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IGREJA EVANGÉLICA BATISTA DE VIRADOURO

Departamento de Educação Cristã

“DOUTRINAS BÍBLICAS”

Pr. José Antônio Corrêa


Doutrinas Bíblicas
Extraído de http:\\revistadominical.sites.uol.com.br

Lição 1 – Doutrina das Escrituras, II TIMÓTEO 3.16,17; II PEDRO 1.19-21

INTRODUÇÃO: A Bíblia não é um simples livro, mas um livro cujas palavras são inspiradas por Deus, o que a
diferencia de todos os demais livros existentes no mundo. Esta lição tem como objetivo, dar uma visão geral das
Escrituras, corrigindo erros relacionados à sua interpretação. A Bíblia é a Palavra de Deus e, somente ela pode,
com autoridade, definir o que é verdade e o que é mentira. Isto veremos nos tópicos a seguir:

I – O QUE A QUALIFICA COMO PALAVRA DE DEUS - (2 Tm 3.16a)

A Bíblia é um livro glorioso por excelência. É o único manual que pode nos mostrar o caminho da salvação.
Somente nela podemos encontrar verdades reveladoras acerca de Deus. Vejamos algumas de suas qualidades
como Palavra de Deus:

1. É a única palavra absolutamente inspirada por Deus – Alguém disse: "Creio que a Palavra é inspirada
porque quando a leio ela me inspira". Quem ler a Bíblia com reverência e em oração, certamente comprovará
esta realidade. Entendemos por inspiração divina a influência sobrenatural do Espírito Santo como sopro, sobre
os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a mensagem divina sem mistura de erro (2 Pe
1.20). Uma das grandes evidências desta inspiração está no termo: "Assim diz o Senhor", que aparece
registrado nas Escrituras cerca de 2.600 vezes (Exs: Ez 11.5; Am 2.21).

2. É a única Palavra escrita e preservada por Deus – A Palavra de Deus foi escrita originalmente nas línguas
hebraica com pequenos trechos em aramaico (A. Testamento) e grega (N. Testamento), em papiro (planta
aquática) ou pergaminho (pele de animais curtida e polida) em forma de rolos (Ex.: Jr. 36.20-26). Cerca de 40
autores pertencentes aos mais variados tipos de profissão e atividades; estando em países, regiões e
continentes distintos; em épocas, culturas, e condições diferentes, inspirados por Deus, registraram estas linhas
sagradas num período de 16 séculos. Apesar da sua diversidade de escritores, possui um tema central: Jesus
Cristo (Lc 24.44; Jo 5.39). Até hoje permanece intacta.

3. É a única Palavra que permanece para sempre – Permanecerá para sempre (1 Pe 1.25), porque é uma
Palavra divina. Sua autoridade é demonstrada pelo termo: "Está escrito" (Mt 4.4,7); sua preexistência se
entende porque "no princípio era a palavra" (Jo 1.1); sua origem é divina porque no princípio: "a palavra
estava com Deus" (Jo 1.2). Sua essência é comprovada pelo que ela própria afirma: "a palavra era Deus" (Jo
1.1b). É atualizada (apesar de escrita há tanto tempo); sua mensagem é sempre renovada.

A Escritura Sagrada é infalível. Deus prometeu um filho a Abraão na sua velhice, quando Sara já havia
"cessado o costume das mulheres", o qual creu "contra a esperança". Abraão creu na palavra de Deus (Rm
4.18-20). O Senhor disse que a descendência de Abraão seria cativa de um povo estranho (Egito), tudo se
cumpriu conforme determinado (Gn 15.13,14; Êx 12.41).

II – O QUE A DIFERENCIA NOS SEUS OBJETIVOS (2 Tm 3.16b, 17)

Toda escritura, inspirada ou não, tem algum objetivo. Com a Bíblia, não é diferente. Deus, o Seu autor, inspirou
os escritores com uma mensagem para propósitos definidos:

1. Ela é útil para ensinar – Visto ser uma Palavra registrada por "homens santos de Deus", que falaram
inspirados pelo Espírito Santo (2 Pe 1.21), serve de inspiração para o crente que nela medita de dia e de noite
(Sl 1.) O Senhor lançou mão desta Palavra para ensinar (Mc 6.34). Ao iniciar seu ministério tomou o texto de
Isaías 61, para esclarecer aos seus ouvintes qual era a sua missão (Lc 4.16-21). Os apóstolos sabiam da
importância do ensino pela Palavra de Deus e nisto se empenharam (At 6.2,4; 1 Tm 4.13).

2. Ela é útil para repreensão – Esta repreensão é feita com argumentação. No coração do homem que resiste
à verdade, deve ser aplicada a Palavra, a fim de o despertar, desprendendo-o do laça do diabo (2 Tm 2.24-26).
Muitas vezes, o Senhor Jesus redargüiu os grupos de fanáticos, que torciam a Palavra de Deus (Mt 23.23-36).
Levou Nicodemos a pensar sobre a doutrina do novo nascimento (Jo 3.1-7).

3. Ela é útil para correção – Segundo Jesus Cristo, os erros cometidos pelos homens estão ligados à falta de
conhecimento das Escrituras (Mt 22.29). Esdras aplicou a Palavra inspirada ao coração dos israelitas, com o
intuito de promover as correções devidas (Ne 8.1-12). Deus ordenou a Moisés que falasse a palavra a todo o
povo. As famílias deveriam aplicar a palavra na vida de cada um de seus componentes, para que ninguém se
desviasse do caminho (Dt 6.1-15). A Palavra é apta para corrigir aquilo que contraria a vontade de Deus e
somente por meio de uma interpretação hermeneuticamente correta, podemos combater os ventos doutrinários
que assopram hoje, como um impetuoso furacão.

4. Ela é útil para educação na justiça – Os caminhos do Senhor não são os nossos caminhos (Is 55.8).
Podemos perceber que os nossos caminhos são feitos de pura injustiça, não sabemos fazer o bem e nem o que
é justo (Rm 3.10-18). A Palavra de Deus é útil para nos colocar no caminho de Deus, que é o caminho da justiça
e da verdade. Quando lemos palavras como as de Mateus 5 e 6, aprendemos: A felicidade do justo, o
comportamento justo, as atitudes corretas, a vingança justa pertence a Deus, o amor justo e a caridade. Se
agirmos de acordo com estas instruções, estaremos perfeitamente habilitados para toda boa obra. Isto é
educação em justiça.

III – O QUE A TORNA EFICIENTE NOS SEUS EFEITOS - (2 Pe 1.20-21)

De acordo com Tiago 1.21-25, se meditarmos na Palavra de Deus diariamente, com mansidão, colocando-a em
prática e não sendo ouvinte negligente, desfrutaremos dos seus benéficos efeitos.

1. Ela surte vários efeitos conforme demonstrado pelos seus símbolos – Como luz (Sl 119.105,130), ela
ilumina os nossos caminhos, afastando de nós as trevas da ignorância. Revela nossos pecados no recôndito
das nossas almas. Como alimento (Jr 15.16; Mt 4.4), ela sustenta o nosso espírito. Aquele que não se alimenta
da Palavra de Deus está sujeito a morrer de fome espiritual. Assim como o pão alimenta e fortalece o nosso
corpo, assim a Palavra deixa-nos revigorados espiritualmente. Como "espada do Espírito" se torna eficaz e
penetrante para discernir nossos pensamentos e as intenções dos nossos corações (Hb 4.12). Como martelo (Jr
23.29), ela esmiuça o nosso coração petrificado, para que o Espírito Santo tenha acesso a ele.

2. Ela regenera – (1 Pe 1.22-25) – A regeneração é o poder de gerar novamente. Quando isto acontece, a
pessoa sofre mudanças radicais. As reações e atitudes comportamentais são modificadas ao nível de indivíduo,
como grupo (família), estendendo a nação inteira. O Senhor Jesus disse que para o homem entrar no reino de
Deus é preciso nascer de novo (regenerar-se) (Jo 3.3,5).

3. Ela purifica – (Sl 119.1-11) – Se observarmos a Palavra de Deus, saberemos como e onde andar. Não nos
desviaremos dos seus mandamentos. Tudo o que há de mais precioso na vida precisa ser bem guardado. Em
Pv 4.23, o sábio diz: "De tudo que se deve guardar, guarda o teu coração porque dele procedem as saídas
da vida". Guardar o coração é colocar dentro dele a Palavra divina para não pecar contra o Senhor. A
purificação é progressiva, à medida que guardamos a Palavra e deixamos que ela nos guie.

4. Ela é uma fonte de bênçãos – (Dt 28.2) – As bênção decorrentes da obediência a Palavra de Deus, vão
além das riquezas materiais e da saúde do corpo. Estende-se até os céus, e diretamente do trono de Deus, são
derramadas copiosamente sobre o crente fiel (Ef 1.3). São bênçãos espirituais, só encontradas em Deus (Ap.
3.17,18) e adquiridas por meio da obediência. "A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda
a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos
espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração" (Cl 3.16).

CONCLUSÃO: A Bíblia é a Palavra de Deus e como tal, precisa ser lida, entendida, guardada, observada,
amada. Nenhum livro no universo tem as peculiaridades das Escrituras Sagradas. Ela é divinamente inspirada,
viva, eficaz, penetrante, eterna. Amemos de coração a Palavra de Deus. Ela é o nosso manual que nos
conduzirá as mansões celestiais.

Lição 2 – Doutrina de Deus, ISAÍAS 40.21-26

INTRODUÇÃO: Seríamos pretensiosos demais em achar que poderíamos falar de Deus como se de fato o
compreendêssemos em sua essência. Porém, daquilo que ele mesmo se deixou entender abordaremos
algumas partículas nesta lição. O Supremo Ser revelou-se a nós através das Escrituras sagradas provando ao
mundo sua existência por meio dos seus feitos (Is 6.1-3). Porém, nossa limitada compreensão tende a
desenvolver um conceito de Deus de acordo com nossos próprios desejos, quando a Bíblia, que é a nossa única
fonte de pesquisa, nos permite saber que Deus existe, como Ele é e como age no meio dos homens.
I – SUA EXISTÊNCIA É COMPROVADA

"Não atentastes para os fundamentos da terra?" (V.21) A Bíblia inicia os seus registros afirmando a
existência de Deus (Gn 1.1) e contando como Ele, com todo o poder da sua palavra criou o universo. Deus
existe! É sabido que sempre houve quem quisesse negar este fato (Sl 14.1), mas, a Escritura está repleta de
evidências a favor de sua existência. Além disso, tudo ao nosso redor proclama o seu nome, sua glória e seu
poder (Sl 19.1).

1. Por meio do ministério dos profetas - Desde a fundação do mundo, passando por Abraão, Moisés, por
todos os sacerdotes, profetas e servos fiéis do Senhor, a revelação que nos foi dada é que, simplesmente, Ele é
Deus (Is 45.22). Todas as palavras proferidas pelos profetas foram cumpridas de forma sobrenatural, e, muitas
profecias vieram a se cumprir centenas de anos após sua proclamação, provando que Deus está no controle de
todas as coisas, executando seus planos outrora revelados. Muitas revelações que foram dadas a nós num
passado bem remoto, ainda estão por acontecer e confiamos em sua veracidade, pois, sendo Deus, sabem os
que sua palavra não pode retroceder (1 Pe 1.25).

2. Por meio de seu Filho Jesus - O escritor aos Hebreus diz que aos nossos ancestrais, Deus se revelou pelos
profetas (Nm 12.6), mas nos dias de hoje revela-se através de seu Filho (Hb 1.1 a 5). Este escritor confirma que
Cristo é superior aos profetas, aos anjos e a tudo mais pela supremacia de sua autoridade em revelar a vontade
de Deus Pai. Cristo é a palavra final de Deus em sua revelação aos homens, pois, Ele é o único mediador
completamente autorizado entre Deus e os homens (I Tm 2.5). Hoje, na dispensação da plenitude dos tempos,
somos privilegiados em termos a maior de todas as revelações a respeito de Deus e do seu poder, que enviou-
nos o seu Filho Jesus Cristo como nosso salvador, para implantar o seu reino na terra, orientando-nos a buscá-
lo (Mt 6.33), pois ao pai agradou dar-nos este reino (Lc 12.32).

II – SEU CARÁTER ÚNICO

A Bíblia revela um Deus terrível, acima de todos os deuses, um Senhor acima de todos os senhores (Dt 10.17).
Isso nos mostra que as suas características lhe são peculiares e não há outro maior que o nosso Deus (Hb
6.13). Isaías faz a grande pergunta: "...com que o comparareis?" (Is 40.18).

