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Credo das Assembléias de Deus no Brasil

1. Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o


Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29).

2. Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a


vida e o caráter cristão (2 Tm 3.14-17).

3. Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua


ressurreição corporal dentre os mortos e sua asce znsão vitoriosa aos céus (Is 7.14;
Rm 8.34 e At 1.9).

4. Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o


arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode
restaurá-lo a Deus (Rm 3.23 e At 3.19).

5. Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder


atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino
dos Céus (Jo 3.3-8).

6. No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da


alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo
em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9).

7. No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo
(Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl 2.12).

8. Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra


expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador
e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do
poder de Cristo (Hb 9.14 e 1Pd 1.15).

9. No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a
intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a
sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7).

10. Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para
sua edificação, conforme a sua soberana vontade (1 Co 12.1-12).

11. Na Segunda Vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira -


invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande
Tribulação; segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o
mundo durante mil anos (1Ts 4.16. 17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5 e Jd 14).
12. Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo, para receber
recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10).

13. No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis (Ap 20.11-15).

14. E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para
os infiéis (Mt 25.46).

A Trindade
A palavra "trindade" não aparece nas Bíblias comuns que usamos. Por esse
motivo, eu evito o uso dela. Procuremos falar sobre assuntos bíblicos usando
linguagem bíblica.

As pessoas que usam termos como trindade, Deus trino, etc. as empregam para
explicar um conceito da existência de três pessoas distintas que podem ser
chamadas de Deus. Vamos considerar, em termos bem resumidos, o que a Bíblia
diz a respeito dessa idéia.

1. Há um só Deus (Efésios 4:6). O fato que existem mais de uma pessoa divina, como veremos
logo, não sugere múltiplos deuses. A doutrina bíblica não se compara com as doutrinas
politeístas de algumas religiões pagãs.
2. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas distintas. No batismo de Jesus, cada um fez
seu papel, concordando com os outros dois, mas distinto deles. Jesus subiu das águas; o
Espírito desceu como pomba sobre ele; o Pai falou dos céus (Marcos 1:9-11). As doutrinas de
algumas igrejas que dizem que o Filho e o Pai são a mesma pessoa contradizem afirmações
óbvias das Escrituras. O Pai é maior do que o Filho (João 14:28). O Pai enviou e instruiu o Filho
(João 14:24).
3. Jesus é Deus. As seitas que negam a divindade de Jesus trabalham muito para evitar o
significado de diversas passagens. As Testemunhas de Jeová, por exemplo, usam uma versão
das Escrituras cheia de acréscimos e traduções equívocas calculadas justamente para negar as
provas textuais da divindade de Jesus. Mas, ele é eterno, divino e merecedor de adoração (João
1:1; João 8:24,58; Mateus 4:10; 14:33; 28:9,17; João 9:38; Hebreus 1:6; Apocalipse 5:9-14;
etc.)
4. O Espírito Santo é pessoa divina, não apenas força ativa. Reconhecemos algumas
dificuldades quando estudamos a palavra "espírito" na Bíblia. Sabemos que o espírito do
homem não é outra pessoa (1 Coríntios 2:11). Apesar de alguns trechos difíceis (veja o aviso
de 2 Pedro 3:16), não podemos negar a personalidade do Espírito Santo. O mesmo Pai que
enviou Jesus enviou o Espírito (João 14:26). Jesus o chamou de "outro Consolador", mostrando
que ele pertence à mesma categoria que Jesus: uma pessoa divina (João 14:16). Vários textos
apresentam o Pai, o Filho e o Espírito Santo como pessoas unidas mas distintas (veja Mateus
28:19 e o último versículo de 2 Coríntios). O Espírito ensina (João 14:26); habita nos fiéis como
o Pai e o Filho o fazem (João 14:17,23) e intercede como Cristo também o faz (Romanos
8:26,34).

Para negar tais afirmações, alguns distorcem o sentido das passagens ou até jogam fora livros bíblicos
que não apoiam suas doutrinas humanas. O verdadeiro seguidor de Cristo aceitará toda a Verdade, até
as coisas difíceis de entender (João 8:32; 17:17; Deuteronômio 29:29).
BÍBLIA: INSPIRADA POR DEUS

Esta palavra deriva-se de in spiro, "soprar para dentro, insuflar", aplicando-se na Escritura não só a
Deus, como Autor da inteligência do homem (Jó 32.8), mas também à própria Escritura, como
"inspirada por Deus" (2Tm 3.16). Nesta última passagem claramente se acha designada uma certa
ação de Deus, com o fim de transmitir ao homem os Seus pensamentos. Ainda que se fale
primeiramente de inspiração no Antigo Testamento, pode o termo retamente aplicar-se ao Novo
Testamento, como sendo este livro considerado também como Escritura. A palavra, significando "sopro
de Deus", indica aquela primária e fundamental qualidade que dá à Escritura o seu caráter de
autoridade sobre a vida espiritual, e torna as suas lições proveitosas nos vários aspectos da
necessidade humana.

O que é a inspiração, pode melhor inferir-se da própria reivindicação da Escritura. Os profetas


do Antigo Testamento afirmam falar segundo a mensagem que Deus lhes deu. O Novo Testamento requer
para o Antigo Testamento esta qualidade de autoridade divina. De harmonia com isto, fala-se em toda
parte da Escritura, como sendo a "Palavra de Deus". Tais designações como "as Escrituras" e "os
oráculos de Deus" (Rm 3.2). havendo também frases como estas - "esta escrito" - claramente
mostram a sua proveniência divina. Além disso, são atribuídas as palavras da Escritura a Deus como
seu Autor (Mt 1.22; At 13.34), ou ao Espírito Santo (At 1.16; Hb 3.7); e a respeito dos escritores se
diz que eles falavam pelo Espírito Santo (Mt 2.15). E deste modo as própria palavras da Escritura são
considerada de autoridade divina (Jo 10.34,35; Gl 34.16), e as suas doutrinas são designadas para a
direção espiritual e temporal da humanidade em todos os tempos (Rm 15.4; 2Tm 3.16). O apóstolo
Paulo reclama para as suas palavras uma autoridade igual à do Antigo Testamento como vindas de
Deus; e semelhante coloca a sua mensagem ao nível das mais antigas Escrituras.

A garantia de ter esta doutrina da Sagrada Escrituras autoridade divina está no ensinamento a
respeito do ES, que foi prometido aos discípulos de Cristo como seu Mestre e Guia (Jo 14.26; 16.13).
É melhor usar o termo "revelação" quando se tratar, propriamente, da matéria da mensagem, e a
palavra "inspiração" quando quisermos falar do método pelo qual foi revelada a mensagem. Por
inspiração da Escritura nós compreendemos a comunicação da verdade divina, que de certo modo é
única em grau e qualidade. Como os apóstolos eram inspirados para ensinar de viva voz, não podemos
pensar que não tivessem sido inspirados quando tinham de escrever. Por conseqüência, podemos
considerar a inspiração como especial dom do Espírito Santo, pelo qual os profetas do Antigo
Testamento, e os apóstolos e seus companheiros no Novo Testamento, transmitiram a revelação de Deus,
como eles a receberam.

É claro o fato de uma única inspiração das Escrituras. Mas até onde se estende esta inspiração?
Revelação é a manifestação dos pensamentos de Deus para a direção da vida do homem. Se a
vontade divina tem de ser conhecida, e transmitida às gerações, deve ser corporificada em palavras; e
para se estar certo dos pensamentos, é preciso que estejamos certos das palavras. A inspiração deve,
portanto, estender-se à linguagem.

Em 2Pe 1.21, os homens, e em 2Tm 3.16, a Escritura, diz-se serem inspirados; na verdade, não
poderíamos ficar satisfeitos, considerando inspirados os homens, e não os seus escritos, porque a
inspiração pessoal deve, necessariamente, exprimir-se pela escrita, se é certo que tem de perpetuar-
se. A vida estender-se por toda parte do corpo, e não podemos realmente fazer distinção entre o
espírito e a forma, entre a substância e o molde.

Todavia, a expressão "inspiração verbal" precisa ser cuidadosamente determinada contra


qualquer noção errônea. A possibilidade de haver má compreensão faz que muitos cristãos prefiram a
frase "inspiração plenária". A inspiração verbal não significa um ditado mecânico, como se os escritores
fossem instrumentos meramente passivos: ditar não é inspirar. A inspiração verbal estabelece até que
ponto vai a inspiração, estendendo-se tanto à forma como à substância. Diz-nos o "que é", e não
"como é", não nos sendo explicado o método da operação do Espírito Santo, mas somente nos é dado
conhecer o resultado. Deus fez uso das características natural de cada escritor, e por um ato especial
do Espírito Santo, habilitou-os a comunicar ao homem, por meio da escrita, a Sua divina vontade.
Observa-se esta associação do divino e do humano nas passagens como estas: Mt 1.22; 2.15; At
1.16; 3.18; 4.25. A operação do Espírito Santo junta-se com a atividade mental do escritor, operando
por meio dele e guiando-o. Ainda que não saibamos explicar o modo de tal operação, conhecemos os
seus resultados. Certamente esta maneira de ver a respeito da inspiração refere-se somente aos
escritos, como eles saíram das mãos dos escritores originais. Os manuscritos originais não foram
preservados e por isso precisamos do auxílio de um minucioso criticismo textual de tal maneira que
possamos aproximar-nos tanto quanto possível do tempo e das circunstâncias dos autógrafos.

Esta maneira de compreender a inspiração pode ser justificada pelas seguintes considerações:

a) O uso atual da Bíblia, na vida e obra da Igreja cristã, sendo acentuada a sua autoridade no
ensinamento verbal.

b) Uma ponderada e sábia exegese em todos os tempos, mas especialmente em nossos dias.

c) O recurso à Bíblia em todos os assuntos de controvérsia.

d) A crença sobre este ponto nos tempos apostólicos e sub-apostólicos.

e) O uso do Antigo Testamento pelos escritores do Novo Testamento, notando-se 284 citações, e
frases como "está escrito".

f) Jesus Cristo acha apoio no Novo Testamento para suas considerações, como em Jo 10.30-36.

g) Os profetas e os apóstolos consideravam-se homens inspirados (2Sm 23.2; Jr 36.4-8; 1Co


2.13; 14.37).

É impossível limitar a inspiração à doutrina, e considerar a história como sujeita a circunstâncias


comuns, pois que doutrina e história estão unidas de tal modo que não podem separar-se. A própria
revelação de Cristo é a de uma pessoa histórica, sendo inseparável os fatos e as doutrinas que lhe
dizem respeito. E diz o Novo Testamento que a história do Antigo Testamento é inspirada e escrita pra
nossa instrução (Rm 4.23,24; 15.4; 1Co 10.6,11).

Sendo a Bíblia uma autoridade para nós, assim a devemos considerar, seja qual tenha sido o
método da inspiração: porquanto o valor da autoridade realmente independente de todas as
particularidades sobre o modo como foi inspirada. É auxiliado o estudo da inspiração pela analogia
entre o Verbo encarnado e a Palavra escrita: ambos são divinos, e também são humanos, embora, em
cada caso, é impossível dizer onde termina o divino e começa o humano. Ambos os elementos ali
estão, reais e inseparáveis, de maneira que, quer se trate de Cristo ou da Bíblia, podemos dizer que
tudo é perfeitamente humano e tudo é absolutamente divino.
O Nascimento Virginal de Cristo
A doutrina do nascimento virginal é baseada, essencialmente, em duas referências bíblicas
explícitas — Mateus 1:18-25 e Lucas 1:26-38. No entanto, há outras passagens no Novo Testamento
que alguns alegam referir ou pressupor o nascimento virginal, e existe a profecia de Isaías 7.14 que é
citada por Mateus (1.23). Mas mesmo levando essas passagens em consideração, o número de
referências relevantes é bem pequeno, comparado com outras doutrinas bíblicas que geraram
controvérsia semelhante, que trazem um número maior – como a divindade de Cristo, por exemplo. O
fato de a Bíblia afirmar o nascimento virginal não uma, mas duas vezes, no entanto, é prova
suficiente. Uma vez que cremos que a Bíblia é inspirada e autorizada, Mateus 1 e Lucas 1 convencem-
nos de que o nascimento virginal foi fato.

Portanto, a doutrina do nascimento virginal baseia-se nas seguintes passagens das Escrituras:
Is 7.14; Mt 1.18, 20; Lc 1.34, 35, e também é favorecida por Gl 4.4. Esta doutrina foi confessada na
igreja desde os primeiros tempos. O Credo Apostólico, resumo das crenças da Igreja Primitiva, já dizia:
“Creio em Deus Pai, Todopoderoso, Criador do Céu e da terra. Creio em Jesus Cristo, seu único Filho,
nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria”.

