por exemplo, note a coerência dos tradutores em duas passagens


pertinentes. Em Gn 8:1, lemos: “Lembrou-se Deus de Noé e de
todos os animais selváticos e de todos os animais domésticos que
com ele estavam na arca; Deus fez soprar um vento (rûach) sobre
a terra, e baixaram as águas.” Seria ridículo traduzir “rûach” nesta
passagem como “desejo”, “pesar”, ou “preocupação”, ou ainda
“espírito”. A palavra “soprar” (‘abar) direcionou a correta
tradução. De fato, soprar indica “vento” e não “espírito”.

Agora, vamos ao Novo Testamento, e leiamos uma passagem


clássica, onde a mesma palavra tem 3 significações: “O vento
sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem
para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.” (Jo 3:8).
Neste caso, o apóstolo faz um jogo de 3 significados, com a mesma
palavra. “Vento”, “soprar” e “Espírito” são traduzidas da mesma
palavra-raiz (“pneo”, “pneuma”). Como poderia esta passagem ser
traduzida? Certamente, foi considerada a sintaxe, a lógica, o
significado mais próximo, o contexto imediato (v. 5-7), bem como
um contexto mediato (Ex.: Gn 8:1: “soprar um vento”).
O autor do artigo passa a tecer comentários comparativos entre a
Criação e o Dilúvio, a fim de aproximar os termos e procurar
uma possível e mais acertada tradução para Gn 1:2. Diz ele: “E não
será de se deixar passar despercebida a coincidência dos termos
hebraicos em Gn 1,2 e Gn 7,11.” (Pág. 10). Não se trata de
coincidência, mas de uma descrição propositada do mesmo autor
Moisés, que usa termos semelhantes para a Criação e o Dilúvio.
Entretanto, se em seu pensamento hebreu a palavra “rûach” ainda
estava em cena, na segunda passagem (Gn 8:1) ele usa a palavra
“soprar” (‘abar), o que não fez em Gn 1:2, onde ele usa o termo
hebraico “pairava” (‫ רחף‬rîchēp, “pairava”, relaxava). A palavra
soprar deu aos tradutores (não “traidores”, como quer o autor do
artigo) a evidência mais correta, sendo que desta vez traduziram a
palavra “rûach” como vento, coerentemente, e não como
“espírito”.
Há uma diferença marcante entre as duas passagens. Em Gn 1:2,
o autor descreve o “Rûach de Deus” como sendo o Agente, o
sujeito da frase como atuando por Si mesmo, e independente,
indicando uma evidência clara de personalidade, confirmada por
um grande número de outros textos. Nesse texto, a palavra
“pairava” (râchaph = pairar, relaxar, flutuar - Strong) indicou a
tradução correta, porque não é própria para “vento”, que existe em
movimento.
Em Gn 8:1, a frase “Deus fez soprar um vento”, coloca o vento
como objeto direto, ou seja, não é o sujeito da frase. Em Jo 3:8, a
palavra “vento” é o sujeito, mas agora, a tradução é regida mais
uma vez pelo verbo “soprar”. E, como vimos, os tradutores, longe
de ser traídos por sua teologia, neste caso, traduziram o texto
acertadamente com o contexto mediato e imediato, pela lógica,
pela sintaxe e pela linguagem comum. Não seria diferente em Gn
1:2, onde os tradutores verteram a palavra “rûach” como
“Espírito”, consoante à lógica, à teologia, à linguístrica e à sintaxe.
De acordo com a teologia bíblica, o Espírito Santo é Criador.
Lemos em Sl 104:30: “Envias o teu Espírito, eles são criados, e,
assim, renovas a face da terra.” Portanto, nada melhor do que a
tradução de “rûach” em Gn 1:2 como “Espírito”, que participou na
Criação original e participa na Criação de um novo coração, como
lemos em Ezequiel 36:26: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro
de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei
coração de carne. 27 Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que
andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os
observeis.”
Resta-nos fazer uma verificação entre os tradutores mais
abalizados no hebraico, a fim de constatarmos uma grande
unanimidade entre eles de que a tradução correta para Gn 1:2 não
pode conter a palavra “vento” por ser imprópria:

1 -(ASV) And the earth was waste and void; and darkness was
upon the face of the deep: and the Spirit of God moved upon the
face of the waters.

