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MATERIAL DE APOIO – 2º Semestre

Biologia/P. de Saúde – 2ª Série – Prof. Beth e Jamille


Aluno (a): _____________________________ Turma: _________

Educação Sexual
O despertar da sexualidade

Desde o nascimento a criança explora o prazer, os contatos afetivos e as relações de gênero. Apreciar a textura de um
sorvete, relaxar numa massagem, desfrutar o beijo da pessoa amada: tudo o que se relaciona ao prazer com o corpo
está ligado à sexualidade. Embora pelo senso comum ela se confunda com o erotismo, a genitalidade e as relações
sexuais, o fato é que esse campo do desenvolvimento humano pode ser entendido num sentido mais amplo e deve
incluir a conscientização sobre o próprio corpo e a forma de se relacionar amorosamente. Ainda que esse processo se
estenda pelo resto da vida, ele se inicia na infância, desde o nascimento.

O começo de tudo: a sexualidade e a infância

Por volta dos 2 anos, a criança percebe se é do sexo feminino ou masculino e, no contato com os adultos ao seu redor
e pela mídia, aprende o que é ser menino ou menina em sua sociedade, e claro, tem contato com os rótulos
associados a eles. Os pequenos logo percebem que se espera que o homem seja forte e que a mulher seja frágil e
delicada.

A descoberta de que o corpo é uma importante fonte de prazer e costuma vir acompanhada de perguntas sobre a
sexualidade. A questão é que a criança começa a identificar as diferenças entre o corpo do homem e o da mulher e
toma consciência das características do próprio físico. Nesse contexto, além da
investigação visual, experimenta as sensações causadas pelo toque em
diferentes partes do corpo.

Um dos pioneiros a estudar a exploração do prazer corporal foi o neurologista


austríaco Sigmund Freud (1856-1939)”, criador da psicanálise, que chocou a
sociedade de sua época ao falar da sexualidade infantil rompendo com a imagem
da criança inocente, assexuada.

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Sigmund Freud mapeou o desenvolvimento nesse campo em diferentes fases, cada uma valorizando o prazer em uma
região do corpo.
A primeira delas é a fase oral, que se estende até os 2 anos e em que os pequenos concentram na boca a maior parte
das sensações de prazer - mamar no seio ou na mamadeira, chupar chupeta etc.

Em seguida, passa-se à fase anal (em torno dos 3 anos), quando a criança ganha controle sobre os esfíncteres e
passa pelo processo de largar as fraldas. Nesse momento, sente-se bem em eliminar ou reter urina e fezes, fazendo do
ânus uma região de prazer.

A fase fálica, de acordo com Freud, acontece por volta dos 3 ou 4 anos, onde o infante descobre as suas partes
genitais. É também o período onde a manipulação, a curiosidade em observar o órgão do outro, e em como o impulso
de se mostrar, são geradores de prazer. Conforme mostra Brenner (1987, p 40)... é o olhar, que em geral é mais
acentuado na fase fálica, e seu equivalente, o desejo de exibir”.
A essa fase é atribuída também o início do complexo de Édipo. O complexo de Édipo é um fenômeno que pode
ocorrer de três formas diferente: na infância, na adolescência e na idade adulta.
Em cada um desses períodos se apresenta de uma determinada forma. Para Freud, o complexo começa a manifestar
de forma exagerada a preferência pela mãe. O menino passa a desejar que a mãe exista somente para ele, torna-se
ciumento em relação ao pai e faz de tudo para eliminá-los de sua convivência com a mãe. A mesma coisa acontece
com a menina: ela passa a desejar o pai e a repelir a mãe, nesse caso o nome que se dá é o de Complexo de Electra.

Depois os pequenos descobrem o prazer genital e investem nessa exploração do próprio órgão sexual. Esse período
ocorre entre os 3 e os 5 anos e, depois dele, instaura-se um período de latência, em que as questões da sexualidade
ficam secundárias nas inquietações infantis (até a puberdade). Embora não tenha sido superada, essa divisão em
etapas é hoje relativizada pelos especialistas. "A separação por fases tem a intenção de facilitar a compreensão sobre
o amadurecimento da sexualidade e não pode ser entendida como algo estanque, que ocorre linearmente“.

