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IGREJA BATISTA MORADA NOVA

DISCIPLINA: DOUTRINA BÍBLICA


PROFESSOR (a): ____________________________________________
ALUNO (a):_________________________________________________

DOUTRINA BÍBLICA

TERESINA - PI
SUMÁRIO

1- A BÍBLIA
2- COMO É DEUS
3- A HUMANIDADE DE JESUS
4- A DIVINDADE DE JESUS
5- A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
6- A TRINDADE
7- O DIA DO SENHOR
8- O QUE É PECADO?
CAPÍTULO 1
A BÍBLIA
Texto Bíblico: 2Timóteo 3:16-17

INTRODUÇÃO
Deus se revelou a nós na Bíblia e nelas estão registradas as suas
palavras. Essas palavras foram originalmente escritas e faladas a gerações
específicas, mas pela sua providência elas se dirigem a todas as gerações.
Por meio da Bíblia aprendemos sobre Jesus Cristo e por meio dela chegamos
a conhecê-lo pessoalmente. A Bíblia é a base e a norma de toda pregação e
ensino.

OS CONCEITOS DE INSPIRAÇÃO, ILUMINAÇÃO E REVELAÇÃO


Três conceitos estão sempre juntos no estudo da Escritura: revelação,
inspiração e iluminação. Para o autor do texto bíblico veio a REVELAÇÃO;
para a Escritura que ele transmite veio a INSPIRAÇÃO; para o leitor que
busca saber por meio dela a verdade e a vontade de Deus virá a
ILUMINAÇÃO.
1- INSPIRAÇÃO: (do latim, inspiro, que significa soprar pra dentro).
Inspiração significa que Deus soprou para dentro do autor bíblico a
sua verdade. Deus colocou a sua verdade na mente do autor. O que é
inspirado não é o escritor humano, mas sim o texto bíblico. De acordo
com 2Tm 3:16, “Toda a Escritura é inspirada, ou seja, soprada por
para dentro da mente e do coração do escritor bíblico.
2- REVELAÇÃO: O termo significa “tirar o véu” e mostrar algo que
estava encoberto. Revelação é o conteúdo registrado pela inspiração,
é o que a autor do texto bíblico escreveu. O propósito da Bíblia é falar
de Deus. Deus revelou-se a si mesmo e Jesus é o clímax da revelação
de Deus (João 1:18).
3- ILUMINAÇÃO: esta palavra significa “fazer a luz brilhar”. Nós
somos iluminados para conhecer e entender a revelação. A iluminação
é para que os crentes descubram as grandes verdades reveladas por
Deus na sua Palavra e sua aplicação para as suas vidas.
A AUTORIDADE DA BÍBLIA
Todas as palavras da Bíblia são palavras de Deus. Por isso não
acreditar nelas ou desobedecer-lhes é não acreditar em Deus e desobedecer
o próprio Deus. Às vezes, trechos no Antigo Testamento começam com:
“Assim diz o Senhor” (Êx 4:22; Josué 24:2; Is 10:24). Em 2Tm 3:16 Paulo
torna isso claro quando escreve que “toda a Escritura é inspirada por Deus.”
As palavras da Bíblia foram escritas de muitas maneiras. Em algumas
ocasiões, Deus falou diretamente ao autor, que simplesmente registrou o que
ouviu (Apocalipse 2:1,8,12). Em outras, o autor fundamentou grande parte
dos seus escritos em entrevistas e pesquisas (Lucas 1:1-3). E outras vezes
ainda, o Espírito Santo trouxe à mente coisas que Jesus ensinou (João 14:26).
Como palavras do próprio Deus, as palavras das Escrituras são mais
do que simplesmente verdadeiras; elas são a própria verdade (João 17:17).
Elas são o padrão final segundo o qual toda e qualquer suposta verdade deve
ser medida. Portanto, aquilo que se comporta às escrituras é verdadeiro;
aquilo que não se conforma às escrituras não é verdadeiro.
Visto que a Bíblia afirma ser a palavra do próprio Deus, nós devemos
tentar entendê-la, pois ao fazê-lo estamos tentando entender o próprio Deus.
Devemos tentar confiar nas palavras das Escrituras, pois ao fazê-lo estamos
tentando confiar no próprio Deus. E devemos obedecer às palavras das
Escrituras, assim, estamos tentando obedecer ao próprio Deus.

A CLAREZA DA BÍBLIA
A Bíblia é escrita de uma certa forma que todas as coisas necessárias
para alguém se tornar cristão, viver como cristão e crescer como cristão estão
claras. Há alguns mistérios nas Escrituras, mas eles não deveriam desanimar-
nos em nossa leitura, pois “o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos
simples (Sl 19:7). E “a exposição das tuas palavras concede luz e dá
entendimento aos simples.
A Palavra de Deus é tão compreensível e clara que até os simples
podem se tornar sábios por meio dela. Visto que as coisas de Deus “se
compreendem espiritualmente” (1Cor 2:14), a compreensão adequada das
Escrituras frequentemente é mais influenciada pela condição espiritual de
um indivíduo do que pela sua capacidade intelectual.
A NECESSIDADE DA BÍBLIA
Falar da necessidade da Bíblia significa que é necessário ler a Bíblia
ou ouvir alguém nos dizer o que está nela, para que possamos conhecer a
Deus pessoalmente, obter perdão dos nossos pecados e saber com certeza o
que Deus quer que façamos.
Paulo aponta para isso quando pergunta como alguém poderia ouvir
sobre torna-se cristão “se não há quem pregue” (Rm 10:14), pois a “fé vem
pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Cristo” (Rm 10:17). Assim, para saber
como se tornar cristão, a pessoa precisa ler acerca disso na Bíblia ou, então,
ouvir alguém lhe explicando o que as Escrituras dizem sobre o assunto.
Como Paulo disse a Timóteo: “as Sagradas letras podem fazer-te sábio para
a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2Tm 3:15).

A vida cristã não somente começa com a Bíblia, mas também cresce e
floresce por meio dela. Jesus afirmou em Mateus 4:4 que “Nem só de pão
viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. Assim como
a nossa vida física é mantida pelo alimento físico diário, assim a nossa vida
espiritual é mantida pelo alimento diário com a palavra de Deus.
Negligenciar a leitura regular da Bíblia é prejudicial á saúde da nossa alma.

A SUFICIÊNCIA DA BÍBLIA
Hoje a Bíblia contém todas as palavras de Deus que uma pessoa
precisa para se tornar cristã, viver como cristã e crescer como cristã. Para
sermos “irrepreensíveis” diante de Deus, precisamos simplesmente obedecer
à sua Palavra: “Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que
andam na lei do Senhor” (Salmo 119:1). Na Bíblia, Deus nos deu instruções
que nos capacitam para “toda boa obra” que ele quer que façamos (2Tm 3:16-
17). É isso que significa dizer que a Bíblia é “suficiente”.
A suficiência das escrituras deve nos encorajar a buscar em toda a
Bíblia o que Deus quer que pensemos sobre determinada questão ou façamos
em certa situação. Tudo o que Deus quer dizer ao seu povo de todos os
tempos sobre esse tipo de questão ou situação pode ser encontrado nas
páginas da Bíblia. Embora a Bíblia não responda todas as perguntas que
pudermos imaginar, “pois coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso
Deus” (Dt 29:29), ela nos fornece a orientação de que precisamos para “toda
boa obra” (2Tm 3:17).
PERGUNTAS PARA APLICAÇÃO E RECAPITULAÇÃO

1- Por que é importante que a Bíblia seja a base para tudo aquilo em que
acreditamos?
2- Como a suficiência das escrituras nos encoraja a buscar em toda a
Bíblia o que Deus quer que pensemos sobre determinada questão ou
façamos em certa situação? Cite um exemplo.
3- Você já leu toda a Bíblia? Em sua opinião quais são as principais
dificuldades que as pessoas enfrentam e dificultam a leitura diária da
Bíblia?
CAPÍTULO 2
COMO É DEUS

Texto Bíblico: João 17:3

INTRODUÇÃO
Assim como a Bíblia é a mais importante fonte de informação sobre si
mesma, Deus é a mais importante fonte de informação sobre si mesmo. Isso
faz sentido, porque se houvesse uma fonte de informação superior a Deus,
então Deus não seria Deus. Por isso é importante que qualquer estudo sobre
Deus leve em conta o que Deus diz sobre si mesmo.
DEUS EXISTE
A Bíblia simplesmente pressupõe que Deus existe. Os primeiros
versículos, “No princípio, Deus criou os céus e a terra” (Gn 1:1), apresentam
de forma muito prática Deus como Criador, sem prova alguma da sua
existência ou suas ações.
A Bíblia também nos conta que todas as pessoas em todos os lugares
têm uma percepção profunda de que Deus existe. Em romanos 1:19, Paulo
escreve que até aos maus essa percepção é manifestada “porque Deus lhes
manifestou”.
O conhecimento divino do qual Paulo está falando pode ser
claramente percebido “mediante as coisas criadas” (Rm 1:20). Todo ser
criado dá evidência de Deus e da sua natureza. Mas os seres humanos criados
á imagem de Deus são a maior evidência da existência e da natureza de Deus.

DEUS É CONHECÍVEL
Deus não somente existe, ele existe de tal forma que nós podemos
saber mais a respeito dele e vir a conhecê-lo pessoalmente. No entanto, nunca
podemos poderemos conhecer a Deus totalmente. Ele é infinito e nós finitos.
“A sua grandeza é incompreensível”, grande demais para ser completamente
conhecida (Salmo 145:3).
“Não há limites para o seu entendimento” (Salmo 147:5). O conhecimento
de Deus é “maravilhoso demais para nós; é tão elevado que não podemos
obtê-lo (Salmo 139:6). Se pudéssemos contar os pensamentos de Deus, nós
descobriríamos que são “mais numerosos do que os grãos de areia” da terra
(Salmo 139:17-18).
Mesmo que nunca possamos conhecer a Deus totalmente, podemos
conhecê-lo pessoalmente. Jesus disse que a vida eterna está em conhecer a
Deus (João 17:3). Isso é muito melhor do que simplesmente conhecer algo
sobre Ele. Em Jeremias 9:24 Deus declara: “Mas quem se gloriar, glorie-se
nisto: em me entender e me conhecer.”
Podemos saber mais sobre Deus lendo mais as Escrituras, lembrando
sempre que somos criaturas finitas de um Criador infinito e nunca
entenderemos completamente tudo que se pode conhecer sobre qualquer um
dos atributos de Deus.