2 -(BL95) todo era confusión y no había nada en la tierra. Las


tinieblas cubrían los abismos mientras el Espíritu de Dios
aleteaba sobre la superficie de las Aguas.

3 -(BJ) La tierra era caos y confusión y oscuridad por encima del


abismo, y un viento de Dios aleteaba por encima de las aguas.
3 -(KJV+) And the earth776 was1961 without form,8414 and void;922
and darkness2822 was upon5921 the face6440 of the deep.8415 And the
Spirit7307 of God430 moved7363 upon5921 the face6440 of the waters.4325

4 - (Versión Jünemann) Pero la tierra estaba desierta e informe; y


tinieblas, sobre la faz del abismo; y el Espíritu de Dios flotando(b)
sobre la faz de las aguas.

5 - (LBLA) Y la tierra estaba sin orden y vacía, y las tinieblas


cubrían la superficie del abismo, y el Espíritu de Dios se movía
sobre la superficie de las aguas.

6 - (NBLH) La tierra estaba sin orden y vacía, y las tinieblas


cubrían la superficie del abismo, y el Espíritu de Dios se movía
sobre la superficie de las aguas.

7 - (PJFA) A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a


face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das
águas.

8 - (YLT) the earth hath existed waste and void, and darkness is
on the face of the deep, and the Spirit of God fluttering on the
face of the waters,

9 - (NTLH) A terra era um vazio, sem nenhum ser vivente, e


estava coberta por um mar profundo. A escuridão cobria o mar, e
o Espírito de Deus se movia por cima da água.

10 - (RC) E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a


face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das
águas.
A conclusão de uma simples comparação entre estas Bíblias nos
leva a concluir que entre 10 traduções, apenas uma, a Bíblia de
Jerusalém, verte “rûach” como “vento”. Portanto, o autor do
presente ensaio, para a sua conveniência, está apenas escolhendo
uma diferente opção para impor as suas ideias filosóficas, que não
são aceitas pelos grandes eruditos dentre os teólogos,
comentaristas, enciclopedistas e dicionaristas, conhecedores do
grego e do hebraico.

Para finalizar, poderíamos consultar alguns desses grandes


comentaristas, dicionaristas e teólogos para constatar que
todos são unânimes em afirmar a correção da tradução de “rûach”
em Gn 1:2, como Espírito.

Pulpit Commentary, em Gn 1:2.


“Que o Ruach Elohim, … não era ‘um grande vento’, ou ‘um vento
de Deus’ é determinado pela não existência do ar neste estágio
particular no desenvolvimento (da Criação) da terra. De acordo
com o uso bíblico em geral, isso deve ser considerado como uma
designação não simplesmente ‘do divino poder, que como o vento
e o fôlego não pode ser percebido’ (Gesenius), mas do Espírito
Santo, que é uniformemente representado como a Fonte ou Causa
formativa de toda a vida e ordem no mundo, tanto física,
intelectual como espiritual. Cf. (Job 26:13; 27:3; Psalm 33:6;
104:29; 143:10; Isaiah 34:16; 61:1; 63:11).”

John Gill´s Exposition, em Gn 1:2:


“… ‘O Espírito de Deus se movia’; que deve ser entendido não de
um ‘vento’, como Onkelos, Aben Ezra, e muitos escritores
judaicos, tanto como cristãos, interpretam isto, desde que o ar, de
que o vento é uma moção disso, não fora criado até o segundo
dia.”
Albert Barnes’ Notes on the Bible, em Gn 1:2:
“A frase ‫ אלהים רּוח‬rûach 'ĕlohîym significa “o Espírito de Deus”
como isto é em alhures uniformemente aplicado a espírito, e como
‫ רחף‬rîchēp, “pairava” não descreve a ação do vento. A forma verbal
empregada é o particípio imperfeito, e, portanto, denota uma obra
no processo real de cumprimento. O pairar do Espírito de Deus é
evidentemente a causa originadora da reorganização das coisas da
terra, pela obra criativa, que é sucessivamente descrita na
passagem seguinte.”