A sexualidade e a adolescência
A sexualidade no ser humano atravessa um longo desenvolvimento e tem início na adolescência. Cada pessoa tem
seu desenvolvimento. No menino a puberdade se inicia com a primeira ejaculação ou polução involuntária e com as
transformações que começam a ocorrer no corpo. Nas meninas, os seios começam a se desenvolver e diversas outras
características físicas.

O estirão – Nos meninos, ocorre entre 14 e 16 anos. Nas meninas entre 11 e 12 anos. É a fase que mais se cresce.
Menarca – nome da primeira menstruação. O corpo da menina, que já havia ganhado volume, passa a ganhar
contornos femininos.
Semenarca – primeira ejaculação no menino e desenvolvimento dos testículos. Nos meninos a puberdade começa
mais tarde, por volta dos 13 anos.

 Quando chega a adolescência o menino e a menina fica com a atenção voltada, sobretudo para seus genitais.
 Outro aspecto entra em cena: a beleza física.
 Muitos conflitos e problemas emocionais se iniciam nessa fase. A cobrança pelo
corpo bonito e perfeito, não apenas em relação a si mesmo, mas também em
relação aos parceiros.

A gravidez precoce provoca bruscas transformações fisiológicas e


psicológicas:

Uma adolescente que engravida nesse período de transição corpórea pode sofrer muitos problemas de saúde, como
anemia, parto prematuro, vulnerabilidade a infecções, depressão pós-parto, hipertensão, inchaço, retenção de líquidos,
eclampsia, convulsões e até mesmo a morte.

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Apesar de problemas fisiológicos, quando uma adolescente engravida, ela passa também por problemas psicológicos,
pois a mudança de vida rápida exige grande adaptação e isso pode gerar conflitos, pois uma grande etapa de sua vida
foi pulada.

O que é sexualidade?
A sexualidade é uma parte integrante da vida de cada indivíduo que contribui para a sua identidade ao longo de toda a
vida e para o seu equilíbrio físico e psicológico.
A sexualidade tem uma energia que nos motiva a procurar amor, contato, ternura e intimidade, que se integra no modo
como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados, é ser sensual e ao mesmo tempo sexual; ela influencia
pensamentos, sentimentos, ações e interações a, identidade sexual (masculina e feminina) por isso, influencia também
a nossa saúde física e mental" (OMS, 1992).
A maior parte das pessoas, ao pensar na palavra “sexualidade”, logo se remete ao ato sexual em si e aos aspectos da
reprodução. Enquanto o sexo se restringe aos aspectos físicos e biológicos, a sexualidade vai muito além disso.
Atualmente, entende-se a sexualidade como uma experiência individual, que deveria ser encarada e respeitada como
um processo pessoal e natural. É claro que os comportamentos e a percepção da sexualidade acabam sendo
influenciados pelo contexto sociocultural e histórico. Fatores como crenças, valores, moral, religião e imposição de
papéis sexuais tendem a moldar a relação entre a pessoa e a sua própria sexualidade.
Não raras vezes, o peso das imposições externas levam a conflitos internos, crises de identidade, angústia e
julgamento social. E é aí que entram os preconceitos em relação ao que é diferente do que sempre se estabeleceu
como padrão. As manifestações de intolerância - desde as “brincadeiras” do dia a dia até os casos mais graves de
violência e de atos criminosos - são sintomas infelizes dos nossos tempos atuais, em que se procura buscar um
discurso de respeito e boa convivência em relação à diversidade sexual, mas que esbarra numa difícil convivência
entre as várias ideias e convicções a respeito dessa característica tão humana e natural que existe desde que o mundo
é mundo.
A sexualidade humana é um tema que gera polêmicas e muitas controvérsias, uma vez que envolve questões afetivas,
papéis esperados e desempenhados em uma sociedade, e também comportamentos.
De forma geral, ela envolve quatro aspectos: Gênero, Orientação Sexual, Papel Sexual e Identidade Sexual.

