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Adolescência

Profa. Erika Pannain Rezende


Programa

• O desenvolvimento humano na adolescência:


características físicas, psicológicas, identidade,
sexualidade, rebeldia e condutas de risco, a
personalidade.
• O contexto da adolescência atual.
Programa
• Estratégias da promoção de saúde.
• Possíveis intervenções.
Bibliografia

• ABERASTURY, A. e Knobel, M. Adolescência


Normal. Porto Alegre: Artes Médicas, 1981.
• CONTINI, M. L. J. (coord.). Adolescência e
psicologia: concepções, práticas e reflexões
críticas. Rio de Janeiro: Conselho Federal de
Psicologia, 2002.
• MINISTÉRIO DA SAÚDE: “Programa de Saúde do
Adolescente”. Brasília: MS, 2001.
• O Estatuto da Criança e do Adolescente (lei 8069
de 1990).
• Martorelli, Gabriela. O desenvolvimento da
criança [recurso eletrônico] : do nascimento à
adolescência .Porto Alegre : AMGH, 2014.
Metodologia de avaliação

• Trabalho em sala-3x10pts

• Trabalho de pesquisa-30pts

• Avaliação-2x20pts
Pesquisa
• Assistir o filme: “Meninas”
• Escrever um texto dissertativo fazendo a
seguinte reflexão: Adolescência invisível , por
quê?
• Dia 25/04/2021
Trabalho em sala
• Estudo dirigido
• Comentário sobre um vídeo
• Trabalho sobre o filme: O Dilema das redes
Reflexões

• A adolescência deve ser entendida dentro de


uma contextualização histórico-social.
• As discussões devem contemplar os preceitos
da lei 8069-90, que criou o ECA.
• O ECA tenta construir um novo espaço político
e jurídico para a criança e o adolescente
brasileiro com a Doutrina da Proteção Integral.
Proteção integral
• Art 3 do ECA e art 227 da CFB.
• Criança e adolescente são considerados
pessoas, cidadãos com direitos a serem
garantidos pelo Estado, sociedade e família.

• Para alcançar o objetivo da proteção integral >


ação conjunta entre Estado e sociedade.
Saúde
• Definição hipocrática - Busca do estado de
equilíbrio entre as diferentes influências
ambientais.
• Há 2500 anos, já se delineava um conceito de
saúde que demonstrava a relação direta entre
meio ambiente, corpo e mente.
• A OMS em 1946 definiu saúde como um
completo estado de bem-estar.
Visão social da saúde

• O homem é mais um produto de suas relações


com seu ambiente do que somente com seus
dotes genéticos.

• A saúde de um povo pode ser determinada


por suas condições de vida.
Promoção da saúde
• A concepção da saúde é ampliada para além
dos limites da ausência da doença e está
ligada a vários aspectos da vida do homem:
- Moradia
- Lazer
- Educação
- Trabalho
Saúde = Equilíbrio
Adolescente

• Ser que vem se definindo pelo conjunto das


relações sociais, históricas e naturais no
processo de produzir meios de sobrevivência.
• Adolescência é processo e desenvolvimento.
• Etapa decisiva de uma processo de
desprendimento que começou na infância.
Histórico
• A palavra “adolescência” surgiu no final do
séc. XIII, designando os anos posteriores à
infância, ou seja, dos 12 aos 18 para meninas e
dos 14 aos 20 para meninos.
• A partir do séc.XVIII, conceitos como
adolescência e juventude começaram a se
consolidar graças aos avanços da pedagogia,
da medicina e da filosofia.
• Antes, a infância e a adolescência não eram
reconhecidas como fases específicas do
desenvolvimento.(Philippe Ariés)