1. É divino - Deus, em sua condição natural, é divino, e sua divindade e poder, entende-se claramente pelas
coisas que estão criadas (Rm 1.18-20). João diz que o Pai tem a vida em si mesmo (Jo 5.26). Este é o tipo de
vida que não depende de outra para existir. Não podemos compreendê-lo em sua essência pois estamos ligados
à matéria enquanto Ele é Espírito. Porém, o seu Espírito comunica com o nosso espírito ensinando-nos que "Ele
não é servido por mãos de homens". "pois Ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as
coisas" (At 17.25). Sua divindade se caracteriza também pelos seus infinitos atributos: Onipotência,
Onipresença, Onisciência. Amor, fidelidade, misericórdia, graça, verdade, santidade, etc. "A quem pois me
fareis semelhante, para que seja semelhante?" (V.25)

2. É eterno - Passado, presente e futuro. Estamos limitados ao tempo, mas Deus não. Ele existe antes da
criação, antes que a terra e o mundo fossem formados (Sl 90.2). É-nos difícil compreender o aspecto intemporal
de Deus, pois, a relação entre tempo e eternidade está além do nosso alcance, mas a Bíblia nos garante que
aquele que habita na eternidade também habita com o contrito e abatido de espírito (Is 57.15). Aquele que é
desde a eternidade passada também é para sempre. "Mas tu és o mesmo e os teus anos nunca terão fim"
(Sl 102.27).

III – SEU RELACIONAMENTO COM O HOMEM

Como Deus se relaciona com o homem? Desde o princípio o relacionamento entre Deus e o homem tem sido
definido por promessas e requisitos específicos. Deus mostra aos homens como ele deseja que ajam e também
faz promessas de como agirá com eles em qualquer circunstância.

1. Começando em Abraão - Uma aliança é um acordo imutável e divinamente estabelecido entre Deus e o
homem, onde Deus estipula as condições do relacionamento entre as partes. Deus fez uma aliança com Abraão
e com sua descendência (Gn 17.2). Não foi sem razão, não foi sem propósito. Deus estava começando a por em
prática um plano que culminaria na maior de todas as bênçãos para a humanidade. Estipulando as condições
deste relacionamento, Deus levaria o homem a mudar suas práticas pecaminosas, a entender que Deus é Santo
para chegar ao pleno conhecimento da sua graça (Ef 4.7).
2. Alcançando todas as nações da terra - "Em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gn 12.3). De
Abraão suscitou Deus uma grande nação e com este povo reiterou sua aliança (Êx 19.5). Este concerto nunca
foi invalidado com base na fidelidade de Deus, apesar das constantes falhas do seu povo (Jz 2.1). Através do
pacto de Deus com a nação de Israel o mundo conhece um Deus superior e capaz. Conheceu o Deus único e
verdadeiro que enviou o salvador de toda a humanidade. Agora todas as nações da terra têm acesso a Deus
Pai, por meio do Senhor Jesus Cristo que com o seu sangue substituiu a antiga por uma nova e superior aliança
da qual somos participantes (Mc 14.24).

CONCLUSÃO: Deus criou os céus e a terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas. Quanto mais
Deus deseja receber glória e louvor dos seres humanos que possuem mente, emoção e vontade para que, com
espontaneidade se comuniquem com Ele e o adorem com lealdade, fé e gratidão. Como ato maior deu-nos o
seu Filho e agora somos sua própria possessão e objeto de cuidado. Quem teria maior amor do que este?

Lição 3 – Doutrina de Jesus Cristo, MATEUS 1.18-25

INTRODUÇÃO: Esta lição tem como objetivo principal, estudar a pessoa maravilhosa de Jesus Cristo, para que
possamos entendê-lo melhor pois, disto depende a nossa fé e crescimento espiritual. Os erros teológicos, em
relação a sua natureza, missão e obras, extrapola, daí nossa preocupação em dirimir dúvidas, para que a Igreja
incorruptível não seja contaminada e perca de vista aquele que é o autor e consumador da fé (Hb 12.2).

I – REVELAÇÃO BÍBLICA DA PESSOA DE JESUS CRISTO (VV. 18-20)

Tanto o Antigo como o Novo Testamento trazem abundantes referências a Jesus Cristo. É impossível ler a Bíblia
em espírito e não encontrá-lo em seus registros. Seja em tipos, símbolos ou profecias messiânicas. Vejamos,
então, como a Palavra divina o revela:

1. A preexistência de Jesus Cristo – "Estava no princípio" (Jo. 1.1). Em Gn. 1.1, temos um princípio, o da
criação, quando todas as coisas materiais vieram a existir. Portanto, é o princípio do tempo. Em Jo. 1.1, fala do
princípio antes do tempo. Refere-se à eternidade onde Cristo já estava com o Pai. "Ele é antes de todas as
coisas, e todas as coisas subsistem por ele" (Cl. 1.17). A grande prova de sua preexistência, é que não veio
a existir com a criação, pelo contrário, Ele existia antes de toda a criação e tudo que existe, subsiste pelo seu
poder. "Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez" (Jo. 1.3). Muitos outros
textos confirmam a preexistência de Cristo (Pv 8.22-31; Jo 8.58; 17.5; Hb 13.8; Ap 1.8).

2. A humanidade de Jesus Cristo – "E dará à luz um filho e chamarás o seu nome Jesus" (v. 21). - O
messias descenderia de Eva, conforme Gn 3.15, de Judá Gn 49.10 e de Davi 2 Sm 7.13. Segundo Isaías,
nasceria de uma virgem e Miquéias profetizou no capítulo 5.2 o seu nascimento na cidade de Belém da Judéia.
Jesus compartilhou da natureza humana como Filho do Homem. Lucas é o mais completo nesse tema, pois este
é o enfoque do seu livro. A partir da sua genealogia Jesus já é apresentado como Filho do Homem e
descendente de Adão. Marcos escreve em 11.12, que Jesus teve fome e João no capítulo 4.6,7, que teve sede.
Não há, portanto, como contestar que Jesus veio ao mundo como homem e nascido de mulher, suportou todas
as dificuldades peculiares do ser humano como: cansaço, fome, sede, tristeza, dor, e o descontentamento (Mt
4.2; Jo. 11.35; Hb 4.15). "E o verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1.14).

3. A divindade de Jesus Cristo - Da mesma forma como "Filho do Homem" significa um nascido do homem,
assim também, "Filho de Deus" significa um nascido de Deus. Jesus nunca foi chamado de filho de Deus no
sentido como os anjos são (Jó 2.1). Ele é o Filho de Deus no sentido mais absoluto e único. No Velho
Testamento encontramos textos que sustentam a doutrina da divindade do Senhor: a) Salmo 2.6-12, caracteriza
o Cristo como o Filho de Deus; b) Isaías 9.6, como eterno; c) Miquéias 5.2, como o Senhor. Os escritores do
Novo Testamento conferem a Cristo, títulos divinos, bem como atribuem a Ele, qualidades e atributos divinos,
tendo como propósito ensinar que a adoração é dada legitimamente a Cristo (Mt. 11.27; Lc. 2.49; Hb. 1.3,11 e
12; Fp. 2.9). Os ensinos de nosso Senhor deixam claro que ele reivindica ter um relacionamento de Filho com o
Pai. Tem unidade e igualdade com Deus, uniu o seu nome ao do Pai de uma maneira muitíssimo natural. Ele
permitiu que as pessoas o chamassem de Deus (Jo. 10.33-36; 20.28). Identificou-se com o "Eu Sou" do Antigo
Testamento (Jo. 8.56-58).

II – REVELAÇÃO BÍBLICA DA MISSÃO DE JESUS CRISTO – (VV. 21-23)

1. Encarnar e tomar forma humana – O termo: "aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte
do Senhor..." (v. 22), revela que sua encarnação foi planejada por Deus o Pai, providenciando o único meio
eficaz de restaurar o homem perdido "...o Cordeiro que foi morto, desde a fundação do mundo" (Ap 13.8). A
derrota de Satanás por um descendente da mulher, também foi declarada antes que Cristo viesse em forma
humana (Gn 3.15).

2. Desfazer as obras do diabo - Em Gênesis 3.1-6, encontramos a obra mais sagaz do Diabo já desferida
contra o ser humano. Se observarmos o texto de Mateus 4.1-11, veremos que o adversário usou a mesma arma
contra o Senhor. O Senhor demonstrou plena convicção na sua filiação e derrotou o inimigo na sua primeira
investida. "Para isto o Filho de Deus se manifestou: Para desfazer as obras do diabo" (1 Jo. 3.8). A
explicação mais detalhada da sua missão se encontra em Hebreus 2.14-18.

3. Salvar o que se havia perdido - "Porque o Filho do Homem veio para buscar o que havia se perdido"
(Lc. 19.10). Jesus Cristo como o Homem perfeito, nasceu de uma virgem, a fim de buscar e resgatar os
pecadores. "Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para
que crendo, tenhais vida em seu nome" (Jo. 20.31). No evangelho de João, Jesus Cristo é: Vida eterna (Jo.
6.58); Luz eterna (Jo. 8.12); e amor eterno (Jo. 15.9). O Senhor é apresentado como o Verbo divino e eterno que
se fez carne, e habitou entre nós, para nos salvar (Jo. 1.14). Ele é Deus conosco (Mt. 1.23).

III – A REVELAÇÃO BÍBLICA DOS FEITOS DE JESUS CRISTO – (VV. 24-25)

1. Suas obras em prol da humanidade – "A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e
realizar a sua obra" (Jo 4.34). O Senhor se ocupou em servir o próximo. Curou os doentes (Jo 5.8), alimentou
as pessoas (Mc 6.41-44), ressuscitou os mortos (Jo 12.1), libertou os cativos do diabo (Lc 13.16). O testemunho
dos apóstolos que com Ele estiveram foi: "Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com
virtude; o qual andou fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com
ele" (At 10.38).

2. Sua morte vicária (Rm. 5.6-11) - Quando ainda éramos fracos, Cristo morreu por nós. Fracos, porque nada
de tudo quanto poderíamos fazer era suficiente para dar solução ao nosso problema e necessidade moral. Os
nossos melhores esforços são reconhecidos como aquilo que o profeta Isaías declarou: "trapos de imundícia".
Pela sua vida fomos salvos. (v. 10b). Se a morte de Cristo pôde fazer tanto, quanto não poderá fazer a sua vida?
Paulo enfatiza que fomos reconciliados pela morte de Cristo e que seremos salvos pela sua vida. Somos
levados a um estado de retidão diante de Deus mediante seu sacrifício na cruz, porém somos salvos pela fé
num salvador vivo. A vida dele em ressurreição é a nossa vida e a garantia da nossa ressurreição. "A saber:
Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos
mortos, serás salvo." (Rm. 10.9)

3. Sua ressurreição para justificação - "...e ressuscitou por causa da nossa justificação" (Rm. 4.25).
Justificação é o ato pelo qual Deus nos declara justos, livres da condenação eterna. (Rm. 5.1,2; 8.1). "Ao qual
porém, Deus ressuscitou... porquanto não era possível que Ele fosse retido por ela" (At. 2.24). Os fatos
sobre a ressurreição acham-se descritos pelos evangelistas (Mt. 28; Mc. 16; Lc. 24; Jo. 20). Estas narrativas
registram aparecimentos de Jesus após a sua morte, quando Ele se apresenta a Maria Madalena (Mc. 16.9,10);
aos discípulos no caminho de Emaús (Lc. 24.13-35); aos discípulos numa sala superior (Jo. 20.19); e em I Co.
15.6-8, Paulo fala da aparição de Jesus a mais de 500 discípulos de uma só vez. A ressurreição de Jesus Cristo
é um fato, pois falou com os seus discípulos, comeu com eles, e foi por eles tocado. Paulo falou que seria vã a
nossa pregação e a nossa fé não teria sentido, se Cristo não tivesse ressuscitado (I Co. 15.14). "Amigo não saia
sem Cristo, não saia daqui sem Jesus, pois quer hoje mesmo salva-lo; por isso morreu numa cruz. Receba esta
oferta de graça, e aceite de Cristo o perdão. Amigo, não saia sem Cristo no seu coração."

CONCLUSÃO: Vimos nesta lição os pontos fundamentais na doutrina Cristológica. Jesus Cristo está
plenamente revelado nas Escrituras e deve ser conhecido dos cristãos que almejam viver na glória com Deus,
pois "sem Ele nada podemos fazer". Prosseguir no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo é
responsabilidade de cada filho de Deus, portanto, "conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor".

Lição 4 – Doutrina do Espírito Santo, JOÃO 16.7-14

INTRODUÇÃO: O Espírito Santo é a terceira pessoa da trindade. É verdadeiramente Deus, tanto em seus
atributos, quanto em suas ações. Ele é uma pessoa que se expressa, se entristece e possui vontade própria.
Teve uma participação significativa na criação e está completamente envolvido no plano da salvação do mundo.
Em tudo, o Espírito Santo se assemelha com o Pai e o Filho e juntos compõem a trindade divina. Essa lição
objetiva mostrar, à luz da Bíblia, a natureza do Espírito Santo, sua missão e sua atuação na terra em todos os
tempos.

I - A NATUREZA DO ESPÍRITO SANTO (VV. 7-11)

O Espírito Santo possui sua própria personalidade como Deus. Ele não é apenas uma energia ou força atuante,
é substancialmente igual ao Deus pai e ao Deus filho, possui o mesmo poder que estes e é glorioso tanto
quanto. O pai e o filho atuam por meio dele, e por Ele exercem diretamente sua eficiência.

