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SEXUALIDADE E SOCIEDADE

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SUMÁRIO

SEXUALIDADE...................................................................................................................... 2
E SOCIEDADE ...................................................................................................................... 2
INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 4
A HISTÓRIA DA SEXUALIDADE ........................................................................................... 6
A Sexualidade e a Antiguidade .............................................................................................. 7
A sexualidade nos dias atuais.............................................................................................. 16
FREUD E A SEXUALIDADE ................................................................................................ 18
A SEXUALIDADE E A INFÂNCIA ........................................................................................ 23
COMO O PAPEL SEXUAL SE MANIFESTA NA SOCIEDADE ............................................ 29
Mitos, sexualidade, adolescência e sociedade .................................................................... 31
SEXO X GÊNERO ............................................................................................................. 34
Identidade de gênero ........................................................................................................... 36
Movimentos feministas e movimentos LGBTTT ................................................................... 37
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 39

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Proibida.
Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.

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INTRODUÇÃO

O comportamento atual dos jovens, que parece obedecer a um tipo de cultura

voltada para o culto ao corpo e à sexualidade, sugerindo uma busca inusitada e

direta do gozo a qualquer preço, escandaliza e intriga os pais e os educadores.

Os hábitos e comportamentos sociais variam historicamente. Suas

transformações geralmente estão relacionadas às mudanças verificadas na própria

sociedade ou em certas dimensões dela. Por esse motivo, é comum uma geração

não entender o comportamento adotado pela geração que imediatamente a

sucedeu, o que gera um conflito entre elas, comumente chamado de "conflito de

gerações". O pano de fundo deste conflito, como se pode notar, não é psicológico e

nem propriamente ético ou moral, mas social. Ele pode ser considerado como um

sintoma de mudanças profundas na vida social.

Um conflito desse tipo costuma atormentar os pais e educadores que, por

pertencerem às gerações anteriores, encontram enorme dificuldade tanto para

entender o comportamento e as práticas sociais adotadas pela nova geração,

quanto para lograr se comunicar a contento com ela. Muitas vezes, inclusive, não

conseguem fazer nem uma coisa nem outra, o que os impulsiona a tomar medidas

puramente repressivas ou a impor autoritariamente regras de conduta bastante

rígidas, que apenas servem para superdimensionar o conflito e ampliar o

desentendimento.

Os pais e mestres não são os únicos que sofrem com isso, os jovens

também. Muitas vezes, se sentem injustiçados, maltratados, discriminados. E não

são raras as vezes em que se sentem desestimulados, passando a apresentar

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problemas de autoestima, que logo se traduz em fracasso escolar e em dificuldade

de manter relacionamento social satisfatório.

Talvez uma maneira sólida de equacionar o problema seja tentar conhecer

suas raízes sociais. Afinal, se o desentendimento entre duas gerações próximas é

resultado de mudanças profundas na sociedade, nada melhor para entender o

conflito entre elas do que o esclarecimento adequado da magnitude das

transformações ocorridas na própria sociedade.

Nesse sentido, a análise de um bom exemplo de grandes mudanças no

comportamento social pode ser esclarecedora. É o caso do movimento que ficou

conhecido como a rebelião estudantil de 1968, que explodiu em maio daquele ano,

em Paris, e rapidamente se espalhou para boa parte do mundo ocidental. O

movimento ocorreu por diversos motivos e provocou uma mudança completa nos

costumes e nos comportamentos sociais.

Contestava não apenas o capitalismo, mas, principalmente, o modo de vida e

os valores das gerações anteriores, que consideravam o casamento, a formação da

família e a realização profissional como as principais metas da vida. Os rebeldes de

1968, imbuídos do espírito da revolta e com um firme desejo de conquistar uma

emancipação radical em relação à vida social capitalista, valorizaram o amor fora do

casamento, a possibilidade de não constituir família, o direito de não trabalharem ou

ao menos de não desejar uma carreira nos moldes almejados pelas gerações

anteriores e, sobretudo, repudiaram o nacionalismo e a prática da guerra.

Adeptos de valores fortemente libertários, estimularam o aparecimento, nos

Estados Unidos, do movimento de contestação à Guerra do Vietnã, proclamando

aos quatro ventos o slogan "faça o Amor, não faça a guerra", que se tornou uma

arma poderosa na luta antibélica.

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O movimento de 68 mudou o comportamento social em quase todos os

lugares. Ele destronou o terno, o paletó e a gravata na indumentária masculina,

valorizou a maior exposição do corpo feminino e transformou tanto as práticas

amorosas, que ganharam visibilidade e passaram a ser mais desinibidas, quanto

nossa relação com o sexo e com o próprio corpo. Além disso, contribuiu

decisivamente para a emancipação feminina e o fim do patriarcalismo no mundo

ocidental.

A HISTÓRIA DA SEXUALIDADE

A sexualidade ao longo da História passou por transformações e adaptações,

em que as diversas culturas criaram seu conjunto de atividades sexuais justificadas

por valores construídos ao longo dos séculos. Isso mostra que a história não é linear

e nada, nem mesmo a sexualidade, é definitivamente adquirido. Sexualidade é o

conjunto das atividades justificadas pelo fato de ser um ser sexuado.

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Os tabus sociais da sexualidade são conhecidos e estudados, porém ao

contrário do que se pensa, muitos povos antigos, em certo aspectos, tinham

costumes sexuais que hoje escandalizariam muitas pessoas.

Desde os tempos antigos, o homem se vê confuso com seu corpo, sua

sexualidade e o mundo natural e cultural no qual está mergulhado. E é a partir desta

combinação que ele reflete e elabora os símbolos com os quais constrói sua

existência e seu comportamento social e sexual, além de fabricar seus mitos.

Ao longo dos séculos, as grandes civilizações tiveram suas tradições

referentes ao sexo.

A Sexualidade e a Antiguidade

Para o pensamento antigo, a sexualidade não é um mal. Não se exige a

renúncia a si mesmo e a infinita repetição de mortificação para o acesso a um bem

aventurado além. Babilônia, Grécia e Roma, são um bom exemplo disso.

