Você está na página 1de 29

Sexualidade

na Adolescência
Alunas: Alice Guedon, Ana Reis, Laura Alvarenga, Lívia
Guermandi, Marina Demas e Sofia Borges.
Apresentação do tema
● A adolescência é um período marcado por mudanças anatômicas, fisiológicas,
psicológicas e sociais;
● É uma fase de transição entre a vida adulta e a infância;
● Apoiando-se nas primeiras relações afetivas, o indivíduo busca sua identidade adulta;
● Com o amadurecimento do corpo típico dessa fase, os adolescentes passam a
preocupar-se e valorizá-lo, principalmente nos aspectos visuais, adotando
comportamentos sexuais e sociais de cada sexo;
● Estes elementos também fazem parte da construção da identidade do adolescente,
influenciados por contextos sociais e culturais;
● Ainda, entende-se que a Identidade é um fator central na construção do gênero, da
sexualidade e das implicações nas futuras experiências sexuais do jovem;
● Assim, a sexualidade é algo que se constrói e interfere em diversos processos do
indivíduo, como em sua saúde mental e física;
Apresentação do tema
● Segundo OSÓRIO (1992), a adolescência é uma etapa da vida na qual a personalidade está
em fase final de estruturação e a sexualidade se insere nesse processo, sobretudo como
um elemento estruturador da identidade do adolescente;
● Daí a necessidade de buscarmos conhecer melhor os mitos, tabus e a realidade da
sexualidade para que possamos abordá-la de forma mais tranquila com os adolescentes,
de manter um diálogo franco e entender as manifestações dessa sexualidade aflorada e
própria da idade.
A sexualidade através dos tempos
- Nos primórdios da civilização, segundo as teorias de ENGELS (1982), as atividades sexuais eram livres entre
homens e mulheres, sem que isso tivesse uma conotação de promiscuidade.
- Os filhos descendiam da linhagem materna e os grupos familiares formavam os clãs.

- O acúmulo de bens por cada clã deu origem à propriedade privada e, aos poucos, com uma nova organização
social, o relacionamento sexual passou a ser uma atividade exercida por um casal, para que seus filhos
legítimos pudessem herdar os bens de seu clã.
- Monogamia
- Sistema patriarcal
- Em COSTA (1986) encontramos que a nossa civilização ocidental tem suas raízes entre o povo hebreu. Os hebreus
adotavam a forma patriarcal de casamento e o consideravam de cunho divino. Da mulher era exigido que se
mantivesse virgem até o casamento e a castidade de homens e mulheres era exaltada.
- Gregos e Romanos também valorizavam a reprodução mas praticavam e incentivaram a busca pelo prazer de
formas diferentes das usuais
A sexualidade através dos tempos
- Segundo GAUDERER (1994), regras foram surgindo como mitos e tabus para estabelecer limites ao sexo. Um
exemplo era o tabu do incesto, cuja finalidade era evitar a mistura de material genético de pessoas
consangüíneas, o que poderia acarretar uma deterioração da espécie. Da mesma forma, o uso de roupas cobrindo
partes eróticas e sensuais do corpo tinham como objetivo não estimular eventuais parceiros.

- Tabus e mitos a respeito da masturbação, sexo anal e homossexualidade originaram se exatamente por não se
tratarem de atividades procriativas, pondo em risco a perpetuação da espécie,
- esses mitos surgiram numa época em que a sobrevida do ser humano girava em torno dos 30 anos e havia
necessidade de homens para as guerras, lavouras e para o trabalho.

- Influência da doutrina cristã na repressão da sexualidade


- Segundo COSTA (1986), as normas, os valores cristãos e as necessidades do Estado foram enquadrando a
sexualidade, principalmente a partir do século XVI, quando se inicia o processo de modernização da sociedade e
a ascensão da burguesia, aliando as influências da Igreja e dos moralistas no controle da vida social.
A sexualidade através dos tempos
- A partir do século XVIII, na Europa, como nos aponta GIDDENS (1993), surge o amor romântico, que vincula a
ideia de liberdade para a busca do parceiro ideal, considerado um aspecto desejável no matrimônio. O amor
romântico, juntamente com outras mudanças sociais, afeta a visão sobre o casamento até então e suscita a
questão de compartilhar, de intimidade do casal e ajuda a separar o relacionamento destes outros aspectos da
organização familiar. O sexo se une ao amor e começa a fazer parte do casamento, dada a possibilidade de
escolha do parceiro.
- Durante muitas décadas, o amor romântico manteve-se associado ao casamento e à maternidade, reforçando a
ideia de que o verdadeiro amor uma vez encontrado é para sempre.