DEUS É INDEPENDENTE
A independência de Deus significa que Ele não precisa de nós ou de
nada para propósito algum. Ele não nos criou porque estava solitário ou
precisava da companhia das outras pessoas. Deus sempre foi e continua
sendo completamente feliz na sua existência pessoal.
Deus sempre foi, sempre existiu. Ele não foi criado; ele nunca passou
a existir. O salmista escreveu: “de eternidade a eternidade tu és Deus” (Sl
90:2). Portanto, Deus não depende de ninguém para nada. Se dependesse de
alguém Ele não seria Deus. Em vez disso, toda a sua criação é e precisa ser
dependente dele. “Porque todas as coisas são dele, por ele e para ele” (Rm
11:36).
Embora Deus não precise de nós, ele permite que demos alegria ao
coração dele. Sofonias afirma que Deus “se alegrará” em nós com “alegria”
e com “júbilo” (Sofonias 3:17). Isso mostra que somos importantes para Ele.

DEUS É IMUTÁVEL:
Deus é imutável em seu ser, atributos, propósitos e promessas. O
salmista louva a Deus por ser o mesmo (Sl 102:27). Em Malaquias 3:6 Deus
afirma: “Pois eu o Senhor não mudo”.
Isso está em contraste conosco: o nosso ser muda e os nossos atributos
mudam. Deus por outro lado, continua o mesmo para sempre.
Deus é imutável em seus propósitos. Uma vez que ele determina que
vai fazer algo, isso é realizado. “O plano do Senhor permanece para sempre,
e os intuitos do seu coração por todas as gerações” (Sl 33:11).
Ele é imutável em suas promessas. Em números 23:19 está escrito:
“Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se
arrependa. Por acaso, tendo ele dito, não o fará? Ou, havendo falado, não o
cumprirá?”.
No entanto, há ocasiões na Bíblia que parecem contrariar a
imutabilidade de Deus. Por exemplo, Deus não castigou Nínive como
prometeu quando o povo se arrependeu (Jonas 3:4,10). Contudo, essas
ocasiões devem ser entendidas como expressões da intenção de Deus naquele
momento em relação à situação específica citada. Quando uma situação
muda, a atitude ou a intenção de Deus também muda.

DEUS É ETERNO
Deus não tem começo e nem fim. Isso é afirmado no salmo 90:2: “de
eternidade em eternidade, tu és Deus.” Ele estava agindo “antes da fundação
do mundo” (Ef 1:4). Ele é o primeiro e o último, o começo e o fim, “o Alfa
e o Ômega, aquele que é, que ra e que há de vir” (Ap 1:8).
Visto que Deus é eterno, a sua percepção do tempo é radicalmente
diferente da nossa. “Mil anos” aos olhos dele são “como o dia de ontem que
passou, como a vigília da noite” (Sl 90:4). Pedro afirma isso quando escreve
que para Deus “mil anos” são “como um dia” e “um dia para o Senhor são
como mil anos” (2Pe 3:8).

DEUS É ONIPRESENTE
Ele não tem tamanho nem dimensões espaciais, está presente em todos
os pontos do espaço com todo o seu ser. Ele não pode ser limitado pelo
espaço material porque o criou (Gn 1:1). Ele está em todos os lugares. Ele
preenche os céus e a terra (Jr 23:23-24). Se ser é tal que “o céu, e até o céu
dos céus” não podem contê-lo (1Re 8:27).
Davi escreve: “Para onde eu me ausentarei do teu Espírito? Para onde
fugirei da tua presença? Se eu subir ao céu, lá tu estás, se fizer a minha cama
nas profundezas, tu estás ali também. Se tomar as asas da alvorada, se habitar
nas extremidades do mar, ainda ali a tua mão me guiará, e atua mão direita
me sustentará” (Sl 139:7-9).

DEUS É ESPÍRITO
“Deus é espírito” (João 4:24). Ele existe de tal forma que o seu ser não
é feito de matéria alguma. Ele não tem membros, tamanho, nem dimensões.
Pensar sobre o seu ser em termos de qualquer outra coisa criada no universo
seria uma representação equivocada, pois ele é mais excelente do que
qualquer outro tipo de existência.
Todavia, Deus escolheu nos fazer, em nossa natureza espiritual,
parecidos com ele, em sua natureza espiritual. Ele nos dotou com espírito no
qual devemos adorá-lo (Jo 4:24). Paulo diz que “quem se une ao Senhor é
um espírito com ele” (1Cor 6:17).

DEUS É INVISÍVEL
“Ninguém jamais viu a Deus” (João 1:18). E nunca ninguém
conseguirá ver a essência total ou todo o ser espiritual de Deus.
Há ocasiões em pessoas viram manifestações exteriores de Deus.
Isaías nos conta que ele viu “o Senhor assentado sobre um alto e sublime
trono” (Is 6:1). “O Senhor apareceu a Abrão junto aos carvalhos de Manre
(Gn 18:1). E Jacó disse que ele viu “a Deus face a face” (Gn 32:30. Nessas
e em outras ocasiões Deus tomou forma visível para se mostrar a pessoas.
Uma manifestação visível muito maior de Deus está na pessoa de Jesus
Cristo. Como Jesus disse: “Quem vê a mim, vê o Pai” (João 14:9).

DEUS É ONISCIENTE
Deus “conhece todas as coisas” (1João 3:20). Ele conhece todas as
coisas que existem e tudo o que acontece. “Não há criatura alguma
encoberta” da face de Deus, “antes todas as coisas estão descobertas e
expostas aos olhos daquele a quem deveremos prestar contas” (Hb 4:13).
Deus está sempre, em todos os momentos, completamente consciente
de tudo. O seu conhecimento nunca muda nem aumenta. Nada o surpreende,
nada está escondido dele. Desde a eternidade Deus conhece as coisas que
aconteceriam e todas as coisas que ele faria.

DEUS É SÁBIO
Deus é totalmente sábio. Ele é o “único Deus sábio” (Rm 16:27). “Ele
é sábio de coração” (Jó 9:4) e “a sabedoria e a força estão com Deus, ele tem
conselhos e entendimento” (Jó 12:13).
Deus dá sabedoria aos seus filhos: “Se algum de vós tem falta de
sabedoria, peça a Deus, que a concede livremente a todos sem criticar, e lhe
será dada” (Tg 1:5). A sabedoria que vem de Deus é encontrada por meio da
leitura e obediência da Palavra de Deus. “O testemunho do Senhor é fiel e
dá sabedoria aos simples” (Sl 19:7).
Mesmo assim, nunca compartilharemos plenamente da sabedoria de
Deus. Por causa da grande “profundidade da riqueza, da sabedoria e do
conhecimento de Deus”, os seus juízos são “insondáveis”, e os seus
caminhos “inescrutáveis” (Rm 11:33).

DEUS É VERDADEIRO
“O Senhor é o verdadeiro Deus” (Jr 10:10). Todo o seu conhecimento
e todas as suas palavras são verdadeiros, servindo como o padrão da verdade.
Uma vez que ele diz algo, podemos estar certos de que ele o fará, podemos
estar certos de que ele será fiel às suas promessas para sempre (Nm 23:19).
A essência da fé é levar a sério o que Deus diz e confiar que ele fará o que
prometeu.
Podemos imitar a veracidade de Deus ao sermos verdadeiros no que
dizemos e fazemos (Colossenses 3:9-10).
DEUS É BOM
Jesus disse: “Ninguém é bom, a não ser um, que é Deus” (Lc 18:19).
Deus é o padrão supremo do bem; tudo que ele é e faz é bom e digno de
aprovação. Não há padrão mais elevado de bondade do que o próprio caráter
de Deus e sua aprovação de tudo que está em concordância com o seu caráter.
Deus é a fonte suprema de toda a bondade. Tiago nos diz: “Toda boa
dádiva e todo dom perfeito vêm do alto e descem do Pai das luzes” (Tiago
1:17). Deus promete não negar “bem algum aos que andam com retidão” (Sl
84:11). Mesmo a sua disciplina é uma manifestação da sua bondade e amor
(Hb 12:10).
A bondade de Deus pode ser vista por meio da sua misericórdia e
graça. A sua misericórdia é a sua bondade para com os que estão em miséria
e aflição. A sua graça é a sua bondade para com os que merecem somente o
castigo.
Os receptores da bondade são chamados para demonstrar essa
bondade a outras pessoas. Como Paulo diz em Gálatas 6:10: “Assim,
enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, principalmente aos da
família da fé.”
DEUS É AMOR
“Deus é amor” (1Jo 4:8). Deus eternamente dá de si mesmo para o
bem dos outros. Jesus nos revela que esse atributo de entrega própria, o amor
de Deus, estava atuante “antes da fundação do mundo” (Jo 17:24). Era
evidente o amor que Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo tinham um
pelo outro (Jo 17:24; 14:31).
Esse amor eterno encontra sua expressão no amor autossacrificial de
Deus para com os seus filhos. Paulo escreve: “Mas Deus prova o seu amor
para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós quando ainda éramos
pecadores” (Rm 5:8).
Porque Deus nos amou e nos amará por toda a eternidade, somos
capacitados a compartilhar livremente esse amor com os outros. O nosso
amor deve ser autossacrificial (1Jo 3:16-17), não demonstrado “de boca, mas
em ações e em verdade” (1Jo 3:18).
DEUS É SANTO
“O Senhor nosso Deus é santo” (Sl 99:9). Isso significa que ele está
separado do pecado. Deus é muitas vezes chamado de “o Santo de Israel” (Sl
77:2). Os serafins em volta do seu trono exclamam continuamente: “Santo,
santo, santo é o Senhor dos exércitos” (Is 6:3).
A santidade de Deus fornece o padrão que seus filhos devem imitar.
Como ele declara em Levítico 19:2: “Sereis santos, porque eu, o Senhor
vosso Deus, sou santo.” Devemos buscar a “santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor” (Hb 12:14). O autor de Hebreus nos diz que Deus
disciplina os seus filhos “para sermos participantes da sua santidade” (Hb
12:10).

