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DOUTRINA BÍBLICA
TERESINA - PI
SUMÁRIO
1- A BÍBLIA
2- COMO É DEUS
3- A HUMANIDADE DE JESUS
4- A DIVINDADE DE JESUS
5- A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
6- A TRINDADE
7- O DIA DO SENHOR
8- O QUE É PECADO?
CAPÍTULO 1
A BÍBLIA
Texto Bíblico: 2Timóteo 3:16-17
INTRODUÇÃO
Deus se revelou a nós na Bíblia e nelas estão registradas as suas
palavras. Essas palavras foram originalmente escritas e faladas a gerações
específicas, mas pela sua providência elas se dirigem a todas as gerações.
Por meio da Bíblia aprendemos sobre Jesus Cristo e por meio dela chegamos
a conhecê-lo pessoalmente. A Bíblia é a base e a norma de toda pregação e
ensino.
A CLAREZA DA BÍBLIA
A Bíblia é escrita de uma certa forma que todas as coisas necessárias
para alguém se tornar cristão, viver como cristão e crescer como cristão estão
claras. Há alguns mistérios nas Escrituras, mas eles não deveriam desanimar-
nos em nossa leitura, pois “o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos
simples (Sl 19:7). E “a exposição das tuas palavras concede luz e dá
entendimento aos simples.
A Palavra de Deus é tão compreensível e clara que até os simples
podem se tornar sábios por meio dela. Visto que as coisas de Deus “se
compreendem espiritualmente” (1Cor 2:14), a compreensão adequada das
Escrituras frequentemente é mais influenciada pela condição espiritual de
um indivíduo do que pela sua capacidade intelectual.
A NECESSIDADE DA BÍBLIA
Falar da necessidade da Bíblia significa que é necessário ler a Bíblia
ou ouvir alguém nos dizer o que está nela, para que possamos conhecer a
Deus pessoalmente, obter perdão dos nossos pecados e saber com certeza o
que Deus quer que façamos.
Paulo aponta para isso quando pergunta como alguém poderia ouvir
sobre torna-se cristão “se não há quem pregue” (Rm 10:14), pois a “fé vem
pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Cristo” (Rm 10:17). Assim, para saber
como se tornar cristão, a pessoa precisa ler acerca disso na Bíblia ou, então,
ouvir alguém lhe explicando o que as Escrituras dizem sobre o assunto.
Como Paulo disse a Timóteo: “as Sagradas letras podem fazer-te sábio para
a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2Tm 3:15).
A vida cristã não somente começa com a Bíblia, mas também cresce e
floresce por meio dela. Jesus afirmou em Mateus 4:4 que “Nem só de pão
viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. Assim como
a nossa vida física é mantida pelo alimento físico diário, assim a nossa vida
espiritual é mantida pelo alimento diário com a palavra de Deus.
Negligenciar a leitura regular da Bíblia é prejudicial á saúde da nossa alma.
A SUFICIÊNCIA DA BÍBLIA
Hoje a Bíblia contém todas as palavras de Deus que uma pessoa
precisa para se tornar cristã, viver como cristã e crescer como cristã. Para
sermos “irrepreensíveis” diante de Deus, precisamos simplesmente obedecer
à sua Palavra: “Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que
andam na lei do Senhor” (Salmo 119:1). Na Bíblia, Deus nos deu instruções
que nos capacitam para “toda boa obra” que ele quer que façamos (2Tm 3:16-
17). É isso que significa dizer que a Bíblia é “suficiente”.
A suficiência das escrituras deve nos encorajar a buscar em toda a
Bíblia o que Deus quer que pensemos sobre determinada questão ou façamos
em certa situação. Tudo o que Deus quer dizer ao seu povo de todos os
tempos sobre esse tipo de questão ou situação pode ser encontrado nas
páginas da Bíblia. Embora a Bíblia não responda todas as perguntas que
pudermos imaginar, “pois coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso
Deus” (Dt 29:29), ela nos fornece a orientação de que precisamos para “toda
boa obra” (2Tm 3:17).
PERGUNTAS PARA APLICAÇÃO E RECAPITULAÇÃO
1- Por que é importante que a Bíblia seja a base para tudo aquilo em que
acreditamos?
2- Como a suficiência das escrituras nos encoraja a buscar em toda a
Bíblia o que Deus quer que pensemos sobre determinada questão ou
façamos em certa situação? Cite um exemplo.
