Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BAPTISTA REFORMADO
II Timóteo 2:15
Nome do Estudante: José Correia Vieira Kiluange Ano: 2023/24
Módulo: I – Teologia Sistemática I
Resenha do Livro: Manual de Teologia Sistemática – Parte Primeira, A Doutrina da Palavra de Deus
Autor do Livro: Wayne Grudem
Páginas Lidas: 1-68
PRÓLOGO
Wayne Grudem1, na introdução deste manual, que por acaso não será o objecto do
presente resumo, isto é, no que a totalidade do livro diz respeito, na medida em que o
resumo será apenas sobre a Parte Primeira do livro, que trata propriamente da doutrina da
palavra de Deus, define a doutrina como “o que a totalidade da Bíblia nos ensina a respeito
de algum tópico particular.”
Antes de escrever o Cânon das Escrituras, F.F. Bruce, já tinha uma ligação muito
forte nesta matéria teológica, em virtude de ter sido Professor na Universidade de
Manchester, onde leccionou as cadeiras “Texto e Cânon do Antigo Testamento e Texto
e Cânon do Novo Testamento”, respectivamente, conforme o próprio autor faz questão
de declará-lo no prefácio – “...eu ensinava na Universidade de Manchester, leccionava,
em anos alternados, sobre Texto e Cânon do Antigo Testamento e Texto e Cânon do Novo
Testamento” (vide a pág. 9).
Então, propondo uma resposta à pergunta “o que a Bíblia nos ensina a respeito de
si mesma?” o autor assevera2:
1
“Os principais ensinos da Bíblia a respeito de si própria podem ser classificados
em quatro características: 1) a autoridade da Escritura; 2) a clareza da Escritura; 3) a
necessidade da Escritura; e 4) a suficiência da Escritura.”
Da definição acima, por assim dizer, Wayne Grudem ao destacar a construção todas
as palavras na Escritura são palavras de Deus, esclarece: 1. Isso é o que a Bíblia
declara sobre si própria. Há frequentes declarações na Bíblia de que todas as palavras
da Escritura são palavras de Deus. No AT, isso é muitas vezes visto na frase introdutória
“Assim diz o Senhor”, que aparece centenas de vezes. O autor de entre vários exemplos,
cita Nm 22:38; Dt 18:18-20; Jr 1:9; 14:14; ... Ez 2:7; 13:1-16; II Reis 23:2-3.
Quanto as evidências no NT, segue o autor – no NT, várias passagens indicam que
todas as palavras dos escritos do AT são consideradas palavra de Deus. II Timóteo 3:16
diz que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para
a correcção e para a instrução na justiça”. Aqui “Escritura” (gr. graphê) deve se referir
aos escritos do AT, porque é a eles que a palavra graphê se refere em cada uma das suas
55 ocorrências no NT. Além disso, é às “Sagradas Letras” do AT que Paulo se referiu
anteriormente no versículo 15.
Wayne Grudem afirma ainda que – indicação similar do carácter dos escritos do AT
como palavra de Deus é encontrada em II Pedro 1:12. Falando das profecias da Escritura
(v.20), que significa ao menos as Escrituras do AT às quais Pedro encoraja seus leitores
a presta atenção cuidadosa (v.19), Pedro diz que nenhuma dessas profecias jamais “teve
origem na vontade humana”, mas que “homens falaram da par4te de Deus, impelidos pelo
Espírito Santo”3.
Quanto a origem divina do NT, Wayne Grudem4 diz “mas em dois lugares do NT
vemos os escritos do NT também serem chamados «Escritura» juntamente com os
escritos do AT. Em II Pedro 3:15,16, Pedro diz: «Tenham em mente que a paciência de
nosso Senhor significa salvação, como também o nosso amado irmão Paulo lhes escreveu,
coma sabedoria que Deus lhe deu. Ele escreve da mesma forma em todas as suas cartas,
falando nelas destes assuntos. Suas cartas contêm algumas coisas difíceis de entender, as
quais os ignorantes e instáveis torcem, como também o fazem com as demais Escrituras,
para a própria destruição deles».
2
citação de Lucas 10:7. Paulo aqui cita as palavras de Jesus conforme encontradas no
evangelho de Lucas e as chama Escritura».”