Na antiga Babilônia, a religião encarregou-se da organização da sexualidade

fora do casamento, desenvolvendo a prostituição sagrada. Heródoto, historiador

grego, do século V AC. escreveu:

"O costume mais vergonhoso dos


babilônios é o seguinte: toda mulher do país deve,
uma vez em sua vida, tomar lugar num santuário
de Afrodite e unir a um estranho..."

Documentos antigos mostram que a civilização era basicamente patriarcal.

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* A vocação de cada indivíduo era o casamento arranjado


pelos pais.

* O marido tinha repúdio à esposa estéril. Podia ter


concubinas, amantes, mas a esposa é punida pelo adultério.
Intensa liberdade sexual para os homens.

Mulheres casadas também entravam em associações de prostituição nos

templos, como o de Ishtar (deusa acadiana). Há prostituição de homens travestis

(papel passivo). As proibições quanto às relações sexuais são mínimas. Era

proibido: o sexo em alguns dias do calendário; toda violência sexual, como também

o incesto; e relações sexuais com as sacerdotisas, pois eram dedicadas aos

deuses.

Na Grécia antiga, a base da família era patriarcal, o casamento era

monogâmico ( o homem podia ter amantes, concubinas, a esposa estava presa a

fidelidade conjugal mas o marido não). Há prostituição sagrada marginalizada em

sítios como na cidade rica de Corinto (Afrodite).

O homem tem possibilidade de fazer sexo com os dois sexos. A pederastia,

homossexualidade, tem origem na camaradagem guerreira e remonta ao segundo

milênio: "... a antiga sociedade grega colocou a forma mais característica na relação

entre homens... entre um jovem e um mais velho, um adulto e um adolescente.."

(Marrou, l948, apud Catonné, l994).

Na Grécia, o apetite sexual se satisfaz com os dois sexos. O que importava

não era a diferença entre os sexos e sim uma relação onde se era ativo ou passivo.

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Era uma relação normal, valorizada pela razão, afeição e pela sociedade. Porque

tinha a função de inserir o rapaz de nascimento livre em seu status de cidadão.

Quando adulto não podia ser mais passivo e sim ser ativo. Não podia se prostituir

porque perdia os direitos políticos, comparado à mulher adúltera que perdia o direito

de participar nas cerimônias do culto público. À primeira vista, a situação das

mulheres lésbicas seria semelhante.

Porém, no período clássico, a mulher era vista como instituição de

reprodução, não há mais espaço para os amores sáficos ( lésbicos ).

A heterossexualidade cabia a função do indivíduo físico, e a

homossexualidade o indivíduo social e cultural. Era uma questão de escolha.

Platão tem sua filosofia definida como erótica. Sua pesquisa filosófica é

definida como uma tensão erótica, que identifica a paixão filosófica ao amor. O amor

é via mediadora que permite ter acesso a verdade. Alcança-se a ideia através do

sexo.

Estão relacionados com a sexualidade:

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*o amor- o princípio unificador do todo cosmos (ideia especificamente sexual;

pode-se separar o amor e o sexo).

*o erotismo- arte de amar, característica da atividade sexual enquanto

humana

*a procriação- uma questão renovada já era antes da era moderna da

contracepção

Na antiga cidade de Roma, a bissexualidade continua a reger as práticas

sexuais, mas eles nutriam ódio à passividade. O parceiro passivo devia ser um

escravo.

O casamento romano é ato privado. Não precisava de magistrados para

sancioná-lo, o que não prejudicava a estabilidade da união. Uma razão para se

casar podia ser para ter descendestes legítimos.

Montaigne ( apud Catonné, l994 ) diz "... o que mantinha os casamentos em

Roma, por tanto tempo e em segurança era a liberdade de rompê-los..." ( a ruptura

podia partir da mulher).

Durante o período da república, recomenda-se ao cidadão que se case. A

mulher é como os filhos, como os escravos, como os forros, e é vista como um ser

irresponsável e que se pode emprestar. O adultério é recriminado

Durante o Império, quem queria ser um homem de bem, só fazia sexo com

objetivo da procriação. O adultério masculino torna-se tão grave quanto o da mulher.

A ética sexual da antiguidade, tardiamente, orienta-se para uma

heterossexualidade de reprodução, sem todavia romper com a bissexualidade. O

cristianismo é que opera esta ruptura.

O evento de transição da sexualidade foi o evento do cristianismo, que operou

um corte rejeitando o erótico para o lado profano e enterra toda a volúpia no mal. A

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sexualidade é imposta como o lugar de eleição do pecado e da desonra. O

cristianismo preconiza a extinção do desejo, prescrevendo a abstinência e a

virgindade, enxerta o pecado no sexo e insere a culpa. No IV Concílio de Latrão, em

l215, a Igreja cortou o mundo em dois: o mundo dos clérigos, regido pelo celibato,

virgindade e continência, e o mundo dos leigos presos a um casamento dedicado a

procriação.

Fílon de Alexandria foi o primeiro pensador conhecido por ter imaginado um

delito de ordem sexual.

Para Santo Agostinho, século IV-V, o pecado é transmitido de geração em

geração pelo ato sexual. Sua conversão é associada ao ardente desejo de sua mãe

ao abandono de todo vida sexual.

A doutrina agostiniana da culpa domina o pensamento cristão até quarto

século. Porém, Agostinho jamais identifica o pecado original ao ato sexual e sim o

ato de desobediência. O desejo humano resulta da natureza humana corrompida e

há outra.

Para Agostinho, a mulher é a causa principal de todos os


males associado ao demônio e suas artimanhas. Sua concepção era
diabolizar o sexo. O ódio à mulher foi a maior herança da Idade
Média. A doutrina da igreja jamais se adaptou a isso devido às
divergências.

Tomás de Aquino diz que não há como dizer que antes do pecado, esses

membros não tenham tido uso tal como os outros membros. Para Tomás, sob o

comando da razão o desejo sexual pode moderar-se.

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No século XII, o casamento torna-se um dos sete sacramentos. Unir por

intermédio de um padre só se torna prática corrente no séc. XIII. A sexualidade

continua marcada por obsessão da sujeira.

No século XIII, a Igreja condena a fornicação, pecado da luxúria

(comportamento sexual ilegítimo).

