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II Tm 3.14.17. A Importância da Bíblia


Nas últimas semanas vivi experiências muito marcantes em minha vida como pastor. No domingo dia
23/10 preguei tendo como base a afirmação que Jesus precisa ser Salvador e Senhor de nossas vidas.
Naquela mesma noite a porta da Igreja uma senhor chegou a mim e disse: Pastor eu preciso de Jesus
como Senhor de minha vida.
Ainda na mesma semana outra senhora me ligou e disse que precisava conversar porque a pregação de
domingo havia despertado alguma coisa nela. Nessa semana pudemos sentar e conversar.
Essa senhora olhou para mim e disse: pastor depois daquele sermão eu vi que preciso conhecer e saber
mais de Deus em minha vida, tantas vezes fui a Igreja, mas naquele dia algo aconteceu e foi tão forte que
está mudando toda a minha vida.
Como pastor eu digo a vocês que por instantes fiquei sem palavras, pois foi tão belo e emocionante
aquele momento. Ali estava toda a razão de minha vida como pastor, conduzir pessoas a Cristo.
Naquela noite fiquei pensando e questionando: O que aconteceu de diferente? Será que naquele dia eu
preguei muito bem? Será que naquela noite eu fui melhor do que de outras vezes?
Não, eu creio que não. Eu apenas preguei o velho e bom evangelho, não ofereci milagres, não anunciei
prosperidade e nem solução de problemas, apenas anunciei a graça de Deus através do Evangelho.
Eu fiz o que se espera que o pastor faça, preguei a palavra o resto todo é ação de Deus através do
Espírito Santo. E isso ocorreu e ocorre porque Deus fez com que todas as verdades necessárias à
salvação, santificação, culto, serviço e vida do homem, fossem escritas e preservadas, para que
pudessem ser conhecidas, cridas e obedecidas.
Com este propósito, o próprio Deus, por meio do seu Espírito, inspirou os autores bíblicos, a fim de que
pudessem escrever a Bíblia, sem erro algum.
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A Bíblia não é um livro qualquer; a sua origem está em Deus que falou através de homens que separou
para registrar a Sua Palavra. Deus é o Autor da Escrituras.
Por isso mesmo eu gostaria que nós considerar algumas coisas sobre a Bíblia
II Tm 3.14-17: : "Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de
quem o aprendeste. E que desde a infância sabes as Sagradas Letras que podem tornar-te sábio para a
salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a educação na Justiça. A fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda a boa obra."
Esta é a última carta que o Apóstolo Paulo escreveu; ele estava perto do final da sua vida. Ele está
escrevendo ao seu jovem colega de ministério, Timóteo.
Timóteo era pastor da Igreja em Éfeso. Aqui está o velho Apóstolo Paulo, escrevendo as instruções finais
àquele jovem pastor.
Ele passa uma boa parte de seu tempo escrevendo esta epístola, enfatizando a importância da Palavra
de Deus. Estes versículos, eles compreendem uma porção clássica a respeito da Palavra de Deus, e do
que ela é em relação ao restante da Escritura.
Nós vamos gastar um tempo razoável abordando dois pontos: "A origem e o propósito da Bíblia".
 Primeiro: A Bíblia vem de Deus. Eu quero deixar bem claro aqui uma coisa: A Bíblia antecede a
Igreja: “Se o fundamento da Igreja é a doutrina profética e apostólica, concluímos que a Bíblia começou a
existir antes da Igreja.
Portanto, como decorrência lógica, não é a Igreja que autentica a Palavra por sua interpretação, como a
igreja romana sustentou em diversas ocasiões;
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É a Bíblia que se autentica a si mesma como Palavra autoritativa de Deus e, é Ele mesmo Quem nos
ilumina para que possamos interpretá-la corretamente.
Mas voltemos a afirmação: A Bíblia vem de Deus. O versículo dezesseis diz que toda a Escritura é dada
por inspiração de Deus.
A palavra é "inspirada". Paulo não está falando aqui de uma experiência subjetiva; não é aquele sentido
de inspiração em que se tem uma noção mais profunda de alguma coisa.
 Todos nós já experimentamos o que é inspiração nesse sentido que eu acabei de descrever. Eu já fui
inspirado pelo pôr do sol, por exemplo!
Quando falamos de nossa inspiração é com esta conotação subjetiva que falamos. Mas, não é isto que
o Apóstolo Paulo tem em mente, quando ele usa a expressão inspirada; literalmente traduzindo esta
expressão, nós teríamos que dizer: "soprada por Deus".