- No Brasil, em virtude da influência portuguesa em nossa colonização, a primeira evolução da sexualidade


dentro do casamento não se deu de forma muito diferente da que aconteceu na Europa. Houveram, contudo,
importantes movimentos que mudaram a forma com a qual a sexualidade é vista socialmente
- Movimento beat
- Movimento hippie
Organização dos tópicos:
Relação do problema abordado
01 Desenvolvimento conceitual 02 com a adolescência
Como a sexualidade é
Conceitos de Adolescência e
vivenciada nessa fase e
Sexualidade/ Teoria de Erik Erikson
alguns pontos importantes

Intervenção da psicologia em
03 relação ao problema 04 Dados Estatísticos Relevantes
A postura do psicólogo e
tripés da abordagem
Desenvolvimento Conceitual
ADOLESCÊNCIA
● O termo "adolescência" vem do latim adulescens ou
adolescens – particípio passado do verbo adolescere, que
significa crescer. Este termo é recente na humanidade e só
passou a ser utilizado enquanto estágio do desenvolvimento
humano em 1904, pelo psicólogo estadunidense Stanley
Hall (1846-1924).

● A adolescência é definida como um período biopsicossocial


que compreende, segundo a Organização Mundial de Saúde -
OMS (1965), a segunda década da vida, ou seja, dos 10 aos
20 anos.Para o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA,
o período vai dos 12 aos 18 anos (Brasil, 2007).
Adolescência x Puberdade

Adolescência Puberdade

Refere-se aos fenômenos


É um marco que tem relação com a
idade e com as mudanças sociais fisiológicos, que compreendem as
mudanças corporais e hormonais.
SEXUALIDADE
● Definição de sexualidade de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS)" :
"Sexualidade é uma energia que nos motiva para encontrar amor, contacto, ternura e
intimidade; ela integra-se no modo como sentimos, movemos, tocamos e somos tocados,
é ser-se sensual e ao mesmo tempo ser-se sexual. A sexualidade influencia pensamentos,
sentimentos, ações e interações e, por isso, influencia também a nossa saúde física e
mental”.

● A sexualidade é uma condição humana que é construída durante toda a vida do indivíduo,
iniciando ainda na infância.

● Ela é influenciada por diversos fatores, como biológicos, psicológicos, sociais, políticos,
culturais, históricos, econômicos e religiosos.

● Está relacionada com a qualidade de vida, logo, é fundamental uma vivência sexual
saudável. é importante tratar o assunto de forma que se evitem a disseminação de
crenças errôneas, a desinformação e a discriminação.
Teoria Erik Erikson
● Um aspecto interessante da teoria de Erikson é o conceito da
adolescência como moratória psicossocial, ou melhor, como um
período intermediário admitido socialmente, durante o qual o
indivíduo pode encontrar uma posição na sociedade por meio da
livre experimentação de funções.

● A adolescência começa com a instância de identidade difusa, que


segundo Erikson é um estado de coisas em que o sujeito não
estabelece compromissos firmes com nenhuma atitude
ideológica, ocupacional ou interpessoal,qualquer compromisso
que possa ocorrer tende a ser efêmero e a ser substituído com
rapidez por outros, igualmente provisórios.

● Erikson afirmava que a duração e a intensidade da adolescência


variam nas diferentes sociedades, mas em todas elas a ideia de
não ter formado a própria identidade ao final da adolescência
produz um profundo sofrimento para o adolescente por causa da
difusão de papéis. Tal confusão pode ser responsável pela
aparição de problemas psicológicos previamente latentes.
TEORIA ERIK ERIKSON
● O adolescente que fracassa na busca da identidade experimentará insegurança e
poderá ficar preso a uma preocupação constante ou numa atividade autodestrutiva.A
aproximação com o uso de drogas de forma recorrente pode ser uma forma de
descarregar a ansiedade que gera esta difusão de papéis.

● Para Erikson, a formação da identidade não começa nem termina com a adolescência.