1. O Espírito Santo é uma pessoa - A Bíblia nos dá a comprovação de que o Espírito Santo é uma pessoa.
Nas escrituras, além de serem utilizados pronomes pessoais em relação a ele (eu, tu, ele), ele é identificado por
diversos nomes que o ratificam como pessoa. Possui identidade com o Pai e com o Filho e se relaciona com os
cristãos da mesma forma que estes se relacionam com outras pessoas. O Espírito Santo é inteligente, tem
poder para tomar decisões (At 16.6,7); é um ser pensante; tem sua própria vontade; entristece-se; é intercessor;
possui poder de comando; dá testemunho de Cristo; é possível mentir e blasfemar contra ele.

2. O Espírito Santo é Deus - A deidade do Espírito Santo pode ser verificada por meio das escrituras, quando
esclarece sobre seus atributos divinos (eterno, onipresente, onipotente, sábio, infinitamente santo, amoroso,
onisciente – Sl 139.7-12) e também por meio do trabalho executado por ele que é de caráter divino. A Bíblia
apresenta o Espírito Santo com tanta proeminência que não resta dúvida quanto a sua deidade. No Antigo
Testamento as expressões que se referem ao Espírito Santo são as mesmas que se referem a Deus, o que nos
leva a considerá-lo necessariamente divino.

II - CARACTERIZANDO O ESPÍRITO SANTO (VV. 12-13)

São muitas as características pelas quais o Espírito Santo é identificado na Bíblia, todas elas são representadas
por meio de nomes, figuras e símbolos. São representações que facilitam nossa compreensão a respeito dele.

1. Nomes pelos quais ele é chamado - Na Bíblia, verifica-se que o Espírito Santo é chamado por diversos
nomes, e alguns deles são: Espírito de Deus; Espírito de Cristo; Espírito Santo; Espírito de Vida; Espírito de
Adoção (Rm 8.2; 8.9; 1 Co 3.16; 12.13) e tantos outros.

2. Símbolos pelos quais ele é representado - Símbolos e figuras são meios utilizados pela Bíblia nas mais
diversas representações. Com o Espírito Santo não é diferente. Para facilitar nosso entendimento a seu respeito,
a Bíblia utiliza-se dos seguintes símbolos para representá-lo: Fogo; Vento; Água; Óleo; Selo; Pomba e outros.
Esses símbolos possuem significados distintos. O fogo representa purificação ou destruição (juízo); o vento
representa as forças poderosas, porém invisíveis; a água representa o poder regenerador e refrigério; o óleo
representa a consagração; o selo representa o sinal de propriedade de Deus; a pomba representa paz e
mansidão (Mt 3.16; Jo 7.37-39; At 2.1-4; Ef 1.13).

III - A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO (V 14)

A atuação do Espírito Santo não surgiu a partir do dia de Pentecostes, ele atua desde a criação do universo;
atuou no Antigo Testamento; no Novo Testamento e atua de forma especial em nossos dias, onde busca
regenerar e transformar espiritualmente a humanidade. Como se vê, sua existência é desde sempre, como parte
integrante da trindade divina.

1. Sua atuação no Antigo Testamento - A atuação do Espírito Santo na terra, precede qualquer existência
humana. Em meio ao caos, a Bíblia diz que "... o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas" (Gn
1.2). A criação do mundo e a criação do homem, só foram possíveis devido à atuação do Espírito Santo. O
Espírito santo também atuou nas vidas de diversos homens de Deus: Josué (Dt 34.9); Sansão (Jz 15.14); Davi
(1 Sm 16.13) e outros. Através do Espírito Santo eles galgaram posições de destaque dentre os da sua geração.
Nota-se que neste período a presença do Espírito Santo na vida do ‘homem’ é que denotava uma maior
qualificação para o trabalho (liderança) (Êx. 3.1-3).

2. Sua atuação no Novo Testamento - O Espírito Santo atuou de forma bem mais intensa no Novo
Testamento. Havia uma afinidade entre o Espírito Santo e Jesus. Essa afinidade só ratifica de forma indiscutível
que o Espírito Santo ungiu e capacitou Jesus Cristo como o Messias (Mt 3.16). Ele formou o corpo e dotou a
alma humana de Cristo com todas as qualificações para sua obra. Jesus foi para a tentação no deserto cheio do
Espírito Santo (Lc 4.1) e são sucessivas as atuações do Espírito Santo na vida de Jesus. No Pentecostes, o
Espírito Santo foi derramado sobre os cristãos e a partir daí, passou a ocupar um lugar primordial aqui na terra,
agindo de forma atuante sobre seus servos. Os discípulos e também os primeiros cristão foram capacitados pelo
Espírito Santo para desenvolverem seus ministérios. Paulo diz: "Mas um só e o mesmo Espírito opera todas
estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer" (I Cor 12.11).

3. Sua atuação na Igreja - Atualmente, segundo as profecias bíblicas, a Igreja desfruta de uma atuação
especial do Espírito Santo, cujo objetivo é resgatar a humanidade para Deus. Sua atuação consiste em
manifestar, através dela, a presença ativa de Deus no mundo. Sua presença se dá de forma significativa e
proeminente. Desde o Pentecoste, é o Espírito Santo que concede poder à Igreja (At. 1.8; 2.4). O Espírito Santo
trás as bênçãos de Deus sobre ela quando: purifica-lhe; trás revelação e quando a unifica. A atuação do Espírito
Santo no meio da Igreja não acontece de forma automática, antes, depende da obediência ou desobediência e
da fé ou incredulidade do povo de Deus. São esses aspectos que definem a presença do Espírito Santo em seu
meio, e evidenciam as bênçãos de Deus.

4. Sua atuação na vida do cristão - O crente recebe o Espírito Santo quando da sua conversão e a partir daí
passa a ser guiado por ele (Gl 5.16-18; 22-26). É o Espírito Santo que lhe auxilia no relacionamento com Deus,
que lhe edifica, lhe enche e capacita, ajuda na oração e na guerra espiritual. É sob o poder do Espírito Santo
que o cristão triunfa sobre satanás, percebe que está em pecado e é levado ao arrependimento e santificação
mediante a justiça de Cristo. O Espírito Santo também é responsável por comissionar o cristão para o serviço:
"E servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a
obra a que os tenho chamado" (Atos 13.2).

CONCLUSÃO: A Bíblia nos deixa claro que o Espírito Santo é Deus e como tal devemos adorá-lo, nele confiar,
nele esperar e dele depender. Na atual dispensação o Espírito Santo se faz representar tanto como o autor de
dons miraculosos, como o doador das qualificações que instruem e governam a Igreja. Ele é citado tanto nos
primeiros quanto nos últimos versículos bíblicos e sua atuação é vista na criação, encarnação e redenção. Deus
pai planejou a redenção e enviou seu filho ao mundo; Deus Filho realizou a redenção em nosso favor e Deus
Espírito Santo foi enviado pelo Pai e pelo Filho para viabilizar tal redenção. O Espírito Santo é o elo entre o
projeto de Deus e a ação através de Cristo.

Lição 5 – Doutrina do Homem, GÊNESIS 1.26-29

INTRODUÇÃO: O homem (ser humano) em toda a sua trajetória histórica tem procurado saber ou descobrir: De
onde veio? Quem é? Para onde vai? Infelizmente muito se tem cogitado a respeito, mas ainda a ciência não
conseguiu chegar a uma conclusão. Felizmente sobre este tema as Sagradas Escrituras nos instrui claramente
quem somos, de onde viemos e para onde podemos ir. Por meio deste estudo buscamos apenas conhecer a
verdade sobre:

I - A ORIGEM DO HOMEM

Somos "bombardeados" por meio da mídia (revistas, livros , televisão, cinema, etc.) com a idéia de que o
homem veio do macaco (chimpanzé). Mas a Bíblia é enfática em afirmar e reafirmar que o homem foi criado, em
sua forma original, por Deus (Gn 1.27; 2.7). Vejamos qual deve ser a nossa posição:

1. Não ao Evolucionismo (biogênese) - A Teoria da Evolução mais propagada é a de Charles Darwin, que em
1859 publicou o seu livro: "A origem das Espécies". Esta teoria é apenas hipotética, assim como a da Geração
Espontânea, que diz, entre outras coisas, que à bilhões de anos a vida surgiu espontaneamente da matéria
inanimada, num lance de puro ocaso, a partir de uma combinação de fatores naturais, fazendo aparecer o
primeiro ser unicelular e que daí para frente todos os outros seres vieram a surgir, inclusive o homem. Hoje
sabemos através da ciência, a verdadeira, que qualquer transformação para ser perpetuada deve antes estar
gravado em nosso código genético (DNA). Logo não há como uma baleia ter evoluído da vaca (ou vice-versa) e
muito menos o homem ser uma evolução do macaco. Deus colocou uma lei intransponível. Até mesmo as
transformações mutagênicas são agentes aleatórios e responsáveis pela desorganização na estrutura dos seres
vivos, e não por uma reorganização. Logo, não colaboram em nada para comprovar uma hipotética evolução, e
sim ao contrário. A ciência precisa aceitar que não há como de forma natural explicarmos e provarmos a origem
do homem, ou de qualquer outra forma de vida. A ciência pode até se multiplicar, mas não pode mentir para si
mesma.

2. Sim ao Criacionismo - Deus é o princípio e o fim, o alfa e ômega. Toda a terra, os céus e o mar, toda a
natureza quer viva ou inanimada, as visíveis e as invisíveis, tudo é obra criativa de Deus (Gn 1.1; Jo 1.3; Cl
1.16). Assim fez também cada criatura segundo a sua espécie, portanto, uma espécie não pode se transformar
em outra, pelo menos não perpetuamente, não produzem descendência fértil (ex.: mula), mas cada uma segue a
sua própria lei (código genético - DNA). E suas variações obedecem a essa herança genética. Assim foi criado
também o ser humano. Homem e mulher os criou (Gn 1.27). E de forma excelente, pois conforme à sua imagem
os fez. No entanto esta explicação não é natural, e sim, sobrenatural. Nem tudo cabe à ciência explicar.
Entretanto ela tem provado que qualquer outra idéia é falsa. Lembremos que o Reino de Deus só pode ser
alcançado pela Fé (Hb 10.36,38; Hb 11). Amém!

II - A CONSTITUIÇÃO DO HOMEM

1. O corpo. "Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de
vida, e o homem passou a ser alma vivente" (Gn 2.7-RA). Vejamos agora a tri-unicidade humana (1 Ts 5.23):
1. O corpo - é a parte física, material, por meio da qual o ser humano estabelece o contato com o mundo ao seu
redor. Do pó da terra o fez, e por isso chamou ao primeiro homem Adão, que quer dizer rubro ou avermelhado,
por se referir a cor original da pele humana (Gn 2.7a; 1 Co 15.45-47). O corpo é uma benção do Senhor que nos
permite desfrutar de toda a criação. É o depositário da alma (2 Co 5.1; Dn 7.15) e pode tornar-se lugar Santo a
todos que crêem no Senhorio de Jesus, morada Espiritual de Deus (1 Co 6.19) e deve ser usado para a glória
do Senhor (1 Co 6.20). É o principal instrumento humano para adquirir o seu sustento, ou seja, trabalhar (Gn
2.15). Entretanto, está sujeito a dores, sede, fome, enfermidades e a morte (Gn 3.19). Mas aqueles que crêem
terão o direito de receberem um novo corpo glorificado, quando Jesus Cristo vier buscar os seus (Fp 3.20-21).

2. O espírito - passou a existir em resultado do sopro sobrenatural de Deus (Gn 2.7b). Logo o espírito é o início
da vida humana (1 Co 15.44c). Cabe a ele reger toda a relação do homem com Deus. De toda a criação só o ser
humano possui espírito, em nenhum outro ser vivo, ou inanimado em todo o universo há espírito, em nenhum
outro Deus soprou o fôlego da vida. Obviamente, não se inclui aqui os seres celestiais, que também são
espíritos (Hb 1.14; Sl 33.6). Também foi dado ao homem de forma individual (Jó 12.10; Ec 12.7). Exatamente
por isso o homem é uma criação excelente, especial e distinta de todas as outras, pois é semelhante ao seu
Criador, que é Espírito. Por meio de nosso espírito reconhecemos (os regenerados) a presença do Espírito
Santo e que somos filhos de Deus (1 Jo 3.24).

3. A alma - é o instrumento humano responsável por traduzir a relação do corpo com o mundo (Ap 18.14a; Is
29.8). A alma está para o homem assim como o coração (órgão) está para o corpo. O coração é a sede da vida
corpórea, a alma é a sede da vida humana! É o lugar do caráter, personalidade e emoções humanas (Lc 9.24-
25; Ef 6.6). É a nossa psique. Assim como o corpo e o espírito, também a alma é exclusivamente de cada ser,
não existem duas ou mais almas iguais, e nem "almas gêmeas". Você é um ser único. Você é espírito, alma e
corpo.