 O que o Apóstolo Paulo está dizendo é que: "Deus soprou as suas Escrituras". Na verdade ele esta
dizendo: "Deus expirou as Escrituras." Saindo de sua boca como seu próprio respiro.
 Não existe na própria Bíblia nenhuma afirmação, categórica, que explica como Deus fez isso!
Sabemos que Deus usou autores humanos, mais de quarenta deles.
Eles escreveram num período compreendido entre 1.500 a 2.000 anos. Escreveram a partir de contextos
diferentes, momentos histórico diferente, escreveram com estilos diferentes; é fácil nós vermos, por
exemplo, a diferença de estilo entre um Marcos e um João.
O Evangelho de Marcos é cheio de ação, ele quer descrever os eventos da vida de Cristo de forma
vívida para nos dar um bom resumo de todos esses eventos.
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O Evangelho de João, procura descrever, em detalhes, alguns eventos chaves da vida de Jesus. Então,
cada um desses autores está escrevendo uma mesma história por perspectivas diferentes, por visões
diferentes, com estilos diferentes.
 Mas o propósito de Paulo ao se referir a todos os escritores bíblicos, é que Deus os dirigiu
sobrenaturalmente, à medida que eles iam escrevendo.
De forma que aquilo que eles escreveram, na verdade, foi Deus quem "expirou" (soprou). No evento da
inspiração das Escrituras, nós somos mais uma vez confrontados com aquele relacionamento chave entre
a SOBERANIA DE DEUS E A RESPONSABILIDADE HUMANA. A Soberania de Deus não nega a
Responsabilidade Humana!
Mas ainda assim, a responsabilidade humana não suprime a SOBERANIA DE DEUS! O apóstolo Pedro
sabia disso muito claramente e por isso ele escreve em II Pe.1:20,21:
"Sabendo, primeiramente, isto, que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação;
porque nunca, jamais, qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto homens [santos] falaram
da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo".
 Em outras palavras: A inspiração é algo que vem da Soberania de Deus e da responsabilidade
humana.
O Apóstolo Paulo está falando isso como se referindo a toda as Escrituras, (a Bíblia completa).
 Na mente dos escritores da Bíblia, há uma articulação entre Deus e as Escrituras, Os homens usados
por Deus escreveram aquilo que Deus inspirou.
E isso implica que a Bíblia em várias passagens é tida como a boca do próprio Deus; não é idolatria de
forma alguma, não é confundir Deus com um livro, é um reconhecimento dum livro que vem de Deus.
Vários autores da Bíblia se referem às Escrituras, a própria Bíblia, como sendo o próprio Deus.
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E as palavras escritas nas Escrituras são reconhecidas com as palavras que vêm da boca do próprio
Deus.
 Por exemplo: Gl. 3:8. Aqui o Apóstolo Paulo escreve o seguinte: "Ora, tendo a Escritura previsto que
Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti serão abençoados todos os
povos".
Você percebe o que Paulo diz acerca da Escritura? Ele diz: "A ESCRITURA PREGOU A ABRAÃO!" Ele
está citando Gênesis:12:1-3. Se você abrir em Gênesis 12:1 encontrará o seguinte: Disse o Senhor a
Abrão.
É Deus que está falando diretamente a Abraão. São as palavras verbais de Deus que Paulo cita aqui. E
Paulo diz: "Ora, a Escritura anunciou o evangelho a Abraão".
 O que isso nos diz a respeito do pensamento de Paulo com relação às Escrituras? Ele entende que as
palavras das Escrituras são as palavras do próprio Deus. O que a Escritura diz, Deus diz!
Nós encontramos isto claramente, em Romanos.9:17: "Porque a Escritura diz a Faraó: Para isso
mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado por toda a
terra". Paulo diz em Romanos, "a Escritura diz isso a Faraó"; é como se ele estivesse conferindo à
Escritura uma voz.
 Mas o que encontramos em Êxodo 9:13-16? Ex 9.13: Disse o Senhor a Moisés: Levanta-te pela
manhã cedo, apresenta-te a Faraó e dize-lhe: Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Deixa ir o meu
povo, para que me sirva.
 Nós descobrimos que as palavras que Paulo cita aqui, são as palavras audíveis de Deus
pronunciadas naquela oportunidade. Então o que é que Paulo pensa das Escrituras? "O que a Escritura
diz, Deus afirma!"