DEUS É JUSTO E CORRETO


Moisés disse acerca de Deus: “Todos os seus caminhos são justos.
Deus é fiel, e nele não há pecado; ele é justo e reto” (Dt 32:4). Deus sempre
age de acordo com o que é certo, pois ele mesmo é o padrão supremo do que
é certo. Como juiz do mundo, ele faz o que é certo (Gn 18:25). Ele diz a
verdade e declara “o que é correto” (Is 45:19). Assim, ao buscarmos fazer o
que é justo e correto, precisamos fazer o que está em concordância com o
caráter moral de Deus, pois esse é o padrão supremo de justiça. Como
provérbios 21:3 nos diz: “Fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável
ao Senhor do que oferecer-lhe sacrifício”.

DEUS É ZELOSO
Na sua explicação dos dez mandamentos, Deus diz: “Eu, o Senhor, teu
Deus, sou Deus zeloso” (Ex 20:5). Em seu zelo, Deus busca proteger a sua
própria honra. Ele deseja que a adoração seja dada somente a ele e a nenhum
outro ou coisa alguma. Não é errado para Deus buscar a sua própria honra,
que somente ele, como Deus, merece. É por isso que, com razão, ele pode
dizer: “Não darei a minha glória a nenhum outro” (Is 48:11).

DEUS SE IRA COM O PECADO


Deus odeia intensamente todo pecado. A ira de Deus se ascende contra
o pecado, e é essa ira que finalmente vai consumir aqueles que rejeitam a
Jesus e continuam no pecado.
Como disse Jesus: “Quem, porém, mantém-se em desobediência com
o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (João 3:36).
A ira de Deus “se revela contra toda impiedade e injustiça dos homens” (Rm
1:18).
A ira é um atributo pelo qual devemos agradecer e louvar a Deus. Se
Deus tivesse prazer no pecado, ou mesmo não se incomodasse com ele, não
seria um Deus digno da nossa adoração ou louvor. O pecado é digno de nosso
ódio. Somos encorajados por Cristo a odiar o pecado e a maldade (Hb 1:9).

DEUS DETERMINA O QUE ELE QUER


Deus “faz todas as coisas segundo o desígnio da sua vontade” (Ef
1;11). A vontade de Deus é a razão suprema de tudo o que acontece. Sua
vontade é a maneira como ele escolhe fazer o que ele faz e o que não faz.
Por exemplo, todas as coisas foram criadas pela vontade de Deus (Ap
4:11), os governos humanos têm o seu poder de acordo com a vontade de
Deus (Rm 13:1) e às vezes é sua vontade que seus filhos sofram (1Pe 3:17).
Todos os eventos da nossa vida estão sujeitos á vontade de Deus. É por isso
que Tiago nos encoraja a não afirmar que faremos isso ou aquilo, mas que
em vez disso digamos: “Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou
aquilo” (Tg 4:15).

DEUS TEM LIBERDADE


O salmo 115:3 diz: “Nosso Deus está nos céus, ele faz tudo de acordo
com a sua vontade”. Nada pode impedir Deus de fazer a sua vontade. Ele é
completamente livre para fazer tudo o que ele quer. Ele não está sob
autoridade ou restrição alguma, não há pessoa ou força que alguma vez possa
ditar o que ele deveria ou vai fazer.

Todas as nossas escolhas estão sujeitas a Deus. Como diz provérbios


16:9: “O coração do homem planeja seu caminho, mas o Senhor lhe dirige
os passos”. Até “o coração do rei é como a corrente de águas nas mãos do
Senhor: ele dirige para onde quer” (Pv 21:1).
DEUS É ONIPOTENTE
“Há alguma coisa difícil para o Senhor?” (Gn 18:14). Jeremias diz a
Deus: “Nada é impossível para ti” (Jr 32:17).
Deus é onipotente. Ele é todo poderoso. Ele é capaz de realizar toda a
sua vontade santa. Não há limites para o que ele decide fazer. Ele é “poderoso
para fazer bem todas as coisas, além do que pedimos ou pensamos” (Ef 3:20).
Como disse Jesus: “Para Deus tudo é possível” (Mt 19:26). O poder de Deus
é infinito.
Entretanto, há coisas que Deus não pode fazer. Ele não pode nem
determinar, nem fazer nada que negue o seu próprio caráter. Ele não pode
mentir (Tito 1:2), ele não pode ser tentado pelo mal (Tg 1:13) e ele não pode
negar a si mesmo (2Tm 2:13).

DEUS É PERFEITO
Jesus nos diz em Mateus 5:48: “Perfeito é o vosso Pai celestial”. Deus
possui plenamente todas as qualidades excelentes e não lhe falta parte
alguma de qualquer qualidade que seria desejável a ele. Podemos buscar sua
perfeição ao buscarmos se ser perfeitos, como Jesus nos ordenou (Mt 5:48).
Embora não alcancemos a perfeição que frequentemente desejamos aqui na
terra, por meio da obra de Cristo podemos fazer progresso contínuo durante
toda vida, rumo a essa perfeição.
DEUS É BEM AVENTURADO
Deus está plenamente feliz e satisfeito em si mesmo e em tudo que
reflete seu caráter. Ele mesmo é o foco de toda a felicidade e prazer; por isso,
sua completa plenitude de alegria se encontra nele mesmo.
Ao encontrarmos prazer e felicidade no que é agradável a Deus,
honramos e o imitamos em sua bem aventurança. Encontramos nossa maior
bem aventurança, felicidade e satisfação suprema na fonte de todas as coisas
boas: o próprio Deus.

DEUS É BELO
No salmo 27:4, Davi afirma que o seu único grande desejo na vida é
morar na casa de Deus por toda a sua vida. Uma razão que ele apresenta para
esse desejo é “contemplar a beleza do Senhor”.
Deus é a essência de todas as qualidades desejáveis. Por isso, como
Davi descobriu, todos os anseios e todos os desejos só encontrarão a sua
satisfação plena em Deus, o único que é realmente belo.

DEUS É UMA UNIDADE


Deus está unido em todos os seus atributos. Ele não é constituído de
medida maior por um atributo do que por outro. Ele não é dividido em partes,
e não é um atributo num ponto da história e outro atributo em outro momento.
Ele é total e completamente todos os atributos em todo o tempo.
A Bíblia nunca destaca um dos atributos como mais importante do que
os demais. Por exemplo, “Deus é luz” (1Jo 1:5) e “Deus é amor” (1Jo 4:8).
Ele não é parte luz e em parte amor, ele não é amor de dia e luz à noite. Ele
é, em todo o tempo e de todas as maneiras, tanto luz quando amor.

PERGUNTAS PARA APLICAÇÃO E RECAPITULAÇÃO

1- Cite dois atributos de Deus que você gostaria de imitar na sua vida e
diga o porquê.
2- Quais seriam os perigos de considerar um dos atributos de Deus mais
importantes do que todos os outros?
3- Quais são alguns dos atributos de Deus que Ele mais compartilha
conosco? Por que é importante Deus compartilhar os seu atributos
com os seu filhos?
CAPÍTULO 3
HUMANIDADE DE JESUS

Texto bíblico: Mateus 16:13

INTRODUÇÃO
O ponto de partida para estabelecer a igreja é a PESSOA de JESUS.
Não é nenhuma questão teológica ou moral.
É preciso compreendê-lo bem, portanto, tanto em sua humanidade
como em sua perfeita divindade. Porque pode se cair em erro de dois lados:
enfatizando sua divindade em detrimento de sua humanidade ou enfatizar
sua humanidade em detrimento de sua divindade.
A ênfase adequada nas duas naturezas nos ajudará no entendimento
de nossa fé. Devemos sempre lembrar disto: ele é perfeitamente Deus e é,
simultaneamente, perfeitamente homem. Se errarmos em algum desses
aspectos, erraremos em nossa teologia.

CARACTERÍSTICAS DA PESSOA DE CRISTO

1- Duas naturezas: Uma DIVINA e outra HUMANA

 “Deus foi manifestado em corpo.” (1Tm 3:16)


 “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o
homem Cristo Jesus.” (1Tm 2:5)

→ 100% homem e 100% Deus.


→ 2 naturezas. Uma personalidade.
2- Nascimento virginal

- Mateus 1:18-25

• Qual a importância do nascimento virginal de Cristo?


- Natureza íntegra, perfeita. Romanos 5:15 – Salmo 51:5

3- Não pecou:
 “Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que
nele tornássemos justiça de Deus” (2 Cor 5:21)
 “Alguém que como nós passou por todo tipo de tentação, porém, sem
pecado.” (Hebreus 4:15)
 “Ele não cometeu pecado algum, e nenhum engano foi encontrado em
sua boca.” (1 Pedro 2:22 - Isaías 53:9)
4- Foi um homem histórico:

- Historiador Flávio Josefo (37-100 d.C - Jerusalém);


- Em seu livro História dos Hebreus ele traz informações sobre a vida de
Jesus.
- “Nesse mesmo tempo apareceu Jesus, que era um homem sábio, se todavia
devemos considera-lo, simplesmente como um homem, tanto suas obras
eram admiráveis. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na
verdade e foi seguido não somente por muitos judeus, mas mesmo por muitos
gentios. Ele era o Cristo. Os mais ilustres da nossa nação acusaram-no
perante Pilatos e ele fê-lo crucificar. Os que o haviam amado durante a vida
não o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e vivo
no terceiro dia, como os santos profetas o tinham predito e que ele faria
muitos outros milagres. É dele que os cristãos, que vemos ainda hoje,
tiraram seu nome”(JOSEFO, Flávio, História dos Judeus)
A HUMANIDADE DE JESUS

•“Embora sendo Deus não considerou que ser igual a Deus era algo que devia
apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo tornando-se
semelhante aos homens.” (Filipenses 2:6-7)

1- Ele teve um crescimento físico e mental:


-“Jesus ia crescendo em SABEDORIA, ESTATURA, graça diante de Deus
e dos homens.” (Lc 2:52)

- Ele não nasceu com a mentalidade de um homem de 30 anos. Não nasceu


como um produto acabado.