O primeiro aspecto da sexualidade humana é Gênero: pode ser definido como aquilo que identifica e diferencia os
homens e as mulheres, ou seja, o gênero masculino e o gênero feminino.
O segundo aspecto é a Orientação Sexual: É como se caracteriza o desejo sexual predominante de uma pessoa, à
atração que se sente por outros indivíduos, se é por pessoa de gênero diferente, igual ou de mais de um gênero. Ela
geralmente também envolve questões sentimentais, e não somente sexuais.

Importante: Não confunda a orientação sexual (hétero, homossexual, bissexual, etc.) com a identidade de gênero. Em
linhas gerais, os heterossexuais sentem desejo por pessoas de sexo oposto e, enquanto homossexuais por pessoas do
mesmo sexo.

O Terceiro aspecto o Papel sexual: ele está relacionado ao comportamento de gênero que a pessoa desempenha na
sociedade. O papel sexual não necessariamente se apresenta relacionado à orientação
sexual, tal como a priori possa parecer. Assim, envolve muitos clichês, como por exemplo:

 Uma mulher “feminina”: ou seja, que se comporta de forma condizente com o


que a sociedade geralmente espera dela, nesse sentido – se maquia, é
delicada, enfim...;
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 Uma mulher que não é vaidosa e gosta de esportes violentos, é “masculinizada”;
 Um homem delicado, sensível, “afeminado”;
 Um homem rude, viril, é “masculino”, “másculo”;

O quarto aspecto a Identidade de gênero: diz respeito ao gênero com qual uma pessoa se identifica. É independente
do sexo (ou seja, das características biológicas), está relacionada a identificação de uma pessoa com o gênero
masculino ou feminino. Ex: é a forma como o indivíduo se percebe em relação ao gênero que possui. Quando a pessoa
de determinado gênero se sente mais como se fosse de outro, independentemente de sua orientação sexual (às vezes
até mesmo de seu papel sexual).

IST´s Infecções Sexualmente Transmissíveis

O Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/AIDS e das Hepatites Virais passa a usar a
nomenclatura “IST” (infecções sexualmente transmissíveis) no lugar de “DST” (doenças sexualmente transmissíveis).
A nova denominação é uma das atualizações da estrutura regimental do Ministério da Saúde por meio do pelo Decreto
nº 8.901/2016 publicada no Diário Oficial da União em 11.11.2016.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais

A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passa a ser adotada em substituição à expressão Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção,
mesmo sem sinais e sintomas.

As ISTs são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso
de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer,
ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação.

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) caracterizam-se por infecções causadas por mais de 30 agentes
etiológicos diferentes (bactérias, vírus, fungos e protozoários), sendo transmitidas, de maneira prioritária, por contato
sexual. Também podem ser transmitidas da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação e,
eventualmente, por contato sanguíneo.

É importante ressaltar que, mesmo na ausência de sinais e sintomas, as IST podem estar presentes e ser, inclusive,
transmissíveis. Ultimamente, o manejo das infecções assintomáticas está se beneficiando de novas tecnologias
diagnósticas — algumas já em uso, como os testes
rápidos para sífilis e para o HIV, além de outras menos
acessíveis até o momento, mas que contam com a
possibilidade de implantação, como os testes para
gonorreia e clamídia.

Bactérias
Gonorreia

São Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) causadas por bactérias ( Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia
trachomatis, respectivamente). Na maioria das vezes estão associadas, causando a infecção que atinge os órgãos
genitais, a garganta e os olhos.Essas infecções, quando não tratadas, podem causar infertilidade (dificuldade para ter
filhos), dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde.

Formas de contágio

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A transmissão é sexual.

E o uso da camisinha masculina ou feminina é a melhor forma de prevenção.

Sinais e sintomas

 Dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), corrimento amarelado ou claro, fora da época da
menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual.
 A maioria das mulheres infectadas não apresentam sinais e sintomas.
 Os homens podem apresentar ardor e esquentamento ao urinar, podendo haver corrimento ou pus, além de
dor nos testículos.

