Você está na página 1de 17

Projeto De Prática - Palestra

A Metafísica de Santo Agostinho


Aluno: Alan Anderson da Silva Oliveira
RA: 8137774 Disciplina: Problemas Metafísicos
Professor: Tiago Tadeu Contieiro
Filosofia (Bacharelado)
Centro Universitário Claretiano
A Metafísica de
Santo Agostinho
A Felicidade e o Conhecimento de Deus

 Santo Agostinho postula em seu pensamento metafísico que não existe


felicidade sem o conhecimento de Deus, o conhecimento seria o meio para a
aquisição da felicidade verdadeira, no entanto o conhecimento só gera um
alcance parcial, pois a felicidade integral e o objetivo principal da vida
humana é que esse conhecimento leve o homem a plena unificação com
Deus. Assim, a felicidade se torna algo que não se pode alcançar no material,
mas somente através daquilo que está para além do físico, no plano eterno e
no metafísico.

 Por isso, a filosofia se torna essencial para demonstrar ao homem no


processo de conhecimento essa dimensão metafísica da felicidade. Assim, é
possível o homem chegar ao conhecimento e a verdade, já que a felicidade
não reside apenas na busca, mas na aquisição desses elementos.
Se falor sum (Se me engano, existo)

 Para demonstrar essa possibilidade, Agostinho anuncia a


descoberta da subjetividade, com o pressuposto “se falor sum” ou
“se me engano, existo”. Postulado formulado séculos antes de
Descartes com o “Penso, logo existo”. No entanto, diferente de
Descartes que residia o ser enquanto coisa pensante, Agostinho
com seu postulado reside o ser enquanto criatura de Deus.

 Assim, se é possível demonstrar a existência do sujeito, abre-se a


possibilidade de demonstrar também a existência de Deus por
meio da metafísica.
A Demonstração da Existência de Deus

 Pela via posteriori, analisando toda a organização e regularidade


do universo, Agostinho conclui que existe uma causa para tudo
isso e que essa causa é Deus. Deus quem cria uma ordem e
regularidade perfeitas ao universo.

 O conteúdo da alma humana também é uma possibilidade de


chegar a comprovação da existência de Deus, pois nela
encontramos verdades universais e válidas como a lógica e
matemática algo que somente Deus seria capaz de colocar na
alma humana.
Doutrina das Ideias (Exemplarismo)

 Através do exemplarismo, Agostinho consegue


adequar a teoria das ideias de Platão ao
cristianismo, realizando uma verdadeira síntese
entre a filosofia pagã grega e o pensamento cristão.
Retomando a teoria das ideias de Platão, Agostinho
afirma que o mundo seria uma espécie de reflexo
das ideias divinas. As ideias são o plano racional
conforme o qual Deus criou o mundo, assim elas são
idênticas a essência de Deus. São paradigmas que se
encontram no intelecto de Deus e que são acessíveis
no conteúdo da nossa alma, pois Deus as colocou
nela.
Teoria da Iluminação

Para o santo de Hipona, o homem por si só, apenas com o


seu intelecto não consegue chegar ao conhecimento
verdadeiro, como se não tivesse luz o suficiente para
chegar até ele. No entanto, através da fé por intermédio
de Deus, o homem é elevado e iluminado para atingir esse
conhecimento. A partir daí surge a famosa máxima do
filósofo que dizia que é necessário: “Crer para entender”.
Assim, as verdades eternas só são acessáveis pela alma
humana quando esta é iluminada pela luz da fé.
A Criação do Mundo - Ex Nihilo

 Agostinho adota a cosmologia cristã das sagradas


escrituras para explicar a criação do universo se
contrapondo a ideia do antigo cosmos que era
criado por necessidade. Na cosmologia
agostiniana, Deus é um criador persona que cria
por livre e espontânea vontade e não necessidade.
Deus cria por ato livre e nenhuma necessidade o
obriga a tanto. Deus cria cada medida e detalhe do
mundo. No entanto cria as formas com razões
seminais, como sementes plantadas que vão se
desenvolvendo cada uma conforme seu código e
tempo.
Tempo e Eternidade