Jean-Luis Flandrin diz que o casamento cristão é local exclusivo para

atividade sexual, unicamente para procriação, excluindo o prazer e tem como

finalidade a luta contra desejo e culpa.

O século XIII coincide com uma caça ao homossexual pela Igreja (difusão
dos bordéis). Quanto às relações sexuais, há uma quantidade incrível de
interditos: o calendário é ferozmente restrito na Idade Média, mostrava 92 dias
possíveis para a práticas sexuais, nos outros dias o sexo era proibido (como por
exemplo: durante a menstruação, pós-parto, quaresma, jejuns, festas). aqueles
que não obedeciam ao calendário eram punidos.

Considerava-se um amor ardente demais, mesmo no casamento, como

adultério. As posições para ao sexo (com exceção da posição "papai e mamãe")

eram condenadas e discutia-se vivamente sobre carícias.

O casto casamento cristão evoluiu em direção ao "menage à trois", pois as

intimidades do casal no leito eram compartilhadas com o confessor.

Durante os Séc. XII e XIII, o amor cortês rompe radicalmente com a tradição

medieval devido ao seu culto à sensualidade. Foi encarado como ofensa à moral

eclesiástica e como exaltação do adultério. Apesar disso, não modifica em nada o

modelo dominante.

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A mulher continua sendo um ser rejeitado, desprezado e encarado como uma

criatura reptiliana como ocorria na Idade Média (identifica a feiticeira- Inquisição,

medo= mulher+sexo).

Durante o século XIX é dado ao macho a responsabilidade sexual cuja

missão é apagar o temível vulcão feminino e transformá-la em uma honesta frigidez.

Nasce um programa de luta contra a masturbação.

A gerência sexual do casamento era igualmente preocupante e intolerável (a

mulher não deveria dirigir a relação sexual).

A medicina interessa-se de perto pelas práticas sexuais e o discurso médico é

tão repressivo quanto ao da Igreja.

Na Política da parcimônia espermática, o esperma era para a ciência como

um licor precioso e aconselhava-se poupar uma substancia tão rara somente para a

procriação. A medicina acompanha a Igreja e as finalidades do casamento cristão.

Em 1760, o médico Tissot de Lousanne condena a masturbação como crime.

É alegado que a masturbação teria poder patogênico que poderia causar tumores e

demência.

No século XIX, a relação entre os esposos continuava sofrendo forte

influência, tanto da igreja, quanto da ciência. A Igreja proibia o prazer que evitava a

gravidez e os médicos falavam e condenavam as "fraudes conjugais" ( a

masturbação, o coito interrompido, o sexo oral e o anal, que para estes, enganam a

natureza e impedia a fecundação). Relações sexuais com mulheres estéreis ou na

menopausa são denunciadas. E aos homem de 50 anos é dito que devem renunciar

ao sexo.

No gerenciamento orgásmico, 1880, médicos, como o dr. Fiau, estimavam

que a crise geradora ou necessidade de aproximação sobrevinha à mulher a cada

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três semanas. Consequentemente, ao homem bastava responder esta prudente

estimativa por não despertar o apetite potencial e insaciável da esposa fora desse

período. Pelo gerenciamento orgásmico, a medicina visava preservar a saúde do

marido e solucionar sua angústia sexual. Admitia-se como aceitável uma brevidade

nas relações conjugais, o que para os homens da burguesia era muito importante,

pois as relações sexuais para estes duravam em média 3 minutos.

Havia um programa "calipédico" para que o esposo tivesse belos filhos. Nesse

programa, eram determinados os momentos oportunos para o sexo: a hora, o clima,

em algumas regiões os bons padres soavam sinos do vilarejo uma hora antes do

levanta. O ato sexual deveria ser praticado no silêncio/recolhimento. Somente a

posição "mamãe e papai" deveria ser praticada, pois as outras posições causariam o

nascimento de filhos malformados. (Gardier l879, apud Catonné, l994)

De 1840 até 1860, estabelece-se que o gozo feminino não é necessário à

fecundação. O que passou a justificar o egoísmo masculino e fundamentar a

hostilidade contra o inútil clitóris. Médicos vitorianos levavam isso até o limite. Nessa

época a mulher honesta é a frígida e as que sentem prazer são anormais.

No decorrer do séc. XIX, acompanha-se o ideal puritano da Igreja. A igreja

renova as violências físicas para promover a mutilação genital. Em caso de

masturbação feminina ou de mulheres tomadas pelo desejo, deveria -se realizar a

ablação dos ovários.

Hoje a masturbação é recomendada principalmente por sexólogos por

prevenir "inaptidões sexuais". O prazer é encarado como direito de cidadania.

O jovem casal contemporâneo começa vivendo o sexo , depois coabita, às

vezes tem filhos e pensa eventualmente em casar.

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Hoje, o casamento é criticado principalmente pelas feministas, que o veem

como instituição de dominação masculina, e além disso, porque tem a função estrita

de uma casta monogamia. Em certos países, o casamento entre duas pessoas do

mesmo sexo tem mudado o quadro da união homem-mulher.

A atualidade tem dado à sexualidade traços significativos rígidos pelo

tecnociência (proveta, sexo programado).

Duas datas que marcam a modernidade sexual:

1. os relatórios Kinsey (1948-1953), que se


centralizavam na investigação do orgasmo e estão
ligados a uma ideia de igualdade de direitos no que se
refere ao prazer;

2. a pílula anticoncepcional legalizada pelo


parlamento, em l967, cujo uso é facilitado por
movimentos feministas.

Freud denunciou constantemente a moral dominante que perseguia o sexo,

causava repressão sexual e gerava neuroses que levam a inibição ( apud Catonné,

l994). A Pedagogia freudiana visava permitir uma maior satisfação e sofre duas

críticas:

a) Karl Jasper defende o existencialismo cristão e recrimina a teoria sexual

por subordinar os valores aos instintos e faltar-lhe o essencial do ser humano;

b) Marcuse censura-o por enfatizar um "sacrifício sistemático da libido", por

um desvio rigorosamente imposto para atividades e manifestações sociais úteis em

nome da civilização.