Conjuntivite neonatal

Há possibilidade de transmissão dessas infecções no parto vaginal, e a criança pode nascer com conjuntivite, que pode
levar à cegueira se não for prevenida ou tratada adequadamente.
Deve-se aplicar colírio nos olhos do recém-nascido na primeira hora após o nascimento (ainda na maternidade) para
prevenir a conjuntivite (oftalmia) neonatal.

Doença Inflamatória Pélvica (DIP)

É uma síndrome clínica, que ocorre quando a gonorreia e a infecção por clamídia não são tratadas, atingindo os órgãos
sexuais internos da mulher, como útero, trompas e ovários, e causando inflamações.

Formas de contágio

Essa infecção pode ocorrer por meio de contato com as bactérias após a relação sexual desprotegida. A maioria dos
casos ocorre em mulheres que têm outra IST, principalmente gonorreia e infecção por clamídia não tratadas.
Entretanto, também pode ocorrer após algum procedimento médico local - como inserção de Dispositivo Intra-Uterino
(DIU), biópsia na parte interna do útero, curetagem.

O uso da camisinha masculina ou feminina é a melhor forma de prevenção.

Sinais e sintomas
 Dor na parte baixa do abdômen (no “pé da barriga” ou baixo ventre) e durante a relação sexual.
 Dor abdominal e nas costas.
 Febre, fadiga e vômitos.

Diagnóstico e tratamento:

Na presença de qualquer sinal ou sintoma de DIP, recomenda-se procurar imediatamente um profissional de saúde
para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. Em casos mais graves, é necessária internação
hospitalar para uso de antibiótico por via venosa.

Sífilis
É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, causada pela
bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária,
secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior.

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Formas de transmissão

A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, ou para a criança durante a
gestação ou parto.

Sinais e sintomas

Sífilis primária

 Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou
outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio.
 Essa lesão é rica em bactérias. Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar
acompanhada de ínguas (caroços) na virilha.

Sífilis secundária

 Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida
inicial.
 Pode ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés.
Essas lesões são ricas em bactérias.
 Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo.

Sífilis latente – fase assintomática

 Não aparecem sinais ou sintomas.


 É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de dois anos
de infecção).
 A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou
terciária.

Sífilis terciária

 Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção.


 Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e
neurológicas, podendo levar à morte.

Diagnóstico

 O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução,
com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial.
 O TR de sífilis é distribuído pelo Departamento das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais/Secretaria de
Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde (DIAHV/SVS/MS), como parte da estratégia para ampliar a cobertura
diagnóstica. Nos casos de TR positivos (reagentes), uma amostra de sangue deverá ser coletada e
encaminhada para realização de um teste laboratorial (não treponêmico) para confirmação do diagnóstico.
 Em caso de gestante, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser iniciado com apenas um
teste positivo (reagente), sem precisar aguardar o resultado do segundo teste.

Tratamento

O tratamento de escolha é a penicilina benzatina, que poderá ser aplicada na unidade básica de saúde mais próxima
de sua residência.
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Prevenção

O uso correto e regular da camisinha feminina ou masculina é uma medida importante de prevenção da sífilis. O
acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal de qualidade contribui para o controle da sífilis
congênita.
Sífilis congênita

É uma doença transmitida para criança durante a gestação (transmissão vertical).= Por isso, é importante fazer o teste
para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado for positivo (reagente), tratar corretamente a mulher e
sua parceria sexual, para evitar a transmissão.

Recomenda-se que a gestante seja testada pelo menos em 3 momentos:


 Primeiro trimestre de gestação
 Terceiro trimestre de gestação
 Momento do parto ou em casos de aborto

Sinais e sintomas

Pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança. São
complicações da doença: aborto espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, surdez, cegueira, deficiência
mental e/ou morte ao nascer.

Diagnóstico

Deve-se avaliar a história clínico-epidemiológica da mãe, o exame físico da criança e os resultados dos testes,
incluindo os exames radiológicos e laboratoriais.