3- Você já leu toda a Bíblia? Em sua opinião quais são as principais
dificuldades que as pessoas enfrentam e dificultam a leitura diária da
Bíblia?
CAPÍTULO 2
COMO É DEUS
INTRODUÇÃO
Assim como a Bíblia é a mais importante fonte de informação sobre si
mesma, Deus é a mais importante fonte de informação sobre si mesmo. Isso
faz sentido, porque se houvesse uma fonte de informação superior a Deus,
então Deus não seria Deus. Por isso é importante que qualquer estudo sobre
Deus leve em conta o que Deus diz sobre si mesmo.
DEUS EXISTE
A Bíblia simplesmente pressupõe que Deus existe. Os primeiros
versículos, “No princípio, Deus criou os céus e a terra” (Gn 1:1), apresentam
de forma muito prática Deus como Criador, sem prova alguma da sua
existência ou suas ações.
A Bíblia também nos conta que todas as pessoas em todos os lugares
têm uma percepção profunda de que Deus existe. Em romanos 1:19, Paulo
escreve que até aos maus essa percepção é manifestada “porque Deus lhes
manifestou”.
O conhecimento divino do qual Paulo está falando pode ser
claramente percebido “mediante as coisas criadas” (Rm 1:20). Todo ser
criado dá evidência de Deus e da sua natureza. Mas os seres humanos criados
á imagem de Deus são a maior evidência da existência e da natureza de Deus.
DEUS É CONHECÍVEL
Deus não somente existe, ele existe de tal forma que nós podemos
saber mais a respeito dele e vir a conhecê-lo pessoalmente. No entanto, nunca
podemos poderemos conhecer a Deus totalmente. Ele é infinito e nós finitos.
“A sua grandeza é incompreensível”, grande demais para ser completamente
conhecida (Salmo 145:3).
“Não há limites para o seu entendimento” (Salmo 147:5). O conhecimento
de Deus é “maravilhoso demais para nós; é tão elevado que não podemos
obtê-lo (Salmo 139:6). Se pudéssemos contar os pensamentos de Deus, nós
descobriríamos que são “mais numerosos do que os grãos de areia” da terra
(Salmo 139:17-18).
Mesmo que nunca possamos conhecer a Deus totalmente, podemos
conhecê-lo pessoalmente. Jesus disse que a vida eterna está em conhecer a
Deus (João 17:3). Isso é muito melhor do que simplesmente conhecer algo
sobre Ele. Em Jeremias 9:24 Deus declara: “Mas quem se gloriar, glorie-se
nisto: em me entender e me conhecer.”
Podemos saber mais sobre Deus lendo mais as Escrituras, lembrando
sempre que somos criaturas finitas de um Criador infinito e nunca
entenderemos completamente tudo que se pode conhecer sobre qualquer um
dos atributos de Deus.
DEUS É INDEPENDENTE
A independência de Deus significa que Ele não precisa de nós ou de
nada para propósito algum. Ele não nos criou porque estava solitário ou
precisava da companhia das outras pessoas. Deus sempre foi e continua
sendo completamente feliz na sua existência pessoal.
Deus sempre foi, sempre existiu. Ele não foi criado; ele nunca passou
a existir. O salmista escreveu: “de eternidade a eternidade tu és Deus” (Sl
90:2). Portanto, Deus não depende de ninguém para nada. Se dependesse de
alguém Ele não seria Deus. Em vez disso, toda a sua criação é e precisa ser
dependente dele. “Porque todas as coisas são dele, por ele e para ele” (Rm
11:36).
Embora Deus não precise de nós, ele permite que demos alegria ao
coração dele. Sofonias afirma que Deus “se alegrará” em nós com “alegria”
e com “júbilo” (Sofonias 3:17). Isso mostra que somos importantes para Ele.
DEUS É IMUTÁVEL:
Deus é imutável em seu ser, atributos, propósitos e promessas. O
salmista louva a Deus por ser o mesmo (Sl 102:27). Em Malaquias 3:6 Deus
afirma: “Pois eu o Senhor não mudo”.
Isso está em contraste conosco: o nosso ser muda e os nossos atributos
mudam. Deus por outro lado, continua o mesmo para sempre.
Deus é imutável em seus propósitos. Uma vez que ele determina que
vai fazer algo, isso é realizado. “O plano do Senhor permanece para sempre,
e os intuitos do seu coração por todas as gerações” (Sl 33:11).