III - A HERANÇA POSITIVA DO HOMEM

Já vimos que fomos criados por Deus e que neste ato sobrenatural Ele nos fez conforme à sua imagem.
Originalmente o homem tinha todos os atributos possíveis para aproximar-se do Senhor. Com o pecado
perdemos a justiça, o verdadeiro conhecimento, e a santidade, sem a qual ninguém verá a Deus. Logo no
sentido mais restrito esta imagem foi perdida. Mas no sentido mais lato (abrangente) esta imagem foi apenas
manchada e não perdida, assim o homem ainda pode ser chamado a imagem de Deus (1 Co 11.7; Tg 3.9). E
esta imagem, ainda, que obscurecida permite que o homem tenha:

1. Domínio sobre a criação - O homem é a coroa da criação universal. Deus nos abençoou dando-nos:
fecundidade, sustento, trabalho, responsabilidade, liberdade, moral, razão e domínio (Gn 1.28-30). Hoje todas
essas faculdades humanas são utilizadas para o exercício do senhorio sobre a natureza. Para confirmarmos isto
basta observarmos a multiplicação da ciência, o progresso tecnológico, adestramento de animais selvagens, etc.
Enquanto o homem por algum motivo ainda não tem o controle sobre alguns fenômenos naturais (exs:
terremoto, furacão, erupção vulcânica), possui ciência que permita saber com certa antecedência quando
ocorrerá e a sua magnitude, possibilitando a diminuição dos seus efeitos. No entanto a maldade instalada pelo
pecado no coração do homem natural tem feito com que ele se perca, agindo contra si mesmo e contra Deus
(Gn 6.5; Gn 11.1-9).

2. Necessidade de Deus - O capítulo 2 de Gênesis revela os propósitos de Deus para com o homem individual
e coletivamente: comunhão, cooperação, lealdade, vida social, adoração a Deus. Toda essa relação tornou-se
incompatível com o pecado (Gn 3). Mas permanece em nosso ser esta vontade de ter uma proximidade com o
nosso Criador. Esta vontade vem do nosso espírito. Observamos hoje que em praticamente todos os povos e
civilizações há um tipo de religião ou crença, fruto da carência espiritual. Assim como o corpo necessita do
alimento e da Terra, o espírito humano necessita da presença de Deus, o nosso Senhor. No entanto buscam a
Deus, mas não acham, por não conhecer ou negar a Santa Palavra. Assim, dependendo da sua decisão e
atitude o homem pode voltar a sua face ou voltar as suas costas para Deus, o primeiro herdará a vida eterna o
segundo a morte eterna (Jo 3.16; Rm 6.23).

CONCLUSÃO: O homem é obra de Deus, e não obra do acaso e evolução da natureza, e nem é descendente
de algum ser extraterrestre (até porque não existem) ou mesmo dos anjos. Deus o fez conforme a sua imagem
corpo, espírito e alma, representando a tri-unicidade divina: Pai, Filho e Espírito Santo. O pecado fez e faz
separação entre Deus e homem, mas Jesus Cristo veio ao mundo para religar o homem ao seu Criador, para
refazer a aliança perdida e recolocar o homem no lugar de onde nunca deveria ter saído: a presença de Deus! (1
Co 15.45-49).

Lição 6 – Doutrina do Pecado, GÊNESIS 3.1-10

INTRODUÇÃO: O pecado de Adão lançou sobre a terra grande maldição, resultando num mundo cheio de
maldades e perversões, que certamente não era o que Deus desejava ao homem (Gn 6.6). Se este tão grande
mal assola toda a humanidade desde que surgiu, se faz necessário estudarmos com atenção o que ele
representa em nossa vida, as suas conseqüências e obviamente como evitar que ele nos afaste do nosso
Senhor.

I - AS CARACTERÍSTICAS DO PECADO

"mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás (...)" (Gn 2.17). O pecado pode ser definido
como quebra da lei de Deus ou falta de conformidade com essa lei. A partir desta definição, veremos a seguir
outros aspectos que envolvem o pecado.

1. Sua Origem – "(...) tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela"
(v.6). Uma ordem havia sido dada por Deus, e a mesma, sob a influência de Satanás, foi transgredida por Adão
e Eva, dando origem ao primeiro pecado da raça humana, o que chamamos de Pecado Original (Gn 3,1-24; Rm
5,12-21). Cada pensamento, palavra ou ato contrário à vontade de Deus que tem origem no nosso coração, é
pecado. Devemos reconhecê-los e abandoná-los porque constituem em rebelião contra Deus (Rm 8.7; 1 Jo 3.4).

2. Sua abrangência – "Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores,
assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos." Rm 5.19 - O pecado de Adão foi imputado (atribuído)
a toda humanidade, por isso, o homem herdou uma natureza pecaminosa e a culpa pela sua transgressão. Mas
Deus em sua infinita misericórdia, providenciou através da justiça realizada pelo sacrifício de Cristo, a única
saída para nos livrar deste mal: "Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele,
fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Co 5.21)

3. Sua natureza – "(...) A mulher que me deste por companheira, ela me deu do fruto da árvore, e comi" (Gn
3.12). A concepção de pecado muitas vezes é distorcida para favorecer aquele que o comete, até mesmo
porque Satanás tenta impedir o homem de ter uma visão clara sobre o pecado. Desta forma, o homem
contemporâneo tem tentado respaldar seus atos contraventores à lei de Deus, se justificando de que os tempos
mudaram. No entanto, a natureza do pecado, ainda continua a mesma em seus diferentes aspectos na narrativa
bíblica (Gl 5.19-21; Mc 7.20-23; Ef 4.17-19), e Deus é bem claro quanto àquele que o pratica "Quem comete o
pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio"(...) (1 Jo 3.8).

II – AS CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO

"O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra, de que fora tomado" v. 23. Ao
cair no estado de pecado, o homem natural perdeu inteiramente o poder de vontade quanto a qualquer bem
espiritual; era essa a morte que Deus o advertira: (...) "para que não morrais" v.3. Morto no pecado, ele é
separado de Deus, sendo escravizado e padecendo longe do seu criador, conforme veremos a seguir:

1. Ele nos separa de Deus – "(...) e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus" (...) v.8.
Adão gozava tão plena comunhão com Deus, que o Senhor o visitava na viração do dia, mas quando pecou
essa ligação foi interrompida (1 Jo 1.6). O inimigo das nossas almas tenta sempre quebrar essa comunhão
fazendo o homem pecar, pois quando desobedece a Deus, o homem está fazendo a vontade "da carne", contra
a vontade do Senhor e portanto distante do seu criador "Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra
Deus, pois não é sujeita à lei de Deus" (Rm 8.7).

2. Ele nos leva à Escravidão – "Todo aquele que comete pecado é escravo do pecado" (João 8.34). O
pecado nos torna escravos, gradualmente o coração endurece rejeitando o bem e as boas influências, tornando
cada dia mais difícil livrar-se do que já é habitual. Outras conseqüências também fazem parte da vida daqueles
que praticam o pecado, tais como a exclusão da instituição religiosa a qual pertence (1 Co 5.4,5); a disciplina de
Deus (Hb 12.5,6) e às vezes até a morte física (1Co 11.30). Por isso o imperativo de Deus é sempre constante
em nossas vidas: "Sede santos, porque Eu sou santo" (1 Pe 1.16).

3. Ele nos traz o Sofrimento – "Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e me escondi."
(v.10). A fuga e o medo são sentimentos inerentes àquele que pecou. O sofrimento é inevitável, pois o homem
não foi criado para viver em pecado e ter medo de Deus, mas sim a ter um temor reverente e filial (Sl 86.11). As
conseqüências naturais do pecado, que sobrevêm ao pecador, também traz mais sofrimento, àquele que se
sentindo longe de Deus, não se sente digno de Lhe pedir auxílio.

III – A RESTAURAÇÃO DO PECADOR

"E chamou o Senhor Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás?" (v.9). A restauração do pecador só acontece
quando primeiramente tem consciência da presença de Deus. Para ser livre do pecado é preciso tirar a máscara
diante de Cristo e por meio da sua intercessão e ajuda do Espírito Santo, ter uma vida limpa.

1. Por meio do arrependimento - O arrependimento é a passagem obrigatória entre o pecado e o perdão. Ele é
mais que o simples remorso, é a firme vontade de não mais pecar. Embora algumas igrejas utilizem frases de
auto-afirmação, como: Repita, Eu estou perdoado! Deus não autoriza ninguém a falar em perdão sem antes falar
em arrependimento. Portanto, o apelo de João Batista (Mt 3.2), Jesus (Mt 4.17) e Pedro (Atos 2.38), ainda
continua o mesmo: "Arrependei-vos!". Sem arrependimento, podemos ter até um templo lotado, mas não a
verdadeira igreja de Jesus Cristo.

2. Por meio da intercessão de Cristo – "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1.9). Cristo é o nosso fiel Advogado e
intercede por nós junto ao Senhor, quando a Ele confessamos os nossos pecados. Devemos sempre nos
lembrar que Jesus abomina o pecado, mas sempre amou o pecador (Lc 15.1-10), por isso o seu propósito desde
o início já está definido "porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados" (Mt 1.21).

3. Por meio do Espírito Santo – Alguns movimentos de restauração crêem erroneamente que a vitória sobre o
pecado pode ser alcançada pela própria força. No entanto esquecem que a decisão de obedecer a Palavra de
Deus é uma obra interior do Espírito Santo (Jo 3.3-7). Talvez por isso, o único pecado jamais perdoado é a
blasfêmia contra Ele (Mt 12.31,32). O Espírito Santo é quem nos dá a certeza de que fomos restaurados e a
garantia de que estará conosco nesta batalha contra o pecado que nos seduz a cada dia (Rm 8.11-15).

CONCLUSÃO: O pecado jaz à porta de todos nós e as suas conseqüências são inevitáveis, mas Aquele que
amou o homem, nos traz o remédio nos livrando da condenação eterna. Por meio de Jesus Cristo, todo aquele
que crê e O aceita como Salvador é livre, e o pecado já não tem domínio sobre ele. Desta feita, devemos seguir
sempre o exemplo do "cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29).

Lição 7 – Doutrina da Salvação, JOÃO 3.14-21

INTRODUÇÃO: A finalidade desta lição não é discorrermos sobre a ordem da salvação, pois no momento, mais
importante que sabermos sobre o que é regeneração, justificação e outros termos da ordem, é atentarmos para
o que pode interferir na nossa salvação. Desde a sua queda o homem se afastou do Criador, porém, com a
finalidade de restaurar esse relacionamento, Deus executou um projeto, que até então era um mistério (Ef
1.9,10); mas com o seu desvendar, nos foi revelado os escolhidos para a salvação. Agora, como o ímpio poderá
ser salvo, se em um coração onde não há bondade, não se brota arrependimento? E quanto aos crentes, o que
lhes garantem a salvação? Em busca de tais esclarecimentos, analisemos alguns aspectos da Doutrina da
Salvação.

I - A ORIGEM DA SALVAÇÃO
A salvação foi a maior dádiva que o Senhor nos concedeu. Devido ao seu fascínio, somos grandemente
edificados, quando observamos o que Deus fez para dar início a esse tão importante projeto. Assim sendo,
vejamos a eficácia desse empreendimento.

1. Referente ao amor de Deus - Mesmo sabendo que não há salvação por meio de obras, os religiosos
legalistas pensam que ser dar dízimos, fazer evangelismo ou qualquer outro trabalho na igreja lhes garantirá a
salvação. Se isso fosse verdade, como que alguém sem obras poderia ser salvo (Lc 23.39-43) e outro com
obras ser condenado (Mt 7.22,23). A salvação não está fundamentada em méritos humanos, mas no amor de
Deus (Ef 2.8-10). Embora haja uma pequena participação do homem no que tange à sua salvação, (comentário
do tópico III), não se pode confundir "participação" com "iniciativa". Pois estando morto, o homem é incapaz de
tomar qualquer iniciativa que preceda à ação de Deus. Portanto, "Nós o amamos porque ele nos amou
primeiro" (I Jo 4.19).

2. Referente ao Filho de Deus - Como vimos na Lição 6, a queda do homem rompeu com o relacionamento,
que antes tinha com o seu Criador. Mas como o desejo de Deus é renovar esse relacionamento; movido pelo
seu eterno amor, enviou Seu Filho ao mundo (v 17), para propiciar esta nova aliança (I Jo 4.10). Embora a morte
do Filho tenha sido determinada pelo Pai, não podemos encarar isto como algo forçado, pois foi um ato
voluntário (Jo 10.15-18). E então, quando o Filho foi levantado da terra, pelo seu sangue, atraiu a todos (v 14; Jo
12.32; Ef 2.13). A elucidação desta verdade está bem expressa em Rm 5.8, quando diz: "Mas Deus prova o
seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores".

