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- Então, Jean agora que estás nestas condições, tu sabes que não mais viverá,
ao menos que creias no único Deus vivo e verdadeiro, a saber, Cristo Jesus –
disse Agostinho.
- Ora Agostinho, vens com estas ideias novamente? Pois me diga por que
deveria eu acreditar em Deus? Qual o sentindo de Deus? Ter a “vida eterna”?
Saiba que vida eterna não há, estamos condenados a ser livres, a vida é mais
vivida sem sentido, tu devias ter vivido como Epicuro que sentiu toda a liberdade,
viveu livremente entregue aos prazeres, aos sentimentos de felicidade, livre do
medo que Deus te impõe – disse Jean.
- Qual outro mundo Agostinho? Esqueça isso, estamos aqui nesse leito e Deus
não existe, aceite, acabou não há mais o que fazer.
- Ainda assim sua vida é inútil Agostinho, essa sua aposta não me convence,
visto que você também tem a possibilidade de estar errado, logo, entregue-se
aos prazeres que a vida te dá, você não terá recompensa futura. Não tens nem
mesmo recompensa aqui, veja, você que crê, está na mesma situação que nós,
que não cremos, como é possível isso? Por que teu Deus não te tira daqui?
- Não, eles não viveram o cristianismo nesta vida para esta vida, mas sim pela
fé, para esperança que há no dia de Cristo Jesus.
- Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus? Porventura, pode a criação
perguntar ao criador: Por que me fizeste assim? Se você se acha livre para fazer
o que quer, por que não pode Deus na sua soberania, fazer o que é da sua
vontade?
Eis que Jean enforcou-se na corda da sua liberdade, Epicuro afogou-se no mar
dos seus prazeres e Agostinho aguarda ansiosamente a esperança que lhe está
reservada.
Iego Giovane