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Para Freud, a civilização ocidental atingiu um ponto


culminante em sua política de restrição sexuais por organizar a
sexualidade heterossexual e monogâmica como a única legítima.
Freud mudou a forma de encarar a sexualidade infantil ao mesmo

Para Foucaul, a repressão sexual é uma autorrepressão que a burguesia se

impôs por distinguir-se da aristocracia licenciosa do séc. XVIII e por este meio

afirmar-se como classe dominante. como remédio, a burguesia usa a Psicanálise

como instrumento para as consequências das limitações que se havia imposto (

apud Catonné, l994).

Vivemos em uma época singular. Nesse momento da história, conjugamos a

igualdade entre os sexos e a liberdade sexual.

A sexualidade nos dias atuais

A sexualidade humana passou, nos últimos tempos, a ocupar um lugar de

destaque, busca e preocupações. Primeiro, de um lado fala-se de uma conquista,

que derrubou as muralhas que protegiam a realidade dos olhos e da cobiça. O tabu

do sexo já é considerado algo do passado. Quantos complexos e escrúpulos ligados

à sexualidade foram eliminados. Chega-se a afirmar em livros que em matéria de

sexo não existe o certo e o errado. Ali tudo é permitido. Não haveria mais pecado

neste setor da vida.

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Diante da invasão súbita pornográfica e dos incentivos para a prática sexual

indiscriminada, começam a surgir, cada vez mais frequentes: gravidez precoce,

crimes passionais (abortos) e atrofia espiritual.

Eliminou-se, sem dúvida, o tabu do sexo. Mas criou-se, em substituição, seu

mito.

O ser humano perde a visão de conjunto e elimina pela raiz diversas

dimensões de sua vida: sua personalidade é recalcada para o plano do prazer; o

conhecimento fica para depois; o amor se esvazia; a fé é abandonada; a religião

aparece sem sentido; a amizade é substituída pelo gozo que reduz o outro a si

mesmo, como objeto de prazer; a beleza desaparece e a pessoa começa a sentir-se

vazia e a vida sem valor. Reduziu todas as suas dimensões ao sexo.

Três motivos disputam particularmente a primazia na busca do sexo: um

subjetivo, outro objetivo e o terceiro, efetivo.

O motivo subjetivo é o prazer.

Trata-se de uma tendência e busca tão vigorosas que justifiquem enormes

investimentos gastos e toda inundação da pornografia nos mercados, inclusive na

Internet. Dá-se-lhe um nome de instinto sexual (libido). Desdobra-se em diversas

realizações: uma mais genital e outra mais difusa, na busca do afeto e do carinho;

carícias que se estendem pelo corpo todo. As piadas, sobremaneira, são

abundantes neste campo, denotam o cômico da situação, bem como a busca

refreada e recalcada.

O motivo objetivo refere-se ao exercício do poder.

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O homem quer ser macho. Isso significa dominar. Sente necessidade de

mostrar-se potente, que é, no caso, sinônimo de poderoso. O machismo, no mundo

ocidental, tem apaixonados adeptos.

A mulher, por sua vez, se apresenta como sedutora. Põe sua feminilidade,

com incontáveis e caríssimos recursos cosméticos, ao serviço da captação e

consequente sujeição do sexo masculino.

Uma das armas em que a mulher tem sido vítima é a sedução. Seu domínio e

conquista consistem em derrubar, pelo próprio sexo a arrogância masculina..

O motivo efetivo visa ao efeito do ato sexual, que são os filhos.

Antigamente, este era o objetivo mais visado: a potência sexual, o domínio e

o poder se demonstravam pelo número de filhos. Hoje este motivo está em recesso.

A economia se tornou prevalentemente monetária. Dispensa os filhos. O poder

deslocou-se para a posse material. Só a classe pobre, onde o fator financeiro não

desempenha papel preponderante, se caracteriza por um número maior de filhos.

FREUD E A SEXUALIDADE

Freud (apud Werebe, l998) colocou em evidência o lugar e a significação da

sexualidade infantil, contribuindo grandemente para a Psicologia. Antes dele, a

sexualidade infantil era negada ou mal conhecida. As suas teorias sobre esse

assunto escandalizaram e chocaram pois elas vieram contrariar a ideia da "pureza’ e

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da inocência da criança. Sua teoria encontrou resistências e oposições maiores e

mais duráveis do que as enfrentadas por sua teoria sobre o inconsciente.

No primeiro ano de vida, a boca e os lábios constituem a zona privilegiada de

prazer. Freud designou esta fase como oral. Segundo ele, o prazer que a criança

sente na sucção seria erótico e o seio seria o primeiro objeto de desejo sexual. Para

Wallon, não há nenhuma razão para emprestar uma significação erótica ao interesse

poderosos que suscitam nela suas sensibilidade orgânicas (apud Werebe, l998).

É evidente que a excitação, seja sexual ou não, da boca e dos lábios provoca

um prazer evidente na criança, mesmo quando não tem por objetivo saciar sua

fome, como o que acontece quando a criança chupa o dedo ou a chupeta.

Depois da fase oral, as zonas de excitação, segundo Freud, que provocam

prazer sexual são, primeiro, a zona anal e, mais tarde, os órgãos genitais (fase

genital).

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Na fase anal, o modo de relação com a mãe os outros substitutos representa

um papel importante, em particular as pressões para a educação do controle dos

esfíncteres. Convém lembrar que constitui uma atitude inadequada por parte dos

adultos a de procurar forçar a criança a um tal controle muito cedo, quando os

esfíncteres ainda não estão preparados.

Na fase genital, a criança passa a se interessar pela exploração de seu

próprio corpo e do corpo dos outros. Ela descobre o prazer que seus órgãos genitais

lhe proporcionam quando tocados. Como o pênis e o clitóris são regiões que

possuem uma sensibilidade de natureza erótica associada ao prazer, as crianças

tornam-se vulneráveis às seduções do adulto. O trauma psicológico nos abusos

sexuais, nos casos de incesto ou de pedofilia, é provocado muitas vezes pelos

sentimentos ambivalentes da criança: prazer, culpa, vergonha, medo.