II - A ABRANGÊNCIA DA SALVAÇÃO

Quando se fala de abrangência da salvação, questionamentos começam a surgir quanto à sua extensão e
permanência. Um deles é se Deus determina quem será salvo ou condenado; um outro, de efeito ainda maior, é
que se na eternidade, o homem poderá perder a salvação? Façamos uma análise destes e de outros
questionamentos, relacionados à abrangência da salvação.

1. Referente ao público alvo - As palavras "mundo" e "todo" em Jo 3.16, é uma alusão ao público alvo da
salvação. Os que discordam, desprezam a morte de Cristo; pois para eles, os que cometem delitos repugnantes,
jamais podem ser salvos. Há também os que ensinam que antes de ser gerado, já está determinado quem será
salvo ou condenado; como se Deus fizesse acepção pessoas (At 10.34). Como o homem só analisa o exterior, o
seu desejo é que um criminoso jamais seja salvo. O Senhor analisa tanto o ato como o coração (Jo 8.3-11).
Quanto ao outro conceito, notemos que o que está determinado para a salvação ou perdição é a via de acesso;
predestinando assim os que nela se encontram (Mt 7.13,14). Delimitar a salvação é ir contra o desejo de Deus
quanto à abrangência do público alvo (I Tm 2.3,4). Porquanto, após realizar aquilo que era impossível ao homem
(Hb 2.9); o acesso à salvação se estendeu a todos. "Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo" (Rm 10.13).

2. Referente à sua durabilidade - Vimos que a durabilidade da salvação abrange toda a eternidade. É claro
que esta, é incomparável com a eternidade de Deus (Sl 90.2); pois a eternidade da criatura depende do seu
Criador. Baseado nesse fato, muitos incorrem em um erro gravíssimo, ao afirmar que na eternidade, o homem
ainda poderá pecar e perder a salvação. É claro que enquanto não formos para a eternidade, devemos estar
vigilantes quanto à salvação, ao contrário poderemos perdê-la (Ap 3.11). No entanto, como a salvação está
vinculada à perfeição, e impossível de ser alcançada por nossos esforços, Cristo no-la concedeu, ao aperfeiçoar
para sempre os que são santificados (Hb 10.10-14). Desta forma, quando partirmos para a glória, então
poderemos dizer: "uma vez salvo, salvo para sempre" (I Ts 4.16,17). Agora, basta aguardarmos o dia da
eternidade (II Pe 3.18).

III - A EXECUÇÃO DA SALVAÇÃO

Negar a participação do homem na execução da salvação é afirmar que Deus salvará a todos, quer aceitem ou
não, o que contrária o livre arbítrio concedido a cada um. Mas quando o assunto é salvação, logo se ouve; com
tantos nomes de igrejas, em qual delas encontramos a salvação? Para sermos coerentes, recorramos ao que
está determinado.

1. Referente ao arrependimento - Os que não observam a gravidade do pecado (v 19,20), acabam se


descuidando para com a importância do arrependimento, o qual ocupa uma posição tão significativa na
execução da salvação e tem sido o tema central, tanto na mensagem do Salvador, como na dos apóstolos (Mt
3.1,2; At 2.38). Como o arrependimento produz a humilhante necessidade de perdão (II Cr 32.26; Tg 4.8-10); ao
invés de se arrependerem, muitos tentam justificar os seus erros. Diferente de um momentâneo remorso, o
arrependimento produz mudança de vida. Portanto, reconheça os seus erros, antes que o pecado seja
esquecido e se aloje em sua vida (Ap 2.5).

2. Referente à fé - Ao contrário do que alguns ensinam, sabemos que a salvação não está vinculada a uma
denominação, pois é a fé em Cristo que nos garante a salvação, "... porque também debaixo do céu nenhum
outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (At 4.12). Mesmo diante desta
verdade, há "crentes" que duvidam da própria salvação, pois se acham tão inúteis, que chegam a pensar que o
desejo de Deus é condená-los. Essas pessoas acabam nunca provando a alegria da salvação (Sl 51.12). A fé é
a ponte de ligação entre a necessidade e a concretização da salvação. É através dela que nos tornamos livres
em Cristo (Jo 8.36); não para pecarmos, mas para estarmos livres da condenação. Porquanto, a condenação
não é para os que creram e sim para os que não creram (Mc 16.16). "Portanto, agora, nenhuma condenação
há para os que estão em Cristo Jesus..." (Rm 8.1).

CONCLUSÃO: Após conhecermos uma pequena partícula do projeto da salvação, que consiste em reconciliar
em Cristo o que se havia perdido, foi nos apresentado a maior prova do amor de Deus para conosco. Ao estar
diante desta verdade, alem de compreender a importância do arrependimento na execução desse projeto; você
também pôde ver, que a fé em Cristo é a sua garantia de salvação. Estando agora diante da providência divina,
de nos conceder a salvação e a honra de renovar o nosso relacionamento com Ele, resta a cada um,
simplesmente aceitar esta graça e agradecer-lhe pelo seu imensurável amor.

Lição 8 – Doutrina da Igreja, 1 CORÍNTIOS 12.12-28

INTRODUÇÃO: Quando falamos a palavra Igreja, já vem em nossa mente a idéia de um grupo de pessoas
(cristãos) reunidas em um templo para realizar um culto. Mas a Igreja não se restringe somente a isto, na
verdade a Igreja é algo tão complexo quanto o corpo de um ser humano, por funcionar como um corpo, o de
Cristo. Por isso, sua doutrina é objeto de estudo nesta lição, para que possamos entendê-la, mesmo que
superficialmente, e assim evitar problemas ou até mesmo anomalias que impeçam o seu crescimento e
edificação.

I – SUA ORIGEM

A Igreja tem origem remota, não sabemos quando exatamente Deus a arquitetou, mas sabemos com certeza
que foi planejada, fundada e está sendo edificada por meio da operação de cada pessoa da Trindade: Pai, Filho
e Espírito Santo, e é isto que este tópico mostra, a operação de cada parte neste processo.

1. Em Deus - Deus antes mesmo da fundação do mundo arquitetou para si a idéia de um povo separado, um
povo santo. Ma este povo não se refere unicamente ao povo de Israel, e sim, à Igreja; composta de todas as
pessoas que aceitam a Jesus, tanto judeus como gentios (Rm 9.24). E este plano teve início a partir do
chamado de Deus a Abraão, do qual teve origem o povo de Israel (Gn 12.1,2). Esta nação foi escolhida na
antiga dispensação, para que por meio dela, todas as nações fossem alcançadas por Deus. E foi por causa da
rejeição ao Messias, por parte de Israel, que os gentios foram contados como verdadeiro povo de Deus através
do sangue de Cristo (Ef 2.13), juntamente com o remanescente fiel do povo de Israel (Rm. 11.25-32; Ef 2.14).

2. Em Jesus - No seu ministério terreno Jesus anunciou o evangelho do Reino de Deus. Lançou-se a si mesmo
como fundamento para formação e edificação da Igreja. Ao iniciar seu ministério, Jesus não estabeleceu
imediatamente a Igreja, mas preparou tudo para que esta edificação ocorresse em momento posterior, isto fica
bem evidente no uso do verbo em tempo futuro em Mt. 16.18: "Sobre esta pedra edificarei (grifo meu) minha
igreja". Jesus somente iniciou, o que deveria ser levado adiante pelos apóstolos e por todos os cristãos, sob a
direção do Espírito Santo (At 1.8; I Co 3.6-11).

3. No Espírito Santo - O Espírito Santo tem papel fundamental na origem da Igreja, pois por sua ação nos
apóstolos escolhidos por Jesus, a Igreja foi estabelecida. Esta ação fica bem clara com um estudo no livro de
Atos. Em Jo. 15.26-27 e Jo. 16.7-15, vemos a função do Espírito Santo na fundação da Igreja. É o Espírito Santo
que mostra a verdade que foi anunciada pelos apóstolos, "…aquele Espírito da verdade, que procede do Pai,
testificará de mim.", além disto é o Espírito Santo que convence o pecador. É importante lembrar que a sua
participação na edificação do "corpo", não terminou, ainda hoje, continua agindo na vida dos cristãos para que
haja crescimento e edificação (Ef. 4.11-13). Portanto, a Igreja teve origem divina e não humana. Não é
monopólio de homem algum, pois é o Senhor quem dela cuida e sustenta.
II – ENTENDENDO A IGREJA

A Igreja assim como muitas organizações humanas tem forma, função e administração próprias, mas o que a
diferencia é que a sua forma, função e administração não foi estipulada por leis humanas e sim planejada
cuidadosamente por Deus, portanto, deve ser cada vez mais destaque dentro da sociedade.

1. Sua Forma (v. 12-14) - A Igreja primitiva era composta de vários grupos de cristãos que estavam espalhados
por diferentes locais do Império Romano. Esses grupos de cristãos não possuíam nenhum tipo de organização
externa, como convenções ou denominações, por exemplo, que os unisse. Apesar dessa aparente separação
externa, todos os grupos possuíam em comum a doutrina dos apóstolos, todos eram participantes de um mesmo
Espírito, portanto, não havia debate em torno de questões teológicas ou doutrinárias, ou seja, todos
caminhavam em uma única direção assim como um corpo humano, que quando se volta para uma direção todos
os seus membros são também encaminhados. Esses grupos de cristãos eram formados por diferentes tipos de
pessoas, judeus, gregos, servos, livres, o que nos faz lembrar de um importante ponto de destaque na Igreja, a
unidade (Ef. 4.15). Todos os cristãos eram considerados iguais em Cristo, até as mulheres que eram
comumente desprezadas na sociedade, na Igreja, porém, algumas alcançavam posição de destaque. Todos
possuíam bens com igualdade, não havia necessitado entre eles. (At. 4.34). A Igreja deve funcionar realmente
como um corpo ajustado, cumprindo assim o que Paulo diz em Efésios 4.16.

2. Sua Função (v. 15-24) - A Igreja é um corpo, e cada membro dentro deste corpo tem sua função para a qual
Deus o designou (v. 18). Para que funcione corretamente cada membro tem que se desenvolver da melhor
maneira possível para que este corpo cresça bem ajustado. Mas a maioria dos cristãos da atualidade não
sabem nem a função da Igreja como um todo e nem as suas individuais. Entre estas, destacamos a de ser
testemunha de Deus aqui na terra (At 1.8), pois é por meio deste testemunho que as pessoas que não são
salvas podem ser alcançadas (Mt 28.18-20). Há ainda, o dever de promover seu próprio crescimento e
edificação, isto é possível operando todos os membros deste corpo, que além de adorar ao Senhor, o serve em
santidade (Ef 1.5,6).

3. Sua Administração (v. 28) - A Igreja como corpo organizado, necessita de liderança, para funcionar
plenamente, e o Novo Testamento mostra isto claramente na escolha dos 12 apóstolos feita por Jesus. Paulo no
v. 28, cita três tipos dessa liderança: "E a uns pôs Deus na Igreja, primeiramente apóstolos, em segundo
lugar, profetas, em terceiro, doutores…", esses três tipos de liderança são dons concedidos por Deus. Os
apóstolos foram homens designados por Deus para estabelecer a Igreja (Ef 2.20), e também, pregar o
evangelho. Foram testemunhas de Cristo. Eles haviam presenciado todo o ministério de Cristo, tinham também
à revelação divina e a mensagem original do evangelho (Ef 3.5). Como a Igreja já foi fundada com êxito e a
mensagem e o significado de Cristo já foram registrados na Bíblia, o ofício apostólico não possui sucessor hoje.
Os profetas que são citados em segundo lugar no grau de importância são os que possuem a função de pregar
o evangelho (At 15.32) e também falam através de inspiração pelo Espírito. Uma revelação de Deus, com o
propósito de edificar a Igreja (I Co 14.3). Os profetas possuem uma liderança totalmente voltada para a área
espiritual, enquanto que os apóstolos também possuíam, juntamente com a liderança espiritual, a liderança
administrativa da Igreja. E em terceiro lugar Paulo fala dos doutores, ou mestres, homens estes, que possuem o
dom de expor com clareza a palavra de Deus. Todos estes três tipos de liderança foram importantes para a
Igreja primitiva, portanto devemos pedir a Deus que levante mais homens dentro das funções e ministérios
estabelecidos pelo Espírito Santo que possam liderar a Igreja para que esta cresça cada dia mais.

CONCLUSÃO: Sobre o tema Doutrina da Igreja, poderia ainda ser abordado muitos outros tópicos de estudo,
mas faltaria espaço para tal complemento. Isto não quer dizer que o que foi aqui estudado não seja o suficiente
para a compreensão daquilo que Deus quer para o seu povo. Creio que se a Igreja atual buscar cada vez mais,
ser o que Deus originalmente propôs em sua palavra, conseguirá obter maior sucesso.