2- Tinha elementos próprios da natureza humana:


-“Vejam as minhas mãos e os meus pés. Toquem-me e vejam, porque um
espírito não tem carne nem ossos, como vocês estão vendo que eu tenho.”
(Lc 24:39)
-Mateus 4:2 (Teve fome)
-Lucas 24: 42-43 (Comeu peixe)
-João 4:6 (Ficou cansado)
-João 4:7 (Teve sede)

3-Possuía emoções humanas:


-“Ali ele começou a sentir uma grande TRISTEZA e AFLIÇÃO (TEMOR).
E disse a eles: “A tristeza que estou sentindo é tão GRANDE, que é capaz
de me MATAR.” (Marcos 14:33-44)
-A angústia, uma doença que caracteriza o homem moderno, foi
experimentada por ele.
-“Jesus chorou” (João 11:35)

-“Agora meu coração está perturbado” (João 12:27)


4- As pessoas próximas de Jesus consideravam-no apenas humano:

-Mateus 13:54-57
-“Pois nem os seus irmãos criam nele.” (João 7:5)

POR QUE ERA NECESSÁRIO QUE JESUS FOSSE PLENAMENTE


HUMANO?

1- Possibilitar uma obediência representativa.


-“Assim como por meio da DESOBEDIÊNCIA de um só homem, muitos
foram feitos PECADORES, assim também por meio da OBEDIÊNCIA de
um único homem muitos serão feitos JUSTOS.” (Romanos 5:19)

2- Ser um sacrifício substitutivo:


“Era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os
aspectos, para se tornar sumo sacerdote misericordioso e fazer
PROPICIAÇÃO PELOS PECADOS DO POVO.” (Hebreus 2:17)

3-Ser o único mediador entre Deus e os homens:


• Precisávamos de um mediador que pudesse representar-nos diante de
Deus e que pudesse representar Deus diante de nós.
- “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem
Cristo Jesus.” (1Tm 2:5)

4- Cumprir o propósito original do homem de dominar a criação:


- “Tu o coroaste de glória e de honra; tudo SUJEITASTE debaixo dos seus
pés.” (Hebreus 2:8)
- “Subjuguem a terra.” (Gênesis 1:28)
5- Ser nosso exemplo e padrão na vida:
- “Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como
ele andou.” (1João 2:6)
- “Os predestinou para serem conforme à imagem de seu Filho.”
(Romanos 8:29)

6- Para compadecer-se como sumo sacerdote:


- “Ele entrou no céu para agora se apresentar diante de Deus em nosso favor.”
(Hebreus 9:26)
- “Tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de
socorrer aqueles que também estão sendo tentados.”
(Hebreus 2:18)

JESUS É UM ANJO?

- O que pensam os Testemunhas de Jeová e os adventistas?


- "Jesus Cristo, que nós entendemos das Escrituras Sagradas ser o arcanjo
Miguel" (A Sentinela, 15/02/79, p.31, edição norte-americana).

- "Cremos que 'Miguel' não é senão um dos muitos títulos aplicados ao Filho
de Deus, Jesus...". (Adventistas)
-"Porque o próprio Senhor descerá do céu com uma chamada dominante,
com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus" (1 Tess. 4:16, Tradução do
Novo Mundo).

ALGUNS QUESTIONAMENTOS QUE PODEMOS FAZER

• Usar a voz de arcanjo faz de Deus um arcanjo?


• Apocalipse 8:6 – Usar a trombeta de Deus faz dos anjo Deus?
• Mateus 3:16 – O Espírito Santo é uma pomba?
• Apocalipse 5:5 – Jesus é um leão?
• Explicação: Em 1 Tess. 4:16 não esta dizendo que ele virá com voz de
arcanjo, mas que virá sobre à voz de arcanjo.

JESUS E OS ANJOS NO LIVRO DE HBREUS

O primeiro capítulo de Hebreus foi escrito, em sua totalidade, para


demonstrar a superioridade do Filho de Deus comparado aos anjos.
• Hebreus 1:6; 1:13
• Nenhum anjo reflete a glória do Deus Pai (Hb 1:3)
• Anjos bons se recusam veementemente a aceitar adoração. (Ap 22:8-9;
Lucas 7:36-38; Mateus 28:9)

JESUS E O ARCANJO MIGUEL


• "Mas quando o arcanjo Miguel, discutindo com o diabo, disputava a
respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar contra ele juízo de
maldição, mas disse: O Senhor te repreenda" (Judas 1.9)
• Mateus 4:10 – Jesus repreende Satanás.
• Como Jesus sendo Miguel diz: "O Senhor lhe repreenda “?, se o Senhor
neste texto é o próprio Jesus!.., não seria isto no mínimo uma incoerência?

* O Nome Miguel significa: "Quem é semelhante a Deus?". Apesar de


alguns quererem afirmar que essa interrogativa indique que Miguel seja
Jesus tal argumentação não tem precedente. Por exemplo: Daniel significa:
"Deus é meu Juiz ou Deus é Juiz". Ananias: "Jeová é clemente"; João:
"Graça de Deus..." Em fim, poderíamos dar vários exemplos e mostrar que
os nomes referentes aos servos de Deus tem uma etimologia voltada ao
Senhor. Isso não faz de nenhum deles um deus!
PERGUNTAS PARA A RECAPITULAÇÃO E APLICAÇÃO

1- Como a humanidade de Jesus conforta você, sabendo que ele passou


por situações que costumamos passar?
2- Cite dois versículos que nos mostram que Jesus é Deus. Cite duas
razões da importância da divindade de Jesus.
3- Algumas seitas religiosas acreditam que Jesus é um anjo. Como
podemos comprovar biblicamente que Cristo não é um anjo?
4- Jesus foi a primeira criatura de Deus? O que significa dizer que Jesus
é o primogênito de Deus?
CAPÍTULO 4

A DIVINDADE DE JESUS

Texto Bíblico: Colossenses 2:9

O QUE SIGNIFICA “DIVINDADE”?

Divindade é, geralmente, uma referência a um ser que está no estado


de ser Deus. Ao dizer que um ser é “divino”, está-se dizendo que este ser
possui a natureza de Deus, ou está no estado de ser Deus. Na
Bíblia, Theos, Deus, refere-se “ao ser supremo sobrenatural como criador e
mantenedor do universo. A Bíblia se refere a Deus como aquele que “fez o
mundo e tudo o que nele existe” (Atos 17:24). Palavras derivadas de theos,
como theotes, se referem à “natureza ou estado de ser Deus. Esta é a idéia
como é encontrada em Colossenses 2:9, que afirma com referência a
Jesus, “nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade”. Ao
afirmar que Jesus é divino, está-se dizendo que Jesus possui certas
características divinas, que ele é propriamente Deus, o ser supremo
sobrenatural que criou e sustenta o universo.

Pode ser mostrado pela Bíblia que Jesus possui a natureza de Deus. A
“natureza” se refere aos atributos, características e qualidades que fazem de
alguma coisa o que ela é. São os traços essenciais que pertencem a alguma
coisa. Se alguém é desprovido destes traços essenciais de divindade, essa
pessoa não é Deus. Gálatas 4:8 se refere “àqueles que por natureza não são
deuses”. Essas pessoas tinham adorado alguma coisa que não era Deus; esses
ídolos não continham a essência da divindade.
Conquanto seja impossível definir todos os atributos essenciais de
Deus, e isso não esteja dentro do alcance deste estudo, algumas das
características específicas que se ajustariam dentro desta categoria incluem
a onipotência e a eternidade. Somente Deus é “Todo-Poderoso” e eterno, no
sentido em que ele não teve princípio e não tem fim. Qualquer ser que
possuísse esta característica seria certamente considerado divino.

A questão é: são tais atributos atribuídos a Jesus Cristo na Bíblia? Este


estudo responde afirmativamente, e procurará mostrar algumas das várias
provas bíblicas da divindade de Jesus. Evidências de ambos, do Velho como
do Novo Testamento, serão consideradas. A Bíblia de fato ensina que Jesus
era Yahweh feito carne (João 1:1,14).

Considere as seguintes ligações bíblicas:

1. Isaías 8:13-14 se refere a Yahweh como aquele que se tornaria uma pedra
de tropeço e uma rocha de ofensa. O Novo Testamento aplica isto a Jesus em
1 Pedro 2:8.

2. Isaías 40:3 fala daquele que viria diante de “Yahweh” no deserto. Isto é
aplicado a João Batista quando preparava o caminho para Jesus, o Cristo
(Mateus 3:3; Lucas 1:76; João 3:28).

3. Em Isaías 42:8, Yahweh fala da glória que pertence somente a ele, e que
ela não seria dada a outro. Jesus pregou sobre a glória que ele partilhava com
o Pai antes que houvesse mundo (João 17:5). Em Isaías 6 é relatada uma
visão na qual Isaías viu Yahweh sentado em seu trono. João 12:36-41 registra
que afirmações feitas por Isaías foram pronunciadas “porque ele viu sua
glória, e falou dele”. No contexto, isto é claramente uma referência a Jesus.
Isaías viu “sua” glória e falou “dele”, de Jesus. Isto liga Jesus a Yahweh.
4. Isaías 44:6 faz uma afirmação clara a respeito de Yahweh: “Eu sou o
primeiro e eu sou o último, e além de mim não há Deus”. Seria lógico que
alguém que declarasse isto teria que ser Deus, ou teria que ser um mentiroso.
O Novo Testamento atribui esta mesma frase, “o primeiro e o último”, a
Jesus (Apocalipse 1:17-18; 2:8: 22:13-16). Estas referências ensinam que
Jesus é Yahweh.

5. Salmo 102 começa com uma oração a Yahweh. Uma parte desta mesma
oração é aplicada a Jesus em Hebreus 1:10-12. Seria difícil conciliar como
uma oração (ou mesmo uma parte de uma) feita a Yahweh pudesse ser assim
aplicada a alguém que não é Deus.

O que os relatos do Evangelho ensinam?

1. As declarações de Jesus. Conquanto Jesus não tenha feito nenhuma


declaração explícita de que era Deus, ele de fato fez declarações que
definitivamente o identificavam como Deus. Tomadas em conjunto, elas
apóiam uma questão para o entendimento de Jesus, que ele é Deus.

a. Ele declarou ter uma relação inigualável com o Pai. Ele não
declarou apenas crer ou amar a Deus; ele declarou que ele e o Pai eram
um (João 10:30). Ele não se referiu a si mesmo como um filho de Deus,
mas o Filho de Deus. João 5:17-18 registra uma ocasião quando Jesus
tinha feito um milagre justamente no sábado.
Ele disse aos judeus: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho
também”. Isto enfureceu os judeus, por isso “ainda mais procuravam
matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que
Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”. Eles entenderam
que Jesus estava alegando ter uma relação com o Pai num sentido
incomparável, e creram que isto era blasfêmia, pois ele estava “fazendo-
se igual a Deus”.

b. Ele declarava ter autoridade para perdoar pecados. Marcos 2


registra quando Jesus, confrontado com um homem paralítico,
simplesmente disse: “Filho, teus pecados são perdoados”. Os judeus
pensaram que isto era errado, pois ninguém “pode perdoar pecados a
não ser Deus somente”. De modo a provar que ele tinha autoridade para
perdoar, Jesus curou o homem. O direito a perdoar pecados é um direito
divino.

c. Ele se declarou sem pecado (João 8:29,46; 18:23). Outras passagens


bíblicas apóiam esta declaração (Hebreus 4:15), que põe Jesus em nítido
contraste com todos os outros, pois pecaram (Romanos 3:23).

d. Ele declarou ter autoridade para julgar o mundo (João 5:25-27).