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Entre o segundo e o quinto ano de vida, observa-se uma intensificação do

jogo genital, cuja participação emocional varia de acordo com atitude do meio, em

particular dos pais. Nas culturas permissivas, como indicam os estudos

antropógicos, as crianças não sofrem repressão neste terreno. Mas quando existe,

procura eliminar na criança uma conduta considerada indesejável. De qualquer

forma, o organismo infantil não tem a mesma significação psicológica que a

masturbação propriamente dita e que surge na puberdade.

Na fase genital, as pulsões parciais se organizam em função da constatação

da diferença dos sexos e principalmente da ausência do pênis na menina. Esta

constatação deu origem à teoria freudiana da castração (angústia da castração que

acompanharia esta descoberta).

Desde os dois anos e meio, a criança se interessa pela diferença entre os

sexos observando o modo de micção das crianças dos dois sexos. A intervenção do

adulto nas investigações da criança pode contribuir para criar ou reforçar o

sentimento de vergonha associado ao próprio corpo.

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Em geral, é entre os dois e os quatro anos de idade que a criança faz as suas

primeiras perguntas sobre seu nascimento e de outros bebês, como por exemplo: de

onde veem os bebês? Por onde entram? As perguntam vão ficando mais complexas

com o passar do tempo e buscam sempre uma resposta satisfatória. É importante

que a criança compreenda o lugar que ocupam as relações sexuais e afetivas entre

os pais, o que prepara a criança para compreender mais tarde a relação entre o ato

sexual, a procriação, a afetividade e o prazer sexual.

Por volta dos três anos, a criança estabelece uma relação objetal em que a

mãe (para o menino) e o pai (para a menina) representam o objeto de seu amor.

Esta relação é chamada por Freud de "complexo de Édipo". A resolução do

complexo de Édipo consiste em renunciar aos desejos sexuais em relação ao

genitor do sexo oposto, substituindo-os pelo desejo de se identificar com o genitor

do próprio sexo.

Depois dos cinco anos, a sexualidade, segundo Freud, entraria numa fase de

latência, onde as atividades eróticas diminuem ou desaparecem, mas os interesses

sexuais permanecem vivos. Os antropólogos contestam esta teoria, pois esta fase

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não foi verificada em todas as culturas estudadas. Como por exemplo: Ford e Beach

(l951) constataram nos seus estudos que a criança não reprimida aprende a

responder sexualmente bem antes da puberdade. Estes dados foram confirmados

pelos resultados da pesquisa de Kinsey. Mesmo nas culturas menos permissivas, a

criança continua suas investigações para completar suas informações sobre a

sexualidade. Seus jogos sexuais são frequentes e em geral constituem formas de

exploração do próprio corpo e de caráter recíproco com seus pares.

A SEXUALIDADE E A INFÂNCIA

São necessários dois materiais importantes para construção da história de

cada ser humano: os imperativos biológicos básicos que marcam e diferenciam

homens e mulheres e as diferenças que são atribuídas socialmente e variam de

acordo com a época, o local e a cultura.

As diferenças que separam o feminino e masculino variam de acordo com a

cultura e as experiências individuais, ao passo que ao nascer, a diferenciação

homem/mulher está completa. Os comportamentos e atitudes dependem da idade,

saúde, herança cultural, de esquemas sexuais e do desenvolvimento físico-mental.

O organismo se constrói em corpo, quando o indivíduo relaciona-se com a cultura

em que vive, ou seja, quando registra a emoção e o sofrimento através dos signos

que no curso da civilização, enchem sua experiência humana de vida. Nesse

processo de construção estão presentes o grupo cultural e o indivíduo. Mesmo antes

de seu nascimento, o sujeito é objeto dos desejos e das fantasias de seus pais que

também estão imersos em estruturas psicológicas e histórico-sociais.

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A construção da sexualidade abrange o que significa ser menino ou ser

menina, homem ou mulher, numa dada cultura; a manifestação dos sentimentos, a

maneira de ver o mundo que refletem as estruturas cognitivas e afetivas construídas

ao longo do processo de desenvolvimento.

Não podemos separar a sexualidade do contexto no qual ela se manifesta.

Pois a sexualidade está imersa no universo de relações do meio social, absorvendo

mitos, costumes, síntese de experiências vivenciadas, Para conhecê-la, temos que

organizar, estruturar e explicar num contexto de vida e também de ação das

relações sociais.

Cada cultura possui seus mitos, crenças e costumes, isto é, seus sistemas de

significação. O grupo cultural fornece o universo de significados que ordena o real

em categorias. As crianças têm ideias próprias a respeito da realidade em que vivem

e constroem seus modelos representacionais a partir dessa realidade.

Constituem um aspecto importante da compreensão da sociedade e da

sexualidade: o conceito de família e seu papel dentro da sociedade, as funções

paternas e maternas e a adoção de papéis, inclusive sexuais. Os modelos

masculinos e femininos fornecem os esboços para o esquema sexual, que

possibilitam à criança agir e operar sobre o meio e denotam a sua organização

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interna. Esses modelos que constroem os conceitos do que é ser homem ou mulher

e a adoção de padrões de comportamento que combinam com um ou outro

esquema sexual. Mediante aprovação dos adultos, a criança saberá se esse padrão

é apropriado ou não.

Segundo Vygotsky (apud RIBEIRO, 1996), o ser humano constitui-se como tal

na sua relação com o outro social. O ser humano é membro de uma espécie

biológica que só se desenvolve no interior de um grupo cultural. Sua estrutura e seu

modo de funcionamento são construídos ao longo da história da espécie e do

desenvolvimento individual. Nesse processo, a linguagem ocupa um espaço

importante em que a cultura fornece ao indivíduo os sistemas simbólicos de

representação da realidade.

Para Vygotsky (apud RIBEIRO, 1996), a aprendizagem é fundamental para o

desenvolvimento do ser humano, desde o seu nascimento. A criança se dimensiona

na relação com os outros e na relação consigo mesma. Sua tese é da mediação que

inclui a transmissão do processo de representação mental dos indivíduos e a cultura.