Lição 9 – Doutrina dos Anjos, HEBREUS 1.5-14

INTRODUÇÃO: Se por um lado alguns cristãos estão se esquecendo de incluir nos seus ensinos a doutrina dos
anjos, ou até mesmo, ignorando-os por completo, por outro, outros extrapolam na angelologia, chegando ao
campo das heresias. O objetivo desta lição é resgatar o ensino bíblico acerca dos anjos e corrigir erros que
possam prejudicar àqueles que sinceramente almejam viver um evangelho genuíno.

I – A NATUREZA DOS ANJOS (vv. 5-12)


Os anjos são mencionados na Bíblia toda. Desempenharam e continuam desempenhando papel
importantíssimo dentro do plano divino, por isso precisamos compreendê-los melhor:

1. São seres criados – "Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra
vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho?" (v 5). Os anjos são mencionados no Livro de Jó com o
nome de estrela (Jó 38.7), dando a entender que já existiam há muito tempo. Não podemos precisar o tempo
certo da sua existência e nem a maneira como foram criados, mas pelo texto bíblico em epígrafe, eles não são
filhos no sentido irrestrito como o é Jesus Cristo, logo, são criaturas.

2. São seres espirituais – Os anjos são espíritos, mas não de pessoas, como os hereges ensinam. São seres
espirituais (v. 14), sem a presença de corpo físico. Podem tomar forma humana para desempenhar algum papel
dado por Deus (Gn 18.1,2; 32.24-30). Não são onipresentes. O anjo "barrado" pelo príncipe da pérsia não pôde
estar ali e com Daniel ao mesmo tempo (Dn 10.13). Os anjos não têm alma como os seres humanos, apesar de
sentirem alegria. Trata-se de alegria espiritual, por motivos espirituais (Lc 15.10). Os anjos que estão no céu são
assexuados (Mt 22.30) e imortais (Lc 20.36).

3. São seres inteligentes – Possuem sabedoria (2 Sm 14.20). Não são oniscientes (Mc 13.32). Os anjos
possuem uma linguagem própria (1 Co 13.1). Podem pecar (2 Pe 2.4).

4. São seres poderosos – Pelas grandes realizações dos anjos, podemos crer que eles possuem grande poder
(força) (Mt 28.2). Não são onipotentes. Todo o seu poder de ação está submisso às ordens de Deus. "Bendizei
ao Senhor, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua
palavra" (Sl 103.20). Estão sujeitos a Jesus Cristo (1 Pe 3.22). São maiores em força e poder do que o homem
(2 Pe 2.11).

II – AS ATRIBUIÇÕES DOS ANJOS (vv. 13-14)

Os anjos são limitados em suas ações. Eles foram criados com finalidades pré determinadas, não têm
permissão para agirem à revelia (Sl 91.11). Algumas atribuições dos anjos:

1. Manifestar a santidade e a glória de Deus – Os anjos são organizados em categorias, arcanjos, serafins,
querubins. Os serafins proclamam a santidade de Deus (Is 6.1-4), os querubins manifestam a glória de Deus (Hb
9.5). Todos os anjos são convocados a adorarem ao Pai e ao Filho (v 6; Sl 148.2; Ap 7.11).

2. Aplicar os juízos divinos – Os anjos aparecem na destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19.13-15); na
destruição do exército assírio (2 Rs 19.35); na morte do rei Herodes (At 12.21-23); em várias situações no livro
do Apocalipse.

3. Servir a favor da Igreja – No Antigo Testamento os anjos desempenharam papel fundamental na história de
Israel; no Novo Testamento, estiveram concentrados no cumprimento das profecias messiânicas. Hoje, porém,
os anjos estão empenhados em proteger a Igreja gloriosa do Senhor Jesus: "Não são, porventura, todos eles
espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?" (Hb 1.14).

4. Correção de ensinos heréticos relacionados com os anjos: a) Não podem ser cultuados - "Ninguém vos
domine a seu bel-prazer, com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não
viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão" (Cl 2.18); b) Não podem ser adorados – Eles não
podem e nem aceitam tal procedimento: "E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-as
ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava para adorá-lo. E disse-me: Olha, não faças
tal, porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste
livro. Adora a Deus" (Ap 22.8,9); c) Não batizam com o Espírito Santo - Quem batiza com o Espírito Santo é
Jesus Cristo (Mc 1.8; Lc 24.49; At 1.4,5); d) Não trazem "fogo" nem "unção" para a Igreja - Estas são atribuições
do Espírito Santo (At 2.1; 1 Jo 2.20,27). e) Os anjos não são monopólio de ninguém – Não podem ser vendidos
como guardiões, estão acampados ao redor dos que temem a Deus (Sl 34.7); não obedecem a ordens dos
homens; não interferem nos cultos a Deus e não fazem instruções de cunho doutrinário e teológico (Gl 1.8). Esta
função pertence ao Espírito Santo (Jo 16.7-14; 1 Co 12.1-11; Ap 2.29).

III – OBRAS REALIZADAS PELOS ANJOS (v 7)

Foram muitas as manifestações nas Escrituras e todas elas nos ensinam alguma verdade espiritual. Vamos
numerar alguns fatos mais importantes:
1. No Antigo Testamento – Livraram a Ló e a sua família (Gn 19.10;15,16). Livraram o profeta Eliseu e seu
ajudante (2 Rs 6.17). Livrou Daniel da fúria dos leões (Dn 6.21,22). Anunciou o nascimento de Isaque (Gn 18.10)
e de Sansão (Jz 13.2,3).

2. No Novo Testamento – Libertou Pedro da prisão (At 12.6-8). Anunciou o nascimento de João Batista (Lc
1.11,13); de Jesus Cristo (Lc 1.30,31); anunciou a ressurreição de Jesus (Lc 24.5,6), etc.

3. Os anjos na consumação dos séculos: No arrebatamento (1 Ts 4.16); no ajuntamento dos escolhidos (Mt
24.31); na ceifa (Mt 13.39); em todos os acontecimento importantes do Apocalipse.

CONCLUSÃO: Não encerra aqui o estudo sobre os anjos, no entanto, o que vimos nesta lição é o suficiente
para nos conduzirmos de modo seguro a fim de não cairmos nos extremos. Os anjos existem e tem papel
preponderante na história de Israel e da Igreja, mas não podem ser confundidos no seu ministério que, hoje, é
de apenas servir aos que hão de herdar a salvação.

Lição 10 – Doutrina dos Demônios, EFÉSIOS 6.10-13

INTRODUÇÃO: Há tantos erros nos ensinos relacionados com os espíritos malignos (Satanás, demônios, etc.)
que fica até mesmo difícil acreditar que existem. Por outro lado, os que acreditam, vivem aterrorizados, por
causa dos ensinos absurdos, transmitidos de um para outro, sem embasamento bíblico. Esta lição tem o objetivo
de esclarecer as verdades ensinadas pelas Escrituras, no que se refere as "hostes espirituais da maldade,
nos lugares celestiais", para que estejamos alertas aos ataques que o cristão pode sofrer. Então, vejamos:

I – O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE OS ESPÍRITOS MALIGNOS

Todos os anjos foram criados para serem mensageiros divinos, com bom caráter, com um propósito: Adorar a
Deus (Sl 148.2). No entanto, uma grande parte deles, se rebelaram, e se fizeram "espíritos malignos", pois se
afastaram da glória de Deus e seguiram o príncipe das trevas: Satanás. Veremos nos tópicos a seguir, como isto
aconteceu:

1. A origem de Satanás – Em tempos remotos, Satanás era um anjo querubim, descrito como: "Aferidor da
medida", "cheio de sabedoria", "perfeito em formosura", "ungido para proteger", "perfeito". No entanto, sua glória
durou somente até "o dia que se achou iniqüidade em ti" (Ez. 28.12-15). Com a queda, o anjo querubim
sofreu efeito semelhante à de um pólo que deixou de ser positivo e passou a ser negativo. O pior se tornou um
inimigo de alta periculosidade. É conhecedor das armas de um bom "protetor" (Ez 28.14) e usa este
conhecimento para atacar. A causa da queda do querubim foi o orgulho e o desejo ambicioso de ser
"semelhante ao Altíssimo". Vejamos os verbos que provocaram a queda do anjo: "Subirei ao céu", "Exaltarei o
meu trono", "me assentarei", "subirei acima", "serei semelhante" (Is 14.12-15). Tempos mais tarde, ele foi
completamente derrotado pelo Verbo de Deus (Jo 1.1; Hb 2.14). Ganhou vários nomes que o definem bem:
Belzebu, Satanás, antiga serpente, dragão, diabo (Ap 20.2), adversário, acusador dos irmãos, inimigo, maligno,
tentador, príncipe das potestades do ar (Ef 2.2), príncipe dos demônios, príncipe deste mundo (Jo 14.30).
Satanás é inerentemente mau, não possui os sentimentos que os humanos possuem. Ele só tem ódio no
"coração".

2. A origem dos espíritos malignos, seguidores de Satanás – Com o surgimento de Satanás, surgiram
também, todos os outros espíritos malignos. Provavelmente, aqui estão anjos ("estrelas de Deus" - Is 14.13),
que aderiram à sua idéia de levantar um império independente. A Bíblia fala também de anjos que pecaram (2
Pe 2.4), e menciona aqueles que "não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação" (Jd
6). Apocalipse 12.3,4, diz que o "dragão arrastou com a sua cauda, terça parte das estrelas no céu, as
quais lançou para a terra". Como o número de anjos é de "milhões de milhões e milhares de milhares" (Ap
5.11), podemos crer que sua terça parte, deu a Satanás, um grandioso exército. Paulo confirma esta verdade
quando fala de "hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais" (Ef 6.12). Hostes é o mesmo que
tropa ou exército.

II – O QUE A BÍBLIA REVELA SOBRE A ATUAÇÃO DOS ESPÍRITOS MALIGNOS (V 12)

É bom saber que os termos demônios e espíritos imundos são equivalentes. Ambos são aplicados ao
endemoninhado gadareno (Lc 8.27-29). Os espíritos malignos estão ligados ao mal moral. O simples fato de se
expelir os espíritos malignos de alguém, não o reforma moralmente, por isso o espírito retorna com sete "piores
do que ele" (Lc 11.24-26). Daí a necessidade de que entre nele o Espírito Santo. Vejamos a sua atuação:

1. Atuam como uma casta organizada – O texto fala de principados, potestades, príncipes das trevas deste
século, hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Eles são muitos (Mc 5.9-13) e tem Belzebu como o
seu príncipe (Mc 3.22). Não temos registros de nomes de entidades do Candomblé na Bíblia. Entre outras
missões de Satanás e seus súditos, tem a de matar: é homicida desde o princípio. É mentiroso e pai da mentira
(Jo 8.44); tenta (Mt.4.1-11); rouba (Mc 4.15); acusa (Ap 12.10) e peca desde o princípio (1 Jo 3.8). O ladrão
(Satanás) tem uma missão principal: Roubar, matar e destruir (Jo 10.10).

2. Atuam como adversários dos cristãos e de Deus – Os espíritos malignos sempre aparecem como seres
hostis a Deus a aos homens (especialmente cristãos). Trabalham com o propósito de derrubar os propósitos de
Deus. Tentou a Jesus, não somente no deserto, mas continuamente (Lc 4.13; Hb 4.15). Jamais se alegrou com
a morte de Cristo, pois esta foi a arma que o matou. Impeliu Davi a numerar o povo (1 Cr 21.1); influenciou
Pedro (Mt 16.23); pôs no coração de Judas que traísse Jesus (Jo 13.2); encheu o coração de Ananias para
conturbar a obra de Deus (At 5.3); impede missões (1 Ts 2.18); arrebata a palavra dos corações para que não
se convertam (Mc 4.15); semeia os "filhos do maligno" dentro das igrejas (Mt 13.38); para enganar, se
transforma em anjo de luz (imitação daquilo que era quando foi criado) (2 Co 11.14). Diante deste quadro,
devemos estar atentos e não ignorar os seus ardis (2 Co 2.11).

3. Atuam no mundo inteiro – A Palavra de Deus define o pecador assim: "Aquele que pratica o pecado é do
diabo" (1 Jo 3.8), e é filho do diabo (1 Jo 3.10). Esta é a situação de todos os que estão sujeitos aos ataques
dos espíritos malignos, cujos ataques produzem efeitos físicos. Ex.: Incapacidade física (Mc 9.25; Lc 11.14;
13.16); doenças convulsivas (Mc 9.17,18); loucura, solidão, violência e nudez (Mc 5.1-9; Lc 8.27-30). É bom
saber que as Escrituras fazem distinção entre enfermidade e possessão demoníaca. Mateus 4.24, diz que
"traziam-lhe todos os que padeciam, acometidos de várias enfermidades e tormentos, os
endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos, e ele os curava."