• Já nos primeiros séculos da colonização


brasileira, a atividade econômica exigia braços
para a lavoura. Por isso, rapazes e moças
começavam a trabalhar muito cedo.
• Também os casamentos precoces, entre 11 e
14 anos, roubavam a adolescência das moças.
• Os rapazes eram subtraídos de suas famílias
pelo recrutamento compulsório para as
guerras.
• No séc. XIX, a industrialização foi a
responsável pela supressão da experiência da
adolescência de milhares de moças e rapazes.
Século XIX
• A relação entre pais e filhos era perpassada
pelo sentimento de posse. Intimidações
morais e castigos regulavam as relações entre
jovens e adultos.
• Cabia às moças o trabalho doméstico,
esperando pelo casamento e maternidade. Ler
e escrever não era habilidade estimulada para
elas.
Século XIX
• A adolescência era a idade de iniciação sexual
dos rapazes, que principiavam com frutas,
árvores ou animais.

• A masturbação era severamente condenada.


Mudança de paradigma
• Depois de reconhecida, a adolescência passou
a ser vista de diferentes formas ao longo do
tempo. Significou , nos anos 30, a associação
ao poder. Nos anos 50 a confrontação com a
caretice adulta, foi símbolo de rebeldia e de
transgressão. E grupo de risco no último
século.
• Durante séculos significou a passagem do
mundo infantil para o mundo adulto
video
• Movimentos jovens e Woodstock
• https://www.youtube.com/watch?v=PNZRlpe
MfFo
• https://www.youtube.com/watch?v=r0jiJTG7E
vg
• https://www.youtube.com/watch?v=zRUaNw
SrX1I
Século XXI
• A juventude se transforma em obsessão e
utopia. Os adultos recusam os cabelos brancos
e a sabedoria que vêm com o tempo.
• Os valores se invertem e rouba-se dos jovens a
possibilidade de estender aos adultos o
espelho no qual podem se olhar.
• Isso serve para os comportamentos, princípios
e valores do mundo atual.
video
• A agonia do amadurecimento
• https://www.youtube.com/watch?v=oaiwdnU
PWxo
Conceito
• A OMS estabelece para a adolescência o
período entre 10 e 19 anos, já no ECA a fase
vai dos 12 aos 18 anos.

• A adolescência é fruto dos avanços científicos


e transformações psicológicas, educacionais e
sócioculturais ocorridos a partir do séc. XIX.
• É a fase marcada por profundas
transformações físicas, psíquicas e sociais. A
preparação para o mundo adulto com todas as
vivências, responsabilidades e possibilidades.
Puberdade
• A adolescência se inicia na puberdade,
processo que leva à maturidade sexual.
• Envolve crescimento ósseo, aumento de
massa corporal, maturação dos caracteres
sexuais secundários.
• Os meninos costumam entrar na puberdade
cerca de dois anos depois das meninas.
• O tempo total da puberdade, do início até a
aquisição da maturidade sexual e altura final,
costuma ser de dois a quatro anos no sexo
feminino e de três a quatro e meio no
masculino.
• Ocorrem também modificações psicológicas e
sociais importantes.
Adolescência
• É nesta fase que os alicerces de sustentação
da identidade, da sexualidade, da
independência, da responsabilidade social
serão definidos.
• Ao final dela, espera-se que o jovem alcance o
equilíbrio emocional necessário para exercer a
sexualidade de maneira segura e para fazer
sua escolha profissional, entre outros
progressos.
A adolescência normal
• Busca de si mesmo e da identidade.
• Tendência grupal.
• Evolução sexual manifesta.
• Atitude social reivindicatória com tendências
anti-sociais de diversa intensidade.
• Flutuações de humor e estado de ânimo.
• Progressiva separação dos pais.
• Maturação cerebral.
• Intensas mudanças hormonais.
Imagem corporal