O outro contribui para o desenvolvimento do individuo, na medida em que possibilita

o desenvolvimento de funções emergentes, a partir de funções consolidadas

autônomas, O indivíduo constrói o seu conhecimento na inter-relação com o outro (

O conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal vem a confirmar isso. O outro, ao

relacionar-se com a criança, percebe o que a criança já conhece sobre a

Sexualidade e o que ela tem condições para aprender e entender) .

A criança vê, ouve e acumula objetos do conhecimento não de maneira

estática, mas assimilando-os, deformando-os e reelaborando-os. Atenta a todas

referências a quaisquer tópicos relacionados com seu corpo, posiciona-se em torno

de tudo que ouve e vê, como por exemplo, o que é vinculado na mídia. Quanto

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maior for a diversidade de situações para a troca, mais oportunidades a criança terá

de elaborar suas próprias ideias. Quanto mais enriquece seus conhecimentos, mais

a criança amplia e enriquece o seu desejo de conhecer como possibilidade de

autoria, enquanto atividade criadora.

Quando devidamente estimulado, o ser humano imagina, combina, modifica e

cria, em diferentes graus de complexidade. A atividade criadora, segundo Vygotsky,

faz da pessoa um ser projetado para o futuro, qualquer ser humano. Não só os

grandes gênios criam. Para que essa criação aconteça são necessários subsídios

do mundo da cultura.

Para a construção de um corpo sexuado, os processos criadores estimulados

desde a infância são importantes. A imaginação e a fantasia são base da atividade

criadora. As crianças não apenas recordam as experiências vividas, mas as

reelaboram a sua própria de acordo com a sua estrutura mental e emocional.

Existe uma estreita relação entre a atividade criadora e a riqueza e variedade

da experiência vivida pela criança. A imaginação será mais rica, para Vygotsky,

quanto mais rica for a experiência. A atividade criadora da criança ocorre nos

momentos de brinquedo e faz de conta.

Portanto, propiciar à criança oportunidades de discutir diversos assuntos

relacionados com o próprio corpo, sob diferentes enfoques e utilizando materiais

variados, enriquecerá sobremaneira suas experiências. Essa deve ser a

preocupação de uma intervenção pedagógica.

A rica experiência acumulada pela humanidade possibilita a criança aprender

pela palavra do outro, organizando os próprios processos mentais e as suas ações.

É por esse processo que se constrói o senso de si mesmo, como menino ou menina,

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homem ou mulher, que está em constante transformação. O corpo sexuado deixa a

sua marca nas ações do indivíduo, naquilo que pensa, sente, diz ou faz.

Vygotsky disse:

"...es el enlace emocional que se manifesta de dos maneiras: por una parte

todo sentimiento, toda emoción tiende a manifestarse en determinadas imágenes

concordantes com ella, como si la emoción pudiese elegir impresiones, ideas, i

mágenes congruentes com el estado de ánimo que nos dominase en aquel instante

(apud Ribeiro, l996 ).

A música, o filme, a poesia e várias outras formas de arte podem ser

desencadeadoras das mais diversas representações. Aliar emoção, pensamento e

sentimento conduzem a construir um corpo sexuado sem a dicotomia

organismo/corpo, e, na relação com seu grupo cultural, tornam-se possíveis o sentir

e o pensar sobre as próprias emoções.

As crianças assumem em todas as idades papéis sexuais ao passo que vão

construindo sua identidade sexual. A identidade é a experiência individual do papel

sexual. O que leva a criança não só a repetir, dizer e pensar sobre o que diz em

seus brinquedos envolve a qualidade das trocas com seu grupo cultural e a

solicitação adequada do pensamento da criança.

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A linguagem, segundo Vygotsky ( apud Ribeiro, l996 ), envolve relações entre

as crianças e os outros. Nesse processo de troca, as crianças têm a oportunidade

de reconstruir, numa dimensão micro o conhecimento sobre a sexualidade

socialmente compartilhado e já reconstruído pelos outros que o cercam. Assim

sendo, a discussão é muito importante para que elas possam agir sobre sua

sexualidade, de forma válida, tanto para seu grupo cultural, quanto para si mesma.

O que as crianças dizem tem origem de seu mundo social, reflete geralmente

um saber do senso comum que é a maneira de conhecer compartilhada

socialmente. Ao apropriarem-se do que os outros falam sobre sexo (como seus pais,

ou de outros, como os professores e colegas) deformam e transformam.

Podemos agora mostrar dois exemplos de permissividade e opressão sexual

de culturas diferentes que, sem dúvida, marcam a sexualidade das crianças que

fazem parte desses grupos:

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Em algumas tribos da África Tropical, do nascimento até os três anos de

idade as crianças são tocadas nos órgãos genitais pela mãe. No caso dos meninos

devido a preocupação com sua futura virilidade e no caso das meninas visa evitar a

frigidez sexual da mulher. Como este costume é culturalmente aprovado, não se lhe

empresta uma conotação negativa.

Há também regiões no continente africano onde são frequentes casos de

mutilações dos órgãos sexuais das crianças do sexo feminino. Segundo a ONU,

anualmente, dois milhões de meninas de quatro a doze anos são submetidas à

excisão do clitóris e à infibulação (processo de oclusão vulvar, costurando-se os

grandes lábios). Muitas dessas mulheres morrem em consequência das mutilações.

Tais mutilações visaram sempre a interferir na sexualidade feminina.

COMO O PAPEL SEXUAL SE MANIFESTA NA SOCIEDADE

A sexualidade relaciona-se com o papel que homens e mulheres

desempenham socialmente. A sociedade estabelece hierarquicamente papéis

sociais para o homem e para a mulher, nos quais, não raramente, encontramos o

homem colocado em um papel privilegiado.

A sociedade espera do homem e da mulher o que chamamos de papel

sexual. O papel sexual é o modo com que os indivíduos se comportam com os do

mesmo sexo. A sociedade e a cultura de cada povo determinam como homens e

mulheres vão incorporar esses papéis, e quem não segue o padrão, muitas vezes,

não é visto com bons olhos.

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Há séculos não se admitia que a mulher trabalhasse fora, usasse calças

compridas e batom. Hoje, muitas mulheres realizam trabalhos iguais aos dos

homens e se vestem de acordo com a conveniência, condições e ocasião.