Ele é imutável em suas promessas. Em números 23:19 está escrito:
“Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se
arrependa. Por acaso, tendo ele dito, não o fará? Ou, havendo falado, não o
cumprirá?”.
No entanto, há ocasiões na Bíblia que parecem contrariar a
imutabilidade de Deus. Por exemplo, Deus não castigou Nínive como
prometeu quando o povo se arrependeu (Jonas 3:4,10). Contudo, essas
ocasiões devem ser entendidas como expressões da intenção de Deus naquele
momento em relação à situação específica citada. Quando uma situação
muda, a atitude ou a intenção de Deus também muda.
DEUS É ETERNO
Deus não tem começo e nem fim. Isso é afirmado no salmo 90:2: “de
eternidade em eternidade, tu és Deus.” Ele estava agindo “antes da fundação
do mundo” (Ef 1:4). Ele é o primeiro e o último, o começo e o fim, “o Alfa
e o Ômega, aquele que é, que ra e que há de vir” (Ap 1:8).
Visto que Deus é eterno, a sua percepção do tempo é radicalmente
diferente da nossa. “Mil anos” aos olhos dele são “como o dia de ontem que
passou, como a vigília da noite” (Sl 90:4). Pedro afirma isso quando escreve
que para Deus “mil anos” são “como um dia” e “um dia para o Senhor são
como mil anos” (2Pe 3:8).
DEUS É ONIPRESENTE
Ele não tem tamanho nem dimensões espaciais, está presente em todos
os pontos do espaço com todo o seu ser. Ele não pode ser limitado pelo
espaço material porque o criou (Gn 1:1). Ele está em todos os lugares. Ele
preenche os céus e a terra (Jr 23:23-24). Se ser é tal que “o céu, e até o céu
dos céus” não podem contê-lo (1Re 8:27).
Davi escreve: “Para onde eu me ausentarei do teu Espírito? Para onde
fugirei da tua presença? Se eu subir ao céu, lá tu estás, se fizer a minha cama
nas profundezas, tu estás ali também. Se tomar as asas da alvorada, se habitar
nas extremidades do mar, ainda ali a tua mão me guiará, e atua mão direita
me sustentará” (Sl 139:7-9).
DEUS É ESPÍRITO
“Deus é espírito” (João 4:24). Ele existe de tal forma que o seu ser não
é feito de matéria alguma. Ele não tem membros, tamanho, nem dimensões.
Pensar sobre o seu ser em termos de qualquer outra coisa criada no universo
seria uma representação equivocada, pois ele é mais excelente do que
qualquer outro tipo de existência.
Todavia, Deus escolheu nos fazer, em nossa natureza espiritual,
parecidos com ele, em sua natureza espiritual. Ele nos dotou com espírito no
qual devemos adorá-lo (Jo 4:24). Paulo diz que “quem se une ao Senhor é
um espírito com ele” (1Cor 6:17).
DEUS É INVISÍVEL
“Ninguém jamais viu a Deus” (João 1:18). E nunca ninguém
conseguirá ver a essência total ou todo o ser espiritual de Deus.
Há ocasiões em pessoas viram manifestações exteriores de Deus.
Isaías nos conta que ele viu “o Senhor assentado sobre um alto e sublime
trono” (Is 6:1). “O Senhor apareceu a Abrão junto aos carvalhos de Manre
(Gn 18:1). E Jacó disse que ele viu “a Deus face a face” (Gn 32:30. Nessas
e em outras ocasiões Deus tomou forma visível para se mostrar a pessoas.
Uma manifestação visível muito maior de Deus está na pessoa de Jesus
Cristo. Como Jesus disse: “Quem vê a mim, vê o Pai” (João 14:9).
DEUS É ONISCIENTE
Deus “conhece todas as coisas” (1João 3:20). Ele conhece todas as
coisas que existem e tudo o que acontece. “Não há criatura alguma
encoberta” da face de Deus, “antes todas as coisas estão descobertas e
expostas aos olhos daquele a quem deveremos prestar contas” (Hb 4:13).
Deus está sempre, em todos os momentos, completamente consciente
de tudo. O seu conhecimento nunca muda nem aumenta. Nada o surpreende,
nada está escondido dele. Desde a eternidade Deus conhece as coisas que
aconteceriam e todas as coisas que ele faria.
DEUS É SÁBIO
Deus é totalmente sábio. Ele é o “único Deus sábio” (Rm 16:27). “Ele
é sábio de coração” (Jó 9:4) e “a sabedoria e a força estão com Deus, ele tem
conselhos e entendimento” (Jó 12:13).