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 A Escritura não é apenas mencionada como sendo o próprio Deus falando, mas fala-se de Deus
pronunciando palavras como se fora a Escritura! Jesus nos dá um exemplo disso em Mt.19:04-05.
Ele está respondendo algumas dúvidas, algumas perguntas dos seus críticos. Veja o que diz esta
passagem (Mateus.19:04-05): "Então respondeu Ele: Não tendes lido que o Criador desde o princípio os
fez homem e mulher, e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher,
tornando-se os dois uma só carne?".
 Jesus está dizendo que: "Deus disse isso a Adão e a Eva". Ele está citando Deus! Mas se você abrir
em Gênesis 2:24, verá que essas não são as palavras audíveis de Deus, não foi Deus que falou isso de
forma audível.
Na verdade elas são a descrição inspirada que Moisés narrou naquele trecho. Jesus fala a respeito de
Deus como se Suas palavras fossem a própria Escritura.
 Em Hebreus 3:07, o autor diz o seguinte: "Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a
sua voz....". O autor está dizendo que foi o Espírito Santo que pronunciou estas Palavras.
É o que diz o Salmo 95.7: "Ele é o nosso Deus, e nós ovelhas de sua mão. Hoje, se ouvirdes a sua voz."
Em nenhum lugar dessa passagem as palavras são atribuídas ao Espírito Santo. Mas o autor de Hebreus
diz que o Espírito Santo pronunciou estas Palavras.
O Espírito Santo é tido como tendo proferido as palavras das Escrituras.
Na mente dos escritores do Novo Testamento não existe essa tendência moderna que nós encontramos
nos dias de hoje: de separar a autoridade de Deus da autoridade das Escrituras. O que as Escrituras
dizem, Deus diz; o que Deus diz, as Escrituras dizem!
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 Quando Paulo disse que toda a Escritura é inspirada por Deus, ele estava pensando, primordialmente,
no Antigo Testamento. Mas essa afirmação certamente inclui os livros do Novo Testamento, porque no
Novo Testamento se adicionam os escritos dos Apóstolos com a Palavra de Deus.
O Apóstolo Paulo teve esta compreensão em I Ts 2.13, quando ele escreveu o seguinte: "Outra razão
ainda temos nós para incessantemente dar graças a Deus: É que, tendo vós recebido a Palavra que de
nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes não como palavra de homens, e, sim, como, em verdade é, a
Palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós, os que credes".
Vocês não receberam, diz Paulo, as nossas palavras, como se fosse meramente palavras de homens!
Mas como sendo a própria Palavra de Deus, como na verdade elas são.
 O apóstolo Pedro também reconheceu a autoridade dos escritos neo-testamentários, como se vê em
II Pedro 3:15,16. Ouça o que o Apóstolo diz: "E tende por Salvação a longanimidade de nosso Senhor,
como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao
falar acerca destes assuntos, como de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas
coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também as demais Escrituras,
para a própria destruição deles".
Pedro, aqui, diz que não entende certas coisas que Paulo havia escrito (eu me conforto muito com essa,
passagem). Será que você já encontrou alguma coisa na Bíblia que é de difícil entendimento? Se é o caso,
você está bem acompanhado; o Apóstolo Pedro se sentia do mesmo jeito!
 Mas reparem o que Ele diz acerca dos escritos de Paulo! Ele diz que alguns indoutos, algumas
pessoas não preparadas, torcem aquilo que Paulo escreveu.
Ele diz não apenas o que Paulo escreveu, mas o restante das Escrituras. Você consegue entender o que
está na mente de Pedro? Pedro equaciona os escritos de Paulo, com o resto das Escrituras; os escritos de
Paulo fazem parte, da Escrituras.
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É exatamente o que Jesus prometeu o que haveria de acontecer; que, seus, apóstolos, haveriam de
levar adiante o seu ministério profético; e escrever as Escrituras.
 Em Jo.14:26, Jesus diz aos seus Apóstolos: "Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai
enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho
dito".
Esta promessa se tornou realidade nos escritos neo-testamentários. Essa é a visão das Escrituras que
todas as igreja cristãs, de fato, sempre tiveram até bem recentemente.
