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SEXUALIDADE E SOCIEDADE
Coordenação de
Ensino Instituto IPB
SEXUALIDADE
E SOCIEDADE
SUMÁRIO
SEXUALIDADE...................................................................................................................... 2
E SOCIEDADE ...................................................................................................................... 2
INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 4
A HISTÓRIA DA SEXUALIDADE ........................................................................................... 6
A Sexualidade e a Antiguidade .............................................................................................. 7
A sexualidade nos dias atuais.............................................................................................. 16
FREUD E A SEXUALIDADE ................................................................................................ 18
A SEXUALIDADE E A INFÂNCIA ........................................................................................ 23
COMO O PAPEL SEXUAL SE MANIFESTA NA SOCIEDADE ............................................ 29
Mitos, sexualidade, adolescência e sociedade .................................................................... 31
SEXO X GÊNERO ............................................................................................................. 34
Identidade de gênero ........................................................................................................... 36
Movimentos feministas e movimentos LGBTTT ................................................................... 37
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 39
INTRODUÇÃO
sociedade ou em certas dimensões dela. Por esse motivo, é comum uma geração
gerações". O pano de fundo deste conflito, como se pode notar, não é psicológico e
nem propriamente ético ou moral, mas social. Ele pode ser considerado como um
quanto para lograr se comunicar a contento com ela. Muitas vezes, inclusive, não
conseguem fazer nem uma coisa nem outra, o que os impulsiona a tomar medidas
desentendimento.
Os pais e mestres não são os únicos que sofrem com isso, os jovens
conhecido como a rebelião estudantil de 1968, que explodiu em maio daquele ano,
movimento ocorreu por diversos motivos e provocou uma mudança completa nos
ao menos de não desejar uma carreira nos moldes almejados pelas gerações
aos quatro ventos o slogan "faça o Amor, não faça a guerra", que se tornou uma
nossa relação com o sexo e com o próprio corpo. Além disso, contribuiu
ocidental.
A HISTÓRIA DA SEXUALIDADE
por valores construídos ao longo dos séculos. Isso mostra que a história não é linear
combinação que ele reflete e elabora os símbolos com os quais constrói sua
referentes ao sexo.
A Sexualidade e a Antiguidade
proibido: o sexo em alguns dias do calendário; toda violência sexual, como também
deuses.
milênio: "... a antiga sociedade grega colocou a forma mais característica na relação
não era a diferença entre os sexos e sim uma relação onde se era ativo ou passivo.
Era uma relação normal, valorizada pela razão, afeição e pela sociedade. Porque
Quando adulto não podia ser mais passivo e sim ser ativo. Não podia se prostituir
porque perdia os direitos políticos, comparado à mulher adúltera que perdia o direito
Platão tem sua filosofia definida como erótica. Sua pesquisa filosófica é
definida como uma tensão erótica, que identifica a paixão filosófica ao amor. O amor
é via mediadora que permite ter acesso a verdade. Alcança-se a ideia através do
sexo.
humana
contracepção
sexuais, mas eles nutriam ódio à passividade. O parceiro passivo devia ser um
escravo.
mulher é como os filhos, como os escravos, como os forros, e é vista como um ser
Durante o Império, quem queria ser um homem de bem, só fazia sexo com
um corte rejeitando o erótico para o lado profano e enterra toda a volúpia no mal. A
l215, a Igreja cortou o mundo em dois: o mundo dos clérigos, regido pelo celibato,
procriação.
geração pelo ato sexual. Sua conversão é associada ao ardente desejo de sua mãe
século. Porém, Agostinho jamais identifica o pecado original ao ato sexual e sim o
há outra.
Tomás de Aquino diz que não há como dizer que antes do pecado, esses
membros não tenham tido uso tal como os outros membros. Para Tomás, sob o
O século XIII coincide com uma caça ao homossexual pela Igreja (difusão
dos bordéis). Quanto às relações sexuais, há uma quantidade incrível de
interditos: o calendário é ferozmente restrito na Idade Média, mostrava 92 dias
possíveis para a práticas sexuais, nos outros dias o sexo era proibido (como por
exemplo: durante a menstruação, pós-parto, quaresma, jejuns, festas). aqueles
que não obedeciam ao calendário eram punidos.
Durante os Séc. XII e XIII, o amor cortês rompe radicalmente com a tradição
medieval devido ao seu culto à sensualidade. Foi encarado como ofensa à moral
modelo dominante.
medo= mulher+sexo).
um licor precioso e aconselhava-se poupar uma substancia tão rara somente para a
É alegado que a masturbação teria poder patogênico que poderia causar tumores e
demência.
influência, tanto da igreja, quanto da ciência. A Igreja proibia o prazer que evitava a
masturbação, o coito interrompido, o sexo oral e o anal, que para estes, enganam a
menopausa são denunciadas. E aos homem de 50 anos é dito que devem renunciar
ao sexo.