Tratamento

Quando a sífilis é detectada na gestante, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, com a penicilina
benzatina. Este é o único medicamento capaz de prevenir a transmissão vertical. A parceria sexual também deverá ser
testada e tratada para evitar a reinfecção da gestante. São critérios de tratamento adequado à gestante:
 Administração de penicilina benzatina
 Início do tratamento até 30 dias antes do parto
 Esquema terapêutico de acordo com o estágio clínico da sífilis
 Respeito ao intervalo recomendado das doses

Prevenção

O uso correto e regular da camisinha feminina ou masculina é uma medida importante de prevenção da sífilis. O
acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal de qualidade contribui para o controle da sífilis
congênita.

Cuidados com a criança exposta à sífilis

O principal cuidado à criança é a realização de um pré-natal de qualidade e o estabelecimento do tratamento adequado


da gestante. Todas as crianças expostas à sífilis de mães que não foram tratadas, ou receberam tratamento não
adequado, são submetidas a diversas intervenções que incluem: coleta de amostras de sangue, avaliação neurológica
(incluindo punção lombar), raio-X de osso longos, avaliação oftalmológica e audiológica. Muitas vezes há necessidade
de internação hospitalar prolongada.

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Cancro mole

O cancro mole pode ser chamado de cancro venéreo. Provocado pela bactéria Haemophilus ducreyi, é mais frequente
nas regiões tropicais, como o Brasil.

Os primeiros sintomas - dor de cabeça, febre e fraqueza - aparecem de dois a 15 dias após o contágio. Depois, surgem
pequenas e dolorosas feridas com pus nos órgãos genitais, que aumentam progressivamente de tamanho e
profundidade. A seguir, aparecem outras lesões em volta das primeiras. Após duas semanas do início da doença, pode
aparecer um caroço doloroso e avermelhado na virilha (íngua), que pode dificultar os movimentos da perna de andar.

Esse caroço pode drenar uma secreção purulenta esverdeada ou misturada com sangue. Nos homens, as feridas
aparecem na cabeça do pênis (glande). Na mulher, ficam na vagina e/ou no ânus. Nem sempre, a ferida é visível, mas
provoca dor na relação sexual e ao evacuar. Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado
procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento com antibiótico adequado.

Fungos

Candidíase

Candidíase é uma infecção provocada por fungos – o mais frequente é a Cândida albicans – que pode acometer as
regiões inguinal, perianal e o períneo. Apesar de não ser considerada uma doença sexualmente transmissível, pode ser
transmitida através de relações sexuais. Mulheres e homens podem desenvolver a infecção.
Geralmente, a candidíase está associada à queda da imunidade, ao uso de antibióticos, anticoncepcionais,
imunossupressores e corticoides, à gravidez, diabetes, alergias e ao HPV (papiloma vírus).

Sintomas apresentados em mulheres:

 Coceira na vagina e no canal vaginal


 Corrimento branco, em grumos, parecido com a nata do leite
 Ardor local e para urinar
 Dor durante as relações sexuais

Sintomas apresentados em homens:

 Pequenas manchas vermelhas no pênis


 Edema leve
 Lesões em forma de pontos
 Prurido (coceira). Em casos mais graves distúrbios gastrointestinais, respiratórios e outros problemas
dermatológicos podem aparecer.

Vírus
Hepatite
Grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por
vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e
genéticas. São doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas, mas, quando estes aparecem, podem
ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes
claras.

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No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os vírus D e E, esse
último mais frequente na África e na Ásia. Milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos vírus B ou C e não sabem.

Elas correm o risco de as doenças evoluírem (tornarem-se crônicas) e causarem danos mais graves ao fígado, como
cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam a hepatite.
Para saber se há a necessidade de realizar exames que detectem as hepatites, observe se você já se expôs a
algumas dessas situações:

 Contágio fecal-oral: condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos
(vírus A e E);
 Transmissão sanguínea: se praticou sexo desprotegido ou compartilhou seringas, agulhas, lâminas de barbear,
alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam (vírus B, C e D);
 Transmissão sanguínea: da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação (vírus B, C e D).
 No caso das hepatites B e C, é preciso um intervalo de 60 dias para que os anticorpos sejam detectados no
exame de sangue.