 A única forma correta de você conhecer a Deus é através de Sua Santa Palavra, a Bíblia. É a Sua
Palavra, escrita para benefício nosso. É presunçoso pensar que você pode conhecer a Deus, ou amar a
Deus, ou agradar a Deus, sem submeter-se à autoridade da Bíblia!
Ela tem autoridade sobre nós. É a revelação do seu Criador, a Seu próprio respeito, para si mesmo.
Você pode ter total confiança ao ouvir a Bíblia, porque foi o próprio Deus que a confiou a nós.
 A Bíblia não é apenas a Palavra escrita de Deus, mas é a Palavra escrita para o nosso benefício. Ela
é proveitosa de uma forma bem genérica; é o que o Apóstolo Paulo diz aqui em nosso texto, no vers. 16.
Ele diz que a Bíblia é proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir e para instruir em justiça, ou
na doutrina. Instrução, direção, sabedoria, encorajamento, conforto, ajuda, todas essas coisas vêm até nós
através da Bíblia.
Segundo  A Bíblia é proveitosa em um sentido muito específico: É um livro de Salvação! Paulo
diz a Timóteo no vers. 15 que as Sagradas Letras (ou Escrituras) podiam fazê-lo sábio para a Salvação
pela fé que há em Cristo Jesus.
Este é o livro da Salvação! A palavra "Salvação" tem um conceito tão profundo e ainda assim é um
conceito que é tão mal compreendido por tantas pessoas.
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A Salvação é uma experiência moral, é a mudança da natureza moral de uma pessoa; é uma experiência
relacional. É a mudança do posicionamento de uma pessoa diante de Deus.
Quando vem a salvação o relacionamento de um homem, de uma mulher, com Deus, é profundamente
alterado; essa pessoa é transformada de uma condição prévia de condenada, para uma posição de ser
perdoada completamente dos seus pecados.
Ela é transformada de uma posição de ser um inimigo de Deus e é trazida para um relacionamento de
um filho de Deus. Ela é adotada e é trazida para um relacionamento eterno com o seu Criador. E essa
Salvação vem tão somente através de Jesus Cristo; Paulo diz: "As sagradas letras são aptas para tornar-
te sábio para a Salvação".
 Apenas a Bíblia nos revela o plano de Deus para a Salvação. Desde o Antigo Testamento, até o Novo
testamento, esse plano de Deus é desvendado diante de nossos olhos. Desde aquelas primeiras cenas da
criação, a Salvação já é anunciada.
Quando Adão e Eva pecaram e se afastaram de Deus, Ele anunciou um meio de Salvação através de
Seu Filho. Nós vemos este plano de Salvação ser elaborado através do Antigo Testamento, como a
promessa do Salvador que haveria de vir, promessa essa que os profetas falaram repetidamente.
A forma dessa Salvação é mostrada às pessoas do Velho Testamento através daquele sistema sacrificial
existente no Antigo Testamento.
 O Antigo Testamento ensina que a redenção vem a custo de sangue derramado e que nós
precisamos de um mediador entre Deus e os homens.
Ensina que alguém precisa morrer pelos nossos pecados. Dia após dia, noite após noite, os israelitas do
Antigo Testamento eram relembrados dessas verdades;
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do sacrifício da manhã até o sacrifício do entardecer, através de todas as estações do ano, eles eram
relembrados destas verdades através daqueles sacrifícios, através daquelas cerimônias que eram exigidas
da nação de Israel.
 E o Antigo Testamento expande a promessa da vinda da Salvação de Deus.
Essa promessa que é expandida no Antigo Testamento, nós temos o seu cumprimento no Novo
Testamento à medida que o Senhor Jesus chega como resposta a tudo aquilo que o Velho Testamento
antecipou, cumprindo todos aqueles sacrifícios e trazendo a um ponto final de todos aqueles cerimoniais
que haviam no Velho Testamento.
Este final vem através de Sua vida e da Sua morte, oferecendo-se como substituto por pecadores,
realizando a nossa redenção.
Então, agora, em Cristo nós temos esperança, segurança da salvação eterna. Esta é a Palavra da
salvação de Deus; é uma mensagem de graça, de salvação para todos; e todos aqueles que haverão de
vir a Jesus Cristo, podem através disto ser salvos.
CONCLUSÃO
 Você crê na Bíblia? Você crê que existe Salvação de Deus, através de Jesus Cristo? Você já se
tornou sábio para a Salvação? Se isso já aconteceu com você, terá que levar uma vida moldada pela
Palavra de Deus, isso nos leva a algumas conclusões e afirmações que são muito importantes em nossas
vidas.