Deus dá sabedoria aos seus filhos: “Se algum de vós tem falta de
sabedoria, peça a Deus, que a concede livremente a todos sem criticar, e lhe
será dada” (Tg 1:5). A sabedoria que vem de Deus é encontrada por meio da
leitura e obediência da Palavra de Deus. “O testemunho do Senhor é fiel e
dá sabedoria aos simples” (Sl 19:7).
Mesmo assim, nunca compartilharemos plenamente da sabedoria de
Deus. Por causa da grande “profundidade da riqueza, da sabedoria e do
conhecimento de Deus”, os seus juízos são “insondáveis”, e os seus
caminhos “inescrutáveis” (Rm 11:33).
DEUS É VERDADEIRO
“O Senhor é o verdadeiro Deus” (Jr 10:10). Todo o seu conhecimento
e todas as suas palavras são verdadeiros, servindo como o padrão da verdade.
Uma vez que ele diz algo, podemos estar certos de que ele o fará, podemos
estar certos de que ele será fiel às suas promessas para sempre (Nm 23:19).
A essência da fé é levar a sério o que Deus diz e confiar que ele fará o que
prometeu.
Podemos imitar a veracidade de Deus ao sermos verdadeiros no que
dizemos e fazemos (Colossenses 3:9-10).
DEUS É BOM
Jesus disse: “Ninguém é bom, a não ser um, que é Deus” (Lc 18:19).
Deus é o padrão supremo do bem; tudo que ele é e faz é bom e digno de
aprovação. Não há padrão mais elevado de bondade do que o próprio caráter
de Deus e sua aprovação de tudo que está em concordância com o seu caráter.
Deus é a fonte suprema de toda a bondade. Tiago nos diz: “Toda boa
dádiva e todo dom perfeito vêm do alto e descem do Pai das luzes” (Tiago
1:17). Deus promete não negar “bem algum aos que andam com retidão” (Sl
84:11). Mesmo a sua disciplina é uma manifestação da sua bondade e amor
(Hb 12:10).
A bondade de Deus pode ser vista por meio da sua misericórdia e
graça. A sua misericórdia é a sua bondade para com os que estão em miséria
e aflição. A sua graça é a sua bondade para com os que merecem somente o
castigo.
Os receptores da bondade são chamados para demonstrar essa
bondade a outras pessoas. Como Paulo diz em Gálatas 6:10: “Assim,
enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, principalmente aos da
família da fé.”
DEUS É AMOR
“Deus é amor” (1Jo 4:8). Deus eternamente dá de si mesmo para o
bem dos outros. Jesus nos revela que esse atributo de entrega própria, o amor
de Deus, estava atuante “antes da fundação do mundo” (Jo 17:24). Era
evidente o amor que Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo tinham um
pelo outro (Jo 17:24; 14:31).
Esse amor eterno encontra sua expressão no amor autossacrificial de
Deus para com os seus filhos. Paulo escreve: “Mas Deus prova o seu amor
para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós quando ainda éramos
pecadores” (Rm 5:8).
Porque Deus nos amou e nos amará por toda a eternidade, somos
capacitados a compartilhar livremente esse amor com os outros. O nosso
amor deve ser autossacrificial (1Jo 3:16-17), não demonstrado “de boca, mas
em ações e em verdade” (1Jo 3:18).
DEUS É SANTO
“O Senhor nosso Deus é santo” (Sl 99:9). Isso significa que ele está
separado do pecado. Deus é muitas vezes chamado de “o Santo de Israel” (Sl
77:2). Os serafins em volta do seu trono exclamam continuamente: “Santo,
santo, santo é o Senhor dos exércitos” (Is 6:3).
A santidade de Deus fornece o padrão que seus filhos devem imitar.
Como ele declara em Levítico 19:2: “Sereis santos, porque eu, o Senhor
vosso Deus, sou santo.” Devemos buscar a “santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor” (Hb 12:14). O autor de Hebreus nos diz que Deus
disciplina os seus filhos “para sermos participantes da sua santidade” (Hb
12:10).
DEUS É ZELOSO
Na sua explicação dos dez mandamentos, Deus diz: “Eu, o Senhor, teu
Deus, sou Deus zeloso” (Ex 20:5). Em seu zelo, Deus busca proteger a sua
própria honra. Ele deseja que a adoração seja dada somente a ele e a nenhum
outro ou coisa alguma. Não é errado para Deus buscar a sua própria honra,
que somente ele, como Deus, merece. É por isso que, com razão, ele pode
dizer: “Não darei a minha glória a nenhum outro” (Is 48:11).