Ele disse que suas palavras haveriam de julgar no último dia (João 12:48).
Ou ele se entendia como Deus, ou era o homem mais convencido e
arrogante que jamais viveu.

e. Ele declarou falar as próprias palavras de Deus. Ele


disse: “Minhas palavras não passarão” (Mateus 24:35). Ele colocou
suas próprias palavras em igualdade com as palavras de Deus.
f. Ele declarou ser o único caminho para a salvação. Ele disse: “Eu
sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por
mim” (João 14:6). Não se pode ficar neutro diante de uma declaração
como esta. Ela é estreita e exclusiva. Mais tarde, os apóstolos
testemunharam que não há outro nome dado pelo qual podemos ser
salvos (Atos 4:12). Se não, a Bíblia está afirmando salvação através de
alguém que não tem direito a declarar ser o único caminho até Deus.

g. Ele declarou ser o Autor e Doador da vida. “O Filho do homem dá


vida a quem ele quer” (João 5:21). Ele se chamou o “pão da vida” (João
6:48), e a “ressurreição e a vida” (João 11:25).

h. Jesus exigiu a mais alta lealdade da humanidade. Ele disse que seus
seguidores têm que negar a si mesmos e segui-lo (Lucas 9:23). Ele disse
a seus seguidores que eles têm que amá-lo acima de tudo o mais,
incluindo membros da família (Lucas 14:26; Mateus 10:34-39). Se Jesus
não pensasse que ele era Deus, o que mais poderia ele estar pensando?

i. Ele declarou cumprir todas as profecias do Velho Testamento a


respeito do Messias. (Lucas 24:44). Considerando quantas profecias há
sobre o Messias, esta é uma admirável declaração. Uma vez que,
conforme já foi demonstrado, o Velho Testamento liga o Messias a
Yahweh, então a declaração de Jesus de ser o Messias é também uma
declaração de divindade.

j. Jesus declarou ser Deus. Ao falar aos judeus sobre Abraão, Jesus
disse: “Antes que Abraão fosse, eu sou” (João 8:58). Isto levaria os
judeus de volta ao tempo quando Yahweh falou a Moisés no arbusto
ardente, declarando ser “EU SOU O QUE SOU” (Êxodo 3:14). Por
causa desta declaração os judeus pegaram pedras para atirar em Jesus,
pois eles sabiam as suas implicações.
Nesta afirmação, Jesus estava declarando existência eterna e auto-
suficiência. Se ele não fosse Deus, então isto realmente seria blasfêmia.

2. As obras de Jesus. Não era suficiente para Jesus fazer declarações


espetaculares. Ele precisava apoiar o que dizia. Este era o propósito das obras
dele. Em João 5, Jesus afirmou que seu próprio testemunho, por si só, não
seria válido. Ele defendeu-se apelando para outros testemunhos. Um destes
testemunhos são as obras que ele realizava: “as obras que o Pai me confiou
para que eu as realizasse, essas que eu faço, testemunham a meu respeito,
de que o Pai me enviou” (João 5:36). Nicodemos tinha vindo antes a Jesus
e disse: “Rabi, sabemos que és mestre, vindo da parte de Deus; porque
ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com
ele” (João 3:2). Mais tarde, Jesus disse aos judeus: “Se não faço as obras de
meu Pai, não me acrediteis; mas, se faço, e não me credes, crede nas obras;
para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou
no Pai” (João 10:37-38). João 20:30-31 afirma que as obras que Jesus fez
tinham a intenção de acender a fé naqueles que sabiam delas. Pedro disse a
alguns judeus no Pentecostes que Jesus era “varão aprovado por Deus
diante de vós, com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus
realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis” (Atos
2:22).

É impossível separar Jesus de suas atividades. Os milagres e as obras


que Jesus fez são inseparavelmente ligados com sua vida na terra; e não
podem ser rejeitados simplesmente por serem milagrosos.

Jesus fez diferentes tipos de milagres, mas podem todos ser


classificados em três categorias: milagres sobre a natureza (p. ex., acalmando
a tempestade), milagres de curas físicas (p. ex., curando o homem paralítico),
e milagres de ressurreição (p. ex., Lázaro).
Houve muitas testemunhas da maioria destes milagres. Mesmo os
inimigos de Jesus os admitiam. O ponto aqui é que a Bíblia ensina que Jesus
operou milagres de modo a apoiar suas declarações. Portanto, o que quer que
seja que Jesus declarou, de acordo com a Bíblia, foi provado por suas obras.
Desde que suas declarações implicam, direta ou indiretamente, que ele é
Deus, então as obras que ele fez verificam isto e a proposição deste estudo é
verdadeira: a Bíblia ensina a divindade de Jesus Cristo.

3. A aceitação de adoração. Outra importante prova bíblica da divindade de


Jesus é sua aceitação de adoração. A Bíblia ensina que o único que deve ser
adorado é Deus. O próprio Jesus reconheceu isto (Mateus 4:10). Conquanto
seja possível para alguém que não é Deus aceitar adoração, a aceitação de
adoração por Jesus mostra, pelo menos, que ele pensava ser divino. Muitos
exemplos disto são dados nos relatos do evangelho (cf. Mateus 8:2; 9:18;
14:33; 28:9,17). Merecem observação especial três passagens do Novo
Testamento ligadas com isto:

a. João 5:23. Jesus afirmou que todos deverão honrar o Filho (Jesus)
exatamente assim como ele honrava o Pai. Se ele não pensasse que era
Deus, então ele era culpado de blasfêmia. Esta afirmação sozinha
demonstra o ensinamento bíblico da divindade de Jesus. Para que alguém
declare que merece a mesma honra que o Pai, teria que ser Deus, ou teria
que ser um mentiroso.

b. João 20:28. Depois da ressurreição, Jesus apareceu aos seus


discípulos. Tomé não estava presente no primeiro aparecimento, e
duvidou que Jesus tivesse realmente sido visto. Quando Jesus apareceu
novamente, Tomé viu e fez a seguinte afirmação a Jesus: “Meu Senhor
e meu Deus”.
Não há indicação de que Jesus tentasse corrigir isto. Jesus aceitou esta
adoração, tanto como a referência a sua divindade. De fato, ele respondeu
a Tomé: “Porque tu me viste, acreditaste?” (20:29).

c. Hebreus 1:6. Referindo-se a Jesus, o texto diz: “Que todos os anjos


de Deus o adorem”. Esta instrução é dada pelo Pai. A Bíblia mostra que
os anjos sabiam que o único que poderiam adorar corretamente era Deus.
(Apocalipse 19:10). Se lhes é dito por Deus para adorarem Jesus, então
esta é uma clara implicação do ensinamento de que Jesus é Deus.

Títulos atribuídos a Jesus

Jesus se refere a si mesmo por vários títulos, e outros escritores do Novo


Testamento se referem a ele por vários descrições. Estas referências a Jesus
demonstram uma alta Cristologia na Bíblia. Elas mostram tanto a concepção
que Jesus faz de si mesmo como os pontos de vista de outros sobre ele.

1. Filho de Deus. A Bíblia se refere freqüentemente a Jesus como o Filho de


Deus. Ainda que Jesus não usasse isto para referir a si mesmo, ele de fato
falou de tal modo que apoiaria seu entendimento de que ele era o Filho de
Deus (João 5:17-19). Alguns tomaram a frase “Filho de Deus” para significar
que Jesus era o “descendente” de Deus.

Ela é usada, então, para dizer que a Bíblia ensina que Jesus foi um ser
criado. Contudo, a frase “filho de” é aberta para diferentes significados na
Bíblia. Ela pode significar “descendente”, porém não necessariamente em
todo contexto. Ela pode também ter o significado de identidade, aquele que
compartilha da mesma natureza ou exibe as mesmas características que
outro. Por exemplo, Jesus se referiu a Tiago e João como “filhos do
trovão” (Marcos 3:17).
Ele falou de “um filho de paz” (Lucas 10:6). Judas foi mencionado
como o “filho da perdição” (João 17:12). Portanto, “filho de” nem sempre
traz uma idéia física, literal, de “descendente.”

Com respeito a Jesus, Filho de Deus significa “aquele que tem as


características essenciais e a natureza de Deus”. Quando Jesus declarou ser
o Filho de Deus, ele estava declarando ter uma relação inigualável com o
Pai. Os judeus entenderam que Jesus quis dizer que ele era “igual a
Deus” (João 5:17-18; 10:30-38). Assim, ao afirmar que Jesus é o Filho de
Deus, está-se afirmando que Jesus compartilhou da mesma natureza que o
Pai. Ele é, em essência, “Deus o Filho.” Jesus é o Filho de Deus naquele
muito inigualável sentido que ele é uno com o Pai. Isso nada tem a ver com
sua origem.

2. Filho do Homem. Jesus referiu a si mesmo freqüentemente como o “Filho


do Homem”. Isso é usado cerca de 82 vezes nos Evangelhos. A primeira
impressão que se tem do uso deste título é que ele identifica Jesus com a
humanidade. A Bíblia ensina que Jesus era um humano real. “Filho do
Homem” pode certamente implicar que Jesus compartilhava da natureza e
caráter da humanidade. Parece, contudo, que isto não explica adequadamente
a frase. Jesus nunca teve que provar que ele era humano, era óbvio ao se
olhar para ele. Este uso do termo era uma auto-designação, mas parece haver
aí mais do que isso. A evidência indicaria que a frase “Filho do Homem”
também era messiânica por natureza.