A pergunta 35 do Catecismo de Heidelberg, relacionado com a declaração credal, diz o seguinte:


O que você entende, quando diz que Cristo "foi concebido pelo Espírito Santo e nasceu da virgem
Maria"? Entendo que o eterno Filho de Deus, que é e permanece verdadeiro e eterno Deus, tornou-se
verdadeiro homem, da carne e do sangue da virgem Maria, por obra do Espírito Santo. Assim Ele é, de
fato, o descendente de Davi igual aos seus irmãos em tudo, mas sem pecado. Mt 1.23; 3.17; 16.16;
17.5; Mc 1.11; Jo 1.1; 17.3, 5; 20.28; Rm 1.3,4; 9.5; Fp 2.6; Cl 1.15, 16; Tt 2.13; Hb 1.3; 1Jo 5.20;
Mt 1.18, 20; Lc 1.31, 42, 43; Jo 1.14; Gl 4.4; 2Sm 7.12; Sl 132.11; Mt 1.1; Lc 1.32; At 2.30, 31; Rm
1.3; Fp 2.7; Hb 2.14, 17; 4.15; 7.26-27.
O Novo Nascimento

O motivo porque é necessário


Jesus falou do novo nascimento a Nicodemos, um dos principais dos judeus, o qual tinha vindo ter
com ele de noite. Jesus lhe disse: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de
novo, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo
velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na
verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no
reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te
maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento sopra onde quer, e ouves a sua
voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito".
(João 3:3-8)
Das palavras de Jesus sobre o novo nascimento se evidência que para entrar e para ver o reino de
Deus é indispensável nascer de novo. As seguintes expressões: "...não pode ver o reino de Deus...
não pode entrar no reino de Deus... Necessário vos é nascer de novo.." o demonstram. Portanto todos
aqueles que querem entrar no Reino de Deus que está nos ceús têm que nascer de novo, de outro
modo ficarão fora dele.
Mas porque é que os homens têm que nascer de novo para poder entrar no Reino de Deus? Porque
eles estão mortos nas suas ofensas e nos seus pecados privados da vida de Deus (cfr. Ef. 2:1). O novo
nascimento é de facto uma ressurreição espiritual que permite àquele que está morto espiritualmente
ressuscitar e tornar-se vivo do ponto de vista espiritual e portanto apto a entrar no Reino de Deus.

Como o se experimenta
Mas como se faz para nascer de novo? Das pregações que Jesus Cristo dirigiu aos Judeus, tendo
presente que as palavras que ele disse a Nicodemos : "Necessário vos é nascer de novo" eram
dirigidas a todos os homens (e não Judeus naturalmente), se evidência que para nascer de novo é
necessário arrependimento e crer no Evangelho conforme o que dizia Jesus aos Judeus: "Arrependei-
vos e crede no evangelho" (Mar. 1:15).
Não é pois necessário o batismo na água para nascer de novo? Não; porque o novo nascimento se
experimenta quando nos arrependemos e cremos no Filho de Deus, e não quando se é imerso nas
águas batismais ou quando se sai fora delas. O Batismo representa o que o crente já experimentou
pela fé no Cristo de Deus, ou seja, o novo nascimento; a imersão é o sepultamento com Cristo, a
saída da água a ressurreição com Cristo.
Alguém dirá: Mas não está porventura escrito que se nasce de novo da água? Sim, mas ela não é a
água do batismo, mas a Palavra de Deus que na Escritura é simbolizada pela água conforme está
escrito aos Efésios: "Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar,
purificando-a com a lavagem da água, pela palavra" (Ef. 5:25,26), e também em Isaías: "Assim como
desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não torna, mas rega a terra, e a faz produzir, e brotar, e dar
semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: ela não
voltará para mim vazia, antes, fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei" (Is. 55:10-
11). Notai com quanta clareza a Palavra de Deus é comparada à água que desce do céu para regar a
terra e fazê-la brotar. Ora, João disse que "aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus" (João.
3:34), e de facto, Jesus, enviado por Deus, desceu do céu e anunciou-nos o que ele ouvira de seu Pai,
isto é, a Boa Nova do Reino de Deus. E nós que estavamos mortos nas nossas ofensas, fomos
regenerados exactamente pela Palavra da Boa Nova nos anunciada por Cristo, conforme está escrito:
"Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus,
viva, e que permanece para sempre... E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada" (1 Ped.
1:23,25) e também: "Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra de verdade" (Tiago. 1:18). A
palavra de Deus nos anunciada por Cristo é portanto o poder regenerador. Eis porque Jesus um dia
disse: "As palavras que eu vos disse são espírito e vida" (João. 6:63). E porventura não é verdade que
o evangelho da Graça de Deus nos vivificou comunicando-nos aquela vida da qual nós estavamos em
tempos privados? Sim, é esta a verdade; nós nascemos de novo pela Palavra de Deus. Mas como
disse Jesus, é preciso também nascer do Espírito de Deus. Vamos pois falar também daquilo que fez
o Espírito de Deus para nos fazer renascer. Quando nós ouvimos a Palavra da Graça, o Espírito nos
convenceu quanto ao pecado, à justiça, e ao juízo e de facto o Espírito Santo foi enviado do céu
também para fazer esta obra de convencimento conforme o que disse Jesus antes de ser glorificado:
"E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. Do pecado, porque não
crêem em mim; Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque já o
príncipe deste mundo está julgado" (João 16:8-11). Irmãos, foi o Espírito Santo que nos convenceu
de ser pecadores e incrédulos; nós, antes de nascer de novo considerávamos (apoiados no nosso falso
discernimento) não ser pecadores que mereciam ir para o fogo eterno, porque também nós eramos
escravos do pecado; nós não falavamos como deviamos porque éramos também nós filhos da
rebelião; havia quem dizia: “Mas que mal fiz para merecer o juízo de Deus?’, quem: ‘não mato, não
roubo, não blasfemo, do que tenho que me arrepender se não tenho pecados?’, enquanto a Palavra de
Deus dizia e diz ainda: "Tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; como está
escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque
a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem
um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente; peçonha de
áspides está debaixo de seus lábios cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são
ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; e não conheceram o
caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos" (Rom. 3:9-18; Sal. 14:1-3; 5:9; 140:3;
10:7; Is. 59:7,8; Sal. 36:1). Mas Deus foi paciente conosco e esperou que nós reconhecessemos
diante d`Ele ser pecadores, que nos arrependessemos e que o invocássemos para que Ele tivesse
piedade de nós. Quantos de nós antes de crer no Senhor diziam crer? Muitos; mas não eramos crentes
mas incrédulos, porque não tinhamos ainda crido com o nosso coração no Evangelho. Com efeito
nós, quando diziamos: “Eu creio”, queriamos dizer: “Também eu ouvi falar dele”; para nós ter
ouvido falar do evangelho e crer no evangelho era a mesma coisa, enquanto há uma grande diferença
entre ter somente ouvido falar de Cristo (sem crer nele), e ter ouvido falar dele e ter crido nele com
todo o coração; no primeiro caso está-se ainda perdido, no segundo está-se salvo com a certeza de ter
a vida eterna. Nós todos, antes de nascer de novo eramos rebeldes e malvados, mas graças damos a
Deus que pelo seu Espírito, primeiro nos convenceu quanto ao pecado, depois nos vivificou; "O
Espirito é vida" (Rom. 8:10) e Ele nos vivificou conforme está escrito: "O Espírito é o que vivifica"
(João. 6:63). Muitos sustentam que todos os homens são filhos de Deus, o que equivale a dizer que
todos os homens são nascidos de Deus, mas esta afirmação é falsa porque a Escritura ensina que só
aqueles que estão no caminho da salvação são filhos de Deus; todos os homens foram criados por
Deus mas nem todos os homens foram regenerados por Deus. Jesus disse: "Larga é a porta, e
espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a
porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem" (Mat. 7:13,14); Nós
sabemos que a porta é Cristo, porque Jesus disse: "Eu sou a porta; se alguém entrar por mim salvar-
se-á" (João. 10:9), e que o caminho que leva à vida é também Jesus Cristo, porque ele disse: "Eu sou
o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (João 14:6), mas sabemos
também que são poucos os que encontram o caminho que leva à vida e que o seguem, o que significa
que o número daqueles que são nascidos de Deus e que estão sobre o caminho da salvação é pequeno
comparado ao número dos incrédulos que caminham sobre o caminho da perdição. A Escritura
ensina que só os que receberam Cristo Jesus são filhos de Deus, de facto está escrito: “Mas, a todos
quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;
os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de
Deus" (João 1:12,13), e ainda: "Todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus" (Gal. 3:26). É
crendo em Jesus Cristo que o homem se torna filho de Deus por isso os incrédulos não são filhos de
Deus mas filhos do diabo porque não crêem no nome do filho de Deus e para confirmar-vos isto
recordo-vos o que Jesus disse àqueles judeus que não criam nele e que queriam matá-lo; ele disse-
lhes: "Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai" (João. 8:44). O
apóstolo Paulo, em Chipre, chamou àquele falso profeta judeu de nome Bar-Jesus (que procurava
desviar o procônsul da fé) ‘filho do diabo’. Nós sabemos que os falsos profetas são filhos do diabo
porque não crêem no Filho de Deus e procuram desviar da fé os que creram no Senhor. Jesus, quando
explicou a parábola do joio do campo, disse aos seus discípulos: " O que semeia a boa semente é o
filho do homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino e o joio são os filhos do
maligno; o inimigo que o semeou, é o diabo" (Mat 13:37-39); das palavras do Senhor se entende
claramente que neste mundo há os filhos de Deus e os filhos do diabo, por isso não podemos dizer
que todos os homens são filhos de Deus.
O novo nascimento é uma experiência real que se está perfeitamente consciente de experimentar
quando ela acontece e se está perfeitamente seguro de tê-la vivido depois que a se experimentou; e
isto apesar de nós não conseguirmos explicar como ele pôde fazer-se na nossa vida porque é uma
obra inescrutável operada por Deus pela sua Palavra e o seu Santo Espírito. Podemos compará-lo à
saída de um morto da sepultura onde tinha sido sepultado; à saída de um prisioneiro de uma prisão, à
saída para a luz do sol de uma pessoa fechada anos em um quarto escuro; a recuperação da vista por
um cego de nascença, a um ser libertado de fortes e pesadas correntes; em suma queremos dizer que
quem o experimentou sabe o que provou quando nasceu de novo porque é uma experiência que
marca a sua existência de maneira radical. O que se experimenta quando se nasce de novo é a
salvação, o perdão de todos os velhos pecados. O desaparecimento portanto daquele sentido de culpa
que aflige o homem sem Deus. Por isso quem nasce de novo está seguro de ter no instante sido salvo,
de ter sido purificado de todos os seus pecados e de não ter mais a consciência que o acusa. E isto
logo produz nele um grande gozo, um gozo profundo que jorra de Cristo que vem morar no seu
coração; e juntamente com o gozo uma paz profunda, verdadeira, que vem ainda de Cristo. Ele torna-
se assim um Filho de Deus; como? Já o vimos; pelo arrependimento e a fé em Cristo. Mas está
seguro de ser um filho de Deus? Com certeza. Com que fundamento pode dizer ser um filho de
Deus? Em virtude daquilo que diz a palavra de Deus; "Mas , a todos quantos o receberam, deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus" (João. 1:12), e ainda: "Vede quão grande amor nos tem
concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus!" (1 João. 3:1); e em virtude do testemunho
do Espírito Santo que veio morar no seu coração de facto está escrito: "Recebestes o Espírito de
adopção de filhos, pelo qual clamamos: Aba! Pai! O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito
que somos filhos de Deus" (Rom. 8:15-16). E portanto ele está seguro de ser um herdeiro de Deus e
um co-herdeiro de Cristo; ele está seguro de ter a vida eterna porque tem no coração aquele que é a
vida eterna; e por isso sabe que quando morrer irá habitar no céu com Cristo e com os outros santos à
espera da ressurreição. Além disso, dizemos que todos os que crêem, sendo que nasceram de novo,
são também sacerdotes de Deus; de facto Pedro depois de ter dito no início da sua primeira epístola:
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia,
nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos..." (1
Ped. 1:3-4), afirma: "Mas vós sois... o sacerdócio real.." (1 Ped. 2:9). Veis? Todos aqueles que foram
gerados de novo, ou seja, que renasceram são sacerdotes de Deus. E portanto todos aqueles que
creram no Filho de Deus são sacerdotes. E, ainda segundo a Escritura, todos aqueles que creram
foram feitos também reis e reinarão com Cristo sobre a terra de facto João diz que Cristo "nos fez
reis e sacerdotes para Deus e seu Pai" (Ap. 1:6), e que ouviu as criaturas viventes e os vinte e quatro
anciãos afirmar: ".. E com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e
povo, e nação; e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra" (Ap. 5:9-
10).