estimativa por não despertar o apetite potencial e insaciável da esposa fora desse
marido e solucionar sua angústia sexual. Admitia-se como aceitável uma brevidade
nas relações conjugais, o que para os homens da burguesia era muito importante,
Havia um programa "calipédico" para que o esposo tivesse belos filhos. Nesse
em algumas regiões os bons padres soavam sinos do vilarejo uma hora antes do
posição "mamãe e papai" deveria ser praticada, pois as outras posições causariam o
hostilidade contra o inútil clitóris. Médicos vitorianos levavam isso até o limite. Nessa
como instituição de dominação masculina, e além disso, porque tem a função estrita
causava repressão sexual e gerava neuroses que levam a inibição ( apud Catonné,
l994). A Pedagogia freudiana visava permitir uma maior satisfação e sofre duas
críticas:
nome da civilização.
impôs por distinguir-se da aristocracia licenciosa do séc. XVIII e por este meio
que derrubou as muralhas que protegiam a realidade dos olhos e da cobiça. O tabu
sexo não existe o certo e o errado. Ali tudo é permitido. Não haveria mais pecado
mito.
aparece sem sentido; a amizade é substituída pelo gozo que reduz o outro a si
realizações: uma mais genital e outra mais difusa, na busca do afeto e do carinho;
refreada e recalcada.
A mulher, por sua vez, se apresenta como sedutora. Põe sua feminilidade,
Uma das armas em que a mulher tem sido vítima é a sedução. Seu domínio e
o poder se demonstravam pelo número de filhos. Hoje este motivo está em recesso.
deslocou-se para a posse material. Só a classe pobre, onde o fator financeiro não
FREUD E A SEXUALIDADE
sexualidade infantil era negada ou mal conhecida. As suas teorias sobre esse
prazer. Freud designou esta fase como oral. Segundo ele, o prazer que a criança
sente na sucção seria erótico e o seio seria o primeiro objeto de desejo sexual. Para
Wallon, não há nenhuma razão para emprestar uma significação erótica ao interesse
poderosos que suscitam nela suas sensibilidade orgânicas (apud Werebe, l998).
É evidente que a excitação, seja sexual ou não, da boca e dos lábios provoca
um prazer evidente na criança, mesmo quando não tem por objetivo saciar sua
prazer sexual são, primeiro, a zona anal e, mais tarde, os órgãos genitais (fase
genital).
esfíncteres. Convém lembrar que constitui uma atitude inadequada por parte dos
próprio corpo e do corpo dos outros. Ela descobre o prazer que seus órgãos genitais
lhe proporcionam quando tocados. Como o pênis e o clitóris são regiões que
jogo genital, cuja participação emocional varia de acordo com atitude do meio, em
antropógicos, as crianças não sofrem repressão neste terreno. Mas quando existe,
sexos observando o modo de micção das crianças dos dois sexos. A intervenção do
Em geral, é entre os dois e os quatro anos de idade que a criança faz as suas
primeiras perguntas sobre seu nascimento e de outros bebês, como por exemplo: de
onde veem os bebês? Por onde entram? As perguntam vão ficando mais complexas
que a criança compreenda o lugar que ocupam as relações sexuais e afetivas entre
os pais, o que prepara a criança para compreender mais tarde a relação entre o ato
Por volta dos três anos, a criança estabelece uma relação objetal em que a
mãe (para o menino) e o pai (para a menina) representam o objeto de seu amor.
do próprio sexo.
Depois dos cinco anos, a sexualidade, segundo Freud, entraria numa fase de
sexuais permanecem vivos. Os antropólogos contestam esta teoria, pois esta fase
não foi verificada em todas as culturas estudadas. Como por exemplo: Ford e Beach
(l951) constataram nos seus estudos que a criança não reprimida aprende a
A SEXUALIDADE E A INFÂNCIA
em que vive, ou seja, quando registra a emoção e o sofrimento através dos signos
de seu nascimento, o sujeito é objeto dos desejos e das fantasias de seus pais que
relações sociais.
Cada cultura possui seus mitos, crenças e costumes, isto é, seus sistemas de
interna. Esses modelos que constroem os conceitos do que é ser homem ou mulher
esquema sexual. Mediante aprovação dos adultos, a criança saberá se esse padrão
é apropriado ou não.
Segundo Vygotsky (apud RIBEIRO, 1996), o ser humano constitui-se como tal
na sua relação com o outro social. O ser humano é membro de uma espécie
representação da realidade.
na relação com os outros e na relação consigo mesma. Sua tese é da mediação que
de tudo que ouve e vê, como por exemplo, o que é vinculado na mídia. Quanto
maior for a diversidade de situações para a troca, mais oportunidades a criança terá
de elaborar suas próprias ideias. Quanto mais enriquece seus conhecimentos, mais
faz da pessoa um ser projetado para o futuro, qualquer ser humano. Não só os
grandes gênios criam. Para que essa criação aconteça são necessários subsídios
do mundo da cultura.
da experiência vivida pela criança. A imaginação será mais rica, para Vygotsky,
quanto mais rica for a experiência. A atividade criadora da criança ocorre nos
É por esse processo que se constrói o senso de si mesmo, como menino ou menina,
sua marca nas ações do indivíduo, naquilo que pensa, sente, diz ou faz.