O melhor apoio para isto pode ser dado pelas afirmações messiânicas
em Daniel 7:13-14, onde o Messias é retratado como um “Filho do Homem”,
ou figura de aparência humana, a quem é dado “domínio, glória e um
reino”. Isto prepara o ambiente para o uso do título por Jesus.
Jesus usou a frase “Filho do Homem” em diferentes situações. Primeiro,
ele usou-a para falar de si mesmo quando cumpria seu ministério na terra (p.
ex., Mateus 8:20; 11:19). Segundo, ele usou a frase para falar de si mesmo
como sofredor nas mãos dos homens, que o maltrataram e o executaram (p.
ex., Marcos 9:12, 31; Lucas 24:7). Terceiro, ele usou-a para se referir ao seu
aparecimento em glória, como juiz supremo (p. ex., Mateus 16:27; 25:31;
João 5:27). Jesus é tanto o “servo sofredor” como o juiz de toda a terra.

4. Unigênito. A expressão “unigênito” (monogenes) aparece cinco vezes


com referência a Jesus (João 1:14,18; 3:16,18; 1 João 4:9). Novamente, isto
nada tem a ver com a decisão sobre se Jesus é ou não um ser criado. É uma
outra afirmação da posição ímpar mantida por Jesus. Em cada caso, ela
significa “único” ou “só”: “pertencente ao que é único no sentido de ser o
único da mesma qualidade ou classe” (Louw e Nida 591). Por esta razão, a
Nova Versão Internacional explica, numa nota sobre João 3:16, que
“unigênito” indica “único”. O mesmo termo é usado para Isaque, como o
“único” filho (Hebreus 11:17). Isto lança luz sobre o significado do termo.
Isaque não era o “unigênito” de Abraão em sentido estrito, literal. Nem
Isaque era o filho primogênito em tempo. Contudo, Isaque ocupou uma
posição singular e superior como o “único” filho da promessa de Abraão.
Por esta razão, Isaque foi o único filho de seu tipo, e o termo pode ser usado
adequadamente para ele. Isto é o que o termo significa com referência a
Jesus. Ele foi o Filho único de Deus, o único de sua qualidade. É um título
de posição, e não de origem.

Há outros termos aplicados a Jesus que são significantes. Por exemplo,


Jesus é chamado “o resplendor da glória” de Deus e “a expressão exata de
seu ser” (Hebreus 1:3). Jesus não era apenas um reflexo de Deus; a glória de
Deus resplandecia através dele de tal modo que quando se via Jesus, via-se
Deus (cf. João l4:9-11).
Estes termos não poderiam ser corretamente aplicados a alguém que
fosse um homem comum. Se eles forem aplicados adequadamente, eles
implicarão que o próprio Jesus é Deus. Todos esses termos tomados
conjuntamente demonstram a alta Cristologia da Escritura. O ensinamento
uniforme é que Jesus foi Deus manifestado em carne.

PERGUNTAS PARA RECAPITULAÇÃO E APLICAÇÃO

1- Cite 3 motivos que podemos agradecer a Deus pela divindade de


Jesus.
2- Como Jesus pode nos ajudar sendo Ele Deus?
3- Cite 3 passagens bíblicas que comprovam a divindade de Jesus.
CAPÍTULO 5
A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO

Texto bíblico: Atos 13:2

INTRODUÇÃO
Boa parte das igrejas espalhadas pelo mundo centralizam suas
mensagens na pessoa do Espírito Santo. Ele é a pessoa sobre a qual, as
maiores inconveniências teológicas são ditas. Para os Testemunhas de Jeová
ele é apenas a força ativa de Deus. Para os neopentecostais ele é tratado como
se fosse uma energia, um fogo ou um combustível para o ministério. Para
outros ele é visto apenas como um coadjuvante da Trindade, sendo
esquecidos em seus estudos.

ATRIBUTOS PESSOAIS DO ESPÍRITO SANTO


1- PENSAR:
- “Por que pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior
encargo além destas coisas necessárias”. (At 15:28)
- Ele tem opinião. Ele pensa. Coisas e forças não pensam.
2- SENTIR:
- “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus.” (Ef 4:30)
- Ele tem sentimentos. Pode ser entristecido. Coisas e forças não têm
sentimentos.
3- QUERER:
- “Atravessaram a região de frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo o
Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia.” (At 16:6)
- “Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o
Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra que os tenho
chamado.” (At 13:2)
- O Espírito Santo atua tanto impedindo, como chamando pessoas para
a obra missionária. Quem nos chama para a obra se não Deus? Ele tem
querer.
4- CONSCIÊNCIA PRÓPRIA:
- Ele tem noção de si mesmo, de seu propósito. Tem consciência
própria de sua existência.
- Vemos ele falando, planejando, exortando e consolando.
- Coisas, forças e animais não têm consciência própria, noção de
existência.
5- DIREÇÃO PRÓPRIA:
- “E aquele que esquadrinha os corações sabe qual é a intenção do
Espírito: que ele, segundo a vontade de Deus, intercede pelos santos.” (Rm
8:27)
- Ele planeja algo e encaminhar-se na direção que deseja. Ele tem
intenções.

AÇÕES PESSOAIS DO ESPÍRITO SANTO

1- O ESPÍRITO FALA: “Enquanto eles ministravam perante o Senhor


e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo
para a obra que os tenho chamado.” (At 13:2)
2- O ESPÍRITO GEME: “O Espírito intercede por nós com gemidos
inexprimíveis”. (Rm 8:26)
3- POSSUI OFÍCIOS: Ele é consolador, ensinador, recordador,
convencedor e testemunhador (Jo 14 a 16). Esses ofício exigem
pessoalidade. Coisas não consolam, não ensinam, não recordam, nem
testemunham.
A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO

1- Iahweh, em Isaías, é o Espírito Santo, em Atos:


- "Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e
quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. Disse, pois,
ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em
verdade, mas não percebeis" (Is 6:8-9).
- "E estando discordes entre si, retiraram-se, havendo Paulo dito esta
palavra: Bem falou o Espírito Santo aos vossos pais pelo profeta Isaías,
dizendo: Vai a este povo e dize: Ouvindo, ouvireis, e de maneira nenhuma
entendereis; e vendo, vereis, e de maneira nenhuma percebereis". (At 28:25-
26)
- O mesmo procedimento sucede no uso que Hebreus 10.15-16 faz de
Jeremias 31.33-34.

2- O Espírito Santo é chamado de Deus nas Escrituras:


- "Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração,
para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno?
Enquanto o possuías, não era teu? E vendido, não estava o preço em teu
poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos
homens, mas a Deus". (At 5:3-4)
- Pedro diz que mentir ao Espírito Santo é mentir a Deus.
ATOS DIVINOS DO ESPÍRITO SANTO
1- Criador: "Envias o teu Espírito, e são criados; e assim renovas a face
da terra" (Sl 104.30);
2- Criador pessoal: "O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-
Poderoso me dá vida" (Jó 33.4);
3- Onisciente: “O Espírito esquadrinha todas as coisas, mesmos as
profundezas de Deus. Pois, qual dos homens entende as coisas do
homem, senão o espírito do homem que nele está? Assim também as
coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus".
(1Cor 2:9-11)
4- Onipresente: "Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei
da tua presença? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha
cama, eis que tu ali estás também.. Se tomar as asas da alva, se habitar
nas extremidades do mar, ainda ali a tua mão me guiará e a tua destra
me susterá" (139:7-10)
5- Não pode ser blasfemado: "Portanto vos digo: Todo pecado e
blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito
não será perdoada. Se alguém disser alguma palavra contra o Filho do
homem, isso lhe será perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito
Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro"
(Mt 12:31-32). Ele não pode ser um simples atributo ou, ainda,
simplesmente a força ativa ou o poder de Deus. Porque teria mais
moralidade que o próprio Deus, pois pecar contra ele seria algo sem
perdão e pecar contra Deus seria algo perdoável. A explicação viável
é que sua personalidade é divina.
O ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO

1- Foi dado a uma classe de trabalhadores: "Assim trabalharam


Bezalel e Aoliabe, e todo homem hábil, a quem o Senhor deu
sabedoria e entendimento, para saberem exercer todo ofício para o
serviço do santuário, conforme tudo o que o Senhor tem ordenado"
(Êx 36:1).
2- Veio sobre guerreiros: "Então o Espírito do Senhor veio sobre Jefté,
de modo que ele passou por Gileade e Manassés, e chegando a Mizpá
de Gileade, dali foi ao encontro dos amonitas" (Jz 11.29).
3- Sua atividade era episódica e não geral: o Espírito desceu em dados
momentos, para uma obra específica, mas não habitava continuamente
em seu povo. Não existe no Velho Testamento, a atuação constante do
Espírito em seu povo; assim como Espírito descia, ele depois voltava.
4- Operava através de líderes, mas não através de todo o povo:
"Moisés, porém, lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Oxalá que do
povo do Senhor todos fossem profetas, que o Senhor pusesse o seu
espírito sobre eles!" (Nm 11:29).

A DEMOCRATIZAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

É no Novo Testamento, no entanto, que a plena democratização do


Espírito Santo sucede. Se no Antigo Testamento ele era de uma elite, restrito
a poucas pessoas e a poucos momentos, a promessa é que no futuro ele seria
de todos os fiéis e em todos os momentos.
Em Joel 2:28 temos a seguinte promessa: "Acontecerá depois que
derramarei o meu Espírito sobre toda a carne”. No dia de Pentecostes, Pedro
em Atos 2 afirmou que essa profecia havia se cumprido.
O Messias tinha vindo, realizara um ministério no poder do Espírito,
prometera o Espírito à sua Igreja (Jo 14.16) e agora cumpria o prometido. O
Espírito Santo agora, no Novo Testamento, não é mais de uma elite e sim de
todos.