DEUS É PERFEITO
Jesus nos diz em Mateus 5:48: “Perfeito é o vosso Pai celestial”. Deus
possui plenamente todas as qualidades excelentes e não lhe falta parte
alguma de qualquer qualidade que seria desejável a ele. Podemos buscar sua
perfeição ao buscarmos se ser perfeitos, como Jesus nos ordenou (Mt 5:48).
Embora não alcancemos a perfeição que frequentemente desejamos aqui na
terra, por meio da obra de Cristo podemos fazer progresso contínuo durante
toda vida, rumo a essa perfeição.
DEUS É BEM AVENTURADO
Deus está plenamente feliz e satisfeito em si mesmo e em tudo que
reflete seu caráter. Ele mesmo é o foco de toda a felicidade e prazer; por isso,
sua completa plenitude de alegria se encontra nele mesmo.
Ao encontrarmos prazer e felicidade no que é agradável a Deus,
honramos e o imitamos em sua bem aventurança. Encontramos nossa maior
bem aventurança, felicidade e satisfação suprema na fonte de todas as coisas
boas: o próprio Deus.
DEUS É BELO
No salmo 27:4, Davi afirma que o seu único grande desejo na vida é
morar na casa de Deus por toda a sua vida. Uma razão que ele apresenta para
esse desejo é “contemplar a beleza do Senhor”.
Deus é a essência de todas as qualidades desejáveis. Por isso, como
Davi descobriu, todos os anseios e todos os desejos só encontrarão a sua
satisfação plena em Deus, o único que é realmente belo.
1- Cite dois atributos de Deus que você gostaria de imitar na sua vida e
diga o porquê.
2- Quais seriam os perigos de considerar um dos atributos de Deus mais
importantes do que todos os outros?
3- Quais são alguns dos atributos de Deus que Ele mais compartilha
conosco? Por que é importante Deus compartilhar os seu atributos
com os seu filhos?
CAPÍTULO 3
HUMANIDADE DE JESUS
INTRODUÇÃO
O ponto de partida para estabelecer a igreja é a PESSOA de JESUS.
Não é nenhuma questão teológica ou moral.
É preciso compreendê-lo bem, portanto, tanto em sua humanidade
como em sua perfeita divindade. Porque pode se cair em erro de dois lados:
enfatizando sua divindade em detrimento de sua humanidade ou enfatizar
sua humanidade em detrimento de sua divindade.
A ênfase adequada nas duas naturezas nos ajudará no entendimento
de nossa fé. Devemos sempre lembrar disto: ele é perfeitamente Deus e é,
simultaneamente, perfeitamente homem. Se errarmos em algum desses
aspectos, erraremos em nossa teologia.
- Mateus 1:18-25
3- Não pecou:
“Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que
nele tornássemos justiça de Deus” (2 Cor 5:21)
“Alguém que como nós passou por todo tipo de tentação, porém, sem
pecado.” (Hebreus 4:15)
“Ele não cometeu pecado algum, e nenhum engano foi encontrado em
sua boca.” (1 Pedro 2:22 - Isaías 53:9)
4- Foi um homem histórico:
•“Embora sendo Deus não considerou que ser igual a Deus era algo que devia
apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo tornando-se
semelhante aos homens.” (Filipenses 2:6-7)
-Mateus 13:54-57
-“Pois nem os seus irmãos criam nele.” (João 7:5)
JESUS É UM ANJO?
- "Cremos que 'Miguel' não é senão um dos muitos títulos aplicados ao Filho
de Deus, Jesus...". (Adventistas)
-"Porque o próprio Senhor descerá do céu com uma chamada dominante,
com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus" (1 Tess. 4:16, Tradução do
Novo Mundo).
A DIVINDADE DE JESUS
Pode ser mostrado pela Bíblia que Jesus possui a natureza de Deus. A
“natureza” se refere aos atributos, características e qualidades que fazem de
alguma coisa o que ela é. São os traços essenciais que pertencem a alguma
coisa. Se alguém é desprovido destes traços essenciais de divindade, essa
pessoa não é Deus. Gálatas 4:8 se refere “àqueles que por natureza não são
deuses”. Essas pessoas tinham adorado alguma coisa que não era Deus; esses
ídolos não continham a essência da divindade.