III – O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE COMO VENCER OS ESPÍRITOS MALIGNOS (VV. 10,11,13)

Satanás e seus aliados estão com os dias contados; seu império derrotado e fracassado. Eles sabem muito bem
disto (Mt 8.29). Jesus desfez as obras do diabo (1 Jo 3.8), expulsou-o (Jo 12.31), aniquilou o seu império (Hb
2.14), julgou-o para condenação (Jo 16.11), o esmagará debaixo dos pés dos cristãos (Rm 16.20) e, por último,
o lançará juntamente com os seus anjos no fogo eterno (Mt 25.41; Ap 20.10). Mas, por enquanto, ele está
agindo com o poder que lhe foi dado (Lc 4.6), poder limitado (Jó 1.12; 2.6), por isso devemos estar preparados
para enfrentar os seus ataques. Como podemos vencê-los?:

1. É necessário nascer de novo – Porque aquele que é nascido de Deus, o diabo não lhe toca (1 Jo 5.18). O
novo nascimento implica em que um dia aceitamos a obra vicária de Jesus Cristo (Jo 3.16), estamos guardados
pelo seu sangue, que nos garante a vitória. Não existe a possibilidade de um cristão nascido de Deus, ficar
endemoninhado e muito menos, acorrentado por feitiços de macumba. Não há necessidade de fazer "sessão de
descarrego", ou "corrente de libertação". Basta ser regenerado e andar de acordo com a Palavra de Deus. O
cristão nascido de novo, não anda em bloco evangélico de carnaval, praia de nudismo evangélico, e outras
misturas infernais. Ele não participa do sacrifício aos demônios e nem bebe deste cálice maligno (1 Co
10.20,21). Não devemos nos esquecer que até os demônios crêem (Tg 2.19; Mc 1.24; 3.11), e não são salvos.

2. É necessário vestir a "armadura de Deus" – Efésios 6.13-19, lista as "peças" que compõe esta armadura.
Não vamos estudá-las aqui, mas temos outros textos bíblicos que vamos analisar agora. Nunca podemos nos
esquecer de que o inimigo anda em derredor rugindo como leão, procurando a quem tragar (1 Pe 5.8). Apesar
de não poder tocar no cristão regenerado, ele pode influenciar, colocar obstáculos para que não dê fruto na obra
de Deus. Por isso, a recomendação do apóstolo: "Não deis lugar ao diabo" (Ef 4.27). Dar lugar ao diabo é
permitir que ele tenha poder sobre nós de modo legal, por meio dos nossos pecados.

3. É necessário resistir-lhes – "Sede fortalecidos". Este fortalecimento é contínuo. Ninguém pode fortalecer a
si mesmo, tem que ser "no Senhor". Não pelo Senhor, mas Nele. O apóstolo recomenda que resistamos ao
diabo (e todos os seus aliados) na fé (1 Pe 5.9). O irmão Tiago, concorda com este ensino ao afirmar: "Sujeitai-
vos pois a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tg 4.7). Isto porque eles não podem ser expulsos e
vencidos com "sapateado", "gritos", "pancadas" (mesmo que seja com a Bíblia). Muito menos usando amuletos.
O único meio, biblicamente comprovado, é o nome de Jesus (Lc 10.17). "Em meu nome expulsarão os
demônio" (Mc 16.17). Esta autoridade já nos foi dada (Mt 28.18-20; Lc 9.1). Irmãos, devemos "Ficar firmes
contra as ciladas do diabo". Os espíritos malignos são seres perigosos, porque atuam armando ciladas. Usam
meios astutos (Gn 3.1), envolvem estratagemas e sutilezas. Cuidado com o laço do diabo (1 Tm 3.7; 2Tm 2.26).

CONCLUSÃO: "Deus nos guarde bem no seu amor". Esta lição mostrou que o diabo e os demônios existem.
São cruéis e odeiam os cristãos, bem como ao próprio Deus. Vimos também, a maravilhosa vitória concedida
por Jesus Cristo, ao morrer na cruz. Resta-nos, ficar firmes, resistir com fé e não nos deixar seduzir pelos laços
do inimigo.

Lição 11 – Doutrina do Inferno, LUCAS 16.19-31

INTRODUÇÃO: Há sempre alguém arriscando um comentário sobre o inferno, onde fica, quem vai para lá, etc.
Há quem diga que Deus não faria algo tão ruim para punir ao homem a quem criou com tanto amor, que o
inferno não condiz com sua misericórdia e que, com certeza, isso e pura imaginação humana. Outros,
entretanto, faz do inferno um império, onde satanás age como um tirano imperador e torturador de pessoas,
dando a entender que ele próprio nada sente das agruras desse lugar de castigo eterno. Grande parte da
humanidade prefere acreditar que o inferno é este próprio mundo e que, "aqui se faz, aqui se paga". Mas, o que
a Bíblia diz sobre o inferno? É possível entendê-lo à luz da escritura sagrada? É o que estudaremos nesta lição,
na seguinte ordem:

I – OS MITOS SOBRE O INFERNO

Já mencionamos na introdução parte das inúmeras opiniões sobre o inferno, às vezes, ensinada por religiões,
outras por conjecturas próprias comentadas em "rodas de amigos", que se tornam um verdadeiro mito sobre o
assunto. Eis alguns conceitos incorretos sobre o inferno:

1. É este próprio mundo – Será que já estamos no inferno? Os adeptos deste pensamento terão que se
preocupar em explicar o sucesso terreno e a comodidade física de tantos homens maus e perversos que jamais
souberam o que é sofrimento e do justo que morreu na pobreza, com câncer sem nunca ter recebido ajuda de
ninguém. Vale ressaltar que Deus é misericordioso mas, não podemos nos esquecer da sua justiça. Paulo nos
diz em I Co 15.19: "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os
homens".

2. Pode ser substituído pelo purgatório – Esta palavra é mais usada no catolicismo e ensina que há um lugar
intermediário onde a alma se purifica, por meio do sofrimento, antes de alcançar a eternidade com Deus. De
certa forma, até mesmo evangélicos, especialmente os calvinistas, defensores da teoria que uma vez salvo,
salvo para sempre, acreditam que em algum lugar, que pode ser esta própria terra, os cristãos carnais sofrerão
um "verdadeiro inferno", a fim de alcançarem a purificação dos seus pecados. Estas idéias, tanto do purgatório
quanto da purificação pelo sofrimento, nada mais é do que uma tentativa de excluir qualquer idéia de um inferno
na doutrina bíblica e de invalidar o sacrifício de Cristo, cujo sangue é o único meio de purificação dos nossos
pecados (I Jo 1.7).

3. É o trono de satanás – o inferno é um lugar para castigo e juízo eterno e não um outro reino regido pelo
diabo, o domínio deste, por enquanto, é este mundo pois, a Bíblia diz que jaz no maligno (I Jo 5.19), colocá-lo
com capa preta e um garfo tridente, não passa de uma fantasia assombrosa que não condiz com a realidade.
Ele aparece mesmo neste mundo, no corpo de uma mulher sensual ou mesmo de um homem e oferecendo tudo
o que há de mais desejável do pecado, pois o que ele quer no momento é agradar a você a fim de que ele
próprio, não seja condenado sozinho no fogo eterno (Mt 25.41).

II – A REALIDADE DO INFERNO

Tão certo como existe o céu, o inferno, também chamado de sheol ou sepultura, fica no mais profundo abismo e
é uma realidade bíblica incontestável, que precisa ser vista com equilíbrio e maturidade, a fim de
compreendermos o que realmente é:

1. É o fim de uma vida sem Deus – O texto em apreço, Lc 16.19-31, a parábola do rico e Lázaro, nos mostra
como termina a vida. Fomos criados para viver eternamente e temos que escolher o nosso destino para
eternidade. Aqueles que andam sem Deus, seguindo sua própria justiça, a sua realidade é o inferno, pois o
Deus misericordioso, amoroso, e perdoador dos nossos pecados, é também justo, e jamais deixará impune ao
que rejeitar o sangue de Cristo para sua remissão.
2. É preparado para o ímpio – (Pv 5.5; 9.16-18; 23.13) A Bíblia diz que o rico inconfesso, estava sendo
atormentado no inferno (v. 23), pelo que cremos que todo aquele que morre sem Jesus Cristo, tem esse lugar
como destino certo. O inferno não é, como afirmam alguns, o império do diabo e que lá está mandando e
desmandando. É um lugar de tormento, até que chegue o dia do juízo, então o inferno dará os seus mortos para
serem julgados e, posteriormente, lançados no lago de fogo eterno (Ap 20.13). É no inferno que entra o homem
sem Deus. "Os ímpios serão lançados no inferno, e todas as gentes que se esquecem de Deus" (Sl 9.17).

3. Seu fim será o lago de fogo e enxofre - Há expressões bíblicas que dizem: haverá pranto e ranger de
dentes, isso sugere muito sofrimento e dor jamais imaginada pelo homem. Em Apocalipse a expressão é de lago
de fogo e enxofre, o calor é maior o cheiro é característico, o condenado é jogado no seu interior por toda a
eternidade será atormentado com o sofrimento e a dor, pois este é o lugar que o bicho não morre. Ali será
lançado o diabo e seus anjos, todo aquele que não tiver o seu nome escrito no livro da vida, e também o próprio
inferno (Ap 20.10-15).

III – COMO ESCAPAR DO INFERNO

O texto em apreço nos mostra um desesperado procurando tarde demais a solução para sua alma, chegando a
ponto de reivindicar pregadores para seus familiares. A Bíblia, entretanto, nos dá o caminho da libertação:

1. Admitir o pecado - A Bíblia diz que todos pecaram (Rm 3.23) e não há como fugir dessa dura realidade, nós
somos originários do pecado (Rm 5.12), possuímos uma natureza de pecado e mesmo com todo esforço que
venhamos a fazer, jamais poderemos salvar a nós mesmos, restando-nos, como única alternativa o
arrependimento e a confissão pública dos nossos pecados para alcançarmos a misericórdia de Deus. Só que
isso precisa ser em vida, pois aquele rico procurou o arrependimento muito tarde.

2. Seguir a Jesus - Este é, segundo suas próprias palavras, O (único) caminho (Jo 14.6), que leva a Deus e
consequentemente nos livra do inferno, segui-lo significa acreditar no seu evangelho, confiar no seu poder, na
sua palavra, depositar Nele todas as sua ansiedades e saber que só Ele possui a condição de salvador do
mundo (At 4.12). Não adianta o nosso sacrifício por maior que seja, pois, a nossa justiça própria jamais
agradaria a Deus. Nós temos uma única porta, um único caminho e porque há um só mediador entre Deus e os
homens Jesus Cristo, Homem (I Tm 2.5).

3. Seguir a paz e a santificação - o principal elemento de nossa salvação, a santificação de nossas vidas
diante de Deus. Nossa salvação necessita de desenvolvimento e isso é algo alcançado por meio da nossa
conduta cristã, que envolve nosso caráter, e testemunho, além de nossa comunhão com o Pai. Para quem
pensa que o levantar das mãos ou mesmo o batismo nas águas é suficiente para a salvação, lembre-se do que
diz a carta aos hebreus: "Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hb
12.14).

CONCLUSÃO: Porque será que seguimos a Cristo? Por medo do inferno ou por ansiedade do Céu. Bom seria
se o inferno a ninguém amedrontasse e que apenas o Céu fosse o verdadeiro e único alvo do cristão, entretanto,
para que não confundamos a justiça de Deus ou ignoremos o seu amor atentemos-nos que por amor, nos
preparou o Céu e por justiça prepara o inferno para os pecadores que não se arrependem e seguem em suas
maldades.

Lição 12 – Doutrina do Céu, APOCALIPSE 21.1-8

INTRODUÇÃO: A palavra céu aparece várias vezes na Bíblia, tanto no Velho Testamento quanto no Novo. É
compreendido muitas vezes como sendo um estado mental, um conceito filosófico ou mesmo uma invenção da
imaginação humana. Afinal, o que é o céu? Observe o que a Bíblia diz sobre o assunto:

I – O CÉU É UM LUGAR REAL (Ap 4.1-3)

Através das Escrituras podemos definir a palavra céu como sendo um lugar em que Deus torna conhecida a sua
presença de forma mais completa para abençoar (Wayne Grudem). Fora do cristianismo, em geral nega-se a
idéia do céu como um lugar. Isto porque sua existência só pode ser confirmada a partir do testemunho das
Escrituras. Porém a expressão de João: "eu vi..." comprova que o céu é realmente um lugar e não um estado
mental. A seguir daremos algumas provas da existência do céu como um lugar, vejamos:
1. Possui existência própria assim como toda a criação visível - "O céu é o meu trono, e a terra, o
escabelo dos meus pés" (Is 66.1). Em vários textos das Escrituras a palavra céu aparece juntamente com a
palavra terra, dando a entender que existe um céu real e em um lugar específico, assim como acontece com a
terra. Sua localização é hoje desconhecida e impossível de ser percebida através de nossos sentidos naturais,
mas isso não nos faculta o direito de o entendermos apenas como um estado de consciência.