Mesmo com a modernização que a estrutura social sofreu nas últimas

décadas, vemos que a educação das meninas e meninos continua sendo bem

diferenciada. Enquanto os meninos são educados dentro da ótica da competição e

agressividade, as meninas são educadas para serem delicadas e maternas.

E, quando chega a adolescência...

Para a jovem, tem-se uma série de proibições: não deve sair sozinha, não

pode transar com o namorado entre outros. Mas para o rapaz, tudo é permitido e até

estimulado: sair só, beber, fumar, voltar para casa de madrugada, ter relações

sexuais.

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Por isso, ao educador ou a família cabe a tarefa de desencadear a reflexão e

o debate sobre os papéis sexuais carregados de estereótipos, ou seja modelos

rígidos de comportamento. Não se pretende fazer meras substituições sociais que

os homens e as mulheres ocupam, mas promover a igualdade de direitos e a

equiparação de oportunidades.

O adolescente em geral, não expõe suas dúvidas e curiosidades sobre o

assunto, por medo de ser taxado de avançada demais - as meninas - ou bolha - os

meninos.

Eles procuram satisfazer suas curiosidades de diversas maneiras, como

buscando informações na mídia, com os pais, com os colegas e até mesmo com os

professores. Passam por baixo das carteiras revistas pornográficas, assistem em

grupo a filmes, discutem sobre personagem de novelas a ser ou não hermafrodita e

polemizam se uma colega de classe poderia ter evitado aborto. Falam de alguém

que cometeu estupro e foi preso, de assédio sexual, da prostituição infantil.

Esses entre outros aguçam a curiosidade dos jovens. Os olhares são cheios

de indagações, portanto o espaço para debate deve estar aberto, para divagar sobre

a sexualidade. O importante é ter uma boa interação com os jovens e disponibilidade

afetiva para que o adolescente possa interagir no contexto da sexualidade.

Mitos, sexualidade, adolescência e sociedade

A nossa sociedade ainda é muito repressora ao falar de sexo. Existe uma

falsa liberdade e muita hipocrisia reinante: sexo é sempre caricaturizado perdendo-

se muita qualidade com tal postura. Percebe-se em todos os indivíduos o reflexo

deste recalque. Um exemplo clássico, um tanto antigo e, ao mesmo tempo, cada vez

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mais atual, é o da gravidez na adolescência. Apesar da quantidade de informação

veiculada ainda persiste como assunto de extrema importância social e receio entre

os adolescentes.

Acontece que as adolescentes ainda usam mal a tabelinha, pouca informação

prática é oferecida - isso quando a correta informação atinge o universo deles e

muitas garotas tomam pílula somente nos dias em que mantém relação sexual,

colocam um absorvente com vinagre antes do coito, numa tentativa de

anticoncepção, ou ainda acreditam que na primeira relação sexual não se engravida.

Tudo isso, claro, não funciona e acaba gerando muita insegurança. Os meninos, por

sua vez, ainda assumem a postura machista de deixar a anticoncepção por conta

delas, como se a eles só coubessem a penetração e a elas, passíveis em todo o ato,

tivessem que tomar conta de todo o resto.

Um método anticoncepcional cuja utilização tem crescido entre as meninas é

a pílula. Mas vale lembrar que aquela que serve para uma amiga não serve para

todas as outras. Cada uma tem um organismo que reage de forma diferente. Porém,

elas relatam grande desconforto com a possibilidade dos pais descobrirem a cartela

denunciando uma vida sexual ativa. Sabe-se da necessidade de se cuidar, mas o ter

que "fazer escondido" gera angústia e falta de autonomia.

Já com os meninos, o medo é de broxar. Ficam imaginando o que aconteceria

com a reputação deles se não "dessem conta" do recado. Por isso, muitos estão

tomando Viagra, medicamento desenvolvido pela Pfizer usado para tratar impotência

masculina, como uma medida paliativa - e irresponsável - contra a disfunção erétil.

Além disso, o temor do tamanho do pênis já é algo que acompanha os meninos

nessa idade.

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Uma coisa é certa: todos estão no "mesmo barco" com as mesmas angústias

e temores. Compartilham as informações e as dúvidas com os amigos que sabem

tanto quanto eles próprios. E nessa roda de "troca" de conhecimentos, viciam as

mesmas questões e acabam cristalizando erros por falta de informação.

Tal quadro é alarmante. Hoje pais e educadores parecem se preocupar mais.

Por outro lado, a rapidez da vida atual não deixa tempo para que seja entendido de

quem é afinal a responsabilidade de tal assunto: da escola ou da família. Mas será

que ao se tratar de sexualidade há como fazer uma educação fragmentada, pela

escola OU pela família?

A melhor educação é aquela que fixa limites: os indivíduos em

desenvolvimento precisam para que possam assumir responsabilidades e os pais

necessitam de limites no papel de educadores já que não podem determinar a vida

dos filhos para sempre. À escola cabe punir o aluno contra a transgressão da lei

além da obrigação de protegê-los. Pela falta de procedimentos educativos sexuais,

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as deformações dos pensamentos circulam livremente. A ausência da

institucionalização da educação sexual alimenta e autoriza opiniões e conceitos

distorcidos sobre as questões sexuais.

Vale se questionar: "De onde tiramos tanta crença que só faz empobrecer e

dificultar o sexo?" Estas mensagens entram com facilidade em nossas mentes,

porque temos uma insegurança básica sobre sexo e anseio por qualquer informação

sexual. Por ser um dos mais essenciais exercícios do instinto humano, o sexo tem

sido causa de numerosos desacertos e mitos, pois nossa sociedade ainda é

preconceituosa e ignorante em relação à sexualidade.

Os mitos são instituídos com a função de divulgar a expressão social, e são

perpetrados através das gerações. Dificultam o acesso a uma vida sexual saudável

e sem angústias, levando inadequações e disfunções sexuais. Eles desenvolvem-se

no ambiente dos temores e proibições que induzem ao sofrimento dispensável. Esse

ambiente propicia o surgimento de novos mitos, reveladores de receios e

inseguranças pessoais, não permitindo a satisfação plena. Um excelente remédio

contra esse mal-estar, não só para os adolescentes, mas para todas as pessoas em

geral é a informação e sinceridade para poder lidar com tais crenças e (re)conquistar

a habilidade de realização.