A respeito deste ponto, sobre toda a Escritura ser a palavra de Deus, Wayne
Grudem, chama especial atenção ao dizer que “isso não significa ditado de Deus como
o único meio de comunicação”. A seguir, o autor esclarece esta ideia com o seguinte
argumento:
“Porém, em muitas outras secções da Escritura, tal ditado directo de Deus não é
certamente a maneira pela qual as palavras da Escritura vieram à existência. O autor de
Hebreus diz que Deus falou aos pais pelos profetas «muitas vezes e de várias maneiras»
(Hb 1:1). Do outro lado do espectro do ditado temos, por exemplo, a pesquisa histórica
ordinária que Lucas empreendeu para escrever seu evangelho. Ele diz: «Muitos já se
dedicaram a elaborar um relato dos factos que se cumpriram entre nós, conforme nos
foram transmitidos por aqueles que desde o início foram testemunhas oculares e servos
da palavra. Eu mesmo investiguei tudo cuidadosamente, desde o começo, e decidi
escrever-te um relato ordenado, ó excelentíssimo Teófilo...» (Lc 1:1-3). Esse claramente
não é o processo de ditado. Lucas usou o método comum de conversar com testemunhas
oculares e obter dados históricos de forma que pudesse escrever sua narrativa precisa
da vida e dos ensinos de Jesus. Fez pesquisa histórica de maneira completa, ouvindo
relatos de muitas testemunhas oculares e avaliando sua evidência cuidadosamente.”
3
casa de Faraó ou o trabalho de Davi como pastor), a capacidade de avaliar eventos no
mundo ao redor deles, o acesso que tinham a dados históricos, seu julgamento com
relação à exatidão de informações e as circunstâncias individuais quando escreveram
foram exactamente o que Deus queria que fossem. Assim, quando eles realmente
chegaram a escrever, as palavras eram plenamente as suas próprias palavras, mas
também eram plenamente as palavras que Deus queria que eles escrevessem, palavras
que Deus também reafirmaria serem suas.”
A Bíblia muitas vezes afirma a própria clareza5 – com esta afirmação, o autor
esclarece – “a Bíblia muitas vezes fala de sua clareza e da responsabilidade dos crentes
de lê-la e de entende-la. Em uma passagem muito conhecida, Moisés diz ao povo de
Israel: «E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus
filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao
levantar-te» (Dt 6:6-7). Esperava-se que todas as pessoas de Israel fossem capazes de
entender as palavras da Escritura o suficiente para conseguir ensiná-la a seu filho... É dito
que o carácter da Escritura é de tal modo que mesmo os «inexperientes» podem
compreendê-la correctamente, tornando-se sábios. «A lei do Senhor é perfeita, e refrigera
a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples» (Sl 19:7). Em outro
lugar lemos que «A exposição das tuas palavras dá luz; dá entendimento aos simples» (Sl
119:130). Aqui, a pessoa «inexperiente» não é meramente a que carece de capacidade
intelectual, mas a que carece de julgamento sadio, que é propensa a cometer erros e que
é facilmente induzida ao erro. A palavra de Deus é inteligível, tão clara que torna sábia
até mesmo essa espécie de pessoa.”
4
sobre os que entendem erroneamente ou que se recusam a aceitar a estas: «vocês não
leram...» (Mt 12:3,5; 19:14; 22:31), «vocês nunca leram isto nas Escritura? » (Mt 12:42),
ou mesmo: «vocês estão enganados porque não conhecem as Escrituras nem o poder de
Deus» (Mt 22:29; v tb. Mt 9:13; 12:7; 15:3; 21:13; Jo 3:10).”
Mas, para uma maior compreensão desta característica, Wayne Grudem segue
sugerindo que essa definição pode ser explicada em suas várias partes, nomeadamente:
“A Bíblia é necessária para a salvação, portanto, neste sentido: uma pessoa deve
ler a mensagem do evangelho da Bíblia por si própria ou ouvi-la de outra pessoa. Mesmo
os crentes que alcançaram a salvação na antiga aliança obtiveram-na quando confiaram
nas palavras de Deus que prometiam o Salvador que estava para vir.” Pág. 56
“... todas as pessoas nascidas possuem algum conhecimento da vontade de Deus por meio
da sua consciência. Mas esse conhecimento é muitas vezes indistinto e não pode
comunicar certeza. De facto, se não houvesse nenhuma palavra de Deus escrita, não
poderíamos nuca adquirir certeza a respeito da vontade de Deus por outros meios, como
o conselho de outros, o testemunho interno do Espírito Santo, circunstâncias mudadas e
o uso do raciocínio santificado e do sendo comum. Esses meios todos poderiam dar uma
aproximação da vontade de Deus de modo mais ou menos confiável, mas somente por
intermédio deles nenhuma certeza da vontade de Deus poderia ser obtida, ao menos no
mundo decaído onde o pecado distorce a nossa percepção do que é certo e do que é
errado, conduz ao raciocínio errôneo em nosso processo de pensamento e suprime de vez
5
em quando o testemunho de nossa consciência (cf. Jr 17.9; Rm 2:14-15; I Co 8:10; Hb
5:14; 10:22; v.tb. I Tm 4:2; Tt 1:15).”