 Para justificar a ideia da criação do mundo a partir do anda


e por livre vontade, Agostinho propõe a ideia de um
dualismo entre tempo e eternidade. O tempo inicia a
partir da criação, enquanto que a eternidade já existia.
Assim, a história acontece no tempo, mas o seu verdadeiro
sentido só pode ser revelado para além dele no ponto de
vista da eternidade. O homem vive no tempo, se desloca
no tempo, no entanto é incapaz de explica-lo, pois ele
deve ser visto sob o ponto de vista do eterno que vai para
além dele e o homem só enxerga a partir da criação.
Tempo e Eternidade

Assim, a eternidade se configura em um ato


atemporal, em eterno presente, todo passado,
todo presente e todo futuro. Tudo o que acontece
é devido a providência de uma razão superior
absoluta que não se insere no mesmo tempo em
que o homem, mas contempla tudo. Advém assim
uma concepção escatológica da história e do
tempo.
Cidade de Deus e Cidade dos Homens

Para representar bem a dimensão histórica


temporal e a dimensão metafísica e eterna,
Agostinho desenvolve os conceitos da
Cidade de Deus e da Cidade dos Homens. A
cidade dos homens simboliza as trevas e
possui um caráter contingente e traiçoeiro
que não possui sentido em si, mas apenas
em virtude da realidade eterna superior
que seria a Cidade de Deus.
Corpo e Alma

 Agostinho desenvolve uma antropologia fundada


na união entre corpo e alma, o homem seria essa
união de ambas. Sendo a alma uma substância
completa que define a essência do homem. A
alma é uma substância imaterial que seria o
princípio da vida, a guardiã das verdades eternas
que se serve de um corpo finito e mortal.
Enquanto que a alma se torna imortal. Sendo a
alma o princípio da vida, ela não admitiria
contradições, quais sejam a própria morte.
A questão do Mal e o Livre-Arbítrio

Agostinho procura responder a algumas questões


em torno do problema do mal:

1. Como podemos explicar o mal?


2. Por que Deus admitiu essa ausência do bem?
3. Se Deus não é a causa do mal, como este entra
no mundo?
A questão do Mal e o Livre-Arbítrio

 Agostinho desenvolve uma teodiceia afim de


explicar o problema do mal no mundo. Assim,
Agostinho defende o mal como sendo um não-
ser, ou seja, para ele o mal se configura na
ausência do bem, tirando de Deus a
responsabilidade sobre o mal. Deus admite essa
ausência porque ela se torna o pano de fundo
para enxergarmos o bem e a perfeita produção
divina.
A questão do Mal e o Livre-Arbítrio

 Mas Deus não é a causa do mal, o mal entra no mundo


porque por ato livre de Deus, Ele nos cria e nos concede
o livre-arbítrio. Que deve ser enxergado como um
verdadeiro presente, sem o qual nós seriamos apenas
marionetes nas mãos de Deus. O livre-arbítrio deve ser
visto também como um presente de Deus para a nossa
realização que é seguir plenamente os caminhos de
salvação proposto por Deus. É por meio dele que
podemos escolher os caminhos do bem e da luz ou optar
pela ausência dele. Nessa liberdade é que o mal entra no
mundo.
A questão do Mal e o Livre-Arbítrio

Sem a liberdade o homem não poderia amar a


Deus, pois o amor verdadeiro pressupõe a
liberdade, assim esse amor deve ser proveniente
da escolha do homem. Assim, sem a liberdade e o
amor o homem não poderia alcançar o seu destino
e plenificação com Deus, por isso Deus correu esse
risco.
REFERÊNCIAS

COSTA. R. As raízes clássicas da transcendência medieval. In:


NOGUEIRA, M. S. M. Contemplatio: ensaios de filosofia medieval.
Campina Grande: Eduepb, 2013.

KRASTANOV, Stefan Vasilev. Metafísica I / Stefan Vasilev Krastanov –


Batatais, SP: Claretiano, 2013.

Você também pode gostar