A MISSÃO DO ESPÍRITO SANTO

1- Consolador (Jo 14:16-20): Consolador vem do grego parácleto. É o


mesmo termo usado em 1João 2:1 que foi traduzido por “advogado”.
O termo significa “chamado para estar ao lado”. Essa é a primeira
missão do Espírito: ele viria para “consolar” ou “ajudar” a igreja na
ausência de Jesus. Ele está ao lado dos crentes na ausência dele.
2- Ensinador (Jo 14:26-28): Ele representa Jesus (“em menome”),
ensina ( “ensinará”) , e recorda ( “fará lembrar). Ele ensina os crentes
a conhecerem mais de Jesus.
3- Testemunha (Jo 15:26-27): Ele não dá testemunho de si, mas de
Jesus. Chama a atenção para Jesus. Ele não se glorifica, mas glorifica
a Jesus.
4- Convencedor (Jo 16:7-11): Neste contexto, ele tem uma tríplice
missão de mudar a mente do homem: primeiro convencê-lo do pecado
de não crer no Filho. Segundo, convencê-lo da justiça, mostrando que
Jesus é Justo e Filho de Deus. Terceiro, convencê-lo do juízo,
mostrando-o que o ministério de Jesus também é de julgamento, onde
todos os povos serão julgados (Jo 5:28-29).
5- Condutor (Jo 16:12-15): Ele conduz a igreja até a verdade de Jesus.
Ele conduz a igreja dentro da palavra e dos ensinos de Jesus.
PERGUNTAS DE APROFUNDAMENTO E APLICAÇÃO

1- Em sua opinião, o que significa dizer que o Espírito Santo é uma


pessoa? Cite dois versículos que nos mostram seus atributos pessoais.
2- Cite dois versículos que nos mostram que o Espírito Santo é Deus.
Quais os perigos de afirmar que Ele não é Deus?
3- Escolha duas das missões do Espírito Santo. E explique por que elas
são importantes pra sua vida.
CAPÍTULO 6
O QUE É A TRINDADE?

Texto Bíblico: Gênesis 1:26

INTRODUÇÃO
Às vezes as pessoas usam três nomes diferentes quando se referem a
Deus: Deus ou Pai, Jesus Cristo e Espírito Santo. Esses são os nomes de três
pessoas muito distintas. E mesmo que Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito
Santo já existam eternamente como três pessoas distintas, há somente um
Deus. Isso leva o nome de doutrina da Trindade.
A TRINDADE NA BÍBLIA
A palavra “trindade” não se encontra em lugar nenhum na Bíblia. Mas
a ideia representada pela palavra é confirmada em muitos trechos:
1- O uso da primeira pessoa do plural: “Façamos o homem a nossa
imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1:26). As palavras
“façamos” e “nossa”, dá a entender que mais de uma pessoa estava
envolvida na criação. Os únicos outros seres que Deus poderia estar
se referindo seriam os anjos, mas não fomos feitos à imagem dos
anjos, porém à imagem de Deus.
2- O relacionamento discipulador em nome de 3 pessoas: “Ide e fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo” (Mt 28:19). Quando Jesus enviou os seus
discípulos, ele lhes deu a ordem de fazer discípulos em nome de 3
pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ao dizer essas palavras,
Jesus está confirmando que os três membros da Trindade são distintos
em sua personalidade.
3- A Trindade no batismo de Jesus: “viu o céu se abrir e o Espírito de
Deus descer como uma pomba, vindo sobe ele. E uma voz do céu
disse. Esse é o meu Filho amado, de quem me agrado” (Mt 3:16-17).
Nesse momento, os três membros da Trindade estavam realizando três
atividades distintas: Deus Pai estava falando, Deus Filho estava sendo
batizado e Deus Espírito Santo estava repousando sobre o Filho.
O SIGNIFICADO DA TRINDADE
1- Deus é três pessoas distintas: O Pai não é o Filho nem o Espírito
Santo, O Filho não é o Pai nem o Espírito Santo, e o Espírito Santo
não é o Pai nem o Filho.
2- Cada pessoa da Trindade é plenamente Deus: A divindade de Deus
Pai pode ser vista no primeiro versículo da Bíblia: “No princípio, Deus
criou os céus e a terra” (Gn 1:1). Quando a Bíblia se refere
simplesmente a Deus, na maioria dos casos está se referindo a Deus
Pai. Deus Filho também é plenamente Deus. Paulo escreve em
Colossenses 2:9 que “Nele habita corporalmente toda a plenitude da
divindade”. Por fim, Deus Espírito Santo é também plenamente Deus.
Pedro confirma essa posição quando acusa alguém de mentir “ao
Espírito Santo” (At 5:3) e então, em seguida, explica que esse homem
não mentiu “aos homens, mas a Deus” (At 5:4).
3- Há somente um Deus e não três: Em Deuteronômio 6:4 lemos: “O
Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Em Isaías 45:5 Deus diz: “Eu
sou o Senhor, e não há outro, além de mim não há Deus”. Paulo
confirma isso em Romanos 3:30, quando escreve que “Deus é um só”
e, em 1Timóteo 2:5 quando escreve que “há um só Deus”.

A TRINDADE NÃO PODE SER COMPREENDIDA TOTALMENTE


A Trindade é um mistério que podemos descrever somente em parte.
Embora diferentes analogias da criação possam nos ajudar um pouco na
compreensão da Trindade, todas as analogias falham na descrição desse
mistério, pois elas tentam explicar o ser de Deus em termos da criação.
Contudo, nada na criação é exatamente como Deus. Todas as tentativas de
simplificar ou explicar esse mistério falham e conduzem à crenças que são
contrárias aos ensinamentos da Bíblia. Ela é em parte, uma das “coisas
encobertas” que “pertencem ao Senhor nosso Deus” (Dt 29:29).
A TRINDADE NÃO PODE SER NEGADA
É extremamente importante acreditar na doutrina da Trindade. Por
exemplo, se Jesus não fosse plenamente Deus e uma pessoa distinta de Deus,
então ele não poderia ter levado a completa ira de Deus, morrido e
ressuscitado dos mortos. E se Jesus não ressuscitou dos mortos, qualquer fé
nele é tola, e os que afirmam ser cristãos, são nas palavras de Paulo, “os mais
dignos de compaixão” (1Cor 15:19).

OS PAPÉIS DISTINTOS NA TRINDADE


1- Na criação:
1.1- Deus Pai: falou e a terra veio a existir (Gn 1:9-10). 1.2- Deus
Filho: Em João 1:3 está registrado que “Todas as coisas foram
feitas por intermédio dele (Deus Filho), e sem ele, nada do que foi
feito existiria.”
3.3- Deus Espírito Santo: E em Gênesis 1:2, enquanto Deus estava
criando, “o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas”,
sustentando e manifestando a presença de Deus na criação.
2- Na salvação:
2.1- Deus Pai: “tanto amou o mundo, que deu o seu Filho unigênito
para que o mundo fosse salvo por meio dele” (Jo 3:16-17).
2.2- Deus Filho: “Pois desci do céu não para fazer a minha
vontade, mas a daquele que me enviou” (Jo 6:38). Essa vontade era
que Jesus morresse pelos nossos pecados a fim de que nós não
precisássemos morrer (Hb 10:10).
2.3- Deus Espírito Santo: Foi enviado pelo Pai e pelo Filho depois
que Jesus ressuscitou dos mortos e subiu ao céu para concluir a
obra que o Pai e o Filho começaram (Jo 14:6 e Jo 16:7).

A UNIDADE E A DIVERSIDADE DA TRINDADE


A unidade e a diversidade da Trindade fornecem uma base
maravilhosa para a unidade e diversidade que nós experimentamos no
cotidiano:
1- No casamento: Duas pessoas distintas se unem e por meio do
casamento elas se tornam “uma só carne” (Ef 5:31). Como marido e
esposa, eles têm condições e valor iguais como pessoas diante de
Deus, mas também possuem papéis diferentes.
Assim como o Pai tem autoridade sobre Filho, assim, no casamento o
marido tem autoridade sobre a esposa. Como Paulo afirma em 1Cor
11:3: “Cristo é o cabeça de todo homem, o homem, o cabeça da mulher
e Deus, o cabeça de Cristo”.
2- Na igreja: que possui “muitos membros”, todos com dons diferentes,
mas “um corpo” com um propósito (1Cor 12:12).
3- Na constituição étnica da igreja: que inclui membros “de todas as
nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7:9).

PERGUNTAS PARA A RECAPITULAÇÃO E APLICAÇÃO

1- Como as diferentes maneiras em que Pai, Filho e Espírito Santo se


relacionam um com o outro nos fornecem um modelo para as maneiras
em que nós devemos nos relacionar uns com os outros?
2- Aprendemos que Jesus é Deus, mas Ele está submisso à vontade do
Pai. O que aprendemos com submissão de Jesus e como podemos
praticá-la em nosso cotidiano?
3- Cada pessoa da Trindade possui diferentes papéis, mas elas estão em
unidade. Por que muitas pessoas não desenvolvem um relacionamento
de unidade com a igreja? Qual a importância da unidade dentro entre
os salvos?
CAPÍTULO 7
O DIA DO SENHOR

Base Bíblica: Êxodo 20:8-11

INTRODUÇÃO
A redenção precede a santidade. Antes de dar a lei moral para o seu
povo, Deus falou-lhe de seu resgate da escravidão (Ex 20.1,2). Porque somos
o povo da aliança, devemos observar os preceitos da Aliança. Deus nos deu
um dia da semana para cessarmos nossas atividades comuns, a fim de
cultivarmos um relacionamento profundo com ele. A observância do dia do
Senhor é uma expressão do amor de Deus por nós e uma oportunidade para
estreitarmos nossa comunhão com ele e nos deleitarmos nele. Devemos nos
alegrar em nosso relacionamento com Deus mais do que nas bênçãos de
Deus. Deus é melhor do que suas dádivas.

UM DIA SEPARADO SOMENTE PARA DEUS


O sábado judaico foi substituído pelo domingo, o dia do Senhor. O
sábado marca o fim da obra da criação e o domingo o fim da obra da
redenção. Deus designou um dia inteiro em cada sete (Is 56.2-7), que era o
sábado desde o princípio do mundo até a ressurreição de Cristo (Gn 2.3) e o
domingo desde então, e há de assim continuar até o fim do mundo (At 20.7;
1Co 16.2).
FATOS IMPORTANTES QUE ACONTECERAM NO DOMINGO
Cristo consumou a obra da redenção na cruz e ressuscitou no domingo
(Mt 28.1-6). Ele apareceu aos seus discípulos no domingo (Jo 20.19-29).
Num domingo, o Espírito Santo foi derramado (At 2.1-4). Num domingo, a
igreja cristã se reunia para ofertar e adorar (1Co 16.2) e celebrar a ceia (At
20.7).
Num domingo Jesus apareceu a João na Ilha de Patmos para trazer-lhe
a revelação apocalíptica (Ap 1.10). Desde então, a igreja cristã, ao longo dos
séculos tem separado o primeiro dia da semana, o dia do Senhor, para
dedicar-se e consagrar-se a Deus e à sua obra.