● Erikson afirma que a identidade se configura em três áreas básicas de definição: A


identidade sexual, a identidade profissional e a identidade ideológica (apud, Rappaport,
2003, p. 30).

● A identidade sexual é a definição genital de seu papel. É a segurança de um papel


sexual definitivamente assumido que lhe permite estabelecer as relações
características das próximas etapas da vida.

● É mediante o assumir seu papel sexual que o adolescente pode suportar as diferenças do
outro, entendê-las e conviver com elas, pois essas diferenças ou até divergências não
ameaçam mais seus próprios valores, pois agora está seguro em sua característica
exclusiva (ibid, 2003, p. 30)
Relação do problema
abordado com a
adolescência
Relação do problema abordado
com a adolescência
Antes de entrarmos nesse tema,

É importante ressaltar que não devemos considerar a sexualidade um problema, devemos


prover recursos para que ela seja vivenciada. Não deve ser feito juízo de valor.

A vivência saudável da sexualidade é ponto importante para promover a qualidade de vida.

O problema que será discutido aqui se concentra nas consequências da falta de diálogo acerca
da sexualidade na adolescência:
Relação do problema abordado
com a adolescência

Primeiro, é possível afirmar que atualmente a vida sexual tem se iniciado cada vez mais cedo, e
contraditoriamente, não há mais discussões acerca desse tema.

Sem acesso a informações adequadas para a prática do sexo seguro os jovens tendem a ter mais
comportamentos de risco, por exemplo:

Não fazer uso de métodos preventivos;


Não procurar tratamento médico adequado;
Procurar informações de fontes não confiáveis;

Assim,se tornam potencialmente vulneráveis a experiências desagradáveis


e a contraírem doenças sexualmente transmissíveis.
Relação do problema abordado
com a adolescência

Artigos estudados revelam que :

Os pais de adolescentes não se sentem confortáveis em abordar esses assuntos com seus filhos

terceirizam esse papel de conscientização para as instituições escolares.

Docentes não sabem conduzir o assunto, jovens não se sentem seguros para tirar suas dúvidas.

adolescente procura sanar seus questionamentos com seus amigos e a internet, por exemplo.
Relação do problema abordado
com a adolescência

Além disso,a discussão sobre o sexo seguro não se limita apenas as estratégias de prevenção. Outras informações tiradas do
artigo revelam que:

Maior parte dos individuos do sexo masculino faz recusa ao preservativo por achar que limita o prazer e a masculinidade;

As jovens não conseguem negociar o direito ao sexo seguro, expondo a si mesma a riscos;

A figura masculina tende a considerar a virgindade feminina um valor a ser resguardado;

A homoafetividade é considerada um desvio por parte significativa dos adolescentes entrevistados;

A conscientização não se limita a estratégias de prevenção a IST’s, mas deve trabalhar para combater tabus,preconceitos de
gênero e orientação sexual.
Relação do problema abordado
com a adolescência
Importante concluir trazendo que:

A adolescência é uma fase desafiadora;

É palco de mudanças internas e externas.

Nessa fase temos a formação de um novo corpo ,e procuramos afirmá-lo adotando comportamentos socialmente atribuídos a
cada sexo.Nossa identidade está se consolidando, e a sexualidade toma papel importante nesse processo. Por isso é natural
que o jovem busque ter essas experiências durante essa fase da vida.

Os primeiros momentos de intimidade com o outro são muito marcantes, e moldam a maneira como nos reconhecemos e
como nos relacionamos.

Tudo o que foi discutido até agora traz a urgência de abrir discussões para promover o sexo seguro, saudável,em que haja o
consentimento e respeito de ambas as partes.
Intervenção da
Psicologia em
relação ao
problema
A postura do
psicólogo
Para abordar o tema da sexualidade,
o psicólogo deve assumir uma
postura:

● Ética;
● Respeitosa;
● Comprometida com a
diversidade;
● Constante desconstrução de
preconceitos.
Possíveis
abordagens da
Psicologia
No artigo lido, essas abordagens são
dedicadas aos pais, mas podem facilmente
ser relacionadas ao trabalho do psicólogo.