2. É a habitação de Deus - "Olha desde a tua santa habitação, desde o céu, e abençoa a teu povo" (Dt
26.15). O céu é demonstrado nas Escrituras como sendo também a morada do Altíssimo. É bem verdade que
Deus está presente em todo os lugares, mas é no céu que a sua presença e glória é conhecida de forma mais
intensa. É no céu que Ele é adorado por anjos, outras criaturas e santos redimidos. Jesus nos ensinou a orar:
"Pai nosso, que estás nos céus" (Mt 6.9). Portanto, sendo o céu a habitação de Deus e também agora a
habitação de Cristo através de seu corpo ressurreto, não podemos tratá-lo como um estado mental, mas sim
como um lugar real.

II – O CÉU É UM LUGAR DE DELÍCIAS (V 4)

"As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que
Deus preparou para os que o amam" (I Co 2.9) As promessas de Deus para o seu povo são de que estes
viverão em um lugar especial. Se o próprio Deus preparou um lugar para a igreja, e se tudo o que Ele faz é
perfeito, o que se pode esperar de um lugar como o céu?

1. Lugar de grande beleza - "... e a cidade, de ouro puro, semelhante a vidro puro" (Ap 21.18b). O céu é
retratado na Bíblia como sendo um lugar de grande beleza, que não pode ser comparada a nada do que temos
aqui na terra. Ainda que o apóstolo João tenha tentado descrevê-lo em linguagem humana compreensível, a
imagem que formamos na nossa mente é apenas uma parca visão do que teremos no porvir. Porém, toda essa
beleza física será apenas um detalhe diante da visão magnífica que teremos de Deus e do Cordeiro.

2. Lugar de abundante de alegria - "... e Deus limpará dos olhos toda a lágrima" (V. 4a). No céu não haverá
mais pranto, nem clamor e nem dor. Não teremos qualquer privação, sofrimento ou angústia. Tudo isto fará
parte de um passado, do qual não teremos nem mesmo lembrança. Lá não há lugar para tristeza, pois na
presença do Senhor há fartura de alegria (Sl 16.11). É certo que aqui na terra vivemos momentos de profundo
contentamento na presença de Deus, porém no céu, esta alegria será eterna. Além de contemplarmos a face de
nosso Senhor (Ap 22.4), estaremos para sempre com Ele.

3. Lugar de vida eterna - "... e não haverá mais morte" (v. 4b). A morte, que tanto nos faz sofrer aqui na terra,
não terá mais nenhum domínio sobre o nosso corpo incorruptível. Estaremos para sempre na presença do Deus
vivo, alimentando-nos da árvore da vida e do rio da vida. Embora seja um lugar de vida eterna, o céu não será
para o crente um lugar atemporal, ou seja, que não se possa perceber a ação do tempo. Viveremos
eternamente, porém, numa sucessão infinita de momentos maravilhosos.

III – O CÉU É UM LUGAR PARA VITORIOSOS (VV. 6-8)

"Quem vencer herdará estas coisas" (V. 7). O próprio Deus nos declara quem poderá alcançar estas
maravilhas, a saber: os vencedores. Mas, quem são as pessoas que se enquadram no perfil de vencedor? São
aqueles que possuem as características abaixo. Vejamos:

1. Aqueles que crerem – "Mas, quanto aos incrédulos... a sua parte será no lago que arde com fogo e
enxofre" (v 8). A fé é imprescindível para aqueles que queiram chegar ao céu (Jo 3.36). É necessário que
aqueles que se aproximem de Deus creiam que Ele existe e é galardoador daqueles que o buscam (Hb 11.6). O
céu é um galardão que será alcançado por aqueles que mesmo em meio às dificuldades, sofrimento e
perseguições permaneceram firmes na esperança de lá chegarem.

2. Aqueles que foram lavados no sangue do cordeiro - Uma vez que o Senhor é santo e não compactua com
a iniqüidade, podemos facilmente perceber que no céu não entra pecado. Portanto, o caminho para se chegar lá
passa necessariamente pelo sangue de Cristo. Somente o sangue de Cristo pode nos purificar os pecados (I Jo
1.7b). Quanto aos abomináveis a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre. Entende-se por
abomináveis aqueles que praticam toda sorte de pecado contra Deus. Para estes, o castigo eterno está
reservado.
3. Aqueles que não se envergonharam do Evangelho de Cristo - "Mas, quanto aos tímidos... a sua parte
será no lago que arde com fogo e enxofre" (v 8). Os tímidos são aqueles que por medo de ameaça ou
desaprovação do povo desprezam a lealdade a Cristo e à sua palavra. Valorizam mais sua segurança e status
pessoal do que o Reino de Deus. Ignoram o fato de que se sofrermos com Cristo, com ele também reinaremos,
porém se o negarmos ele nos negará (II Tm 2.12).

CONCLUSÃO: Se pesquisarmos a história da igreja, veremos que os crentes que mais se empenharam no
Reino de Deus foram aqueles que tiveram uma maior expectativa do céu. Certamente, o fato de muitos
perderem a visão do céu, é o principal motivo para a ineficácia da igreja na atualidade. O propósito deste estudo
não é simplesmente aguçar nossos sentidos para a beleza do mundo que nos espera, mas sim, de nos
impulsionar para o compartilhamento dessas bem-aventuranças com a humanidade perdida.

Lição 13 – Resumo das Doze Lições (Recapitulação), SALMOS 119.105-112

INTRODUÇÃO: Esta lição tem como objetivo, dar uma visão geral dos assuntos pertinentes ao tema Doutrinas
Bíblicas, corrigindo erros relacionados à sua interpretação. A Bíblia é a Palavra de Deus e, somente ela pode,
com autoridade, definir o que é verdade e o que é mentira, como veremos nos tópicos a seguir:

I - DOUTRINA DAS ESCRITURAS (2 Tm 3.16,17; 2 Pe 1.19-21)

1. É a única palavra absolutamente inspirada por Deus – Entendemos por inspiração divina a influência
sobrenatural do Espírito Santo como sopro, sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a
mensagem divina sem mistura de erro (2 Pe 1.20).
2. Ela é útil para ensinar – O Senhor lançou mão desta Palavra para ensinar (Mc 6.34). Os apóstolos também
(At 6.2,4; 1 Tm 4.13).
3. Ela é útil para repreensão – Esta repreensão e feita com argumentação. No coração do homem que resiste
à verdade (2 Tm 2.24-26).
4. Ela é útil para correção – Esdras aplicou a Palavra inspirada ao coração dos israelitas, com o intuito de
promover as correções devidas (Ne 8.1-12).
5. Ela é útil para educação na justiça – Quando lemos palavras como as de Mateus 5 e 6, e agimos de acordo
com estas instruções, ficamos perfeitamente habilitados para toda boa obra.

II - DOUTRINA DE DEUS PAI, FILHO, ESPÍRITO SANTO (Is 40.21-26)

1. A existência de Deus é comprovada - A Bíblia inicia os seus registros afirmando a existência de Deus (Gn
1.1) e contando como Ele, com todo o poder da sua palavra criou o universo. Deus existe! (Sl 19.1).
2. A preexistência de Jesus Cristo – "Estava no princípio" (Jo. 1.1). "Ele é antes de todas as coisas, e
todas as coisas subsistem por ele" (Cl. 1.17). A grande prova de sua preexistência, é que não veio a existir
com a criação, pelo contrário, Ele existia antes de toda a criação e tudo que existe, subsiste pelo seu poder.
Jesus é Homem – "E dará à luz um filho e chamarás o seu nome Jesus" (Mt 1.21) e é Deus - Os escritores
do Novo Testamento conferem a Cristo, títulos divinos, bem como atribuem a Ele, qualidades e atributos divinos,
tendo como propósito ensinar que a adoração é dada legitimamente a Cristo (Mt. 11.27; Lc. 2.49; Hb. 1.3,11 e
12; Fp. 2.9).
3. A natureza do Espírito Santo (Jo 16.6-14) - É uma pessoa - Nas escrituras, além de serem utilizados
pronomes pessoais em relação a ele (eu, tu, ele), ele é identificado por diversos nomes que o ratificam como
pessoa. Possui identidade com o Pai e com o Filho e se relaciona com os cristãos da mesma forma que estes se
relacionam com outras pessoas. O Espírito Santo é inteligente, tem poder para tomar decisões (At 16.6,7); é um
ser pensante; tem sua própria vontade; entristece-se; é intercessor; possui poder de comando; dá testemunho
de Cristo; é possível mentir e blasfemar contra ele.

III - A DOUTRINA DO HOMEM - (Gn 1.26-29)

A Bíblia é enfática em afirmar e reafirmar que o homem foi criado, em sua forma original, por Deus (Gn 1.27;
2.7).
"Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o
homem passou a ser alma vivente" (Gn 2.7-RA).

IV - DOUTRINA DO PECADO E DA SALVAÇÃO


1. A Origem do pecado – "(...) tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu
com ela" (Gn 3.6). Uma ordem havia sido dada por Deus, e a mesma, sob a influência de Satanás, foi
transgredida por Adão e Eva, dando origem ao primeiro pecado da raça humana, o que chamamos de Pecado
Original (Gn 3,1-24; Rm 5,12-21).
2. A origem da salvação (Jo 3.14-21) A salvação foi a maior dádiva que o Senhor nos concedeu. Devido ao seu
fascínio, somos grandemente edificados, quando observamos o que Deus fez para dar início a esse tão
importante projeto.

V - DOUTRINA DA IGREJA - (I Co 12.12-28)

. Sua origem – No Pai, no Filho e no Espírito Santo - O povo santo escolhido por Deus não se refere
unicamente ao povo de Israel, e sim, à Igreja; composta de todas as pessoas que aceitam a Jesus, tanto judeus
como gentios (Rm 9.24). "Sobre esta pedra edificarei a minha igreja". Jesus somente iniciou, o que deveria
ser levado adiante pelos apóstolos e por todos os cristãos, sob a direção do Espírito Santo (At 1.8; I Co 3.6-11).

VI - DOUTRINA DOS ANJOS E DOS DEMÔNIOS

1. A natureza dos anjos (Hb. 1.5-14) - São seres criados. "Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu
Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho?" (v 5). São seres poderosos
(Mt 28.2). Estão submissos às ordens de Deus. (Sl 103.20).
2. Correção de ensinos heréticos relacionados com os anjos: a) Não podem ser cultuados (Cl 2.18); b) Não
podem ser adorados (Ap 22.8,9); c) Não batizam com o Espírito Santo - Quem batiza com o Espírito Santo é
Jesus Cristo (Mc 1.8; Lc 24.49; At 1.4,5); d) Não trazem "fogo" nem "unção" para a Igreja - Estas são atribuições
do Espírito Santo (At 2.1; 1 Jo 2.20,27).
3. A origem de Satanás – Em tempos remotos, Satanás era um anjo querubim, descrito como: "Aferidor da
medida", "cheio de sabedoria", "perfeito em formosura", "ungido para proteger", "perfeito". No entanto, sua glória
durou somente até "o dia que se achou iniqüidade em ti" (Ez. 28.12-15).
4. O que a Bíblia revela sobre a atuação dos espíritos malignos (Ef 6.12) Atuam como uma casta organizada
– O texto fala de principados, potestades, príncipes das trevas deste século, hostes espirituais da maldade, nos
lugares celestiais. Eles são muitos (Mc 5.9-13). Entre outras missões de Satanás e seus súditos, tem a de
matar: é homicida desde o princípio. É mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44); tenta (Mt.4.1-11); rouba (Mc 4.15);
acusa (Ap 12.10) e peca desde o princípio (1 Jo 3.8). O ladrão (Satanás) tem uma missão principal: Roubar,
matar e destruir (Jo 10.10).

VII - DOUTRINA DO INFERNO E DO CÉU

1. A realidade do inferno (Lc 16.19-31) - É o fim de uma vida sem


Deus de acordo com o texto em apreço Lc 16.19-31. 2. É preparado para o ímpio – (Pv 5.5; 9.16-18; 23.13; Sl
9.17). Seu fim será o lago de fogo e enxofre (Ap 20.10-15).
2. O Céu é um lugar real (Ap 4.1-3) - Possui existência própria assim como toda a criação visível - "O céu é o
meu trono, e a terra, o escabelo dos meus pés" (Is 66.1). É a habitação de Deus - "Olha desde a tua santa
habitação, desde o céu, e abençoa a teu povo" (Dt 26.15). O Céu é um lugar de delícias: "As coisas que o
olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para
os que o amam" (I Co 2.9). Um lugar de grande beleza: "... e a cidade, de ouro puro, semelhante a vidro
puro" (Ap 21.18b). Um Lugar de abundante de alegria - "... e Deus limpará dos olhos toda a lágrima" (V. 4a).

CONCLUSÃO: Esperamos que os assuntos estudados tenham sido bem entendidos, tirando as dúvidas que por
acaso vinham servindo de tropeço para o povo de Deus. Que haja em nós o propósito de seguir somente a
verdade, conforme nos ensina a Palavra de Deus, não nos deixando levar por falsos conceitos criados por
homens que perderam todo o sentimento, para com avidez, cometerem todo pecado. Segue o questionário das
lições estudadas no trimestre, para debate:

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