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Agostinho de Hipona / Santo Agostinho | Filosofia - Ciências Humanas e Sua Tecnologias

Instituto Federal Fluminense campus Santo Antônio de Pádua

Terceiro Ano de Administração integrado ao Ensino Médio

Grupo: Eduardo, Felipe, Gabriel Fonseca, Jhonata, Letícia Nogueira, Pedro Rodrigues e Tiago

● Biografia
Agostinho de Hipona, conhecido universalmente como Santo Agostinho, foi um
dos mais importantes teólogos e filósofos dos primeiros anos do cristianismo cujas
obras foram muito influentes no desenvolvimento do cristianismo e filosofia
ocidental. Ele era o bispo de Hipona, uma cidade na província romana da África.
Escrevendo na era patrística, ele é amplamente considerado como sendo o mais
importante dos Padres da Igreja no ocidente. Suas obras-primas são "A Cidade de
Deus" e "Confissões", ambas ainda muito estudadas atualmente.
De acordo com Jerônimo, seu contemporâneo, Agostinho "re-estabeleceu a antiga
fé"]. Em seus primeiros anos, Agostinho foi muito influenciado pelo maniqueísmo e,
logo depois, pelo neoplatonismo de Plotino. Depois de se converter ao cristianismo
e aceitar o batismo (387), Agostinho desenvolveu uma abordagem original à filosofia
e teologia, acomodando uma variedade de métodos e perspectivas de uma maneira
até então desconhecida. Acreditando que a graça de Cristo era indispensável para a
liberdade humana, ajudou a formular a doutrina do pecado original e deu
contribuições seminais ao desenvolvimento da teoria da guerra justa.

● Fé e Razão
Para Agostinho primeiro se tinha que crer para depois buscar entender
racionalmente as questões sobre a fé. Deus é a suprema verdade, logo todos que
amam a verdade devem a amar há Deus e esses são os verdadeiros filósofos. E
Santo Agostinho diz: “Crer antes de entender, porque não se está ainda em
condições de se seguir a lógica do raciocínio e dispor o espírito pela fé a receber os
germes da verdade, é um método não só muito salutar, mas indispensável, para
devolver a saúde aos espíritos desorientados.”

● Deus o único ser


De acordo com o pensador agostiniano, Deus é o único ser que existe por si
mesmo, não dependendo de nada para existir ou para encontrar significado a total
realidade. Ilustrada no versículo bíblico de Êxodo que diz: “E disse Deus a Moisés:
EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me
enviou a vós.” (Êxodo 3:14)

● O problema do mal
Deus não é o autor do mal, uma vez que ele é o unico ser verdadeiro, sendo o
supremo bem. O mal não se caracteriza pela não existência ontológica, sendo ele a
não ser as criaturas se corrompem a medida que vão se distanciando de Deus. E

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Agostinho ilustra esse pensamento com a frase "Se o bem vem de Deus, o mal se
origina da ausência do bem e só pode ser atribuído ao homem, por conduzir
erroneamente as próprias vontades."

● O pecado
O homem após a queda passa a ser governado pela carne, que é seu corpo que
sempre busca as coisas menores desse mundo, já a alma que governava antes da
queda busca seguir a reta justiça de Deus, somente pela graça de Deus que é
concedida pelo próprio é que o homem pode ser salvo esse ensino se chama
monergismo, a qual Agostinho foi criador. Para Santo Agostinho o homem comete o
mal que não gostaria de cometer e não consegue praticar o bem que gostaria. O
pecado é um mistério que nos ultrapassa. Somente Cristo pode iluminar o homem e
guiá-lo para a luz.

● A Criação
Todas as coisas foram criadas de uma única vez, a interpretação dos dias em
Gênesis é alegórica. O Mundo é criado a partir dos ideais exemplares (intelectuais)
dos seres que estavam contidas na mente de Deus ad aeternum. Na obra
Confissões Santo Agostinho diz: “O céu e a terra existem e, através de suas
mudanças e variações, proclamam que foram criados [...]. E todas as coisas
proclamam que não se fizeram por si mesmas: existimos porque fomos criados; mas
não existimos antes de existir, portanto não podíamos ter criado a nós mesmos [...].
O artista impõe uma forma à matéria que, já existindo, pode recebê-la: assim á a
terra, a pedra, a madeira, o ouro ou qualquer outra coisa. Mas de onde proviria a
matéria, se não tivesse criado? [...] Que criatura existe, senão porque tu existes?
Portanto, disseste uma palavra, e as coisas foram feitas. Com tua palavra as
criaste.” (Conf., XI, 4, 6; 5, 7).