• Em apenas três anos, o adolescente se vê 30


kg mais pesado e até 50 cm mais alto. Não
está diante de uma versão aumentada do
corpo infantil, mas de uma imagem
desproporcional, que não corresponde ao
antigo reflexo no espelho.
• O esquema corporal é a representação mental
que o sujeito tem de seu próprio corpo. Por
isso, as modificações estão intimamente
relacionadas com o processo de definição de si
mesmo.
• A vivência dos lutos com relação ao corpo
infantil perdido é característica do processo.
Identidade
• Com o distanciamento do universo infantil,
mecanismos complexos entram em cena para
compor a identidade adolescente.
• Do fim da infância ao início da vida adulta, os
jovens experimentam o esgotamento das
imagens habituais que têm de si e do mundo e
das que oferecem aos outros.
• A busca incessante de saber qual identidade
adulta vai constituir é angustiante.
• A identidade adolescente é a que se
caracteriza pela mudança de relação do
indivíduo, basicamente, com seus pais.
• O processo de individualização se inicia
quando a presença externa, concreta, dos pais
começa a ser desnecessária.
• É um dos momentos críticos de reformulação
do eu. A busca de si mesmo e a construção de
uma identidade traz inquietações que podem
durar a vida inteira. A dúvida e a estranheza
são vivenciados quase constantemente.
• Por isso, as redes sociais amplas e a grande
mobilidade são frequentes entre os
adolescentes. Este pertencimento ao grupo se
torna vital.
Tendência grupal

• Nas formações coletivas ele busca


sustentação subjetiva e elementos simbólicos
para moldar sua identidade.
• Nesta busca de identificações, o adolescente
recorre às situações que se apresentam como
mais favoráveis no momento: a uniformidade
encontrada no grupo.
• Ele transfere ao grupo grande parte da
dependência que, anteriormente, se mantinha
com os pais.
• Depois da experiência grupal, o indivíduo poderá
começar a se separar da turma e assumir a
identidade adulta.
• Em certas ocasiões, a única solução pode ser a
de procurar também uma identidade negativa,
baseada em identificações com figuras
negativas e reais.