Conquanto seja impossível definir todos os atributos essenciais de
Deus, e isso não esteja dentro do alcance deste estudo, algumas das
características específicas que se ajustariam dentro desta categoria incluem
a onipotência e a eternidade. Somente Deus é “Todo-Poderoso” e eterno, no
sentido em que ele não teve princípio e não tem fim. Qualquer ser que
possuísse esta característica seria certamente considerado divino.
1. Isaías 8:13-14 se refere a Yahweh como aquele que se tornaria uma pedra
de tropeço e uma rocha de ofensa. O Novo Testamento aplica isto a Jesus em
1 Pedro 2:8.
2. Isaías 40:3 fala daquele que viria diante de “Yahweh” no deserto. Isto é
aplicado a João Batista quando preparava o caminho para Jesus, o Cristo
(Mateus 3:3; Lucas 1:76; João 3:28).
3. Em Isaías 42:8, Yahweh fala da glória que pertence somente a ele, e que
ela não seria dada a outro. Jesus pregou sobre a glória que ele partilhava com
o Pai antes que houvesse mundo (João 17:5). Em Isaías 6 é relatada uma
visão na qual Isaías viu Yahweh sentado em seu trono. João 12:36-41 registra
que afirmações feitas por Isaías foram pronunciadas “porque ele viu sua
glória, e falou dele”. No contexto, isto é claramente uma referência a Jesus.
Isaías viu “sua” glória e falou “dele”, de Jesus. Isto liga Jesus a Yahweh.
4. Isaías 44:6 faz uma afirmação clara a respeito de Yahweh: “Eu sou o
primeiro e eu sou o último, e além de mim não há Deus”. Seria lógico que
alguém que declarasse isto teria que ser Deus, ou teria que ser um mentiroso.
O Novo Testamento atribui esta mesma frase, “o primeiro e o último”, a
Jesus (Apocalipse 1:17-18; 2:8: 22:13-16). Estas referências ensinam que
Jesus é Yahweh.
5. Salmo 102 começa com uma oração a Yahweh. Uma parte desta mesma
oração é aplicada a Jesus em Hebreus 1:10-12. Seria difícil conciliar como
uma oração (ou mesmo uma parte de uma) feita a Yahweh pudesse ser assim
aplicada a alguém que não é Deus.
a. Ele declarou ter uma relação inigualável com o Pai. Ele não
declarou apenas crer ou amar a Deus; ele declarou que ele e o Pai eram
um (João 10:30). Ele não se referiu a si mesmo como um filho de Deus,
mas o Filho de Deus. João 5:17-18 registra uma ocasião quando Jesus
tinha feito um milagre justamente no sábado.
Ele disse aos judeus: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho
também”. Isto enfureceu os judeus, por isso “ainda mais procuravam
matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que
Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”. Eles entenderam
que Jesus estava alegando ter uma relação com o Pai num sentido
incomparável, e creram que isto era blasfêmia, pois ele estava “fazendo-
se igual a Deus”.
h. Jesus exigiu a mais alta lealdade da humanidade. Ele disse que seus
seguidores têm que negar a si mesmos e segui-lo (Lucas 9:23). Ele disse
a seus seguidores que eles têm que amá-lo acima de tudo o mais,
incluindo membros da família (Lucas 14:26; Mateus 10:34-39). Se Jesus
não pensasse que ele era Deus, o que mais poderia ele estar pensando?
j. Jesus declarou ser Deus. Ao falar aos judeus sobre Abraão, Jesus
disse: “Antes que Abraão fosse, eu sou” (João 8:58). Isto levaria os
judeus de volta ao tempo quando Yahweh falou a Moisés no arbusto
ardente, declarando ser “EU SOU O QUE SOU” (Êxodo 3:14). Por
causa desta declaração os judeus pegaram pedras para atirar em Jesus,
pois eles sabiam as suas implicações.
Nesta afirmação, Jesus estava declarando existência eterna e auto-
suficiência. Se ele não fosse Deus, então isto realmente seria blasfêmia.
a. João 5:23. Jesus afirmou que todos deverão honrar o Filho (Jesus)
exatamente assim como ele honrava o Pai. Se ele não pensasse que era
Deus, então ele era culpado de blasfêmia. Esta afirmação sozinha
demonstra o ensinamento bíblico da divindade de Jesus. Para que alguém
declare que merece a mesma honra que o Pai, teria que ser Deus, ou teria
que ser um mentiroso.