 A Primeira afirmação que faço nessa noite é que se você entende a importância e a relevância da
Bíblia para sua vida a opinião humana nada pode acrescentar, apenas a Palavra de Deus, por si só, tem a
capacidade de tornar os seus ouvintes sábios para a Salvação.
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Nós não devemos permitir que nada nos distraia e nos afaste da Palavra de Deus. Devemos crer apenas
na Palavra de Deus. É por isso que a Bíblia merece a nossa submissão e o nosso respeito;
A Bíblia é a Palavra de Deus para nós, Palavra que Ele revelou a nós. Ela revela as maravilhosas "boas
novas" da Salvação em Cristo Jesus; os milhões e milhões de livros que já foram escritos não podem
reivindicar isso.
A Palavra escrita foi o meio escolhido por Deus para revelar a sua vontade ao homem, ela não pode ser
dispensada, igualada, acrescentada nem suplantada.
É neste sentido que as Escrituras são necessárias e indispensáveis para a comunicação das verdades
necessárias à salvação.
A fé bíblica se fundamenta inteiramente nas Escrituras.
 Em Segundo lugar: Qual é a sua atitude pessoal para com a Bíblia? Você a tem como a própria
Palavra de Deus?
Por isso Deus fez com que todas as verdades necessárias à salvação, santificação, culto, serviço e vida
do homem, fossem escritas e preservadas, para que pudessem ser conhecidas, cridas e obedecidas.
Com este propósito, o próprio Deus, por meio do seu Espírito, inspirou os autores bíblicos, a fim de que
pudessem escrever a revelação especial, sem erro algum.
Então, temos que permanecer com a Bíblia; precisamos nos alimentar dela, precisamos viver dela, temos
que ler a Bíblia como uma carta de amor dAquele que amou as nossas almas. Nós precisamos dar duro
para compreendê-la e fazermos o máximo para comunicar Cristo de forma cristalina a todos.
 Terceiro ponto: O que deveríamos fazer com aqueles que têm dúvidas honestas para com a Palavra
de Deus, ou acerca daqueles que lhe são indiferentes?
É bom nós mostrarmos a essas pessoas por que cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus; que nós
jamais cheguemos a pensar que podemos de fato provar que ela é a Palavra de Deus;
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Em lugar de encorajá-los a procurarem argumentos os mais diversos, encorajemos estas pessoas a ler a
Bíblia; leiamos a Bíblia junto com essas pessoas e procuremos fazer com que elas entendam o que estão
lendo.
 Este livro é a própria Palavra de Deus. Ele é capaz de tornar as pessoas sábias para a salvação. Nós
deveríamos respeitar a Bíblia, honrar a sua autoridade na nossa vida? É lógico, é claro!
Não há outro livro semelhante a esse! Deus fala-nos através da sua Palavra; o que a Escritura diz, Deus
diz! E se este livro não é senhor de sua mente e de seu pensar, então o Senhor Jesus Cristo não é Senhor
da sua vida. Este livro, e apenas este livro, nos fala de um Salvador; um Salvador que pode nos levar a
Deus.
 Em quarto e último lugar: Nós precisamos ter zelo pela Bíblia. Quando penso sobre a história do
cristianismo, uma palavra sempre vem à mente: a palavra Zelo.
O zelo pela Palavra de Deus que os cristãos tiveram para conservá-la valiosa e pura para que hoje
pudéssemos conhecer o Caminho, a Verdade e a Vida Eterna. Mas percebe-se que o zelo varia no
decorrer das épocas.
As Escrituras Sagradas são a pura e autêntica revelação da Palavra de Deus aos homens. Aos cristãos
cabe o zelo de defendê-la, examiná-la, nela perseverar para que nos seja útil e nela nos seja revelado o
caminho da Salvação.
O Zelo estava presente entre os apóstolos e a igreja apostólica quando perseveravam na doutrina. Mas
os anos foram passando e o zelo dos cristãos diminuiu.
Alguns séculos depois dos apóstolos o zelo com a Escritura quase deixou de existir. A Bíblia foi fechada
e guardada na biblioteca dos mosteiros e conventos e com as Escrituras fechadas passaram a práticas
estranhas a Escritura, que se tornavam doutrinas.