• É preferível ser alguém perverso, indesejável,


a não ser nada.
• O fim da infância se anuncia no desequilíbrio
entre expectativas e a forma de atendê-las. A
criança se depara com o insabido, se vê diante
de uma série de pedidos sem destino, imagens
em busca de valor e satisfações em busca de
uma imagem.
Sexualidade
• A sexualidade na adolescência traz a
descoberta dos encontros amorosos, sob o
primado da genitalidade. Os desejos do corpo
e as fantasias psíquicas se deslocam para o
exterior. Traz também a angústia.
• A consolidação da fase genital, imprime novo
modo de se relacionar com o mundo.
• Ver a si mesmo como ser sexual, adaptar-se às
excitações sexuais e formar ligações
românticas são todos parte da formação da
identidade sexual.
• Por outro lado, a associação entre busca do
prazer, onipotência e impulsividade leva ao
crescente índice de gravidez precoce e
doenças sexualmente transmissíveis em
adolescentes.
Maturação cerebral
• O cérebro passa por várias transformações
nessa fase, que levam aos comportamentos
típicos do adolescente, como tédio,
impulsividade e busca de novos desafios.
• O córtex frontal, que permite o raciocínio
consequente dos atos, amadurece só no final
dessa fase.
Sono e vigília
• Além de necessitar de nove horas de sono por
noite, os adolescentes costumam dormir e
acordar mais tarde, o que faz parte do
processo natural de amadurecimento.
• Isso devido às intensas mudanças hormonais
que ocorrem na puberdade, responsáveis pelo
atraso em até quatro horas na produção de
melatonina, hormônio regulador do sono.
contextualização
• A adolescência é um momento significado e
interpretado pelo homem.Há marcas que a
sociedade destaca e significa. Muitas outras
podem estar acontecendo em outros períodos
da vida no indivíduo e nós não as destacamos.
• A adolescência também é construída
socialmente a partir das necessidades sociais
e econômicas.
• O processo de formação nos dias atuais se vê
diante de fatores de diferentes ordens: a
tecnologia, o avanço da comunicação, a
cultura do consumo, que gera múltiplas
necessidades descartáveis, a exclusão social, a
individualização, etc.
• Estamos diante de uma sociedade com
violência, insegurança, descaso político,
injustiça social, amoralidade e mudança de
valores, etc.
• Vulnerabilidade.
• As famílias, principalmente de classes
populares, pela precarização de recursos e
informações, pelo excesso de trabalho e
escassez de tempo, ou desemprego, vivem
relações de abandono, insegurança e dúvidas
na educação dos filhos.
• No processo de amadurecimento, o
adolescente tem de dizer não a determinadas
demandas dos pais, algumas de suas escolhas
vocacionais, amorosas e estéticas podem
gerar embates e frustrações no núcleo
familiar.
• A transgressão de normas e os conflitos
explicitam as tensões entre autoridade,
disciplina e afeto inerentes ao processo de
amadurecimento e revelam a importância da
família como instância máxima de sustentação
simbólica na adolescência.
Embates geracionais
• Interdependência entre os membros do grupo
familiar e diferentes gerações.
• Diferenças de gerações que geram impasses.
• Demandas inconscientes.
• Tentativas dos filhos de atender aos desejos
dos pais.
• Busca de ressignificação da autoridade dos
pais e resistência destes em abrir mão disso.
O flerte com o perigo
• Durante a juventude o cérebro amadurece em
etapas. As regiões responsáveis pelo
planejamento , raciocínio e controle de
impulsos são as últimas a amadurecer.
• É a época de maior risco de morte no trânsito,
pelo excesso de álcool e drogas.
Dados
• 1,7 milhões de jovens morrem no mundo a
cada ano, a maioria por acidente, suicídio,
violência , complicações decorrentes de
gravidez e abuso de álcool e drogas.
• Existe uma tendência mundial para o uso cada
vez mais precoce de substâncias psicoativas,
incluindo o álcool. Tal uso ocorre também
cada vez de forma mais pesada.
Pesquisa CEBRID com adolescentes
• Uso de álcool – 74,1%
• Uso frequente – 14,7%
• 53% dos pacientes atendidos por acidente de
trânsito no HCSP estavam com alcoolemia em
seu sangue superior ao permitido e eram
jovens.
• Nas vítimas fatais 96,8% estavam alcoolizados.
• Brasil – tem mais de 51 milhões de jovens.
CEBRID
• Início da vida sexual – 13 anos.
• Os elevados índices de gravidez precoce
coincidem com o início igualmente precoce do
uso de bebidas alcoólicas.
• Dos entrevistados 94,8% frequentam a escola
regularmente, 89,5% moram com a família e
93,2% afirmam ter informações sobre
condutas de risco.
Consequências
• Gravidez precoce > abortos clandestinos,
crianças de baixo peso, desamparo.
• Abandono escolar.
• Dependência química.
• Envolvimento com atos ilícitos.
• Rompimentos dos laços sociais.
• Doença mental
• Morte.
Gravidez precoce

• É uma questão de saúde pública com


implicações psicológicas, familiares e sociais.
Riscos para a mãe e feto vêm mais de
condições externas desfavoráveis do que da
predisposição biológica em função da idade.
• Antes de tudo é importante considerar as
condições psicossociais em que a gravidez
ocorre.
• Muitas adolescentes que engravidam, já o
fazem dentro de setores sociais cujas
condições econômicas e de saúde já são
precárias.
• Algumas já estavam foram da escola antes de
engravidarem.
Círculo vicioso