SEXO X GÊNERO

As ciências sociais tem feito nos últimos anos uma distinção entre os

conceitos de sexo e gênero. Pode-se dizer que sexo está relacionado às distinções

anatômicas e biológicas entre homens e mulheres. O sexo é referente a alguns

elementos do corpo como genitálias, aparelhos reprodutivos, seios, etc. Assim,

temos algumas pessoas do sexo feminino (com vagina/vulva), algumas pessoas do

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sexo masculino (com pênis) e pessoas intersexuais (casos raros em que existem

genitais ambíguos ou ausentes).

Gênero é o termo utilizado para designar a construção social do sexo


biológico. Este conceito faz uma distinção entre a dimensão biológica e associada
à natureza (sexo) da dimensão social e associada à cultura (gênero). Apesar das
sociedades ocidentais definirem as pessoas como homens ou mulheres desde
seu nascimento, com base em suas características físicas do corpo (genitálias),
as ciências sociais argumentam que gênero se refere à organização social da
relação entre os sexos e expressa que homens e mulheres são produtos do
contexto social e histórico e não resultado da anatomia de seus corpos.

Se a expressão social de comportamentos de homens e mulheres é

puramente baseada na natureza dos órgãos genitais, nas quais uma mulher é quem

tem um aparelho reprodutor feminino, por que existem expressões como “isso não é

coisa de mulher”? No mesmo sentido, se ser homem é ter um pênis, por que existem

tantas coisas que “não são de homem”? Esses questionamentos apontam que ser

homem ou mulher é muito mais complexo do que nascer com um pênis ou uma

vagina, extrapola os atributos físicos, envolvendo diversas regras sociais de

comportamento que são expressas através de feminilidades, masculinidades e dos

padrões de gênero.

As maneiras como homens e mulheres se comportam correspondem a

aprendizados socioculturais que nos ensinam a agir de acordo com prescrições de

cada gênero. Exemplo disso é que existem diferenças de comportamento entre

mulheres de diferentes países, do mesmo modo, os homens de séculos atrás não se

expressavam do mesmo jeito que atualmente. As representações de gênero são

distintas de uma cultura para outra, sendo um dos objetivos dos estudos de gênero e

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das ciências sociais analisar a diversidade de expressões em diferentes grupos e

locais, identificando e desnaturalizando tais padrões.

Há uma grande expectativa social em relação às ações, atitudes e

expressões de mulheres e homens. Existem também modos e locais específicos de

trabalho, cuidado com a família, circulação, vestimenta, atração física, além de

expectativas sobre quais atividades devem ser desempenhadas por cada um dos

grupos.

Identidade de gênero

Identidade de gênero é a experiência subjetiva de uma pessoa a respeito de

si mesma e das suas relações com outros gêneros. Não depende do sexo biológico

da pessoa, mas de como ela se percebe. Essa identidade pode ser binária (homem

ou mulher), mas também pode ir além dessas representações e rechaçar ambas as

possibilidades de reconhecimento, sendo assim pessoas não binárias (todos os

outros gêneros).

Um tema em evidência hoje nos meios de comunicação são as identidades

das pessoas transgênero, transexuais e travestis. Estas pessoas são aquelas cuja

identidade de gênero é diferente do gênero assignado no nascimento (gênero

imposto).

Já as pessoas que se identificam com o gênero que lhes foi determinado no

momento do seu nascimento são chamadas de cisgêneras. Ou seja, da perspectiva

social, política, científica e jurídica, uma pessoa cisgênera é vista como “alinhada”

dentro de seu corpo e de seu gênero. Este termo foi criado para destacar

politicamente quem é trans e quem não é, e para jogar luz na estrutura social que

invisibiliza as pessoas trans. A maior parte das pessoas são cisgêneras.

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Movimentos feministas e movimentos LGBTTT

A partir da segunda metade do século XX, podemos observar o impacto de

movimentos feministas e movimentos LGBTTT (Lésbicas, Bissexuais, Travestis,

Transexuais e Transgêneros) no questionamento dos modelos socialmente

esperados para homens e mulheres, na busca pela igualdade de direitos entre os

gêneros e na crítica das relações afetivo-sexuais nos espaços públicos e privados.

Tais grupos questionam também a naturalização dos padrões de gênero e de

sexualidade. Neste sentido, destacam que as desigualdades estabelecidas entre

homens e mulheres, bem como entre heterossexuais e homossexuais são

construídas socialmente e, sendo assim, são passíveis de transformações e novas

compreensões.

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Organizações feministas e LGBTTT, sobretudo a partir dos anos 1960,

fortaleceram suas demandas, através do diálogo com a sociedade civil e da pressão

junto ao Estado visando a implementação de políticas públicas destinadas a

assegurar os direitos das minorias.

Atualmente, as demandas do movimento feminista são bem amplas e tem

como foco a descriminalização do aborto, o direito ao corpo, a igualdade de

oportunidades e de salários, o combate à cultura do estupro e assédio, o fim da

violência contra as mulheres e do feminicídio.

Por sua vez, os movimentos LGBTTT no Brasil vem exigindo a

implementação de políticas públicas que promovam a cidadania plena dessa

população e lutando pelo fim da violência e discriminação homofóbica e transfóbica.

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REFERÊNCIAS

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um tema transversal / Ana Maria Faccioli de Camargo, Cláudia Ribeiro; coordenação
Ulisses F. Araújo. – São Paulo: Moderna; Campinas, SP: Editora da Universidade de
Campinas, 1999. – (Educação em pauta: temas tranversais).
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São Paulo: Cortez, l994.
MORENO, Montserrat. Como se ensina a ser menina. São Paulo: Moderna, l999.
NUNES, César e Silva, Edna. A educação sexual da criança. Campinas, São Paulo:
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RIBEIRO, Cláudia. A fala da criança sobre sexualidade humana: o dito, o explícito e
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WEREBE, Maria José Garcia. Sexualidade, Política, Educação Campinas, SP:
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