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O zelo pela Palavra esvaziou e a ousadia em inventar novos meios de se relacionar com Deus chegou
ao ápice quando os líderes da Igreja tornaram as tradições e inovações da Igreja doutrina com a mesma
autoridade da Bíblia, e, até superior.
Assim, aos poucos, a Bíblia fechada deu espaço às "revelações de doutrinas" promulgadas com fins
humanos, pecaminosos e interesseiros atendendo aos anseios de poder e à astúcia política, chegando-se
ao extremo de vender perdão dos pecados e o próprio céu como hoje se vende ingressos de cinema ou
teatro.
Entretanto, a Palavra de Deus continuava viva e eficaz como espada de dois gumes. Ela não
transformava corações e vidas porque estava fechada e inacessível às pessoas.
Foi por causa dos interesses heréticos da cúpula da igreja que a Bíblia foi isolada do povo para que
ninguém se "tornasse sábio para a Salvação" 1 Tm 3.15. Para que ninguém conhecesse a verdade e fosse
liberto pela verdade.
Mas a Igreja do Senhor Jesus tinha a promessa: "As portas do inferno não prevalecerão contra ela" Mt
16.18. Deus sempre manteve homens fiéis Á Bíblia, e, ainda, em tempo oportuno, usou de forma especial
seus homens de fé para colocar a Bíblia de volta ao Púlpito, tornando-a o centro da igreja cristã.
Para tanto usou homens de diferentes épocas, culminando em Martinho Lutero, quando desencadeou-se
o movimento que conhecemos como Reforma Protestante (31/10/1517).
Foi a partir de Lutero que a Bíblia passou a ser um livro aberto para o povo, quando fez a tradução para
a sua língua nacional.
As Escrituras foram colocadas à venda através da descoberta da imprensa, por um custo 280 vezes
menor do que as bíblias latinas manuscritas.
"Depois da vinda de Jesus Cristo a tradução da Bíblia foi uma das maiores maravilhas que Deus realizou
por intermédio de Lutero, para a nossa salvação".
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O crescimento e a força de retorno às Escrituras não foi mérito isolado da pregação inteligência e
argumentação dos reformadores (Lutero, Calvino, Zwinglio e outros) que deram o impulso da
recristianização do povo.
Foi a Bíblia aberta e compreensível que tornou o povo "sábio para a Salvação". A Bíblia aberta nas mãos
do povo é que fez a diferença, pois a Bíblia é Deus falando aos corações das pessoas.
O que me preocupa é que hoje o filme começa a se repetir. Estão se proliferando instituições religiosas
que, em nome da espiritualidade dos seus líderes, fecham as Escrituras para receberem novas revelações
diretamente do Espírito Santo.
Em geral faltam critérios e não há quem "examine as Escrituras" para comprovar a veracidade. A Igreja
Medieval também não teve a intenção de se afastar da verdade, mas quando a Bíblia foi fechada para
serem ouvidas "palavras santas" ditas por "homens de fé", a igreja entrou em decadência.
Hoje corremos este risco, pois, além de certas revelações tornarem-se ensino de igrejas, já surgem
instituições que detêm ao seu líder o privilégio do contato com Deus e a revelação a ser seguida. Isto, sem
contar que muitas doutrinas são ensinadas sem qualquer fundamento bíblico.
Amados a minha preocupação não questiona o poder do Espírito Santo e suas manifestações, pois isto é
bíblico, mas chamo a atenção ao que se faz e atribui ao Espírito Santo para alimentar poder e pensamento
de homens.
O Espírito, que continua o mesmo, não contradiz a revelação dada à nós através da Bíblia. Surgem
doutrinas e preceitos sem fundamentação bíblica, ditados em nome de revelações sobrenaturais.
Penso que se evidencia a advertência do apóstolo Paulo: "Eu sei que, depois da minha partida, entre vós
penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho" (Atos 20.29). A Bíblia fechada e homens loquazes
são instrumentos importantes para Satanás perturbar a igreja cristã.
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Vamos zelar pela revelação Bíblica, devolvida ao povo com a Reforma; ela é a Herança dos Céus para a
Salvação da Humanidade.
Nesta obra não estamos sozinhos nem isolados, mas esta é uma obra própria de Deus para que as
portas do inferno jamais prevaleçam contra a Igreja. O discernimento é um Dom de Deus que ele nos dará
para o bem da igreja. É para nós a Palavra que diz: "Vigiai e Orai" Mt 26.41 e a promessa: "Estarei
convosco" Mt 28.20.

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