Ela é usada, então, para dizer que a Bíblia ensina que Jesus foi um ser
criado. Contudo, a frase “filho de” é aberta para diferentes significados na
Bíblia. Ela pode significar “descendente”, porém não necessariamente em
todo contexto. Ela pode também ter o significado de identidade, aquele que
compartilha da mesma natureza ou exibe as mesmas características que
outro. Por exemplo, Jesus se referiu a Tiago e João como “filhos do
trovão” (Marcos 3:17).
Ele falou de “um filho de paz” (Lucas 10:6). Judas foi mencionado
como o “filho da perdição” (João 17:12). Portanto, “filho de” nem sempre
traz uma idéia física, literal, de “descendente.”
O melhor apoio para isto pode ser dado pelas afirmações messiânicas
em Daniel 7:13-14, onde o Messias é retratado como um “Filho do Homem”,
ou figura de aparência humana, a quem é dado “domínio, glória e um
reino”. Isto prepara o ambiente para o uso do título por Jesus.
Jesus usou a frase “Filho do Homem” em diferentes situações. Primeiro,
ele usou-a para falar de si mesmo quando cumpria seu ministério na terra (p.
ex., Mateus 8:20; 11:19). Segundo, ele usou a frase para falar de si mesmo
como sofredor nas mãos dos homens, que o maltrataram e o executaram (p.
ex., Marcos 9:12, 31; Lucas 24:7). Terceiro, ele usou-a para se referir ao seu
aparecimento em glória, como juiz supremo (p. ex., Mateus 16:27; 25:31;
João 5:27). Jesus é tanto o “servo sofredor” como o juiz de toda a terra.
INTRODUÇÃO
Boa parte das igrejas espalhadas pelo mundo centralizam suas
mensagens na pessoa do Espírito Santo. Ele é a pessoa sobre a qual, as
maiores inconveniências teológicas são ditas. Para os Testemunhas de Jeová
ele é apenas a força ativa de Deus. Para os neopentecostais ele é tratado como
se fosse uma energia, um fogo ou um combustível para o ministério. Para
outros ele é visto apenas como um coadjuvante da Trindade, sendo
esquecidos em seus estudos.
INTRODUÇÃO
Às vezes as pessoas usam três nomes diferentes quando se referem a
Deus: Deus ou Pai, Jesus Cristo e Espírito Santo. Esses são os nomes de três
pessoas muito distintas. E mesmo que Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito
Santo já existam eternamente como três pessoas distintas, há somente um
Deus. Isso leva o nome de doutrina da Trindade.
A TRINDADE NA BÍBLIA
A palavra “trindade” não se encontra em lugar nenhum na Bíblia. Mas
a ideia representada pela palavra é confirmada em muitos trechos:
1- O uso da primeira pessoa do plural: “Façamos o homem a nossa
imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1:26). As palavras
“façamos” e “nossa”, dá a entender que mais de uma pessoa estava
envolvida na criação. Os únicos outros seres que Deus poderia estar
se referindo seriam os anjos, mas não fomos feitos à imagem dos
anjos, porém à imagem de Deus.
2- O relacionamento discipulador em nome de 3 pessoas: “Ide e fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo” (Mt 28:19). Quando Jesus enviou os seus
discípulos, ele lhes deu a ordem de fazer discípulos em nome de 3
pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ao dizer essas palavras,
Jesus está confirmando que os três membros da Trindade são distintos
em sua personalidade.
3- A Trindade no batismo de Jesus: “viu o céu se abrir e o Espírito de
Deus descer como uma pomba, vindo sobe ele. E uma voz do céu
disse. Esse é o meu Filho amado, de quem me agrado” (Mt 3:16-17).
Nesse momento, os três membros da Trindade estavam realizando três
atividades distintas: Deus Pai estava falando, Deus Filho estava sendo
batizado e Deus Espírito Santo estava repousando sobre o Filho.
O SIGNIFICADO DA TRINDADE
1- Deus é três pessoas distintas: O Pai não é o Filho nem o Espírito
Santo, O Filho não é o Pai nem o Espírito Santo, e o Espírito Santo
não é o Pai nem o Filho.
2- Cada pessoa da Trindade é plenamente Deus: A divindade de Deus
Pai pode ser vista no primeiro versículo da Bíblia: “No princípio, Deus
criou os céus e a terra” (Gn 1:1). Quando a Bíblia se refere
simplesmente a Deus, na maioria dos casos está se referindo a Deus
Pai. Deus Filho também é plenamente Deus. Paulo escreve em
Colossenses 2:9 que “Nele habita corporalmente toda a plenitude da
divindade”. Por fim, Deus Espírito Santo é também plenamente Deus.