DIFICULDADES PARA SE GUARDAR O DIA DO SENHOR


Os apóstolos, os nossos primeiros pais, os reformadores, os puritanos
e aqueles que nos legaram o evangelho tiveram um santo zelo na observância
do dia do Senhor. Entretanto, a secularização que invadiu a nossa cultura tem
influenciado de tal forma a igreja, que os cristãos contemporâneos estão
desprezando essa observância. Poucos são os crentes que se preparam
espiritualmente para virem à Casa de Deus no domingo. Muitas vezes,
enchemos de tal maneira a nossa agenda no sábado à noite, que no domingo
ausentamo-nos da igreja, ou chegamos atrasados ou até mesmo
comparecemos, mas com uma séria indisposição físico-mental para estudar
as Escrituras. Há aqueles que substituem o culto do dia do Senhor por
quaisquer outros compromissos, dando clara evidência de que relegam a um
plano secundário a observância desse preceito bíblico.

PARA QUE SERVE O DIA SO SENHOR


Temos pecado contra Deus quando negligenciamos guardar um dia
para o Senhor. Precisamos nos arrepender e voltarmo-nos ao ensino das
Escrituras.
O dia do Senhor foi criado para:
- Descansarmos (Ex 16.22-30); (Lc 23:56);
- Administrarmos o nosso trabalho secular afim de não precisarmos
trabalhar no domingo (Ne 13.15-22); (Jr 17:22) (Is 58:13-14);
- Adorarmos em conjunto ao Senhor (Ex 20.8-11);
- Nos ocuparmos em exercícios públicos e particulares de culto e
também nos deveres de necessidade e misericórdia (Lc 4.16; Lv 23.3; At
20.7).

CONCLUSÃO
O desprezo do dia do Senhor traz consequências graves para a família
e para a igreja. As diversões, a televisão, os esportes, ou mesmo a ociosidade
no dia do Senhor estão levando os crentes à indolência espiritual. Estamos
sendo engolidos pelo secularismo que despreza a Deus e sua santa Palavra.
Precisamos nos voltar para o Senhor, lembrarmo-nos do dia do Senhor com
santo deleite e profusa alegria. Na geração do descompromisso, do
relativismo moral, da apatia espiritual, é preciso que a igreja se arrependa, se
humilhe e se levante no poder do Espírito para viver de modo digno de Deus.
É tempo de resgatarmos a observância fiel e zelosa do dia do Senhor!

PERGUNTAS PARA DISCUSSÃO E APLICAÇÃO PESSOAL


1- Em sua opinião, por que é tão importante separar um dia para o
Senhor?
2- Por que muitas pessoas têm dificuldades de ser reunirem no domingo
para adorar o Senhor e aprender mais sobre a sua Palavra?
3- Quais são as consequências que podemos enfrentar se
negligenciarmos a santificação do dia do Senhor?
CAPÍTULO 8
LIÇÃO 5 - O que é pecado?

Base Bíblica (Gênesis 3:1-7)

INTRODUÇÃO
O pecado desfigura a imagem de Deus em nós. Já não refletimos a
perfeição que Deus projetou para que refletíssemos. Por causa do pecado as
coisas não são do jeito que foram originalmente projetadas. A história da
raça humana, como apresentada na Bíblia, é a história de Deus restaurando
pessoas decaídas que vivem em um mundo decaído. É a história da vitória
de Deus sobre as muitas consequências do pecado no mundo.

1- O QUE É PECADO?
É qualquer falha em não se conformar à lei moral de Deus. É errar o
alvo, é estar fora do padrão de Deus que estar registrado em sua Palavra.
a. Bíblia, é a palavra revelada de Deus: A Bíblia oferece a revelação
de Deus e o que Ele espera dos seus. Qualquer atitude que contrarie as
exigências bíblicas é pecado (Sl 119:11);
b. Cristo é o nosso padrão de humanidade. A exigência de um padrão
de vida sem pecado é viver à semelhança de Cristo (Rm 8:29; 1Pe 2:21-22).
Deus é eternamente bom no seu caráter. Tudo que Ele é estar
perfeitamente de acordo com a sua lei moral. Por isso qualquer coisa
contrária à sua lei moral é contrária ao seu caráter. Deus odeia o pecado
porque contradiz tudo o que Ele é.
2- A ORIGEM DO PECADO
Com exceção de Jesus, Adão e Eva, todos os seres humanos
nasceram, nascem e nascerão em pecado.
2.1- A ORIGEM DO MAL
a. O mal já existia antes de Adão pecar
Os primeiros seres criados a pecar e a praticar o mal não foram Adão
e Eva, mas Satanás e seus seguidores.
Em Ezequiel 28:11-17 vemos como Satanás era e como ele se rebelou
contra Deus. E em Gênesis 3 ele já se apresenta como serpente induzindo
Adão e Eva a pecarem contra Deus.
b. A origem do mal para a raça humana
O mal para a humanidade veio por meio de Adão. O que lhe
acontecesse seria passado aos seus descendentes. Quando o pecado o afetou,
afetou toda a humanidade e todo o ambiente em que vivemos (Gn 3:17-20;
1Cor 15:21-22).

3- COMO O PECADO NOS AFETA


Deus disse a Adão: “Não comerás da árvore do bem e do mal.” (Gn
2:17). Assim quando Adão e Eva comeram da árvore (Gn 3:6), eles
contrariaram diretamente a ordem de Deus. Por consequência a natureza de
Adão se tornou pecaminosa. O pecado se tornou algo que Adão fazia
naturalmente.
Seu pecado trouxe consequências graves para a humanidade, afetando
também todo o resto da criação. Cada parte do nosso ser é afetada pelo
pecado: nosso intelecto, nossas emoções, nossos alvos, nossa motivação, e
até o nosso corpo físico. Dentre as consequências do pecado de Adão e Eva
estão:
1- HERDAMOS A NATUREZA PECAMINOSA DE ADÃO QUE SE
OPÕE A DEUS E SUA LEI MORAL:
- “Porque sei que em mim, não habita bem algum.” (Romanos 7:18)
- “O coração é enganoso e incurável mais que todas as coisas.” (Jr 17:9)
- “Eu nasci em iniquidade e em pecado minha mãe me concebeu.” (Sl 51:5)
- “Os ímpios se deviam desde o ventre.” (Sl 58:3)
Nós à semelhança de Adão, depois que pecou, somos incapazes por
nós mesmos de fazer qualquer coisa que agrade a Deus. Falta-nos qualquer
bem espiritual em nós mesmos. Embora de um ponto de vista humano,
sejamos capazes de fazer coisas que parecem boas, para Deus “todas as
nossas justiças” são como “trapo da imundícia” (Isaías 64:6).
2- HERDAMOS A CULPA DE ADÃO:
- “Pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores.”
(Rm 5:19)
Embora isso pareça injusto, está em concordância com o padrão de
Deus: “Porque assim como pela desobediência de um só homem muitos
forma feitos pecadores, assim pela obediência de um só, muitos foram feitos
justos.” (Rm 5:19).
Assim como Deus considera a raça humana uma unidade representada
por Adão como o seu cabeça, Ele também considera a nova raça de cristãos
uma unidade representada por Cristo como o seu cabeça. Não podemos
aceitar a segunda afirmação sem aceitar a primeira.
3- A MORTE FÍSICA AFETOU A HUMANIDADE:
- “Portanto, assim como o pecado entrou no mundo por um só homem, e pelo
pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, pois todos
pecaram.” (Romanos 5:12)
O pecado afetou o corpo físico da humanidade. Todos nós estamos
sujeitos à velhice, ao cansaço, à doenças e à morte física.
4- MORTE ESPIRITUAL:
- “Se vocês não crerem que Eu Sou, de fato morrerão em seus pecados.”
(João 8:24)
- “O salário do pecado é a morte.” (Romanos 6:23)
O pecado manchou a comunhão do homem com Deus. Deus é Santo e
não tem comunhão com o pecado. Aquele que não crê em Jesus permanecerá
para sempre separado de Deus. Este estado de separação consiste na morte
eterna.
5- ESTAMOS SUJEITOS AO ACASO E AO INESPERADO:
- “o tempo e o acaso afetam a todos.” (Eclesiastes 9:11)
Embora a vida de cada ser humano esteja debaixo do controle de Deus,
o pecado também afetou os planos e projetos de cada ser humano. Estamos
sujeitos ao acaso e a experimentarmos algo inesperado.
O PLANO DE DEUS
A boa notícia é que Deus projetou o mundo de tal forma que os nossos
fracassos individuais podem ser redimidos pela obra de outro. A nossa
obediência individual pode ser redimida pela obediência de outro. O nosso
pecado individual pode ser redimido pela impecabilidade de outro.
Por meio da vida, morte e ressurreição de Jesus, Deus nos oferece a
libertação da condenação que o pecado traz;
- “Ele mesmo levou os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para
que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça.” (1Pedro 2:24)
MESMO PERDOADOS AINDA PECAMOS
Apesar de através de Jesus recebermos o perdão de Deus dos nossos
pecados, não estamos totalmente livres da nossa natureza pecaminosa.
Continuamos pecando. Mas “aquele é nascido de Deus não peca
habitualmente.” (1João 3:9)
Se uma pessoa faz do pecado um hábito, isto é, se ela continua num
padrão de desobediência sem arrependimento, ela talvez nunca tenha posto
a sua confiança em Jesus como o seu Salvador. Isto é, o padrão pecaminoso
da sua vida talvez mostre que ela nunca foi cristã de verdade.
Em contraste, quando os cristão pecam, eles devem sincera e
rapidamente confessar os seus pecados a Deus. Quando o fazemos,
descobrimos que Deus “é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda injustiça.” (1João 1:9)

PERGUNTAS PARA DISCUSSÃO E APLICAÇÃO PESSOAL


1- O que é pecado? Como ele afeta a nossa vida e o mundo em que
vivemos?
2- Em sua opinião, por que muitos dos que confessam Jesus como o seu
Senhor ainda continuam tendo prazer em uma vida de pecado?
3- Quais são alguns dos resultados negativos do pecado na vida cristão?
O que os cristãos devem fazer quando pecam?
4- Como o pecado foi vencido? Como isso faz você de sentir? Reserve
um tempo para orar, dizendo a Deus como essa derrota do pecado faz
você se sentir.

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