A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E apresentam apenas formas agudas de hepatite
(não possuindo potencial para formas crônicas). Isso quer dizer que, após uma hepatite A ou E, o indivíduo pode se
recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo. Por outro lado, as hepatites causadas pelos vírus B, C
e D podem apresentar tanto formas agudas quanto crônicas de infecção - nesse último caso, quando a doença persiste
no organismo por mais de seis meses.
O período de incubação dura até 26 dias após o contato sexual com um indivíduo portador. Este tem capacidade de
transmitir a doença mesmo se suas feridas já estiverem cicatrizadas ou mesmo se não as tiverem no momento - já que
o vírus pode permanecer no corpo por muitos anos, em latência, não apresentando sintomas.

Herpes

Herpes genital, considerado o herpes tipo II, é uma infecção que causa lesões em forma de pequenas
bolhas (vesículas) de tom avermelhado e localizadas na região genital, nádegas e ânus. Essas vesículas, em
aproximadamente cinco dias, formam feridas que se cicatrizam espontaneamente em mais ou menos uma semana,
desaparecendo em até 20 dias - caso o paciente não esteja com seu sistema imunitário comprometido, tal como
portadores do vírus HIV.
O herpes genital, causado pelo vírus do herpes simples (VHS), é considerado uma doença sexualmente transmissível
e suas crises são desencadeadas por motivos relacionados à baixa imunidade. Uma vez no organismo, dificilmente o
vírus será eliminado, pois se aloja em locais onde o sistema imunológico não tem acesso, se replicando com o auxílio
das células do hospedeiro.

Condiloma Acuminado – HPV

O condiloma acuminado, causado pelo HPV (Papilomavírus Humano), é também conhecido por verruga anogenital,
crista de galo, figueira ou cavalo de crista. Atualmente, existem mais de 200 tipos de HPV; alguns deles podem causar
câncer, principalmente no colo do útero e no ânus.
Formas de contágio

A principal forma de transmissão do HPV é por via sexual, que inclui contato oral-genital e genital-genital. Embora de
forma mais rara, o HPV pode ser transmitido durante o parto ou, ainda, por determinados objetos.

Sinais e sintomas
 Verrugas não dolorosas, isoladas ou agrupadas, que aparecem nos órgãos genitais.
 Irritação ou coceira no local.
 O risco de transmissão é muito maior quando as verrugas são visíveis.
 As lesões podem aparecer no pênis, ânus, vagina, vulva (genitália feminina), colo do útero, boca e garganta.
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 O vírus pode ficar latente no corpo: a lesão muitas vezes aparece alguns dias ou anos após o contato.
 As manifestações costumam ser mais comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa.

Diagnóstico e tratamento

Na presença de qualquer sinal ou sintoma da infecção pelo HPV, recomenda-se procurar um profissional de saúde para
o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado.
A realização periódica do exame preventivo de câncer de colo uterino é uma medida de prevenção.

Importante

O exame preventivo (de Papanicolaou ou citopatológico) pode detectar as lesões precursoras. Quando essas
alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir a doença em 100% dos casos.
O exame deve ser realizado preferencialmente pelas mulheres entre 25 e 64 anos, que têm ou já tiveram atividade
sexual. Os dois primeiros exames devem ser feitos com intervalo de um ano e, se os resultados forem normais, o
exame passará a ser realizado a cada três anos.