Quantos podem nascer de novo


A este ponto é lícito perguntar-se: “Mas quantos podem nascer de novo?” Todos os que o querem.
Precisamos porém que com esta expressão não entendemos dizer que os que nascem de novo
experimentam o novo nascimento porque o querem eles, porque eles o experimentam porque o quer
Deus de facto está escrito que eles “não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da
vontade do homem, mas de Deus" (João. 1:13), e também: “Segundo a sua vontade, ele nos gerou
pela palavra de verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas” (Tiago 1:18). Com a
expressão acima referida queremos dizer somente que nós não conhecemos o número exacto
daqueles que Deus decretou gerar pela sua Palavra e por isso dizemos a todos os homens que eles
têm que nascer de novo para entrar no Reino de Deus.

Como se reconhecem os nascidos de novo


Ora, mas como se reconhecem os filhos de Deus neste mundo? Como se faz para perceber se alguém
é nascido de Deus?

 Os que são nascidos de Deus são novas criaturas, na sua vida as coisas velhas (isto é os velhos e
maus hábitos ) já passaram e tudo se fez novo de facto está escrito aos Coríntios: “Assim que, se
alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.(2
Cor. 5:17); portanto se alguém diz ser um cristão mas não é uma nova criatura, ele não é nascido de
Deus. Alguns dizem que são cristãos mas não são de todo novas criaturas porque a sua conduta
dissoluta e malvada mostra que eles ainda são filhos da desobediência e escravos de toda a sorte de
concupiscências; João diz: "Quem comete o pecado é do diabo porque o diabo peca desde o
príncipio" (1 João. 3:8) e também: "Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo:
Qualquer que não pratica a justiça não é de Deus..." (1 João 3:10). Também neste tempo há uma raça
de gente que se diz cristã mas adora ídolos e entra em delírio por eles, mas a Escritura diz que
"aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a
verdade" (1 João 2:4), portanto todos os que recusam obedecer ao Evangelho de nosso Senhor Jesus
Cristo não são nascidos de Deus e não são filhos de Deus.

 Os que são nascidos de Deus crêem que Jesus é o Cristo, de facto está escrito: “Todo aquele que
crê que Jesus é o Cristo [do grego christos que significa “Ungido”], é nascido de Deus” (1 João 5:1),
por isso todos os que não crêem que Jesus é o Messias (palavra que deriva de um termo hebraico que
significa “Ungido”) não são nascidos de Deus e não são filhos de Deus

 Os que são nascidos de Deus amam Deus e a irmandade porque está escrito: "Qualquer que ama é
nascido de Deus e conhece a Deus" (1 João 4:7); os que amam por obra e em verdade os irmãos são
nascidos de Deus e conhecem Deus porque Deus é amor, mas "quem não ama permanece na morte...
e não conhece a Deus; porque Deus é amor " (1 João 3:14; 4:8), isso significa que os que nos odeiam,
mesmo se dizem ser cristãos, não são nascidos de Deus. João diz: "Nós sabemos que passamos da
morte para a vida, porque amamos os irmãos" (1 João 3:14). Nós, antes de conhecer Deus não
amavamos os irmãos, eles não eram pessoas que nos agradavam, com as quais amavamos estar e
falar, nós não gostavamos visitar e ajudar os irmãos, porque estavamos na morte; nós que estavamos
mortos desejávamos estar e falar com aqueles que estavam mortos como nós, nós tinhamos orgulho
de ser amigos e companheiros dos pecadores e amavamos o seu perverso modo de viver e de falar,
mas graças sejam dadas a Deus que nos fez renascer; no dia que nascemos de novo a nossa mente foi
renovada pelo Espírito Santo e nós começamos a amar os santos, pelo amor de Deus derramado nos
nossos corações pelo Espírito. Mas então, porque é que também nesta nação, muitos dizem ser
cristãos e nos odeiam, nos desprezam, nos olham mal, não gostam de estar conosco, nem falar
conosco e nos definem uma “seita” como se fossemos os seguidores de um qualquer impostor? A
razão é que estes estão nas trevas mesmo se dizem estar na luz; eles são do mundo e nos odeiam
porque nós não somos do mundo, de facto Jesus disse: "Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o
que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo
vos odeia” (João 15:19). Irmãos, Cristo nos resgatou do presente século mau, por esta razão os que
são deste mundo de trevas nos odeiam; eles dizem ser cristãos como nós e dizem ter o mesmo Pai
nosso, mas não são de Deus mas do diabo.

 Os que são nascidos de Deus estão seguros de ter sido perdoados de todos os seus pecados e de
terem a vida eterna, porque creram no Filho de Deus; está escrito: “Porque nele nós temos a
redenção pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça..." (Ef. 1:7), por
isso nós que somos de Deus fomos purificados dos nossos pecados porque eles nos foram perdoados
pela fé em Cristo. Todos os que dizem que quando morrerem irão para o purgatório para serem
purgados dos seus pecados não são nascidos de Deus e não são dos nossos porque a Escritura diz:
"Se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus
Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 João 1:7); o purgatório não existe e os que crêem
na sua existência enganam-se a si mesmos. Os que dizem que vão confessar os seus pecados aos
padres e que fazendo assim os seus pecados lhes são perdoados não são nascidos de Deus e enganam-
se a si mesmos, porque o padre não tem o poder de perdoar a um homem os pecados que ele cometeu
contra Deus. A Escritura ensina que só Deus pode perdoar os pecados ao pecador, conforme está
escrito: "Ele é o que te perdoa todas as tuas iniquidades" (Sal. 103:3). Os que vão confessar-se aos
padres não são de modo nenhum purificados dos seus pecados, de facto continuam a ter consciência
de pecado, porque a confissão dos pecados, o pecador a deve fazer a Deus para ser perdoado e para
renascer, conforme está escrito: "Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu
perdoaste a maldade do meu pecado" (Sal. 32:5). Nós que somos nascidos de Deus temos a vida
eterna porque cremos no Filho de Deus; Jesus disse: "Aquele que crê em mim tem a vida eterna"
(João. 6:47) e João nos escreveu: "Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de
Deus, para que saibais que tendes a vida eterna (1 João. 5:13). Se alguém diz ser um Cristão, mas diz
de não ter a vida eterna não é nascido de Deus; muitos nos consideram presunçosos porque dizemos
de ter a vida eterna mas o que dizemos é a verdade, porque está escrito: "Deus nos deu a vida eterna;
e esta vida está em seu Filho" (1 João 5:11). Os que dizem ser Cristãos mas ao mesmo tempo dizem
que não têm a vida eterna porque estão ainda fazendo do seu melhor para ganhá-la não são nascidos
de Deus; a vida eterna não pode ser ganha fazendo boas obras porque ela não está à venda; a vida
eterna não é a recompensa que Deus dá ao pecador que se esforça para a conseguir ganhar, mas o seu
dom que Ele dá gratuitamente a todos os que se arrependem e crêem em Jesus Cristo, conforme está
escrito: "O dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor" (Rom. 6:23).
Justificação pela Fé
Na igreja do século XVI havia basicamente três interpretações diferentes sobre a justificação do ser
humano diante de Deus. Primeiro, como era comum entre as pessoas religiosas da época, existia o entendimento
de que Deus olha com favor para aqueles que fizeram o seu melhor para obedecer à lei divina. Ele recompensa as
boas obras e pune as obras más. Na terminologia teológica, esse homem tem participação “ativa” na justificação,
porque ele se torna aceitável diante de Deus quando ele é justo nas suas ações, ou seja, se o seu comportamento
está de acordo com o que a lei divina requer. Em segundo lugar, havia o ensino oficial da Igreja Romana, segundo
o qual o homem é justificado ao ser curado da enfermidade do pecado e da corrupção, tornando-se apto para
amar a Deus e aos homens, e, assim, cumprir a lei. Ele se torna aceitável diante de Deus, ou justo aos olhos do
Senhor, pela renovação que graça produz na vida dele e pelas suas boas obras (ações justas). Assim, o homem é
sujeito “passivo” e “ativo” na justificação. A cura da enfermidade do pecado não ocorre instantaneamente, pois é
preciso tempo para a prática das boas obras, através das quais a vida eterna é merecida. O defensor desta visão
era Agostinho. No terceiro caminho para a justificação, o homem é justificado pela fé, pela redenção que há em
Cristo. O homem que tem seus pecados perdoados e a quem Deus não imputa pecado é justo aos olhos do
Senhor, por causa do sangue e do sacrifício de Cristo, em quem o homem coloca a sua confiança em fé (Rm 3.23-
25; 5.3-6; Hb 10.14). Esse homem é uma nova criatura, criado em Cristo Jesus para boas obras. Mas essas boas
obras são somente o fruto, não o fundamento da justificação (2Co 5.15; Ef 2.8-10; Gl 2.20; 5.6). Neste tipo de
justificação o homem é “passivo”, sendo esta a posição defendida por Martinho Lutero.

Agostinho (354-430) lidou com a justificação do pecador principalmente naqueles escritos contra as
heresias de Pelágio. Foi essencialmente por estes escritos que Lutero foi influenciado na época de sua busca pela
verdade. De acordo com Agostinho, o homem, quando caiu em pecado, voltou-se contra Deus, arrogantemente
desejando ser o seu próprio senhor. Essa rebelião corrompeu tanto a sua natureza que o homem não mais busca o
seu bem – sua alegria e felicidade – em Deus, mas sim em coisas terrenas. Portanto, ele não tem liberdade de
escolha em questões espirituais, porque é escravo de sua carne, e a morte o atormenta. Tudo isso devido ao
pecado. É que a lei de Deus demanda vontade e obediência espontânea. Mas o homem está tão corrompido que
não consegue cumprir essa demanda. A lei, assim, revela a ele a sua fraqueza e pecaminosidade. Quando este
homem ouve a boa nova da graça de Deus, uma fome e uma sede de salvação são criadas nele. Ele começa a orar
por perdão e pela graça regeneradora, que permitirá que ele ame a Deus e ao próximo. Desta forma, o homem
tem sua natureza aflita e vontade curadas, tornando-se capaz de buscar seu bem em Deus e de obedecer seus
mandamentos. O Espírito tem que recriar o coração do homem para tornar a sua vontade livre. A vontade
humana, assim, é divinamente ajudada na busca pela justiça, e o homem recebe o Espírito Santo, que lhe dá
prazer e amor por Deus. Neste caso, a natureza humana é reparada pela graça, e o Espírito da vida escreve a lei
de Deus em nossos corações. Agostinho ensina que o amor direcionado às coisas criadas do mundo é um amor
pecaminoso, cobiçoso; mas quando ele é direcionado para a busca do bem em Deus, esse amor é cristão. O
homem criado por Deus possuía bondade, mas na queda seus desejos passaram a buscar o bem no mundo. O
trabalho principal da graça é curar essa natureza. Agostinho chama isso de renovação, vivificação, regeneração e
justificação. Para ele, justificação significa que o homem é feito justo em relação à sua vontade e comportamento.
Os pensamentos de Agostinho expressados no seu tratado On the Spirit and the Letter foram fundamentais para
Lutero entender a frase “a justiça de Deus”. Na sua exposição de Rm 1.17, “a justiça de Deus se revela no
evangelho”, Agostinho declara: “ele não diz a justiça do homem ou a justiça de sua vontade, mas a justiça de
Deus – querendo dizer não aquela pela qual Ele mesmo é justo, mas aquela com a qual ele dota o homem quando
Ele justifica o ímpio”. Não é que a justificação ocorre sem a nossa vontade; mas nossa vontade se mostra fraca
diante da lei. Assim, a graça cura essa fraqueza, a fim de que nossa vontade possa cumprir a lei. Somos
justificados sem qualquer mérito prévio. Caso contrário, graça não é mais graça, já que a recebemos não porque
praticamos boas obras, mas sim para que sejamos capazes de praticá-las. Justificação é a inscrição da lei nos
corações dos homens pelo Espírito Santo. A justiça não é algo que é recebido por completo, mas um processo
gradual de se tornar justo, onde a vontade humana renovada do homem coopera com a graça de Deus. Segundo
Agostinho, o homem deve constantemente desejar e orar por justiça ou justificação, para que Deus possa dar a
ele mais poder para deixar o mundo para trás e para cumprir a lei em amor e obediência. O homem nunca se
torna totalmente justo nesta vida, mas ele está sempre avançando em direção à justiça. O crente é chamado justo
porque a justiça começou a operar nele. O pecado permanece com a sua atividade no homem, mas não é mais
imputado para culpa, porque Deus perdoa esses pecados.