Vygotsky disse:
"...es el enlace emocional que se manifesta de dos maneiras: por una parte
mágenes congruentes com el estado de ánimo que nos dominase en aquel instante
sexual. O que leva a criança não só a repetir, dizer e pensar sobre o que diz em
seus brinquedos envolve a qualidade das trocas com seu grupo cultural e a
sendo, a discussão é muito importante para que elas possam agir sobre sua
sexualidade, de forma válida, tanto para seu grupo cultural, quanto para si mesma.
O que as crianças dizem tem origem de seu mundo social, reflete geralmente
socialmente. Ao apropriarem-se do que os outros falam sobre sexo (como seus pais,
de culturas diferentes que, sem dúvida, marcam a sexualidade das crianças que
idade as crianças são tocadas nos órgãos genitais pela mãe. No caso dos meninos
devido a preocupação com sua futura virilidade e no caso das meninas visa evitar a
frigidez sexual da mulher. Como este costume é culturalmente aprovado, não se lhe
mutilações dos órgãos sexuais das crianças do sexo feminino. Segundo a ONU,
sociais para o homem e para a mulher, nos quais, não raramente, encontramos o
mulheres vão incorporar esses papéis, e quem não segue o padrão, muitas vezes,
compridas e batom. Hoje, muitas mulheres realizam trabalhos iguais aos dos
décadas, vemos que a educação das meninas e meninos continua sendo bem
Para a jovem, tem-se uma série de proibições: não deve sair sozinha, não
pode transar com o namorado entre outros. Mas para o rapaz, tudo é permitido e até
estimulado: sair só, beber, fumar, voltar para casa de madrugada, ter relações
sexuais.
equiparação de oportunidades.
meninos.
buscando informações na mídia, com os pais, com os colegas e até mesmo com os
polemizam se uma colega de classe poderia ter evitado aborto. Falam de alguém
Esses entre outros aguçam a curiosidade dos jovens. Os olhares são cheios
de indagações, portanto o espaço para debate deve estar aberto, para divagar sobre
deste recalque. Um exemplo clássico, um tanto antigo e, ao mesmo tempo, cada vez
veiculada ainda persiste como assunto de extrema importância social e receio entre
os adolescentes.
muitas garotas tomam pílula somente nos dias em que mantém relação sexual,
Tudo isso, claro, não funciona e acaba gerando muita insegurança. Os meninos, por
sua vez, ainda assumem a postura machista de deixar a anticoncepção por conta
a pílula. Mas vale lembrar que aquela que serve para uma amiga não serve para
todas as outras. Cada uma tem um organismo que reage de forma diferente. Porém,
elas relatam grande desconforto com a possibilidade dos pais descobrirem a cartela
denunciando uma vida sexual ativa. Sabe-se da necessidade de se cuidar, mas o ter
com a reputação deles se não "dessem conta" do recado. Por isso, muitos estão
tomando Viagra, medicamento desenvolvido pela Pfizer usado para tratar impotência
nessa idade.
Uma coisa é certa: todos estão no "mesmo barco" com as mesmas angústias
Por outro lado, a rapidez da vida atual não deixa tempo para que seja entendido de
dos filhos para sempre. À escola cabe punir o aluno contra a transgressão da lei
Vale se questionar: "De onde tiramos tanta crença que só faz empobrecer e
porque temos uma insegurança básica sobre sexo e anseio por qualquer informação
sexual. Por ser um dos mais essenciais exercícios do instinto humano, o sexo tem
perpetrados através das gerações. Dificultam o acesso a uma vida sexual saudável
contra esse mal-estar, não só para os adolescentes, mas para todas as pessoas em
geral é a informação e sinceridade para poder lidar com tais crenças e (re)conquistar
a habilidade de realização.
SEXO X GÊNERO
As ciências sociais tem feito nos últimos anos uma distinção entre os
conceitos de sexo e gênero. Pode-se dizer que sexo está relacionado às distinções
sexo masculino (com pênis) e pessoas intersexuais (casos raros em que existem
puramente baseada na natureza dos órgãos genitais, nas quais uma mulher é quem
tem um aparelho reprodutor feminino, por que existem expressões como “isso não é
coisa de mulher”? No mesmo sentido, se ser homem é ter um pênis, por que existem
tantas coisas que “não são de homem”? Esses questionamentos apontam que ser
homem ou mulher é muito mais complexo do que nascer com um pênis ou uma
padrões de gênero.
distintas de uma cultura para outra, sendo um dos objetivos dos estudos de gênero e
expectativas sobre quais atividades devem ser desempenhadas por cada um dos
grupos.
Identidade de gênero
si mesma e das suas relações com outros gêneros. Não depende do sexo biológico
da pessoa, mas de como ela se percebe. Essa identidade pode ser binária (homem
outros gêneros).
das pessoas transgênero, transexuais e travestis. Estas pessoas são aquelas cuja
imposto).
social, política, científica e jurídica, uma pessoa cisgênera é vista como “alinhada”
dentro de seu corpo e de seu gênero. Este termo foi criado para destacar
politicamente quem é trans e quem não é, e para jogar luz na estrutura social que
compreensões.
REFERÊNCIAS