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Para Agostinho a Verdade suprema e a Felicidade eterna é Deus, para se conhecer e viver Nele
são necessárias a Fé e a Razão. Ambas não podem trilhar caminhos diversos pois são
complementares: enquanto a primeira estimula e promove a segunda, esta proporciona
sustentáculos e clarifica na medida do possível a primeira (creio para entender e entendo para
crer).
A Verdade não se encontra nos objetos matérias pois eles são incapazes de produzirem
conhecimentos por si mesmos. Embora os objetos possam agir sobre os sentidos é a alma que
irá extrair de si mesma a representação daquele objeto (sensação). O corpo (sentidos exterior)
é passível para que a alma (sentido interior) possa fazer um julgamento sobre o objeto. Por isso
o julgamento erra, a sensação não.
Porém, a sensação é apenas o primeiro degrau de conhecimento. Ao passo que os objetos são
mutáveis e imperfeitos, a alma também o é, todavia possui critérios eternos e imutáveis. Para o
Bispo, alma e corpo são indissociáveis e mudam de pessoa para pessoa por isso o homem é ser
individual. É necessário concluir por tanto que acima da alma há um terceiro sentido totalmente
imutável e superior, essa é Razão que se apresenta para todos de forma única. Através da Razão
o sujeito percebe-se pensante, existente e vivo. Esse terceiro sentido apenas o homem tem. O
ser humano na sua busca deve olhar para dentro de si, para o homem interior.
Mas a razão não é a Verdade por excelência, é o olhar da alma das verdades eternas e imutáveis
que são acessíveis por iluminação divina e são apresentes no homem interiormente por
participação. Essas verdades são as Ideias – o Verbo de Deus que dão formas a todas as coisas.
São arquétipos que participam da constituição de todo o que existe.