A concepção de Lutero sobre a justificação pode ser resumida da seguinte forma: a) o homem é justificado
totalmente por Cristo, que se entregou na cruz por todos nós. Os benefícios e frutos do seu sacrifício são perdão e
justificação; b) o homem é justificado pela imputação dessa justiça, preparada e conquistada por Cristo para
benefício do pecador. Um cristão não é aquele que não tem pecado, mas aquele a quem Deus não imputa pecado
por causa da fé em Cristo. Essa absolvição da culpa faz ele ser aceitável diante de Deus e inocente aos seus olhos;
c) o homem é justificado quando ele se apropria e recebe pela fé esse perdão da justiça imputada. A fé não
justifica como uma obra, mas porque ela captura a misericórdia revelada em Cristo; d) justificação não é um
processo gradual, mas um ato instantâneo de Deus pelo qual Ele declara o pecador livre de sua culpa; e) Deus
não somente perdoa pecados e considera o pecador justo, mas Ele também renova o homem e faz com que ele
seja justo em seu coração e vida. Essa renovação, no entanto, ele distingue como a segunda parte da obra de
salvação divina. Enquanto a graça, que não é dividida em pedaços, justifica completamente diante de Deus, os
dons e o Espírito crescem em nós a cada dia, de modo que ainda permanecem em nós a cobiça do mal e o
pecado. Lutero nega definitivamente que quaisquer mudanças possíveis em nós pertençam à justificação. A
obediência não está envolvida na justificação, porque Paulo recebeu perdão de pecados antes mesmo de sua
obediência. O propósito final da obra de salvação divina é a completa renovação do homem, mas isso só ocorrerá
na eternidade; f) a correta distinção entre Lei e Evangelho está ligada à doutrina da justificação. O objetivo da lei
espiritual é trazer convicção de pecado ao coração do homem, preparando-o para receber o evangelho da graça. O
cumprimento da lei através do amor a Deus e ao próximo não pertence à justificação, mas à santificação. O
Espírito cria no homem a atitude correta em relação a Deus e ao próximo. Justificação e renovação devem ser
claramente distinguidas, mas não separadas uma da outra. Deus nunca justifica o homem sem renová-lo; e Ele
nunca renova o ser humano sem justificá-lo.

Agostinho acredita que o homem é justificado por cumprir a lei de Deus através do poder que ele recebe.
Já Lutero ensina que o homem deve primeiro ser justificado pela fé em Cristo. Somente então é possível para ele
empenhar-se para cumprir a lei em amor e obediência. Na visão agostiniana, a justificação é uma realização
futura. O cristão deve se esforçar por isso continuamente, sempre permanecendo em humildade, orando por
misericórdia e se empenhando para se ajustar à lei. Na visão de Lutero, a justificação é uma realidade presente,
pois é recebida na sua plenitude pela fé. Somente na santificação o esforço contínuo é necessário. O pesar pela
presença do pecado e da falta de justiça é uma característica da fé agostiniana, enquanto que a alegria pela
salvação e a perfeita justiça em Cristo têm lugar central na fé de Lutero. Na fé agostiniana, a presença do pecado
tende a destruir a certeza da salvação, já que a pecaminosidade é equivalente à falta de justiça; na fé luterana o
pecado não causa (ou não deveria causar) dúvida devido à completa, total e suficiente justiça de Cristo. Ambos
concordam sobre a necessidade de uma luta constante contra o pecado e da mortificação diária da carne.
A Igreja Romana desenvolveu e modificou a doutrina de Agostinho sobre a justificação em diversos aspectos, mas
basicamente ela ainda é agostiniana. No Concílio de Trento (1545-63), a Igreja Romana definiu sua doutrina
contra os ensinos da Reforma. Teólogos protestantes seguidamente têm se confundido com essas similaridades,
pois não é simples a diferença de ênfase que separa esses ensinamentos.
COMO VIVER UMA VIDA SANTA?
Mateus 5:8 - Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.

Se não fosse viver uma vida santa, Deus não nos teria ordenado fazê-lo. Ele disse: "Santos sereis,
porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo" [Levítico 19:2]. Ser santo significa ser separado para
Deus, a própria natureza de Deus define o que é santidade. O fato de estarmos separados para Deus
nos faz santos.

Nós não nos tornamos santos porque fazemos boas coisas, nós somos feitos santos através da fé em
Cristo, à medida que nós somos salvos, pela fé. Pouco a pouco, ao crescermos e vivermos com o
Senhor, tornamo-nos mais iguais a Ele [ II Coríntios 3:18].

A medida que olhamos para o Senhor Jesus, pensamos no Senhor Jesus, estudamos acerca de Jesus,
oramos a Jesus e buscamos seguir seus exemplos, nós nos tornamos iguais a Ele. Então, começamos a
pensar e agir como Ele, os crentes se tornam como Ele porque eles são separados para Ele, essa é a
verdadeira santidade.

Se você for um cristão, dentro de dez anos sua vida deveria ser consideravelmente diferente do que ela
é agora. Sua razões e desejos, à medida que você se aproxima dele, devem ser continuamente mais
santas, Jesus disse:"Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus" [Mateus 5:8].

Nós podemos atingir um grau de pureza nessa vida, isso vem de Deus, à medida que nos aproximamos
mais dele e nos tornamos mais semelhantes a Ele. Embora a perfeição não seja totalmente atingível
nessa vida, isso é algo que devemos estar constantemente buscando e lutando para obter, pois a
maturidade cristã e um viver santo significam viver responsavelmente como um filho ou uma filha de
Deus. A santidade também é prática, a santidade madura é vista em pessoas que pararam de se
preocupar com as próprias necessidades e metas e entraram na visão global de seu Pai Criador, para
que eles possam transformar um mundo ferido. A santidade atinge a maturidade quando nós saímos
como agentes de Cristo a fim de cumprir os alvos da oração do Senhor [Mateus 6:10].

Santidade

Santidade é o principal atributo de Deus e uma qualidade a ser desenvolvida em seus seguidores.
"Santidade" e o adjetivo "santo" aparecem muitas vezes na Bíblia.
No Velho Testamento, a primeira palavra para santidade significa cortar ou separar.
Fundamentalmente, santidade é um corte ou separação de algo impuro e consagração ao que é puro.

SANTIDADE NO VELHO TESTAMENTO

No Velho Testamento, santidade, quando aplicada a Deus, se refere ao seu domínio sobre a
Criação e à perfeição moral de Seu caráter. Deus é santo na medida em que Ele é completamente
distinto da sua criação e exerce soberana majestade e poder sobre ela. Sua santidade é um tema de
vulto nos Salmos (Salmo 47:8) e nos Profetas (Ezequiel 39:7), onde "santidade" emerge como
sinônimo para o Deus de Israel. As Escrituras dão a Deus os títulos "Santo" (Isaías 57:15), "o que é
Santo" (Jó 6:10; Isaías 43:15) e "Santo de Israel" (Salmo 89:18; Isaías 60:14).

No Velho Testamento, santidade de Deus significa que o Senhor é separado de tudo que é mal e
corrompido (Jó 34:10). Seu caráter santo é o padrão de absoluta perfeição moral (Isaías 5:16).
A santidade de Deus - sua majestade transcendente e pureza de caráter - é habilmente apresentada
no Salmo 99. Os versos 1-3 retratam a distância de Deus das coisas terrenas, e 4-5 enfatizam sua
separação do pecado e do mal. Também no Velho Testamento Deus ordenou santidade nas vidas das
pessoas. Através de Moisés, Deus disse a Israel, "Santos sereis, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou
santo." (Levítico 19:2).
A santidade descrita no Velho Testamento tem dois sentidos:

1. Exterior ou cerimonial.

2. Interior ou moral e espiritual.

A santidade cerimonial do Velho Testamento descrita no Pentateuco (os cinco primeiros livros
do Velho Testamento) incluía rituais de dedicação ao serviço de Deus. Assim sacerdotes e levitas eram
santificados por um ritual complexo (Êxodo 29:1), como foram os hebreus nazireus (Números 6:1-21).

Profetas como Eliseu (II Reis 4:9) e Jeremias (Jeremias 1:5) também foram santificados para
um ministério profético especial em Israel.

Mas o Velho Testamento também dirige atenção para os aspectos íntimos, morais e espirituais
da santidade. Homens e mulheres, criados à imagem de Deus, são chamados a cultivar a santidade do
caráter de Deus nas suas próprias vidas (Levítico 19:2).

No Novo Testamento a santidade cerimonial proeminente no Pentateuco passa para um


segundo plano. Muito do Judaísmo no tempo de Jesus procurava a santidade cerimonial pelas obras
(Marcos 7:1-5), logo o Novo Testamento enfatiza a dimensão ética da santidade em vez da dimensão
externa. (Marcos 7:6-12).

Com a vinda do Espírito Santo, a igreja primitiva percebeu que a santidade da vida era uma
realidade interna profunda que deveria governar as atitudes e pensamentos de um indivíduo em
relação a pessoas e objetos do mundo exterior.

SANTIDADE NO NOVO TESTAMENTO

A palavra grega usada no Novo Testamento equivalente à hebraica para santidade significa um
estado interior de liberdade de falha moral e relativa harmonia com a perfeição moral de Deus.
A expressão "semelhança de Deus" contém o sentido da palavra original grega para santidade. Há uma
outra palavra grega que descreve o conceito de santidade dominante no Velho Testamento como
separação exterior do mundo e dedicação ao serviço de Deus. Porque os escritores do Novo
Testamento assumiram o retrato de deidade do Velho Testamento, santidade é atribuída a Deus em
poucos de seus textos.

Jesus afirmou a natureza ética de Deus quando ensinou seus discípulos a orar que o nome do
Pai deve ser honrado pelo que Ele é, "Santificado seja o teu nome" (Mateus 6:9).

No livro do Apocalipse a perfeição moral do Pai é descrita com a atribuição tríplice de santidade
emprestada de Isaías: "Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, aquele que era, que é e
que há de vir." (Apocalipse 4:8). Lucas, entretanto, contemplou a santidade de Deus nos termos do
conceito dominante no Velho Testamento de Sua transcendência e majestade (Lucas 1:49).
O BATISMO COM OU NO ESPÍRITO SANTO

Ao irmão em Cristo, Pacheco.

A Graça e a Paz do nosso Senhor e salvador Jesus Cristo! É com imensa satisfação que
responderei suas perguntas. “[...] que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos
conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele [...]” (Ef.1:17).

Sou da IGREJA EVANGÉLICA MISSIONÁRIA NO JANGA. Somos de fé Reformada, nossa Confissão é a


Belga de 1561. Cremos no batismo com ou no Espírito Santo. O que acontece é que houve uma
apostasia da fé Reformada e muitos pastores não estão preocupados com o crescimento
espiritual das ovelhas, estão mais preocupados com os seus bens do que com o seu bem estar
espiritual. Estão dando palha, pregando um evangelho falsificado corrompido com toda sorte de
heresias. E o que a Bíblia ensina realmente sobre o batismo com o Espírito Santo? Será que a
maioria dos pastores estão comprometidos com as verdades Bíblicas? Ou estão mais preocupados
em agradar os homens? O batismo com o Espírito Santo acontece no ato da regeneração e não
tem nada a ver com linhguas estranhas. Muitos dizem que o batismo com o Espírito Santo é uma
segunda obra da graça e vem acompanhado do falar em línguas estranhas. Isso estava
acontecendo na igreja de Corinto onde um grupo que falava em línguas e por esse motivo se
achava mais espiritual do que os outros. Porém Paulo se dirige a eles como a carnais, meninos
na fé. Mas, o apóstolo para corrigir o erro doutrinário afirma que todos foram batizados no
mesmo Espírito: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus,
quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito”
(1Co.12:13).
Está claro, quem não for batizado com o Espírito Santo não é salvo, ou seja, não foi alcançado
pela graça salvadora. O batismo é o penhor, o selo, a garantia segura da nossa salvação (cf.
Ef.1:13-14; 4:30).

O Pentecoste foi um acontecimento único, o Espírito foi derramado, conforme profecia


de (Joel 2:28; Isaias 32:15), e permanece até hoje na igreja. Todos os que forem sendo
incorporados ao corpo de Cristo são batizados. O batismo é uma promessa e uma promessa não
é algo que se vá buscar e lutar para conseguir, ao contrário é algo que acontece no tempo
determinado tendo em vista que o Espírito Santo nos é outorgado, imputado (Rm.5:5), o que
significa em última análise que Ele é derramado sem que possamos resistir a sua operação
miraculosa, diz as sagradas Escrituras.

A doutrina Pentecostal é de que o batismo com o Espírito Santo acontece depois que a
pessoa se converte, e se houver uma buscar intensa. Esse batismo não acontece com todos os
crentes, segundo essa doutrina, apenas com os mais espirituais, e será acompanhada do falar
em línguas estranhas a fim de que fique evidenciado que houve realmente o batismo, o que é
antibíblico. A igreja pentecostal, hoje, é composta dos que são e dos que não são batizados com
o Espírito Santo. Porém, a Bíblia diz que todos são batizados no mesmo Espírito, e nem todos
falam em línguas (cf. 1Co.12;28-31). Analisemos, pois, um texto muito importante que irar
esclarecer muitas dúvidas: “No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do
que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete. Mas, não
havendo intérprete, fique calado na igreja [...]”. O apóstolo Paulo não proibia, mas, doutrinou
a igreja no sentido de eliminar tais práticas. Por quê? Primeiro, a igreja era composta de
crentes vindo do judaísmo e do paganismo. As línguas que eles estavam falando em Corinto
eram usadas nos templos pagãos. Ao entrar em estado de estase (nos templos pagãos) muitos
falavam em línguas, que na verdade eram línguas de demônios. As pessoas que viam tudo aquilo
ficavam fascinadas acreditando que eles estavam em contato com os deuses. Essas
manifestações dava um certo destaque espiritual e muitos trouxeram para dentro da igreja essa
bagagem cultural. Todavia, Paulo corrige a falha doutrinando-os de forma a eliminar aquelas
manifestações que não trazia crescimento a igreja. Quando ele diz que fale um de cada vez e no
máximo três e se tiver quem interprete, era por que não havia quem interpretasse.