Vacina contra o HPV

O Ministério da Saúde adotou a vacina quadrivalente, que protege contra o HPV de baixo risco (tipos 6 e 11, que
causam verrugas anogenitais) e de alto risco (tipos 16 e 18, que causam câncer de colo uterino).
A vacina funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a
infecção irá depender da quantidade de anticorpos produzidos pela pessoa vacinada, da presença desses anticorpos
no local da infecção e da sua persistência durante um longo período de tempo. Essa vacina é destinada
exclusivamente à utilização preventiva e ainda não tem efeito demonstrado nas infeções pré-existentes ou na doença
clínica estabelecida.
A população-alvo prioritária da vacina HPV é a de meninas na faixa etária de 9 a 14 anos, que receberão duas doses
com intervalo de seis meses (0 e 6 meses), e pessoas vivendo com HIV na faixa etária de 9 a 26 anos, que receberão
três doses (0, 2 e 6 meses).
Outro aspecto relevante é que a vacina HPV quadrivalente é segura e os eventos adversos pós-vacinação, quando
presentes, são leves e autolimitados. Eventos adversos graves são muito raros; entretanto, quando acontecem,
necessitam de avaliação e assistência imediata e adequada de profissionais devidamente qualificados na rede de
serviço do SUS.
 A vacina HPV faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e, portanto, deverá estar disponível nas ações de
rotina das Unidades Básicas de Saúde para as adolescentes e mulheres vivendo com HIV incluídas na faixa
etária preconizada.
 Não substitui o exame preventivo de câncer de colo uterino.
 Não está indicada para gestantes.

AIDS / HIV

A sigla AIDS significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA). O vírus da AIDS é conhecido como HIV e
encontra-se no sangue, no esperma, na secreção vaginal e no leite materno das pessoas infectadas pelo vírus.
Objetos contaminados pelas substâncias citadas, também podem transmitir o HIV, caso haja contato direto com
o sangue de uma pessoa. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o
HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a
infecção.

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Após o contágio, a doença pode demorar até 10 anos para se manifestar. Por isso, a pessoa pode ter o vírus HIV em
seu corpo, mas ainda não ter AIDS. Ao desenvolver a AIDS, o HIV começa um processo de destruição dos glóbulos
brancos do organismo da pessoa doente.

Como esses glóbulos brancos fazem parte do sistema imunológico (de defesa) dos seres humanos, sem eles, o doente
fica desprotegido e várias doenças oportunistas podem aparecer e complicar a saúde da pessoa. A pessoa portadora
do vírus HIV, mesmo não tendo desenvolvido a doença, pode transmiti-la.

Formas de Contágio

A AIDS é transmitida de diversas formas. Como o vírus está presente no esperma, secreções vaginais, leite materno e
no sangue, todas as formas de contato com estas substâncias podem gerar um contágio. As principais formas
detectadas até hoje são: transfusão de sangue, relações sexuais sem preservativo, compartilhamento de seringas ou
objetos cortantes que possuam resíduos de sangue.
A AIDS também pode ser transmitida da mão para o filho durante a gestação ou amamentação.

Principais Sintomas da AIDS

Como já dissemos, um portador do vírus da AIDS pode ficar até 10 anos sem desenvolver a doença e apresentar seus
principais sintomas. Isso acontece, pois o HIV fica "adormecido" e controlado pelo sistema imunológico do indivíduo.
Quando o sistema imunológico começa ser atacado pelo vírus de forma mais intensa, começam a surgir os primeiros
sintomas. Os principais são: febre alta, diarreia constante, crescimento dos gânglios linfáticos, perda de peso e
erupções na pele.
Quando a resistência começa a cair ainda mais, várias doenças oportunistas começam a aparecer: pneumonia, alguns
tipos de câncer, problemas neurológicos, perda de memória, dificuldades de coordenação motora, sarcoma de Kaposi
(tipo de câncer que causa lesões na pele, intestino e estômago), etc. Caso não seja tratada de forma rápida e correta,
estas doenças podem levar o soropositivo à morte rapidamente.

Formas de Prevenção

A prevenção é feita evitando-se todas as formas de contágio citadas acima. Com relação à transmissão via contato
sexual, a maneira mais indicada é a utilização correta de preservativos durante as relações sexuais. Atualmente,
existem dois tipos de preservativos, também conhecidos como camisinhas: a masculina e a feminina.
Outra maneira é a utilização de agulhas e seringas descartáveis em todos os procedimentos médicos. Instrumentos
cortantes, que entram em contato com o sangue, devem ser esterilizados de forma correta antes do seu uso.
Nas transfusões de sangue, deve haver um rigoroso sistema de testes para detectar a presença do HIV, para que este
não passe de uma pessoa contaminada para uma saudável.

