Você está na página 1de 16

VIDA E OBRA DE SANTO

AGOSTINHO

(354-430 d.C.)
Agostinho de Hipona
Aurélio Agostinho nasceu em Tagaste,
na Numídia (África), a 13 de novembro
de 354, faleceu em 28 de Agosto de
430, quando Hipona estava sendo
invadida pelos vândalos, após um
cerco de três meses, sob o comando
de Genserico.
Primeiros estudos de
Agostinho (antes da conversão)

Estoicismo

Maniqueísmo

Ceticismo da nova Academia

Neoplatonismo

Retórica
Após a conversão em 386 (aos
32 anos de idade)


Torna-se opositor do maniqueísmo
( é uma filosofia religiosa sincrética
e dualística que divide o mundo
entre Bem, ou Deus, e Mal, ou o
Diabo) e do ceticismo;

Grande responsável por adaptar o
platonismo e neoplatonismo à fé
católica.
Teoria da iluminação

Retomada de Platão através do seu comentador
Plotino
Adaptação do platonismo ao
cristianismo


Aceita a dicotomia platônica entre
“mundo sensível” e “mundo das ideias”,
substituindo este último pela noção de
ideias divinas.
 Ideias divinas: contidas na mente
divina, eternas e imitáveis, causas de
tudo o que existe;
 Conhecer a verdade é voltar-se para
essas ideias que, por sua vez, residem
na interioridade humana.
Teoria da Iluminação


Adapta a teoria da reminiscência
platônica, transformando-a na teoria da
iluminação:
 Mesmo sendo imperfeitos, os seres
humanos podem intuir verdades
eternas, porque as recebemos de Deus;
 O conhecimento é resultado da
iluminação divina, a centelha de Deus
que existe dentro de cada um.
Razão como serva da fé: “Creio para
que possa entender”


“A fé não substitui nem elimina a
inteligência: pelo contrário, a fé estimula
e promove a inteligência. […] E
analogamente, por seu turno, a
inteligência não elimina a fé, mas a
fortalece e, de certo modo a clarifica. Em
suma: fé e razão são complementares”

Reale, G.; Ansiere, D. História da filosofia patrística e escolástica.
A prova racional da existência de Deus

Santo Agostinho utilizou argumentos racionais para
provar a existência de Deus, posto que sendo a razão
aquilo que distingue os homens dos animais, ela tem
de servir de instrumento para o propósito mais elevado,
que é conhecer Deus.

Na elaboração deste argumento, o ponto de partida é
que se há algo mais elevado que a razão humana, esse
algo é Deus.

As etapas do argumento:

A hierarquia entre os seres mundanos: seres inorgânicos
< seres orgânicos (vegetais < animais) < ser humano;

A razão é aquilo que há de mais elevado no homem e,
portanto, é o que lhe coloca acima dos animais;

A razão pode formular ideias falsas ou verdadeiras, mas
sempre almeja a verdade; a verdade é, portanto, aquilo
que há de mais elevado do que a razão e, assim, ou Deus
é a verdade ou é o criador da verdade.

O livre-arbítrio
Livre-arbítrio


Para Santo Agostinho, somos seres
superiores a todos os demais não apenas
por possuirmos razão, mas também
vontade livre, o livre-arbítrio;

Ao nos criar à sua imagem e semelhança,
Deus nos deu a liberdade de escolha, pois
não queria escravos;

Somente, o homem que escolhe
livremente o caminho de Deus, pode ser
considerado um homem bom.
Diferença entre livre-arbítrio
e liberdade


Livre-arbítrio:
 Possibilidade de escolher entre o bem e o
mal;
 Relaciona-se com a vontade.

Liberdade:
 Bom uso do livre-arbítrio.

"A nossa liberdade consiste em estar


submetido à Verdade. Essa Verdade é o nosso


Deus mesmo, o qual nos liberta da morte, isto
é, da condição do pecado"
O problema do mal
O problema do mal

Para Santo Agostinho, o problema do mal,
coloca-nos diante do seguinte paradoxo:


Como um Deus imensamente bom,
criador de tudo o que existe e
conhecedor de todos os desígnios
humanos poderia criar o ser humano
sabendo que ele iria pecar? A bondade de
Deus seria, então, a causa da existência
da maldade?


O filósofo distingue três tipos de mal:
 Mal metafísico;
 Mal moral;
 Mal físico.

Mal metafísico
Para Santo Agostinho, o mal não existe como uma “força”,
assim como o bem, que é Deus, existe. Contra os maquieístas,
para Santo Agostinho, o mal não é uma substância (essência)
é a ausência do bem.


Mal moral
Embora o mal não exista enquanto uma força, essência que seja
independente das ações humanas, o homem pratica o mal.
Como isso se dá? Para Santo Agostinho, quando o homem
utiliza o seu livre-arbítrio para se afastar do Bem, de Deus, ele
peca. Pecar ou cometer o mal moral aproxima o homem cada
vez mais do não-ser, daquilo que ele não é – do nada.


Mal físico
Como consequência do pecado original (primeiro mal moral,
cometido por Adão e Eva), passamos a sofrer de doenças,
dores, envelhecimento e morte.

“Portanto, todas as coisas que existem
são boas, e aquele mal que eu procurava
não é uma substância, pois se fosse uma
substância seria um bem. […] Vi, pois, e
pareceu-me evidente que criastes boas
todas as coisas, e que certissimamente
não existe nenhuma substância que Vós
não criásseis. E, porque as não criastes
todas iguais, por esta razão, todas elas,
ainda que boas em particular, tomadas
conjuntamente são muito boas, pois o
nosso Deus criou ‘todas as coisas muito
boas’ (Gênesis, 1:31)”

Agostinho. Confissões.

Você também pode gostar