Será que hoje não estar da mesma forma, ou até pior? Quando entramos em uma igreja e
vemos todos falando em línguas, que é o costume dos Pentecostais, será que Deus está
operando ali? Será que é um mover do Espírito como afirma alguns? Será que o Espírito Santo vai
de encontro ao que está estabelecido em Sua Palavra? Claro que não! Se a bíblia diz que fale no
máximo três e vemos todos falando ao mesmo tempo com certeza não é o Espírito Santo de
Deus, pois Ele não vai de encontro ao que está estabelecido em Sua Palavra. Outros falam e não
interpretam, é Deus que está operando? Não! E o que é tudo aquilo? São obras da carne como
diz o apóstolo Paulo: “Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a
carnais, como a crianças em Cristo” (1Co.3:1). E o que é mais agravante é que o
Pentecostalismo dividiu o Corpo de Cristo, e o que faz isso é a heresia. Vejamos o que diz Tito
3:10: “Evita o homem faccioso[1], depois de admoestá-lo primeira e segunda vez, pois sabes que
tal pessoa está pervertida, e vive pecando, e por si mesma está condenada” (negrito meu).
Toda essa divisão que aconteceu na igreja devido ao movimento Pentecostal enquadra-se nesse
versículo.

[
Dons do Espírito Santo

a) Dons Ministeriais para a Igreja

Dom Definição Textos Exemplos

At 4.33-37; 5.12-42; 9.27;


11.1; 15.1-6;
Apóstolos: Mt 10.2; Mc 3.14
Apóstolo Os diretamente comissionados pelo 1Co 9.5; 12.28,29;
Paulo: Rm 1.1; 1Co 1.1
(especifico) Senhor Jesus para estabelecer a igreja Gl 1.17;
e a mensagem genuína do evangelho. Ef 2.20; 4.11; Pedro: 1Pe 1.1; 2Pe 1.1

Jd 17

Barnabé: At 14.4,14
Qualquer mensageiro biblicamente
At 13.1-3 Andrônico: Rm 16.7
Apóstolo comissionado como missionário ou
1Co 12.28,29 Tito e ouros: 2Co 8.23
(geral) para outras responsabilidades
Ef 4.11 Epafrodito: Fp 2.25
especiais.
Tiago: Gl 1.19

Rm 12.6 Pedro: At 2.14-40; 3.12-26


Os que falavam sob a inspiração do
1Co 12.10; 14.1-33 Paulo: At 13.1,16-41
Espírito Santo, trazendo da parte de
Ef 4.11 Barnabé: At 13.1
Deus uma mensagem para a igreja, e
Profeta 1Ts 5.20,21 Simeão: At 13.1
cuja motivação e preocupação
1Tm 1.18 Ágabo: At 11.27,28; 21.10
principais tinham a ver com a vida
1Pe 4.11 Judas e Silas: At 15.32
espiritual e a pureza da igreja.
1Jo 4.1-3 João: Ap 1.1,3; 10.8-11

Os que receberam dons de Deus para Filipe: At 8.5-8, 26-40


Evangelista Ef 4.11
proclamar o evangelho aos não salvos. Paulo: At 26.16-18

At 14.23; 15.1-6
Rm 12.8
Timóteo: 1Tm 1.1-4; 4.12
Ef 4.11,12
Os escolhidos e dotados por Deus para Tito: Tt 1.4,5
Fp 1.1
Pastor dirigir a igreja e cuidar das suas Pedro: 1Pe 5.1
1Tm 3.1-7; 5.17-20
necessidades espirituais. João: 1Jo 2.1,12-14
Tt 1.5-9
Gaio: 3Jo 1-7
Hb 13.17
1Pe 5.1-5

Rm 12.7 Paulo: At 15.35; 20:20


Os dotados por Deus para esclarecer e Ef 4.11 Barnabé: At 15.35
Mestre explicar a Palavra de Deus para a Cl 3.16 Apolo: At 18.25-28
edificação da igreja. 1Tm 3.2; 5.17 Timóteo: 1Co 4.17
2Tm 2.2,24 Tito: Tt 2.1-3,9,10

At 6.1-6
Os escolhidos e dotados por Deus para
Rm 12.7 Sete diáconos: At 6.5
Diácono prestar assistência prática aos
Fp 1.1 Febe: Rm 16.1,2
membros da igreja.
1Pe 4.11

Paulo: At 20.35
Os dotados por Deus para várias
Socorro 1Co 12.18 Lídia: At 16.14,15
modalidades especificas de auxilio.
Gaio: 3Jo 5-8

1Co 12.7
Os dotados por Deus pra orientar e
Ef 4.11,12 Pedro: At 6.3,4; 11.1-18
Administrador supervisionar atividades diversas da
1Tm 3.1-7 Paulo: At 20.1-35
igreja.
Hb 13.7-17,24

Exortador Os dotados por Deus para motivar Rm 12.8 Barnabé: At 11.23,24


outros cristãos a uma fé mais 1Co 14.3 Paulo: Gl 5.16-26
profunda em cristo, a uma maior 1Ts 5.11,14-22 Judas e Silas: At 15.32
Timóteo: 1Ts 3.2; 2Tm 4.2
dedicação a Ele, a uma manifestação
Tito: Tt 2.6,13
mais plena do fruto do Espírito e a Hb 10.24,25
Pedro: 1Pe 5.1,2
uma separação completa do mundo.
João: 1Jo 2.15-17; 3.1-3

At 2.44,45; 4.34,35 Barnabé: At 4.36,37


Os capacitados por Deus para darem 1Co 16.1-4 Cristãos da Macedônia:
Doador liberalmente dos seus recursos para 2Co 8.9 Rm 15.26,27; 2Co 8.1-5
as necessidades do povo de Deus. Ef 4.28 Cristãos da Acaia:
1Tm 6.17-19 Rm 15.26,27; 2Co 9.2

Paulo: 2Co 1.4


Os chamados por Deus para consolar
Rm 12.8 Cristãos hebreus:
Consolador os aflitos mediante atos de
2Co 1.3-7 Hb 10.34
misericórdia.
Dorcas: At 9.36-39

b) Manifestações do Espírito Santo na vida dos crentes

Uma enunciação do Espírito Santo


Palavra de aplicando a Palavra de Deus, ou a sua At 6.3 Estevão: At 6.10
Sabedoria sabedoria, a uma determinada 1Co 12.8; 13.2,9,12 Tiago: At 15.13-21
situação.

É o Espírito Santo revelando


Palavra de At 10.47,48; 13.2
conhecimento a respeito de pessoas, Pedro: At 5.9,10
Conhecimento 1Co 12.8; 13.2,9,12
circunstâncias, ou verdades bíblicas.

Mt 21.21,22
Centurião: Mt 8.5-13
Fé sobrenatural comunicada pelo Mc 9.23,24
Mulher Enferma: Mt 9.20
Espírito Santo, capacitando o crente a Lc 17.6
Fé Cegos: Mt 9.27-29
crer em Deus, para a realização de At 3.1-8; 6.5-8
Mulher Pecadora: Lc 9.36
milagres. 1Co 12.9; 13.2
Leproso: Lc 17.11-19
Tg 5.14,15

Mt 4.23,24; 8.16
Mc 1.32-34; 6.13
Jesus e Apostolos:
Restauração da saúde de alguém por Lc 4.40,41; 9.1,2
Cura Veja os milagres, acesse:
meios sobrenaturais divinos. Jo 6.2; 14.12
www.vivos.com.br/330.htm
At 4.30;5.15,16
1Co 12.9,28,30

Mt 4.23,24; 8.16
Mc 1.32,33,39
Lc 4.40,41; 9.1
Jo 7.3; 10.25,32 Jesus e Apostolos:
Operação de Poder divino sobrenatural para alterar
At 2.22,43; 4.30 Veja os milagres, acesse:
Maravilhas o curso da natureza
Rm 15.19 www.vivos.com.br/330.htm
1Co 12.10,29
2Co 12.12
Gl 3.5

Lc 12.12
A capacidade momentânea e especial At 2.17,18 Isabel: Lc 1.40-45
para transmitir mensagem, 1Co 12.10; 13.9 Maria: Lc 1.46-55
Profecia advertência, exortação ou revelação Ef 4.11 Zacarias: Lc 1.67-79
da parte de Deus sob a direção do 1Ts 5.20,21 Pedro: At 2.14-40; 4.8-12
Espírito Santo. 2Pe 1.20,21 Ágabo: At 21.10,11
1Jo 4.1-3

Capacidade especial para julgar se


Discernimento de Pedro: At 8.18-24
profecias e enunciações sobrenaturais 1Co 12.10; 14.29
espíritos Paulo: At 13.8-12; 16.16
outras, provém do Espírito Santo.
Expressar-se a nível do espírito, sob a Discípulos: At 2.4-11
Falar em outras influência direta do Espírito Santo, 1Co 12.10,28,30; Cornélio: At 10.44,45
Línguas numa língua que a pessoa não 13.1; 14.1-40 Crentes: At 19.2-7
aprendeu e nem conhece. Paulo: 1Co 14.6,15,18

Capacidade especial para interpretar o


Interpretação de 1Co 12.10,30;
que é falado em línguas estranhas,
Línguas 14.5; 13.26-28
pelo Espírito Santo.
Segunda Vinda de Cristo
“Então se verá o Filho do homem vindo Numa nuvem. Com poder e grande glória.” Lc 21.27

A seguir relaciono uma série de texto a respeito da breve volta de Cristo. Abra sua Bíblia e em oração
e na sensibilidade ao Espírito Santo medite na Palavra.
Não faço comentários, pois a Bíblia não diz literalmente como será este retorno, e prefiro não entrar na
área das suposições. Mas afirmo sem medo de errar: “Cristo voltará!
Veja:
"Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do
Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu." Mt 26.64;
"E lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós
foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir" At 1.11;
"E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim
também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá
segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação." Hb 9.27,28

A volta está próxima, Prepare-se!”

1) Ela é predita e descrita pelos:

a) Profetas:
"Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho
do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele." Dn 7.13 "Quanto a estes foi
que também profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor entre suas
santas miríades..." Jd 14
b) Pelo próprio Cristo:
"Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no
trono da sua glória;" Mt 25.31;
"E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu
estou, estejais vós também." Jo 14.3
c) Pelos Apóstolos:
"a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já
vos foi designado, Jesus." At 3.20;
"que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até à manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo."
1Tm 6.14
d) Pelos Anjos:
"E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de
branco se puseram ao lado deles e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as
alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir." At 1.10,11

2) Denominada de:

a) Tempos de refrigério:
"Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados," At 3.19
b) Tempos de restauração:
" ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de todas as coisas, de que
Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade." At 3.21 com "na esperança de que
a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de
Deus." Rm 8.21
c) Últimos tempos:
"5 que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se
no último tempo." 1Pe 1.5
d) Revelação de Jesus:
"Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está
sendo trazida na revelação de Jesus Cristo." 1Pe 1.13
e) Dia vindouro de Deus:
"Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo
procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus,
incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão." 2Pe 3.11,12
f)Dia de nosso Senhor Jesus:
"...vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo." 1Co
1.8

3) Será:

a) Entre nuvens:
"Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o
Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória." Mt 24.30 mais: Mt 26.64;
Ap 1.7
b) Na glória de Deus:
"Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a
cada um conforme as suas obras." Mt 16.27
c) Na sua própria glória:
"Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no
trono da sua glória;" Mt 25.31
d) Em fogo:
" em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não
obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus." 2Ts 1.8
e) Com poder:
"Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o
Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória." Mt 24.30
f) Da forma como subiu:
"Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus
olhos. E lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre
vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir." At 1.9,11
g) Acompanhada por anjos:
"Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a
cada um conforme as suas obras." Mt 16.27; mais: Mt 25.31; Mc 8.38; 2Ts 1.7
h) Com seus santos:
"pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite."
1Ts 5.2;
"Eis que veio o Senhor entre suas santas miríades," Jd 14
i) Subitamente:
"para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo." Mc 13.36
j) Inesperada:
"Por isso vocês também fiquem vigiando, pois o Filho do Homem chegará na hora em que vocês não
estiverem esperando." Mt 24.44; mais: Lc 12.40; 1Ts 5.2; 2 Pe 3.10; Ap 16.15
k) Como o relâmpago:
"Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda
do Filho do Homem." Mt 24.27
l) Com ressurreição de mortos:
"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a
trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro." 1Ts 4.16
m) Com arrebatamento:
"depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para
o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor." 1Ts 4.17