O respeito pelo O acesso à Ajudar a criança a


O respeito por si outro. A ninguém é informação. desenvolver o espírito
próprio e pela permitido ver outro Responder o que a de crítica, a capacidade
sua dignidade como meio de criança quer saber de de raciocínio e a reflexão
enquanto pessoa. satisfação de suas forma honesta e não para escolher o que lhe
necessidades. preconceituosa. convém.
Psicologia & Sexualidade

● Deve-se também promover acolhimento


com a validação de sentimentos, medos e
sensações. Adotar postura que compreenda
que essa é uma fase cheia de lutos e novas
descobertas.
Dados Estatísticos

67% do sexo masculino 71% do sexo feminino


Buscam informações sobre sexualidade
Fonte de Informações
1º lugar
Pais

2º lugar
Amigos

3º lugar
A estatística desse estudo, como falado no artigo, obteve
Profissionais
da saúde
resultados diferentes de outros estudos. A fonte de
informação primordial, já vista em outras pesquisas sobre
sexualidade na adolescência, são os amigos
Primeira Relação Sexual

Sexo Masculino Sexo Feminino


A grande parte foi com amigas (os). Mas uma A grande parte foi com namoradas (dos). Aqui
parcela dos meninos teve iniciação sexual com mostra a diferença da relação entre homens e
mulheres ou homens de programa, o que mulheres com relação ao sexo e a forma que a
corresponde ao fato de que os meninos têm com história influencia nas nossas vivencias
frequência sua iniciação sexual com pessoas mais
velhas, muitas vezes, já experientes sexualmente
Método Contraceptivo
78% masculino / 75% feminino pretendiam utilizar ou já
utilizavam o preservativo, 16% feminino a pílula, 1%
feminino o DIU. Os adolescentes que não utilizavam ou
utilizariam um contraceptivo na relação sexual foi 18%
masculino / 7% feminino.

As razões para a não utilização dos contraceptivos entre


os adolescentes estão relacionadas ao não
planejamento da relação sexual, falta de confiança nos
métodos, onipotência adolescente e a rejeição do
parceiro por interferência em seu prazer sexual. Assim,
a gestão da contracepção continua a ser encargo
feminino, ainda bastante submetido à capacidade de
autodeterminação e de negociação com o parceiro.
Posição familiar com relação à prática
sexual dos seus filhos
Em ambos os sexos mostra um grande
distanciamento dos pais com relação a esse
quesito, 30% masculino / 46% feminino
relataram que os pais não desconfiavam; 24%
masculino / 15% feminino os pais sabiam, mas
fingiam não saber e 17% masculino / 16%
feminino os pais sabiam e conversavam sobre o
assunto
Obrigada!

CREDITS: This presentation template was created by Slidesgo, including


icons by Flaticon and infographics & images by Freepik
Referências
● CANO, M.A.T.; FERRIANI, M.das G.C. Sexualidade na adolescência: um estudo bibliográfico.
Rev.latinoam.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 2, p. 18-24, abril 2000.
● ARRUDA, A. Sexualidade e informação: recado dos jovens paraibanos. In: PAIVA, V. (org). Em
tempos de AIDS. São Paulo: Sumus, 1992. p. 139-144.
● CABRAL, J.T. A sexualidade no mundo Ocidental. Campinas: Papirus, 1995.
● CONCEIÇÃO, I.S.C. Educação sexual. In: VITIELLO, N. et al. Adolescência hoje. São Paulo: Roca,
1988. p. 71-76. 04. COSTA, M. Sexualidade na adolescência: dilemas e crescimento. 8. ed. São
Paulo: L & PM Editores, 1986.
● ENGELS, F. A origem da família, da propriedade privada e do estado. Tradução Leandro
Konder. 8. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1982.
● GOLDBERG, M.A.A. Educação sexual: uma proposta, um desafio. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1984.
● KNOBEL, M. Orientação familiar. Campinas: Papirus, 1992.
● LOPES, G.; MAIA, M. Desinformação sexual entre gestantes adolescentes de baixa renda. Rev.
Sexol., v. 2, n. 1, p. 30-33, jan./julho 1993.
● OSÓRIO, L.C. Adolescente hoje. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
● PARKER, R.G. Corpos, prazeres e paixões: a cultura sexual no Brasil contemporâneo. São
Paulo: Best Seller, 1991. 295p.
● RAPPAPORT, C. Encarando a adolescência. São Paulo: Ática, 1995.

Você também pode gostar