• A gravidez é elemento que impossibilita a


conclusão da escolarização, e com isso a
obtenção de empregos com melhor
remuneração, limitando o acesso dos filhos a
recursos que permitam seu melhor
desenvolvimento.
• Todos os anos cerca de 1 milhão de garotas
com menos de 20 anos ficam grávidas no
Brasil, de acordo com o MS.
• Gravidez, parto e puerpério correspondem a
80,3% de internações de jovens no SUS.
• O parto é a primeira causa de internação dos
adolescentes no SUS.
• Patologias como hipertensão gestacional,
anemia, prematuridade e baixo peso ao
nascer, parecem estar associadas à pouca
idade e às condições psicossociais
inadequadas.
Algumas consequências
• As taxas de mortalidade materna são mais
elevadas para mães com menos de 20 anos.
• Os abortos representam 16% das mortes de
mulheres entre 15 e 24 anos nas regiões mais
pobres do país.
• Os números de adolescentes que passam pelo
SUS para corrigir sequelas de abortos
malfeitos crescem a cada ano.
• O número de cesarianas também é maior nas
mulheres que ainda não estão preparadas
para o parto, por estarem ainda em processo
incompleto de desenvolvimento.
Gravidez de risco
• A gravidez pode ser reconhecida como
problema quando for indesejada, sem
assistência adequada, conduzindo a
vulnerabilidade para a adolescente.
Doenças sexualmente
transmissíveis
• São doenças infecto-contagiosas provocadas
por microorganismos (bactérias, vírus ou
fungos) contraídas por atividade sexual com
parceiro contaminado.
• Essas doenças podem ser evitadas se
diagnosticadas precocemente e tratadas.
• Nem sempre a doença é visível, existindo
algumas assintomáticas.
ISTs
• Um dos fatores principais de exposição é o
início precoce da atividade sexual. Também o
envolvimento com parceiros mais velhos e
mais suscetíveis a IST-Aids.
• As meninas são biologicamente mais sujeitas a
contrair essas doenças em razão da
imaturidade da proteção imunológica local. E
os meninos ainda mantém relações sexuais
sem proteção.
• O risco de contaminação por ISTs aumenta até
18 vezes quando a pessoa já porta uma IST.
• Na gestação, podem trazer consequências
também para o bebê. Inclusive o óbito.
• Algumas delas – Clamídea, tricomonas,
gonorréia, sífilis, herpes, AIDS, hepatite B.
• Os adolescentes têm mais resistências a
buscar a prevenção e o tratamento,
preferindo, muitas vezes, buscar o balconista
da farmácia ou fazer uso de paliativos.
Álcool e drogas
• A busca pela identidade pode levar o jovem a
incertezas sobre si mesmo, abrindo espaço
para a ocorrência de situações de
transgressão, busca de prazer imediato e
necessidade de liberdade, que muitas vezes
pode favorecer o uso indevido de drogas.
• Outros facilitadores são a curiosidade, a
influência do grupo social.
Abuso de álcool e drogas
• O índice de uso e abuso de substâncias
psicoativas tem aumentado nos últimos anos.
• 7,4% dos estudantes jovens fazem uso pesado
de álcool.
• 24,7% já fizeram uso de algum tipo de droga.
• Entre crianças e adolescentes em situação de
rua, os índices de consumo são mais elevados:
(88,1% já usaram e 48,3% fazem uso diário).
• Para muitos jovens o uso de psicotrópicos é
esporádico. Mas, para outros, a situação é
diferente.
• A dependência se manifesta pelo consumo
repetido e compulsivo, apesar dos prejuízos à
vida do sujeito.
• Há relação positiva entre o uso de certas
drogas e o baixo nível sócio-econômico.
Consequências
• Variam conforme a droga e a intensidade de
uso. Nos adolescentes há um evolução mais
rápida quando comparada ao adulto.
• As bebidas alcoólicas levam a embriaguez,
acidentes de trânsito, brigas e envolvimentos
com ilícitos. Além dos prejuízos se mostrarem
mais evidentes na fase adulta.
• Os inalantes>problemas cardíacos e até óbito.
• A maconha leva a um uso contínuo
caracterizado pela crise amotivacional
(desinteresse generalizado), além das
implicações sociais e legais.
• A cocaína e seus derivados levam, em pouco
tempo, ao emagrecimento, descuido da
aparência, envolvimentos em furtos, assaltos,
prostituição e outros ilícitos, com o fim de
obter meios para comprar mais drogas.
• Diversos estudos têm mostrado as altas taxas
de prevalência de comorbidades psiquiátricas,
sobretudo depressão e ansiedade, entre
usuários de álcool e drogas.
• A comorbidade psiquiátrica modifica a
evolução da dependência, exigindo
abordagens terapêuticas específicas, como o
uso de medicamentos.
• A presença de psicopatologias pode ser
encarada como parte do comportamento
normal da adolescência, o que é preocupante.
• Principais transtornos psiquiátricos
associados ao uso de álcool e drogas –
transtornos de humor, de conduta,
alimentares, ansiedade, déficit de atenção e
hiperatividade.
• O uso de substâncias psicoativas está
associado à evasão e baixo rendimento
escolar, de forma diretamente proporcional.
• O uso de drogas costuma provocar forte
reação por parte da sociedade, já o álcool é
tolerado e até incentivado pelos grupos
sociais.
Intervenções
• Prevenção primária – evita a ocorrência do
uso abusivo ou experimental de drogas. Ex ,
divulgação de informações, fortalecer oferta
de alternativas esportivas e saudáveis.
• Prevenção secundária – evita a ocorrência de
complicações para quem faz uso ocasional de
drogas, os usuários não dependentes e que,
por isso, não buscam ajuda em serviços
especializados.
• Prevenção terciária – evita prejuízos adicionais
e reintegra na sociedade os indivíduos com
problemas sérios. Busca melhorar a qualidade
de vida dos usuários junto à família, ao
trabalho e à comunidade. Faz o trabalho de
orientação familiar e reabilitação social dos
usuários. Ex, Políticas Públicas de redução de
danos.
Especificidades do tratamento
• Os índices de recuperação são muito baixos.
• É consenso a necessidade de assistência
integral, serviços de orientação familiar,
encaminhamento para tratamento de
comorbidades, apoio para reinserção
profissional e educacional, etc.
• As intervenções para os adolescentes devem
levar em conta as particularidades da fase.
Vulnerabilidades
• Adolescentes de rua e na rua.