4) Com o propósito de:

a) Completar a salvação dos santos:


"assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos,
aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação." Hb 9.28;
"que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no
último tempo." 1Pe 1.5
b) Trazer à luz as coisas ocultas das trevas:
" Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena
luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada
um receberá o seu louvor da parte de Deus." 1Co 4.5
c) Julgar:
"Vem o nosso Deus e não guarda silêncio; perante ele arde um fogo devorador, ao seu redor esbraveja
grande tormenta. Intima os céus lá em cima e a terra, para julgar o seu povo." Sl 50.3,4 com "E o Pai
a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento." Jo 5.22; "Conjuro-te, perante Deus e Cristo
Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino:" 2Tm 4.1; mais: Jd
15; Ap 20.11-13
d) Reinar:
" A lua se envergonhará, e o sol se confundirá quando o SENHOR dos Exércitos reinar no monte Sião e
em Jerusalém; perante os seus anciãos haverá glória." Is 24.23;
"Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o
servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído." Dn
7.14;
"O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou
de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos." Ap 11.15
e) Destruir a morte:
"Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O último inimigo
a ser destruído é a morte." 1Co 15.25,26

5) Os eleitos:

a) Devem considerá-la como eminente:


" Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das
armas da luz." Rm 13.12;
"Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor." Fp 4.5;
"Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas
orações." 1Pe 4.7
b) A Benção de estarem preparados:
"Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim." Mt 24.46;
"Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, os encontre vigilantes; em verdade
vos afirmo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá. Sabei, porém,
isto: se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a
sua casa." Lc 12.37,39
c) Amam-na:
" Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não
somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda." 2Tm 4.8
d) Esperam-na:
"Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,"
Fp 3.20;
"aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo
Jesus." Tt 2.13
e) Aguardam-na:
"de maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus
Cristo, o qual também vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor
Jesus Cristo." 1Co 1.7,8;
"e para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos
livra da ira vindoura." 1Ts 1.10
f) Apressam-na:
"esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão
desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão." 2Pe 3.12
g) Oram por ela:
"Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor
Jesus!" Ap 22.20
h) Preparados:
"Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá."
Mt 24.44; mais: Lc 12.40
i) Vigilantes:
"Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor." Mt 24.42; mais: Mc 13.35-37;
Lc 21.36
j) Aguardam-na pacientemente:
"Ora, o Senhor conduza o vosso coração ao amor de Deus e à constância de Cristo." 2Ts 3.5; "Sede,
pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso
fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós também pacientes e fortalecei o
vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima." Tg 5.7,8
k) Preservados:
"Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de
Cristo Jesus." Fp 1.6;
"O Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele,
glória pelos séculos dos séculos. Amém!" 2Tm 4.18;
"que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no
último tempo." 1Pe 1.5;
"Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação,
imaculados diante da sua glória," Jd 24
l) Não se envergonham da mesma:
"Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e
dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda." 1Jo 2.28;
"Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois,
segundo ele é, também nós somos neste mundo." 1Jo 4.17
m) Serão semelhantes a Cristo:
"o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a
eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas." Fp 3.21;
"Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos
que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é."
1Jo 3.2
n) Aparecerão com Ele:
"Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele,
em glória." Cl 3.4
o) Receberão a coroa:
"Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não
somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda." 2Tm 4.8;
"Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória." 1Pe 5.4
p) Reinarão com Ele:
" O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos
santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão."
Dn 7.27;
"se perseveramos, também com ele reinaremos..." 2Tm 2.12;
"e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra." Ap 5.10; mais: Ap
20.6 e 22.5

6) O Lar Celestial: Ap 21 e 22; Jo 14

a) Um tesouro:
"mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não
escavam, nem roubam;" Mt 6.20
b) Há registro dos Eleitos:
"Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está
arrolado nos céus." Lc 10.20
c) Lugar reservados para todos os eleitos:
"Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos
lugar." Jo 14.2
d) Cristo ali entrou:
"Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava
à sua direita, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus." At
7.55,56
e) Edificado por Deus:
"Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um
edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus." 2Co 5.1;
"porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador.
" Hb 11.10
f) Reunião de todos os eleitos:
"Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações,
tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas,
com palmas nas mãos." Ap 7.9
g) Obediência, condição de entrada:
"Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista
o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas." Ap 22.14

7) Os habitantes do Céu:

a) Um grande exercito:
"Só tu és SENHOR, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela
há, os mares e tudo quanto há neles; e tu os preservas a todos com vida, e o exército dos céus te
adora." Ne 9.6;
"Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades
estavam diante dele; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros." Dn 7.10;
"Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis
hostes de anjos, e à universal assembléia" Hb 12.22;
"Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número
era de milhões de milhões e milhares de milhares," Ap 5.11,
"Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na
fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai." Ap 14.1,
"Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões,
dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso." Ap 19.6
b) Os Escolhidos de Deus:
"Muitos virão do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul e tomarão lugares à mesa no reino de
Deus." Lc 13.29,
"mas os que são havidos por dignos de alcançar a era vindoura e a ressurreição dentre os mortos não
casam, nem se dão em casamento. Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são
filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição." Lc 20.35,36;
"Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão
de branco junto comigo, pois são dignas." Ap 3.4,
"Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e
donde vieram? Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da
grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, razão por que se
acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta
no trono estenderá sobre eles o seu Tabernáculo. Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá
sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e
os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima." Ap 7.13-17,
"Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista
o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas." Ap 22.14

Esteja pronto para encontrar-se com o Senhor Jesus. Vida santa, reta e cheia do Espírito
Santo!
O TRIBUNAL DE CRISTO
Na sequência dos eventos escatológicos, dois deles subsequentes ao arrebatamento da Igreja
acontecerão no céu: o tribunal de Cristo e as bodas do Cordeiro. Os eventos na Terra depois do
arrebatamento da Igreja já aconteceram durante a Grande Tribulação. Nesta seção, trataremos
especialmente sobre o tribunal de Cristo, período de julgamento das obras dos santos
arrebatados para a presença de Cristo.

 O QUE É O TRIBUNAL DE CRISTO


O apostolo Paulo descreve em 1 Co 3.9-15, o cristão como um construtor que usa vários tipos de
materiais numa construção. Assim, no sentido espiritual, o valor do seu trabalho vai depender dos
materiais que ele usara para construir sua obra. Paulo adverte: “cada um veja como edifica” (1 Co
3.10). A construção do cristão precisa ser feito sobre um fundamento eficaz e correto, e com
materiais de qualidade que dêem sustentação à sua vida espiritual.
Duas palavras distintas na língua original do Novo Testamento esclarecem bem o sentido da
palavra tribunal: criterion, conforme está em Tg 2.6 e 1 Co 6.2,4; e bimá, encontrada em 2 Co
5.10, (também em Ne 8.4). O termo criterion significa “instrumento ou meio para provar ou julgar
qualquer coisa”. Ou seja: “a regra pela qual alguém julga”, ou “o lugar onde se faz o juízo”, o
tribunal de um juiz ou de juízes. O termo bimá comumente significa uma “plataforma ou um banco
de assento onde o juiz julga”. Havia naqueles tempos tribunais militares e, também, o tribunal
(bimá ou assento) da recompensa, especialmente utilizado nos jogos gregos de Atenas. Os
atletas vencedores eram julgados perante o juiz da arena e galardoados por suas vitórias.

 ASPECTOS GERAIS DO TRIBUNAL DE CRISTO


 O tempo. É lógico que o tribunal não pode acontecer5 logo após a morte de qualquer cristão.
Ele se dará por ocasião de um tempo especial e determinado depois do arrebatamento da Igreja.

 O lugar. Não há texto especifico que declare, mas o contexto bíblico indica que, uma vez a
Igreja arrebatada ate as nuvens, nos céus, a instalação do tribunal de Cristo,
inevitavelmente, terá de ser no céu, nas regiões celestiais.

 Os julgados. Quem será julgado no tribunal? Quais são os sujeitos desse tribunal?
Concerteza, as pessoas julgadas nesse tribunal são os santos remidos por Cristo. O texto de 2
Co 5.1-10 fala daqueles que lutam nesta vida para alcançarem o privilegio de serem revestidos de
uma habitação espiritual no céu. Não haverá discriminação nesse lugar. Só entrarão os salvos, os
remidos. Não haverá lugar nesse tribunal para julgamento condenatório.

 O juiz. O apostolo Paulo declara que o exame das obras dos crentes será realizada perante o
Filho de Deus (2 Co 5.10). O próprio Jesus falou que todo o juízo é colocado nas mãos do
Filho de Deus. Faz parte da exaltação de Cristo depois de Sua conquista no Calvário
receber do Pai toda a autoridade e poder para julgar.

 COMO PROCEDERÁ O TRIBUNAL DE CRISTO


 A forma de exame. É claro que não se trata de examinar quem será salvo ou não. A salvação
do crente implica no ato especial da misericórdia divina mediante a aceitação da obra expiatória
de Cristo e a sua manutenção enquanto ele estiver neste mundo. Todo crente está livre do Juízo
se permanecer fiel até o fim (Rm 8.1; Jo 5.24; 1 Jo 4.17). Então, o julgamento não tratara da
questão do pecado, de condenação, uma vez que o pecado já foi abolido na vida do crente e, por
isso, ele estará no céu.

 Os materiais da obra de cada crente (1 Co 3.12). O apostolo Paulo mencionou seis


diferentes materiais que, figuradamente, representam os elementos que empregamos na
construção de nossa vida crista. Os materiais são indicados como ouro, prata, pedras preciosas,
madeira, feno e palha. Os três primeiros são resistentes ao fogo do julgamento de Cristo. Os três
últimos são frágeis e não resistem ao juízo de fogo.

 A obra de cada um será provada (1 Co 3.13-15). O tribunal de Cristo avaliara os materiais


que temos utilizado na construção do edifício da nossa vida crista. As obras feitas com madeira,
feno e palha serão manifestas naquele dia, e o galardão será consoante à avaliação divina. Os
materiais de madeira, feno e palha são inflamáveis e perecíveis, por isso, tudo o que for
construído com eles não subsistirá.

 O juízo que determinará a qualidade das obras feitas (2 Co 5.10). As obras praticadas
pelos crentes serão submetidas ao julgamento naquele dia para se determinar se são boas ou
más. A palavra “mal” na língua grega aparece como kakos ou poneros, e ambas significam aquilo
que é eticamente mal. Porem, a palavra poneros, alem de denotar maldade, tem o sentido de se
estar praticando alguma coisa de total inutilidade. Portanto, o que Paulo entendia como obras
más era a pratica de coisas sem utilidade alguma, feitas com materiais espiritualmente
imprestáveis.

 EXAME FINAL NO TRIBUNAL DE CRISTO


No texto de 1 Co 3.14,15 está declarado que haverá dois resultados finais do exame (a prova do
fogo) das obras manifestas: o recebimento e a perda da recompensa.
 Perda da recompensa. Esse fogo nada tem a ver com o fogo do Geena. O fogo do tribunal de
Cristo é figura da luz que revela as impurezas, ou seja, a purificação. Portanto, as obras feitas por
impulso carnal e para a ostentação da carne não suportarão o calor do fogo de Deus, por mais
bonitas que sejam, serão desaprovadas.

 Obtenção da recompensa. As obras praticadas com materiais indestrutíveis na prova do fogo


serão dignas de recompensa final. O Novo Testamento apresenta varias recompensas, mas
destaca algumas relativas às atividades especiais. O próprio Senhor Jesus, Juiz desse tribunal, é
quem fará a entrega dos prêmios, galardões, recompensas (2 Co 9.6). Ele declara a João, na ilha
de Patmos, dizendo: “O meu galardão está comigo para dar a cada um segundo as suas obras”
(Ap 22.12). O apostolo Paulo declara, também, que todo crente receberá o seu louvor (elogio) da
parte de Deus (1 Co 4.5).

 Tipos de recompensa. O Novo Testamento usa uma linguagem especial dos tempos do
primeiro século da era crista relativa ao tipo de galardão que os vencedores das olimpíadas
gregas e romanas recebiam como premio. Havia coroas de vários materiais representando o tipo
de vitória conquistada por aqueles vencedores (1 Co 9.24,25).
 A coroa da vitória (1 Co 9.25). A vida crista se constitui numa batalha espiritual contra três
inimigos terríveis: a carne, o mundo e o Diabo. Esta coroa é denominada, também, como coroa
incorruptível, porque se refere à conquista do domínio do crente sobre o velho homem.