Adam Clarke’s Commentary on the Bible, em Gn 1:2:


“O Espírito de Deus” – Isto tem sido variada e estranhamente
entendido. Alguns pensam que significa um vento violento, por
causa que ‫רוח‬, ruach frequentemente significa vento, como
também espírito, como πνευμα, pneuma, em grego ocorre; e o
termo ‘Deus’ é conectado com isso meramente, como eles pensam,
para expressar o grau superlativo. Outros entendem um fogo
elementar. Outros, o sol, penetrando e secando a terra com seus
raios. Outros entendem como anjos, que foram supostos ter sido
empregados como agentes na criação. Outros, uma atração
magnífica, pelo que todas as coisas foram causadas gravitar a um
centro comum. Mas é suficientemente evidente do uso da palavra
em outros lugares, que o Espírito Santo de Deus é entendido.”

Comentário Jamieson, Fauset e Brown, em Gn 1:2:


“o Espírito de Deus se movia – literalmente, continuava cobrindo-
a, como faz a ave incubando os ovos.”

(De fato, como dizem os comentaristas, a palavra ‫ רחף‬rîchēp,


“pairava” não descreve a ação do vento. Antes, muito mais nos
lembra da ação do Espírito e de Cristo que disse: “Jerusalém,
Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram
enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a
galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o
quisestes!” (Mt 23:37). Já dizia Moisés em seu último cântico: “11
Como a águia desperta a sua ninhada e voeja (‫ רחף‬rîchēp, paira)
sobre os seus filhotes, estende as asas e, tomando-os, os leva sobre
elas, 12 assim, só o SENHOR o guiou, e não havia com ele deus
estranho.” (Dt 32:11).

Keil & Delitzsch Commentary on the OT, em Gn 1:2


“‫( רּוח‬rûach) denota vento e espírito, como πνεῦνα de πνέω
(pneuma de pnéo, do grego). Ruach Elohim não é um sopro de
vento causado por Deus (Theodoret, etc.), o princípio de toda a
vida (Sl 33:6; 104:30), que opera sobre a massa informe e sem
vida... ‫( רחף‬râchaph, pairava) no Piel (forma verbal) é aplicado ao
pairar e flutuar de um pássaro sobre seus filhotes, para aquecê-los
e desenvolver os seus poderes vitais (Dt_32:11). De igual maneira,
o Espírito de Deus paira sobre o abismo, que tinha recebido em
sua criação os germes de toda a vida, para enchê-los com a energia
vital por Seu fôlego de vida.”

Expositor’s Bible Commentary OT, em Gn 1:2:


“Embora muitos intérpretes modernos têm lido a cláusula como
‘um poderoso vento’, a leitura tradicional ‘Espírito de Deus’ parece
a única leitura compatível com o verbo ‘pairar’ (‫ רחף‬rîchēp), um
verbo não adaptado para descrever o sopro de um vento. Ademais,
a imagem do Espírito de Deus pairando sobre as águas é
semelhante ao quadro de Deus em Deuteronômio (32:11) como
uma águia voejando sobre os seus filhotes, protegendo e
preparando seu ninho. O uso de semelhante imagem de Deus,
tanto no início como no fim do Pentatêuco, sugere que este é o
quadro do Espírito de Deus que é intentado aqui.”

Podemos, finalmente, lembrar que todo o texto bíblico pode ser


mal compreendido, mal exposto, mal interpretado, em detrimento
da verdade. Já nos advertia o apóstolo Paulo contra as sutilezas
filosóficas do seu tempo e do nosso: “Cuidado que ninguém vos
venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a
tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo” (Fl
2:8).

Pr. Roberto Biagini


prbiagini@gmail.com

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