● Epistemologia
Na epistemologia de Agostinho Deus e alma se tornam o ponto central para o
problema da verdade. A preocupação de Agostinho desde o início de seus escritos era
refutar o ceticismo a qual afirmavam que todo o conhecimento tinha sua origem na
percepção sensível, e como os sentidos fornecem dados variáveis, não podia
encontrar bases para a certeza. A superação do ceticismo para Agostinho inicia
quando ele conquista uma certeza. Certeza esta da própria existência, a qual ele tira
uma verdade superior e imutável. Agostinho estabelece um conhecimento humano; ou
seja, ele encontra uma base segura para que a verdade pudesse estar alicerçada. Os
recursos a qual ele utiliza para buscar a verdade podem ser classificados como
matemática lógica e a consciência do cogito, semelhante à de Descartes. Descartes

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têm como objeto o “Pensamento”, Agostinho a “Alma”, mas ambos buscam no interior
do sujeito. Agostinho afirma que apesar de todas as dúvidas e incertezas, existe uma
verdade que é inquestionável, que é a existência da dúvida. Através deste cogito ele se
depara com a existência do eu que se revela na evidência imediata da consciência.
Agostinho dentro da história e o primeiro a falar da existência de Deus no próprio
sujeito que duvida; abalando assim as bases do ceticismo; e construindo uma
epistemologia focada na 1º pessoa, valorizando o eu na filosofia.
Sobre este enunciado Agostinho empenha todos os seus esforços para fundamentar
que a verdade está além do cogito, e que pode ser encontrada no transcendente, no
eterno. Essa argumentação do cogito que atinge a verdade transcendente e eterna,
trata-se do ponto de partida para a busca da verdade que Agostinho procura. A filosofia
agostiniana apresenta se de forma antropológica, que tem como objeto a busca da
verdade e felicidade. Em seu diálogo “ A vida feliz”, ele defende que a verdadeira
felicidade está em Deus; ou seja só é feliz quem possui a Deus. Desta forma a busca
da verdade e felicidade e canalizada em Deus. Através da posse da verdade o homem
se torna feliz.

“A partir desta preposição, Agostinho que jamais duvidou da existência de Deus, se vê


diante de um problema. Como encontrar a Deus? Por isso a busca de Agostinho não é
encontrar a Deus, mas como encontrá-lo. Após suas investigações perturbadoras, ele
entende que a verdade para chegar a Deus está no próprio interior do homem. Por
isso a alma é imprescindível na epistemologia de Agostinho; visto que Deus está na
alma; ou seja, o caminho para buscar a verdade passa pela a interioridade do
homem; em que o sujeito deve realizar uma busca sobre si mesmo. A mente,
inteligência ou razão, é o que o homem possui de mais elevado na alma, é somente
neste lugar que se pode encontrar a Deus e conseqüentemente a verdade e
felicidade.” (Ribeiro,2009)

*Referências Bibliográficas:

-CULTURA, Snp. Razão e fé no pensamento de Santo Agostinho - Em memória


do P. Manuel da Costa Freitas. Disponível em:
<http://www.snpcultura.org/id_razao_e_fe_pensamento_santo_agostinho_manuel_
costa_freitas.html> Acesso em: 23/04/18;

-UNISINOS, Instituto Humanitas. Santo Agostinho, o amor, o sexo e o pecado...


Um mal entendido? Disponível em:

3
<http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/531848-santo-agostinho-o-amor-o-sexo-e-
o-pecado-um-mal-entendido> Acesso em: 23/04/18;

-A Teoria da Criação, segundo Santo Agostinho. Disponível em:


<http://www.saavedrafajardo.org/Archivos/82.pdf> Acesso em: 23/04/18;

-WIKIPÉDIA. Agostinho de Hipona. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_de_Hipona> Acesso em: 23/04/18;

-FÉ, Ministério Razão e . Epistemologia de Agostinho. Disponível em:


<https://ministeriorazaoefe.webnode.com.br/products/epistemologia-de-agostinho2/>
Acesso em: 22/04/18;

-Confissões,Editora Vozes Ltda,2017.

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