 A coroa de gozo (1 Ts 2.19; Fp 4.1). A palavra gozo significa prazer, alegria, satisfação. Uma
das atividades crista que mais satisfazem o coração do crente é o ganhar almas. Isto é, praticar o
evangelismo pessoal e ganhar pessoas para o reino de Deus. Na busca do gozo nesta vida, nada
é comparável ao de salvar almas para Cristo, livrando as da perdição eterna. Por isso, quem
ganha almas, sábio é (Pv 11.30; Dn 12.32).

 A coroa da justiça (2 Tm 4.7,8). É o premio dos fieis, dos batalhadores da fé, dos
combatentes do Senhor, os quais vencendo tudo esperam a Sua vinda.

 A coroa da vida (Ap 2.10; Tg 1.12). Não se trata da simples vida que temos aqui. Essa coroa
é um premio especial porque implica conquista de um tipo de vida superior à vida terrena, ou
simples vida espiritual, como a tem os anjos. É a modalidade de vida conquistada mediante a
obra expiatória de Cristo Jesus – a vida eterna. É o galardão da fidelidade do crente.
 A coroa de gloria (1 Pe 5.2-4). Certos eruditos na Bíblia entendem que esta coroa é o
galardão dos ministros fieis que promoveram o reino de Deus na Terra, sem esperar recompensa
material.

A lição maior que aprendemos acerca do tribunal de Cristo consiste em atentarmos


diligentemente para a nossa responsabilidade individual como cristãos no que se refere às ações
tanto as de caráter social quanto as espirituais praticadas em beneficio do reino de Deus.
Os Dois Julgamentos — O Tribunal de Contas de Cristo e o Juízo
Final

Diante de qual tribunal você comparecerá? Irá à presença de Jesus Cristo para ser
julgado como um filho amado de Deus e receber seu galardão, ou será levado
como um réu acorrentado para receber sua condenação?

Observe que o subtítulo oferece apenas duas possibilidades. De acordo com a Palavra de Deus não
existem brechas legais e nem mesmo um advogado experiente poderá ajudá-lo a escapar do
julgamento. É uma coisa ou outra, e ponto final! Todos os homens que já viveram, ou que ainda
nascerão, terão de enfrentar esse dia de julgamento, do qual não se pode fugir e, não se engane — a
justiça perfeita prevalecerá.

Alguns irmãos cristãos enganam-se ao ensinar que haverá um único julgamento geral, porque a Bíblia
ensina de modo diverso. Outros estão confusos quanto às várias ressurreições e sua cronologia, de
modo que em um esforço para ajudar a enfocar melhor o assunto e na esperança de esclarecer os mal-
entendidos, oferecemos os comentários a seguir.

Para que qualquer posição seja válida, ela deve estar de acordo com as Escrituras e não contradizer
aquilo que é afirmado claramente — porque a Palavra de Deus não se contradiz, se bem manejada [2
Timóteo 2:15]. Infelizmente, muitos se prendem a crenças que violam esse princípio. O julgamento
único geral de toda a humanidade é um ponto em foco. A referência seguinte afirma de modo bem
claro que os crentes da Época da Igreja — os cristãos — serão julgados no "Julgamento do Tribunal de
Cristo":

"Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que
tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal." [2 Coríntios 5:10].

A quem o apóstolo Paulo se refere aqui? Observe que ele diz "Porque todos devemos comparecer..."
Isto quer dizer todos os homens em toda parte, sem distinção? Absolutamente não! As regras da
gramática — especificamente o contexto — exigem que analisemos essa declaração antes de nos
lançarmos a conclusões infundadas. A quem se refere o "nós" aqui? Bem, se nos detivermos para
considerar o fato de que esse versículo, ou declaração, é parte da epístola de Paulo aos crentes em
Corinto, a questão se responde por si mesma! "Nós" aqui inclui Paulo também e, juntamente com o
"todos", restringe a declaração aos crentes — não a toda a humanidade, como seria o caso para um
julgamento geral. Então, quando juntamos isso com o fato que "tribunal" é bema em grego,
descobrimos uma direção inteiramente diferente para as coisas. O que é bema? A Concordância Bíblica
de Strong diz o seguinte:

Bema, item 968.

Bema, da base do grego 939; um passo, isto é, por implicação uma plataforma, ou seja, o assento do
juiz no tribunal, colocar [o pé] em, trono. (ênfase nossa).

A imagem mental que Paulo está projetando para nós diz respeito a um de seus métodos favoritos de
ilustração — o esporte da época — os jogos greco-romanos. Bema era uma plataforma elevada na qual
os juízes das diversas competições atléticas ficavam para premiar os vencedores. Isso se parece com o
assento elevado de um juiz — alguém que detém o poder da vida e da morte em suas mãos? De forma
alguma! É uma imagem de grande consolação para o cristão, pois combina o aspecto solene do
julgamento com o de uma recompensa em potencial. Nosso grande, misericordioso e gracioso Deus
prometeu que o serviço fiel não ficará sem recompensa! Observe o que Paulo tem a dizer em 1
Coríntios 3:11-15:

"Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se
alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno,
palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será
descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte
permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal
será salvo, todavia como pelo fogo." [ênfase adicionada].

Jesus Cristo se assentará para julgar as obras dos membros do seu corpo, a Sua noiva, a igreja,
provando-os pelo fogo. Observe a ordem descendente do seu valor relativo: "Ouro, prata, pedras
preciosas, madeira, feno e palha". O ouro, a prata e as pedras preciosas resistem ao calor, mas a
madeira, o feno e a palha são queimados. O Senhor determina o grau de valor e o fogo revelará o
resultado. Se as obras de um cristão forem inteiramente consumidas no processo e assim se revelarem
inúteis, ele sofrerá a perda de não ser o "vencedor da corrida", porém sua salvação nunca estará em
questão. Esse ponto foi definitivamente estabelecido na cruz do Calvário.

A igreja é uma entidade separada de Israel, a mulher infiel de Jeová do Antigo Testamento, e não
devemos confundir a distinção entre elas. Os profetas do Antigo Testamento não viram a igreja,
porque ela era um mistério divino — não revelado nas Escrituras até que Paulo teve o privilégio de
receber essa revelação. Os profetas viram a igreja, como se fosse um vale entre o topo de duas
montanhas, e viram apenas o reino milenar do Messias. Os santos do Antigo Testamento não têm
parte na igreja porque viveram e morreram debaixo de uma aliança totalmente diferente — a Lei, e
não a Graça. Portanto, outro julgamento será obviamente necessário para eles, sem mencionar
aqueles que serão salvos durante o período da Tribulação após a igreja ser removida, e então os salvos
durante o período do Milênio!

Neste ponto provavelmente será útil discutir as ressurreições associadas com o julgamento. Com base
em Apocalipse 20:4-6, muitos (com exceção dos que insistem em um único julgamento geral)
argumentarão que haverá apenas dois julgamentos — um antes do milênio e outro imediatamente
após — o julgamento do "Grande Trono Branco" de Apocalipse 20:11.

"E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que
foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem
a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram
com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram.
Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira
ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo,
e reinarão com ele mil anos." [Apocalipse 20:4-6; ênfase adicionada].

"E viveram" obviamente denota uma ressurreição, porque eles tinham sido "decapitados". Essa
ressurreição, e não aquela do versículo 5, tem de ser a "primeira ressurreição", porque a ressurreição
dos perdidos não é com certeza para aqueles "bem-aventurados e santos" [verso 6]. A estrutura da
frase parece confusa, mas o bom senso a esclarece. De modo que essa "primeira" ressurreição é
enfatizada como sendo distinta daquela na qual os perdidos serão ressurretos no fim do milênio. Mas a
"primeira" ressurreição compreenderá apenas um único acontecimento? Insistimos que esse não pode
ser o caso, porque houve uma ressurreição dos santos à época da morte de Cristo [Mateus 27:52].
Como, então, devemos encarar isso, uma vez que há somente duas? Obviamente isso abre um
precedente para que os adeptos dessa posição argumentem contra o arrebatamento da igreja. Dizer
que um evento é "anterior" não o exime necessariamente de conter diversas partes, porque "anterior"
é um termo relativo. A Segunda Guerra Mundial precedeu a Guerra da Coréia e por isso dizemos que
ela aconteceu "primeiro". Mas um exame mais detalhado mostrará que a Segunda Guerra Mundial
consistiu de pelo menos duas guerras separadas — uma na Europa contra a Alemanha e outra no
Pacífico contra o Japão — com a guerra na Europa terminando antes da guerra contra o Japão. O
mesmo é verdade no que se refere às ressurreições. A "primeira" ressurreição já teve um de seus
elementos completados, com mais por vir no futuro.

Observe que Paulo diz aos crentes em 1 Tessalonicenses 3:13 que o Senhor virá "com todos os seus
santos". Isso significa que no arrebatamento, esses santos do Antigo Testamento ressuscitados com
Cristo virão com ele para saudar a Igreja! Encontramos essa ressurreição em Mateus 27:

"E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as
pedras; e abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados; e,
saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos."
[Mateus 27:51-53].

Tecnicamente falando, Cristo foi ressuscitado primeiro — porque é "o primogênito dos mortos"
[Colossenses 1:18], mas os santos do Antigo Testamento foram ressuscitados ao mesmo tempo. O
tipo no Antigo Testamento para a ressurreição de Cristo era o molho movido [Levítico 23:10-12] e o
uso desse símbolo definitivamente indica pluralidade.

"Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só;
mas se morrer, dá muito fruto." [João 12:24].

O grão de trigo (Cristo) foi enterrado e ressurgiu como um molho de muitos grãos. A interferência é
que essa ressurreição "despovoou" o Paraíso de seus habitantes. (O túmulo, a habitação dos mortos —
o sheol em hebraico e o hades em grego — aparentemente consistia em dois compartimentos: O
paraíso, o lugar para os eleitos de Deus — e o próprio hades, o lugar de tormento. Isso depreendemos
do ensinamento do Senhor com relação ao "homem rico e Lázaro" em Lucas 16:19-31.

Então, em Efésios 4:8, o apóstolo Paulo cita o Salmo 68:18 e diz: "Por isso diz: Subindo ao alto, levou
cativo o cativeiro, e deu dons aos homens."

A ilustração é a de um general conquistador liderando um desfile triunfal na sua cidade natal para
exibir os "despojos de guerra" — o povo tomado cativo e seus bens. Isso fala do triunfo de Jesus Cristo
sobre o pecado e a morte — aquilo que torna o homem cativo — e assim ele tornou cativo o próprio
cativeiro, libertando os redimidos de suas cadeias. Também precisamos observar que diz "...e deu
dons aos homens." O general triunfante freqüentemente demonstrava sua generosidade lançando
moedas à multidão que o venerava e até mesmo àqueles que eram seus cativos — assim permitindo-
lhes compartilhar de sua riqueza. O Senhor não somente levou seus santos para o céu, mas os
recompensou graciosamente também.

Assim, ao voltarmos ao texto em 1 Tessalonicenses, vemos que em alguns versículos adiante, no


capítulo 4, Paulo explica o arrebatamento. O contexto dessas duas passagens define o que ele queria
dizer com "virá com todos os seus santos" — ou seja, ele está falando dos crentes do Antigo
Testamento. O arrebatamento, que envolve a ressurreição dos "mortos em Cristo", ocorrerá em
seguida, com os santos mortos na Tribulação sendo ressuscitados posteriormente para completar a
"primeira ressurreição". Os santos do Milênio representam um problema à parte para o qual não
podemos oferecer uma resposta definitiva nas Escrituras. Parece que tanto (1) nenhum dos eleitos de
Deus morrerá durante o milênio, ou (2) se isso ocorrer, a ressurreição deles terá de ser,
necessariamente, a "fase final" da primeira ressurreição. A longevidade, usufruída pelo homem
anteriormente ao dilúvio, será restaurada durante aquele período [Isaías 65:20], de modo que viver
durante os mil anos não está fora de questão. (Teremos em breve outro artigo para tratar do Milênio
em maiores detalhes).

Mas, voltando ao nosso assunto — Apocalipse 20:4 levanta uma questão interessante, de modo que
vamos ver novamente o que diz ali e depois comentar:

"E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que
foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem
a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram
com Cristo durante mil anos."

Agora João os vê como tendo sido ressuscitados e reinando com Cristo durante o Milênio. Alguns de
vocês provavelmente estarão dizendo: "Mas eu sempre pensei que a igreja reinaria com Cristo! O que
significa isso?" Bem, "reinar" é de certo modo uma questão de semântica, porque devemos ter em
mente que os doze apóstolos julgarão as doze tribos de Israel durante o Milênio [Mateus 19:28 e Lucas
22:30]. Eles atuarão como regentes — assim como aqueles mencionados no versículo acima — e esse
é o sentido da palavra grega traduzida como "reinar".

Basileuo, item 936 na Concordância de Strong

Basileuo, do grego 935 (basileus); reger (literal ou figurativamente): rei, reinar (ênfase adicionada).