• Adolescentes em conflito com a lei.

• Violência doméstica.
Adolescentes de rua e na rua
• Há aqueles que estão na rua, mas tem
vínculos familiares e voltam para casa à noite
ou no final de semana. E há aqueles que são
da rua e já romperam os laços sociais. Ambos
realizam atividades lícitas e ilícitas.
• A intervenção deve buscar reconstruir ou
melhorar os laços sociais.
Adolescentes em conflito com a lei
• O ECA considera ato infracional a conduta
descrita como crime ou contravenção penal.
Os inimputáveis são os adolescentes entre 12
e 18 anos, na data do fato.
• Àquele que comete ato infracional cabe uma
das seis Medidas Sócio-educativas previstas no
ECA.
Ato infracional
• Muitas vezes o jovem busca no delito alguma
forma de reconhecimento, de pertencimento.

• A maioria vive em situação de vulnerabilidade


– alcoolismo dos pais, maus-tratos,fragilidade
ou inexistência da figura de autoridade,
violência doméstica, exclusão social.
• Quando um jovem comete um ato infracional
grave, houve inúmeras falhas: as políticas
sociais básicas, o lazer, a escola, a sociedade.
Todos nós implicados.
Outras doenças da adolescência
• Depressão.

• Transtornos alimentares: obesidade, bulimia,


anorexia.