Tratamento

Infelizmente a medicina ainda não encontrou a cura para a AIDS. O que temos hoje são medicamentos que fazem o
controle do vírus na pessoa com a doença. Estes medicamentos melhoram a qualidade de vida do paciente,
aumentando a sobrevida. O medicamento mais utilizado atualmente é o AZT (zidovudina) que é um bloqueador de
transcriptase reversa. A principal função do AZT é impedir a reprodução do vírus da AIDS ainda em sua fase inicial.
Outros medicamentos usados no tratamento da AIDS são: DDI (didanosina), DDC (zalcitabina), 3TC (lamividina) e D4T
(estavudina). Embora eficientes no controle do vírus, estes medicamentos provocam efeitos colaterais significativos nos
rins, fígado e sistema imunológico dos pacientes.
Cientistas do mundo todo estão trabalhando no desenvolvimento de uma vacina contra a AIDS. Porém, existe uma
grande dificuldade, pois o HIV possui uma capacidade de mutação muito grande, dificultando o trabalho dos cientistas
no desenvolvimento de vacinas. Dia 1 de dezembro comemora-se o Dia Mundial de Luta contra a AIDS.
PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV).

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A PEP é uma medida de prevenção à infecção pelo HIV que consiste no uso de medicação em até 72 horas após
qualquer situação em que exista risco de contato com o HIV, tais como:
 Violência sexual.
 Relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha).
 Acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).

Como funciona a PEP?

A PEP utiliza medicamentos antirretrovirais que agem evitando a sobrevivência e a multiplicação do HIV no organismo
e, por isso, deve ser iniciada o mais rápido possível, preferencialmente nas 2 (duas) primeiras horas após a exposição
ao vírus e no máximo em até 72 horas. O tratamento dura 28 dias e a pessoa deve ser acompanhada pela equipe de
saúde por 90 dias.

IMPORTANTE: a PEP é uma medida preventiva de emergência e, por isso, não serve como substituta à camisinha.

Algumas reações se tomar a PEP

Como todo medicamento, os antirretrovirais utilizados na PEP também podem causar efeitos indesejados. Os mais
comuns são dor de cabeça, enjoos e diarreia. Mesmo que você desenvolva algum desses sintomas, não interrompa o
uso dos medicamentos. Procure imediatamente o serviço de saúde que o atendeu para buscar orientações quanto a
esses efeitos.

Onde encontrar a PEP?

A PEP é oferecida gratuitamente pelo SUS.

Protozoários
Tricomoníase

A tricomoníase também chamada de uretrite, vaginite por Trichomonas, uretrite não gonocócica ou UNG; é uma doença
causada pelo protozoário flagelado Trichomonas vaginalis.

Sua transmissão se dá por meio de relações sexuais desprotegidas ou contato íntimo com as secreções de indivíduo
infectado. O período de incubação varia entre duas e três semanas.
A maioria das pessoas acometidas não tem manifestações sintomáticas e, por isso, muitas vezes a infecção só é
descoberta ao se fazer exames preventivos – daí a importância de se visitar, ao menos uma vez ao ano, o
ginecologista ou urologista, no caso de pessoas do sexo masculino.
Quando os sintomas aparecem, incluem dor ao urinar ou ao ter relações sexuais, ardor e coceira na região genital.
Além disso, mulheres podem ter corrimento amarelo-esverdeado e cheiro forte.
Estudos apontam que a tricomoníase está associada à transmissão do HIV, doença inflamatória pélvica, câncer
cervical, infertilidade, parto prematuro e nascimento de bebês com baixo peso. Não sendo tratada, a infecção pode
reincidir.
A educação sexual busca ensinar e esclarecer questões relacionadas ao sexo, livre de preconceito e tabus.
Antigamente e ainda hoje, falar sobre sexo provoca certos constrangimentos em algumas pessoas, mas o tema é de
extrema importância, pois esclarece dúvidas sobre preservativos, DST’s, organismo masculino e feminino,
anticoncepcionais e gravidez.”

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