Pedro confirma essa posição quando acusa alguém de mentir “ao
Espírito Santo” (At 5:3) e então, em seguida, explica que esse homem
não mentiu “aos homens, mas a Deus” (At 5:4).
3- Há somente um Deus e não três: Em Deuteronômio 6:4 lemos: “O
Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Em Isaías 45:5 Deus diz: “Eu
sou o Senhor, e não há outro, além de mim não há Deus”. Paulo
confirma isso em Romanos 3:30, quando escreve que “Deus é um só”
e, em 1Timóteo 2:5 quando escreve que “há um só Deus”.
INTRODUÇÃO
A redenção precede a santidade. Antes de dar a lei moral para o seu
povo, Deus falou-lhe de seu resgate da escravidão (Ex 20.1,2). Porque somos
o povo da aliança, devemos observar os preceitos da Aliança. Deus nos deu
um dia da semana para cessarmos nossas atividades comuns, a fim de
cultivarmos um relacionamento profundo com ele. A observância do dia do
Senhor é uma expressão do amor de Deus por nós e uma oportunidade para
estreitarmos nossa comunhão com ele e nos deleitarmos nele. Devemos nos
alegrar em nosso relacionamento com Deus mais do que nas bênçãos de
Deus. Deus é melhor do que suas dádivas.
CONCLUSÃO
O desprezo do dia do Senhor traz consequências graves para a família
e para a igreja. As diversões, a televisão, os esportes, ou mesmo a ociosidade
no dia do Senhor estão levando os crentes à indolência espiritual. Estamos
sendo engolidos pelo secularismo que despreza a Deus e sua santa Palavra.
Precisamos nos voltar para o Senhor, lembrarmo-nos do dia do Senhor com
santo deleite e profusa alegria. Na geração do descompromisso, do
relativismo moral, da apatia espiritual, é preciso que a igreja se arrependa, se
humilhe e se levante no poder do Espírito para viver de modo digno de Deus.
É tempo de resgatarmos a observância fiel e zelosa do dia do Senhor!
INTRODUÇÃO
O pecado desfigura a imagem de Deus em nós. Já não refletimos a
perfeição que Deus projetou para que refletíssemos. Por causa do pecado as
coisas não são do jeito que foram originalmente projetadas. A história da
raça humana, como apresentada na Bíblia, é a história de Deus restaurando
pessoas decaídas que vivem em um mundo decaído. É a história da vitória
de Deus sobre as muitas consequências do pecado no mundo.
1- O QUE É PECADO?
É qualquer falha em não se conformar à lei moral de Deus. É errar o
alvo, é estar fora do padrão de Deus que estar registrado em sua Palavra.
a. Bíblia, é a palavra revelada de Deus: A Bíblia oferece a revelação
de Deus e o que Ele espera dos seus. Qualquer atitude que contrarie as
exigências bíblicas é pecado (Sl 119:11);
b. Cristo é o nosso padrão de humanidade. A exigência de um padrão
de vida sem pecado é viver à semelhança de Cristo (Rm 8:29; 1Pe 2:21-22).
Deus é eternamente bom no seu caráter. Tudo que Ele é estar
perfeitamente de acordo com a sua lei moral. Por isso qualquer coisa
contrária à sua lei moral é contrária ao seu caráter. Deus odeia o pecado
porque contradiz tudo o que Ele é.
2- A ORIGEM DO PECADO
Com exceção de Jesus, Adão e Eva, todos os seres humanos
nasceram, nascem e nascerão em pecado.
2.1- A ORIGEM DO MAL
a. O mal já existia antes de Adão pecar
Os primeiros seres criados a pecar e a praticar o mal não foram Adão
e Eva, mas Satanás e seus seguidores.
Em Ezequiel 28:11-17 vemos como Satanás era e como ele se rebelou
contra Deus. E em Gênesis 3 ele já se apresenta como serpente induzindo
Adão e Eva a pecarem contra Deus.
b. A origem do mal para a raça humana
O mal para a humanidade veio por meio de Adão. O que lhe
acontecesse seria passado aos seus descendentes. Quando o pecado o afetou,
afetou toda a humanidade e todo o ambiente em que vivemos (Gn 3:17-20;
1Cor 15:21-22).