• Deficiências nutricionais: falta de ferro,


zinco,cálcio.
BULLYING
• O termo BULLYING compreende todas as
formas de atitudes agressivas, intencionais e
repetidas, que ocorrem sem motivação
evidente, adotadas por um ou mais
estudantes contra outro(s), causando dor e
angústia, e executadas dentro de uma relação
desigual de poder. Portanto, os atos repetidos
entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de
poder são as características essenciais, que
tornam possível a intimidação da vítima.
• O BULLYING é um problema mundial, sendo
encontrado em toda e qualquer escola, não
estando restrito a nenhum tipo específico de
instituição: primária ou secundária, pública ou
privada, rural ou urbana. Pode-se afirmar que
as escolas que não admitem a ocorrência de
BULLYING entre seus alunos, ou desconhecem
o problema, ou se negam a enfrentá-lo.
• - alvos de Bullying - são os alunos que só
sofrem BULLYING;
- alvos/autores de Bullying - são os alunos que
ora sofrem, ora praticam BULLYING;
- autores de Bullying - são os alunos que só
praticam BULLYING;
- testemunhas de Bullying - são os alunos que
não sofrem nem praticam Bullying, mas
convivem em um ambiente onde isso ocorre.
• Os autores são, comumente, indivíduos que
têm pouca empatia. Freqüentemente,
pertencem a famílias desestruturadas, nas
quais há pouco relacionamento afetivo entre
seus membros.
• Os alvos são pessoas ou grupos que são
prejudicados ou que sofrem as conseqüências
dos comportamentos de outros e que não
dispõem de recursos, status ou habilidade
para reagir ou fazer cessar os atos danosos
contra si.
• As testemunhas, representadas pela
grande maioria dos alunos, convivem
com a violência e se calam em razão do
temor de se tornarem as "próximas
vítimas".
• O levantamento realizado pela ABRAPIA,
envolvendo 5875 estudantes de 5a a 8a séries,
de onze escolas localizadas no município do
Rio de Janeiro, revelou que 40,5% desses
alunos admitiram ter estado diretamente
envolvidos em atos de Bullying, naquele ano,
sendo 16,9% alvos, 10,9% alvos/autores e
12,7% autores de Bullying.
Consequências
• Quando não há intervenções efetivas contra o
BULLYING, o ambiente escolar torna-se
totalmente contaminado. Todas as crianças,
sem exceção, são afetadas negativamente,
passando a experimentar sentimentos de
ansiedade e medo.
• As crianças que sofrem BULLYING, dependendo de
suas características individuais e de suas relações
com os meios em que vivem, em especial as famílias,
poderão não superar, parcial ou totalmente, os
traumas sofridos na escola. Poderão crescer com
sentimentos negativos, especialmente com baixa
auto-estima, tornando-se adultos com sérios
problemas de relacionamento. Poderão assumir,
também, um comportamento agressivo. Mais tarde
poderão vir a sofrer ou a praticar o BULLYING no
trabalho (Workplace BULLYING). Em casos extremos,
alguns deles poderão tentar ou a cometer suicídio.
• Aqueles que praticam Bullying contra
seus colega poderão levar para a vida
adulta o mesmo comportamento
anti-social, adotando atitudes agressivas
no seio familiar (violência doméstica) ou
no ambiente de trabalho.
• https://www.youtube.com/watch?v=Z7RkKs2
b69E
Conclusão

• A questão está em como ouvimos os anseios e


necessidades dos adolescentes em suas
relações com os pais, levando em conta o
mundo em que se situam, seus compromissos
e responsabilidades.
Conclusão

• O desenvolvimento de práticas com famílias


envolve não só as questões sobre ampliação
de suas condições concretas de existência,
como a representação que temos delas e o
modo como elas próprias se vêem.
• A expressiva desigualdade social produz
marcas profundas na auto-imagem de grande
parte da população que se apresenta nos
serviços públicos.
• Observa-se que essas famílias pouco
acreditam nas possibilidades de contribuir
para criar saídas. E se sentem fragilizadas
frente aos discursos instituídos sobre elas.
E a escola ?
• A escola pode ou não vir a contribuir para a
estruturação efetiva de referências.
• Para o jovem, o desencontro das expectativas
gestadas na família e a experiência cotidiana
nas escola, que nega essas aspirações, pode
gerar desinteresse, indisciplina e violência, na
medida em que a trajetória na escolarização
gera insucesso e exclusão.

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