A igreja, porém, é exaltada a uma posição muito superior! Lembre-se de que fomos escolhidos "em"
Cristo desde antes da fundação do mundo [Efésios 1:4]. Essa frase "em Cristo" repete-se
constantemente no Novo Testamento e quando consideramos o fato de que a igreja é a noiva de Cristo
e que o casamento faz com que "os dois se tornem uma só carne" [Mateus 19:5-6], o versículo abaixo
adquire um significado muito maior:
"Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me
assentei com meu Pai no seu trono." [Apocalipse 3:21].

Somos co-herdeiros com Cristo, de acordo com o seguinte:

"E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se
é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados." [Romanos 8:17].

Ser co-herdeiro com Cristo obviamente coloca a Igreja muito acima daqueles que meramente
governam e esse pensamento deve nos humilhar grandemente.

Agora que exploramos o julgamento de Cristo, e quanto ao julgamento dos santos do Antigo
Testamento, do Período da Tribulação, e do Milênio? Em Mateus 25:32 vemos que quando Cristo
separar as "ovelhas dos bodes" na Segunda Vinda, o contexto do capítulo indica que então haverá o
julgamento. Fica claro em Apocalipse 20:4, referido anteriormente, que os santos martirizados no
período da Tribulação serão ressuscitados nessa ocasião, e terão de ser julgados após terem recebido
seus corpos glorificados [1 Coríntios 15:35-54, explicado em seguida] para reinar com Cristo durante o
Milênio. Os santos que sobreviverem ao período da Tribulação entrarão no Reino em seus corpos
terrenos — mas e quanto aos santos do Antigo Testamento? Foi-lhes prometido que compartilhariam
do reino milenar do Messias, de modo que a lógica manda que recebam corpos glorificados e que
sejam julgados em algum momento antes de herdarem o reino. Lembre-se das palavras de Jó: "Ainda
em minha carne verei a Deus" [Jó 19:26], de modo que parece razoável concluir que os santos do
Antigo Testamento receberão seus corpos glorificados e serão julgados na ocasião da sua ressurreição
em Mateus 27:52, ou o serão por ocasião do julgamento das "ovelhas e bodes" antes do Milênio. Sinto-
me inclinado a crer nesta última hipótese.

A respeito dos corpos glorificados, na referência anterior a 1 Coríntios, Paulo declara abertamente que
"carne e sangue" não herdarão o reino de Deus [verso 50]. Em um contexto direto, ele está falando
aos cristãos e, no versículo 51, lança-se imediatamente à revelação do segredo divino — "o mistério"
— com relação ao arrebatamento da igreja. Em Filipenses 3:21, ele diz o seguinte acerca do que o
Senhor fará por nós:

"O qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a
eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas." [ênfase adicionada].

Daí se origina o termo "corpos glorificados". Enquanto estamos neste corpo vil — este corpo
depravado, caído e pecaminoso — não podemos comparecer diante de Deus! A santidade de Deus
não permitiria isso. Portanto, precisamos ser "transformados" em um momento, em um "piscar de
olhos" [1 Coríntios 15:52] e receber um corpo perfeito, glorificado, exatamente igual ao que nosso
Salvador tem agora. Embora a Bíblia não declare especificamente que isso será feito para ninguém
além da igreja, parece razoável concluir que o restante dos santos de Deus terão de passar pelo
mesmo processo antes que lhes seja permitido comparecer à sua presença.

Hebreus 9:27 diz: "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o
juízo."

Então, com esse ponto em mente — isto é, que os homens terão de morrer antes de serem julgados —
e quanto aos homens, mulheres, meninos e meninas que sobreviverem à Tribulação? Todos serão
salvos — 100% deles, porque os demais terão sido julgados e condenados ao inferno — e é possível
que muitos, se não todos, vivam os mil anos completos porque a longevidade será restaurada.
Entretanto, existem aqueles que insistem que o reino será espiritual e que humanos pecadores não
entrarão nele. Para aqueles que têm essa visão, devo fazer a pergunta óbvia: de que grupo Satanás
levantará o seu exército no final dos 1000 anos? Apocalipse 20:8 diz a respeito de Satanás, após ser
ele libertado:

"E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo
número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha." [ênfase adicionada].

A palavra grega traduzida como "nações" é ethnos e refere-se à raça, ou etnia. Devemos observar que
são nações — plural. Satanás convenceu uma inumerável companhia de anjos a segui-lo na rebelião
antes da criação, mas dessa vez está claro que trata-se de uma rebelião humana.
Milhões de crianças sem dúvida nascerão durante esse período de mil anos e é certo que grandes
números crerão em Cristo e o receberão como seu Salvador (mas milhões de outros, nascidos durante
esse tempo, não farão isso e serão esses que seguirão o Diabo e serão finalmente devorados pelo fogo
— Apocalipse 20:9). Quando os santos do Milênio morrerão e serão julgados? De acordo com Hebreus
9:27, a morte deve preceder o julgamento, de modo que essa é uma pergunta legítima. Mais uma vez,
devemos "ler entre as linhas" para chegarmos a uma conclusão. Após a rebelião, Satanás será
finalmente e para sempre lançado no lago de fogo "onde estão a besta e o falso profeta". Lembre-se
que a besta e o falso profeta foram lançados no fogo antes do Milênio e agora a trindade maligna
estará reunida pela primeira vez desde o período da Tribulação! O versículo 11 fala então do "Grande
Trono Branco" onde Cristo se assentará para o julgamento. Prosseguindo com o versículo 12 lemos:

"E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se
outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros,
segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos
que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram
lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida
foi lançado no lago de fogo." [Apocalipse 20:12-15, ênfase adicionada].

Minha opinião é que a aplicação precípua dessa passagem trata dos perdidos de todos os tempos, por
causa da ênfase repetida na palavra "mortos". Essa interpretação constituiu a crença e o ensino de
pastores conservadores por séculos, mas ficamos com o problema dos santos do Milênio! O que
acontecerá com eles? Permita-me sugerir que outra trasladação instantânea — outro arrebatamento —
poderá ocorrer nesse ponto com os justos eleitos recebendo seus corpos glorificados e sendo julgados
ao mesmo tempo? Observe a construção do versículo 15 — como deixa aberta a possibilidade de que o
nome de alguém seja encontrado no Livro da Vida.

"E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo."

O "aquele" é importante, porque caso 100% dos que serão julgados fossem perdidos, parece provável
que o Espírito Santo teria afirmado "Uma vez que ninguém foi achado..."

Antes que esqueçamos, observe que o versículo 12 menciona dois tipos de livros: "... os livros foram
abertos e outro livro foi aberto..." O outro livro é identificado como sendo o livro da vida que contém
os nomes de todos os eleitos por Deus para a vida eterna. Mas o que são os livros, plural?
Aparentemente eles contêm o registro completo da vida de cada indivíduo, de acordo com a seguinte
declaração do Senhor:

"Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do
juízo." [Mateus 12:36].

Isso se refere necessariamente aos perdidos, porque a palavra do Senhor em João 5:24 diz:

"Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem
a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida."

Deus julgará as obras de cada crente e concederá galardões se eles forem merecidos, mas a vida do
incrédulo será julgada e a punição aplicada de imediato. Em que grupo você estará?
O que é “Vida Eterna”?
Em oração a seu Pai, Jesus Cristo disse: “Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17:3, NVI) Estas palavras mostram que a vida
eterna não equivale simplesmente a uma existência eterna ou sem fim, um mero prolongamento
perpétuo da vida. A qualidade distintiva dessa vida é um relacionamento constante com Deus e com
seu filho amado, de modo que é algo muito maior e enriquecedor do que a simples existência sem
fim.

Desse modo, comentando João 17:3, The Expositor’s Bible Commentary diz:

A segunda frase define a natureza da vida eterna. Ela não é descrita em termos cronológicos e sim
no aspecto do relacionamento. A vida é o envolvimento ativo com o ambiente ... tanto o físico como
o interpessoal. A mais elevada espécie de vida está relacionada com o mais elevado ambiente. Para
a mais completa realização de nosso ser, devemos conhecer a Deus. Isto, segundo Jesus, constitui a
vida eterna. Ela não só é infinita, já que o conhecimento de Deus requereria uma eternidade para
se desenvolver plenamente, como também, em termos qualitativos, ela deve existir numa dimensão
eterna.

Conhecermos ao Pai como o único Deus verdadeiro inclui sermos exclusivamente devotados a Ele,
amando-o, esforçando-nos a fazer o que lhe agrada, acreditando em seu profundo amor e terno
cuidado para conosco, inclusive quando enfrentamos provações severas, confiando em sua palavra,
e buscando sua ajuda, orientação e consolo. (Provérbios 3:5, 6; 30:5, 6; Mateus 4:10; 22:37; 2
Coríntios 1:3, 4; Hebreus 12:7-10; 3:5, 6; Tiago 1:5; 1 Pedro 4:1, 2; 5:7) “Deus é amor”, porque o
“amor” resume tudo o que ele é em seu próprio íntimo. Por isso, conhecê-lo significa amar como ele
ama, ser compassivo como ele é compassivo, e misericordioso como ele é misericordioso. (Mateus
18:21-35; Lucas 6:36; Tiago 2:13; l João 4:16, 20, 21).

Aqueles que tratam qualquer filho humano de Deus de um modo cheio de ressentimento, cruel ou de
um modo depreciativo, não o conhecem. Esses talvez tenham um conhecimento intelectual de Deus
adquirido através da leitura da Bíblia, mas eles não têm um relacionamento com Ele. O Pai é um
desconhecido para eles, e Ele não os reconhece como seus filhos. O apóstolo João escreve aos
cristãos:

Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus
e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. - 1 João 4:7, 8; NVI.

Entretanto, conhecer ao Pai no sentido de ter um relacionamento com ele é impossível, sem
conhecer também a Jesus Cristo como aquele a quem o Pai enviou ao mundo da humanidade para
que nossos pecados pudessem ser perdoados à base da fé no valor da morte sacrificial de seu Filho.
(João 3:16-18; 5:36-40; 6:29; 7:28, 29; 10:36; 11:42; 17:8, 20-26; 1 João 2:1-5; 3:23) Novamente,
João escreve:

Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida
por nossos irmãos. - 1 João 3:16, NVI.

Sem o Filho não poderíamos chegar a conhecer realmente ao Deus de amor. Jesus refletiu
perfeitamente o amor de seu Pai e sempre se deleitou em fazer a vontade dele. (João 8:29; 15:9-13)
Por isso, rejeitar o Filho significaria rejeitar o Pai. Conforme Jesus Cristo disse a certos homens que
se recusaram a acreditar nele e que procuravam matá-lo: “Se Deus fosse o Pai de vocês, vocês me
amariam, pois eu vim de Deus e agora estou aqui. Eu não vim por mim mesmo, mas ele me enviou.”
(João 8:42, NVI) Por outro lado, todos aqueles que reconhecem que Jesus foi enviado pelo Pai e têm
fé nele como o Filho de Deus, que deu sua vida por eles, em vez de permanecerem como pecadores
condenados com a morte em perspectiva, ganham a posse de uma nova vida como filhos amados de
Deus e irmãos de Cristo. (Mateus 25:31-45; Hebreus 2:10-18; 1 João 3:1) A manifestação externa
de sua fé é uma vida que se harmoniza com o exemplo e os ensinos do Filho de Deus, demonstrando
assim que de fato o conhecem. (Mateus 7:21-25; Lucas 6:46; João 13:13-17, 34, 35; Romanos 15:1-
6; 1 Pedro 2:20-24; 1 João 2:6).

Uma vez que é possível aos humanos terem um relacionamento aprovado com o Pai e seu Filho à
base de sua fé em Cristo, as Escrituras falam da vida eterna como uma possessão atual. As seguintes
palavras foram dirigidas aos crentes: “E este é o testemunho: Deus nos deu a vida eterna, e essa vida
está em seu Filho. Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida.
Escrevi-lhes estas coisas, a vocês que crêem no nome do Filho de Deus, para que vocês saibam que
têm a vida eterna.” (1 João 5:11-13, NVI)

Porém, os crentes não desfrutarão da vida eterna em sua plenitude até que se encontrem em estado
imaculado, com seus corpos transformados na semelhança do corpo glorioso do Filho de Deus.
(Filipenses 3:20, 21; 1 João 3:2, 3) Naquele tempo, eles refletirão perfeitamente o amor do Pai e do
Filho. Então eles conhecerão a Deus e a seu Filho no mais pleno sentido, e essa maravilhosa relação
de serem filhos aprovados de Deus e irmãos de Cristo continuará por toda a eternidade. Jesus deu
esta garantia aos que desejassem abandonar todas as coisas para serem seus leais seguidores: “Digo-
lhes a verdade: Ninguém que tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, ou campos, por
causa de mim e do evangelho, deixará de receber cem vezes mais, já no tempo presente, casas,
irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, e com eles perseguição; e, na era futura, a vida eterna.”
(Marcos 10:29-31, NVI).

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